• Nenhum resultado encontrado

Estudo de aplicação de rede de investigação em saude e urgencia em educação fisica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudo de aplicação de rede de investigação em saude e urgencia em educação fisica"

Copied!
167
0
0

Texto

(1)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTUDO DE APLICAÇÃO DE REDE DE INVESTIGAÇÃO EM

~ ~ ~ ,

SAUDE E URGENCIA EM EDUCAÇAO F1SICA

BRÁULIO ARAUJO JÚNIOR

CAMPINAS

1997

UNIC,;..:-,i/~ B!!iLJOT'EGA c~,_, ,_, "·

(2)

ESTUDO DE APLICAÇÃO DE REDE DE INVESTIGAÇÃO EM

-" A "" ,.

SAUDE E URGENCIA EM EDU CAÇAO FlSICA

BRÁULIO ARAUJO JÚNIOR

Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo .Gonçalves'

CAMPINAS 1997

(3)

\;'. b. r,·.•-itJé! ú J~;;l,j_ . .:J ... '---'· í /.:0~- 02.~ . .1..1 q +

'

I

-I ., I "-i 1 c ' u \ - i I PREco R~W

...

u.<pcL ...

I

~~1~ph=>l(2~=~~-=

'l !1-0

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA FEF-UNICAMP

Arl5r

Araujo Júnior, Bráulio.

Estudo de aplicação de rede de investigação em saúde e urgência em Educação Física I Bráulio Araujo Júnior. --Campinas, SP: [ s.n.], 1997.

Orientador: Aguinaldo Gonçalves

Tese (doutorado) -Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física.

I. Professores universitários'~ Estudo e ensino - Pesquisa. 2. Avaliação educacionaF 3. Pesquisa educaciona0 4. Professores- avaliação por alunos.

I. Gonçalves, Aguinaldo. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. III. Título.

(4)

Araujo Júnior e aprovada pela comissão julgadora em Ciências do Esporte.

Campinas, 30 de junho de 1997.

) Q

Prof. Dr. Agullyildo Gonçalves

Campinas 1997

(5)

Prof. Dr. Arolinaldo Gonçalves orientador

Prof. Dr. José Dias S~brinho Membro da Comissão Julgadora

Prof. Dr. Carlos Roberto Padovani Membro da Comissão Julgadora

Prof. Dr.

Jo~o

atista Andreotli Gomes T ojal Membr"Õ da Comissão Julgadora

Prof ' Ac · ia Aparecida Ângeli dos Santos

(6)

Ao professor doutor Aguinaldo Gonçalves pela orientação segura e competente. Com sua persistência e incentivo, foi o responsável por ter-me feito concluir este trabalho.

Aos professores doutores José Dias Sobrinho, Carlos Roberto Padovani, João Batista Andreotti Gomes Tojal e Acácia Aparecida Ângeli dos Santos, membros da comissão examinadora, pelas críticas e sugestões.

Aos amigos professores Henrique Luiz Monteiro, Departamento de Educação F"JSica da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista de Bauru, Edgard Matiello Júnior, Faculdade de Educação F"JSica da Associação Cristã de Moços de Sorocaba, Flávia Maria Serra Ghirotto, Faculdade de Educação F"JSica da Universidade São Judas Tadeu de São Paulo e Aguinaldo Gonçalves, Faculdade de Educação F"JSica da Universidade Metodista de Piracicaba , responsáveis pelas informações contidas nesta tese. Sem êles ela não existiria.

Ao professor Padovani, da UNESP de Botucatu, que deu tratamento estatístico às infOrmações obtidas nessas irJStituições.

A todos professores do Grupo de Saúde Coletiva/Epidemiologia e Atividade F"JSica, do Departamento de Ciência do Esporte da FEF/UEC, que auxiliaram no plantio da semente RI e a regaram com sábias discussões.

Às bibliotecárias Maria Helena, da USF e Dulce Inês, da FEF/UEC e Pro f" Cecília Puppo, que fizeram a lapidação final deste trabalho.

Aos professores, funcionários e alunos da Faculdade de Educação F"JSica da UNICAMP, que me estimularam a iniciar e terminar o curso de doutoramento.

(7)

Índice de Quadros... i Índice de Tabelas... ii Índice de Figuras... iv RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO... 01

CAPÍTULO 1 · LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO... 18

CAPÍTULO 2 · OBJETIVOS... 30

CAPÍTULO 3 · MATERIAL E MÉTODOS... 31

3 .1. Centros Participantes... 31

3.2 Situação de Estudo... 33

3.3 Delineamento Operacional... 35

3.4 Instrumentos de Coleta e Registro de Dados... 40

3.4.1 Instrumento para Avaliação do Processo... 40

3.4.2 Instrumento para Avaliação da Aprendizagem... 41

3.5 Procedimentos Analíticos... 46

CAPÍTULO 4 · RESULTADOS... 48

4.1. Avaliação do Processo... 48

4.1.1 A Experiência Atual... 48

4.1.2 Comparando com Experiência Anterior... 55

4.2 Avaliação da Aprendizagem... 63 4.3 Avaliação do Instrumento... 66 CAPÍTULO 5 · DISCUSSÃO... 75 5.1 Avaliação do Processo... 75 5.2 Avaliação da Aprendizagem... 82 5.3 Avaliação do Instrumento... 87

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS... 91

REFERÊNCIAS... 95

(8)

Quadro 1 Número de artigos publicados sobre Emergência, Urgência, 28 Primeiros Socorros e Educação Física mencionados nas bases de

dados, segundo associação de unitermos.

Quadro 2 Caracterização das disciplinas constituintes, segundo centro 32 participante, natureza, semestre, turno, carga horária e número de

alunos.

Quadro 3 Caracterização da formação dos docentes, segundo centro 33

participante.

Quadro 4 Relação de material didático da Rede de Investigação. 38

Quadro 5 Indicativo da aplicação das Baterias de Testes nos centros parti- 39 cipantes.

Quadro 6 Modelo de ordenamento das questões das Baterias de Testes em 42 quatro provas para aplicação na RI, a partir das questões aplicadas

em experiência anterior.

Quadro 7 Correspondências da escala de notas da RI-95, para os conceitos 44 da RI-94.

(9)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Freqüências absoluta e relativa percentual de alunos, segundo 35 gênero e centro participante.

Tabela 2 Média, desvio padrão e limites de confiança para a variável 49

Tema, segundo centro participante.

Tabela 3 Média, desvio padrão e limites de confiança para a variável 50

Professor, segundo centro participante.

Tabela 4 Média, desvio padrão e limites de confiança para a variável 51

Dinâmica da Disciplina, segundo centro participante.

Tabela 5 Média, desvio padrão e limites de confiança para a variável 52

Participação Discente, segundo centro participante.

Tabela 6 Freqüência absoluta dos Aspectos Positivos mencionados, 53

segundo variáveis, categorias, centro participante e total e relação respostas/respondentes.

Tabela 7 Freqüência absoluta dos Aspectos Negativos mencionados, 54

segundo variáveis, categorias, centro participante e total e relação respostas/respondentes.

Tabela 8 Freqüência absoluta de Outras Sugestões, segundo centro 55

participante, categoria e sugestão.

Tabela 9 Freqüência percentual dos conceitos obtidos na variável Tema, 56 nos aspectos Oportunidade, Profundidade e Utilidade, segundo

RI e centro participante.

Tabela 10 Freqüência percentual dos conceitos obtidos na variável 58

Professor, nos aspectos Qualidade e Domínio, segundo RI e centro participante.

(10)

Tabela 11 Freqüência percentual dos conceitos obtidos na variável 60

Dinâmica da Disciplina, nos aspectos Organização, Avaliação

Geral e Subsídios Escritos, segundo RI e centro participante.

Tabela 12 Número de sugestões de alunos, valor da relação sugestão/aluno 62 e percentual de crescimento da relação, segundo RI e centro

participante.

Tabela 13 Freqüências absoluta e relativa e comparações quanto ao gênero 65 das respostas corretas, nas baterias utilizadas, segundo centro

participante.

Tabela 14 Freqüências absoluta e relativa das questões com aproveitamento 66 discente acima de 50% nas respectivas baterias, segundo centro

participante.

Tabela 15 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 67 bateria 1.

Tabela 16 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 68 bateria 2.

Tabela 17 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 69 bateria 3.

Tabela 18 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 69 bateria 4.

Tabela 19 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 70 bateria 5.

Tabela 20 Síntese das informações estatísticas referentes às questões da 71 bateria 6.

Tabela 21 Freqüências absoluta e relativa percentual de sucesso observado 71 nas seis baterias adotadas.

Tabela 22 Freqüências absoluta e relativa percentual das alternativas 74 corretas, segundo baterias.

(11)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 Limites de confiança da nota média da variável Tema. 49

Figura 2 Limites de confiança da nota média da variável Professor. 50

Figura 3 Limites de confiança da nota média da variável Dinâmica da 51

Disciplina.

Figura 4 Limites de confiança da nota média da variável Participação 52

Discente.

Figura 5 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela FEFISO 56 na variável Tema.

Figura 6 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela USJT na 57 variável Tema.

Figura 7 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela UNESP 57 na variável Tema.

Figura 8 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela FEFISO 59 na variável Professor.

Figura 9 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela USJT na 59 variável Professor.

Figura 10 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela UNESP 59 na variável Professor.

Figura 11 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela FEFISO 61 na variável Dinâmica da Disciplina.

Figura 12 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela USJT na 61 variável Dinâmica da Disciplina.

(12)

Figura 13 Gráficos de setor das freqüências relativas obtidas pela UNESP 61 na variável Dinâmica da Disciplina.

Figura 14 Gráfico de colunas do número de sugestões obtidas pelos centros 63 participantes.

Figura 15 Gráfico de colunas das freqüências de sucesso, segundo baterias 72 adotadas.

(13)

RESUMO

O presente trabalho propôs-se verificar a exeqúibilidade e repetibilidade da adoção da estratégia Rede de Investigação na disciplina de Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes, em cursos de graduação em Educação Física, em Instituições de Ensino Superior do Estado de São Paulo. Buscou-se ainda, reunir e explorar elementos técnicos referentes a desempenho discente frente a variáveis dependentes como gênero e instrumentos de avaliação. Teve-se assim a oportunidade de estudar cinco cursos em quatro instituições: uma estatal e três particulares, sendo uma destas com atividades tanto em período diurno quanto noturno. A estratégia de Rede de Investigação peculiariza-se com a implementação de procedimentos didático-pedagógicos equivalentes, assim como de instrumentos de avaliação qualitativa e quantitativa padronizados. Foram adotados, tanto questionário dirigido com pontuação, quanto baterias de testes correspondentes às temáticas abordadas. Assim procedendo, colheram-se evidências no sentido de que: 1) a Rede de Investigação é exeqüível; 2) os instrumentos e procedimentos adotados tiveram avaliações satisfatórias pelos alunos; 3) o desempenho discente foi adequado, possibilitando, com isso, elementos para atuação por melhores condições de vida e saúde; 4) a variável gênero, quando se buscou investigar a assimilação de conteúdos entre alunos masculino e feminino, somente em uma, das 19 situações, se mostrou com significância estatística em favor das alunas; 5) os alunos do período noturno obtiveram valores de aproveitamento dos conteúdos iguais aos do diurno; 6) os cursos com muitos alunos alcançaram índices, na avaliação da aprendizagem, inferiores aos com poucos, e 7) as faculdades públicas comportaram-se de forma superior, na mesma avaliação, que as privadas. Com tais resultados, espera-se, por um lado, contribuir diretamente para com o desenvolvimento educacional das realidades trabalhadas, bem como, em termos amplos, articular subsídios para políticas públicas setoriais.

(14)

ABSTRACT

The present work has proposed to verify the feasibility and the repeatability of the adoption of the Investigation Network strategy in the discipline of Health and Urgency in Physical Education and Sports in graduation courses of Physical Education in Higher Education Institutes of the State of Sao Paulo. It has tried also, to gather and explore technical elements relating to leaming performance in the presence of dependent variables such as gender and evaluation instruments. There was, thus, the opportunity to study five courses in four institutes: one state institute and three private ones, one of which with activities both in day-time and evening periods. The Investigation Network strategy is characterized by the implementation of equivalent didactic-pedagogical procedures, as well as of standardized qualitative and quantitative evaluation instruments. Closed questionnaire with computation of points and batteries of tests were adopted according to the themes approached. Through such procedures, the following evidences have been collected: 1) the Investigation Network is feasible; 2) the adopted instruments and procedures have received satisfactory appreciation by the pupils; 3) the leaming performance was appropriate, providing thus elements for acting on toward better living and health conditions; 4) as for the gender variable, when the assimilation of contents between male and female pupils was investigated, only in one of the 19 situations did the male/female variable appeared with statistical significance, favoring the female pupils; 5) the evening period pupils attained values equal to the day-time pupils for making good use of the contents; 6) in the leaming evaluation the courses with a large number of pupils achieved lower rates than the ones with fewer pupils, and 7) in the same evaluation the govemment colleges had a higher performance than the private ones. With such results, one expects, on one side, to contribute directly to the educational development of the realities worked on, as well as, in broad terms, to provide subsidies for sectorial public policies.

(15)

Neste estudo procuramos desenvolver reflexão e coleta de dados sobre questões ligadas ao ensino e à formação do profissional de Educação Física, como se fosse situação única e isolada. Contudo, sabemos que a temática a ser aqm desenvolvida permeia a prática educacional de maneira generalizada e global.

Essa prática educacional que, em diferentes situações e aspectos, apresenta-se muito interessante, chega mesmo a despertar a curiosidade de diversos estudiosos. Permite série bastante diversificada de observações, reflêxões e discussões sobre o dia a dia vivenciado no processo de desenvolvimento do ensino.

"Ao caminhar pela área", uma das situações que vem despertando interesse e algum incômodo em nosso meio e que pode ser percebida, diz respeito à formação profissional em Educação Física. A cada espaço percorrido, por vezes é visualizado o que não se quer ver e o que não se deve ou se consegue aceitar, isto é: a falta de interesse em aprender.

Neste sentido, observamos que muito daquilo que nos tempos de estudante foi ensinado, hoje já não é mais lembrado. E não é mais lembrado porque não foi assimilado, ou por ter sido mal transmitido ou não compreendido, ou, ainda, porque não lhe foi dada a devida importância.

A esse respeito, atualmente, parece que o tempo parou, pois a mesma situação ainda persiste com os jovens estudantes. "Poucas são as luzes oferecidas para iluminar as estradas da educação". Sobre a obscura estrada é Moraes (1991, p.7) quem diz: "Se no passado as coisas quase sempre estiveram nebulosas quanto ao futuro da educação brasileira, parece que agora apresentam-se ainda menos claras".

(16)

A situação de falta de interesse, de sintonia ou mesmo de motivação coletiva, é criada e aceita pelos diferentes participantes do sistema educacional. Deste, fazem parte dirigentes, professores, alunos e funcionários técnicos e administrativos.

Centrando foco observacional no ensino superior brasileiro, encontramos uma diversidade de situações em relação à organização institucional. Há desde grandes universidades, mundialmente bem conceituadas, até cursos isolados, que existem graças à participação de interesses pessoais e políticos.

Assim, devido a essa diversidade dos cursos, o que gera enorme desequilíbrio entre os mesmos, é frequente observar que diferentes instituições brasileiras já não se preocupam com as bases qualitativas dos conceitos emitidos pelo Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), mas com o balanço positivo do livro caixa. ·As Instituições de Ensino Superior (IES) que desenvolvem programas de pós-graduação, acabam recebendo conceitos dos organismos de controle de fomento do ensino e pesquisa, calcados, principalmente, na produção e caracterização do seu corpo docente e pelo nível, quantidade e qualidade da produção de pesquisa, bem como pelo resultado da produção do corpo discente por eles orientado (Brasil, 1996).

A questão aqui discutida ganha maior proporção quando percebemos que os objetivos educacionais de uma determinada IES são desvirtuados e perdem seu verdadeiro sentido que é educar o indivíduo, e caminham em outra direção, ou seja, a do comércio rentável. Sobre essa situação, Vieira (1996, p.2) afirma: ''Aí então, poderia realmente separar o joio do trigo e execrar de vez aqueles falsos educadores que utilizam a fachada do ensino superior para auferir lucros exorbitantes".

Observando o desenvolvimento constante do ensino supenor brasileiro, Moraes (1991, p.51) conclui que: ''Nós mesmos somos criadores dos

(17)

quando os vemos serem engendrados".

Pelas considerações acima, parece que nosso ensino superior necessita de uma sistemática de avaliação constante da prática docente e seus resultados na formação dos jovens profissionais.

Algumas iniciativas nesse sentido têm sido desenvolvidas em relação aos cursos de graduação. Segundo Dias Sobrinho, Balzan (1995), a partir de experiências isoladas desenvolvidas por algumas IES, como as da Universidade Estadual de Campinas, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Santa Catarina e do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, e com a criação do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), foi elaborado modelo de avaliação de instituições nacionais de ensino supenor.

Mais recentemente foi colocado em prática pelo Ministério da Educação e do Desporto, outro modelo de avaliação, o Exame Nacional de Cursos (Brasil, 1996). O "Provão", como ficou conhecido, avaliou os cursos que estavam formando profissionais de Engenharia Civil, Administração de Empresas e Direito. Podemos citar, também, a Comissão de Especialistas de Área, ligada à Secretaria de Ensino Superior (SESu).

Diante desse contexto, concebemos o presente estudo, visando interferir na programação e avaliação, não da totalidade de uma estrutura institucional, mas em uma de suas partes, isto é, na disciplina que trata dos conteúdos referentes à

Saúde, Doença, Urgência, Lesões Desportivas, Saúde Coletiva e Atividade Física, que é oferecida na formação dos profissionais de Educação Física em alguns cursos existentes no Estado de São Paulo.

(18)

A esse respeito, esclarecemos que as atividade relacionadas à disciplina Educação Física, pelas características advindas de sua prática, são aquelas em que o índice de ocorrência de acidentes é maior, em relação às demais disciplinas componentes do currículo de escolas de 1 º e 2º graus. Esse é o campo oficial de atuação dos licenciados na área pela maioria dos cursos brasileiros. Enquanto as aulas dessa disciplina são ministradas em espaços livres, abertos e amplos, as demais, como Iingua Portuguesa e Matemática, por exemplo, as fazem em salas fechadas e cobertas, além do que os alunos assistem-nas, na maioria das vezes, sentados em carteiras escolares de dimensões padronizadas. Naquelas, a dinâmica é superior, pois, além da exploração das habilidades naturais dos alunos (andar, correr, saltar, trepar e rolar), buscam-se desenvolver, ainda, outras como as esportivas (basquetebol, voleibol, handebol, etc). Por este fato é que, tendencialmente, as pessoas, quando em aulas de Educação Física, estão, mais acentuadamente, expostas aos acidentes e às lesões desportivas.

Assim, é importante que o professor de Educação Físíca tenha conhecimento de técnicas específicas de primeiros socorros, para que, na eventualidade da ocorrência de acidentes em aulas, saiba prestar assistência minimamente adequada. Numa escola de 1

º

e 2º graus, nessas ocasiões, ele é o mais solicitado, devido ao fato de ter tido a disciplina que trata de assuntos de socorros como componente de sua formação. A estrutura das escolas brasileiras, geralmente, não possui outros funcionários com semelhante domínio e nem mesmo oferece condições de atendimento apropriado.

Em decorrência do quadro acima apresentado, consideramos de grande importância que os conteúdos da disciplina em questão sejam elaborados de forma competente, bem como sejam passados com propriedade aos alunos, para que possam ser retidos e fixados para futura utilização.

Mesmo o tema se encontrando nesta fase exploratória, é possível serem identificadas algumas divergências, quando observado comparativamente entre as

(19)

disciplinas ministradas para os cursos de formação de professores de Educação Física (Carvalho, Gonçalves, 1991 ).

Pela observação empírica, é notada a ausência de identidade nominal da disciplina que trata de Saúde e Primeiros Socorros nas Instituições de Ensino Superior. É denominada diferentemente nas faculdades, embora tenha a mesma finalidade. Assim, existem: Primeiros Socorros, Higiene, Socorros de Urgência, Higiene e Socorros de Urgência, Educação em Saúde e Urgência em Educação Física, Noções Básicas de Saúde e Urgência, entre outras. Para o presente trabalho, quando em referên-cia a uma delas individualmente ou em conjunto, será adotado o nome de "Saúde e Urgências em Educação Física e Esportes" (SUEFE).

Outros dois pontos observados e já estudados por Lopes (1992), dizem respeito aos conteúdos e correspondentes cargas horárias. Quanto ao primeiro aspecto, o do conteúdo, é possível identificar a grande diversidade de assuntos ministrados nos diferentes cursos. Constatam-se diferentes temáticas entre as institui-ções e que não são, necessariamente, pertinentes à carreira de Educação Física e aos Esportes. Já em relação ao segundo aspecto, o da carga horária, de acordo com o mesmo autor, as diferenças nas horas/aulas destinadas a cada disciplina, se fazem presentes. Se para determinada faculdade o conteúdo é transmitido em algumas horas/aulas, para outras essas são quase dobradas.

Muito embora tais fatos ocorram no interior dos cursos de Educação Física, as IES usam das prerrogativas da Resolução 03, art. 3º, § 4º que diz:

'iís IES deverão estabelecer os marcos conceituais fundamentais dos perfis profissionais desejados, elaborar as ementas, fixar a carga horária para cada disciplina, e sua respectiva denominação, (. . .)"

(20)

Assim, a inexistência de um dispositivo legal padronizando questões específicas, como as citadas anteriormente, possibilita diferentes denominações, cargas horárias, semestralidade ou anuidade, entre as diversas faculdades de Educação Física brasileiras. As mesmas identificam suas disciplinas da maneira que julgam propícia, ou conservam os nomes, quando os curriculos são compilados com base nos de outras instituições.

''Em decorrência dessa heterogeneidade de programas curriculares, evidentemente, existem instituições que se destacam pela excelente qualidade de seus cursos, formando profissionais de elevado nível e outros que cumprem exatamente o mínimo exigido pela legislação específica." (Vieira, 1996, p.2)

Os fatos relatados podem ser um dos determinantes que auxiliam, e até mesmo interferem, na conformação do perfil profissional do professor de Educação Física, que, a cada ano, é lançado no mercado de trabalho brasileiro. Assim como em outras carreiras, esse perfil se caracteriza, ou deveria se caracterizar, pela sua dinâmica rotativa, impondo transformações e adaptações por fatores axiológicos e movidos pelas necessidades e anseios da sociedade, buscando sempre adaptar-se para atender a esses reclamos.

Neste sentido, "É o homem a cada dia um novo homem e, portanto, uma sociedade que a cada ano, década, apresenta outras características" (Pellegrini,

1988, p.249).

Nas duas últimas décadas, houve o crescimento desordenado de IES, graças à massificação do ensino superior ocorrida no período pós 1968, que em

(21)

decorrência aumentou a quantidade em prejuízo da qualidade. Tal fato ganha maior atenção, gerando observações e estudos profundos no seio da comunidade científica e acadêmica, pois:

"Percebeu a comunidade intelectual que a expansão da quantidade afastou-se da qualidade, ocasionando o descompasso entre o que a universidade está formando e a sociedade está exigindo, uma vez que a realidade profissional dinâmica, em constante mutação, limita a compatibilização da oferta do mercado de trabalho e a formação profissional" (Costa, 1988, p.209).

Continuando, a mesma autora afirma que os cursos acabam por direcionar a formação com visão mais generalista e com conhecimentos superficiais de diferentes temáticas, ao invés de fazê-Ia "( .. .) como estudos básicos que possuíssem generalidade de conteúdo que permitissem gerar conhecimento para o exercício das diferentes funções profissionais(. . .)"

No caso específico deste estudo, o perfil profissional dos docentes responsáveis pela disciplina SUEFE nos diferentes cursos de Educação Física vem se modificando. A atribuição da responsabilidade a pessoal ligado à área da saúde, ou seja, médicos, fisioterapeutas e enfermeiras, é prática utilizada com freqüência nos centros que possuem os referidos cursos.

Gradualmente, apesar de incipiente, o que já se pode observar é a ocupação desse espaço por professores graduados em Educação Física. Consideramos esse um fator importante na formação do profissional específico da área, porque se os da área médica possuem amplo conhecimento e treinamento em urgência e podem contar com recursos e instrumentais encontrados em ambiente hospitalar, seus colegas da

(22)

Educação Física possuem vivência diferenciada. Isto se dá pelo fato de estarem no convívio diário onde ocorrem situações diversas, próprias das modalidades esportivas e das aulas práticas, com suas peculiaridades e acontecimentos, proporcionando o contato direto com as adversidades inerentes à carreira, isto é, ao ar livre, vivenciando interfe-rências decorrentes do vento, poeira, chuva, frio, sol e outras (Franco, 1996), ocorrências para cujo atendimento deveriam ser preparados.

Diante de todas essas verificações, a questão foi tomada como um dos objetos de estudo do Grupo de Saúde Coletiva/Epidemiologia e Atividade Física (GSCEAF) da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (FEF/UNICAMP) (Gonçalves, 1993). O Grupo foi criado em 1988, tendo, desde então, desenvolvido ampla atuação acadêmica em ensino, pesquisa e extensão, expressando-a tanto a nível nacional (Gonçalves, Araujo Júnior, Ghirotto et ai., 1993) como internacional (Gonçalves, Monteiro, Ghirotto et ai, 1993).

Vale dizer que a utilização da estratégia de discussão temática em grupos de estudos, é prática já utilizada em diferentes áreas. De acordo com Pérez Juste, Martinez Aragón (1989, p.55), é preciso que os centros de estudos sejam

"(...) capazes de dar lugar a wn clima favorável, que, pode ir criando lentamente atitudes positivas mediante a existência de espaço e tempo, dentro do horário do professor, para a leitura, o diálogo e a discussão".

Esses autores consideram importante e reforçam a utilização da troca de informações entre instituições, afirmando ser mais fácil de se obter êxito quando a mesma ocorre ao nível de grupo de pessoas do que individualmente. Justificam que a

(23)

utilização desta estratégia propicia motivação, apoio mútuo e reforço em situações de desânimo.

De igual forma, em SUEFE, a troca de informações entre os participantes nos cursos de Educação Física pode propiciar o enriquecimento dos assuntos a serem abordados e, de uma forma ou de outra, leva seus responsáveis a um aprofundamento de conhecimentos e utilização de recursos mais apurados, quer na forma de estudo, de pesquisa ou de aperfeiçoamento.

Esse procedimento de troca de informações e relato de experiências deve servir, também, para que se realizem avaliações e auto-avaliações. Neste ponto, citamos Santos Guerra (1993, p.l07), em referência a uma das características da avaliação.

"É educativa, ao menos, em dois sentidos: em primeiro porque se ocupa do valor educativo da ação escolar. Em segundo, porque ela mesma pretende ser educativa ao impulsionar o diálogo, a participação e a reflexão partilhada sobre a melhora".

Da mesma forma, nesta oportunidade buscamos, em SUEFE, o desenvolvimento científico e tecnológico da área, aglutinando cursos de Educação Física em torno de objetivos comuns. Dentre eles está a troca de conhecimentos e experiência docente por meio de reuniões decisórias sobre temas a serem abordados, atitudes e domínio docentes, dinâmica adotada na disciplina e a participação do alunado.

Ressaltamos que a construção de estratégias de ensino-aprendizagem e de modelos assistenciais alternativos, bem como o desenvolvimento científico e tec-nológico, somente se dão quando o sistema educacional, no cumprimento de uma de

(24)

suas finalidades, permite adaptações e interações com a sociedade que o cerca, indo, em conseqüência, alcançar o referido avanço conjunto e coordenado.

Para De La Orden (1993), o desenvolvimento de todo e qualquer processo baseia-se em modificações de outros já existentes, os quais sofrem ordenações de acordo com o surgimento de futos novos, como tecnologias mais recentes, transfor-mações de valores sócio-culturais (axiológicos) e diferenças geográficas, dentre outros fatores, numa dinâmica constante de adequações e mutações. Nesse sentido, lembramo-nos de Dias Sobrinho (1995, p.19) que, ao falar das transformações, discorre sobre paradigmas:

''Nem os velhos paradigmas científicos podem agora servir de pontos de partida únicos e sólidos. (. . .) As certezas científicas hoje duram pouco e cedem lugar para as dúvidas e os conhecimentos provisórios, como também ocorre, aliás, nos campos sociais, nas artes, na cultura, na moral, na política. "

Assim, quando a problemática existente exige novas soluções, pois as utilizadas não surtem o efeito desejado, devem-se buscar caminhos competentes em direção a outros universos do conhecimento.

Em relação à busca de melhor qualidade de ensino-aprendizagem, se os conteúdos, as técnicas operacionais, as abordagens, as estratégias não têm proporcionado resultados desejados, as mesmas devem ser revistas. De futo, nessa busca em prol da melhor qualificação profissional, tanto dos docentes quanto dos discentes, se fuz necessário o rompimento da dicotomia, quando se confrontam o discurso e a ação, freqüentemente existente nas IES.

(25)

Muítas vezes as ações do professor são dívergentes em relação ao que está nos planos de cursos, nas ementas das díscíplínas. Nesse sentído, aceítamos e íncorporamos a afirmação de Tojal (1995, p.S0-1) quando díscute a sítuação apontada:

"Estabelece-se, então, wn pacto de incompetência e mediocridade, passando a interessar ao corpo discente, somente o recebimento do documento que lhe garanta a possibilidade de ocupar wn espaço como profissional, e ao corpo docente wn trabalho "sem problemas"".

É ímportante que os responsáveís pela formação de futuros profissíonais do ensíno realmente tomem atítudes que estejam em consonâncía com as propostas educacíonaís prescritas quando da elaboração do planejamento curricular dos cursos. Em assím procedendo, lograrão alcançar produtos finaís maís eficíentes, dando conta do atendímento às necessídades do sistema educacíonal, em busca da satisfação dos anseíos da socíedade.

Neste ponto buscamos amparo em Nascímento, apud Chíavenatto (1987, p.376), que aponta a necessídade de adaptação dos sístemas educacíonaís ao meío ambiente, dando conta da ínteração, pela extensão de mão dupla que deve existír entre as duas comunidades:

"( .. .) o sistema precisa, às vezes, "anestesiar" certas necessidades "inadequadas", do ambiente, e "educá-lo", criando nele necessidades "adequadas", isto é, de produtos que o sistema "crê" sejam "melhores" para o ambiente. Assim, para garantir sua viabilidade, a organização deve oferecer ao ambiente produtos por ele necessitados ou, se for o caso, criar nele a necessidade de tais produtos, pois só

(26)

assim garantirá a continuidade da provisão de insumos e da absorção dos produtos;(. . .)"

Tal fato há muito vem sendo denunciado por diferentes autores. Dentre muitos que poderíamos citar, destacamos Coombs (1968, p.159), que, em uma de suas obras, afirma:

"Os sistemas de ensino precisam rever seus objetivos. Já não se trata mais de produzir a pessoa instruída, mas de produzir a pessoa instruída com capacidade de aprender e de adaptar-se eficientemente, durante a vida inteira, a um ambiente incessantemente em mudança".

Ora, como conseguir que a produção de pessoas irtstruídas com capacidade de aprender e de adaptar-se efetivamente seja consolidada? Para esta indagação o mesmo autor (p.72) responde, de maneira simples e clara:

"Para que haja uma melhora qualitativa, e não apenas quantitativa, é preciso que as escolas de formação de professores recebam um aumento de entrada de professores universitários de elevado padrão e alunos de bom potencial."

Aqui, a respeito das citações acima, fazemos um parênteses para explicar que, apesar do longo período decorrido da publicação das obras (1972 e 1968, respectivamente), não houve alteração que possa ser significativa de registro, em relação a determinadas disciplinas e práticas docentes na área do ensino e formação em

(27)

Educação Física. O fato é referendado por Tojal (1995) em suas observações, estudos e análises desenvolvidos sobre a programação de diferentes cursos existentes no pais.

A partir do exposto e visando atender às peculiaridades do presente trabalho, elegemos como estratégia de abordagem a implementação de Rede de Inves-tigação, objetivando estudar a adoção de modelo temático e operacional em SUEFE, conforme dados obtidos em investigação realizada por Gonçalves, Matiello Júnior, Ghirotto et ai., (1994).

Vale dizer que esse modelo de estratégia já vem sendo pensado, em termos institucionais, para utilização nos sistemas educacionais dos países membros do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). A esse respeito, o seminário "Desafios da Educação no Século XXI: Integração Regional, Ciência e Tecnologia", realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior - ABM e pelo Instituto Brasileiro de Qualificação do Ensino- IBQES no ano de 1995 em São Paulo, viabilizou ampla discussão sobre as bases para a educação no referente à integração regional, além de identificar grupos e núcleos de estudos para a construção de rede de conhecimento.

Franco (1995), na abertura desse seminário, enfatiza em seu discurso que as ações educacionais dos países de Terceiro Mundo se apresentam fraccionadas e atomizadas com sentido único de direção, carecendo de ação coletiva e interativa. Acrescenta, ainda, que, como fundamental, é necessária a criação de grupos de estudo e de pesquisa nas universidades, ao mesmo tempo que se invista na formação de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento de estudos interdisciplinares em busca de eficácia e excelência nas IES.

Inspirados nas situações apontadas até o presente momento é que tencionamos integrar, socializar e divulgar conhecimentos acadêmicos específicos, não com a magnitude e complexidade com que se apresentam no MERCOSUL, mas em

(28)

cinco cursos de Educação Física de quatro IES do Estado de São Paulo, através da disciplina Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes.

Compreendemos a necessidade e importância da implantação e desenvolvimento de nossa proposta e sabemos que questões do tipo "Será viável?" ou "Terá validade a aplicação da extratégia RI?" surgirão. Este trabalho, no seu transcurso, buscará enfrentar o desafio de respondê-las.

Em se configurando a viabilidade da aplicação da RI em SUEFE, e tendo assumido aspectos positivos de utilização, o presente trabalho poderá servir como objeto estimulador para outras áreas de conhecimento em diferentes níveis e instituições, buscando a descoberta de problemas e deficiências, de valores e sucessos e, assim, incentivar a solução das dificuldades e estimular a atualização, desenvolvimento e melhoria de capacitação docente/discente.

"Os dobres de finados já tocaram todos os gurus, também para os do campo educacional. Estamos naquela hora de auto-consciência em que, sós, olhamos para o horizonte a perguntar-nos para onde ir. Não nos faltam razões para desistir, venham estas de governos ou da sociedade como um todo. Mas a vida clama forte no profundo de nós, ela quer nossos últimos esforços de permanência e desperta em cada um o gosto dos caminhos novos. Tanto tempo conduzidos como cegos, levados por mãos alheias, precisamos dar agora nossas próprias passadas na direção que escolhermos, na tentativa de modificar a tediosa história da nossa educação que atravessou o império, a primeira e segunda repúblicas, a nova (?) república, e ameaça atravessar este tal de Brasil Novo de novidades tão antigas" (Moraes,

(29)

1991, p.14).

Aproveitando o sentido da mensagem dada pelo autor nas palavras acima, é que lançamos o desafio e destacamos os objetivos deste estudo. Além de acompanhar e verificar a exeqüibilidade e repetibilidade da aplicação de estratégia de RI, como forma de desenvolvimento da disciplina SUEFE em diferentes cursos de graduação do Estado de São Paulo, esperamos observar: sendo os programas executados por diferentes visões, quanto a sua organização, e os conteúdos ministrados de forma sistemática e competente, com temáticas úteis e viáveis de aplicação, poderão ser verificados se os mesmos foram retidos e fixados pelos alunos. Em assim ocorrendo, poderá possibilitar, pelo menos em relação aos acadêmicos, a melhoria da qualificação profissional.

Visando atender a esses objetivos, metodologicamente o trabalho foi desenvolvido através da organização de etapas, em consonância com as características operacionais da estratégia de RI.

Esta se constituiu pelas seguintes disciplinas das respectivas IES: Higiene I e li, da Faculdade de Educação Física da Associação Cristã de Moços de Sorocaba; Higiene e Socorros de Urgência, da Faculdade de Educação Física da Universidade São Judas Tadeu de São Paulo; Educação em Saúde e Urgência em Educação F"!Sica, do Departamento de Educação F"!Sica da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista de Bauru e Epidemiologia Desportiva, da Faculdade de Educação Física da Universidade Metodista de Piracicaba.

Assim, no primeiro momento, chamado de planejamento, foram organizadas reuniões com os docentes das quatro IES envolvidas, visando: definição das temáticas e conteúdos básicos comuns a serem ministrados e ordenação e padronização de procedimentos pedagógicos e adoção de intrumentos de avaliação.

(30)

No momento subseqüente, foi realizada a segunda etapa, denominada de aplicação, na qual dois instrumentos de avaliação foram utilizados. Um deles, protocolo padrão de pontuação, para avaliação do processo e o outro, organizado em forma de baterias de testes, para avaliação da aprendizagem.

O momento seguinte foi aquele em que foram aplicados procedimentos analíticos aos dados obtidos na fase anterior. Assim, em relação aos quantitativos, foi utilizado o teste de Goodman, que se relaciona às comparações e associações entre e dentro de populações multinomiais, e teste de proporção binomiais para comparações quanto ao gênero. Destacamos que todas as inferências estatísticas foram realizadas no nível de 5% de significância e, os resultados, apresentados sob forma tabular e gráfica.

Quanto aos dados qualitativos, utilizamos a técnica de análise de conteúdo e seus resultados são apresentados na forma de tabelas.

Em relação à organização do trabalho, o mesmo foi dividido em capítulos e apresentado segtmdo projeto de redação, a seguir.

Após este momento de introdução, através do qual se procurou apresentar todo o universo do efetivamente pensado e realizado durante a pesquisa, segue o 1

º

capítulo.

Neste, buscamos a realização de levantamento bibliográfico, tendo sido consultadas obras na forma convencional, como livros, periódicos, teses e outras, como as oferecidas pela informática e armazenadas em bases de dados. Desta maneira, pudemos proceder ao estudo do material coletado sobre a temática aqui abordada, pesquisada e desenvolvida.

No segundo capítulo procedemos à apresentação do Material e Métodos utilizados e delineamento dos passos e procedimentos adotados na pesquisa.

(31)

O terceiro capítulo caracteriza-se pela apresentação dos resultados obtidos através da aplicação dos instrumentos utilizados.

A discussão desses resultados é o conteúdo do capítulo quarto, o que nos leva ao encerramento do trabalho com a respectiva conclusão.

(32)

CAPÍTULO 1 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

O trabalho que pretendemos desenvolver trata da verificação das reais possibilidades de aplicação de uma Rede de Investigação, com seus conceitos e procedimentos, em programas da disciplina Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes que vem sendo desenvolvida em diferentes cursos de formação profissional em Educação Física. Neste sentido, objetiva buscar critérios e procedimentos que venham possibilitar a melhoria da qualidade do trabalho docente nos cursos de 3º grau e, conseqüentemente, oferecer sistemática de preparação e desenvolvimento de conteúdos para outras disciplinas do programa e, certamente, estará oportunizando melhor qualidade na formação de profissionais de Educação Física.

Visando dar conta desse nosso objetivo, realizamos, no primeiro momento desse estudo, levantamento e revisão bibliográfica sobre questões de Rede de Investigação e de Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes. Nesta revisão buscamos identificar as diferentes maneiras e tratativas que as temáticas, ao longo do tempo, já sofreram por parte de outros pesquisadores.

Com esse intuito, iniciamos nosso caminhar observando o que a Oficina Panamericana de la Salud (OPS) já desenvolveu sobre Rede de Investigação, uma vez que esta organização é a que mais se utiliza do referido modelo de investigação dentro do sistema de saúde, que é, portanto, a área que mais tem auxiliado no desenvolvimento e consolidação dessa estratégia.

A OPS (1983), ao se referir à importância da informação técnica e científica para a eficiência de um grupo de investigação e desenvolvimento, aponta

(33)

que freqüentemente estas informações se encontram dispersas e distintas, podendo ocorrer problemas de eficiência e eficácia. Com o estabelecimento de Redes de Investigação, através da colaboração coordenada, essa situação pode ser superada, pois oferece a possibilidade de melhor rendimento científico, superando as insuficiências institucionais existentes.

Seu objetivo é o de proporcionar a vinculação de investigadores de uma região que estejam desenvolvendo estudos semelhantes, podendo-se compartilhar pessoal, recursos, programas ou informações. Além disso, evita a sobreposição de estudos e proporciona maior conhecimento e espírito de equipe ao ser considerada como um organismo quase único e não como indivíduos isolados. As atividades desenvolvidas durante o transcurso da RI têm finalidades que variam de acordo com o interesse do grupo proponente e, entre estas, são assinaladas: investigação, consultoria, informação ou documentação, treinamento, normalização, qualificação e outras.

Gonçalves (1994, p.44-5), observando os preceitos da OPS sobre o tema, tanto como estudioso do tema quanto como participante efetivo da modalidade, conceitua Rede de Investigação como:

''RI consiste de estratégia para desenvolvimento científico e tecnológico de determinada região geográfica e/ou área de conhecimento, baseado no trabalho voluntário de pequeno grupo de especialistas, que, atuando tecnicamente em diferentes instituições, busca avanço conjunto e coordenado, em torno de núcleo de referência que atue como retaguarda e vanguarda de todo o processo" .

(34)

Iniciando nosso levantamento junto às publicações de trabalhos de autores que se interessaram e estudaram essa questão, encontramos a obra "Estudo Colaborativo Latinoamericano de Malformações Congênitas: ECLANC/MONITOR, de Castilla, Orioli (1983). Nela, é realizado estudo sobre Malformações Congênitas, e seus autores verificaram e concluíram que o trabalho colaborativo e de grande alcance é bastante factível na América Latina. A estratégia adotada é aplicada com freqüência (a experiência iniciou-se em julho de 1967 na Argentina) e êxito na América Latina e Caribe e, basicamente, consiste na adoção de modelo temático e operacional em Saúde por voluntários que atuam na área.

Os autores, no desenvolvimento do estudo, perceberam que a . característica principal da estratégia é o esforço articulado de geração e de aplicação de conhecimentos e procedimentos voltados a contribuir, direta e indiretamente, para o ordenamento e eficácia dos resultados, serão sempre alcançados e possíveis de serem verificados, o que grupos ou pessoas isoladas encontrariam dificuldades bastante acentuadas para execução.

Após verificarmos a assertiva das afirmações feitas pelos autores a

respeito do processo vivenciado pelos mesmos, reconhecemos, como

experimentação para nossa investigação, ser mais eficaz o trabalho coletivo com a participação de vários interessados, pois os pensamentos diferentes somam-se na produção de um procedimento único e melhor elaborado.

Já em relação aos beneficios advindos da dinâmica empreendida na fase de planejamento da estratégia RI, acreditamos serem um dos pilares de sustentação da evolução para a melhoria de qualidade, bem como para criar ambiente propício às mudanças. Em outras palavras, durante o decorrer das reuniões para definir objetivos, estratégias, dinâmica, instrumentos e outros elementos que irão compor o modelo proposto, as exposições, opiniões, sugestões, enfim, trocas de

(35)

informações e experiências expressadas pelos membros participantes, por SI só terminam por serem proveitosas. Nesse momento, as próprias atitudes, observadas a partir da exposição de seus pares, são (re)avaliadas.

Não é graciosamente que acreditamos nessa nossa afirmação. Esse ponto é referendado por Pérez Juste, Martinez Aragón (1989), na obra intitulada "Avaliação de Centros e Qualidade Educativa". No seu transcurso, os mesmos identificaram e acentuaram que, mesmo que as informações e observações se dêem de forma descritiva, essas trocas acabam sendo bastante emiquecedoras, pois resultam na confirmação das próprias atitudes, opiniões, condutas e experiências, ou possibilitam, pelo composto de consideração que venha a receber, sua revisão e mesmo modificacão, quando for o caso.

Completando, os autores (p.55) consideram que é preciso

"( .. .) criar inquietudes e motivar as trocas a nível individual, mediante atuação como a investigação na aula ou similares, de modo que nos Centros se dêem crescimentos ativos capazes de dinamizar a vida acadêmica e promover iniciativas de melhora".

Tal afirmação fundamenta e legitima nosso pensamento de que os beneficios, direta e indiretamente, advindos da utilização da estratégia RI são bastante ricos.

Dessa forma, é possível considerar que os autores, assim como nós, são bastante favoráveis às reuniões de discussão que envolvam elementos de uma mesma especialidade, ou de especialidades afins, com o intuito e propósito definido de realização de trabalho coletivo e coordenado, com objetivos comuns,

(36)

visando sempre a busca de avanço e melhoria da qualidade de atuação e procedimentos em setores específicos de suas áreas de atuação.

Continuando nosso levantamento em relação às características da RI, encontramos em Gonçalves, Gonçalves (1984), a montagem de sistema composto pelas seguintes instâncias: Secretarias Estaduais de Saúde, para treinamento em hanseníase e Ministério da Saúde, organizando e mantendo cursos para graduados nas diversas regiões brasileiras, tendo como objetivo o desenvolvimento de recursos humanos qualificados para operacionalização de serviços de saúde pública, buscando a melhoria do controle de diferentes doenças endêmicas no país.

Verificamos que os princípios de desenvolvimento de RI estiveram presentes neste trabalho e seus resultados foram considerados satisfatórios pelos autores, devido às características favoráveis da aplicação, tendo, os mesmos, se tomado objeto de amplas discussões em encontro internacional.

Em 1996, Pitta, quando da realização da Oficina de Trabalho Preparatório ao Encontro Nacional sobre "Perspectivas para a Rede IDA e UNI e Formação e Capacitação de Recursos Humanos para o SUS", realizada em Salvador, BA., destacou "as relações entre o ensino das profissões de saúde e a reorientação

dos modelos assistenciais baseados nos princípios da equidade, integralidade e universalidade da atenção à saúde". Assim, verificamos que essa estratégia é amplamente utilizada na área de Saúde em nível internacional e em nosso país.

Nosso trabalho foi mais além. Com referência à aplicação de rede em outras áreas do conhecimento e da sociedade, constatamos que na da educação existe projeto de cooperação internacional, intitulado Programa ALFA - América Latina Formação Acadêmica, criado pela União Européia no ano de 1994 (UNICAMP, 1996). Visa cooperação mais efetiva entre Instituições de Ensino

(37)

Superior, seguindo tendência atual de formação de redes. Esse programa apresenta como objetivo principal a congregação de IES da América Latina e Europa, na busca de desenvolvimento de atividades de cooperação entre elas, para a formação científica e tecnológica, eliminando deficiências e superando desigualdades, por meio da melhoria do potencial científico, acadêmico e tecnológico.

Prosseguindo nesta mesma linha de verificações, destacamos, entre os órgãos de fomento que auxiliam os centros universitários brasileiros, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (F APESP).

No primeiro deles, encontramos o programa de incentivo ao desenvolvimento de pesquisas denominado Projeto Integrado de Pesquisa (Brasil, 1997). Convergente ao modelo de RI, tem como objetivo apoiar projeto de desenvolvimento por equipe científica para inovação científica e tecnológica.

Além disso, da mesma forma que nosso trabalho, visa gerar novos conhecimentos e treinamento de recursos humanos, integrando grupo de pesquisa que atue em tomo de uma mesma temática. Outra característica do projeto do CNPq é a colaboração, por adesão voluntária, de pesquisadores que envolvam uma ou mais IES e que, de igual forma, sejam parte integrante dos princípios da estratégia RI adotada, nesta investigação, como proposta de desenvolvimento

Já a FAPESP oferece o chamado Projeto Temático (São Paulo, 1995). Dentre os critérios para avaliação da equipe proponente para a execução do projeto, são destacadas a capacidade do coordenador da equipe em formar pesquisadores, experiência de intercâmbio em colaboração com pesquisadores de outras instituições brasileiras e que os membros da equipe estejam vinculados a um ou vários centros. Acrescenta, ainda, que o mesmo visa a obtenção de resultados coerentes sobre um tema de pesquisa.

(38)

Compreendemos que tanto CNPq quanto FAPESP, não são órgãos que, prioritariamente, executam pesquisas, mas estimulam, auxiliam e incentivam suas realizações. No nosso caso, não serviriam como referencial bibliográfico de sustentação e apoio, porém, justificamos suas inclusões em nosso trabalho para mostrar que os mesmos estimulam e prestam auxílio a projetos com desenvolvimento equivalente ao de Rede de Investigação.

Procurando maior aproximação com a área de ensino na carreira de Educação Física, verificamos, ainda, a existência de trabalho acadêmico efetivado no ano de 1988 por Araujo Júnior (1993), com os docentes responsáveis pela disciplina Natação, em vinte e três faculdades do Estado de São Paulo que mantinham o curso de Licenciatura em Educação Física. Desprovido da preocupação de coleta sistemática de dados, porém adotando pressupostos semelhantes aos de RI, tinha como proposta a adoção de conteúdo básico na formação de futuros profissionais, deixando a critério individual ou de interesse institucional, a inserção de outros componentes programá-ticos. O autor relata que ao final de dois anos, somente oito das IES comprometeram-se com a proposta e que algumas dificuldades de operacionalização foram encontradas du-rante o desenvolvimento da experiência, dentre as quais cita: i) distância entre as IES; ii) falta de interesse da lnstituição na liberação de recursos financeiros para transporte visando a participação de seus docentes em reuniões programadas; iii) tempo disponível dos docentes para participação nas referidas reuniões, e iv) acomodação dos docentes, talvez por inércia, incompetência, impotência ou identificação com o programa já exis-tente.

Seguindo esse caminho no rastreamento de referencial bibliográfico, nos deparamos com publicação de Gonçalves (1994), abordando proposta de montagem de Rede de Investigação. O trabalho, intitulado "Rede de Investigação em Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes: Fundamentação e Relato de Experiência",

(39)

especificamente, a partir de experiência acumulada pelo Grupo de Saúde Coletiva/Epidemiologia e Atividade Física da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, do qual tivemos oportunidade de participar, trata de adoção de modelo temático e operacional unificado em alguns centros universitários de diferentes cidades do Estado de São Paulo.

A investigação, apesar de não terem sido efetivadas as fases de execução e análise, não sendo portanto conclusiva, é muito nca em informações, servindo efetivamente de parâmetro para a conformação do desenho experimental utilizado em nosso trabalho. Mencionamos que além de sua importância como instrumento balizador ao se prestar como referencial nesta elaboração, Gonçalves (p.48) conclama e estimula a participação de outros especialistas. Atendendo a sua solicitação

"Participe você também, caro leitor, professor da área", nos dispusemos, da mesma

forma, a enfrentar o desafio.

Mais recentemente encontramos relatório do grupo retro-mencionado, com aUXIlio do Fundo de Apoio ao Ensino e à Pesquisa (FAEP-UNICAMP), intitulado "Saúde e Urgência em Educação Física e Esportes: estudo multicêntrico colaborativo no Estado de São Paulo, Brasil". Esse relatório resultou em publicação de Gonçalves, Monteiro, Matiello Júnior et al (1996), sendo que nela somos um dos autores. Na experiência os autores desenvolveram estudo em quatro faculdades que mantinham o curso de Educação Física do Estado de São Paulo, visando explorar a adoção de modelo temático e operacional unificado, efetivando comparações para formação técnica na área. Para tanto, foi utilizada a estratégia de RI, com objetivos de fomentar o desenvolvimento científico e docente e subsidiar políticas públicas setoriais e, ao final, concluiu-se que o emprego de RI em nosso meio é viável. Outro aspecto que os autores mostram (p.llO) é que: "num processo democrático e coerente, o aperfeiçoamento didático-pedagógico se efetiva quando

(40)

é ouvida a voz daqueles para quem se está falando". A partir dessas conclusões, reafirmamos ser exeqüível o desenvolvimento de nosso trabalho, reunindo, em tomo de interesses comuns, profissionais que ministram a disciplina SUEFE.

Partindo para uma visão mais ampla da aplicabilidade de rede e deixando os caminhos diretamente ligados com o ensino, lembramo-nos do meio de comunicação televisada. A partir de 1950, época inicial de suas transmissões, as emissoras levavam suas imagens somente aos aparelhos que se situavam próximos de suas estações geradoras. Com o aumento de potência de transmissão e às custas de aparelhagens mais sofisticadas, a população que sintonizava essas imagens, cada vez mais foi aumentando. Atualmente, programas gerados em uma cidade localizada no sul do país, por exemplo, são captados em toda extensão nacional, e até mesmo ultrapassando, nas áreas fronteiriças, seus limites territoriais, graças ao processo de articulação derivado da informática, denominado de rede. Para Fernandes (1994) tal palavra tem o significado de fluxo, fluidez, operacionalização ágil, desde que organizada. Algumas emissoras dedicam-se à produção de programas educativos, o que as caracteriza como redes de emissoras de educação e cultura.

Da mesma forma, podemos citar o caso das emissoras de rádio. Muito embora suas audiências situarem-se, mais restritamente, no nível local e, em alguns casos, regional, igualmente e quando for necessário, podem se fazer ouvidas em todo o país por meio do estabelecimento de redes, como é o caso da Rede Nacional de Notícias, programa diário gerado pelo governo federal (A Voz do Brasil), a partir da capital Brasília, e que é retransmitido por quase todas as emissoras brasileiras.

Em nível mais abrangente, vtve-se atualmente no âmbito da comunicação informatizada, o que Krol (1994) denominou como a maior realização humana conhecida em correio eletrônico: a rede Internet. Sob o ponto de vista físico

(41)

é uma conexão entre redes e, para o usuário, aparece como um grupo de serviços disponíveis para a troca de informações entre indivíduos. Segundo dados obtidos dentro do próprio sistema, atualmente é estimado em 45 milhões o número de pessoas conectadas à Internet.

A segunda temática abordada por este trabalho é aquela que trata dos assuntos pertinentes à Saúde e à Urgência em Educação Física e Esportes. Na maioria dos cursos superiores de Educação Física do Brasil, duas disciplinas curriculares são componentes para a formação do profissional da área: Higiene e Primeiros Socorros. A primeira é aquela na qual, de acordo com Soares (1994), se discute o papel da Educação Física estruturada, através de um entendimento anatomo-fisiológico do movimento humano. Segundo a autora (p.122),

"Os médicos colocavam o estudo da higiene elementos como complemento preparatório da Educação Física, tornando-a ( .. .) um procedimento higiênico a ser adotado naquela instituição e

incorporado como hábito para toda a vida."

Já na segunda disciplina, Primeiros Socorros, a traumatologia em Educação Física e Desportes. Nesse enfoque são transmitidos os conceitos de entorses, avulsões, luxações, fraturas, hemorragias, imobilizações, primeiros cuidados, e outros. Neste ponto, esclarecemos que, de acordo com Hammerly, (1979, p.13), "primeiros socorros é o tratamento imediato e provisório dado em caso de acidente ou enfermidade imprevista, fora do ambiente hospitalar".

Apesar da relevância da questão, quando centramos foco nas publicações e estudos realizados por especialistas, principalmente no âmbito escolar, verificamos que poucas são as publicações a esse respeito. Sem dúvida, as investigações

(42)

sobre as temáticas em SUEFE encontram-se pouco exploradas e pudemos identificar, dentro do espaço universitário, apenas alguns trabalhos individuais (Lopes, 1992) e de grupos de estudo (Gonçalves, 1997).

De fato, essa situação pode ser observada através do Quadro 1, a seguir, no qual é possível verificar o número de publicações de assuntos sobre saúde e primeiros socorros. É importante esclarecer que quando da busca de referencial teórico nas bases de dados disponíveis, objetivamos alcançar maior número possível de assuntos pertinentes à temática em pauta. Desta forma, a associação de palavras como Emergência, Urgência e Primeiros Socorros apresentou-se bastante numerosa, porém relacionada geralmente a assuntos pertinentes ao âmbito intra-hospitalar. Já na busca daqueles conteúdos que mais interessam à nossa área de atuação, agregamos a palavra Educação Física, conduta que resultou em universo bastante reduzido quantitativamente.

Quadro 1. Número de artigos publicados sobre Emergência, Urgência, Primeiros Socorros e Educação FISica mencionados nas bases de dados, segundo associação de uniterrnos.

Base de Dados Medline Lilacs Umbibli Sport Discus Total Associações Adotadas Emergência e Urgência e Primeiros Socorros 51419 473 106 1971 53969 Emergência e Urgência e Primeiros Socorros e Educação FISica

o

o

o

45 45

(43)

Devemos salientar que os cursos de Educação Física eram os únicos em que seus acadêmicos recebiam esse tipo de informação. Até há bem pouco tempo, nem mesmo o curso de Medicina, da UNICAMP por exemplo, oferecia tal conhecimento como componente curricular. Mais recentemente (1994), o estudante dessa área já toma contato com as técnicas de primeiros socorros extra-hospitalares, graças à redefinição da ementa de disciplina regular, obrigatória e específica já existente anteriormente (UNICAMP, 1993, UNICAMP, 1994).

Atualmente a tendência nos cursos de Educação Física é favorecer a exploração de ambas as temáticas, de Higiene e de Primeiros Socorros, através de uma única disciplina, sendo que em alguns deles já encontramos tal união, porém a maioria deles ainda resiste a esta tendência, preferindo mantê-Ias como na sua origem.

Se ainda persiste essa indefinição na área, entendemos como oportuno estar buscando saídas que permitam equacionar a questão do conhecimento específico. Assim é que realizamos este estudo na busca de entender os objetivos que se seguem.

(44)

'

CAPITULO 2- OBJETIVOS

Este estudo, após realização do Levantamento Bibliográfico, formula os seguintes objetivos:

1 - Verificar a exeqüibilidade da aplicação de estratégia de Rede de Investigação para o ensino de Saúde e Urgência em Educação Física.

2 - Qualificar a repetibilidade da iniciativa cotejando instrumentos e resultados com os de experiência anterior.

3 - Caracterizar quantitativamente, a partir da ótica discente, aspectos como adequação e oportunidade dos temas adotados, competência técnica e pedagógica do docente e participação discente.

4 - Finalmente, trata-se de observar, em que medida a iniciativa desenvolvida gera elementos singulares e diferenciados entre gêneros, períodos de aulas, origem das entidades e quantidade de alunos em classe.

Visando a consecução dos objetivos propostos, adotamos metodologia, a seguir especificada, para ser aplicada em universo a ser identificado no capítulo seguinte.

(45)

CAPÍTULO 3 -MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CENTROS PARTICIPANTES

O estudo foi desenvolvido em quatro IES do Estado de São Paulo que formam profissionais em Educação Física através de cinco cursos e que possuem, em seu interior, diferentes características.

A Faculdade de Educação Física da Associação Cristã de Moços de Sorocaba, que é particular e isolada, isto é, não inserida em Universidade, trata da temática de Saúde através das disciplinas semestrais de Higiene I e Higiene II para dois turnos. O curso diurno (FEFISO D) possui 26 e 23 alunos e o noturno (FEFISO N), 36 e 29 de ambos os gêneros, respectivamente naquelas disciplinas.

Na Universidade São Judas Tadeu (USJT), também particular, onde é desenvolvida a formação de profissionais de Educação Física através de sua Faculdade de Educação Física, a disciplina que trata de Saúde e Urgência denomina-se Higiene e Socorros de Urgência, e é oferecida como disciplina anual a 97 alunos de ambos os gêneros do 3º ano matutino.

Em Bauru, o curso que forma profissionais de Educação Física é oferecido através do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (UNESP), instituição pública, na qual a disciplina que trata dessa temática é identificada como Educação em Saúde e Urgência em Educação Física, ministrada unicamente no 7º semestre no período diurno com 30 alunos dos gêneros masculino e feminino.

A Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), entidade particular, que mantém curso regular de formação profissional de Educação Física e que,

Referências

Documentos relacionados

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

A descrição das atividades que podem vir a ser desempenhadas pelo AVISA, além de se fundamentar na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, envolvendo desde as ações

(2008), o cuidado está intimamente ligado ao conforto e este não está apenas ligado ao ambiente externo, mas também ao interior das pessoas envolvidas, seus

Considerando que a criminalização do aborto voluntário no primeiro trimestre da gravidez é uma grave intervenção em diversos direitos fundamentais da mulher e que essa

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e

Para al´ em disso, quando se analisa a rentabilidade l´ıquida acumulada, ´ e preciso consid- erar adicionalmente o efeito das falˆ encias. Ou seja, quando o banco concede cr´ editos

Cuidados Paliativos: assistência humanizada a pacientes com câncer em estágio terminal.. Juiz de