PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
MÓDULO 19
Das ações possessórias. Manutenção de posse. Reintegração de posse. Interdito proibitório.
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Proteção à posse:
Autotutela (proteção do bem por iniciativa do possuidor)
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Autotutela - Artigo 1.210, § 1º, do Código Civil
O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção ou restituição da posse.
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Tipos de interditos possessórios
-Ação de reintegração de posse (recuperação)
- Ação de manutenção de posse (conservação ou proteção)
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Ações que não podem ser confundidas com as possessórias
1. Ação de imissão de posse (ação fundada na propriedade)
2. Ação reivindicatória (art. 1.228 do CC - o proprietário precisa reaver o bem, quando foi privado injustamente de reavê-lo)
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3. Nunciação de obra nova
Possuidor ou proprietário precisam impedir a construção de obra nova em imóveis vizinhos que prejudiquem seu imóvel.
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4. Embargos de terceiro
Permite ao terceiro, que não é parte do processo, recuperar a coisa objeto de constrição judicial.
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Definição dos três interditos proibitórios
1. Esbulho: o bem é desapossado. Exemplo: invasão ou expulsão do possuidor do imóvel.
2. Turbação: perda parcial da posse, mas sem desapossamento do possuidor. Exemplo: destruição do muro do possuidor.
3. Ameaça: não há atos materiais concretos, o intenção de esbulhar ou turbar a posse.
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Artigo 554 do Código de Processo Civil
A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
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Cumulação de pedidos:
- Condenação em perdas e danos. - Indenização dos frutos.
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Natureza dúplice das possessórias - Artigo 556 do Código de Processo Civil
É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
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ATENÇÃO
Não se trata de reconvenção, mas de natureza dúplice da possessória, isto é, autoriza
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O réu poderá cumular também:
reparação de danos indenização de frutos
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Conceito de exceção de domínio
Exceção de domínio é a possibilidade de o réu defender-se, com êxito, na ação possessória, alegando a qualidade de propriedade do bem.
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Posicionamento atual:
Não se permite mais que nas ações possessórias se alegue ou se discuta propriedade, ou que o juiz julgue com base nela.
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Agora, não há mais em nosso ordenamento jurídico, em nenhuma circunstância, a exceção de domínio, revogando-se a Súmula 487 do STF.
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Artigo 557 do CPC
Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
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ATENÇÃO
Desde o ajuizamento da ação possessória até o trânsito em julgado não se admite ação de reconhecimento de domínio, envolvendo as mesmas partes.
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Finalizada a ação possessória, aquele que quiser propor ação dominial poderá fazê-lo. Entretanto, se o fizer pendente a possessória, o processo será extinto sem resolução de mérito, por falta de pressuposto processual negativo, o que poderá ser reconhecido de ofício pelo juiz de direito.
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Tipos de ação possessória
•Força nova
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Ação de força nova é aquela intentada dentro do prazo de ano e dia, a contar da data do esbulho ou da turbação. Nesse caso, há possibilidade de liminar própria, com requisitos específicos.
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Depois desse prazo, o procedimento é comum. Por isso, o que interessa é a posse por força nova, ou seja, ante de ano e dia.
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A concessão da liminar não exige perigo nem urgência, mas somente que o autor demonstre, em cognição sumária, que tinha a posse e foi esbulhado ou turbado, há menos de ano e dia.
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Competência
- Bem móvel: domicílio do réu (artigo 46 do CPC)
- Bem imóvel: foro da situação da coisa (artigo 47, § 2º, do CPC)
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AÇÕES POSSESSÓRIAS
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AÇÃO DE REITEGRAÇÃO DE POSSE
Essa ação é proposta pelo possuidor que perde a posse de um bem (móvel ou imóvel) em razão de ação ilícita de terceiro.
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O objetivo da ação de reintegração é devolver a posse ao antigo possuidor. Essa ação só tem cabimento quando ocorre o efetivo esbulho (perda) da posse. Artigo 560 do CPC
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A fundamentação legal para a propositura da ação está no art. 1.210 do Código Civil:
“O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.”
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As ações possessórias encontram-se disciplinadas nos arts. 554 a 568 do Código de Processo Civil.
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O procedimento especial previsto nos arts. 560 a 566 do Código de Processo Civil só se aplica para aquelas situações em que a ação busca proteger a posse dentro de ano e dia da turbação ou esbulho (art. 558 do CPC). Nas demais, aplica-se o procedimento comum.
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A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil.
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É imprescindível que a inicial indique a prova da posse e a data da ocorrência do esbulho.
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A citação será pessoal se figurar no polo passivo grande número de réus. Nos demais casos, poderá ser feita pelo correio (art. 246, inciso I, do CPC)
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O réu ou réus serão citados para oferecer a contestação no prazo de 15 (quinze) dias, conforme o art. 335 do CPC).
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Se houver audiência de justificação prévia para concessão da liminar, o início do prazo para contestar começa a fluir no dia seguinte da audiência, se for dia útil.
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A ação de reintegração de posse deve ser ajuizada no foro onde está localizado o imóvel (Art. 47 do CPC)
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DOCUMENTOS
• Certidão de casamento • Documentos pessoais
• Escritura ou compromisso de compra e venda • IPTU do imóvel
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• Nota fiscal de ou outro documento de propriedade, quando se tratar de bem móvel
• Fotos do local, quando for o caso • Cópia de boletim de ocorrência • Rol de testemunhas
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CONTESTAÇÃO
A ação de reintegração de posse é de natureza dúplice. A contestação ganha especial relevo, visto que o réu pode, por meio dela, requerer proteção possessória contra o autor.
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VALOR DA CAUSA
O valor da causa deve ser equivalente ao bem objeto do litígio. Tratando-se de bem imóvel, pode-se lançar o valor do IPTU que também recebe o nome de “valor venal”.
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AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE
Artigos 554 a 568 do CPC
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A ação de manutenção de posse é proposta pelo possuidor ou proprietário que tiver sua posse turbada (perturbada) por terceiro. O possuidor não chega a perder a posse, mas sofre ataques de terceiros, acarretando-lhe inquietação, como, por exemplo, no caso de tentativa de invasão.
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O fundamento legal está amparado no caput do art. 1.210 do CPC. As ações possessórias encontram respaldo legal nos arts. 554 a 568 do CPC.
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O procedimento especial está previsto nos arts. 560 a 566 do CPC e só se aplica naquelas situações em que a ação busca a proteção possessória no prazo de ano e dia da turbação ou esbulho (art. 558 do CPC).
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A petição inicial está fundamentada nos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil, considerando, ainda, que o autor deve provar a sua posse e a data da ocorrência da turbação.
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Concedida ou não a liminar, o autor deverá promover a citação do réu nos 05 (cinco) dias subsequentes.
Da decisão cabe agravo de instrumento (artigo 1.015, inciso I, do CPC)
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Valor da causa
Valor que está no IPTU ou no chamado
“valor venal”.
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O foro competente para distribuição da ação de manutenção de posse é o local onde está localizado o imóvel (art. 47 do CC).
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O juiz pode marcar audiência de justificação prévia. O réu poderá ser citado para participar da audiência de justificação prévia.
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O procedimento segue o comum (artigos 319 ao 495 do CPC)
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AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO
Artigos 1.210 do CC e Artigos 567 e 568 do
CPC
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A ação de interdito proibitório tem em vista proteger preventivamente a posse de quem se acha na iminência, ou sob ameaça, de ser molestado na sua posse.
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ATENÇÃO
Se no curso da demanda da simples ameaça o fato se concretizar para turbação ou esbulho, haverá a mudança de interdito para manutenção ou reintegração, conforme o caso.
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Além da proteção possessória, o autor, segundo o art. 555 do CPC, pode requerer:
a) condenação do requerido em perdas e danos; b) indenização dos frutos que deixou de receber; c) imposição de medida que evite nova turbação ou esbulho.
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O fundamento legal está nos artigos 1.210 do Código Civil e 567 e 568 do Código de Processo Civil.
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Petição inicial (artigos 319 e 320 do CPC)
Indicar a posse e a data da ocorrência do início da possível turbação ou esbulho.
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O autor deverá requerer também a fixação de multa que amedronte ou desanime o réu a perpetrar a turbação ou o esbulho.
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O foro competente é a comarca onde está localizado o imóvel (artigo 47 do CPC)