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Elementos constitutivos dos negócios jurídicos. a) Gerais: capacidade, objeto lícito e possível e consentimento.

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2o. MÓDULO DE DIREITO CIVIL I

Elementos constitutivos dos negócios jurídicos I. Elementos essenciais:

a) Gerais: capacidade, objeto lícito e possível e consentimento.

• Capacidade do agente: para que um ato seja considerado válido é necessário que o agente tenha capacidade; por esse motivo, os relativamente incapazes são assistidos, e os absolutamente incapazes são representados. Na falta de representação o ato será nulo (CC. art. 166, I), e na falta de assistência, anulável (CC. art. 171, I)

Convém observar que, salvo os atos personalíssimos, todos os demais podem ser praticados por representantes (CC. art. 116) e são três as espécies de

representação:

. legal: a quem a norma confere poderes para administrar bens alheios, como

os pais, em relação aos bens dos filhos menores (CC. art. 115, 1ª parte), tutores quanto aos pupilos (CC. art. 1747, I), e curadores pelos curatelados (CC. art. 1774)

. judicial: quando são nomeados pelo magistrado como o curador de herança

jacente, o síndico, o inventariante, caso em que temos uma representação imprópria pois foge da noção de dupla vontade.

. convencional: quando se verifica o instrumento de mandato (CC. arts. 115,

art. 2ª parte, 653 a 692 e 120, 2ª parte).

Além da capacidade geral existe, também, para a prática de certos atos, a necessidade de uma capacidade especial em certos casos:

. outorga uxória ou marital: CC., art. 1647, I

. proibição de venda de bem a descendente sem ciência dos demais: CC. art. 496, parágrafo único.

. casos de indignidade: CC. arts. 1814 a 1818

. impedimento de o curador adquirir bens do curatelado: CC. art. 497,I

• Objeto lícito e possível: é necessário que o objeto envolvido no ato jurídico seja física e juridicamente possível e mais, que não ofenda a lei.

. objeto lícito: a prestação deve ser lícita, ou seja, deve estar de conformidade

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que objetivem usura, contrabando, câmbio negro, e etc. Ilícito ou impossível o objeto, nula será a obrigação (CC., art. 166, II ), não produzindo qualquer efeito o ato.

. objeto possível: porque o objeto da obrigação tem que ser possível, pois do

contrário não é suscetível de cumprimento. Distingue-se a possibilidade material da possibilidade jurídica. Possibilidade material diz respeito a realização do objeto em si mesmo. E a possibilidade jurídica pretende que a obrigação realize-se em conformidade com a ordem jurídica.

O requisito da possibilidade esta presente em toda prestação, positiva ou negativa, pois é intuitivo que, em cada caso, se o sujeito devedor de uma ação, ou de uma omissão, a nada pode se obrigar se a prestação não for possível de ser realizada. Se a impossibilidade for concomitante à constituição do vínculo, este não se forma.

Mas, se no entanto, a impossibilidade for superveniente, torna a obrigação inexeqüível. Se a impossibilidade for provocada por caso fortuito ou força maior, ela libera a obrigação. Se, no entanto, a obrigação se impossibilitar por causa de alguém, a este responsável caberá arcar com ela.

A impossibilidade pode ser física ou material, legal ou. Jurídica:

• haverá impossibilidade física ou material sempre que a estipulação concernir a prestação que jamais poderá ser obtida ou efetuada, por contrariar as leis da natureza (loteamento da lua, comprar o oceano), ultrapassa às forças humanas; • haverá impossibilidade legal ou jurídica sempre que a estipulação se refira a objeto proibido por lei como, por exemplo, a alienação de bens públicos, de bem de família, de bens onerados com cláusula de inalienabilidade e etc. A impossibilidade deve ser real e absoluta

• Consentimento: (CC., art. 111) sendo o consentimento ato voluntário, poderá dar-se de forma expressa ou tácita. Será expresso quando explícito e tácito quando implícito, isto é, quando se praticar algum ato que demonstre aceitação, como por exemplo, o ato de um indivíduo que ao receber uma proposta de prestação de serviços de consultoria jurídica, passa a utilizar os serviços oferecidos sem manifestar o seu “de acordo”.

b) Particulares: formas e solenidades previstas em lei como diz o CC., art. 104, III, já mencionado, que diz forma prevista ou não defesa em lei. Neste sentido podemos afirmar que existem:

. formas livres ou gerais: aquelas que podem se dar com a manifestação da vontade de forma escrita ou oral, expressa ou tácita desde que não contrarie os preceitos acima; e as

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• Forma única: aquela que não pode ser preterida por outra como a exigência

de escritura pública para certos atos (CC., arts. 108, 215, 1653, 1227 e 1245), as exigências para os casamentos (CC., arts. 1534 a 1542), dentre outras, e a

• Forma plural: quando a lei faculta a prática de um ato por diversos modos,

excludentes, porém não livres (CC., arts. 1609; 62; 1806 e 1417 por exemplo)

• Forma genérica: quando temos uma imposição de uma solenidade geral

dentro de uma faculdade contratual possível de ser exercida ou não, por exemplo, sempre que a lei disser que algo deve ser ou não feito “salvo disposição em contrário” estará genericamente indicando o modo de praticar o ato, mas facultando às partes como querem agir.

• Forma contratual: é o modo eleito pelas partes para fazer valer as

obrigações que pactuam, ou seja, convencionam, antes do ato principal a forma como será feito o contrato entre elas. (CC., art. 104).

II. Elementos naturais: são aqueles que decorrem da própria natureza do ato

praticado, isto é, o ato jurídico de compra e venda, tem como conseqüência natural, a transmissão do domínio do bem, por exemplo.

III. Elementos acidentais: são aqueles representados pelas cláusulas acessórias

e que deverão, necessariamente, ser expressas para modificar, no ato, alguns de seus elementos naturais. São exemplos, a condição, o termo, e o encargo.

. A condição é o conjunto futuro e incerto ao qual se subordinam os efeitos do

negócio jurídico (CC. arts. 121, 122 e 123).

. O termo é a indicação do momento em que começam ou terminam os efeitos

do negócio jurídico (CC., arts 131 a 135).

. O encargo é a atribuição ou ônus que o disponente impõe à pessoa

favorecida (CC., arts. 136 e 137).

Validade do negócio jurídico

A falta de algum elemento substancial ou essencial do ato jurídico pode torna-lo nutorna-lo ou anulável. A diferença entre ser o negócio nutorna-lo ou anulável é uma diferença de grau ou gravidade do defeito, a critério da lei.

Ato Jurídico Anulável

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Negócio Jurídico celebrado por agente relativamente incapaz, por vício resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude, é anulável.

Erro: noção inexata do objeto, da pessoa, da qualidade.

Coação : vis absoluta, Ex.: pressão física; vis compulsiva, Ex.: pressão moral

- acelerar um carro a 200 Km-h, desafiado por um amigo.

Dolo: artifício usado por uma pessoa para tirar proveito de outrem. Fraude: contra lei: Ex: tráfico de cocaína.

contra credores: Ex: usar da lei para se beneficiar. Exemplos:

1. JD, com 16 anos de idade, assina contrato de locação (Aqui o Ato é

Anulável, pois o agente é relativamente incapaz)

2. MD casa com TH, supondo homem, quando na realidade trata-se de

homossexual. (Aqui o ato é anulável por erro substancial quanto as qualidades da pessoa)

3. MD adquire um colar de arroz supondo ser de pérolas (Negócio jurídico

anulável por erro substancial do objeto)

4. JD, sabedor que seu imóvel vai ser desapropriado vende-o a MD, a preço de

mercado (Negócio Jurídico anulável por "Dolus Malus")

5. JD segura TH pelo pescoço, coloca o revólver em sua cabeça obrigando a

assinar uma NP em branco. (Trata-se de Neg. Jurídico anulável por coação (vis Absoluta)

6. JD aluga uma casa a MD, decorridos 20 anos, finge vender o imóvel a TH

que não possui casa para morar. Para tanto lavra um compromisso fictício de compra e venda. (Neg. Jurídico anulável por fraude a lei)

7. JD, possuindo vários títulos protestados passa todos os seus Bens a TH.

(Neg. Jurídico anulável por fraude a credores).

Miranda, Darcy Arruda, Anotações ao Código Civil Brasileiro, São Paulo, Saraiva, 1º v., 1981, p. 99; De Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, Rio de Janeiro, Forense, 1º v., 1980, 6ª ed., p. 182).

Ato Jurídico Nulo

Se o negócio jurídico for celebrado com a supressão de um ou de todos os elementos essenciais, o ato será nulo de pleno direito.

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nulidade do ato jurídico. A nulidade é insuprível pelo juiz, nem pode o ato ser ratificado.

Exemplos:

1. J.D., com 14 anos de idade, assina um compromisso de compra e venda seu,

sem que fosse representado (pai-tutor). - Aqui, houve a supressão do consentimento;

- O menor incapaz é representado pelo tutor, em um negócio jurídico.

- O menor relativamente capaz é assistido por um representante em um negócio jurídico.

2. J.D., maior, vende a T.H., um terreno na lua. (Neste caso, estando o terreno

fora do comercio e de impossível acesso, houve a supressão do objeto), como conseqüência o ato é NULO de pleno direito.

3. J.D., maior, vende a T.H., um imóvel de sua propriedade, mediante recibo

superior a CR$ 50.000,00. (Neste caso, houve a supressão da forma prescrita em lei, isto é, nas compras e vendas de imóveis de valor superior a CR$ 50.000,00 a transação imobiliária terá que ser realizada mediante escritura pública de compra e venda. Contrato de compra e venda para ser válido faz-se por escritura pública, somente. Com isso, pode-se afirmar que a nulidade é a sanção imposta por lei ao negócio jurídico, privando-o, totalmente, de sues efeitos jurídicos.

A norma jurídica prescreve que não podem se casar os ascendentes com os descendentes. Se vierem a se casar o ato será nulo e de nenhum efeito será o matrimônio.

Ato jurídico inexistente é o que contém um grau de nulidade tão grande e

visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito. Exemplos: casamento entre pessoas do mesmo sexo; testamento verbal e etc. Mas a idéia de ato jurídico inexistente só é aplicável em casos raros e extremos. Em regra, torna-se sempre necessário o processo judicial para a declaração de uma nulidade.

Ato jurídico ineficaz é o que vale plenamente entre as partes, mas não produz

efeitos em relação a certa pessoa (ineficácia relativa), ou em relação a todas as outras pessoas (ineficácia absoluta). Exemplos: alienação fiduciária não registrada ( art. 129 , 5º da LRP ); venda não registrada; bens alienados pelo falido após a falência ( LF art. 40 ), etc.

Referências

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