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PRESIDÊNCIA/SECRETARIA JUDICIÁRIA - TJ/AM

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PRESIDÊNCIA/SECRETARIA JUDICIÁRIA - TJ/AM SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA

PROCESSO N. 4003709-55.2021.8.04.0000 - MANAUS

REQUERENTE: ÉGREGIO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAZONAS - TCE/AM

REQUERIDO: DETRAN-AM - DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DO ESTADO DO AMAZONAS

PRESIDENTE: DESEMBARGADOR DOMINGOS JORGE CHALUB PEREIRA

DECISÃO

Pedido de Suspensão de Liminar ajuizada pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas em face de decisão exarada pelo MM. Juiz de Direito da 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Manaus, nos autos n.º 0609755-76.2021.0.04.0001 proposta pelo Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/AM em face do requerente.

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Para tanto, acolheu os fundamentos deduzidos no pedido de tutela de urgência para reconhecer que houve extrapolação do poder geral de cautela do TCE/AM e usurpação da competência do Poder Judiciário, sob o argumento de que as questões levadas ao órgão de controle já estavam judicializadas pela empresa interessada, existindo decisões favoráveis à manutenção das penalidades aplicadas pelo DETRAN/AM.

O TCE/AM sustentou, no pedido suspensão, em síntese, que há perigo de grave violação à ordem jurídica, administrativa e econômica caso haja a efetivação da liminar.

Asseverou que a liminar compromete a ordem administrativa, uma vez que eventual entendimento de que o cumprimento de medidas cautelares concedidas pelo Tribunal de Contas não podem ser materialmente efetivadas, em razão de decisão judicial existente, não tem o condão de afastar as decisões cautelares proferidas, dada a independência das instâncias entre si, principalmente porque diversos os objetos das ações judiciais e dos processos administrativos no órgão de controle.

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serviço público.

Aduziu que a decisão liminar tem o condão de causar grave lesão à ordem econômica. Isso porque, diante da constatação de monopólio na prestação do serviço público, o DETRAN/AM foi condenado a realizar o credenciamento de empresas para a prestação dos serviços de vistoria, conforme decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas nos autos n. 0636834-06.2016.8.04.0001, em ação ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas.

Por isso, defendeu que as decisões da Corte de Contas visam a proteger a livre concorrência do serviço de vistoria veicular, tendo em vista que a cassação do credenciamento da empresa poderá levar novamente o serviço público ao monopólio.

Por fim, requereu seja deferido o pedido de Suspensão de Liminar, no sentido de suspender os efeitos da tutela de urgência antecipada concedida em caráter antecedente pelo juízo especializado.

É o relatório. Decido.

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Art. 4°. Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do

respectivo recurso, suspender, em

despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

Fredie Didier Jr1 , ao dissertar sobre a natureza

jurídica da suspensão de liminar, lembra que o presente incidente não se destina à análise aprofundada das razões jurídicas da controvérsia, mas tão somente se volta à repercussão da decisão no interesse público:

No seu âmbito não se examina o mérito da controvérsia principal, aquilatando-se, apenas, a ocorrência de lesão a interesses públicos relevantes.

Em razão de sua natureza, o emprego da via

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suspensiva é prerrogativa da pessoa jurídica que exerce um munus público, decorrente da supremacia do interesse estatal sobre o particular, cujo titular é a coletividade. Trata-se de requerimento que só pode ser manejado nas hipóteses em que o Judiciário promove alteração no status quo ante em prejuízo do Poder Público, que deve constar como réu na causa originária.

Desse modo, é imperioso ao requerente que se demonstre o perigo de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública. Isso quer dizer que não basta a demonstração sobre a justeza ou não dos fundamentos da decisão cujos efeitos se pretende sustar, devendo o manejo do presente incidente vir acompanhado da indicação do elevado grau de perigo, dentro da órbita social, que o cumprimento da decisão possa gerar.

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Vejo que o presente incidente carrega consigo os elementos necessários à suspensão da tutela provisória de urgência concedida.

No caso, a grave lesão à ordem e economia pública foi traduzida, pelo requerente, na tese de que a decisão judicial prejudicaria o funcionamento da administração, porque a manutenção da cassação do credenciamento da empresa para prestação do serviço de vistoria veicular poderá prejudicar a livre concorrência do serviço, culminando em monopólio, o que seria prejudicial aos usuários do serviço e ao erário.

Nada obstante os fundamentos que embasaram a decisão impugnada, entendo existente risco de lesão ao interesse público na manutenção da decisão que se pretende suspender.

Com efeito, o Supremo Tribunal Federal assentou entendimento de que os Tribunais de Contas possuem competência constitucional para determinar medidas cautelares necessárias à garantia da efetividade de suas decisões e à prevenção de graves lesões ao erário, nos seus processos de fiscalização.

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Agravos regimentais em Suspensão de

Segurança. Embargos de declaração

convertidos em agravo. Fiscalização do

Tribunal de Contas estadual em

procedimento licitatório. Grave lesão à ordem pública demonstrada. Concessão parcial da contracautela. Agravos não providos.

1. Em razão dos fundamentos de mérito apresentados nos embargos de declaração, devem eles ser recebidos como agravo regimental, do qual se deve conhecer.

2. Os argumentos utilizados pelos

agravantes não se mostram aptos a modificar a decisão recorrida, revelando, em verdade, mera insatisfação com as razões adotadas.

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ótimas são as ações administrativas, que devem ser as mais rentáveis possíveis,

tendo em vista o interesse público

envolvido, a legitimidade do ato e a consequente relação de adequação de seu conteúdo.

4. A decisão da Presidência do Supremo Tribunal Federal mostra-se acertada e provida de razoabilidade, pois, de um lado, autoriza a continuidade das apurações no âmbito do Tribunal de Contas estadual reconhecendo e legitimando a função

constitucional do órgão e, de outro,

possibilita o prosseguimento da execução do contrato objeto da licitação em causa,

impedindo que haja suspensão da

prestação de serviço público essencial, de forma a evitar prejuízos à população envolvida.

5. Agravos regimentais não providos. (SS 5.179 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 27/11/2019).

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de forma concorrencial, em desprestígio aos princípios da livre iniciativa e da isonomia.

Assim, ao meu sentir, importa grave risco de lesão à ordem pública e econômica, na acepção jurídico-constitucional, a decisão judicial que suspendeu os efeitos de medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado que visava assegurar o cumprimento de suas decisões, por vulnerar as prerrogativas constitucionais da corte da Corte de Contas e inviabilizar a efetividade da fiscalização dos contratos administrativos e das medidas que asseguram a regular prestação dos serviços públicos.

Destarte, evidenciada a plausibilidade da argumentação formulada e haja vista a existência de periculum in mora decorrente da possibilidade de frustração da utilidade do resultado final da fiscalização da Corte de Contas Estadual, verifica-se a necessidade de concessão da contracautela pleiteada, nos termos do que preveem os artigos 4º, caput, da Lei nº 8.437/1992.

Ante o exposto, defiro o presente pedido de

suspensão de liminar, sustando a eficácia da decisão sob

exame, proferida nos autos da ação de n.º

0609755-76.2021.0.04.0001, até o trânsito em julgado do processo de origem, nos termos do art. 4º, caput e §9º, da

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Intimem-se.

Transcorrendo in albis o prazo para a interposição de recurso, certifique-se o trânsito em julgado e arquivem-se os autos com baixa na distribuição.

À Secretaria para providências.

Manaus, 7 de junho de 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

Processo nº 4003709-55.2021.8.04.0000

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DO AMAZONAS, já devidamente

qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio do Procurador do Estado que a esta subscreve, na forma prevista no art. 132 da Constituição da República, no art. 75, II, do CPC e no art. 23, I, da Lei Estadual n. 1.639/83, vem, perante Vossa Excelência, respeitosamente, expor e ao final requerer:

Em decisão monocrática proferida pelo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, fora deferido o pedido de suspensão de liminar, nos seguintes termos:

Ante o exposto, defiro o presente pedido de suspensão de liminar, sustando a eficácia da decisão sob exame, proferida nos autos da ação de n.º 0609755-76.2021.0.04.0001, até o trânsito em julgado do processo de origem, nos termos do art. 4º, caput e §9º, da Lei n.º 8.437/1992.

A empresa MANAUS VISTORIA LTDA, protocolizou no dia 04/02/2021, processo nº 01.03.022201.00000243.2021, solicitando alteração de endereço para realização das atividades de vistoria de veículos, juntando tão somente, o requerimento, conforme documento em anexo.

Ocorre que, apesar de se beneficiar do pedido de suspensão liminar (PSL), por decisão de Vossa lavra, cumpre-nos informar a Vossa Excelência que em razão do

pedido de alteração de endereço, a empresa beneficiada com a decisão, não poderá,

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da falta de apresentação e comprovação da documentação prevista nos artigos nº 17 a 21 da Portaria 653/2018/DP/DETRAN/AM.

Desta feita, para que se cumpra a decisão ora promovida pela TCE, faz-se necessário que a empresa beneficiada com a decisão apresente a documentação prevista nos artigos nº 17 a 21 da Portaria 653/2018/DP/DETRAN/AM, do contrário, tornar-se-á impossível o cumprimento da referida decisão.

Pede e espera deferimento. Manaus, 24 de junho de 2021.

Luis Eduardo Mendes Dantas

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Autos nº 4003709-55.2021.8.04.0000.

Requerente: Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Amazonas – TCE/AM Requerido: Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Amazonas Terceiro interessado: Manaus Vistoria Ltda.

MANAUS VISTORIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, devidamente

inscrita no CNPJ/MF sob o nº 29.685.888/0001-25, antigamente sediada na Rua Mandii, 01-B, Distrito Industrial, CEP: 69.075-140, Manaus, Estado do Amazonas, com endereço eletrônico: juridicoriverareyes@gmail.com, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), na qualidade de TERCEIRA INTERESSADA nos presentes autos, vem, respeitosamente, MANIFESTAR e requerer:

Ínclito Desembargador Presidente,

Às fls. 3111-3120 Vossa Excelência proferiu decisão deferimento o pedido de suspensão liminar, sustando a eficácia da decisão proferida nos autos da ação nº 0609755-76.2021.0.04.0001, pelo juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Manaus, que em sede liminar concedeu a tutela de urgência para determinar a suspensão dos efeitos das medidas cautelares proferidas nos autos dos processos nº 10005/21, nº 14.733/2020, nº 14.734/2020, nº 15.958/2020 e nº 15.959/2020, todos do TCE/AM, mantendo-se as cassações impostas à Empresa MANAUS VISTORIA LTDA, no bojo dos processos administrativos do DETRAN-AM.

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Pois bem.

Em 21 de julho de 2021 a MANAUS VISTORIA LTDA protocolizou REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO solicitando a reativação de suas atividades e

juntou todos os documentos estipulados nos artigos 17 a 21 da Portaria 653/2018/DP/DETRAN/AM (anexos), não existindo qualquer empecilho para o cumprimento da decisão exarada por Vossa Excelência.

Contudo, apesar de tais documentos haverem sido recebidos pelo DETRAN/AM há mais de 20 dias, a decisão de Vossa Excelência não fora cumprida.

Ante o exposto, REQUER:

1. Seja intimado o DETRAN-AM para proceder imediatamente ao cumprimento da decisão exarada por Vossa Excelência às fls. 3111-3120, uma vez que os documentos estipulados nos artigos 17 a 21 da Portaria 653/2018/DP/DETRAN/AM foram entregues pela MANAUS VISTORIA LTDA há mais de 20 dias, reativando o acesso ao sistema para que possa continuar com suas atividades.

2. Caso continue o descumprimento, segue aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) por dia de descumprimento até o efetivo cumprimento da medida, em desfavor do DETRAN-AM e seu Presidente, solidariamente.

Nestes termos, pede deferimento. Manaus, 11 de agosto de 2021.

Milton Antonio Rivera Reyes OAB/AM 9.851

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