• Nenhum resultado encontrado

Trabalho escrito Santana

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Trabalho escrito Santana"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

ACADEMIA MILITAR

DIRECÇÃO DE ENSINO

Curso de Infantaria

Trabalho de Investigação Aplicada

O PAPEL MILITAR DE PORTUGAL NA ONU NO ÂMBITO

DAS OPERAÇÕES DE APOIO À PAZ

AUTOR: Asp-Of Al INF Bruno Santana

ORIENTADOR: Maj ART Pedro Ferreira da Silva

(2)

ACADEMIA MILITAR

DIRECÇÃO DE ENSINO

Curso de Infantaria

Trabalho de Investigação Aplicada

O PAPEL MILITAR DE PORTUGAL NA ONU NO ÂMBITO

DAS OPERAÇÕES DE APOIO À PAZ

AUTOR: Asp-Of Al INF Bruno Santana

ORIENTADOR: Maj ART Pedro Ferreira da Silva

(3)

DEDICATÓRIA

Existem algumas pessoas que para sempre marcam a nossa vida – umas são porque nos vão auxiliando à medida que crescemos enquanto pessoas, outras porque nos apresentam projectos de vida extremamente aliciantes e outras porque nos desafiam à construção e prossecução desses projectos. Muitas vezes, quando nos damos conta, já tarde para agradecer tudo isto que fizeram por nós.

Assim sendo, dedico o presente trabalho:

À minha família, por me ter apoiado sempre em tudo o que necessitei ao longo da minha vida;

À minha namorada, pela forma como me ajudou a crescer enquanto pessoa, fazendo-me tomar conhecifazendo-mento de muitas realidades que ignorava;

Aos meus amigos, por jamais me terem negado auxílio quando o pedi e que sempre fizeram tudo em prol de me apoiarem;

(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Aos meus avós, por me terem dado o seu apoio incondicional em todos os momentos da elaboração do meu trabalho, bem como ao longo de todo a minha carreira profissional até à data.

À minha namorada, pela disponibilidade, compreensão, paciência e auxílio que demonstrou especialmente durante o período de realização deste trabalho, bem como em outros momentos cruciais da minha vida pessoal e profissional.

Ao meu orientador, pelo facto de me ter prestado o máximo auxílio para a elaboração do presente trabalho, tomando as medidas necessárias para garantir que o meu empenho fosse o máximo.

Aos meus pais, pela disponibilidade que demonstraram em fornecer informação e auxílio prestado em determinados momentos.

Aos meus camaradas de curso, por me terem auxiliado sempre que necessitei, não só na elaboração deste trabalho, mas ao longo de toda a minha vida profissional.

Ao TCor Brigas Paulino, por me ter facilitado acesso a documentos essenciais para a credibilidade deste trabalho.

Aos meus amigos Branco e Henriques, que me auxiliaram ao longo de todo o trabalho, tentando garantir que o produto final fosse um trabalho científico de relevância.

A todos aqueles que de qualquer forma, directa ou indirecta, me auxiliaram na elaboração deste trabalho e cujo nome não me lembro.

(6)

ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA ... i

AGRADECIMENTOS ... iii

ÍNDICE GERAL ... iv

ÍNDICE DE FIGURAS ... vi

ÍNDICE DE QUADROS ... vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... viii

RESUMO ... ix

ABSTRACT ... x

EPÍGRAFE ... xi

CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO... 1

1.1 INTRODUÇÃO ... 1

1.1.1 FINALIDADE... 1

1.1.2 ESCOLHA E JUSTIFICAÇÃO DO TEMA ... 2

1.1.3 DELIMITAÇÃO DO OBJECTO DE ESTUDO... 2

1.1.4 OBJECTIVOS ... 3

1.1.5 PERGUNTAS DERIVADAS ... 3

1.1.6 HIPÓTESES LEVANTADAS... 3

1.2 METODOLOGIA ... 4

CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DO CONFLITO NA ACTUALIDADE ... 5

2.1 ONU... 5

2.1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ONU ... 5

2.1.2 ENUMERAÇÃO DOS OBJECTIVOS DA ONU ... 6

2.2 AMEAÇA ... 7

2.2.1 CARACTERIZAÇÃO DE AMEAÇA SEGUNDO A ONU ... 7

2.2.2 CARACTERIZAÇÃO DE AMEAÇA SEGUNDO PORTUGAL ... 7

2.3 O CONFLITO NA ACTUALIDADE ... 8

CAPÍTULO 3 – TEATROS DE OPERAÇÕES EM QUE PORTUGAL PARTICIPOU NO ÂMBITO DA ONU ... 10

3.1 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO ... 10

3.1.1 TO ÁFRICA ... 10

3.1.2 TO TIMOR ... 11

(7)

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ACTUAÇÃO PORTUGUESA NO TO LÍBANO ... 13

3.3 CONTIGENTE DA ONU NO LÍBANO ... 14

3.4 TAREFAS LEVADAS A CABO PELA CENG ... 16

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DO PLANO DE TREINO PORTUGUÊS ... 19

4.1 O CICLO DE UMA FORÇA NACIONAL DESTACADA ... 19

4.2 INSTRUÇÃO E TREINO ... 20

CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE LESSONS LEARNED ... 23

5.1 PROCESSO LESSONS LEARNED NATO ... 23

5.2 PROCESSO LESSONS LEARNED PORTUGUÊS ... 24

5.3 LIÇÕES APRENDIDAS ... 28

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 29

6.1 INTRODUÇÃO ... 29

6.2 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES FORMULADAS ... 29

6.3 CONCLUSÕES ... 31

6.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 32

6.5 PROPOSTAS PARA FUTURAS INVESTIGAÇÕES ... 32

BIBLIOGRAFIA ... 33

ANEXO A ... 35

ANEXO B ... 38

(8)

ÍNDICE DE FIGURAS

(9)

ÍNDICE DE QUADROS

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AM Academia Militar

BDLA Base de dados de lições aprendidas

C4I Comando, Controlo, Comunicações, Computadores e Informações CSNU Conselho Superior das Nações Unidas

FND Força Nacional Destacada

CSDN Conselho Superior de Defesa Nacional FRELIMO Frente de Libertação de Moçambique INTERFET International Force in East Timor NATO North-Atlantic Treaty Organization

NU Nações Unidas

RENAMO Resistência Nacional Moçambicana ONU Organização das Nações Unidas OTAN Organização do Tratado Atlântico-Norte PTI Plano de Treino Integrado

TIA Trabalho de Investigação Aplicada UEB Unidade de Escalão Batalhão UN United Nations

UNAMET United Nation Mission in East Timor

(11)

RESUMO

Este trabalho de investigação aplicada tem como finalidade a análise do Plano de Treino Integrado Operacional Português nas Operações de Apoio à Paz no âmbito da Organização das Nações Unidas, dando ênfase ao Teatro de Operações do Líbano, focalizando a actuação do Exército em ditas missões. Para tal, primeiramente irá ser definida a ameaça e a conflitualidade para a ONU e de Portugal, fazendo-se de seguida uma análise dos Teatros de Operações onde Portugal teve papel activo em termos de participação com Forças Nacionais Destacadas, tendo em conta o enquadramento histórico por trás de cada uma destas participações. De seguida, ir-se-á analisar o Plano de Treino e a forma como este é elaborado, passando de seguida à análise do Processo de Lições Aprendidas quer da OTAN, quer de Portugal. Por fim, ir-se-ão tecer algumas conclusões e propostas de investigação para futuros trabalhos.

PALAVRAS-CHAVE: Exército, Líbano, Lições aprendidas, Operações de Apoio à Paz,

(12)

ABSTRACT

This investigation paper has as its core purpose, to analyze the Portuguese Operational Training Program regarding Peace Support Operations concerning the United Nations, emphasizing the Lebanon Operational Scenario, focusing the Army’s acting in such missions. To do so, we will first define the current concepts of threat and conflict according to the United Nations and Portugal. Following up, we will assess the Operational Scenarios where Portugal played an active role in terms of participation with Assigned National Forces, taking into consideration the historical backgrounds behind each one of those participations. Next, we will analyze the Training Program and the way it is written and performed. We will then analyze the whole procedure regarding the Lessons Learned Process according to NATO and Portugal. In closing, some conclusions will be drawn, as well as future written assignment propositions.

KEY WORDS: Army, Lebanon, Lessons learned, Peace Support Operations, United Nations,

(13)

EPÍGRAFE

Não basta falar de paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela. É preciso trabalhar por ela.

(14)

CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

1.1 INTRODUÇÃO

1.1.1

F

INALIDADE

Este trabalho de investigação aplicada tem como finalidade a análise do Plano de Treino Integrado Português nas operações de apoio à paz no âmbito da ONU, no sentido de cumprimento dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, bem como numa perspectiva de projecção da imagem das Forças Armadas Portuguesas para fora do território nacional. No final, o trabalho procurará debater a questão da adequação do Plano de Treino Integrado Operacional ao actual TO, de acordo com as ameaças que se apresentam presentemente. A temática da Organização das Nações Unidas tem actualmente uma grande importância porque é um dos actores que mais interagem no cenário internacional da actualidade. A relevância deste trabalho prende-se com o facto de se determinar realmente qual a adaptação do nosso Exército no que diz respeito a preparação e treino de forças com vista à projecção das mesmas para fora do Território Nacional e extrapolar quais os ensinamentos retirados de passadas participações de contingentes Portugueses em TO no estrangeiro.

Neste trabalho ir-se-á, em primeiro lugar, caracterizar a definição de ameaça para esta organização, definir a conflitualidade actual e analisar detalhadamente todo o processo de que Portugal toma parte aquando da integração de missões fora do território nacional no âmbito da ONU.

De seguida ir-se-ão analisar alguns TO em que Portugal participou, recorrendo para tal a um breve enquadramento histórico e consequentemente uma caracterização mais pormenorizada dos ambientes operacionais existentes nesses mesmos TO, dando especial relevância ao TO do Líbano.

Após o acima referido, passar-se-á à caracterização do Plano de Treino Português de forma a tentar apurar-se a adequação do mesmo à realidade vivida presentemente em termos de conflitualidade.

(15)

Capítulo 1 – Apresentação do Trabalho

No capítulo seguinte ir-se-á passar à discussão dos resultados, fruto de todo o conhecimento recolhido e espelhado neste mesmo trabalho, para que seja possível extrapolar variadas conclusões sobre vários aspectos do Plano de Treino Português.

Para concluir seguir-se-á a verificação das hipóteses inicialmente colocadas, exposição das conclusões a que chegámos ao longo deste TIA, limitações encontradas ao longo de todo o estudo realizado e apresentação de algumas propostas para futuras investigações.

1.1.2

E

SCOLHA E JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

O presente trabalho tem como tema “O papel militar de Portugal na ONU no âmbito

das Operações de Apoio à Paz”. A escolha deste tema para a realização do trabalho

deveu-se a inúmeros factores, todos eles com elevada importância.

A galopante globalização a que se assiste e crescente necessidade de enquadrar o papel de Portugal em determinados aspectos da mesma foi o principal factor que levou à escolha do tema, bem com a intenção de averiguar a adequação das doutrinas do Exército Português e modernização do mesmo.

Num tempo de inúmeras situações de crise em várias partes do mundo e de múltiplas solicitações e apelos à intervenção da Comunidade Internacional em prol da paz e da estabilidade, é muito importante conhecer em detalhe a qualificação de forças e elementos militares nacionais nas operações de apoio à paz no âmbito das diversas organizações internacionais de que Portugal faz parte, com vista a encontrar as melhores soluções para essa participação, tendo em conta a dimensão e realidades nacionais.

1.1.3

D

ELIMITAÇÃO DO OBJECTO DE ESTUDO

Dada a abrangência do presente tema e tendo em conta que apenas se pretende tratá-lo ao nível da forma de actuação de Portugal a nível militar nas Operações levadas a cabo no âmbito da ONU, torna-se fundamental elaborar um problema que restrinja em pontos fulcrais sobre os quais a investigação deve incidir. O problema ao qual se restringe este tema é: “De que forma está o Plano de Treino Integrado das Forças Nacionais

Destacadas adaptado às actuais missões da ONU onde Portugal participa?”.

(16)

Capítulo 1 – Apresentação do Trabalho

1.1.4

O

BJECTIVOS

Tendo como finalidade dar resposta ao problema formulado, visando o enquadramento teórico do tema foram definidos os seguintes objectivos específicos:

● Identificar os factores que podem ser melhorados na condução do Plano de Treino

Integrado Operacional, de forma a contribuir para um melhor adequação à ameaça actual.

● Identificar quais as lições aprendidas nos diferentes TO em que Portugal participou no âmbito da ONU.

1.1.5

P

ERGUNTAS DERIVADAS

Face aos objectivos definidos, surgem algumas questões cuja resposta é fundamental para solucionar a problemática suscitada:

● De que forma se caracteriza a conflitualidade actual?

● Quais os Teatros de Operações em que Portugal tem participado no âmbito da ONU?

● De que forma se encontra organizado o Plano de Treino Integrado Português?

● Qual o processo de Lessons Learned existe actualmente?

● Que lições foram aprendidas de missões em que Portugal participou?

1.1.6

H

IPÓTESES LEVANTADAS

● Face à primeira questão colocada podemos colocar as seguintes hipóteses:

• A conflitualidade actual assemelha-se completamente à conflitualidade de tempos passados;

• A conflitualidade actual partilha apenas alguns aspectos com a conflitualidade de tempos passados;

(17)

Capítulo 1 – Apresentação do Trabalho

● Relativamente à terceira questão colocada, deparamo-nos com as seguintes hipóteses:

• O ciclo de treino de uma FND encontra-se adequado à realidade actual;

• A instrução e a forma como decorrem os treinos são as ideais e mais próximas da realidade;

● No que diz respeito à quarta questão, levantam-se as seguintes hipóteses:

• O processo de Lessons Learned Português é autónomo, sem recurso a apoio a outros processos de Lessons Learned;

• O processo de Lessons Learned Português consiste numa adaptação de um processo de Lessons Learned já existente;

● Face à quinta questão, levantam-se as seguintes hipóteses:

• As lições aprendidas foram em número suficiente e postas em prática em missões subsequentes;

• As lições aprendidas foram escassas e não foram aplicadas em missões subsequentes.

1.2 METODOLOGIA

(18)

CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DO CONFLITO NA

ACTUALIDADE

2.1 ONU

2.1.1

C

ARACTERIZAÇÃO DA

ONU

Na sequência de duas Guerras Mundiais consecutivas que trouxeram a toda a Humanidade enorme devastação e danos irreparáveis, sentiu-se necessidade de criar uma organização que viesse reafirmar a fé fundamental nos Direitos Humanos e valorizar o valor da pessoa humana para que gerações vindouras não viessem a sofrer o que as passadas haviam sofrido com o tormento da guerra. Tornava-se também evidente que era necessário implantar medidas para que a justiça e muitos outros valores morais singrassem, para que desta forma houvesse uma evolução da sociedade e um aumento do nível de vida. Assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu oficialmente em 24 de Outubro de 1945, data de promulgação das Nações Unidas, que foi assinada na época por 51 países, de entre os quais se salienta Portugal (United Nations 2009).

Em 1945, representantes de 51 países reuniram-se em São Francisco, na Conferência das Nações Unidas respeitante à Organização Internacional para que pudesse ser elaborada a Carta das Nações Unidas. A Organização veio a ser oficialmente criada a 24 de Outubro de 1945, tendo sido a Carta das Nações Unidas ratificada pela China, França, União Soviética, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros. Hoje em dia, celebra-se o Dia das Nações Unidas a 24 de Outubro (United Nations 2009).

A Carta das Nações Unidas é o instrumento sobre o qual assenta esta Organização, encontrando-se prevista nesta os direitos e deveres dos Países Membros, tendo ainda nela descritos os Órgãos da Organização e procedimentos a adoptar. Sendo uma organização sem fins lucrativos, a Organização das Nações Unidas obtém o seu financiamento através de contribuições voluntárias dadas pelos seus países membros (United Nations 2009).

(19)

Capítulo 2 – Caracterização do conflito na actualidade

Secretariado, sendo que as Nações Unidas não se ficam apenas por estes Órgãos, integrando vários outros programas. Actualmente, a entidade máxima é o Secretário-Geral das Nações Unidas, o Coreano Ban Ki Moon, que desempenhou no passado as funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros na República da Coreia, tomando posse do cargo que actualmente desempenha a 1 de Janeiro de 2007 (United Nations 2009).

A expressão “Nações Unidas”, cunhada pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) foi utilizada pela primeira vez na “Declaração das Nações Unidas”, em 1 de Janeiro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, quando representantes de 26 nações expressaram a intenção de continuar lutando contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). Por conseguinte, dois anos depois, líderes da China, da União Soviética, do Reino Unido e dos Estados Unidos esboçaram uma proposta de estatuto para uma organização internacional de países (United Nations 2009).

2.1.2

E

NUMERAÇÃO DOS OBJECTIVOS DA

ONU

Tendo em conta o acima referido, torna-se importante salientar que a ONU foi criada com os seguintes objectivos, que se encontram descritos na Carta das Nações Unidas:

1. Manter a paz internacional e a segurança, tomando medidas colectivas efectivas para a prevenção e remoção de ameaças à paz, actuar de forma a suprimir actos de agressão ou outras quebras à paz e trazer, através de meios pacíficos e em conformidade com os princípios da justiça e lei internacional o ajuste ou acordo acerca de disputas internacionais ou situações que eventualmente possam levar a uma quebra da paz.

2. Desenvolver relações amigáveis entre nações tendo como base o princípio da igualdade de direitos e auto-determinação das pessoas, tomando as medidas necessárias e apropriadas para o reforço da paz universal.

(20)

Capítulo 2 – Caracterização do conflito na actualidade

para todos sem qualquer discriminação racial, sexual, linguística ou religiosa de qualquer natureza.

4. Ser o centro de harmonização das acções das nações no processo de obtenção destes fins comuns (Nações Unidas 1945).

Em suma, poder-se-á afirmar que a finalidade ulterior da Organização das Nações Unidas é manter a paz a nível universal e fazer valer os direitos humanos, usando para isso os meios de que necessitar, desde que sejam apropriados e devidamente sancionados (Nações Unidas 1945).

2.2 AMEAÇA

2.2.1

C

ARACTERIZAÇÃO DE AMEAÇA SEGUNDO A

ONU

Para que possamos entender de que forma tem Portugal adaptado a sua doutrina às da organizações internacionais em que se insere no que diz respeito à conflitualidade actual, torna-se fundamental explicitar alguns de que forma essas mesmas organizações entendem alguns conceitos, nomeadamente o de ameaça.

Não existe, segundo as Nações Unidas, uma definição, um conceito formal de ameaça, mas pelas ideologias apresentadas pode-se concluir que para as Nações Unidas ameaça é qualquer actor estatal ou não estatal, acontecimento ou condição que leve a um estado de espírito tal que comprometa o cumprimento das missões atribuídas (United Nations 2004).

2.2.2

C

ARACTERIZAÇÃO DE AMEAÇA SEGUNDO PORTUGAL

Comparativamente, temos que para Portugal o conceito de ameaça, que assenta numa adaptação da doutrina NATO, ameaça consiste, ao nível táctico, em “qualquer força opositora, condição, fonte ou circunstância com a potencialidade de provocar um impacto negativo no cumprimento da missão e/ou degrade a capacidade de cumprimento da mesma” (Estado-Maior do Exército 2005).

(21)

Capítulo 2 – Caracterização do conflito na actualidade

parte para elaborar os seus Planos de Treino estão adaptadas à realidade actual. Iremos, mais à frente no presente trabalho, no entanto, analisar se os Planos de Treino em si estão adaptados ou não a estas premissas de que Portugal parte.

2.3 O CONFLITO NA ACTUALIDADE

De forma alguma podemos considerar que a conflitualidade actual se assemelha aquela que existia há apenas uns anos atrás. Os conflitos, armados ou não, sempre tiveram lugar, não havendo no entanto actualmente a declaração formal de Guerra como já vimos no passado. Se temos que a Guerra é um dos instrumentos da política, inevitavelmente temos de falar nos actores estatais, que a nosso entender, são estes quem levam à prossecução da Guerra. Hoje em dia, tal não se aplica, visto que os actores do cenário político internacional chegaram a acordos e consensos que sirvam os interesses das partes envolvidas. Se tal não acontecesse, a probabilidade de existirem conflitos armados que envolveriam não só a actuação de militares, mas também de civis seria elevada. Tendo em conta o acima referido, facilmente se compreende que são actores não estatais os responsáveis pela condução de parte significativa dos conflitos existentes actualmente. Estes actores não estatais, consistindo em grupos organizados de indivíduos, radicalistas motivados por vários motivos, de entre os quais se destacam a religião e o nacionalismo, não respondem perante os governos dos países em que se inserem, apesar de muitos afirmarem que defendem os melhores interesses da sua Nação, fazendo para tal uso de informação, contra-informação e armamento bélico, sendo que este último não baseia exclusivamente a sua utilização contra pessoal militar que a eles se opõe, mas também civis (Wilson III 1998).

(22)

Capítulo 2 – Caracterização do conflito na actualidade

ganhar consentimento dos locais de determinado TO onde se pretende actuar (Teixeira 2009)

Por outro lado, temos que tais tecnologias de informação podem eventualmente levar a que os elementos constituintes dos actores não estatais consigam comunicar mais facilmente entre si, levando a que existe uma muito melhor coordenação de esforços e organização para que possam levar a cabo as suas intenções e planos. Apesar de tal se verificar, temos que ter presente que, de acordo com as leis e tratados internacionais, poucos serão os actores estatais que irão providenciar auxílio aos causadores dos conflitos. Nenhum actor não estatal declara guerra aberta a outro, baseando-se apenas em pequenas acções de subversão, que se compreende por “luta conduzida no interior de um território, por uma parte dos seus habitantes, ajudados e reforçados ou não do exterior, contra as autoridades de direito ou de facto estabelecidas, com a finalidade de lhes retirar o controlo desse território ou, pelo menos, de paralisar a sua acção” (Exército 1963, 1).

Daqui facilmente se extrapola o conceito do conflito na actualidade, onde pequenos grupos tentam atingir os fins por eles estabelecidos, alegando no entanto, que o fazem por outros motivos. Torna-se assim necessário tentar evitar o conflito armado activo com tais grupos ao máximo, mas dando sempre a entender que caso seja necessário intervir através do uso de força, tal acontecerá de maneira célere e implacável. Há que ter em atenção, porém, o uso de força excessiva, para que não seja passada uma imagem errada de que quando forças estrangeiras são enviadas para outros países, o fazem apenas para seus interesses pessoais, recorrendo para isso a todo o poderio militar de que dispõem, levando assim a que a população local e os media se coloquem contra as forças que pretendiam repor a ordem em determinado TO. Assim sendo, torna-se óbvio que a solução passa por enviar pessoal militar e civil especializado para esses territórios com o objectivo de levar a que os radicalistas deponham as suas armas, conseguindo isto não através do uso da força, mas sim através do uso da ameaça da força ou tentando levar a que os locais e demais apoiantes dos radicalistas mudem a sua opinião, e por conseguinte a facção a quem dão o seu apoio (Rickli 2007).

(23)

CAPÍTULO 3 – TEATROS DE OPERAÇÕES EM QUE PORTUGAL

PARTICIPOU NO ÂMBITO DA ONU

3.1 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

3.1.1

TO

Á

FRICA

Após a guerra que fora travada entre a FRELIMO e a RENAMO durante os anos de 1977 a 1992, após a assinatura de um acordo de paz no ano de 1990 entre as duas partes beligerantes, Moçambique encontrava-se numa situação de miséria extrema e necessitava de auxílio para continuar a sua subsistência. Após a assinatura do dito tratado, as partes envolvidas recorreram a um pedido de auxílio à ONU, para que esta organização viesse garantir a implementação efectiva do processo de paz, assumindo para tal a responsabilidade de supervisão de todo o processo (Fundação Mário Soares 2006).

(24)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

3.1.2

TO

T

IMOR

No período que teve lugar entre os anos de 1975 e 1999 teve lugar a tentativa de invasão por parte da Indonésia a Timor, confrontando-se com uma mínima resistência Timorense. Fruto destes 24 anos de conflito armado, tudo indicava que se iria chegar, por fim ao termos dos mesmos com o estabelecimento da UNAMET, com o propósito de garantir a continuidade a longo prazo de Timor, através da realização de acções que garantissem a realização de “uma consulta popular sobre o futuro do território” (Fundação Mário Soares 2006, 192). No entanto, devido à conflitualidade que acabou por se provar incessante criou-se uma nova força, designada INTERFET, cuja missão era unicamente “restaurar a paz e a segurança em Timor-Leste” (Fundação Mário Soares 2006, 192).

No entanto, tais medidas acabaram por não se provar necessárias, sentindo-se necessidade de criar uma força de intervenção, após análise pormenorizada das carências em termos de apoio. Essa força designava-se por UNTAET no mês de Outubro de 1999. Em termos participativos, o Exército empenhou-se com uma UEB, reforçada com uma companhia de Fuzileiros de forma a integrar o comando de uma de quatro Unidades de PKF, nomeadamente a do sector central. A missão do Batalhão era “manter a segurança da sua área de responsabilidade; garantir um pelotão de reserva, em controlo operacional do sector, com 12 horas de aviso; garantir uma força, de escalão pelotão, de reacção rápida com 30 minutos de pré-aviso; garantir uma companhia como reserva do comandante da PKF com 24 horas de pré-aviso; manter estreita ligação com a Civilian Police (CIVPOL); coordenar operações de segurança e reforçar a manutenção da lei e da ordem; empregar os elementos do DOE em missões determinadas pelo comandante do sector e sob o seu comando táctico, garantir a segurança dos pontos sensíveis de Díli, como sejam locais de reabastecimento de

(25)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

água, heliporto, aeroporto de Comoro, Hospital Militar e Centro de Trânsito de Retornados” (Fundação Mário Soares 2006, 193).a paz e a segurança em Timor-Leste” (Fundação Mário Soares 2006, 192).

Numa primeira fase, existiu uma designada Operação de Manutenção de Paz, na medida em que assentava no elevado consentimento de ambas as partes, sentindo-se constantemente a necessidade de neutralizar eventuais insurgências e grupos que viessem perturbar tal operação, existindo a todo o momento um rigoroso controlo do território para assegurar que a liberdade de movimentos era mantida. Após tal período, deu-se a independência de Timor-Leste a 20 de Maio de 2002, terminando então a UNTAET a sua missão, dando lugar à UNMISET, que veio desempenhar uma operação com um teor algo diferente, que tinha como objectivo principal a consolidação da paz, tendo findado a sua missão a 20 de Maio de 2005 (Fundação Mário Soares 2006).

3.1.3

TO

L

ÍBANO

Este TO era caracterizado pela existência de um ambiente político altamente instável, tendo havido um abandono por parte de Israel da zona oriental da fronteira de Gaza a 15 de Agosto de 2006, após dois intensos meses de conflitos armados contra

Quadro 2 – Empenhamento do Exército em Timor-Leste

(26)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

o Hezbollah. Esta foi a primeira vez que Israel havia falhado na prossecução dos seus objectivos militares, tendo sido incapaz de manter as suas linhas de defesa na frente face ao bombardeamento de que foi alvo ao longo do período de um mês. Isto denegriu claramente a imagem do Exército Israelita e Governo, tendo abalado a confiança dos Israelitas, levando assim a que acordassem com um cessar-fogo entre as partes beligerantes, mas mantendo sempre presentes os seus interesses no Líbano, que passavam pelo desarmamento do Hezbollah (Fundação Mário Soares 2006).

No entanto, devido a todos os cessar-fogos instáveis existentes nesta região, foi decidido pelo CSDN, a 30 de Agosto de 2006, que Portugal iria participar na força integrante da ONU no Líbano, a UNIFIL com uma Unidade de Engenharia, que teria a composição de 140 militares nessa mesma UnEng e cinco militares adicionais no Quartel-General da UNIFIL (Estado-Maior-General das Forças Armadas 2009).

Essa mesma Unidade iria montar o seu acampamento no denominado Sector W, localizado em Shama, tendo como missão “a melhoria das suas instalações; conduzir tarefas de construção horizontal e vertical em apoio das unidades da UNIFIL em toda a Área de Operações (AOR); estar preparada para apoiar a Liberdade de Movimentos (Free of Movements - FoM) em toda a AOR; apoiar as Forças Armadas do Líbano (LAF) e população civil e apoiar actividades humanitárias, sempre de acordo com as suas capacidades e conforme as directivas do Comandante da UNIFIL” (Estado-Maior-General das Forças Armadas 2009).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ACTUAÇÃO PORTUGUESA NO TO

LÍBANO

A UnEng 5, destacada para o TO do Líbano com uma constituição de 141 militares, Componente de Engenharia de Construções, que era caracterizada por um Pelotão de Construções Verticais e um Pelotão de Construções Horizontais, delineou imediatamente após a sua chegada a este TO um plano que visava apoiar a população Libanesa, no que dizia respeito a infra-estruturas e sector da saúde pública (Estado-Maior-General das Forças Armadas 2009).

(27)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

estabeleceram-se contactos exploratórios e tiveram lugar visitas de cortesia, de forma a identificar claramente os locais que mais necessitavam da presença da nossa força, passando assim a definirem-se prioridades de trabalhos que viriam a ser iniciados com a respectiva assinatura de protocolos.

Assim sendo, no que diz respeito a matéria de saúde, o Módulo Sanitário Português ministrou várias palestras de primeiros socorros, recorrendo para tal ao uso de uma escola com afluência regional bastante diversificada, garantindo assim a proliferação mais eficaz do conhecimento. Entre outras actividades realizadas, realça-se também a formação ministrada no âmbito de cuidados médicos que realça-se deverão prestar ao domicílio, nomeadamente o tratamento de pacientes acamados. Para complementação do conhecimento, houve também lugar a grandes campanhas de sensibilização e treino das actividades de apoio acima referidas. Periodicamente os elementos do Módulo Sanitário realizavam consultas médicas, utilizando para tal instalações do município local. Tais operações de cooperação cívico-militar têm garantido o sucesso da permanência Portuguesa no Líbano, devido ao facto de se criarem relações harmoniosas com as forças Portuguesas, contribuindo activamente para a missão da UNIFIL, organização em prol da qual a FND executa as suas acções. Relativamente ao Módulo de Engenharia propriamente dito realizou vários trabalhos, nomeadamente trabalhos de melhoramento em todas as quatro regiões identificadas como sendo aquelas que mais necessitavam de apoio imediato, estando também incumbido este módulo de realizar a condução de tarefas de ajuda humanitária variada, tarefas de construção vertical e construção horizontal, tarefas que visem garantir a mobilidade e a protecção e garantir o Apoio Geral da Engenharia (Estado-Maior-General das Forças Armadas 2009).

Tais operações de cooperação cívico-militar têm garantido o sucesso da permanência Portuguesa no Líbano, devido ao facto de se criarem relações harmoniosas com as forças Portuguesas, contribuindo activamente para a missão da UNIFIL, organização em prol da qual a FND executa as suas acções (Estado-Maior-General das Forças Armadas 2009).

3.3 CONTIGENTE DA ONU NO LÍBANO

(28)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

diz respeito ao seu sistema político, tendo de assegurar ao povo muçulmano um papel de maior relevância junto do governo. Desde o termo da guerra que o povo Libanês tem vindo a aumentar a autoridade imposta pelo seu governo ao longo de cerca de dois terços do país, existindo no entanto um grupo que se recusava determinantemente a retirar e a ser desarmado, o Hezbollah, uma organização chiita radical, o que levou a que fosse necessária a constituição de uma força que viesse intervir, dando assim origem à criação da UNIFIL, de onde Portugal era e é parte integrante

.

O contingente da ONU no Líbano, com sede na localidade de Naqoura, era constituído por cerca de 15000 elementos, de entre os quais aproximadamente 12000 militares, de 30 países, de entre os quais destacamos obviamente Portugal. De acordo com as resoluções 425 e 426 de 19 de Março de 1978 do Conselho de Segurança, a UNIFIL, contingente da ONU no Líbano foi constituída para garantir a retirada de forças Israelitas do Sudeste do Líbano, trazer de novo a paz internacional e segurança e auxiliar o governo Libanês na sua reimplantação de autoridade na região. Além das obrigações acima referidas, encontram-se espelhados na resolução 1701 de 11 de Agosto de 2006 os demais compromissos que esta força deverá respeitar, sendo eles: a monitorização do cessar das hostilidades, garantir o acompanhamento e apoio às forças Libanesas à medida que Israel retira as suas forças da região do Líbano, prestar o auxílio humanitário necessário à população e facultar todo o apoio requisitado pelo Governo Libanês. A UNIFIL ficou assim autorizada pelo Conselho de Segurança a utilizar todos os recursos necessários para garantir o sucesso de todo este processo (United Nations 2009).

(29)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

3.4 TAREFAS LEVADAS A CABO PELA CENG

De acordo com a Presidência da República, é da responsabilidade da FND executar “trabalhos de apoio geral de Engenharia, apoio à sobrevivência e de apoio à mobilidade, na sua área de responsabilidade, contribuindo para a reconstrução e

desenvolvimento das infra-estruturas no Teatro de Operações do Líbano, em apoio da

UNIFIL” (Presidência da República 2009), com vista a permitir várias possibilidades, pelo que se podem extrapolar algumas tarefas levadas a cabo por esta Unidade, devido ao facto da força se encontrar preparada para o fazer. Essas tarefas traduziram-se, entre outras nas seguintes:

• O assegurar da mobilidade, protecção e apoio geral de Engenharia ao Comando da UNIFIL;

• A condução de variadas tarefas de construção vertical e construção horizontal;

Figura 1 – Forças constituintes da UNIFIL de 2009

(30)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

• A capacidade de operar em dois locais distintos, bem como dentro do Ubique Camp;

• Condução de tarefas de reabastecimento e purificação de água;

• Realização de operações de desminagem e desactivação de engenhos explosivos;

• Providenciar apoio a variadas Organizações Internacionais e Organizações Não Governamentais

• Capacidade para garantir operações independentes em dois locais diferentes

para além do seu estacionamento;

• Capacidade de reabastecimento e purificação de água;

• Capacidade EOD (Inactivação de Engenhos Explosivos), limitada à protecção

da força;

• No apoio às Organizações Internacionais (OI) e Organizações Não

Governamentais (ONG) dentro dos seus meios e capacidades (Presidência da

República 2009).

Fruto das tarefas gerais acima descritas e na tentativa do cumprimento das mesmas, foram realizadas as seguintes tarefas pela UnEng 5 aquando da sua permanência no TO Líbano:

A remoção de obstáculos variados; A construção de abrigos colectivos;

O melhoramento e fortificação de posições existentes;

A reparação de itinerários, de forma a manter a mobilidade elevada ao máximo e consequente manutenção dos mesmos;

A construção de aeródromos, heliportos e outras instalações que permitissem melhores acessos à região e sua manutenção;

A execução de trabalhos de drenagem, de forma a aumentar ainda mais a mobilidade;

(31)

Capítulo 3 – Teatros de Operações em que Portugal participou no âmbito da ONU

Fortificação e recuperação de construções existentes que tivessem valor relevante para a missão de manutenção de paz que decorria, bem como de edifícios públicos variados;

A limpeza de áreas em cujo mato dificultasse a mobilidade ou viesse ter importância táctica elevada;

A execução de trabalhos de escavação, nivelamento e compactação de terrenos;

A montagem de estruturas pré-fabricadas;

Construção de edifícios de apoio para as forças destacadas na localidade; Instalação e montagem no terreno de aparelhos de telecomunicações, como antenas, de forma a maximizar a comunicação entre forças;

O lançamento de patrulhas e observação de posições fixas pré-estabelecidas; Fornecimento de material de construção para escolas e orfanatos;

(32)

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DO PLANO DE TREINO

PORTUGUÊS

4.1 O CICLO DE UMA FORÇA NACIONAL DESTACADA

Aquando da decisão política de integrar uma unidade do Exército numa Operação de Apoio à Paz, é conduzido pelo Estado-Maior do Exército (EME) um processo com vista à formação da força interveniente nessa operação. Actualmente, todo este processo já se desenrola de forma natural, servindo de base para mais um ciclo de uma nova FND. Tendo já em vista o TO, o ciclo é iniciado com a fase do levantamento da Força. Posteriormente a esta acção, o Exército tem em consideração três pontos que visam o grau de protecção necessário, relativamente à Força: os objectivos político-estratégicos que são esboçados os pelo Mandato da força de paz; uma avaliação inicial do grau de ameaça e do risco previsível a que a força em causa estará sujeita, através das ROE; e por fim, uma avaliação minuciosa do TO. A organização da Força enviada é então estabelecida ao nível do EME que prepara a composição do Quadro Orgânico de Pessoal e outro Material, o que vai por sua vez auxiliar na determinação das nomeações dos militares e na organização do material a equipar o contingente (Fundação Mário Soares 2006).

Sucede-se o aprontamento, que idealmente, em fase de planeamento, deverá ter a duração de seis meses. Esta fase é de vital importância para o sucesso da missão, uma vez que possibilita o desenvolvimento de valências físicas, psicotécnicas e técnicas militares necessárias para o êxito da missão. São ainda tidas em conta nesta fase, pelo EME, a avaliação psicológica de todos os militares intervenientes, são analisadas todas as informações relativas ao TO, é ministrada instrução básica sobre OAP, assim como treino operacional orientado para a missão, são também asseguradas questões logísticas relativas à recepção, gestão e distribuição pelas subunidades de todo o material. A projecção da Força para o TO engloba dois tipos distintos de planeamento: o transporte dos militares e o transporte do equipamento necessário. O transporte de militares é feito por via aérea, sendo o transporte dos materiais maioritariamente realizado por via marítima tendo em conta o aumento da eficácia e a minimização e custos. Esta fase só se considera finalizada com a chegada da Força à área de operações (Fundação Mário Soares 2006).

(33)

Capítulo 4 – Caracterização do Plano de Treino Português

operacionais previamente esquematizadas numa Matriz de Execução e são estas que permitirão a Força manter a sua presença na área de operações. É necessária uma permanente capitalização dos meios disponíveis, sendo possível através do desempenho de um diversificado conjunto de tarefas por parte da componente de apoio de serviços. É nesta fase, portanto, que vai ser possível a todos os militares pôr em prática, numa situação real, todos os conhecimentos previamente apreendidos durante a fase de aprontamento. A sobrevivência é garantida pela sustentação, para a qual deve ser feita uma avaliação permanente acerca da melhor forma de a garantir o contínuo abastecimento. Sendo este conseguido através dos canais logísticos nacional e internacional ou através da aquisição local. Toda a modalidade de apoio à FND poderá sofrer eventuais alterações se existirem melhorias relativamente ao custo/eficácia de determinados artigos (Fundação Mário Soares 2006).

Finalmente temos a retracção da força, que consiste nas tarefas que levam ao regresso da Força ao território nacional. Primeiramente dá-se a transmissão de conhecimento de cada célula do Estado-Maior e suas subunidades à força que está a entrar em sector, garantindo a segurança e tranquilidade da actividade. Esta sobreposição tem de ser previamente calendarizada de forma a ser suficiente mas não excessivo, prevenindo problemas nas estruturas de apoio. O trabalho desta unidade a extrair será redobrado se esta for a ultima FND num determinado TO, uma vez que será responsável por armazenar em contentores os equipamentos ou negociar a sua venda ou doação. Seguidamente, já em território nacional, é nomeada uma comissão liquidatária encarregada de efectuar todos os procedimentos que levem à extinção da força (Fundação Mário Soares 2006).

4.2 INSTRUÇÃO E TREINO

(34)

Capítulo 4 – Caracterização do Plano de Treino Português

A realização de exercícios contribui activamente para o desempenho positivo de uma força aquando da sua projecção para fora do território nacional. Tendo em vista tal facto, são conduzidos exercícios, que consistem em operações militares que envolvem preferencialmente a maioria dos aspectos desde o planeamento, passando pela execução até à revisão após à acção, tendo como objectivo ulterior a avaliação da adaptação da doutrina, procedimentos e prontidão da força em questão. O treino insistente permite a uma fora manter um elevado nível de prontidão, melhorando tácticas, técnicas e procedimentos à medida que cada treino decorre, contribuindo activamente para a manutenção de altos níveis de motivação e sentimento de à-vontade com toda a missão que se irá desenrolar, fazendo com que os militares, quando confrontados com o TO para o qual se encontram a fazer o seu aprontamento sintam o mínimo de dificuldades em adaptarem-se ao mesmo. É, a nosso entender, imperativo que se conduzam treinos variados, com vista a abranger vários cenários possíveis em termos de intensidade, tendo em conta a realidade financeira actual Portuguesa e forças e compromissos internacionais em termos de missões onde se integra o nosso Exército. O presente plano tem por finalidade integrar as actividades de treino operacional num programa que referencie os objectivos a atingir e fornecer orientações gerais para correcto emprego das FND. É o Comando Operacional o responsável pela condução de todo o treino e é a entidade a quem foi incumbida a responsabilidade de levar a cabo todos os exercícios de nível Exército, quer sejam eles conjuntos ou combinados que lhe tenham sido atribuídos (Comando Operacional do Exército 2009).

Devido ao facto de o treino Operacional ser possuidor de uma natureza multi-disciplinar, torna-se imperativo que decorra em ambientes conjuntos ou combinados, onde existam interactividade entre as armas, devendo, para isso, tomar-se especial atenção desde o momento em que se inicia o planeamento até ao momento em que executa determinada acção o garantir altos níveis de interoperabilidade.

Todos os treinos e exercícios de aprontamento que actualmente decorrem são da responsabilidade do Exército Português, tendo em conta que os objectivos propostos por esses mesmos exercícios têm de ser alcançadas de forma eficaz, assegurando que os requisitos superiormente impostos são cumpridos. Existe, de acordo com o Comando Operacional, uma lista de objectivos específicos a serem cumpridos pelos exercícios para o presente ano, que passarão a ser citados:

(35)

Capítulo 4 – Caracterização do Plano de Treino Português

• Proporcionar treino operacional com a finalidade de manter ou melhorar a prontidão das Unidades de acordo com o nível definido;

• Desenvolver as actividades de treino individual e colectivo e aperfeiçoar os procedimentos e a doutrina de cooperação com os outros ramos e com forças aliadas ou amigas, com vista à realização de operações conjuntas e

combinadas;

• Exercitar o planeamento e condução de toda a tipologia das operações militares;

• Dar cumprimento a compromissos internacionais assumidos e desenvolver, manter e reforçar a cooperação militar com países amigos;

• Consolidar os sistemas de C4I do Exército e testar a sua capacidade de ligação com entidades exteriores ao Exército” (Comando Operacional do Exército 2009).

O treino operacional de uma força depende grandemente de vários factores, de entre os quais se destacam:

• O tempo disponível, que é sem duvida o factor mais importante a ter em consideração, na medida em que apesar de se pretender o aperfeiçoamento de uma força, o tempo é algo imutável e sempre escasso, devendo-se sempre ter presente que quanto melhor treinada estiver a força, mais eficaz será a sua forma de agir e transparecerá uma muito melhor imagem, contribuindo assim para sua credibilidade, o que se revela de extrema importância num teatro de operações. Há que ter em atenção certos aspectos, nomeadamente o facto de se tentar ao máximo salvaguardar das vistas o treino mais crítico para a força, que pode dar a conhecer as vulnerabilidades da força em questão, devendo, no entanto o treino ser conduzido o mais próximo da realidade, aproximando todos os factores da realidade que irá ser vivida no TO;

• Ao grau de experiência apresentado pela Força, que claramente se traduz no simples facto de quanto mais experiente for a Força, melhor e mais profissional será a sua actuação;

• Ao nível de instrução cujos elementos da FND possuem;

(36)

CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE

LESSONS LEARNED

5.1 PROCESSO LESSONS LEARNED NATO

O processo de lições aprendidas NATO assenta na premissa de que existe um fluxo constante desde o momento em que se planeia até ao momento em que se executam as acções propriamente ditas, com vista à correcção de erros e evidenciação de sucessos, de forma a garantir aquilo a que a NATO de refere como um processo de aprendizagem contínua. Actualmente, a BDLA da OTAN é da responsabilidade do Joint Analisys Lessons Learned Center (JALLC) em Monsanto. O processo de lições aprendidas NATO consiste em cinco passos, encontrando-se estes descritos no ARRC Brochure, sendo eles:

• Recolha, onde a Secção de recolha de informação, o G7 obtém o máximo de informações possível, com vista a áreas de preocupação e soluções sugeridas para resolução de problemas;

• Análise, onde as constatações obtidas são examinadas, com vista à produção de um LL Action Brief;

• Validação, onde são aprovadas conclusões e soluções com vista à implementação para se evitar futuros erros cometidos no TO dos quais se retiraram as LA;

• Implementação, onde se vão incutir as correcções necessárias na doutrina existente, de forma a melhorar a actuação no sentido de minimizar perdas; • Verificação, onde se vai constatar que se realmente as ilações a que se

chegou são as mais adequadas face a uma nova realidade (OTAN 2009).

(37)

Capítulo 5 – Caracterização do processo de Lessons Learned

5.2 PROCESSO LESSONS LEARNED PORTUGUÊS

O processo de lições aprendidas Português consiste numa “ferramenta para corrigir deficiências, evitar a repetição de erros, melhorar procedimentos, organizações e incrementar a difusão e a partilha de conhecimentos e experiências” (Ministério da Defesa Nacional 2008, 1)

De acordo com as normas para a produção de Lições Aprendidas, da responsabilidade do Ministério da Defesa Nacional, Portugal, como membro integrante da OTAN, foi encorajado por esta a organização a participar no seu processo de lições aprendidas, na medida em que era obrigado a cumprir a exigência de “interoperabilidade de processos e bases de dados” (Ministério da Defesa Nacional 2008, 1).

Faremos, de seguida uma análise detalhada sobre o processo de LA Português: a) O processo de lições aprendidas é importante durante a tomada de decisões por

comandantes de forma a corrigir e registar deficiências e realçar/transmitir procedimentos, acções e soluções correctas. Todas as actividades participam e contribuem para o processo de LA, é através de uma continuidade temporal no

Figura 2 – Processo de Lições Aprendidas OTAN

(38)

Capítulo 5 – Caracterização do processo de Lessons Learned

seu processamento de dados (observações, questões e possíveis soluções) que é conseguida uma efectividade neste processo, minimizando assim repetições e possíveis erros. Este processo favorece a mudança de atitude, capacidade e comportamento através das observações fornecidas, e as respostas a acções;

b) As lições aprendidas aumentam o valor a um conhecimento existente, da procura da correcção nos conceitos, doutrina, operações, exercícios, instrução, liderança, organização bem como no equipamento e próprio pessoal;

c) O processo de lições aprendidas é um processo estruturado e detalhado em que uma observação ou pedido de análise (PA) de um comandante é transformada numa lição identificada (LI) seguidamente é aplicada uma acção correctiva (AC) transformando-se assim numa LA;

d) O elemento a ter em conta quando falamos do processo de LA é o Comando, a Unidade, o Estabelecimento, o Órgão, as subunidades, bem como o militar individual;

e) O elemento responsável por implementar uma acção correctiva é chamado de Elemento para Acção (EA), este elemento deve ser proposto com brevidade, de forma a acelerar o processo;

f) A Análise consiste no acto de retirar informações com relevância e validação científica de um determinado objecto de estudo devendo para tal ser objectiva, baseando-se em factos;

g) Uma tarefa objectiva clara, facilmente identificável o seu objectivo e o seu destinatário é conhecido por objectivo de Análise (AO);

h) Interoperabilidade é quando se executam tarefas atribuídas com recurso a dinamismo entre esforços e conhecimentos;

i) Quando se dá uma observação valida e julgada, com notório interesse, identificado pelo EA dá-se o nome de Lição identificada (LI). Seguidamente será desenvolvida uma AC, e sua aplicação verificando que o problema é resolvido;

(39)

Capítulo 5 – Caracterização do processo de Lessons Learned

k) Base de Dados de Lições Apreendidas (BDLA) é uma colecção centralizada, partilhada, de fácil pesquisa que contem as observações feitas bem como as LI e LA. A nossa BDLA situa-se no CmdInstrDoutr, no Gabinete de Inspecção;

l) Observação é o exame detalhado de um assunto ou actividade, que futuramente será analisada, diagnosticada e interpretada, para que o seu estudo nos diga as medidas de correcção a serem tomadas (Comando Operacional do Exército 2009).

Temos como principais princípios a cooperação entre todos os elementos envolvidos (EE), a coordenação que permite a todos os EE planearem o seu esforço correctamente, proporcionando uma gestão de modo atempado e eficiente. O último principio a referir é a difusão, esta facilita a aplicação dos dois princípios anteriores e garante o enquadramento de todos os EE envolvidos, proporciona ainda a difusão do conhecimento que advém das lições sendo possível familiarizarem-se com as mesmas atempadamente.

De acordo com o disposto nas normas para a produção de Lições Aprendidas no Âmbito do comando Operacional, passam-se agora a citar as chaves para o sucesso:

o Um processo de análise cuidadoso e focado na identificação:

1. Da causa principal dos problemas; 2. Da Acção Correctiva (AC);

3. Dos Elementos para Acção (EA) responsáveis pela implementação das AC.

o Empenho na implementação das AC através de um Plano de Acção (PlA) até que a lição esteja realmente apreendida;

o Prioritização dos recursos envolvidos no processo;

(40)

Capítulo 5 – Caracterização do processo de Lessons Learned

experiências negativas durante a pesquisa de soluções para os problemas em estudo.

A responsabilidade no processo de LA é da responsabilidade de todos os níveis de comando, sendo o CmdInstrDoutr a EPR do processo global de LA. A base de dados de lições apreendidas é a ferramenta base para qualquer escalão para o processo de LA, existe um BDLA central do Exército que é criado e gerido pelo CmdInstrDoutr, e um segundo BDLA específico do CmdOp que é inter-operável com o BDLA central do Exército.

Figura 3 – Processo de Lições Aprendidas Português

Fonte: Normas para a produção de Lições Aprendidas

(41)

Capítulo 5 – Caracterização do processo de Lessons Learned

5.3 LIÇÕES APRENDIDAS

De acordo com o Relatório Fundação Mário Soares referente à participação de Portugal em missões no estrangeiro no âmbito da ONU existem algumas lições aprendidas que podem ser as, sendo elas:

• “Deve ser feito um esforço no sentido de mobilizar unidades já constituídas do antecedente. Este facto é significativo, quando falamos em espírito de corpo, camaradagem, espírito de unidade, entre outras motivações, que são mais visíveis entre militares que já se conhecem. Quando tal não se verifica, a acção de comando tem que desenvolver mecanismos de integração e socialização que a desviam de outras preocupações e afazeres decorrentes de um aprontamento;

• O aprontamento de uma Força deve ser cumprido com os recursos humanos e materiais disponíveis desde o primeiro dia. No que diz respeito aos equipamentos, estes devem ser adequados e semelhantes aos que vão ser empregues no TO, garantindo assim que o treino da Força seja feito em condições tão próximas quanto possível da realidade;

• O grau de protecção da Força tem que estar adequado ao tipo de missão que se vai desempenhar. Os equipamentos de protecção individual, o tipo de viaturas e a sua blindagem, devem assegurar a integridade física do combatente. Por exemplo, uma viatura com uma determinada blindagem pode ser adequada para uma Operação de Manutenção de Paz e não o ser para uma Operação de Imposição da Paz;

• O treino orientado para a missão deve contemplar todos os procedimentos que vão ser desenvolvidos num determinado TO. Para o efeito, o comandante da Força já deve ter a sua missão atribuída, conhecer o Mandato da Força, conhecer as ROE estipuladas para o TO e conduzir a sua preparação com os equipamentos adequados; • As FND devem ser dotadas de uma maior capacidade de sustentação, de modo a poderem fazer face a imprevistos nos voos de sustentação e/ou ao eventual incumprimento dos acordos estabelecidos localmente ou com outras forças que actuem no mesmo TO” (Fundação Mário Soares 2006).

(42)

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 INTRODUÇÃO

Ao longo deste trabalho procurou chegar-se à conclusão se o Plano de Treino Integrado Operacional Português se encontra adaptado à conflitualidade actual. Para tal, tornou-se necessário definir o que é a conflitualidade actual, analisar alguns TO em que Portugal participou na última década e daí retirar conclusões sobre se a adequação era a melhor face à realidade de então. Fez-se também um levantamento de algumas lições aprendidas no mais recente TO em que uma FND de Portugal fez parte no âmbito da ONU, bem como algumas tarefas realizadas, sendo por fim analisado todo o processo de lições aprendidas, que tem papel preponderante na adequação do treino das forças Portuguesas.

6.2 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES FORMULADAS

Face à primeira questão foram colocadas as seguintes hipóteses:

• A conflitualidade actual assemelha-se completamente à conflitualidade de tempos passados;

• A conflitualidade actual partilha apenas alguns aspectos com a conflitualidade de tempos passados;

Face à análise do trabalho, facilmente chegamos à conclusão de que a primeira hipótese aqui colocada é dada como não provada, estando a segunda provada, na medida em que apenas alguns aspectos, como o conflito armado existem, sendo este esporádico, não existindo uma declaração formal de guerra entre Estados.

● Face à segunda questão levantada, foram colocadas as seguintes hipóteses: • A actuação no TO África foi adequada à conflitualidade de então; • A actuação no TO Timor foi adequada à conflitualidade de então; • A actuação no TO Líbano foi adequada à conflitualidade de então;

(43)

Capítulo 6 – Conclusões e recomendações

desses cenários, existindo, como sempre, algumas pequenas lacunas que careciam ser colmatadas, mas as lições aprendidas vieram fazer como que isso se tornasse uma realidade. Assim sendo, é seguro dizer que estas três hipóteses podem ser consideradas como verdadeiras.

● Relativamente à terceira questão colocada, as seguintes hipóteses foram levantadas:

• O ciclo de treino de uma FND encontra-se adequado à realidade actual; • A instrução e a forma como decorrem os treinos são as ideais e mais

próximas da realidade;

Como visto no quarto capítulo, claramente se entende que, apesar de se almejar um treino o mais próximo do real quanto possível, tal não é ainda possível por parte das nossas forças, existindo algumas lacunas que partem desde cedo da elaboração do Plano de Treino, onde estamos em crer que o tempo de preparação é pouco face a uma panóplia de elementos que são apresentados num local de conflito na actualidade, na medida em que tudo pode ser factor influenciador, levando ao sucesso ou insucesso da missão a que se propõe uma força. Sendo assim, podemos afirmar que nenhuma destas duas hipóteses acima formuladas pode ser tida como provada, pois são ambas premissas falsas.

● No que diz respeito à quarta questão, levantam-se as seguintes hipóteses: • O processo de Lessons Learned Português é autónomo, sem recurso a

apoio a outros processos de Lessons Learned;

• O processo de Lessons Learned Português consiste numa adaptação de um processo de Lessons Learned já existente;

(44)

Capítulo 6 – Conclusões e recomendações

considerada como provada, na medida em o processo de LA Português assenta no processo de LA OTAN.

● Face à quinta questão, foram levantadas as seguintes hipóteses:

• As lições aprendidas foram em número suficiente e postas em prática em missões subsequentes;

• As lições aprendidas foram escassas e não foram aplicadas em missões subsequentes.

Após breve análise de todo o processo de LA Português e de alguns exemplos espelhados no trabalho chegamos à conclusão que em termos de quantidade, não foram escassas as lições aprendidas, tendo estas sido processadas e consequentemente aplicadas em TO que tiveram lugar após o mencionado, na medida em que sempre que uma nova força tinha como missão render a Unidade que já se encontrava no terreno tentava implantar ao máximo, durante o treino operacional, tudo aquilo que havia sido retido das passadas experiências. Assim sendo, temos que a primeira hipótese aqui espelhada se nos apresenta como provada, ao passo que a segunda pode ser vista como não provada.

6.3 CONCLUSÕES

(45)

Capítulo 6 – Conclusões e recomendações

essas mesmas em prática, tentando manter sempre o processo em constante actualização, fazendo recurso a tecnologia que actualmente o Exército não possui para um processamento e tratamento de dados exaustivo. Obviamente, todos estes meios e procedimentos estarão sempre limitados aos recursos financeiros e temporais que se apresentem, face ao novo TO que surja ou solicitação da constituição de nova FND, pelo que se sugere a constituição de mais forças disponíveis a satisfazer os compromissos internacionais assumidos por Portugal, de forma a alargar-se o período de treino e permanência nos TO, facilitando assim à acima descrita recolha de informação para melhoria dos conceitos e doutrinas actuais Portugueses.

6.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Em termos de limitações do estudo, poucas existiram, na medida em que foi imenso o auxílio e disponibilidade de todos os elementos contactados a quem foi solicitada divulgação de informação sobre os mais variados assuntos debatidos ao longo deste trabalho. No entanto, tornou-se algo complicado ter acesso a documentos classificados de forma a poder citá-los ou fazer referência aos mesmos, tornando assim a tarefa de complementar certos capítulos com informação de fontes mais directas. Devido ao facto da elaboração deste trabalho ter sido nos meses de Verão, poderia apresentar-se como um impedimento para a recolha de informação junto dos intervenientes. Porém, parte significativa desses mesmos elementos não se encontrava em período de férias, o que tornou a recolha de dados numa tarefa algo simples.

6.5 PROPOSTAS PARA FUTURAS INVESTIGAÇÕES

(46)

Bibliografia

BIBLIOGRAFIA

Academia Militar. Normas de Redacção para Trabalhos Escritos. Lisboa, 2008.

Boot, Max. “The Second Lebanon War.” The Weekly Standard, 4 de Setembro de 2006.

Center for Strategic and International Studies. Preliminary “Lessons” of the Israeli-Hezbollah War. Washington, DC, 2006.

Centro de estudos EuroDefense - Portugal. A União Europeia e o conflito do Líbano. 2007.

Comando Operacional do Exército. Plano de Treino Integrado Operacional. Lisboa, 2009.

Estado-Maior do Exército. Regulamento de Campanha Operações. Lisboa, 2005. Estado-Maior-General das Forças Armadas. CIMIC no Libano. 2009.

http://www.emgfa.pt/pt/noticias/36 (acedido em 31 de 07 de 2009).

—. FND Libano. 2009. http://www.emgfa.pt/pt/operacoes/missoes/fnd-libano (acedido em 29 de 06 de 2009).

Exército, Estado Maior do. O Exército na Guerra Subversiva. Lisboa, 1963. Fundação Mário Soares. A Participação Portuguesa em missões de paz. Lisboa, 2006.

Heinbecker, Paul. Lessons Learned from Lebanon. 2006.

Hespanha, Pedro. “Globalização, conflitualidade e violência.” Revista Crítica de ciências sociais, Novembro de 2000.

Jacoby, Tami Amanda. Conflict in Lebanon: On the Perpetual Threshold. Calgary: Canadian Defence & Foreign Affairs Institute, 2007.

Kreps, Sarah E. The 2006 Lebanon War: Lessons Learned. 2007.

Ministério da Defesa Nacional. Normas para a produção de Lições Aprendidas. Lisboa, 2008.

—. Plano de rendição "Ganges / 09". Lisboa: Exército, 2009. Nações Unidas. Carta das Nações Unidas. 26 de 06 de 1945.

http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/pm/Tratados/carta-onu.htm (acedido em 30 de 06 de 2009). NATO. Joint Analysis Handbook. 2007.

OTAN. The ARRC Brochure . 2009.

(47)

Bibliografia

Parlamento Europeu. Relatório sobre a Execução da Estratégia Europeia de Segurança. 2008.

Presidência da República. Participação Nacional na UNIFIL. 2009.

http://www.presidencia.pt/comandantesupremo/?idc=337 (acedido em 31 de 07 de 2009).

Rickli, Jean-Marc. “GCSP Policy Brief No. 24: The Impact of Globalization on the Changing Nature of War.” GCSP Policy Brief No. 24: The Impact of Globalization on the Changing Nature of War. Genebra, 2007. 3.

Teixeira, Tenente-Coronel Pedro Miguel Andrade de Brito. Na procura do alvo: A Utilidade da Força. 2009.

http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=355 (acedido em 30 de 07 de 2009).

Tidwell, Alan. Globalization and conflict resolution. 2004.

United Nations. A more secure world: Our shared resposability. NYC: UN Department of Public Information, 2004.

—. Lebanon - UNIFIL - Mandate. 2009.

http://www.un.org/Depts/dpko/missions/unifil/mandate.html (acedido em 30 de 07 de 2009).

United Nations Security Council. “United Nations Interim Force in Lebanon.” 2006.

United Nations. UN at a glance. 30 de 06 de 2009.

http://www.un.org/en/aboutun/index.shtml (acedido em 30 de 06 de 2009). —. UN History. 30 de 06 de 2009. http://www.un.org/aboutun/history.htm (acedido em 30 de 06 de 2009).

—. United Nations Interim Force in Lebanon. 2009. http://unifil.unmissions.org/ (acedido em 30 de 07 de 2009).

—. United States Main Bodies. 30 de 06 de 2009.

http://www.un.org/en/mainbodies/index.shtml (acedido em 30 de 06 de 2009). —. UNRIC. 30 de 06 de 2009.

http://www.unric.org/index.php?option=com_content&task=view&id=235&Itemid=193 (acedido em 30 de 06 de 2009).

Vieira, João Portugal. Portugal and Peacebuilding: Colonial Memories and Contemporary Crossroads. 2009.

(48)

Anexo A – Relatórios e pedido de análise no âmbito das LA do CmpOp

ANEXO A

1. Apenas serão objecto deste Anexo os relatórios específicos do processo de

LA, uma vez que os restantes referidos na Directiva, de que este Anexo é parte integrante, estão detalhados em documentação doutrinária própria.

2. Nunca é demais realçar a importância de escrever um bom relatório, porque

por melhores que sejam os resultados obtidos, eles serão desprovidos de valor se não se obtiver sucesso na sua comunicação. Relatar, mais do escrever coisas, é passar a mensagem. Ao escrever um relatório há que ter presente que, quase de certeza, quem o vai ler tem uma compreensão do assunto/problema menos profunda do que o relator.

3. O relator gastou muito tempo para adquirir a compreensão do assunto do

relatório pelo que, quando o elaborar, tem de se assegurar de que transmite o conhecimento adquirido de forma clara, precisa, lógica, concisa, mas também completa.

4. Há três questões principais a considerar ao escrever um relatório: a quem se

dirige; quais os pontos que é necessário transmitir; e qual a melhor forma de o a fazer.

5. A primeira e a segunda questões estão relacionadas. A primeira é importante

porque um relatório não compreensível por aqueles a quem se destina significa que todo o trabalho foi em vão, pelo que se deverá utilizar uma terminologia e uma linguagem compreensíveis pelo leitor, que prenda a sua atenção e que não provoque mal-entendidos. Isto é mais fácil de dizer do que de fazer e requererá, geralmente, que se reescrevam várias vezes os pontos principais (a segunda questão acima) até que se consiga não só que os leitores os compreendam, mas também que se sintam compelidos a desenvolvê-los, ou a tomar decisões. As conclusões deverão ser apresentadas de uma forma lógica e estruturada, e fundamentadas de forma a resistir a objecções e argumentos contra relevantes. Um relatório só terá impacto se for claro e lógico.

6. A terceira questão tem a ver com a forma e impacto visual do relatório. Apesar

Imagem

Figura 1 – Forças constituintes da UNIFIL de 2009
Figura 2 – Processo de Lições Aprendidas OTAN
Figura 3 – Processo de Lições Aprendidas Português

Referências

Documentos relacionados

Verba N.º 6 - Lote composto por um móvel de madeira com seis compartimentos, um armário em madeira de duas portas e quatro prateleiras, uma estante em madeira de quatro

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

de lôbo-guará (Chrysocyon brachyurus), a partir do cérebro e da glândula submaxilar em face das ino- culações em camundongos, cobaios e coelho e, também, pela presença

Diversos métodos foram usados para avaliar a fertilidade masculina, inclusive desprendimento, coloração e germinação de pólen e formação de sementes após "sib-matings";

Conclui-se que os catadores de caranguejo do município de Quatipuru-PA são, em sua maioria, do sexo feminino, concluintes do Ensino Fundamental, adultos, com casa própria e

O candidato deverá apresentar impreterivelmente até o dia 31 de maio um currículo vitae atualizado e devidamente documentado, além de uma carta- justificativa (ver anexo

Finally,  we  can  conclude  several  findings  from  our  research.  First,  productivity  is  the  most  important  determinant  for  internationalization  that 

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de