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VANTAGENS DO MÉTODO MÃE-CANGURU EM RECÉM NASCIDOS BAIXO PESO E/OU PRÉ-TERMO

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ADVANTAGES OF KANGAROO MOTHER METHOD IN LOW WEIGHT NEWBORN AND/OR PREMATURE

FONSECA, Rafaella Garcia - rafaella_gf@hotmail.com

Acadêmica do 8ª Período de Enfermagem, Centro Universitário São Camilo- ES.

NEVES, Igor Rozário - igorneves89@hotmail.com

Acadêmico do 8ª Período de Enfermagem, Centro Universitário São Camilo- ES.

MARINO, Paula dos Santos - paulinhamarino@hotmail.com

Acadêmica do 8ª Período de Enfermagem, Centro Universitário São Camilo- ES.

NUNES, Karine Ribeiro - karinenunes@saocamilo-es.br

Professora orientadora do Centro Universitário São Camilo-ES, Especialista em Obstetrícia.

Curso de Graduação em Enfermagem Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo, 2011

RESUMO

Introdução: O Método Mãe-Canguru foi desenvolvido pelos doutores Héctor Martínez e Edgar Rey Sanabria em 1979, na Colômbia. O método se apresenta como uma ferramenta complementar à tecnologia e consiste no contato pele a pele do neonato com o tórax da mãe, em posição vertical, sustentado por uma faixa que imita a bolsa de um marsupial. Objetivo: identificar as vantagens que

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o método proporciona para o recém-nascido pré-termo e/ou baixo peso.

Metodologia: O estudo foi realizado com base em pesquisas bibliográficas utilizando como fontes literárias livros disponíveis na biblioteca de Instituição de Ensino Superior, manual e artigos científicos disponibilizados no SCIELO e Google Acadêmico. Resultados e discussões: Foram identificadas várias vantagens desse método para a saúde do neonato, dentre os quais, se destacam: favorecimento do vínculo mãe-filho; redução do tempo de separação mãe-filho; melhoria na qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido de baixo peso; estimulação do aleitamento materno; permite um controle térmico adequado; contribuição para a redução do risco de infecção hospitalar; redução do estresse e dor dos recém-nascidos de baixo peso; contribuição para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva. Considerações Finais: É de reconhecimento pleno que o MMC é uma tecnologia passível de propiciar assistência integral ao binômio mãe-filho em situação de prematuridade; todavia a sua implantação requer o preparo adequado das pessoas envolvidas neste cuidado (recém-nascido, família e profissionais de saúde), bem como o reconhecimento de como este Método se configura na atualidade, em termos da produção de conhecimentos que vem sendo gerada e veiculada pelos meios indexados de divulgação na área da saúde.

Palavras-chave: Vantagens; Método Mãe-Canguru; Assistência de enfermagem.

ABSTRACT

Introduction: The Kangaroo Mother Method was developed by the doctors Héctor Martinez and Edgar Rey Sanabria in 1979, in Colombia. The method if presents as a complementary tool to the technology and consists of the contact skin the skin of the neonate with the thorax of the mother, in vertical position, supported for a band that mimics the pouch of a marsupial. Objective: to identify the advantages that the method provides for the newly-born preterm and / or low birth weight. Methodology: The study it was carried through on the basis of bibliographical research using as literary sources available books in the library of Institution of higher education, guide and scientific articles available in the SCIELO and Academic Google. Results and Discussions: Some advantages of this method for the health of the neonate had been identified, among which, stand out: favor of the mother-child bond; improving the quality of neurobehavioral development and psychological relationship of the newborn with low weight; stimulation of breastfeeding; it allows adequate a thermal control;

contribution for the reduction of the risk of hospital infection; reduction

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of it stress and pain of the newly-born of low birth weight; contribution for the Optimization of the stream beds of Units of Intensive Therapy. Final Considerations: It is of full recognition that the MMC is a technology capable of providing complete assistance to both mother and child in prematurity situations;

however your implantation requires the adequate preparation of the involved people in this care (newly-born, family and health professionals), as well as the recognition of as this Method if it configures in the present time, in terms of knowledge production that is being generated and transmitted by the means of dissemination indexed in health.

Keywords: Advantages; Kangaroo Mother Method; Assistance of Nurse

INTRODUÇÃO

Em todo mundo, nascem anualmente cerda de 20 milhões de crianças prematuras e com baixo peso. Destas, um terço morrem antes de completar 1 ano de vida. No Brasil, a primeira causa de mortalidade infantil são as afecções perinatais, que compreendem os problemas respiratórios, a asfixia ao nascer e as infecções mais comuns, em crianças prematuras e de baixo peso. Além disso, muitos bebês são acometidos de distúrbios metabólicos, dificuldades em alimentar-se e para regular a temperatura corporal. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)

A mortalidade entre os menores de cinco anos é um dos indicadores avaliados anualmente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), sendo observada diminuição mais acentuada nos países desenvolvidos, do que nos países em desenvolvimento. (SHAKAE et al., 2001) As possibilidades de sobrevivência destes bebês vêm aumentando, associadas a um conjunto de procedimentos cada vez mais especializados, tanto na forma de como está sendo prestada a assistência, como no uso das tecnologias para este fim.

(GUIMARÃES, MONTICELLI, 2007)

Os recém-nascidos de baixo peso constituem um grande problema de saúde pública, visto que o cuidado necessário à sua sobrevivência e desenvolvimento exige recursos expressivos com profissionais, instalações, equipamentos e tecnologia. Estes recursos estão limitadamente disponíveis

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nos países em desenvolvimento, e muitas vezes são usados de forma inadequada. Como alternativa aos cuidados tradicionais - de alta sofisticação tecnológica e custo - foi proposto o uso do Método Mãe-Canguru (MMC).

(CARDOSO et al., 2006) O Método Mãe Canguru se apresenta como uma abordagem de intervenção complementar à tecnologia neonatal para promover o contato direto do neonato com a mãe, desde o momento em que ambos apresentam condições clínicas para desenvolvê-lo. (CABRAL; RODRIGUES, 2006)

O método recebe tal denominação porque envolve a colocação do bebê na posição vertical sobre o peito da mãe com a finalidade de obter um contato pele a pele e promover proximidade entre pré-termos e suas mães. (LAMY et al., 2005)

É indicado para o recém-nascido pré-termo ou de baixo peso estável, que necessita de proteção térmica, alimentação adequada, observação freqüente e proteção contra infecções. (CARDOSO et al., 2006)

Segundo DUARTE et al., 2005, os princípios básicos deste método estão baseados em três pilares: o calor, que é gerado e transmitido pelo corpo da mãe, ao estar em contato com o bebê, pele-a-pele; o leite materno, que não apenas alimenta o bebê, mas que, com suas propriedades imunológicas o protege contra infecções, mesmo àquelas que vivem em casebre e, principalmente, o amor, que estimula o bebê a se desenvolver melhor. (CARDOSO et al., 2006)

Todos os neonatos clinicamente estáveis, com peso superior a 1250g, ao invés de permanecer na incubadora até atingir o peso de 2000g, encontram- se aptos para participar do método. Portanto, entre critérios para a participação do MMC destaca-se a disponibilidade materna, as estabilidades clínicas da mãe e do neonato, o peso do neonato, a preparação da equipe para desenvolver o método, a preparação da instituição para adotá-lo como uma metodologia assistencial. (CABRAL; RODRIGUES, 2006)

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Em 1979, os doutores Héctor Martínez e Edgar Rey Sanabria, do Instituto Materno-Infantil do Hospital San Juan de Dios de Bogotá, na Colômbia, iniciaram uma transformação na visão da atenção a recém-nascidos prematuros e bebês de baixo peso promovendo uma abordagem mais humanizada. (BARRADAS et al., 2006)

O objetivo principal destes autores era solucionar a pouca disponibilidade de equipamentos, que obrigava as equipes de saúde a colocar dois ou três recém-nascidos juntos na mesma incubadora, com conseqüente alta taxa de mortalidade por infecções cruzadas. (CARDOSO et al., 2006)

Essas condições dramáticas fizeram com que os neonatologistas desenvolvessem o Programa Mãe-Canguru, com a finalidade de modificar e revolucionar todas as formas de assistência até então realizadas por aquele Instituto e por todos os outros serviços de atenção que atuavam nos mesmos moldes. (GUIMARÃES, MONTICELLI, 2007)

Quando não havia incubadora, começaram a colocar o recém-nascido pré-termo em contato pele a pele com a mãe. (ALMEIDA et al., 2007)

A “posição canguru” idealizada em Bogotá foi baseada no princípio de que os filhotes do animal canguru nascem imaturos e completam seu desenvolvimento no interior de uma bolsa, na qual o filhote é amamentado, aquecido e protegido adequadamente até o momento ideal para sobrevivência fora do ventre materno. (FREITAS; CAMARGO, 2006)

O Método chegou ao Brasil em 1992 para que fosse mudado e tornasse mais humanizado o atendimento ao recém-nascido. Os primeiros hospitais a utilizarem foram o Guilherme Álvaro em Santos (SP), em 1992, e em 1993, no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco, em Recife. (SOUZA et al., 2010)

O Método Mãe-Canguru, recentemente, passou a fazer parte das diretrizes políticas de atenção à saúde dos bebês de baixo peso ao nascer e prematuros, estando incluído no Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento. Assim, com a Portaria n° 693, de 05 de julho de 2000, o Ministério

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da Saúde normatiza a implantação do Método Mãe-Canguru. (FURLAN et al., 2003)

A implementação do MMC é possível tanto em pequenas maternidades quanto em hospitais de referência. Exige preparo da equipe multidisciplinar, protocolos adaptados às condições locais, preparo da mãe, acomodações confortáveis para a mãe e estrutura para o seguimento ambulatorial após a alta hospitalar. (CARDOSO et al., 2006) No modelo brasileiro, o Método não é um substituto da incubadora, mas uma nova forma de assistência neonatal à disposição nos berçários e UTIs. (ALMEIDA et al., 2007)

Com a instalação de modernas unidades neonatais equipadas com recursos humanos e tecnologias complexas e especializadas, é possível a sobrevivência de neonatos com idades cada vez menores. Porém, de acordo com o Ministério da Saúde, a prematuridade ainda é responsável por 50% da morbi-mortalidade entre os recém- nascidos sem anomalias fetais. As três bases de fundamentação do cuidado nas unidades de terapia intensivas neonatais (UTIN), isto é, a alimentação, a termorregulação e a prevenção de infecção, através de medidas rigorosas de isolamento, ampliaram-se de modo a contemplar também outras formas de atendimento como o afeto, o vínculo, o acolhimento, o desenvolvimento integral da criança e da família, a assistência multiprofissional, o seguimento em longo prazo, a desospitalização, dentre outras. (COSTA; MONTICELLI, 2005)

A partir dessa experiência, no entanto, estudos subseqüentes apontaram que a presença contínua da mãe junto do bebê, além de garantir calor e leite materno, trazia inúmeras outras vantagens dentre as quais a promoção do vínculo mãe-bebê, condição indispensável para a qualidade de vida e sobrevivência do recém-nascido após a alta da Unidade Neonatal. (NEVES et al., 2010)

Ao longo das três últimas décadas o Método Canguru vem despertando grande interesse dentre os profissionais envolvidos na assistência neonatal em todo o mundo, sendo cada vez mais utilizado, sem que exista, entretanto, uma

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diretriz única. São diversas as formas utilizadas em sua aplicação no que diz respeito à abrangência, ao tempo de início e ao tempo de permanência na posição canguru. (NEVES et al., 2010)

No Brasil, hoje, mesmo aqueles profissionais que não utilizam o método em seus serviços e até os que fazem restrições a ele têm buscado compreender melhor a proposta nacional de utilização que foge da perspectiva de substituição de incubadora, utilizando o Método Canguru como mais uma tecnologia disponível para o cuidado do bebê internado em terapia intensiva neonatal.

(NEVES et al., 2010)

Desta forma o Método Canguru abrange questões como os cuidados técnicos com o bebê (manuseio, atenção às necessidades individuais, cuidados com luz, som, dor); o acolhimento à família; a promoção do vínculo mãe/bebê e do aleitamento materno; e o acompanhamento ambulatorial após a alta. (NEVES et al., 2010)

Foi sob essa perspectiva de minimizar os efeitos negativos da internação neonatal sobre os bebês e suas famílias que a Área da Criança do Ministério da Saúde adotou o Método Canguru como uma Política Nacional de Saúde, inserido no contexto da humanização da assistência neonatal. A Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru foi lançada em dezembro de 1999. (NEVES et al., 2010)

Partindo do entendimento que o nascimento de uma criança, sobretudo prematura (idade gestacional inferior a 38 semanas) e muitas vezes dependentes de cuidados profissionais e/ou cuidados maternos, transforma a organização familiar, necessitando adaptações em suas vidas cotidianas, envolvendo as relações internas e externas desses entes familiares, considera- se, aqui, que a enfermagem tem papel fundamental no MMC, onde deve existir esclarecimentos e mudanças das concepções e práticas de cuidados ao RNBP, proporcionando, assim, conhecimentos, dentre outros, sobre direitos e deveres paternos e maternos e por que não fraternos e solidários. (ARIVABENE;

TYRRELL, 2010)

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O nascimento de uma criança hígida e sadia, sua sobrevivência e desenvolvimento normal constituem o objetivo da Enfermagem Perinatal. A enfermagem acompanha o crescimento e desenvolvimento da criança desde a gestação, passando pelo parto, e chegando ao período neonatal, possuindo desta forma importante papel na assistência a saúde do recém-nascido.

(ARIVABENE; TYRRELL, 2010)

O cuidar da criança visa promoção, manutenção e recuperação de seu processo de desenvolvimento, de modo a propiciar seu melhor funcionamento pessoal e social. (FREITAS; CAMARGO, 2006)

O papel dos profissionais de enfermagem na estimulação do recém- nascido e no fortalecimento do vínculo com a família implica em promover um cuidado individualizado, minimizando estressores ambientais. O cuidado individualizado tem elementos que impõem modificações no ambiente para reduzir os níveis de som e luz, organização do cuidado de forma a reduzir as atividades, utilização de estratégias específicas para facilitar a auto- organização do bebê e o envolvimento dos pais, a partir de um plano de cuidados individual conforme as respostas da criança aos procedimentos. (FREITAS; CAMARGO, 2006)

METODOLOGIA

Segundo MARCONI; LAKATOS (2000, p.45) APUD (JOLIVET, 1979:71):

“Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da realidade.”

Este estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica. Sua elaboração foi baseada em levantamento minucioso de referências e de dados bibliográficos sobre o tema. A importância deste método de pesquisa deu-se pela necessidade de formar um arcabouço teórico atualizado que fosse capaz de avaliar as vantagens do método mãe-canguru em recém nascidos baixo

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peso e/ou pré-termo. Os instrumentos neste estudo foram leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais, sites de pesquisa avançada - o Google Acadêmico e Scielo, além de outras teses e publicações referentes às palavras-chave: vantagens do método mãe-canguru, atenção humanizada ao recém nascido. Todo o material foi recolhido e submetido a uma seleção, a partir da qual foi possível estabelecer um plano de leitura, atenta e sistemática, fez-se acompanhar de anotações e fichamentos que foram úteis à fundamentação teórica do estudo. O período para busca de dados, elaboração e apresentação da pesquisa foram de agosto a novembro do ano de 2011.

Para construção deste artigo foram catalogados 21 artigos, 1 livro e 1 manual, todos referentes às palavras-chave.

Este trabalho é de cunho exploratório, de forma a identificar as melhores informações referentes à utilização do Método mãe-canguru e suas vantagens ao recém nascido baixo-peso e/ ou pré-termo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Método Mãe Canguru é uma forma de atenção que incentiva e valoriza a presença e a participação da mãe e da família na unidade neonatal. Tem um papel importante para assegurar a saúde do bebê de baixo peso após a alta hospitalar, tanto pela oportunidade de fortalecimento do vínculo afetivo que oferece, como pelas altas taxas de amamentação que proporciona. (COLAMEO;

REA, 2006) A prática se inicia dentro do hospital e continua em casa, mediante estreito acompanhamento da equipe de saúde. (TOMA, 2003)

O Ministério da Saúde enumera diversas vantagens na aplicação do Método Mãe-Canguru. O contato permanente substitui as incubadoras na termo- regulação dos recém-nascidos, que se favoreceram da troca constante de estímulos com suas mães. Por outro lado, as mães têm maior facilidade em iniciar e manter o aleitamento. Elas tornam-se mais confiantes em relação aos cuidados após a alta hospitalar e fortalece-se o vínculo mãe-filho, essencial para reduzir a taxa de abandono dos recém nascidos nas maternidades. O

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método também contribui para diminuir o tempo de internação, as infecções hospitalares e o número de recém-nascidos internados em unidades de cuidados intermediários, além de melhorar o relacionamento da família com a equipe de saúde. (SHAKAE et al., 2001)

Desde a sua primeira descrição, em 1983, o método tem sido extensivamente estudado, mostrando que é seguro para os bebês, em termos fisiológicos, além de oferecer benefícios em termos de prevalência e duração de aleitamento materno bem como a redução do período de hospitalização. Estudos sobre as bases teóricas dessa tecnologia de cuidado mostraram também que, embora ela respeite as realidades locais e as diferenças culturais e sociais, é necessário ampliar os enfoques da assistência e também de pesquisas, contemplando a dimensão da família nesse processo. (CAETANO et al., 2005)

O método mostrou, ainda, a possibilidade de a mãe e de outros familiares atuarem de forma direta e integral no atendimento das necessidades do filho, porém, a sua condição, ou seja, a prematuridade com seus riscos e conseqüências, faz com que o foco da assistência seja voltado para o prematuro.

A abordagem da mãe e demais membros familiares ocorre sempre em função do bebê, eles são considerados, na maioria das vezes, para cuidar, atender suas necessidades e propiciar o seu crescimento e desenvolvimento. (CAETANO et al., 2005)

A luta pelo filho prematuro no MMC é também permeada por condições que facilitam a vivência da família. Os conceitos oriundos das categorias vivendo o canguru com o filho e família, compartilhando o canguru com o esposo e havendo afetividade entre os pais e prematuro indicam que a mãe, o pai do bebê e os familiares vivem o método compartilhando a experiência, o que propicia condições favoráveis ao casal para lidar com as conseqüências da prematuridade, com as interferências presentes no processo de assistência e na própria dinâmica que a família vive no método. Ficou evidente a interação entre as mães cangurus, entre elas e suas famílias e com a equipe de

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assistência, tendo ainda a possibilidade de aprender a cuidar do filho e estar junto dele. (CAETANO et al., 2005)

A separação do bebê de sua família, principalmente de sua mãe, imposta pelas condições clínicas do bebê doente e por normas das UTIN convencionais, pode levar a uma interferência negativa na formação dos laços afetivos, o que pode afetar o posterior desenvolvimento psicoemocional desse bebê. Existem evidências de que um contato íntimo da mãe com seu bebê prematuro pode interferir positivamente na relação desse bebê com o mundo. A pele, maior órgão do corpo, recebe estímulos sensoriais de várias magnitudes, e o contato pele a pele, que no MMC implica o contato cutâneo corpo/tórax entre o bebê prematuro e sua mãe, pode promover várias mudanças no organismo tanto de um como do outro. O conhecido efeito do contato pele a pele como um estimulador da liberação de ocitocina parece desempenhar um importante papel no comportamento da mãe e afetar positivamente o seu humor, facilitando o contato com o bebê. (VENANCIO; ALMEIDA, 2004)

Estudos demonstram os muitos benefícios do método mãe-camguru como: maior apego materno ao recém-nascido, rápido ganho de peso corporal, alta antecipada, e aumento da produção do leite materno. (MARTINS et al., 2007) A estratégia MC propicia, além do contato precoce pele a pele, a possibilidade de amamentar o filho e o resgate do processo difícil e estressante vivenciado diante da ocorrência de parto prematuro. (MARTINS; SANTOS, 2008) Numerosos trabalhos atestam os benefícios do MMC, que pode contribuir para a redução do índice de mortalidade de recém nascidos pré- termo (RNPT) de baixo peso; proporcionar sono mais calmo e prolongado; exercer efeito analgésico por meio da liberação de endorfinas; melhorar as funções fisiológicas de forma geral; além do efeito de estimulação sensorial e aumento da interação mãe-filho, inclusive em recém-nascidos de termo normal. (ALMEIDA et al., 2007)

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A presença contínua da mãe junto do bebê, além de garantir calor e leite materno, traz inúmeras vantagens dentre as quais a promoção do vínculo mãe- bebê, condição indispensável para a qualidade de vida e sobrevivência do recém-nascido após a alta da Unidade Neonatal. (LAMY et al., 2005)

Uma experiência publicada na África destaca, além dos benefícios na amamentação, vantagens também quanto à estabilidade fisiológica, diminuição da infecção e aumento do vínculo nas crianças que estão sob o cuidado canguru.

(LAMY et al., 2005)

O MMC traz muitos benefícios ao bebê prematuro e/ou de baixo peso e às famílias. A oportunidade de uma participação efetiva dos pais favorece o fortalecimento do vínculo, bem como a possibilidade de elaborar arranjos mais favoráveis para o cuidado da criança. Além disso, o MMC traz vantagens na assistência neonatal no que diz respeito ao incentivo do aleitamento materno, à redução de custos hospitalares, à redução nos índices de infecção hospitalar e morbimortalidade neonatal. Entretanto, na prática, existem questões relativas à criança e à família que podem comprometer a realização do MMC. (FREITAS;

CAMARO, 2006)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidente que o método mãe-canguru possui inúmeras vantagens para o recém nascido e, também, para sua mãe. Essas vantagens não se concentram apenas nos resultados físicos, mas também reflete em benefícios psíquicos e psicológicos para ambos os envolvidos. Ainda, expande efeitos positivos para toda a família, que, com o avançar das fases do método, se envolve no mesmo. Esses resultados positivos servem de apoio para a ampliação e aplicação desse método em mais instituições de saúde do país, já que o método serve de apoio para a tecnologia hospitalar e permite uma alta hospitalar precoce para o bebê. Porém, para obter todos esses resultados, não adianta apenas inserir o método no âmbito hospitalar, sem uma estrutura adequada e profissionais qualificados. Analisando as fontes bibliográficas,

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observa-se que o êxito do Método Mãe-Canguru depende de um trabalho em conjunto entre as equipes multidisciplinares. Para que haja valorização da assistência do enfermeiro, é preciso que ele ponha em prática as suas atribuições, não deixando que as outras categorias desempenhem suas funções inerentes ao mesmo que são: a assistencial, a de pesquisa, a de educador e administrador. E que o enfermeiro deva sempre estar voltado para prestação da assistência humanizada, porque ao estudarmos o cuidado do recém-nascido prematuro, entendemos que a atenção deve estar voltada para o vínculo mãe e filho, pois a separação física imposta no momento do nascimento é dolorosa.

Sabendo de tantos benefícios que o MMC proporciona, os enfermeiros têm o dever, sobretudo humano, de possibilitar a religação entre as pessoas, e permitir que vivenciem essa experiência de amor, já que o enfermeiro está presente 24 horas assistindo a esse binômio: mãe/pré-termo.

REFERÊNCIAS

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Canguru nos sinais vitais de recém-nascidos pré-termo de baixo peso.

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Referências

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