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CARACTERlsTICAS DA PRECIPITAÇÃO NO RECIFE

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Academic year: 2022

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CARACTERlsTICAS DA PRECIPITAÇÃO NO RECIFE

BERNADETE LIRA DOS ANJOS

RAIMUNDO JAILDO DOS ANJOS

39 DISME: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA

RESUMO

Igualmente como ocorre em quase toda a superficie da Terra, o regime de precipitação no Recife, é caracterizado pela maior ou menor quantidade de precipitação em determinados meses ou esta- ções do ano. Como os estudos locais de pluviometria é de grande interesse a vários segmentos da sociedade, realizou-se um trata menta diário nos dados pluviométricos da capital pernambucana ~

Dentro desse contexto, demos um tratamento especial aos dias com precipitação muito acima da normal.

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INTRODUÇÃO

A predominância é de chuvas noturnas com 62.2% dos eventos per- sistindo entre 21:00 e as 09:00 horas locais. Entre 12:00 e 18:00 horas a precipitação atinge seffi mínimos valores.

Quanto a duração da precipitação observou-se que 65.4% dos even tos restringem-se a períodos menores que 30 minutos. As grandes chuvas (3,5 e 7 Hs) representam 5. 5% das ocorrências e ficam mais restritas ao outono e inverno.

Com o pico máximo das chuvas entre abril e julho, observa-se for tes e intensas chuvas. 47.2% da precipitação não excedeu a razão de 10mm/h, mas 5.3% dos eventos atingiram valores superiores a 40mm/h.

METODOLOGIA

Os dados utilizados neste estudo compoem-se de 761 pluviogramas da Estação Climatológica Principal do Curado/Recife-Pe pertencen te ao INEMET, os quais compreendem o período de janeiro de 1984- a janeiro de 1986.

O objetivo é determinar as características do horário de' ocorrên cia, duração e intensidade dos eventos. No que tange a intensida de da precipitação o estudo é complementado com totais diários - durante o período de 1971 a 1984. Neste sentido, dividimos as aI turas diárias de precipitação em cinco intervalos, assim discri=

minados: O.l/lOmm; 10.1/30mm; 30.l/60mm; 60.1/l00mm e maior que 100 mm.

RESULTADOS

Duração

A análise dos pluviogramas mostrou que 65.4% dos eventos ocorre- ram com períodos menores que 30 minutos. Chuvas com tais caracte rísticas são mais frequêntes na primavera e verão, mas também - muito comum no outono e inverno. Com o aumento das chuvas a par- tir de abril, as de curta duração diminuem, tendo em vista a per sistência maior das grandes chuvas. Precipitações superiores

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urna hora representam 18.2%, atingindo em média 25.8% entre abril e julho, quando as pertubações de leste trazem chuvas mais dura- douras.

As chuvas de grande duração (3,5 e 7 hs) representam cerca de 5.5% e alcançam seus mais altos valores nos meses de inverno

(3.6%). Essas chuvas, comuns também no outono, somados a outros fatores são responsáveis diretamente pelos transtornos das en- chentes nos lo~ais de cotas baixas. Normalmede, essas chuvas predominam entre 21:00 e as 09:00 horas locais e mostraram-se

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quase raras no período da tarde.

M~smo no verão, época de pouca atividade dos sistemas de pertuba- çoes em nosso litoral, chuvas com 3 horas de duração ainda persis tem. Este fato pode estar relacionado com sistemas de nuvens orga nizadas, coincidentes com o deslocamento dos vórtices ciclônicos- sobre o continente nordestino como também a aglomerados de nuve- ns com a passagem da ITCZ sobre a parte norte do nordeste.

Horário de Ocorrência

Observa-se na figura I que a ocorrência da precipitação em sua variação diária obedece a um regime marítimo, pois 62.2% dos even tos persistiram entre 21:00 e 09:00 horas locais, dentro desse contexto, ela atinge um máximo de 34.9% entre 00:00 e as 06:00 horas. No período da tarde a precipitação diminui e mesmo as gran des chuvas normalmente dissipam-se nesse período do dia. Entre- 12:00 e 18:00 horas locais ela atinge um mínimo de 11.6%.

~ interessante observar que mesmo no período mais seco, ou seja, de outubro a dezembro predominam chuvas noturnas.

Intensidade

A precipitação mais intensa em nosso litoral ocorre entre meados de abril a meados de agosto. Nesse período, já que é alto o nume ro de dias com chuvas, são verificadas, principalmente no perío=

do noturno, chuvas de grande expressão. Entretanto é bom lembrar mos que na sua maioria não são acompanhadas com trovoadas e des=

sa forma, não atingem em curto espaço de tempo intensidade tão expressiva como em outras regiões brasileiras. Na costa oriental do nordeste a inversão se encontra em níveis baixos, o que não favorece o desenvolvimento de nuvens de grande desenvolvimento vertical, já que são essas nuvens as maiores responsáveis por chuvas máximas em curto espaço de tempo.

A análise dos pluviogramas revelou que 47.2% da precipitação não excedeu a razão de 10mm/h, mas 5.3% dos eventos atingiram valo- res superiores a 40mm/h. Ocorrendo preferencialmente entre abril e julho.

Sobre a intensidade máxima da precipitação em 24 horas (um dia);

observamos na figura 11 que 72.1% dos eventos acumularam menos de 10.lmm ocorrendo essas alturas em qualquer época do ano. Chu- vas diárias com alturas entre 10.1 e 30mm representam 19.5%, en- tretanto, são pouco frequentes entre outubro e dezembro.

Precipitações diárias acima de 30mm ocorrem mais frequentemente no outono e inverno em associação com a predominância das pertu- bações de leste e reflexos de algumas frentes frias.

Entre 30.1 e 60mm representam 6.2% dos eventos, ficando 5 even- tos em média para chuvas acima de 60mm.

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As precipitações mais intensas, ou seja, acima de 100rnrn ocorrem preferencialmente entre abril e julho e nos 15 anos estudados a altura de 100mm não foi atingida entre agosto e dezembro.

~_mostrado na figura 111 o comportamento horário da precipita- çao na capital pernambucana no dia 22 de maio de 1985, vê-se predominantemente chuvas noturnas e pela manhã, com dissipação da nebulosidade no período da tarde.

CONCLUSÃO

Através da análise de 761 pluviogramas e um levantamento de 15 anos de alturas diárias de precipitação, estudou-se as caracte- rísticas do horário de ocorrência, duração e intensidade da pre cipitação na capital pernambucana. Verificou-se que elas ocor-- rem preferencialmente no período noturno e mesmo no período mais seco elas persistiram entre 21:00 e as 09:00 horas locais.

O outono e inverno representam melhor essas características.

REFER~NCIAS BIBLIOGRÂFlCAS

a. NIMER, Edimon - Pluviometria e Recursos Hídricos de Pernam- buco e Paraíba.Rio de Janeiro, IBGE/SUPREM, 1979. l17p.

b. ALCÂNTARA, F. de : VALENÇA, A. de S: VIEIRA, I. A - Chuvas Intensas de março de 1981 Na região do Nordeste do Bra- sil. Boletim Técnico. INEMET, Brasília, 28:1-66, 1983 tab.,mapa

c. CADIER, E. et alii - Estudo estatístico das precipitações diárias no estado de Pernambuco,Recife,SUDENE-URN,1982.

(EMBRAPA/PETROLINA) •

d. LIMA, M.C. de A - Climatologia de Pernambuco. B. Secretaria da Agricultura.lndústria e Comércio de Pernambuco,Recife 19 (3/4) : 176/202, 1952. (EMBRAPA/PETROLINA).

e. TAVARES, A. de S. B Eliis J - Chuvas máximas em um dia no Nordeste do Brasil. Boletim Técnico.lNEMET, Brasília, 18:1-75, 1980.

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FIGURA 111 Distribuição horária da precipitação no Recife no dia 22 de maio de 1985.

Referências

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