DCV 0432 – INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL Professor Titular FERNANDO CAMPOS SCAFF
Professora convidada: PAOLA DE CASTRO RIBEIRO MACEDO
ROTEIRO DE AULA AULA 6–06/05/2022
Registro de Títulos e Documentos
Base Histórica e Legal
• O registro facultativo de títulos, documentos e outros papéis, para autenticidade, conservação e perpetuidade era incumbência dos Tabeliães de Notas – Lei nº 79, de 23 de agosto de 1.892.
• A figura do Oficial de RTD e RCPJ tem origem na Lei nº 973, de 02/01/1903, regulamentada pelo Decreto nº 4.775/1903, que transferiu essas atribuições ao oficial nomeado pelo Presidente da República na Capital Federal. Esse mesmo oficial também era responsável pelo registro de sociedades religiosas, científicas e recreativas.
• Atualmente, a atividade é regulada pela Lei nº 8.935/94, Lei nº 6.015/73 e Normas de Serviço da CGJ/SP, Capítulos XVIII e XIX.
• Decisões do Conselho Superior da Magistratura e da Corregedoria Geral da Justiça – www.kollemata.com.br.
Princípios Norteadores
• Princípio da Autenticidade – aquilo que ingresso no registro deve ser autêntico do ponto de vista formal.
• Princípio da Prioridade – assegurada pelo ingresso do título no Livro Protocolo, especialmente relevante no registro das garantias (art. 153, LRP).
• Princípio da Legalidade – qualificação registral, sujeita à devolução de documentos em desacordo com a legislação.
• Princípio da Territorialidade – domicílio das partes contratantes (art. 130, LRP).
Exceções: registro para guarda e conservação (art. 127, VII, LRP) e notificações (item 1.2, Cap. XIX, Normas CGJ/SP - discutível).
• Princípio da Rogação ou Instância – oficial só age por provocação.
• Princípio da Publicidade – conhecimento de todos acerca dos atos registrados por meio de certidão.
• Princípio da Continuidade – continuidade contratual (art. 128, LRP – averbações).
• Princípio da Concentração – busca concentrada de garantias de bens móveis.
Atribuições do RTD (arts. 127 e 129 da LRP)
• Registro de instrumentos particulares para operarem efeitos em relação a terceiros – art. 221, do Código Civil e art. 127, I, da LRP.
• Penhor comum sobre coisas móveis – art. 127, II, LRP (Penhor rural é registrado do RI).
• Penhor de Títulos de crédito (art. 127, III, LRP e arts. 1.458 e 1.452, CC).
• Contrato de parceria agrícola ou pecuária (Lei 4.504/64 – art. 96 e art. 127, IV, LRP).
• Contrato de arrendamento (Lei 4.504/64, Decreto 59.566/66 e art. 127, VI, LRP).
• Contrato de locação de bens móveis e imóveis, sem prejuízo de serem também levados ao Registro de Imóveis, quando consignada cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada ou para assegurar o direito de preferência (art. 129, 1º, LRP).
• Carta de fiança (garantia pessoal) – art. 129, 3º, LRP.
• Contrato de locação de serviço – art. 129, 4º, LRP.
• Compra e venda com reserva de domínio de bens móveis (arts. 521 a 528, CC e art. 129, 5º, LRP).
• Alienação Fiduciária de bens móveis infungível (art. 1.361, CC e art. 129, 5º, LRP).
• Documentos estrangeiros, traduzidos, para ter efeitos no País (art. 224, CC e art. 129, 6º, LRP). Tradutor Público Juramentado. Documento original legalizado ou apostilado.
• Compra e venda e penhor de automóveis (art. 129, 7º, LRP).
• Atos administrativos expedidos para cumprimento de decisões judiciais, sem trânsito em julgado, pelas quais for determinada a entrega, pelas alfândegas e mesas de renda, de bens e mercadorias procedentes do exterior (art. 129, 8º, LRP).
• Instrumentos de sub-rogação e de dação em pagamento (art. 129, 9º, LRP).
• Cessão de direitos e de créditos, a reserva de domínio, o arrendamento mercantil de bens móveis e a alienação fiduciária de bens móveis (art. 129, 10º, LRP).
• Constrições judiciais ou administrativas sobre bens móveis corpóreos e sobre direitos de crédito (art. 129, 10º, LRP).
• Competência residual - Caberá ao Registro de Títulos e Documentos a realização de quaisquer registros não atribuídos expressamente a outro ofício (art. 127, parágrafo único, LRP) – ATAS DE CONDOMÍNIO
Efeitos do registro
• Constituição do direito (efeito constitutivo). Exemplo: AF de coisa móvel infungível – art. 1.361, § 1º, CC.
• Eficácia contra terceiros (efeito publicitário).
• Prova a existência e a data do documento (efeito comprobatório).
• Conservação perpétua (efeito conservatório).
Art. 161. As certidões do registro de títulos e documentos terão a mesma eficácia e o mesmo valor probante dos documentos originais registrados, físicos ou nato-digitais, ressalvado o incidente de falsidade destes, oportunamente levantado em juízo – REDAÇÃO ALTERADA PELA MP 1.085/21.
Registro facultativo para conservação (art. 127-A, LRP)
• O registro facultativo para conservação de documentos ou conjunto de documentos terá a finalidade de arquivamento e autenticação de sua existência, conteúdo e data, não gerando efeitos em relação a terceiros.
• Publicidade limitada: ao requerente ou à pessoa por ele autorizada; requisição da autoridade tributária; e determinação judicial. Documentos de interesse fiscal, administrativo ou judicial, o apresentante poderá autorizar a sua disponibilização para os órgãos pertinentes, que poderão acessá-los por via eletrônica, sem ônus, dispensada a guarda pelo apresentante (MP 1.085/21).
NOTIFICAÇÕES (art. 160, LRP)
• Notificações de documentos registrados, mediante requerimento, sempre que não houver necessidade de intervenção judicial.
• Notificações, avisos, denúncias ou qualquer outra comunicação com finalidade lícita.
• Modalidades: notificação pessoal; notificação via postal, com AR; notificação por hora certa, nos casos de alienação fiduciária e suspeita de ocultação. Não é possível notificação por e-mail.
• Resultados: notificações positivas ou negativas.
• Procedimento: Oficial ou escrevente autorizado - mínimo de 3 diligências, no prazo de 30 dias.
• Exceção à regra de territorialidade (matéria controvertida), mas CGJ/SP entende que não há territorialidade na notificação. Julgado STJ entendeu válida notificação feita por via postal por serventia localizada em comarca diversa do domicílio do devedor (Resp.
1.237.699/SC)
LIVROS DE REGISTRO – RTD
• Livro A – Protocolo
• Livro B – Registro Integral
• Livro C – Registro por extrato
• Livro D – Indicador Pessoal
• Livro E – Indicador Real – dados dos bens móveis
• Livro F – Registro Facultativo para Conservação
• Livro G – Indicador Pessoal do Livro F.
CENTRAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICOS COMPARTILHADOS
• Intercâmbio de documentos entre o RTD, Poder Judiciário, Administração Pública e o público em geral.
• Recepção eletrônica de títulos.
• Envio e recebimento de notificações.
• Certidões dos atos registrados em formato digital.
Registro Civil de Pessoas Jurídicas
Art. 44, CC. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações (arts. 53 a 61, CC) – registro do RCPJ.
II - as sociedades
- empresária – registro na Junta Comercial – Lei nº 8.934/94.
- simples - registro do RCPJ.
III - as fundações (arts. 62 a 69, CC) – registro do RCPJ.
IV - as organizações religiosas – registro do RCPJ.
V - os partidos políticos – registro do RCPJ.
Efeito Constitutivo do Registro em RCPJ
Art. 45. CC. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
ASSOCIAÇÕES
• Previsão constitucional – liberdade associativa. Art. 5º, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI, CF.
• União de pessoas que se organizam para fins não econômicos (art. 53, CC).
• Estatuto social deve contar, sob pena de nulidade (art. 54, CC): a) denominação, fins e sede da associação; b) requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
c) direitos e deveres dos associados; d) fontes de recursos para sua manutenção; e) modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; f) condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução; e g) forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
• Registro do estatuto no RCPJ.
SINDICATOS
• Tem caráter de associação sindical.
• Art. 8º, CF – liberdade de associação profissional ou sindical, observados alguns critérios:
não precisa de autorização do Estado; impossibilidade de coexistência de dois sindicatos da mesma categoria, na mesma base territorial; ninguém será obrigada a filiar-se u manter-se filiado; participação nas negociações coletivas, vedada a dispensa do empregado sujeito a cargo de direito ou representação sindical.
• Constituição do sindicato mediante registro no RCPJ e, posteriormente, no Ministério do Trabalho.
• Contribuição Sindical somente quando houver prévia, voluntária e individual autorização pelo empregado (STF, Reclamação nº 35.540, j. em 24/03/2020).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL – FIRMA INDIVIDUAL (arts. 966 a 980)
• Exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços.
• O empresário é registrado na Junta Comercial (Registro Público de Empresas Mercantis – art. 2º, Lei 8.934/94).
• Não tem personalidade jurídica distinta da pessoa física e, portanto, não pode adquirir imóveis em seu nome/CNPJ (CSM, Ap. 0006384-83.2015.8.26.0153, j. em 31/07/2017).
• Pode ser transformado em sociedade empresária.
• O patrimônio é comum entre a pessoa física e o empresário individual, mas poderá haver uma afetação de bens para integrar o patrimônio da empresa, averbada na matrícula do imóvel.
• O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS (arts. 986 a 999)
Não há registro
• Sociedade em Comum – sociedade ainda não inscrita nos registros. Pode ser sociedade de fato (sem contrato escrito e sem registro) ou sociedade irregular (com contrato e sem registro).
• Sociedade em Conta de Participação – Sócio ostensivo que realizará a atividade em seu nome e sob sua responsabilidade. Sócio Participante. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
• Sociedade empresária (Junta Comercial): Exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966, CC). Sociedade Anônima, independente do objeto, será sempre empresária (art. 982, parágrafo único, CC)
• Sociedade simples (RCPJ): Não tenham caráter empresarial. Sociedades que tem por objeto profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (art. 966, parágrafo único, CC).
•
• “Optou a legislação pátria por distinguir a sociedade empresarial da simples, caracterizando-a pelos mesmos três elementos formadores do conceito da pessoa do empresário que se encontra no art. 966: a) economicidade; b) organização; e c) profissionalidade.”(NEGRÃO, Ricardo, Manual de Direito Comercial & de Empresa, 12ª edição, São Paulo, Saraiva, 2015, p. 352)
SOCIEDADE SIMPLES (arts. 997 a 1.038, CC)
• Registro no RCPJ em 30 dias de sua constituição – art. 998, CC.
• Contrato Social para constituição da sociedade deverá ser visado por advogado, sob pena de nulidade (art. 1º, §2º, Lei 8.906/94).
• A sociedade simples pode adotar um dos tipos societários empresariais ou, não o fazendo, subordina-se às normas que lhes são próprias.
• A responsabilidade dos sócios dependerá do quanto estabelecido no contrato social.
• Conselhos Profissionais: aprovação é necessária quando a atividade for submetida a um Conselho (Lei 6.839/80).
• Filiais, Sucursais ou Agências na circunscrição de outro RCPJ, terá registrar a filial no outro, com prova do registro originário e averbação na respectiva sede (art. 1000, CC).
• Sociedade de Advogados é simples coletiva ou unipessoal, mas é registrada no Conselho Seccional da OAB (art. 15, §1º, Lei 8.906/94).
• A conferência de bens para integralização do capital social poderá ser feito pelo instrumento contratual registrado no RCPJ (CSM, Ap. 1031098-21.2016.8.26.0100, j. em 02/02/2017).
REGISTRO DE IMÓVEIS – Conferência de bens – Bens transferidos por um dos sócios para sociedade simples limitada – Óbice ao registro pela não formalização da transferência dos imóveis por escritura – Sentença de procedência da dúvida – Reforma da decisão –Sociedade simples limitada que é regida pelas normas aplicáveis às sociedades empresárias limitadas (art.
983 do CC) – Certidão de alteração de sociedade simples limitada, passada pelo Registro Civil da Pessoa Jurídica, que constitui documento hábil para a transferência de bens imóveis – Inteligência dos artigos 983 do CC e 64 da Lei 8.934/94 – Recurso provido para julgar improcedente a dúvida (CSM, Ap. 1031098-21.2016.8.26.0100, j. em 02/02/2017).
COOPERATIVAS (arts. 982, parágrafo único, 1.093 a 1.096, do CC e Lei 5.764/71)
• Sociedade cooperativa contrato entre as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
• Atribuição para registro da cooperativa: RCPJ ou Junta Comercial?
• Lei 5.764/71 – art. 18 atribui a Junta Comercial.
• Código Civil – art. 982, parágrafo único, disciplina a cooperativa como sociedade simples, registrável no RCPJ.
• MANDADO DE SEGURANÇA. COOPERATIVA (SOCIEDADE SIMPLES, CONFORME O NOVO CÓDIGO CIVIL): REGISTRO DE SEUS ATOS NA JUNTA COMERCIAL, PARA FINS DE
OBTENÇÃO DE CNPJ/RECEITA FEDERAL. PREVALÊNCIA DO ARTIGO 18 DA LEI Nº 5.764/71 (NORMA ESPECIAL). INDICAÇÃO NESSE SENTIDO DO ARTIGO 1.093 DO CÓDIGO CIVIL. REMESSA OFICIAL E APELO DA UNIÃO PROVIDOS. 1. Embora a natureza de sociedade simples emprestada pelo Novo Código Civil à sociedade cooperativa, o registro dela deve ser feito na Junta Comercial em razão da especialidade do art. 18 da Lei nº 5.764/71, aplicável mesmo após o advento do Novo Código Civil, já que este estabelece no art. 1.093 que "a sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial", que deve prevalecer onde contiver estipulações peculiares a entidade cooperativa. (TRF, 3ª Região, Ap. Nº 0022544- 20.2005.4.03.6100/SP, j. em 15/01/2015).
• Instrução Normativa nº 81/2020 – Departamento Nacional de Registro Empresarial.
Cooperativa registra-se na Junta Comercial.
TIPOS SOCIETÁRIOS
• Sociedade em Nome Coletivo (arts. 1.039 a 1.044, CC). Deve ser integrada somente por pessoas físicas. Responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada perante 3º. Os sócios podem limitar a responsabilidade entre si no contrato social. Pode ser simples ou empresária. Registro depende de sua natureza.
• Sociedade em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051).
- Sócios comanditados - responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais e subsidiária ao patrimônio social
- Sócios comanditários - obrigados somente pelo valor de suas cotas.
• Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087, CC) - responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
- coletiva: mais de um sócio
- unipessoal: um sócio único. Trazida pela Lei 13.874/2019 – Lei da Liberdade Econômica.
• NÃO EXISTE MAIS a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) criada pela Lei 12.441/2011, que inseriu o art. 980-A no CC. A Lei 14.195/21 (art. 41) determinou que todas as EIRELIs existentes fossem automaticamente transformadas em sociedades limitadas unipessoais independentemente de qualquer alteração em seu ato constitutivo. Restou a dúvida se novas Eirelis poderiam ser constituídas. Com a MP 1.085/2021, toda a normativa da EIRELI foi revogada.
• As Sociedades Anônimas e as Sociedades em Comandita por Ações – somente podem ser empresárias, com registro na Junta Comercial (art. 982, parágrafo único, CC).
FUNDAÇÕES (Arts. 62 a 69, CC e 764 a 765, CPC)
• “Fundação é um acervo de bens, com destinação específica, a que a lei atribui personalidade jurídica. Pode ser criada por negócio jurídico inter vivos (escritura pública) ou causa mortis (testamento). É negócio jurídico formal e será inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.” (DUARTE, Nestor, Código Civil Comentado, Coord. Ministro Cezar Peluso, 15ª edição, 2021, p. 66)
• Finalidade vinculada: assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção de desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, cidadania, democracia e direitos humanos; e atividades religiosas.
• Fiscalização da Fundação pelo Ministério Público (art. 66, CC).
• O registro e demais averbações pressupõe a prévia aprovação pelo Ministério Público, exceto fundação previdenciária, que será aprovada por órgão regulador (itens 1.1 e 37, Cap. XVIII, Normas CGJ/SP).
• Registro no RCPJ.
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS
• Proteção Constitucional: arts. 5º, VI, VII e VIII, art. 19.
• Art. 44 § 1º, CC: São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
• Enunciado 143, III Jornada de Direito Civil CEJ/Conselho da Justiça Federal: A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatuto.
• Registro no RCPJ
PARTIDOS POLÍTICOS
• Conceito: “forma de agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo” (SILVA, José Afonso da, Curso de Direito Constitucional Positivo, 15ª edição, São Paulo, Malheiros, 1998, p. 395).
• Previsão Constitucional (art. 17): É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados: caráter nacional; proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; prestação de contas à Justiça Eleitoral; e funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
• A constituição do partido político é realizada mediante registro no RCPJ do local de sua sede. Posteriormente à constituição deverão seus estatutos serem registrados no Tribunal Superior Eleitoral (art. 17, § 2º, CF).
• Lei nº 9.096/95: O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal (art. 1º).
REGISTRO DE JORNAIS, OFICINAS IMPRESSORAS, EMPRESAS DE RADIODIFUSÃO E AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS (Art. 114, par. único, LRP e arts. 8º/11, Lei 5.250/67)
• Registro em Livro Especial. Matrícula do Veículo de Imprensa.
• Nome do proprietário, diretor ou redator-chefe, sede da administração do veículo e exemplar do contato social ou estatuto, se houver.
• Falta de registro acarreta multa e o veículo é considerado clandestino.
AUTENTICAÇÃO DE LIVROS CONTÁBEIS
• Poderão ser autenticados os livros contábeis, obrigatórios ou facultativos, das pessoas jurídicas que registramos.
• Analisamos termo de abertura e encerramento, sequência dos livros e período, competência de quem assina: contador e presidente.
• Exemplos de livros contábeis: livro diário, livro razão, registro de inventário, registro de entradas, etc..
• Livros digitais seguem o Decreto nº 6.022/2007 – SPED.
CENTRAL DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS – IRTDPJ-BR
• Protocolar todos os documentos para registros ou averbações de PJ.
• Documentos assinados digitalmente.
• Remete na Central os documentos registrados ou notas de devolução.
• Emissão de CNPJ na constituição das pessoas jurídicas.
• Central de Indisponibilidade as cotas dos sócios.
• Ofícios de órgãos públicos.
LIVROS DE REGISTRO – RCPJ
• LIVRO PROTOCOLO – protocolo dos títulos.
• LIVRO A – registro integral de pessoas jurídicas. Registro da constituição e averbações dos atos societários subsequentes.
• LIVRO B – registro dos veículos de imprensa.
Após o protocolo do título, será realizada a qualificação registral com registro ou devolução dos documentos, com exigências a serem cumpridas.
APOSTILAMENTO
• A Apostila é um certificado de autenticidade que pode ser emitido por oficiais de registro ou tabeliães de notas cadastrados, para atestar a origem de um documento público brasileiro (assinatura, cargo de agente público, selo ou carimbo de instituição), para que tenha validade no exterior, em países signatários da Convenção da Haia.
• O apostilamento foi instituído para substituir a legalização de documentos, que era feita nos consulados.
• Serviço supervisionado pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Provimentos nº 62/2017, 106/2020 e 119/2021.