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REVISTA ACADÊMICA DA FACULDADE FERNÃO DIAS

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:

PERSPECTIVAS

Sidnei Albino Gregório (UB/UNIESP) 1 Orlando de Jesus Saldanha (UB/UNIESP) 2

Resumo

Por meio de pesquisa bibliográfica, este artigo apresenta uma reflexão sobre a importância da educação para a sustentabilidade ambiental, considerando que o tema vem sendo muito discutido devido à grande necessidade de preservação do meio ambiente. A frenética utilização de recursos naturais, não repostos em tempo, fará com que as futuras gerações não consigam suprir sequer as necessidades básicas para a sobrevivência. A extinção de algumas espécies animais no mundo, a velocidade dos efeitos de contaminação de rios e lagos, o aquecimento global provocado pelo efeito estufa e o aumento populacional no mundo nos sugerem que os seres humanos são os maiores responsáveis pela degradação do meio ambiente e que o advento do capitalismo, a luta pelo poder e a transformação da natureza para fins de produção, em todos os setores, distanciam a humanidade de sua natureza e da natureza em si.

Palavras-chave: Educação. Sustentabilidade. Meio ambiente. Preservação. Natureza.

Abstract

Through a bibliographical research, this article presents a reflection on the importance of education for environmental sustainability, considering that the theme has been much discussed due to the great need of preservation of the environment. The frantic use of natural resources, not replenished in time, will make future generations unable to meet even the basic needs for survival. The extinction of some animal species in the world, the speed of the effects of contamination of rivers and lakes, global warming caused by the greenhouse effect and the population increase in the world suggest to us that humans are the main responsible for the degradation of the environment and that the advent of

1

Mestrando em Ciências ambientais na Universidade Brasil (UB). Pedagogo e Especialista em Docência do Ensino Superior; Alfabetização e Letramento; Libras - Língua Brasileira de Sinais. Docente na União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (UNIESP - Faculdade de Jandira).

2

Mestrando em Ciências ambientais na Universidade Brasil (UB). MBA em Gestão da Qualidade e Produtividade. MBA em Comércio Exterior. MBA em Logística Empresarial. Graduado em Logística.

Docente na União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (UNIESP - Faculdade de

Jandira).

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capitalism, the struggle for power and the transformation of nature for production purposes, in all sectors, distances humanity from its nature and nature itself.

Keywords: Education. Sustainability. Environment. Preservation. Nature.

Introdução

O termo sustentabilidade é oriundo do latim sustentare que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar. Esse conceito começou a ser elaborado na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), que aconteceu em Estocolmo no ano de 1972 e, depois de alguns anos, foi elaborado o Relatório “Nosso Futuro Comum”, conhecido também como Relatório Brundtland, que foi apresentado em 1987, e traz a definição de desenvolvimento sustentável. A utilização dos recursos naturais deve “suprir as necessidades da geração presente, sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas” (LASSU, 2017, s/p).

Está explícito no Relatório “Nosso Futuro Comum” que todos os habitantes humanos do planeta são responsáveis pela atual situação ambiental e, como tal, cabe a cada um escolher produtos que sejam produzidos por empresas comprometidas com a preservação e manutenção do meio ambiente, tendo por objetivo alcançar a sustentabilidade, deixando de lado o individualismo e o egocentrismo que rege o contexto capitalista e buscando refletir sobre as causas e consequências dos atos de consumir o que não se necessita.

Atualmente, a compreensão da importância do desenvolvimento econômico e tecnológico é discutida em grupos compostos por representantes de diferentes classes econômicas. O consenso é que esse desenvolvimento deve ocorrer de maneira a contribuir com a preservação do meio ambiente para as futuras gerações, complementando as exigências do mundo atual, conscientizando a população de que os recursos naturais são finitos e imprescindíveis para a qualidade e manutenção da vida.

Portanto, a evolução da economia global precisa ocorrer na medida em que o

processo natural também se desenvolva, pois assim a sociedade moderna não se

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depararia com a falta de recursos naturais, o que se vivencia na atualidade; afinal, à medida em que se usufrui das matérias naturais sem a devida reposição, sem cuidado, sem destinação correta do descarte, pode-se estar determinando o caos ambiental.

O aumento da população se sobrepõe ao crescimento de uma consciência ecológica e, por mais que o discurso da sustentabilidade esteja cada vez mais presente, serão necessários muitos avanços em termos de conhecimento sobre a relação homem- natureza, a iniciar-se pela educação. A educação vem contribuindo na disseminação de informações e propondo constantes debates sobre conceitos de sustentabilidade, preservação do meio ambiente, descarte correto de resíduos domésticos e industriais, entre tantos outros conceitos relacionados ao cotidiano dos seres humanos em relação ao meio ambiente, a partir de estudos e pesquisas importantes nas áreas da Biologia e da Ecologia.

1 Ecopedagogia

Novos olhares surgem sobre a temática da sustentabilidade e a educação vem ampliando o leque das possibilidades de discussão a partir da ciência, como ocorre na Ecopedagogia. Contudo, antes de conceituar Ecopedagogia, é necessária a compreensão do que trata a Ecologia e a Pedagogia. Entende-se por Ecologia uma ramificação da Biologia: o estudo das relações entre o animal e o meio ambiente. Resgatando o conceito de Ernest Haeckel, de 1870, Pereira afirma que:

Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto de conhecimentos relacionados com a economia da natureza – a investigação de todas as relações entre o animal e seu ambiente orgânico e inorgânico, incluindo suas relações, amistosas ou não, com as plantas e animais que tenham com ele contato direto ou indireto, – numa palavra, ecologia é o estudo das complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições de luta pela vida.

(HAECKEL, 1870 apud PEREIRA, 2007, p. 2838)

As discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade não podem tratar

isoladamente as relações entre seres humanos – animais sociais – e outras espécies

animais. As relações de vida planetária são muito mais amplas e complexas, o que

inclui uma enorme diversidade de espécies e vidas. Cada ação, principalmente a

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humana, que possa causar danos ao meio ambiente, afeta outras formas de vida como um efeito dominó. Como exemplo, pode-se citar o desmatamento, como ação negativa do homem no meio ambiente. O desmatamento é um dos fatores que tem afetado a vida de diversas espécies e é uma das ações humanas que mais tem contribuído para o aquecimento global. A falta de informações sobre o descarte correto de resíduos tóxicos (domésticos ou industriais) está representada nas imagens abaixo na ordem: ação e consequência.

Figura 1 – Ação

Fonte: Flickr (2017)

Figura 2 – Consequência

Fonte: Blogspot (2017)

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A Figura 2 representa o fato de que os descartes de resíduos irresponsáveis na natureza, encerra a vida de outras espécies, como os peixes e outros seres vivos aquáticos. Ao se questionar sobre que educação é necessária para a sensibilização dos seres humanos em relação à necessidade de preservação do meio ambiente, cabe o esclarecimento do que é educar. Segundo Libâneo (1994), educar, do latim educare, é conduzir de um estado a outro; é modificar, numa certa direção, o que é suscetível de educação.

O ato pedagógico pode ser então definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível do intrapessoal, como no nível de influência do meio, interação esta que se configura numa ação exercida sobre os sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida.

(LIBÂNEO, 1994, p. 56)

A respeito do ato pedagógico, vislumbra-se neste artigo não somente a figura do pedagogo, mas as possibilidades de ação pedagógica de profissionais em todas as áreas do conhecimento, nas discussões e transmissão de informações sobre as questões ambientais. Há evidências de que a educação para o meio ambiente não está restrita a uma área específica; ao contrário, de acordo com o atual cenário de degradações, compete a todas as áreas do conhecimento, a todas as instituições, envidar esforços para que se possa reverter tal situação, considerando a educação como primordial.

Nesse sentido, é preciso conhecer outras formas de vida em sociedade e como se comportam outras culturas em relação ao meio ambiente; isso é fundamental para que se possam propor ações de preservação cada vez mais eficazes. A cultura indígena, no Brasil, por exemplo, pode contribuir, e muito, para a compreensão do viver em harmonia com o meio ambiente. Refletindo sobre a Pedagogia, cabe ao pedagogo difundir os saberes, ensinando sobre o respeito e a preservação do meio ambiente. Mas, não cabe apenas à Pedagogia a disseminação de informações sobre a crise ambiental; no entanto, no âmbito deste estudo, daremos ênfase apenas a essa área.

[...] o essencial para o pedagogo é a finalidade educativa, seu específico, o que lhe dá um forte caráter ético-social [...] o objetivo da pedagogia é o homem em formação, portanto um objeto complexo que requer do pedagogo uma formação diferenciada, para saber buscar, sem perder seu objeto, elementos auxiliares, em ciências pedagógicas. (PEREIRA, 2007, p. 2838)

Partindo da compreensão da importância das definições dos termos

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apresentados (Ecologia e Pedagogia) verificou-se que o termo Ecopedagogia remete à prática pedagógica de ensino e aprendizagem sobre as questões ambientais, seus recursos e cuidados.

2 A Sustentabilidade e a Pedagogia

A sociedade brasileira registrou movimentos educacionais de diversas concepções (integralista, pragmática, anarquista e marxista), que trouxeram muitas contribuições de cientistas da educação ao processo de ensino-aprendizagem. Em se tratando de perspectivas na problemática do meio ambiente, numa vertente pedagógica, deve-se considerar as responsabilidades sobre a organização da vida em sociedade que garanta a sustentabilidade, em seus diversos sentidos.

O paradigma da educação popular leva a duas direções: a educação pública popular (diluindo-se em políticas públicas) e a educação popular comunitária:

na educação ambiental ou sustentável (predominantemente não governamentais e pensada a partir de experiências). As práticas da educação popular constituem-se em mecanismos de democratização, refletindo valores de solidariedade e de reciprocidade, e novas formas alternativas de consumo.

A noção de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade da educação são apenas alguns legados da educação popular à pedagogia critica universal. (GADOTTI, 2000b, p. 6)

A educação para a sustentabilidade pode contribuir à sensibilização das pessoas, no sentido de que cada ser humano possa construir sua consciência a partir de forma de vida sustentável, conforme sua realidade social, política e econômica e, ainda, valorizando elementos culturais destes saberes. É necessário o distanciamento da visão capitalista de lucro, para que se possa construir saberes sobre a vida humana, na perspectiva de uma consciência coletiva e global (universal) sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, o que culminará na preservação da vida da própria espécie humana.

Uma educação voltada para o futuro será sempre uma educação contestadora,

superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, portanto, uma

educação muito mais voltada para a transformação social do que para a

transmissão cultural. Por isso, acredita-se que a pedagogia da práxis, como

uma pedagogia transformadora, em suas várias manifestações, pode oferecer

um referencial geral mais seguro do que as pedagogias centradas na

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transmissão cultural, neste momento de perplexidade. (GADOTTI, 2000b, p.

7)

Uma das ações mais importantes para implementação da ação sustentável, é a educação ambiental, assim expressa na Lei 9.795/99, que diz em seu Artigo 1º:

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999, s/p)

Nos padrões de socialização e sociabilidade atuais, em que as pessoas são preparadas para viver nos moldes sociais baseados na constante industrialização e se deslumbram com o pensamento imposto horizontalmente, corre-se o risco de cometer o erro da ilusão de que o homem pode controlar a natureza. Assim, é importante para a vida social propor os limites da responsabilidade de cada pessoa, ampliando a perspectiva do pensamento e do tempo, compreendendo que o futuro não pode ser previsto, mas pode ser vislumbrado, o que permite reconstruir conceitos sobre a relação homem, natureza e sociedade, que possibilitem mudar o panorama de degradação, considerando o binômio comportamento socioambiental desejado e comportamento socioambiental praticado.

Partindo das coisas cotidianas ou dos dados dramáticos sobre a degradação da qualidade de vida de todos os habitantes da Terra, podemos nos interrogar sobre o que está se passando e sobre qual papel podemos ter em relação a essa questão [...] A Pedagogia tradicional considerava a esfera do cotidiano muito “pequena” para ser levada a sério [...] A partir de manifestações simples de cotidianidade, podemos descobrir e enfrentar a complexidade das questões mais amplas e gerais da humanidade. A ecologia parece particularmente sensível a essa relação entre o geral e o particular, sustentando que é preciso “pensar globalmente e agir localmente”.

(GADOTTI, 2000a, p. 121-122)

Nesse contexto, está a educação como perspectiva de mudança de comportamentos dos seres humanos, em relação à complexa vida natural em sua totalidade, entendendo que qualquer forma de vida, não pode ser vista como uma parte isolada do todo e, se há uma inteligência natural, há também a sugestão de que são os seres humanos que carecem de mais informações sobre a vida, de forma sustentável.

Sem esta percepção, não será possível a compreensão global do problema.

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Urge que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos fundamentais como o respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e das florestas. [...] A ecologia ganha uma importância fundamental neste fim de século. Ela tem que estar presente em qualquer prática educativa de caráter radical, crítico ou libertador [...]. Neste sentido, me parece uma contradição lamentável fazer um discurso progressista, revolucionário, e ter uma prática negadora da vida. Prática poluidora do mar, das águas, dos campos, devastadora das matas, destruidora das árvores, ameaçadora dos animais e das aves. (GADOTTI, 2008, p. 15)

Nas afirmações de Gadotti (2000a; 2000b; 2008), a educação é crucial para o entendimento da percepção ética acerca da vida como um todo. Aí está o papel da Pedagogia e do pedagogo e sua função de ajudar a construir os saberes de seus educandos nos diversos campos do conhecimento. Currie (2007) ressalta que eixos norteadores foram definidos para que houvesse uma conscientização crescente por parte das crianças, começando com a observação do eu, depois contextualizando o eu na família, a família na comunidade, a comunidade no município, e assim por diante, até o eu no planeta.

Nessa prática, dar-se-á à criança os instrumentos necessários para a construção de seu saber como componente responsável pela manutenção do meio ambiente como um todo, pois ela estará observando não apenas o meio em que está inserida na sociedade, mas o que é e quem é, inserida no mundo. Contudo, como iniciar essa sensibilização sobre o meio ambiente na criança?

São exemplos relevantes: a contação de histórias, os jogos, as brincadeiras que despertam a imaginação das crianças, dentre outros recursos, que permitem aos professores oferecer não o brincar por brincar, mas o brincar para aprender a apreender.

A Literatura como recurso metodológico também deve ser uma proposta para sensibilizações sobre as questões do meio ambiente.

Quando o professor lê uma história interessante para seus alunos, deve aproveitar as inúmeras possibilidades de discussão provocadas pela história [...] Uma história que pode servir como ponto de partida para o tema gerador meio ambiente, especialmente pensando na relação entre o eu e o meio ambiente [...]. (CURRIE, 2007, p. 14)

Nesse sentido, podem-se propor estratégias pedagógicas que possibilitem a

sensibilização para as questões de uma “consciência ecológica e sustentável” desde a

criança, o que culminará em uma cadeia de informações: criança, família e comunidade,

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culminando numa perspectiva mundial, que remete à ecopedagogia. Para Gadotti (2000a, p. 91):

A ecopedagogia como movimento social e político surge no seio da sociedade civil, nas organizações tanto de educadores quanto de ecologistas e de trabalhadores e empresários, preocupados com o meio ambiente. A sociedade civil vem assumindo a sua cota de responsabilidade diante da degradação do meio ambiente, percebendo que apenas com uma ação integrada é que essa degradação pode ser combatida.

A ecopedagogia também sugere que “somos cidadãos do mundo” uma vez que pertencemos ao mesmo planeta e nos remete à reflexão da Cidadania Planetária. Assim, Gadotti (2008) define cidadania planetária como,

[...] visão unificadora do planeta e de uma sociedade mundial. Ela se manifesta em diferentes expressões: “nossa humanidade comum”, “unidade na diversidade”, “nosso futuro comum”, “nossa pátria comum”. Cidadania planetária é uma expressão adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, atitudes e comportamentos que demonstram uma nova percepção da Terra como uma única comunidade. (GADOTTI, 2008, p. 30)

Ponderando sobre cidadania, entende-se que é aquele que se vive em uma sociedade livre, contemplando direitos e deveres; assim sendo, como não observar essa consciência dentro do pensamento dessa Cidadania Planetária?

A cidadania ambiental é verdadeiramente planetária, pois no movimento ecológico o local e o global se interligam. A derrubada da floresta amazônica, ou de qualquer floresta do mundo, não é apenas um fato local. É um atentado contra a cidadania planetária. [...] A cidadania planetária não pode ser apenas ambiental já que existem agências de caráter global com políticas ambientais que se sustentam numa visão capitalista. A cidadania planetária ultrapassa a dimensão ambiental. Implica compreender que a Terra é nossa casa comum: um organismo vivo e interdependente. Não adianta consertar o alicerce de apenas um cômodo desta casa. Não vamos salvar o planeta, salvando apenas a Amazônia. (GADOTTI, 2008, p. 32)

Referindo-se à temática em esfera global, Medina (2013) tece observações a respeito das iniciativas para a preservação e os cuidados com o meio ambiente:

Las iniciativas de conservación y cuidado de nuestro planeta son solo de

hace pocas décadas. Sin embargo, el contenido de la mayoría de ellas es una

invitación explícita de genuino sabor bioético y pedagógico. Desde 1972, en

Estocolmo, se reconoció la interrelación y el conflicto entre medio ambiente

y desarrollo y se concluyó que la restricción sobre el tema ambiental era

exclusivamente de carácter técnico. Ese mismo año se publicaron los

estudios sobre el Club de Roma , cuyo documento final titulado “Los límites

al crecimiento” advirtió que, de continuar las tendencias del crecimiento de

la población, la industrialización, la contaminación, la producción de

alimentos y el agotamiento de los recursos naturales, en solo 100 años se

alcanzaría el límite de crecimiento del planeta, lo cual llevaría a un declive

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incontrolable y súbito, tanto de la población como de la capacidad industrial y de generación de alimentos. Tales previsiones dieron origen el establecimiento de normas de estabilidad ecológica y económica, buscando así alcanzar el crecimiento cero. (MEDINA, 2013, p. 31)

Nessa lógica, a ecopedagogia aparece como a reflexão sobre os processos educativos, para construir a concordância entre a teoria e a práxis pedagógica, zelando sobre a peculiaridade das relações entre o ser humano e o meio ambiente em seu sentido pleno, criando uma conexão nivelada, interagindo com a globalização e ultrapassando as bases do capitalismo.

Não se pode negar que existem militâncias para a questão da educação ambiental, no Brasil. Concomitantemente, há um questionamento sobre qual é, de fato, o papel da educação nesse contexto. Cascino (2007, p. 63) salienta que, no Brasil, “[...]

educadores voltam suas atividades apenas para denunciar/contemplar e estudar problemas ambientais estritos, relacionados ao meio natural, às áreas verdes, a questão da degradação ambiental, stricto sensu, à fauna e à flora”.

A partir do documento Educating for a Sustainable Future, da UNESCO (1997), originário da Declaração de Tessaloniki, fica clara a necessidade de que é preciso haver mudanças nas práticas educativas, de forma a conduzir para uma nova ética, que considere todos os valores culturais conhecidos no mundo.

O referido documento adentra a questão da interdisciplinaridade, relatando explicitamente que uma premissa básica para a educação para a sustentabilidade é a absoluta interdependência das variadas formas de vida com o esforço de compreensão das diferentes formas verificadas entre as unidades. (CASCINO, 2007, p. 63)

Considerações finais

A educação ambiental não pode ocorrer de forma isolada, não é competência

de unidades isoladas, na compreensão de unidades, como países. O problema ambiental

é global, atingindo todos, num movimento de preocupação com o futuro de outras

gerações. A educação ambiental precisa ser interdisciplinar, no sentido de que não seja

apenas uma área do conhecimento, mas que possa trazer à luz os riscos à vida que são

provocados pela ação humana, prevenindo a degradação, por meio da conscientização.

(11)

Com interdisciplinaridade, as diferentes áreas do conhecimento podem dialogar, sugerir, propor ações, projetos, intervenções que deem conta da sensibilização necessária e esclarecedora, que possa elucidar o fato de que é preciso haver mudanças em relação às questões ambientais, de caráter urgente, e de responsabilidade de todos os seres humanos do planeta.

Referências

BLOGSPOT. Peixes mortos. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/--fLvZVT- vtM/T1EAwoeqCyI/AAAAAAAAAA8/I4K2oMtz144/s1600/006.jpg>. Acesso em: 20 abr. 2017.

BRASIL. Lei n o 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília:

1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em: 30 mar. 2017.

CASCINO, Fabio. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores.

São Paulo: Senac, 2007.

CURRIE, Karen. Meio ambiente: interdisciplinaridade na prática. Campinas: Papirus, 2007.

FLICKR. Poluição. Disponível em:

<http://farm7.static.flickr.com/6023/5894439021_b077f4b3be.jpg>. Acesso em: 20 abr. 2017.

GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à década da educação para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008.

_________. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000a.

_________. Perspectivas atuais da educação. São Paulo em perspectiva, 14(2). São Paulo, 2000b. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000200002>.

Acesso em: 02 abr. 2017.

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LASSU. Laboratório de Sustentabilidade. Conceituação. Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. Escola Polítécnica. Universidade de São Paulo.

Disponível em: <http://lassu.usp.br/sustentabilidade/conceituacao>. Acesso em: 30 abr.

2017.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MEDINA, Pedro José Sarmiento. Bioética ambiental y ecopedagogía: una tarefa pendiente. Acta Bioethica, 19 (1): 29-38, 2013. Disponível em:

<http://www.scielo.cl/pdf/abioeth/v19n1/art04.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2017.

PEREIRA, Franciele Guedes S. Ecopedagogia: um modismo ou uma nova teoria da educação ambiental? VII Congresso Nacional de Educação – EDUCERE – PUCPR, Paraná, 2007. Disponível em:

<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-357- 13.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2017.

UNESCO. Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.

Educating for a sustainable future: a transdisciplinary vision for concerted action, 1997. Disponível em:

<http://www.unesco.org/education/tlsf/mods/theme_a/popups/mod01t05s01.html>.

Acesso em: 30 abr. 2017.

Recebido em: 01/05/2017

Aceito em: 30/07/2017

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