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MAIS de 209 MIl vagas

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E-MAil: mercadoassinante@opovo.com.br ISSN 1517-6819

Celebração do Senhor do bonfim em iCó une fé e Cultura

popular

Vida&arte

PÁGiNa 1

desabastecimento na bahia acende alerta sobre privatização de refinarias PÁGINAS 6 e 7

rePOrtaGeM

mesmo

com consulta pública, Ceará pretende vacinar crianças PÁGINA 17

Cidades

Distribuidoras de energia tentam adiar R$ 5 bi em taxas PÁGINA 12

eCONOMia

Advogado entra com ação para suspender taxa de lixo na Capital PÁGINA 10

POlítiCa

MAIS de 209 MIl vAGAS

de concursos com inscrições abertas

eCONOMIA, PÁGINA 11

Com Cargos efetivos e temporários, há mais 26 editais

previstos para este ano. destes, pelo menos 11 são no Ceará

ediÇÃO de HOJe edição fechada às 23h50 30 páginas

segunda-feira 3/1/22 WWW.OPOVO.COM.Br

ano XCiv - edição nº 31.595 fortaleZa - Ce / r$ 3,00

OPOrtuNIdAdeS eM 2022

Júlio Caesar

ChiCo gomes/divulgação aurelio alves

93 anos

O POvO MAIS

mais.opovo.Com.br

aponte a câmera do celular para o código, navegue pelo o povo+ e veja esta edição e muitos outros conteúdos

ChuvaS CauSam alagamentoS na Capital. em Jeri, enxurrada

danifiCa ruaS

Cidades

PÁGiNa 14

taSSo JereiSSati Se diz deCepCionado Com Capitão Wagner por ligação Com bolSonaro

PÁGiNas 4 e 5

Páginas azuis

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2 WWW.OPOVO.COM.BR

SEGUNDA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 3 DE JANEIRO DE 2022

FAROL

Temperatura Máxima

29⁰C

Temperatura Mínima

26⁰C

Pancadas de chuva DIVULGAÇÃO OAB

NOVA ORDEM

Erinaldo Dantas toma posse hoje em mais um mandato como presidente da OAB do Ceará. A partir das 16h30min, na sede da entidade. A prioridade agora, diz ele, é am- pliar os serviços e a aproximação da Ordem com seus as- sociados do Interior.

Novaatual Crescente

9/1 Cheia

17/1 Minguante 25/1

ESTA COLUNA É PUBLICADA DE SEGUNDA A SÁBADO FALE COM O ELIOMAR:

ELIOMAR DE LIMA

CHARGE \ Clayton

CHARGE@OPOVO.COM.BR

TÁBUA DAS MARÉS

HOJE

MARÉ ALTA 5h05min / 2,9 metros

MARÉ BAIXA 11h09min / 0,4 metros

MARÉ ALTA 17h22min / 3,2 metros

MARÉ BAIXA 23h38min / 0,1 metros

AMANHÃ

MARÉ ALTA 5h53min / 2,9 metros

MARÉ BAIXA 11h54min / 0,4 metros

MARÉ ALTA 18h10min / 3,2 metros

LUA

TEMPO EM FORTALEZA

FONTES: OBSERVATÓRIO NACIONAL E FUNCEME

PRÉDIO HISTÓRICO

PANDEMIA

A Assembleia Nacional da África do Sul, onde os deputados se reúnem na Cidade do Cabo, foi completamente destruída on- tem por um incêndio, informou Moloto Mothapo, porta-voz do Parlamento à AFP. Nenhuma vítima foi reportada, mas o edi- fício histórico que abriga uma valiosa coleção de livros e a cópia original do primeiro hino nacio- nal em afrikaans, “Die Stem Sui- d-Afrika” (A Voz da África do Sul), cantado durante o apartheid, já foi seriamente danifi cado.

A origem do incêndio ainda não é conhecida, “uma pessoa foi presa e está sendo interroga- da”, informou o presidente Cyril

Ramaphosa, que visitou o local.

O fogo se espalhou para as peças mais recentes. “Os bom- beiros estão tentando conter o incêndio na ala mais nova, onde o incêndio afetou o atual Salão da Assembleia Nacional”, disse Moloto Mothapo, em uma entre- vista coletiva on-line na tarde de ontem.

O imponente edifício vitoriano com sua fachada de tij olo ver- melho e branco continuava en- volvido por uma espessa nuvem de fumaça ao longo de grande parte do domingo. Imagens aé- reas exibidas na televisão mos- travam enormes chamas subin- do dos telhados.

Mesmo diante da variante ômicron do coronavírus, que acelerou os contágios, cada vez mais governos em todo o mundo estão fl exibilizando as regras de isolamento para pacientes e seus contatos para evitar a paralisia econômica.

A Europa, atual epicentro da pandemia, enfrenta níveis sem precedentes de infecções: mais de 4,9 milhões de casos registra- dos nos últimos sete dias, 59% a mais que na semana anterior.

A França, com mais de um milhão de casos detectados nos últimos sete dias, anunciou neste

domingo um relaxamento das regras de isolamento para pes- soas infectadas e seus contatos, como forma de preservar a vida socioeconômica do país.

A Espanha decidiu reduzir o isolamento das pessoas infec- tadas com a covid-19 para sete dias, em vez de dez. A Argentina tomou uma decisão semelhante para tentar minimizar o impacto econômico de um surto recorde de infecções. Portugal fez isso na sexta-feira.

A África do Sul estima que já superou o pico da onda ômicron e suspendeu o toque de recolher.

Assembleia Nacional sul-

africana é destruída em incêndio

Países aliviam isolamento para evitar paralisia pela ômicron

ELIOMARDELIMA@OPOVO.COM.BR | BLOGDOELIOMAR.COM.BR

O Centro de Queimados do IJF teve muito trabalho no Ano Novo. Por causa de fogos de artifício e bombinhas disparados por gente displicente. /// Fagner é a primeira atração de 2022 do Cineteatro São Luiz. O show ocorre domingo, às 18h e a venda de ingresso tem início amanhã (R$ 80 e R$ 40). /// Museu da Cultura

Cearense (Dragão do Mar) receberá, de quarta a domingo, das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 17h30, a mostra “Penso que ainda posso encontrar lugares sem nome”. Do pesquisador e fotógrafo Haroldo Saboia. /// Só lembrando: “E aí, feliz por ter sobrevivido depois de 2021, hein?”

CONTAS DO IPTU, IPVA, material

escolar…

economizou para começar o ano sem voltar para a turma dos inadimplentes?

IPHAN DO CEARÁ, que atuou tecnicamente durante 2021 e vem acelerando

processos de tombamentos. A História agradece.

FUNCEME ESPERA BOM INVERNO NO CEARÁ

J

á tem data a divulgação do primeiro prognóstico sobre quadra chuvosa deste ano no Ceará. O pre- sidente da Funceme, Eduardo Sávio, marcou para o dia 20 de janeiro, a partir das 9 horas, na sede do órgão. Ele adianta que esse relatório virá com informações colhidas não só de instituições nacio- nais da área, como também de organismos internacionais que

estudam o clima. A preço de hoje, a situação climática do Es- tado é “favorável” a um bom inverno, mas a Funceme vai es- perar até quinta-feira próxima para consolidar dados dessa projeção. “Esse prognóstico a ser emitido agora em janeiro é para o trimestre de fevereiro até abril deste ano”, ressal- ta Eduardo Sávio. Não se sabe ainda se o governador Camilo Santana participará desse anúncio.

NADA DE STOP

Mais um ano terminou e o Detran manteve o desempenho. Na má- quina estadual, continua sendo o segundo maior arrecadador, só perdendo para a Secretaria da Fazenda. Resultado de tan- tas taxas absurdas e que deixam o contribuinte na contramão fi- nanceira.

PACOTE

Várias escolas de tempo integral serão entregues agora em janeiro pelo prefeito José Sarto. Segundo o secretário municipal da Infraes- trutura, Samuel Dias, esses equi- pamentos fazem parte de um pa- cote que inclui ainda o Cuca do Pici.

ENTREGAS

O prefeito José Sarto vai entre- gar, em março próximo, toda a Nova Beira Mar. Com a feirinha de artesanato toda repaginada.

É o que informa o secretário mu- nicipal de Infraestrutura, Samuel Dias, que pode entregar o cargo em abril para tentar mandato.

CANCELADO

A missão oficial do governo do Estado para Dubai foi cancela- da. Deveria o grupo, formado por membros da Setur e Sedet, participar, neste mês, da Expo Dubai, a maior feira de tecnolo- gia do mundo. A variante Ômi- cron barrou essa empreitada.

CONCURSO

O governador Camilo Santana deve anunciar hoje o concurso público da Uece. Será um bom número de vagas em razão de muitas aposentadorias e fale- cimentos, segundo o reitor da Instituição, Hildebrando Soares.

Ele, neste ano, diz que apostará em mais interiorização.

DENTE DE COELHO

A clientela do Instituto de Pre- vidência do Município (IPM) que procura o serviço odontológico sofre. Uma simples triagem, por exemplo, demora três me- ses, o que é um absurdo. Até lá, haja cárie infestando.

XERIFÃO

Moroni Torgan, ex-vice-gover- nador e ex-vice-prefeito de For- taleza, organiza equipes para trabalhar, ano que vem, de olho num mandato de deputado fede- ral. Ele, no entanto, vai aguardar quem comandará o União Brasil.

Se for bolsonarista, pula fora.

XERIFÃO 􀣔

O Cidadania, inclusive, vem con- versando com Moroni Torgan sobre a possibilidade de ele in- gressar na sigla que, entre alguns nomes para cargos proporcio- nais, promete muitas surpresas.

Alexandre Pereira, presidente es- tadual, guarda segredo.

HUMMM

Estão desmatando o terreno onde funcionava o estacionamento no- turno do campus da FIC, na es- quina da Tibúrcio Cavalcante com General Potiguara, próximo à Fu- nerária Ternura. Vai surgir mais um espigão ou algum novo em- preendimento?

SOBE

DESCE

HORIZONTAIS_

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www.opovo.com.br

Segunda-feira

Fortaleza - CearÁ - 3 de janeiro de 2022 Farol 3

Brasil

ECoNoMia ExprEsso

O Brasil reconheceu 2.224 pessoas como refugiadas no ano de 2021, de acordo com um balanço do Ministério da Jus- tiça e Segurança Pública. A maior parte das pessoas que integram esse núme- ro são crianças; somando um total de 1.500. Os 2.224 refugiados representam cerca de 8% do total de 2020.

De acordo com o Ministério da Jus- tiça, nos anos de 2019 e 2020 houve um número de reconhecimentos muito grande motivado pelo fluxo de imigran- tes da Venezuela, que ocorreu nos anos de 2018 e 2019.

Conforme apuração do portal G1, nos anos de 2020 e 2021 a vinda de imigrantes foi menos volumosa e mais parecida com a dos anos anteriores a 2018.

O órgão que decide quem deve rece- ber o status de refugiado é o Comitê Na- cional para os Refugiados (Conare).

Houve também uma quantidade de pessoas que receberam vistos temporá- rios e autorização de residência, prin- cipalmente por causa da situação no Afeganistão, quando o Talibã retomou o controle do país.

No mês passado, o Ministério havia

O presidente Jair Bolsonaro san- cionou projeto que cria o MEI Ca- minhoneiro, possibilitando que o transportador autônomo de cargas possa se inscrever como Microempreendedor Individual se tiver um faturamento anual de até R$ 251,6 mil. O limite é mais de três vezes o valor permitido às ou- tras categorias, de R$ 81 mil.

O projeto foi sugerido no Con- gresso pelo senador bolsonarista Jorginho Mello (PL-SC) e faz parte do pacote de agrados à categoria, que constantemente faz ameaças de paralisação. A ideia é estimular a formalização dos caminhoneiros como empresários individuais fa- cilitando as condições para a ade- são ao MEI e garantindo o acesso ao regime especial que conta com tributação simplificada e menor.

“A sanção presidencial, assim, será relevante para promover o

empreendedorismo e o desen- volvimento dos micro e pequenos empreendedores, especialmente aos que atuam com transporte de cargas”, afirmou a Secretaria-Ge- ral da Presidência da República.

Pela lei, o valor mensal da con- tribuição dos caminhoneiros en- quadrados como MEI para a Segu- ridade Social será de 12% sobre o salário mínimo mensal.

A lei também mudou as regras de funcionamento do Comitê Ges- tor do Simples Nacional (CGSN) em relação ao quórum de reunião e de aprovação. Segundo o governo, foram incluídos no CGSN repre- sentante do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em- presas (Sebrae) e das confedera- ções nacionais de representação do segmento de microempresas e empresas de pequeno porte.

(Agência Estado) O jornal português Expresso foi atacado

por hackers na madrugada de ontem, 2.

Os responsáveis pela invasão são o Lapsus Group, mesma equipe que deixou siste- mas do Ministério da Saúde fora do ar no último mês de dezembro.

O site do jornal exibe uma página simi- lar à que foi mostrada no ataque ao órgão governamental brasileiro. Os hackers anunciaram que vazarão dados caso não recebam um valor, e disseram ter con- trole do sistema de hospedagem do por- tal. Nem as informações roubadas nem a quantia exigida foram detalhados.

No perfil do Expresso no Twitter, a seção que incluía o site do veículo foi mudada para o canal do grupo no apli- cativo de mensagens Telegram, e uma publicação com o mesmo link e o texto

“Lapsus$ é oficialmente o novo presi- dente de Portugal” foi fixada na página.

O Expresso é parte do grupo de comu- nicação Impresa, que também tem veí- culos como a rede de televisão SIC e o site de notícias sobre música Blitz. O sites do grupo (institucional), da rede SIC e o Blitz também foram afetados pelo ataque.

No último mês de dezembro, o mesmo grupo havia tirado do ar alguns sites do

Número de novos refugiados cai 91% em 2021

Bolsonaro sanciona lei que cria MEI Caminhoneiro

Jornal português é hackeado por grupo que atacou Ministério da Saúde

Mesmo com surto de Covid-19,

passageiros de

cruzeiro fazem festa

Marina Silva / Correio

o navio é o maior já operado no Brasil pela Costa Cruzeiros, com capacidade para 4.947 passageiros

Mesmo após a Anvisa proibir atividades dentro do navio Cos- ta Diadema, que foi impedido de desembarcar passageiros em Salvador, a virada de ano dentro da embarcação teve uma festa.

Quem estava dentro do navio relatou que a festa - com aglo- meração e sem máscaras - foi organizada pelos próprios pas- sageiros.

Segundo reportagem do jor- nal O Globo, dezenas de pessoas estavam aglomeradas, ouvindo música alta e sem máscaras. Não havia comida nem bebida, os que festejavam estavam, na realida- de, munidos de um espumante oferecido pela companhia para ser consumido dentro da cabine.

Todas as atividades de entre- tenimento foram suspensas pela Anvisa após a confirmação de 68 casos de covid-19 dentro do na- vio. A Anvisa determinou que o navio voltasse ao Porto de Santos e que ficasse em quarentena, sem realizar novas viagens. A agência também recomendou a suspen- são da temporada de cruzeiros.

Apesar da festa de Réveillon, ocupantes do navio relataram que a rotina do navio tornou-se mais restrita, com a determi- nação de horários específicos para comer nos restaurantes e refeitórios. Piscina, área de cassino, academia e teatro es- tão fechados.

A empresa se comprometeu com os ocupantes a devolver o valor pago pelos tickets do navio, dizem pessoas embarcadas. On- tem foram realizadas rodadas de testagem para Covid-19 no navio, há também aferição de tempera- tura dos ocupantes.

Em nota, a empresa afirmou que o “Protocolo de Segurança Costa determina que todos os hóspedes e tripulantes estejam vacinados e apresentem testes negativos no embarque. Durante o cruzeiro é realizada a testagem diária para hóspedes e tripulan- tes”. Procurada, a Anvisa afirmou que avaliará o caso e que somen- te as atividades essenciais estão liberadas. (Correio 24h para a Rede Nordeste)

| salvador |Anvisa havia determinado suspensão de todas as atividades não-essenciais da embarcação

ediÇÃo: renato abê | renatoaBe@oPovo.CoM.Br | 85 3255 6101

MarCelo CaMargo/agênCia BraSil

com menos venezuelanos, número de novos refugiados no Brasil cai 91%

reProduÇÃo

além do site, hackers do lapsus group invadiram perfil do jornal no twitter

prEvidÊNCia

Os aposentados e pensionistas do Ins- tituto Nacional de Seguro Social (INSS) precisam ficar atentos em 2022. A pro- va de vida voltou a ser obrigatória, após três meses de suspensão. O procedi- mento é necessário para manter o pa- gamento do benefício.

Entre março de 2020 e maio de 2021, a prova de vida foi suspensa por causa da pandemia de Covid-19. O procedimento foi retomado em junho do ano passado, mas suspenso novamente em outubro, após o Congresso derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro a uma lei que retirava a obrigatoriedade da prova de vida em 2021.

Segundo o INSS, cerca de 3,3 milhões de segurados precisam fazer, entre ja- neiro e abril, a prova de vida referente a 2021. Os pagamentos das aposenta- dorias e das pensões começarão a ser suspensos em fevereiro.

A prova de vida do INSS deve ser fei- ta no banco responsável pelo pagamen- to do benefício. O procedimento pode ser feito nos caixas eletrônicos com uso da biometria ou presencialmente, nas agências bancárias.

Os segurados com biometria facial

Prova de vida do INSS

volta a ser exigida em 2022

MarCello CaSal jragênCia BraSil

instituto nacional do Seguro Social (inSS) divulgado um balanço que informava

que o Brasil tinha concedido 339 vistos humanitários a cidadãos afegãos. Ou- tros 393 pedidos eram analisados pelos diplomatas brasileiros naquela época.

(Levi Aguiar/Especial para O POVO)

Ministério da Saúde do Brasil. À época, diversos sistemas ficaram indisponíveis, inclusive a emissão de comprovantes de vacinação contra a Covid-19.

O aplicativo ConecteSUS, que também foi afetado na invasão ao órgão, ficou fora do ar por semanas. Até o momento, ele segue com instabilidades e apresenta informações incompletas aos usuários.

(Bemfica de Oliva)

cadastrada no Departamento Nacio- nal de Trânsito ou no Tribunal Supe- rior Eleitoral podem fazer a prova de vida de forma eletrônica, no aplicativo Meu INSS. Idosos a partir de 80 anos ou pessoas com dificuldade de locomoção podem pedir visita em domicílio. Nesse caso, é necessário agendar um horário pelo telefone 135 ou do app Meu INSS.

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SEGUNDA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 3 DE JANEIRO DE 2022

TASSO DIZ QUE WAGNER É RISCO DE RETROCESSO

PARA O CEARÁ

Licenciado do mandato de senador e com re- torno ao posto previsto para fevereiro, Tasso Jereissati, 73 anos, evita cravar se o PSDB terá candidato ao Governo do Estado em 2022 ou se apoiará outro nome ao Abolição. O tucano admite, porém, que sua maior preocupação hoje é evitar que o Ceará mergulhe em retrocesso.

“O que, nesse momento da minha vida, me frustraria imensamente é ver um retrocesso, al- guém que destruísse esse modelo e fizesse com que o caos administrativo do passado voltasse a ser uma realidade aqui no Ceará. Essa é a grande preocupação”, respondeu o senador em entrevista ao O POVO em seu escritório, em Fortaleza, no fim de dezembro passado.

Questionado se o deputado federal e pré- candidato ao Governo Capitão Wagner (Pros) representaria risco às conquistas de sucessivas administrações estaduais, entre as quais a edu- cacional e a fiscal, Tasso disse que “ele é hoje o mais forte representante do bolsonarismo no Ceará” e que “o bolsonarismo é o maior retro- cesso da história do Brasil”.

“Eu tive muita esperança no Capitão Wag- ner quando ele iniciou lá atrás”, acrescentou o senador, “mas a evolução dele de lá pra cá é um pouco diferente do que eu esperava. Para mim é uma decepção”.

Como exemplo de conduta do deputado que estaria alinhada ao que o tucano considera como o pior governo da história do Brasil, Tasso cita a

visita de Jair Bolsonaro (PL) ao Ceará no primeiro semestre do ano passado, quando o chefe do Exe- cutivo promoveu aglomerações e desrespeitou medidas sanitárias decretadas pelo governador Camilo Santana (PT).

“Lembro que o dia em que fiquei mais revol- tado foi no Ceará, e aí o Capitão Wagner esteve presente. Nós estávamos no pico do pico da pan- demia, quase 200 pessoas morreram naquele dia.

O presidente Bolsonaro esteve aqui e fez duas aglomerações de pessoas, sem máscara, uma em Tianguá e outra em Caucaia”, criticou.

Na conversa, Tasso também classifica a saída de Geraldo Alckmin do PSDB como um baque para o partido e se pergunta se a legenda conseguirá se recompor depois disso. O ex-governador do Ceará avalia ainda uma possível chapa Lula/Alckmin, as chances do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na dis- puta, o desempenho de Sergio Moro (Podemos).

O senador faz ainda planos para 2022, mas confirma: não irá concorrer a mandato nova- mente. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

O POVO – O senhor se afastou

temporariamente do mandato para se empenhar nas prévias do partido, mas também ajudar a organizar o PSDB localmente. Como está essa tarefa de reestruturação do partido no Ceará?

Tasso Jereissati – Na verdade, quando pedi li- cença, foi um conjunto de coisas que me fizeram pedir. Um, eu queria poder ajudar mais o Eduar- do Leite nas prévias do PSDB por acreditar que, como continuo acreditando, mas não foi possível, ele seria o candidato com maior potencial para evitar essa polarização Lula/Bolsonaro e essas posições de extremismo no Brasil. Estamos vi- vendo um Brasil de muito ódio, de muita agressão e pouca argumentação. Ao mesmo tempo, existe na população um certo cansaço na maneira de se fazer política não só do presidente da República, do Executivo, mas do Legislativo, e as pesquisas

TASSO

JEREISSATI

FOTO TEXTO

JÚLIO CAESAR HENRIQUE

ARAÚJO

fotografia@

opovo.com.br henriquearaujo@

opovo.com.br

estão mostrando. E Eduardo era o novo, diferen- te, com mentalidade nova, ideias novas, atualiza- do, e teria tudo para ser a terceira via que o Brasil quer. Mas, infelizmente, não foi possível. Ele não conseguiu vencer as prévias. Fiquei muito decep- cionado. Segundo motivo, porque eu pretendia também fazer uma reavaliação do PSDB aqui no estado do Ceará, já que tenho estado muito em Brasília, muito envolvido com o trabalho do Sena- do e fiquei muito distanciado do PSDB, que, a meu ver, também precisa de uma reestruturação e de uma renovação. E terceiro também por motivos pessoais. Eu estou bem, vou logo dizer que estou bem porque às vezes as pessoas interpretam mal, mas eu não tinha tido tempo – com a pandemia, trancado em casa, com o trabalho no Senado – de fazer uma série de exames de rotina que eu preci- sava fazer e que há mais de dois anos que eu não fazia. Resolvi tirar esse intervalo pra fazer. Em fe- vereiro estamos de volta.

OP – Quando fala de reestruturação do PSDB no Ceará, o que tem em mente?

Tasso – Tenho conversado com muita gente, eu acho que a própria imagem do partido preci- sa rejuvenescer. Temos agora um secretário na Prefeitura, o Ozirinho (Ozires Pontes, secretário de Esporte e Lazer de Fortaleza), que é um jovem que está indo muito bem fazendo esse trabalho.

Temos que repetir exemplos como esse por aí, em outros municípios, nos aproximando de no- vas lideranças e de algumas antigas lideranças também que estavam distantes de nós, para fazer uma avaliação do cenário político aqui do estado do Ceará e qual deveria ser o papel do PSDB nos próximos dois anos, três ou cinco.

OP – Como projeta o papel do PSDB na disputa eleitoral de 2022 nacionalmente?

Tasso – Eu estou muito preocupado com o cenário nacional. Preocupado com que nós ve- nhamos a ter que escolher entre o que já foi,

no caso do governo Lula e do PT, que teve seus problemas e a meu ver está vencido o modelo que implantou, é preciso que eles tenham uma capacidade de autocrítica e reavaliação muito grande; ou o governo que está aí, que, na minha opinião, é o pior governo da história do Brasil.

Com certeza, dos tempos que eu vivi, é o pior governo de todos, de longe. E tem uma parte grande da população que quer coisa nova, não quer o que está aí nem o que foi, e não tenho vis- to essa possibilidade muito aberta, já que está muito fragmentada. É um quadro preocupante, mas acho que daqui para abril muita coisa pode acontecer. Como estamos acompanhando o de- senvolvimento das coisas, eu espero que aque- les candidatos que as pesquisas mostrem que não conseguiram evoluir daqui pra lá tenham o desprendimento necessário pelo país, pelo que o país quer, de abrirem mão e formar uma fren- te de centro-direita ou centro-esquerda que fuja dos extremismos.

OP – Vê algum nome que reúna mais condições de liderar esse projeto de terceira via?

Tasso – Não, essa é a minha preocupa- ção. Não tem nenhum nome despontando no sentido de que haja uma evolução e saia dessa fragmentação, não tenho visto. Mes- mo o nome do Moro, que a princípio pare- ceu que vinha subindo muito rapidamente, estagnou, e as pesquisas indicam também uma rejeição muito grande a ele. Então não vejo ainda. Não é que não sejam bons candidatos, mas nenhum atraiu ou entu- siasmou ainda a população brasileira.

OP – O PSDB saiu das prévias bastante dividido. Considera que é possível

conciliar o partido em torno de um projeto para 2022? João Doria tem condições de encabeçar isso?

| ELEIÇÕES | Senador tucano e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati afi rma que deputado federal Capitão Wagner (Pros) é representante do bolsonarismo local e

classifi ca Bolsonaro como o pior governo da história do Brasil

Terceira via

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Segunda-feira

Fortaleza - CearÁ - 3 de janeiro de 2022 5

Tasso – Como disse, nós temos que aguardar.

A grande preocupação em relação ao governa- dor de São Paulo era justamente pelo fato de ele ser candidato há tanto tempo, desde prefeito que ele já se colocava como candidato, e, como go- vernador, ter feito um belo trabalho em relação à questão da vacina, mas não ter conseguido des- lanchar. As pesquisas e indicações são de que a probabilidade de ele deslanchar é pequena. Mas tudo é possível. Vamos acompanhar e lá na fren- te, se não houver esse desenvolvimento, temos que discutir. O grande objetivo seria encontrar um candidato viável de centro.

op – ciro Gomes teria condições de se colocar como esse nome em torno de quem essas forças poderiam se agrupar?

Tasso – É o que aparecer deles melhor coloca- do. As pessoas às vezes consideram o Ciro um ho- mem de esquerda. O Ciro não é de esquerda, pode ser até de centro-esquerda, mas tem uma posição definida dentro do seu partido, suas alianças são sempre mais à esquerda. Mas é uma alternativa.

Agora, também o Ciro, se vier a se mostrar o mais viável, que acho que é possível, por que não? É uma alternativa.

op – Do ponto de vista local, como o partido vai entrar na sucessão do governador camilo Santana? Defende que componha a aliança entre pT e pDT ou que tenha candidatura própria?

Tasso – Primeiro tem um quadro a ser visto, como é que vai ficar. Aqui existe uma aliança entre PT e PDT. O PDT tem um candidato a presidente lançado, formalizado, confirmado, que é o Ciro.

O PT deve ter candidato claro, que é o Lula. Não sei qual o caminho local que esses dois partidos vão ter. Pelo que tenho acompanhado, existe uma discussão interna nos dois partidos. Parte do PT quer continuar com a aliança e praticamente ig- norar a eleição nacional, e outra parte não quer.

Do nosso lado, ultimamente temos feito alianças com o DEM, que agora se fundiu no União Brasil.

Também não sei qual o desfecho ainda que vai ter essa disputa por esse partido aqui no Ceará.

op – Esse desfecho no União brasil é decisivo para a definição do quadro local?

Tasso – Claro, nós temos uma aliança recente nas últimas eleições com o DEM, então o desfe- cho dessa disputa é importante para nós para ver que tipo e que aliados nós poderíamos ter. É importante até para as eleições de maneira ge- ral. O União Brasil tem muito tempo de TV, tem uma base de candidatos a deputado estadual e federal forte. Isso vai precisar de uma discussão interna maior.

op – o senhor fala de reconstrução do partido. Não avalia que seria importante que a legenda tivesse uma candidatura ao governo?

Tasso – A minha maior preocupação hoje, e claro que o partido faz parte das minhas preo- cupações, mas sem querer ser presunçoso, nem querendo fazer nenhum tipo de referência a mim mesmo, desde nossa gestão que o Ceará formou uma escola que é admirada pelo Brasil todo. Nun- ca mais teve problemas fiscais, é exemplo de ad- ministração na questão fiscal, na questão educa- cional, na gestão da saúde, enfim. É referência, mesmo com partidos diferentes. Tivemos uma época com Lúcio, outra época com Ciro, com Cid e agora com Camilo. Nós mantivemos essa admi- nistração que tem uma visão muito republicana e técnica, sem abandonar a política. O que, nesse momento da minha vida, me frustraria imensa- mente é ver um retrocesso, alguém que destruísse esse modelo e fizesse com que o caos adminis- trativo do passado voltasse a ser uma realidade aqui no Ceará. Essa é a grande preocupação. Eu garanto a você que, na minha posição pessoal, de novo digo que tem muitas circunstâncias que vamos discutir e vai depender de outras opiniões, mas minha grande preocupação é que haja retrocesso no Ceará.

op – Existe esse risco?

Tasso – Sempre existe. Construir é dificílimo, destruir é facílimo, são meses. Dependendo do administrador, da responsabilidade, do preparo, da visão de mundo, da responsabilidade fiscal, do grupo que o acompanha.

op – Há uma candidatura de oposição no ceará, representada pelo

deputado federal capitão wagner (Pros). Wagner significaria risco?

Tasso – Eu tive muita esperança no Ca- pitão Wagner quando ele iniciou lá atrás, porque sem dúvida nenhuma é uma lide- rança, mas a evolução dele de lá pra cá é um pouco diferente do que eu esperava.

Ele é hoje o mais forte representante do bolsonarismo no Ceará, sem dúvida. O bol- sonarismo é o maior retrocesso da história do Brasil. Eu fui governador por muitos

pessoal. E quando há coincidência na visão políti- ca, é com muita alegria que nós possamos mar- char juntos em direção àquilo em que temos afi- nidades. Nacionalmente hoje, o partido do Ciro tem uma visão da política econômica bastante diferente da minha. Agora, eu reconheço mui- tas qualidades no Ciro, mas a visão econômica do partido dele é muito diferente da minha, e é isso que nos separa, sem levar a nenhuma ini- mizade e que não seja nenhum obstáculo a que se converse e dialogue com respeito, cada um com seus argumentos.

op – o ex-governador Geraldo Alckmin deixou o partido. como avalia essa saída e a possibilidade de composição com o ex-presidente Lula como vice. Acha que isso é bom para a política?

Tasso – Primeiro quero dizer que la- mento muitíssimo. Eu acho uma das piores notícias que o PSDB já teve foi essa saída do Geraldo Alckmin do partido, um dos fun- dadores do partido. Ele mesmo costuma repetir que ele é a ficha número 7 quando da criação do partido. Foi governador de São Paulo várias vezes, candidato a presi- dente da República e criou um enorme va- zio no PSDB de São Paulo e do Brasil. Eu não tenho certeza se nós vamos nos recuperar disso. É um baque no partido.

op – A saída dele poderia ter sido evitada?

Tasso – Claro, nunca deveria ter acontecido.

Ele praticamente foi colocado numa situação em que foi expelido do partido, colocado à margem.

Isso é uma das dificuldades do nosso candidato, de agregar, e a facilidade de desagregar. Ele nun- ca poderia ter deixado de lado um homem como Geraldo Alckmin, uma liderança não só efetiva, mas simbólica do partido.

op – E agora ele é cotado como vice de Lula.

Essa aliança é boa pra política?

Tasso – Só deixando bem claro que isso já é fora do PSDB. Eu tenho defendido o fim das pola- rizações. O país está separado e com muito ódio.

Até dentro das famílias a gente viveu pessoas se separando e brigando por causa de posições polí- ticas radicais e extremistas, e até fanatizadas em alguns pontos. Pessoas inteligentes e preparadas não aceitando a ciência, a OMS, a vacina, rejei- tando vacina. Isso beira o fanatismo, é falta de racionalidade total. Se isso servir (a aliança Lula/

Alckmin) pra juntar, pra unir e pra, mesmo que seja composição com diferença, fazer com que essa divisão se acabe e seja uma divisão demo- crática e que as pessoas são diferentes, pensam diferentes, mas são aceitas e aceitam as regras.

Se for pra isso, pode ajudar simbolicamente a acabar com essa desunião.

op – Acha que tem chance de vingar?

Tasso – Acho que sim, é uma porta que se abre para isso.

op – como avalia o desempenho de José Sarto (pDT) e do governador camilo Santana (pT), que deixa o governo para disputar possivelmente o Senado? Um que está chegando e outro que está deixando saindo.

Tasso – Não tenho nenhuma crítica contun- dente a nenhum dos dois. Acho que o governador Camilo Santana foi um bom governador, acho que o Sarto está no início, é muito difícil, mas alguns aspectos positivos já percebi. A limpeza da cida- de está muito bem, comparativamente a outras cidades. Mas tem um caminho ainda para mos- trar serviço. O governo Camilo é um bom governo, agora, e não é só culpa dele, mas o Ceará ainda vive um quadro de gente morrendo de fome, de profundas diferenças sociais e de pobreza mui- to grande, de miséria, de parcela da população vivendo abaixo de índices aceitáveis. Isso ainda nós precisamos fazer um projeto de longo prazo e consistente. Essa é a nova missão que não tem sido alcançada por nós mesmos.

op – pode fazer um breve balanço de sua atuação no Senado nos últimos anos?

Tasso – Sem dúvida o Marco do Saneamen- to talvez seja um dos projetos mais importantes que eu fiz na minha vida como senador e que está tendo repercussões no Brasil, com grandes in- vestimentos. Acho que no Ceará estamos atrasa- dos. Hoje não sei qual o número, mas pelo menos quase 40% vivem sem esgotamento sanitário, um problema que o mundo desenvolvido resolveu 200 anos atrás. Você vai num interior ou aqui nos bairros de Fortaleza, vê um menino com um ta- blet na mão e brincando sobre o esgoto. Isso é um contraste, um paradoxo. Não tem acesso ao que é básico, inclusive para ser um bom operador de tecnologia. Acho que aqui nós poderíamos ter an- dado mais. Agora, eu participei de um grupo e fui dos que lutou para que fosse criado, que foi a CPI da Pandemia. E se não fosse aquela CPI e aquela pressão, talvez nós tivéssemos demorado mais

uns quatro ou cinco meses para começar a vaci- nação, já que o governo não acreditava na vacina.

Isso ficou claro. Aquela teoria perversa da imuni- dade de rebanho foi uma das coisas mais mons- truosas que eu já vi na minha vida. Esse trabalho que fizemos foi muito importante.

op – cpI foi um divisor?

Tasso – Total, absolutamente. A gente não lembra, mas estávamos vivendo um momento quando começou a CPI. Fiz vários discursos no Senado pedindo implantação da comissão, por- que não tínhamos vacina e o governo não queria nenhum tipo de restrição de mobilidade social.

Lembro que o dia em que fiquei mais revoltado foi aqui no Ceará, e aí o Capitão Wagner esteve pre- sente. Nós estávamos no pico do pico da pande- mia, quase 200 pessoas morreram naquele dia.

O presidente Bolsonaro esteve aqui e fez duas aglomerações de pessoas, sem máscara, uma em Tianguá e outra em Caucaia, se não me engano. E foi no mesmo tempo em que o governo estadual decretou o afastamento social e o fechamento de negócios. Havia revolta de restaurantes etc., por- tanto era decisivo o apoio da União, e ele chegou aqui e fez o contrário. Aglomerou sem máscara. É criminosa uma atitude como aquela.

op – Foi um momento difícil porque havia pressão do próprio setor empresarial.

conversei com o ex-secretário cabeto, que disse que precisou inclusive de apoio fora do governo para convencer secretários de que aquele momento era grave. Ele falou que uma das pessoas com quem conversou foi com o senhor.

Tasso – É porque a pressão era grande. Isso foi que me revoltou no governo Bolsonaro e no pró- prio Wagner, porque estava presente nessas ma- nifestações. Foi um momento difícil. Eu posso até dizer que eu era oposição ao governo. Nunca fui uma oposição radical, mas não era aliado do go- vernador. Mas compreendia que era um momento difícil, que o governador, já que o presidente não fazia, tinha que fechar loja, fechar restaurante, fechar shopping, escolas. Evidente que isso não era simpático e muita gente ia ter prejuízo. Mas era hora de união, porque estávamos falando ali de salvar vidas. E não houve uma compreensão, e tanto o secretário da Saúde quanto o governo foram massacrados de agressões. Essa incom- preensão não precisava de apoio. Eu já fui gover- nador e sei que é difícil enfrentar uma pressão daquele tamanho. Hoje, graças a Deus, as pessoas compreenderam.

op – Deve retomar o mandato a partir de fevereiro. o que tem no seu horizonte político?

Tasso – É um ano difícil porque é ano eleitoral.

Acho que a atividade vai ser menos intensa no Se- nado porque todas as vistas vão estar voltadas para as eleições, não só presidenciais, mas de governa- dores, de deputados, senadores em campanha etc.

Acho que vai ser também um período rico. As pers- pectivas econômicas não são boas, a tentação de se fazer um populismo de curto prazo é grande, de fazer medidas aparentemente simpáticas de curto prazo, mas desastrosas no momento seguinte. Vai exigir de todos nós muito bom-senso.

op – E em relação ao próprio futuro político, como planeja 2022?

Tasso – Eu não devo disputar mandato. Vou trabalhar no que puder para que a gente tenha um presidente bom, moderado, que o Brasil está precisando muito disso. Vou tentar, com essas pessoas que estou conversando, deixar o PSDB bem estruturado, tenho conversado com o pró- prio Luiz Pontes (presidente tucano no Ceará), mas não está nos meus planos nenhuma disputa direta eleitoral.

op – o senhor se aposentaria ano que vem?

Tasso – Eu não chamaria de aposentadoria porque não estou tão velho assim. Diria que está na hora em que você pendura a chuteira, mas pode virar técnico.

op – como se posicionaria num segundo turno com Lula e bolsonaro?

Tasso – Eu já vivi o bastante na política para sa- ber que as coisas mudam muito em um ano. Então a resposta é muito difícil de dar, porque tem muita água pra rolar debaixo da ponte, muita coisa vai acontecer. O que eu diria hoje não seria necessaria- mente o que vai acontecer. Eu espero ver os acon- tecimentos para agir e tomar as nossas posições.

anos, fui senador, e uma coisa que sempre diferenciou o Brasil em relação a outros países, mesmo avançados, era a nossa es- trutura e cultura de vacina. Nós somos um dos poucos países do mundo que tem essa política do programa nacional de imuni- zação. Eu sou mais velho que você, e com certeza você nasceu nessa cultura, se vaci- nando desde criança. Quando governador, eu fazia as campanhas de vacinação. Além de uma imensa convocação da população, eu mesmo saía nos postos de vacinação acompanhando, dada a importância que a gente tinha. E eliminamos muito problema assim. A paralisia infantil, por exemplo, desapareceu do nosso estado e do nosso país. Nós tínhamos essa cultura, e isso está sendo destruído, uma tentativa de destruição. Isso é um retrocesso. A ques- tão do meio ambiente, que é uma agenda mundial, de sobrevivência da humanida- de, é um retrocesso gigantesco. Esse po- sicionamento, e essa adesão a esses posi- cionamentos, visões parecidas como essa, isso me preocupa.

op – o senhor fala que o bolsonarismo é um retrocesso e que capitão wagner representa o bolsonarismo.

Tasso – Para mim é uma decepção, inclusive.

Uma decepção porque eu acompanhei o início dele como candidato a prefeito.

op – o senhor se arrepende de tê-lo apoiado?

Tasso – Não, porque eu sempre quis ver reno- vação e novas lideranças. Eu lamento que a evolu- ção dele tenha sido para esse lado.

op – Ainda sobre cenário local, o senhor chegou a se afastar do grupo dos irmãos ciro e cid. como está essa relação hoje?

Tasso – Uma das vantagens que a pessoa con- segue captar no Senado é que se convive de uma maneira amigável, cordial e até afetuosa com pes- soas que pensam diferente de você. Eu não tenho nenhum adversário com quem tenha inimizade pessoal ou qualquer outra coisa. No caso específi- co do Ciro e do Cid, é o contrário. Eu tenho amiza- de pessoal. Tenho um passado que foi construído junto, de uma maneira muito solidária e afetiva.

Agora, aqui e ali nós pensamos diferente sobre política, mas isso nunca levou a um afastamento

DE LIcENÇA do mandato de senador, tasso jereissati reassume o cargo em fevereiro, depois de 180 dias afastado do Congresso. nesse período, assumiu a função o empresário Chiquinho Feitosa, que tenta se garantir na presidência do União Brasil, partido criado a partir da fusão do deM e do PSl

Senado

INTErNAmENTE, o União Brasil já nasce disputado. no Ceará, medem forças Capitão Wagner (Pros), ex-aliado de tasso e hoje alvo de críticas do tucano, e o próprio Feitosa, um parceiro do PSdB no estado – tanto o deM quanto os tucanos apoiaram josé Sarto contra Wagner

Disputa

A SAÍDA temporária de tasso do mandato deu força para que Chiquinho negociasse em Brasília como senador da república a presidência do União Brasil no Ceará. a expectativa é de que até fevereiro o impasse tenha se resolvido

União Brasil

O POVO MAIS

MaiS.oPovo.CoM.Br

o assinante o oP+ tem acesso à entrevista com tasso jereissati na íntegra e com vídeos na área exclusiva

wagner Lula e Alckmin

(6)

Oil Splash

HENRIK WEIS/GETTYIMAGES

6 WWW. OP OVO.C OM. BR

SEGUNDA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 3 DE JANEIRO DE 2022

REPORTAGEM

PRI VATI

ZAÇÃO

| RISCO NO FORNECIMENTO | A nova administração da refi naria de Mataripe, como agora se chama

a Refi naria na Bahia, deixou sem combustível os navios da região e não há previsão de retomada. Lubnor, no Ceará,

ainda está neste processo de venda

A privatização da primeira refi naria de uma série da Petro- bras começou dando munição pesada aos opositores do pro- grama de desestatização do go- verno Bolsonaro. E no processo de venda consta a Lubrifi cantes e Derivados de Petróleo do Nor- deste (Lubnor), localizada no Porto de Fortaleza, Ceará.

Mal iniciou a operação, a nova administração da refi na- ria de Mataripe - como agora se chama a Refi naria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia -, deixou sem combustível os navios da região e não há previsão de re- tomada de abastecimento.

Documentos acessados pela Agência Nossa indicam até o mo- mento do fechamento desta re- portagem que até março a situa- ção não deverá ser normalizada, se nada for feito para mudar o quadro. O prazo consta de in- formações recebidas na semana

passada pela agência reguladora responsável pelo abastecimento de combustíveis no País.

A Agência Nacional de Pe- tróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) aguarda posicionamen- tos da Acelen, nova controlado- ra da refi naria, e da Petrobras para ter uma posição defi nida sobre este prazo.

A Acelen, controlada pelo fundo Mubadala, dos Emirados Árabes, assumiu no dia primei- ro de dezembro as operações

ESPECIAL PARA O POVO

SABRINA LORENZI

economia@opovo.com.br

Economia

EDIÇÃO: BEATRIZ CAVALCANTE | BEATRIZ.CAVALCANTE@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

por parte da Acelen. A entidade que representa as companhias de navegação informou à ANP que não conseguiu fazer contato com a nova controladora da re- fi naria por mais de uma semana após o começo do problema.

Sem comunicação com a re- fi naria, o Sindicato das Agên- cias de Navegação no Estado da Bahia (Sindinave) procurou a agência para pedir intervenção, segundo documento datado de 8 de dezembro.

“Essa situação tem gerado e gerará problemas para os na- vios que demandam os portos da Baía de Todos os Santos pois a falta de fornecimento de bun- ker provocará cancelamentos, difi culdades de agendamento de navios navios não regulares para transportes de cargas e principalmente para exporta- ção, não deixando de mencio- nar os navios na cabotagem, forçando os navios a procurar portos alternativas, o que re- dundará em aumento de frete além de transtornos para mui- tos navios já têm programada sua escala na baía de todos os santos e que de forma abrupta veem se interromper um servi- ço de fundamental importância e sem perspectivas de como e quando se normalizará”.

da antiga RLAM e do terminal Madre de Deus, vendidos pela Petrobras. O combustível para navios deixou de ser fornecido no mesmo dia. Na véspera, a Petrobras teria anunciado for- malmente a interrupção, o que pegou de surpresa as operado- ras do setor marítimo.

Além da interrupção do abastecimento de bunker, que afetou abruptamente suas ati- vidades, o setor teria fi cado sem resposta nem satisfação alguma

DE REFINARIAS COMEÇA COM DESABASTECIMENTO

PREVISTO ATÉ MARÇO

Essa reportagem foi

produzida com exclusividade pela Agência Nossa,

especializada em jornalismo econômico com olhar social.

Fonte

Referências

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