Cromatografia em fase gasosa
Professor: M.Sc Fernando Pugliesi
Apresentação
Fernando Pugliesi, 35 anos, brasileiro
• Bacharel em química pelo Centro Universitário Fundação Santo André,
• Mestre em processos industriais pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT),
• Com dissertação de mestrado em química analítica, com ênfase em
desenvolvimento de metodologia analítica para avaliação eficiência de encapsulação de nanoencapsulados.
• Atuando há 9 anos com desenvolvimento e validação de métodos analíticos, para análise de compostos orgânicos voláteis e semi-voláteis através da técnica de cromatografia em fase gasosa e cromatografia em fase gasosa com espectrômetro de massas acoplado.
• Atualmente trabalha no centro de inovação da Hypera pharma (Hynova), onde desenvolve métodos analíticos para determinação de solventes residuais e impurezas em matérias-primas.
Apresentação
Sobre vocês...
Quais são as suas expectativas para o curso?
Qual é a sua vivência?
Conteúdo programático
Revisão de princípios da cromatografia em fase gasosa Histórico;
Introdução;
Parâmetros cromatográficos;
Instrumentação analítica.
Desenvolvimento de método analíticos
Métodos qualitativos Preparo de amostras;
Seleção de sistema de amostragem;
Seleção de injetor;
Seleção de coluna cromatográfica;
Seleção de detector;
Conteúdo programático
Técnicas de clean-up de amostras Colunas de vidro;
Extração líquido-líquido;
Quechers;
Solid phase extraction (SPE) e
Solid phase micro extraction (SPME) Métodos quantitativos
Padronização interna;
Padronização externa;
Curva analítica;
Adição de padrão;
Normalização;
Conteúdo programático
Solventes residuais
Capítulo geral 467 USP ICH Q3C (R7)
Estudos de carry-over Boas práticas de laboratório
Guia de instalação de cromatógrafo a gás Troubleshooting
Conteúdo programático
Aplicações de cromatografia em fase gasosa
Analise de compostos orgânicos voláteis e semi-voláteis;
Análise de solventes residuais;
ICH Q3C para solventes residuais;
Impurezas;
Teor.
Histórico
Histórico
Cromatografia
Definição de cromatografia segundo a IUPAC: é um método físico de separação no qual os componentes a serem separados são distribuídos entre duas fases: uma fase estacionária e uma fase móvel, que se move em uma direção definida.
Histórico
Mikahil Seminovich Tswett
Histórico
Coluna Cromatográfica
Gerhard Hesse
Histórico
Cromatografia gás-sólido
Anthony Trafford James Archer John Porter Martin
Histórico
Cromatografia gás-líquido
• Synge – Cromatografia por partição líquido-líquido
• Consden e Gordon – Reintrodução da cromatografia em papel
• Howard – Desenvolvimento da cromatografia líquida em fase reversa
Histórico
Histórico
1957 – Desenvolvimento do detector de ionização de chamas
simultaneamente por McWilliam e Dewar e por Harley e Pretorius
1958 - Marcel Golay apresentou no segundo simpósio internacional de cromatografia gasosa as colunas capilares
Introdução
Tipos de cromatografia
Introdução
Cromatografias em coluna
Introdução
Absorção: é a fixação de uma substancia, no interior da massa de outra, geralmente sólida e este fenômeno é resultante da capilaridade, forças eletrostáticas, etc.
Adsorção: é a fixação das moléculas de uma substância (adsorvato ou fase móvel) na superfície de outra substância (adsorvente ou fase
estacionária).
Sorção: é o fenômeno físico-químico simultâneo de adsorção e absorção.
Dessorção: é o processo inverso da adsorção, absorção ou sorção.
Eluição: é a dessorção provocada por um fluxo de líquido ou gás através de um adsorvente (fase estacionária).
Introdução
Introdução
Parâmetros cromatográficos
Tempo
Parâmetros cromatográficos
Constante de distribuição
É um fator de partição entra a fase estacionária e a fase móvel.
Representa o quão rápido o soluto se move através da coluna.
Quanto maior o valor Kc maior a afinidade do composto pela coluna e maior o tempo de retenção
Parâmetros cromatográficos
Fator de retenção (fator capacidade) K’
Revela o grau de interação do soluto com a fase estacionária
Parâmetros cromatográficos
Fator de separação (seletividade)
Parâmetros cromatográficos
Número de pratos teóricos N
Mede a eficiência da coluna em fornecer picos estreitos e com boa separação
Parâmetros cromatográficos
Número de pratos teóricos N
Está relacionado a eficiência da coluna
Quanto maior o número de pratos teóricos mais eficiente é a coluna
Parâmetros cromatográficos
Altura do prato teórico H
𝐻 = 𝐿 𝑁
Onde:
H: Altura do prato teórico L: Comprimento da coluna N: Número de pratos teóricos
Quanto menor a altura do prato teórico maior o número de pratos teóricos e mais eficiente a coluna cromatográfica.
Parâmetros cromatográficos
Volume morto
Onde:
VM: Volume morto
𝑡0 : Tempo de retenção do ar V : Vazão do gás de arraste
O VM é o volume necessário de gás de arraste para arrastar o pico de ar ao longo de toda a extensão da coluna.
𝑉𝑀 = 𝑡0 × 𝑣
Parâmetros cromatográficos
Volume de retenção
Onde:
𝑉𝑟: Volume de retenção 𝑡𝑟: Tempo de retenção 𝐹𝐶: Fluxo Constante
O VR é o volume de gás de arraste necessário para eluir uma
amostra da coluna desde o momento da injeção até a eluição do pico.
𝑉𝑟 = 𝑡𝑟 × 𝐹𝐶
Parâmetros cromatográficos
Volume de retenção corrigido
Onde:
V’R: Volume de retenção corrigido VR: Volume de retenção
VM : Volume morto
O V´R é o volume de retenção– o volume morto
𝑉′𝑅 = 𝑉𝑅 − 𝑉𝑀
Parâmetros cromatográficos
Resolução
A resolução ideal de 2 picos é acima de 1,5.
Onde :
R = Resolução;
𝑡𝑟2 = Tempo de retenção do pico 2 𝑡𝑟1 = Tempo de retenção do pico 1 𝑤1 = Largura da base do pico 1 𝑤2 = Largura da base do pico 2 Medida de separação entre dois picos
Instrumentação
Esquema básico do cromatógrafo
Instrumentação
Gás de arraste
Instrumentação
Gás de arraste
Fatores a considerar na escolha do gás de arraste:
• Sensibilidade do sistema de detecção;
• Disponibilidade no mercado;
• Tempo de análise;
• Segurança;
• Pureza;
• Custo.
Instrumentação
Gás de arraste
Instrumentação
Escolha do gás de arraste
Instrumentação
Escolha do gás de arraste
OBS: O valor de viscosidade está expressso em µP
Instrumentação
Escolha do gás de arraste
Instrumentação
Escolha do gás de arraste - influência da velocidade linear
Fonte: www.sigmaaldrich.com Velocidade linear:
25 cm/s
Velocidade linear:
50 cm/s
Instrumentação
Gás de arraste
Instrumentação
Gás de arraste
Instrumentação
Esquema básico do cromatógrafo
Instrumentação
Regulador de pressão
Instrumentação
Controlador de fluxo
A medição e controle do gás de arraste são importantes para a reprodutibilidade dos resultados.
O controle e aferição podem ser realizados com bolhômetros, ou medidores de fluxos eletrônicos
Instrumentação
Esquema básico do cromatógrafo
Amostrador
Instrumentação
Amostradores
Instrumentação
Injetor
Instrumentação
Injetor
Instrumentação
Injetor
Instrumentação
Injetor
• A injeção deve ser feita de tal maneira que se obtenha uma banda única e estreita.
• A amostra deve ser introduzida no menor volume possível em tempo mínimo, para evitar fracionamento do material.
• Tanto a quantidade introduzida quanto a forma de introdução têm de ser reprodutíveis e com alto grau de precisão.
• As amostras gasosas podem ser injetadas com o auxílio de seringas, ou ainda através de válvulas de injeção.
Instrumentação
Injetor
• O Emprego de válvulas resulta em excelente reprodutibilidade 0,5%. No entanto, há necessidade de balanceamento de pressão e vazão.
• Injeção de líquidos com auxílio de microseringas.
• Amostras sólidas podem ser diluídas e injetadas.
• Injeção por headspace.
• Pirólise.
• SPME.
Instrumentação
Injetor
Instrumentação
Injetor Split
• Este sistema de injeção particiona a amostra, enviando parte dela para coluna cromatográfica e outra parte para purga.
• O operador pode definir quanto da amostra irá para coluna e quanto será enviada para fora do sistema. Isto resulta em picos mais estreitos e simétricos e torna possível a injeção de amostras mais concentradas.
• Amostras com muita sujeira, que pode vir a danificar a coluna, é recomendado colocar uma lã de vidro para reter compostos não voláteis, além de prévia filtração.
Instrumentação
Injetor Split
Instrumentação
Injetor Split
• Este tipo de injetor é indicado para amostras com teor elevado de analito, porém não é indicado para amostras em níveis de traços.
• É indicado para uso em colunas com diâmetro reduzido, para evitar sobrecarga da mesma.
• Injetores split/splitless possuem maior risco de degradação de amostras.
Instrumentação
Injetor Splitless
• Os injetores splitless são ideais para amostras em níveis de traços, pois toda a amostra é direcionada a coluna.
• Assim como no sistema Split este injetor possui um tubo vidro silanizado, onde a amostra é injetada.
• Todo fluxo de split é o mesmo que vai para a coluna, portanto, a amostra demanda mais tempo para ser removida do liner para a coluna, e deve-se aguardar um tempo maior para se iniciar a programação de temperatura.
Instrumentação
Injetor Splitless
• Problemas de alargamento de banda podem ocorrer se a amostra não for reconcentrada na coluna.
• Nesse procedimento, a temperatura inicial do forno é suficientemente baixa, de forma a que a amostra seja condensada no início da coluna, reconcentrando-a.
• Recomenda-se que a temperatura inicial da corrida seja 20°C abaixo do ponto de ebulição do analito mais leve.
• Não extrapolar o volume de expansão da amostra em relação ao volume do liner, pois isso pode contaminar a linha de gás e pode ocorrer perda de parte de amostra pela purga do septo.
Instrumentação
Injetor Splitless
Instrumentação
Injetor On-Column (OCL)
• Toda a amostra é injetada diretamente na coluna e por esta razão é conhecido como um sistema de injeção a frio, o injetor pode ter rampa de temperatura programada.
• Recomendado para amostras termicamente instáveis, porém limita-se a amostras com baixa concentração.
• Este sistema de injeção pode contaminar rapidamente o início da coluna com amostras semi-voláteis, já que as mesmas vaporizam diretamente na coluna cromatográfica.
• Não recomendado para amostras complexas.
Instrumentação
Injetor On-Column (OCL)
Instrumentação
Injetor de temperatura programável (PTV)
• É possível programar a temperatura do injetor assim como no sistema OCL, porém este diferencia-se pelo fato de poder particionar a amostra.
• Indicado para amostras termicamente instáveis, pois a amostra pode ser injetada no injetor frio
.
• Pode ser utilizado para concentrar porções de uma amostra, permitindo injeções de volumes maiores do que uma coluna analítica normalmente aceita.
• O analito fica adsorvido no liner ou em um material adsorvente, e o solvente é descartado.
Então, o analito é transferido para a coluna por uma programação de temperatura.
Instrumentação
Injetor de temperatura programável (PTV)
Instrumentação
Injetor para colunas empacotadas
• Utilizada para amostras com baixa complexidade.
• Não há partição da amostra.
• Pode ser utilizado com colunas capilares do tipo Wide-bore.
Instrumentação
Injetor para colunas empacotadas
Instrumentação
Injetor multimode (MMI)
• Modos de operação:
➢ Split;
➢ Split pulsado;
➢ Splitless;
➢ Splitless pulsado;
➢ Solvent mode;
➢ Injeção Direta.
• Vantagens:
➢ 5 modos de operação;
➢ É possível fazer rampa de temperatura no injetor;
➢ Diminui risco de degradação do analito;
➢ Versatilidade;
➢ Tempo de set-up;
➢ Concentração de amostras.
Instrumentação
Injetor multimode (MMI)
Instrumentação
Volume de vapor (mL)
(𝑉 × 𝐷 × 𝑅 × 𝑇 × 1000 000) (𝑃𝑎 + 𝑃𝑖)
𝑀𝑊
Onde:
V = Volume da amostra (mL)
D = Densidade do solvente (g/mL) MW = Peso molecular do solvente (Da) R = Constante de Boltzman (8,314463) T = Temperatura do injetor (K)
Pa = Pressão atmosférica (Pa) PI = Pressão do Injetor (Pa)
Instrumentação
Esquema básico do cromatógrafo
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
A fase estacionária é a principal responsável pela separação dos analitos em uma análise cromatográfica.
Ela fica contida no interior de um tubo longo, que pode ser constituído de aço inox, vidro ou sílica fundida.
Ou seja, cada analito interage de maneira particular com a fase estacionária, influenciado por características físico-químicas, como pressão de vapor e forças intermoleculares (analito/fase estacionária).
Instrumentação
Existem vários tipos de colunas utilizadas em cromatografia em fase gasosa, que diferem nas suas dimensões (comprimento e diâmetro interno), podendo ser classificadas em três tipos
fundamentais:
• Colunas preparativas;
• Colunas empacotadas e
• Colunas capilares.
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Colunas Preparativas
São colunas com diâmetro interno grande e de comprimento pequeno, utilizadas em análises preparativas.
Estas colunas, devido as suas dimensões, tem um número de pratos teóricos bastante baixo, sendo consideradas de baixa resolução.
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas empacotadas
Estas colunas têm um diâmetro interno médio de 3 mm e comprimento de 1 a 6 m. O número de pratos teóricos destas colunas é da ordem de 3000”.
As colunas empacotadas são preenchidas com partículas uniformes e finamente divididas, geralmente terra diatomácea (sílica).
Esse material pode ser a própria fase estacionária ou pode servir de suporte para uma fase estacionária líquida não volátil.
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas empacotadas
A uniformidade entre o tamanho das partículas propicia um fluxo mais uniforme do eluato, favorecendo o aumento da resolução.
As colunas empacotadas são, geralmente, confeccionadas com aço inoxidável, vidro ou PTFE, porém o uso de PTFE limita a temperatura máxima a 200 ºC.
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas empacotadas
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas capilares As colunas capilares foram introduzidas por GOLAY em 1958.
Essas colunas possuem diâmetro interno pequeno e grande comprimento. Essas características conferem a essas colunas elevado número de pratos teóricos o que as torna de alta resolução.
Esse tipo de coluna cromatográfica é empregado na análise de misturas.
Podem ser fabricadas com vidro, aço inoxidável ou sílica fundida (SiO2 ), com o recobrimento de um material protetor, geralmente poliamida, um polímero capaz de resistir a até 350°C.
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas capilares
Elas são divididas em algumas categorias como:
• WCOT (Wall Coated Open Tube) coluna tubular aberta com parede revestida;
• WBOT (Wall Bonded Open Tube) coluna capilar com fase estacionária ligada a parede;
• SCOT (Support Coated Open Tube) coluna capilar com fase líquida impregnando o suporte;
• PLOT (Poroos Layer Open Tube) coluna capilar com camada porosa.
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Colunas capilares
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Gás –Sólido (CGS)
Esse tipo de fase estacionária destina-se à separação de solutos muito voláteis, principalmente gases.
São constituídas de pequenas partículas porosas aderidas à parede interna da tubagem capilar por um agente aglutinante ou por meios semelhantes.
São conhecidas como colunas PLOT. A separação ocorre com base nas diferentes propriedades de adsorção.
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Cromatografia gás-líquido (CGL)
Como fases líquidas, podemos citar o dimetilpolissiloxano e o polietilenoglicol.
Nessas fases, há três interações principais com os compostos da amostra forças de dispersão, momento dipolo e ligação de hidrogênio.
Há inúmeras fases estacionárias disponíveis comercialmente, com características que vão de apolar até polar.
A polaridade da fase estacionária é determinada pela polaridade dos grupos substituintes e suas quantidades relativas
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Os fabricantes de coluna para cromatografia utilizam sua própria denominação, ou código, para se referir a um tipo de fase estacionária.
Ou seja, há diversas referências de colunas cromatográficas para uma mesma fase estacionária.
A Tabela a seguir relaciona os tipos de fases estacionárias mais comuns e o nome comercial similar de acordo com o fabricante:
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Fase estacionária (Coluna cromatográfica)
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Fonte: agilent.com
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Fonte: agilent.com
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Sangramento de coluna
O sangramento da coluna é a degradação da fase estacionária, causada pela elevada temperatura no forno. Como consequência, os produtos de degradação que são eluídos causam elevação da linha de base no cromatograma.
Instrumentação
Cuidados com a coluna cromatográfica
Sangramento de coluna
Instrumentação
Detectores
Os detectores indicam a presença e a quantidade de substâncias que eluem da coluna, sendo que o sinal detectado é diretamente proporcional ao teor de cada substância presente no material.
As principais características que devem ser consideradas em um detector são:
• Sensibilidade;
• Seletividade;
• Nível de ruído;
• Resposta; e
• Linearidade.
Instrumentação
Detectores
Os detectores mais utilizados na cromatografia em fase gasosa são:
• TCD – detector de condutividade térmica;
• FID - detector de ionização de chama e
• ECD – detector de captura eletrônica.
Além desses detectores citados acima, o acoplamento de um espectrômetro de massas, pode ser feito no cromatógrafo a gás.
Instrumentação
Detectores
Os detectores podem ser divididos em 2 classes:
• Detectores universais;
• Detectores seletivos.
Instrumentação
Detectores - FID
CH + O → CHO+ + e- Mistura de gases na ponta do
queimador (jet)
Fluxo de ar rodeando jet Queima desses gases
A chama encontra-se em um campo elétrico
Compostos orgânicos contendo carbono e hidrogênio, formam radicais livres que são ionizados
no campo elétrico
Aumento da corrente elétrica entre os eletrodos
A sensibilidade do FID é
aproximadamente proporcional ao número de átomos de
carbono quando se trata de série homóloga
Instrumentação
Detectores - FID
• Composto inorgânicos não são detectáveis pelo FID.
• A eficiência do detector depende da vazão dos gases que chegam ao mesmo.
• Elevada pureza dos gases (99,995%) é requerida para evitar a formação de ruído de fundo;
• Filtros para remoção de impurezas de hidrocarbonetos, oxigênio e água são recomendados;
• Deve ser aquecido a, pelo menos, 125ºC para evitar a condensação de água e de amostras.
• Recomenda-se, utilizar a temperatura do detector 20ºC acima de temperatura final do forno.
• Quando heteroátomos (N, O, S, P) estão presentes na molécula, a sensibilidade do detector é bastante reduzida.
Instrumentação
Detectores - FID
Instrumentação
Detectores - ECD
Gás de arraste passa pelo detector
É ionizado pelas partículas beta geradas pela fonte
Elétrons são produzidos e se multiplicam no detector
Corrente elétrica é gerada por um eletrômetro
Os elétrons são coletados por um ânodo
Linha de base é formada
Moléculas eluindo da coluna capturam esses elétrons
A corrente diminui
Sinal é gerado proporcional a concentração da molécula
Instrumentação
Detectores - ECD
• Este detector é seletivo e possui ótima resposta a compostos orgânicos halogenados, aldeído conjugados, nitrilas, nitratos e organometálicos;
• Praticamente insensível a hidrocarbonetos, álcoois e cetonas;
• A operação do ECD requer gases como o nitrogênio ou argônio;
• Os gases devem ser de elevada pureza (99,999%) e não devem conter mais que 1-2 ppm oxigênio e vapor de água, para evitar a diminuição da produção de elétrons no detector.
Instrumentação
Detectores - ECD
• No caso dos halogênios, a resposta do detector diminui na seguinte ordem:
I > Br > Cl > F;
• O ECD é um tipo de detector não destrutivo e pode ser usado em série com outro detector;
• Para a investigação de resíduos de pesticidas organoclorados e organofosforados em amostras de água ou alimentos, sistemas tandem ECD-NPD podem ter grande utilidade, devido à sua alta sensibilidade e seletividade a esses componentes.
Instrumentação
Detectores - ECD
Instrumentação
Detectores - TCD
O corpo do detector é aquecido, e pequenos filamentos são acoplados no interior de uma câmara em dois canais de fluxo (formando uma ponte de Wheatstone) Gás de arraste ultrapuro
percorre os dois canais Os filamentos aquecidos perdem calor de maneira constante
A perda de calor pela passagem do gás gera a linha de base
Quando moléculas eluem da coluna a condutividade Térmica do meio é afetada e a temperatura do filamento muda, diminuindo a perda de calor no mesmo
O sistema fica então desestabilizado
Esse processo gera o Pico na linha de base
Instrumentação
Detectores - TCD
• Os primeiros sistemas cromatográficos eram equipados com detector de condutividade térmica, que ainda são usados para análise de compostos, tais como H2O, CO, CO2, H2S, SO2, NO e NO2;
Um grande cuidado que se deve ter com o uso desse detector é o de não passar a corrente pelo filamento sem que haja fluxo de gás no interior da câmara;
• A sensibilidade desse detector é consideravelmente menor do que a do FID;
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
O uso dos cromatógrafos a gás com espectrômetros de massas vem aumentando devido a demanda de pesquisas pela indústria e institutos tecnológicos.
O mesmo é uma ferramenta eficiente no estudo de misturas complexas tais como:
• derivados de petróleo;
• óleos essenciais;
• análise de proteínas;
• análise de fármacos;
• análises ambientais;
• análise de solventes em embalagens
• alimentos, etc.
Instrumentação
Espectrômetro de massas
Usos do GC/MS na indústria farmacêutica:
Analises investigativas;
Analises qualitativas;
Analise de pesticidas;
Confirmação estrutural;
Analise de compostos halogenados;
Deconvolução de picos;
Analise de embalagens (plastificantes ftálicos, BPA, Solventes residuais);
Analises de impurezas orgânicas;
Analise de nitrosaminas.
Instrumentação
Espectrômetro de massas
A espectrometria de massa é uma técnica analítica físico - química utilizada para identificar átomos e moléculas de interesse da ciência por meio da medição da relação massa/carga (m/z) dos íons, para caracterizar a estrutura da matéria.
Instrumentação
Espectrômetro de massas
Razão massa / carga do íon
• O número de carga do íon depende do número de perda ou ganho de elétrons, por exemplo:
Ar+ = íon de Argônio com uma carga ou razão massa carga = m/z = 40/1 = 40 u.m.a.
Ar++= íon de Argônio com duas cargas ou duplamente ionizado ou razão massa carga
= m/z = 40/2 = 20 u.m.a.
OBS: A unidade de medida em espectrômetros de massas é dada em Dalton (Da).
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
A ordem decrescente de grupos que darão picos intensos do íon molecular é:
Aromáticos > alquenos conjugados > alicíclicos > sulfetos orgânicos > hidrocarbonetos não ramificados > cetonas > aminas> ésteres > éteres> ácidos carboxílicos > hidrocarbonetos ramificados> álcoois
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
• O acoplamento do espectrômetro de massas com o cromatógrafo a gás é feito através de uma linha de transferência a qual é aquecida para evitar a condensação dos compostos.
• Após as moléculas percorrerem a coluna cromatográfica as mesmas entram na fonte de ionização onde são ionizadas
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Esquema básico de um espectrômetro de massas:
• Sistema de vácuo;
• Fonte de ionização;
• Filtro de massas;
• Detector.
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Sistema de vácuo
As partes do sistema de vácuo são:
• bomba de linha dianteira (rotativas);
• bomba de alto vácuo (difusão ou turbo);
• porta;
• placas frontais e traseiras;
• selos;
• válvula de calibração e válvula de ventilação;
• eletrônica de controle de vácuo e
• medidores de vácuo e controle eletrônico de manômetro.
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Fontes de ionização mais comuns em GC/MS:
• Ionização por impacto de elétrons (EI);
• Ionização química (CI).
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Fonte EI (Impacto de elétrons)
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Funcionamento Feixe de elétrons é gerado pelo
filamento e é guiado para interior da câmara por campo magnético
Os elétrons de alta energia interagem com as moléculas da amostra as quais são ionizadas e fragmentadas
O conjunto de lentes
eletrostáticas concentra os íons em um feixe estreito
A voltagem positiva do repeller empurra os íons positivo para o conjunto de lentes
Este feixe é encaminhado para o filtro de massas
Os íons são acelerados com baixa energia cinética (15eV)
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Os filtros de massas mais comuns são:
• Single quadrupolo;
• Triplo quadrupolo;
• QTOF (Tempo de voo);
• Íon Trap.
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
O filtro de massa quadrupolar separa os íons de acordo com a relação massa-carga (m / z).
O quadrupolo é composto por 4 tubos de sílica fundida (quartzo) revestidos com uma fina camada de ouro.
As quatro superfícies hiperbólicas criam o complexo campo elétrico necessário para a seleção de massas
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
O quadrupolo é composto por 4 varetas de sílica fundida (quartzo) revestidos com uma fina camada de ouro.
A configuração destas varetas é distribuída em pares
Cada par de varetas opostos é conectado eletricamente
formando um campo
quadrupolar bidimensional no plano x-y
Os íons oriundos da fonte de ionização viajam em uma direção Z.
Enquanto viajam na direção z os íons também oscilam no plano x-y devido ao potencial aplicado nas varetas.
Sob condições elétricas apropriadas íons com uma única razão m/z terão trajetória estável
A seletividade do filtro de massas se dá variando as magnitudes de voltagens DC e AC.
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Detector
O detector está localizado na saída do filtro de massa do quadrupolo e recebe os íons que passaram pelo filtro de massa.
O detector gera um sinal eletrônico proporcional ao número de íons que o atinge.
Modos de Ionização
SCAN SIM
Escaneamento Single Ion Monitoring
Qualitativa Quantitativa
Elevada sensibilidade
Fluxo de gás
Característica
Bomba de alto vácuo Difusora Turbo
Fluxo ótimo de coluna gás hélio (mL/min) 1 1 - 2 Fluxo máximo de gás recomendado (mL/min)* 1.5 4
Fluxo máximo de gás,(mL/min)+ 2 6.5
Diâmetro máximo de coluna 0.53 0.53
Capacidade CI Não Sim
Fluxo de reagentes CI (mL/min) N/A 1 - 2 Fluxo de gás
*Fluxo total de gás no MSD: fluxo da coluna mais fluxo do gás reagente (se aplicável) mais fluxo JetClean H2 (se aplicável). Com base no uso de gás
hélio. Para outros gases, o fluxo máximo irá variar.
+Espere degradação do desempenho espectral e da sensibilidade.
Fonte: manual do equipamento 5977B da agilent
Instrumentação
Benefícios da técnica.
• Análise de diversos compostos sem uso de muitos padrões;
• Confirmação da identidade dos compostos sem depender exclusivamente do tempo de retenção;
• Diminuição do limite de detecção;
• Possibilidade de deconvolução de picos com mesmo tempo de retenção.
Instrumentação
Cuidados GC/MS
• Não utilizar o equipamento com a linha de transferência desligada;
• Não sobrecarregar o limite do detector;
• Utilizar a função Solvent Cut;
• Ajustar a razão de Split adequadamente;
• Não utilizar colunas com diâmetro maior que 0,32 (o ideal é até 0,25);
• Não desligar o equipamento sem quebrar o vácuo;
• Realizar o procedimento de vent do equipamento para quebrar o vácuo;
• Evitar desligar o equipamento;
• Limpar a fonte de ionização com Alumina, com cuidado para não riscar as lentes e levar o conjunto ao ultrassom com solvente apropriado;
• Não colocar partes eletrônicas da fonte de ionização em solventes ou em contato com a alumina.
Desenvolvimento
Cuidados GC/MS
• Evitar utilizar o modo SIM/SCAN, pois este não fornece significativa melhoria no resultado e prejudica a vida útil da eletromultiplicadora;
• Evitar alterar o ganho do equipamento para obter maior sensibilidade (prefira trabalhar na tomada de ensaio da sua amostra);
• Antes de performar uma análise quantitativa faça o tune do equipamento para operar o mesmo no estado ótimo;
• A temperatura da linha de transferência deve preferencialmente ser maior que a temperatura final da sua rampa;
• Para amostras semi-voláteis é recomendado trabalhar com a fonte de ionização a 300ºC.
Desenvolvimento
Cuidados GC/MS
• A válvula de vent só poderá ser aberta lentamente quando a velocidade da bomba turbo estiver abaixo de 40%;
Válvula de vent
Fonte: agilent.com
Desenvolvimento
Instalação da coluna na linha de transferência da fonte tipo SS, EI EXT, Inert ou CI
Fonte: agilent.com
Desenvolvimento
Instalação da coluna na linha de transferência da fonte tipo EI HES
Fonte: agilent.com
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Instrumentação
Detectores – Espectrômetro de massas
Representação triplo quadrupolo
Instrumentação
Detectores – Cromatografia bi-dimensional
Geralmente a primeira coluna é apolar e separa os compostos por peso
molecular ou ponto de ebulição
A segunda coluna em geral é de polaridade média e faz a separação dos
compostos pela polaridade cos mesmos
O modulador coleta continuamente
o efluente da primeira coluna, reconcentra o mesmo e injeta na segunda coluna
Instrumentação
Detectores – Cromatografia bi-dimensional
Instrumentação
Revisão
Desenvolvimento
Preparo de amostras
• Análise qualitativa
• Análise quantitativa
Desenvolvimento
Análises qualitativas podem ser performadas em todos os detectores vistos anteriormente, porém o mais indicado para esse fim é o espectrômetro de massas.
• Análise de diversos compostos sem uso de muitos padrões;
• Confirmação da identidade dos compostos sem depender exclusivamente do tempo de retenção;
• Diminuição do limite de detecção;
• Possibilidade de deconvolução de picos com mesmo tempo de retenção.
Desenvolvimento
Cuidados
• Não injetar amostras com materiais particulados no sistema cromatográfico;
• Se for necessário realizar filtração da amostra testar recuperação em diversos filtros;
• Não sobrecarregar o limite do liner;
• Não sobrecarregar o limite da coluna;
• Não sobrecarregar o limite do detector;
• Não injetar açucares;
• Manter os reservatórios dos solventes de limpeza cheios.
Desenvolvimento
Cuidados
• Utilizar liners novos;
• Utilizar lã de vidro;
• Sulfato de magnésio pode ser utilizado para reter umidade;
• Realizar manutenções preventivas no sistema cromatográfico;
• Qualificar o sistema;
• Fazer o tuning do espectrômetro de massas;
• Diluir amostras adequadamente;
• Condicionar colunas cromatográficas.
Desenvolvimento
Cuidados
• Não reutilizar vials, ponteiras, liners e filtros;
• Em amostras muito sujas, realizar clean-up;
• Ambientar vidrarias;
• Não devolver solventes para o frasco;
• Dar preferência a pipetas Pasteur de vidro;
• Não limpar a sala de cromatografia com produtos que contém fragrância.
Desenvolvimento
Resolução
Eficiência N = f (gás, L, rC)
Retenção k = f (T, Df, rC)
Seletividade α = f (T, fase)
L = Comprimento da coluna
rc = Diâmetro da coluna T = Temperatura
Df= Espessura do filme
Desenvolvimento
Comprimento de coluna
0.25 mm id coluna, n/m = 4630, k = 5
Fonte: Agilent
Comprimento (m) n
15 30 60
69.450 138.900 277.800
Desenvolvimento
Comprimento de coluna
Diminuindo o comprimento da coluna
Eficiência Diminui
Resolução Diminui
Tempo de análise Diminui
Pressão Diminui
Custo DIminui
Fonte: Agilent
Desenvolvimento
Diâmetro da coluna
Diminuindo o diâmetro da coluna
Eficiência Aumenta
Resolução Aumenta
Pressão Aumenta
Capacidade Diminui
Taxa de fluxo Diminui
Fonte: Agilent
Desenvolvimento
Sites Interessantes
http://vegascience.blogspot.com/
https://sdbs.db.aist.go.jp/sdbs/cgi-bin/cre_index.cgi
https://webbook.nist.gov/chemistry/
https://www.brmass.com/
https://chemicalize.com/
e-mail: fernando.pugliesi@gmail.com LinkedIn: Fernando Pugliesi WhatsApp: (11) 9-8949-3415