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Métrica de Gödel

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE F´ISICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

THIAGO FEL´ICIO DE SOUZA

M ´ETRICA DE G ¨ODEL

FORTALEZA 2019

(2)

M ´ETRICA DE G ¨ODEL

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Pro-grama de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica da Univer-sidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em F´ısica.

´

Area de Concentrac¸˜ao: F´ısica da Mat´eria Con-densada.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Renan Landim de Carvalho.

FORTALEZA 2019

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Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S236m Souza, Thiago Felício de.

Métrica de Gödel / Thiago Felício de Souza. – 2019. 74 f. : il. color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Física, Fortaleza, 2019.

Orientação: Prof. Dr. Ricardo Renan Landim de Carvalho.

1. Universo de Gödel. 2. Linhas de mundo de matéria. 3. Violação de causalidade. 4. Níveis de Landau. 5. Algumas teorias f de gravidade. I. Título.

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M ´ETRICA DE G ¨ODEL

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Pro-grama de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica da Univer-sidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em F´ısica.

´

Area de Concentrac¸˜ao: F´ısica da Mat´eria Con-densada.

Aprovada em 18/12/2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Geov´a Maciel de Alencar Filho Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Marcony Silva Cunha Universidade Estadual do Cear´a (UECE)

Prof. Dr. Ricardo Renan Landim de Carvalho (Orientador) Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Roberto Vinhaes Maluf Cavalcante Universidade Federal do Cear´a (UFC)

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e amigos.

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Agradec¸o, de forma especial, a Deus, por tudo, pois n˜ao cabe na minha mente tamanha gratid˜ao. S´o a alma sabe medir isso.

Agradec¸o `a FUNCAP – Fundac¸˜ao Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Ci-ent´ıfico e Tecnol´ogico pela bolsa de pesquisa, durante o per´ıodo do meu mestrado stricto sensus. Agradec¸o pelo total suporte dado pelo meu orientador, Prof. Dr. Ricardo Renan Landim de Carvalho, que tem me auxiliado bastante na construc¸˜ao deste trabalho.

Agradec¸o a todos os meus amigos, colegas e familiares pela motivac¸˜ao no progresso dos meus estudos.

Agradec¸o aos que fazem parte do Departamento de F´ısica da Universidade Federal do Cear´a e ao nosso grupo de pesquisa, em F´ısica Te´orica, LABGMC2.

(7)

O cen´ario de G¨odel ´e uma estrutura geom´etrica est´atica e espacialmente homogˆenea do Uni-verso – por´em n˜ao aceit´avel, j´a que ´e ausente na expans˜ao de Hubble – gerado pela rotac¸˜ao sim´etrica e uniforme de mat´eria-fonte tipo-poeira (densidade de momento, p≥ 0), livre de qualquer interac¸˜ao, em torno de um eixo inercial, de acordo com as expectativas da Cosmologia Moderna. As linhas de mundo de mat´eria ser˜ao todas paralelas e equidistantes, entre si. O con-ceito kantiano de tempo ´e respaldado, aqui, ou seja, n˜ao h´a uma estrutura temporal que possa ser determinada pela relativizac¸˜ao das linhas de mundo principais. A possibilidade de viajar ao passado desde o futuro ´e trazida nesse contexto via as fam´ılias de geod´esicas causais com o mesmo eixo temporal absoluto, ou de curvas fechadas do tipo-tempo (as denominadas CTC’s, que vem da sigla em inglˆes) com a mesma torc¸˜ao. Qualquer evento pode conter uma geod´esica causal, descartando qualquer singularidade. Neste trabalho, ser´a desenvolvida, de forma deta-lhada, essa regi˜ao m´etrica do espac¸o-tempo curvo, ou com a m´etrica original ou com a m´etrica adaptada, de acordo com a natureza dos problemas investigados. Por exemplo, a equac¸˜ao de Klein-Gordon exigir´a uma classe de parametrizac¸˜ao da m´etrica de G¨odel. Essas soluc¸˜oes das equac¸˜oes de campo de Einstein (Λ6= 0) tˆem intrigado bastante a F´ısica Te´orica, especialmente, a Gravitac¸˜ao Quˆantica e a pr´opria Relatividade Geral. Portanto, alguns backgrounds gravitaci-onais foram escolhidos, aqui, para ilustrar isso.

Palavras-chave: Universo de G¨odel. Linhas de Mundo de Mat´eria. Violac¸˜ao de Causali-dade. N´ıveis de Landau. Algumas Teorias f de GraviCausali-dade.

(8)

The G¨odel scenario is a static and spatially homogeneous geometric structure of the universe – but not acceptable as it is absent from Hubble expansion – generated by the symmetrical and uniform rotation of dust-like source matter (moment density, p≥ 0), free from any interaction around a inertial axis according to the expectations of Modern Cosmology. The world lines of matter will all be parallel and equidistant. The Kantian concept of time is supported here, that is, there is no temporal structure that can be determined by the relativization of the main world lines. The possibility of traveling to the past from the future is brought about in this context through the families of causal geodesics with the same absolute time axis, or time-type closed

curves(the so-called CTC’s, which comes from the acronym in english) with the same twist. Any event can contain a causal geodesic, discarding any singularity. In this work, this metric region of the curved spacetime will be developed, either with the original metric or with the adapted metric, according to the nature of the problems investigated. For example, the Klein-Gordon equation will require a parameterization class of the G¨odel metric. These solutions of Einstein’s field equations (Λ6= 0) have greatly intrigued Theoretical Physics, especially Quan-tum Gravity and General Relativity itself. Therefore, some gravitational backgrounds have been chosen here to illustrate this.

Keywords: G¨odel’s Universe. World Lines of Matter. Causation Violation. Landau Le-vels. Some Theories f of Gravity.

(9)

Figura 1 – Kurt Friedrich G¨odel. . . 15

Figura 2 – Kurt G¨odel e Albert Einstein, nos EUA. . . 16

Figura 3 – Algumas CTC’s para t= 0 e ρ = 0. . . 21

Figura 4 – Uma poss´ıvel viagem ao passado, saindo de Q e chegando `a P. . . . 22

Figura 5 – Perfil do estado fundamental como func¸˜ao do fluxo magn´etico para M= 1 e ξ = 1. A energia ´e sim´etrica em relac¸˜ao ao n´umero quˆantico m. O comporta-mento para pequenas variac¸˜oes do fluxo magn´etico para m= −3 ´e mostrado pela inserc¸˜ao. . . 34

Figura 6 – Perfil do estado fundamental como func¸˜ao do fluxo magn´etico para M= 1 e ξ = 1. Claramente, tˆem-se regi˜oes em que as energias n˜ao s˜ao definidas para alguns valores de m, existindo somente em pequenos intervalos. . . . 34

Figura 7 – Estado fundamental[E0m]1(ponto azul) e[E0m]2(ponto vermelho) como func¸˜oes do n´umero quˆantico m para M= 1, ξ = 1 e Φ = 0 (a) e Φ = 4, 8 (b). . . 35

Figura 8 – Estado fundamental[E0m]1,2 como func¸˜ao do n´umero quˆantico m para M= 1 eξ = 1. . . 35 Figura 9 – Estado fundamental como func¸˜ao do n´umero quˆantico m para M= 1 e Ω = 1. 35

(10)

i=√−1 Unidade imagin´aria

e Carga el´etrica elementar

c= 1 Unidades em c

X Quantidade vetorial ou matricial

x Quantidade vetorial

X, x Quantidades escalares

Xµ Quantidade 4-tensorial de ordem 1 com 4 componentes Xi1,i2,i3,...,im

j1, j2, j3,..., jn Quantidade N-tensorial de ordem m+ n com N

m+ncomponentes gµν Tensor m´etrico no espac¸o curvo

g Determinante da matriz gµν

−g Jacobiano do espac¸o-tempo curvo ηµν Tensor m´etrico no espac¸o de Minkowski

Γλµν S´ımbolos de Christoffel

(11)

FUNCAP Fundac¸˜ao Cearense de Apoio ao Desenvolvimento

(12)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 13

2 O UNIVERSO DE G ¨ODEL . . . 15

2.1 Uma breve biografia de Kurt G¨odel . . . 15

2.2 Dinˆamica de uma part´ıcula num 4-Espac¸o Curvo . . . 16

2.3 As coordenadas-padr˜ao de G¨odel . . . 19

2.4 Interpretac¸˜ao f´ısica das soluc¸˜oes de G¨odel . . . 20

2.5 Repercuss˜ao p´os-descobertas de G¨odel . . . 23

3 A DIN ˆAMICA DE B ´OSONS LIVRES NO ESPAC¸ O-TEMPO DE TIPO-G ¨ODEL . . . 25

3.1 1ocaso: espac¸o-tempo de tipo-G¨odel-Som–Raychaudhuri . . . 28

3.2 2ocaso . . . 30

4 A DIN ˆAMICA DE B ´OSONS NO ESTADO FUNDAMENTAL E NO ESPAC¸ O-TEMPO DE TIPO-G ¨ODEL NA PRESENC¸ A DOS POTENCIAIS DE TIPO-COULOMB E DE AHARONOV-BOHM . . . 31

5 A TEORIA DE GRAVIDADE DE HORAVA-LIFSHITZ E O ESPAC¸ O-TEMPO DE G ¨ODEL . . . 36

6 SOLUC¸ ˜OES TIPO-G ¨ODEL DENTRO DE UMA GRAVIDADE DEPEN-DENTE DE R E Q . . . . 41

6.1 Uma breve revis˜ao sobre a m´etrica de G¨odel . . . 42

6.2 A gravidade f(R, Q) . . . . 43

6.3 M´etricas de tipo-G¨odel na gravidade f(R, Q) . . . . 44

6.4 Soluc¸˜oes causais na presenc¸a de fontes de mat´eria . . . 48

7 N ˜AO-COMUTATIVIDADE GRAVITACIONAL E ESPAC¸ OS SEMELHAN-TES AO UNIVERSO DE G ¨ODEL . . . 50

7.1 Espac¸os estacion´arios e eletromagnetismo . . . 50

7.2 N´ıveis de Landau e n˜ao-comutatividade na gravidade . . . 52

7.3 Geometrias de Som-Raychaudhuri . . . 54

7.4 N´ıveis de Landau e geometrias de SR n˜ao-comutativas . . . 55

7.4.1 Espac¸os-tempos de SR . . . 55

7.4.2 Espac¸os-tempos de G¨odel . . . 56

7.5 Relac¸˜ao para a esfera difusa . . . 56

(13)

AP ˆENDICE A -- M ´ETODO DE NU PARA RESOLVER EQUAC¸ ˜OES TIPO-HIPERGEOM ´ETRICAS . . . 61 AP ˆENDICE B -- DEMONSTRAC¸ ˜AO DA EQUAC¸ ˜AO DA DIN ˆAMICA DE B ´OSONS . . . 63 AP ˆENDICE C -- SOLUC¸ ˜OES DAS EQUAC¸ ˜OES DAS GEOD ´ESICAS GO-DELIANAS . . . 64 REFER ˆENCIAS . . . 67

(14)

1 INTRODUC¸ ˜AO

O universo de G¨odel ´e um ambiente 4-dimensional (trˆes coordenadas espaciais mais uma temporal), constitu´ıdo por geod´esicas completas. Por ser um espac¸o-tempo homogˆeneo, contendo fam´ılias de geod´esicas do tipo-tempo com a mesma torc¸˜ao, ´e poss´ıvel detectar cir-cuitos geod´esicos causais1 passando por algum evento, mesmo sabendo que n˜ao existem sin-gularidades nessas soluc¸˜oes regulares extra´ıdas das equac¸˜oes de Einstein para uma constante cosmol´ogica negativa, retratando a rotac¸˜ao do cen´ario massivo sem press˜ao, da Relatividade Geral [1, 2]. A falta de isotropia tamb´em ´e saliente nesse espac¸o [3] j´a que as linhas de mundo fechadas s˜ao caracterizadas por campos vetoriais axiais diferentes,ωµ.

Isso ´e o problema principal quando ´e usada a m´etrica de G¨odel para estudar v´arios problemas de gravidade ou de causalidade. Tal problema ´e chamado de defeito causal e tem desafiado bastante a F´ısica Te´orica. Essas soluc¸˜oes foram divulgadas por Kurt G¨odel, em 1951, como presente de anivers´ario de 70 anos de Albert Einstein [4].

Essa m´etrica n˜ao ´e ´unica, em produzir essas anomalias [5–8]. Algumas outras m´etricas tˆem mostrado esse comportamento. S˜ao estas:

• A de van Stockum, com um cilindro de poeira em rotac¸˜ao; • A de Gott, com duas cordas c´osmicas e

• A de Kerr.

Pelo fato da m´etrica de G¨odel descrever globalmente o universo em rotac¸˜ao, foi descartada a hip´otese do Princ´ıpio de Mach ser completamente incorporado na Relatividade Geral Cl´assica [9–11]. O modelo oferecido por essa m´etrica n˜ao ´e vi´avel para descrever o universo, pois n˜ao pode ser inclu´ıdo como expans˜ao na Lei de Hubble [12]. Isso permitiu n˜ao somente o apare-cimento das tais violac¸˜oes de causalidade como tamb´em das propriedades gerais de cen´arios relativ´ısticos, culminando na postulac¸˜ao da conjetura de protec¸˜ao cronol´ogica formulada por Stephen Hawking [13].

Como foi dito acima, este trabalho mostrar´a alguns backgrounds gravitacionais (as teorias HL e f(R, Q) da gravidade) utilizados para detectar aquelas patologias de quebra de causalidade no pr´oprio espac¸o-tempo godeliano. E ainda, admitindo uma simetria cil´ındrica polar naquelas soluc¸˜oes, ser˜ao apresentadas as suas aproximac¸˜oes, tentando filtrar informac¸˜oes de animac¸˜ao dos mesmos defeitos.

1S˜ao trajet´orias fechadas orientadas de part´ıculas que devem viajar, sempre, do passado para o futuro, dentro do cone de luz.

(15)

Finalmente, como aplicac¸˜oes, ser˜ao estudadas a dinˆamica bosˆonica (sem e com campo eletromagn´etico) sobre o tecido de G¨odel. Desde o confinamento de part´ıculas em po-tenciais `a Termodinˆamica de Buracos Negros, ´e poss´ıvel enxergar fisicamente com a m´etrica idealizada, apesar de incompleta, de G¨odel. Variedades de Riemann-G¨odel e Riemann-Cartan, por exemplo, tˆem servido, tamb´em, para procurar circuitos geod´esicos causais [2].

(16)

2 O UNIVERSO DE G ¨ODEL

2.1 Uma breve biografia de Kurt G¨odel

Kurt Friedrich G¨odel (1906-1978)1, ou simplesmente chamado de Goedel, era um matem´atico, fil´osofo e l´ogico nascido, em Br¨unn, na Mor´avia (atual Imp´erio Austro-H´ungaro de Manchester), hoje, conhecida como Brno, na atual Rep´ublica Tcheca, naturalizado, poste-riormente, norte-americano: muitas vezes, a sua nacionalidade era vista como austr´ıaca. Ele ficou famoso pela descoberta do teorema da incompletude – um dos feitos mais importantes de toda a matem´atica moderna. Por causa disso, ´e considerado, at´e hoje, como um dos maiores l´ogicos da humanidade, desde Arist´oteles, Tarski e Frege [14].

Figura 1 – Kurt Friedrich G¨odel.

Fonte: Google Imagens.

O teorema da incompletude [15] foi publicado, em 1931, em Viena, na ´Austria, du-rante a sua fase adulta de vida, ap´os concluir o seu doutorado na Universidade de Viena. Era conhecido como Der Herr Warum, em meio familiar, porque era um bom observador de deta-lhes, permitindo-lhe que fizesse aos outros muitas perguntas afim de sanar as suas curiosidades. Isso, de fato, ´e um trac¸o marcante de um bom matem´atico.

Em Viena, em sua adolescˆencia, o interesse em estudar f´ısica te´orica ficava saliente, apesar de ter conseguido, de forma r´apida, o mestrado em filosofia e matem´atica. Depois, ingressou num grupo informal de filosofia da Universidade de Viena, onde estudou teoria dos n´umeros quando participava de um semin´ario ao lado do l´ıder do grupo, o Moritz Schlick. O nome desse trabalho era Introduction to Mathematical Philosophy [16, 17].

Ao mesmo tempo, casou-se. Em seguida, comec¸ava a escrever e publicar sobre

(17)

l´ogica, quando frequentava as aulas de David Hilbert sobre a completude e consistˆencia de sistemas matem´aticos. Em 1929, ganhou a sua cidadania austr´ıaca e defendeu a sua tese de doutorado, sob orientac¸˜ao de Hans Hahn, cujo tema era Teorema da Completude de G¨odel. Esse teorema – de fato, ´e um pacote de dois teoremas – encerrou a discuss˜ao centen´aria sobre a busca de uma canonicidade matem´atica2, ou melhor, o Principia Mathematica. Isso impedia a eficiˆencia de programac¸˜ao de computadores para responder problemas matem´aticos.

Figura 2 – Kurt G¨odel e Albert Einstein, nos EUA.

Fonte: BBC.

Em 1932-1933, diplomou-se e foi admitido como professor volunt´ario da Universi-dade de Viena. Logo, depois, ficou depressivo ap´os saber da morte de Schlick por um estudante acadˆemico da mesma universidade adepto do nazismo. No ano seguinte, G¨odel viajou para os EUA, onde teve a oportunidade de encontrar com Albert Einstein (Figura 2). Associou-se `a So-ciedade Americana de Matem´atica, contribuindo, relevantemente, para o estudo da teoria dos n´umeros. Teve a oportunidade de trabalhar permanentemente no IAS (Institute for Advanced

Study), e em 1938, com o objetivo de fortalecer a sua Hip´otese do Continuum, demonstrou o axioma da Escolha, defendendo que a teoria dos conjuntos era constitu´ıda por postulados con-sistentes. Mas, essa prova era parcial, deixando para 1940, a divulgac¸˜ao da prova completa. Ao mesmo tempo, tornou-se mais f´acil entender o famoso Problema de Hilbert.

A sua vida n˜ao teve um final feliz. G¨odel dependia muito de sua esposa, Adele, porque cuidava da sua alimentac¸˜ao. Por causa da morte do seu colega, por quest˜oes pol´ıticas, entrou em paran´oia, ficando sedado, em hospitais psiqui´atricos americanos. Ap´os a morte de Adele, adquiriu a inanic¸˜ao, levando-o `a morte, em 1978.

2.2 Dinˆamica de uma part´ıcula num 4-Espac¸o Curvo

Tome um espac¸o curvo 4-dimensional caracterizado pelo tensor m´etrico gµν (µ, ν

= 0, 1, 2 e 3), cujo quadrado do elemento de linha, ds2, ser´a expresso por

ds2= gµνdxµdxν. (2.1)

(18)

Ent˜ao, uma part´ıcula livre ter´a a seguinte ac¸˜ao [18] τ = Z  gµν dxµ dλ dxν dλ 1/2 dλ := Z p f dλ , (2.2)

ondeλ ´e um parˆametro, que n˜ao prejudicar´a a perda de generalidade considerada3. Fazendo

uma variac¸˜ao de primeira ordem em (2.2), vem δ τ = Z δpf dλ =1 2 Z f−1/2δ f dλ . (2.3)

Particularmente, ao fazer aquele parˆametro ser o tempo pr´oprio,τ, f ser´a dado por

f = gµνdx µ dτ dxν dτ f = gµνUµUν f = UνUν f = U2= 1 (geod´esica causal), (2.4)

j´a que a assinatura de Lorentz adotada ´e(+ − −−). Disso δ τ = 1 2 Z δ f dτ = 1 2 Z  δ gµν dxµ dτ dxν dτ + gµν d(δ xµ) dτ dxν dτ + gµν dxµ dτ d(δ xν) dτ  dτ, (2.5)

ou, quando ´e usada a expans˜ao linear de xµ e gµν, vem

δ τ = 1 2 Z  ∂σgµν dxµ dτ dxν dτ δ x σ+ g µν d(δ xµ) dτ dxν dτ + gµν dxµ dτ d(δ xν) dτ  dτ. (2.6) Os dois ´ultimos termos de (2.6) podem ser integrados por partes. Por exemplo

I0:= 1 2 Z gµνd(δ x µ) dτ dxν dτ dτ = 1 2 " xµgµν dxν dτ 2 1 − Z d dτ  gµν dxν dτ  δ xµdτ # = −1 2 Z  gµν d2xν dτ2 + dgµν dτ dxν dτ  δ xµdτ = −12 Z  gµν d2xν dτ2 + ∂σgµν dxσ dτ dxν dτ  δ xµdτ, (2.7)

pois, nas bordas 1 e 2, xµ = 0, por serem fixas. Na integral (2.7), quando ´e trocado µ por ν, obt´em-se a forma integrada por partes do terceiro termo de (2.6). Nessas integrais, fazendo mais

(19)

duas respectivas trocasσ → µ e σ → ν, vem δ τ = − Z  gµσ d2xµ dτ2 + 1 2(∂µgνσ+ ∂νgσ µ− ∂σgµν) dxµ dτ dxν dτ  δ xσdτ, (2.8) sendoδ xσ independentes entre si, segue

gµσd 2xµ dτ2 + 1 2(∂µgνσ+ ∂νgσ µ− ∂σgµν) dxµ dτ dxν dτ = 0. (2.9)

Contraindo (2.9) por gωσ, vem

gωσgµσ d2xµ dτ2 + 1 2g ωσ(∂ µgνσ+ ∂νgσ µ− ∂σgµν) dxµ dτ dxν dτ = 0 δµωd 2xµ dτ2 + 1 2g ωσ(∂ µgνσ+ ∂νgσ µ− ∂σgµν) dxµ dτ dxν dτ = 0 d2xω dτ2 + Γ ω µν dxµ dτ dxν dτ = 0, (2.10)

onde Γωµν s˜ao os s´ımbolos de Christoffel4[18, 19] para um dado conjunto de n´umeros(ω, µ, ν), definidos por

Γωµν :=1 2g

ωσ(∂

µgνσ+ ∂νgσ µ− ∂σgµν) e (2.11)

(2.10) s˜ao equac¸˜oes param´etricas da geod´esica dessa part´ıcula. Fisicamente, as equac¸˜oes da geod´esica podem ser interpretadas como equac¸˜oes de movimento da mesma part´ıcula. No Cap´ıtulo 5, foram determinados esses s´ımbolos para a m´etrica godeliana. Assim, as equac¸˜oes param´etricas da geod´esica para a m´etrica de G¨odel, com Γωµν 6= 0 [20], ser˜ao

d2x0 dτ2 + 2 dx0 dτ dx1 dτ + e x1dx1 dτ dx2 dτ = 0, d2x1 dτ2 + e x1dx0 dτ dx2 dτ + e2x1 2  dx2 dτ 2 = 0, d2x2 dτ2 − 2e−x1 dx1 dτ dx0 dτ = 0 e d2x3 dτ2 = 0, (2.12)

cujas soluc¸˜oes, em termos das coordenadas cil´ındricasρ, ϕ e z, junto com a coordenada tem-poral, t, ser˜ao expressas por (2.15) [1], quando h´a simetria axial, com a presenc¸a do subespac¸o

x3= constante. A obtenc¸˜ao dessas soluc¸˜oes est´a bem detalhada no Apˆendice C.

(20)

2.3 As coordenadas-padr˜ao de G¨odel

A homogeneidade espacial do universo godeliano permite que qualquer par de even-tos distineven-tos estejam conectados via uma certa transformac¸˜ao de trajet´oria m´ınima, que ´e a geod´esica [1]. Todas as geod´esicas de interesse – as do tipo-tempo – permitem esse trˆansito m´ınimo entre dois eventos, por isso, diz-se que tal universo ´e geodesicamente completo. A mat´eria gira simetricamente sem expans˜ao em torno de um eixo inercial com velocidade fixa tal que 2Ω2= 1/a2. A m´etrica desse espac¸o ´e dada por

ds2:= a2  (dx0+ ex1dx2)2− (dx1)2− 1 2e 2x1(dx 2)2− (dx3)2  , (2.13)

sendo a−2:= 8πGρm, onde G ´e a constante gravitacional newtoniana eρm ´e a densidade m´edia de mat´eria. As conhecidas soluc¸˜oes godelianas s˜ao determinadas a partir das equac¸˜oes de

Einstein da Relatividade Geral para uma constante cosmol´ogica, Λ6= 0, tal que [18, 19, 21]

Rµν−

1

2gµνR= 8πGρmUµUν+ Λgµν. (2.14) A 4-velocidade, na direc¸˜ao x0, tem componentes contravariantes dados por (1/a, 0, 0, 0) e

co-variantes, (a, 0, aex1, 0) [1]. Perceba que (2.13) tem uma parte plana (em x

3)5 que pode ser

separada da parte n˜ao-trivial (em x0, x1e x2, ou simplesmente, em t, x e y, respectivamente). A

variedade escolhida ser´a M = R1+3. Para isso, ´e bom escrevˆe-la, em coordenadas cil´ındricas polares, t, ρ, ϕ, j´a que o intuito ´e mostrar a invariˆancia rotacional daquelas soluc¸˜oes. Esse ´ultimo conjunto ordenado de vari´aveis formam as coordenadas-padr˜ao de G¨odel, tais que

ex1 = cosh(2ρ) + cos ϕ sinh(2ρ), x3= 2y, x2ex1 = √ 2 sinϕ sinh(2ρ) e e−2ρtan ϕ 2  = tan ϕ 2 + x0− 2t 2√2  , com |x0− 2t| < π √ 2. (2.15)

Disso, (2.13) passa a ser igual a

ds2= 4a2[dt2− dy2− dρ2+ (sinh4ρ − sinh2ρ)dϕ2+ 22 sinh2ρdϕdt]. (2.16)

5O espac¸o godeliano, G, ´e a soma direta de dois subespac¸os: um em (x

0, x1, x2), G0, e o outro em(x3), X3, ou seja, G= G0⊕ X3. Portanto, na parte espacial, h´a um conjunto infinito de linhas paralelas, chamado de regi˜ao de Lobachevski. O subespac¸o G0´e mapeado sobre uma colec¸˜ao de linhas tipo-tempo de Clifford, com proporc¸˜ao direcional√2 : 1, permitindo que a m´etrica seja alongada por um fator de campo de 4-velocidades, isto ´e ds′2=

(21)

Os tensor e escalar de Ricci ser˜ao dados por Rµν=        1 0 ex1 0 0 0 0 0 ex1 0 e2x1 0 0 0 0 0        e (2.17) R= 1 a2. (2.18)

Tomando o trac¸o de (2.14), ´e poss´ıvel obter Λ. Ent˜ao −1 2δ ω ν R+ R = RUωUν+ Λδνω −2R + R = R + 4Λ Λ = −R 2 = − 1 2a2 < 0. (2.19)

Isso significa que as equac¸˜oes de Einstein, para Λ< 0 e 4-velocidades daquela natureza, d˜ao as soluc¸˜oes de G¨odel. E, finalmente, o tensor de Ricci pode ser compactado como

Rµν = RUµUν. (2.20)

No artigo original do G¨odel [1], est˜ao todas as propriedades matem´aticas, com suas demonstrac¸˜oes, do espac¸o descrito por suas soluc¸˜oes, podendo ser consultadas, j´a que o forma-lismo puramente matem´atico delas, aqui, foi deixado de lado, e as suas consequˆencias na F´ısica foram salientadas.

2.4 Interpretac¸˜ao f´ısica das soluc¸˜oes de G¨odel Este ´e o resumo do seu artigo6:

Todas as soluc¸˜oes cosmol´ogicas conhecidas at´e o momento e para as quais a densi-dade de mat´eria n˜ao ´e nula, possuem a propriedensi-dade que, em um certo sentido, elas contˆem uma coordenada temporal absoluta, pois existe um conjunto de 3-espac¸os que s˜ao func¸˜oes de um s´o parˆametro e s˜ao ortogonais em todo lugar `as linhas de mundo da mat´eria. Vˆe-se claramente que a n˜ao existˆencia de tal sistema de espac¸os tridimensionais ´e equivalente `a rotac¸˜ao da mat´eria relativa ao referencial inercial. Neste artigo proponho uma soluc¸˜ao (como um termo cosmol´ogico 6= 0) que apresenta tal rotac¸˜ao (...).

As linhas de mundo de mat´eria poder˜ao ser abertas ou fechadas. O primeiro

(22)

junto identifica a presenc¸a de objetos macic¸os e o segundo, obtido da ausˆencia de torc¸˜ao das do primeiro [22]. Partindo de (2.16), quandoρ > ρ0= ln



1+√2(raio cr´ıtico), ds2> 0, ou seja, as curvas fechadas estar˜ao sempre dentro do cone de luz – as chamadas curvas fechadas

causais7 (Figura 3) –, e quando ρ < ρ0, tem-se curvas fechadas n˜ao-causais (ds2< 0). Os

cones de luz tombam no sentido anti-hor´ario (caracterizando a causalidade dessas curvas) e fi-cam mais abertos `a medida que cresceρ. As curvas abertas tˆem comprimentos infinitos sem interceptarem seus pontos anteriores novamente.

Figura 3 – Algumas CTC’s para t= 0 e ρ = 0.

Fonte: Retirado do artigo [4].

Para obter aquele raio cr´ıtico, basta tomar dt= 0, dy = 0 e dρ = 0, pois ρ = ρ0 ´e

uma constante (0≤ ϕ ≤ 2π), em (2.16). Disso

ds2= 4a2sinh2ρ0(sinh2ρ0− 1)dϕ2= 0 sinhρ0= 1 > 0 eρ0− e−ρ0 = 2 (eρ0 = w 0) w20− 2w0− 1 = 0 w0= 1 + √ 2 ρ0= ln  1+√2. (2.21)

Uma interpretac¸˜ao geom´etrica para t= −αϕ (ρ = constante e y = 0)8, com 0< α ≪ 1, ocorre

7Ou da sigla, em inglˆes, CTC (Closed Type-time Curves) 8A (2.16) torna-se ds2∼= 4a2sinh4ρ¯0− sinh2ρ¯0− 2 √ 2 sinh2ρ¯0α  dϕ2= 0,

(23)

na Figura 4. Nela, Q temϕ = 0 e P, ϕ = 2π. Na Figura 4, entre P e Q deve existir uma trajet´oria causal permitindo a viagem ao passado sempre no futuro.

A simultaneidade dos eventos ocorrer´a quando um hiperplano tipo-espac¸o cortar to-das as linhas de mundo de mat´eria de objetos macic¸os (estrelas ou gal´axias, por exemplo) numa direc¸˜ao ortogonal (Figura 3). Essa vis˜ao ´e tamb´em usada pela Cosmologia atual e discorda completamente da simultaneidade colocada pela Relatividade Especial pois o tempo ´e relativo a algum referencial inercial. G¨odel disse que a Relatividade Geral abrac¸a de forma forte o con-ceito idealista de tempo (n˜ao depende de objetos individuais para existir), totalmente, vinculado ao de uma linha de mundo de mat´eria sem torc¸˜ao.

Figura 4 – Uma poss´ıvel viagem ao passado, saindo de Q e chegando `a P.

Fonte: Extra´ıdo do artigo [4].

Uma prova do resumo anterior pode ser feita tomando a ortogonalidade9 de dois campos vetoriais, Uµ e ωµ. O ´ultimo campo ´e proporcional aos tensores de torc¸˜ao, τµνλ,

definidos por

τµνλ = Uµ(∂λUν− ∂νUλ) +Uν(∂µUλ− ∂λUµ) +Uλ(∂νUµ− ∂µUν), (2.22)

tais que d˜ao os componentes deωµ

ωθ = ε

θ µνλ

6√g τµνλ. (2.23)

que nos d´a ¯ρ0∼= α + ln 

1+√2= α + ρ0, j´a queρ > 0. 9G

(24)

Para a m´etrica de G¨odel g= a 8 2 e 2x1, (2.24) disso ω0= ω1= ω2= 0 e ω3= √ 2 a2 , (2.25)

nos dando suficientemente a ortogonalidade das superf´ıcies tridimensionais `as linhas de mundo de mat´eria, exceto paraθ = 3, porque no subespac¸o x3= constante n˜ao existe superf´ıcies

nor-mais `as mesmas linhas.

O tensor (2.22) ´e sim´etrico, pois

τµνλ = τλ µν = τνλ µ, (2.26)

diferente do tensor de Levi-Civitaεθ µνλ, onde foi definidoε0123= 1.

2.5 Repercuss˜ao p´os-descobertas de G¨odel

O trabalho de G¨odel sobre a possibilidade de viajar para o passado intrigou muitos do p´ublico geral, apesar disso n˜ao ser o objetivo principal dele [23]. A sua real preocupac¸˜ao era mostrar que a Relatividade Geral apresentava um tempo condizente com a concepc¸˜ao idea-lista. Os f´ısicos n˜ao se interessavam muito com a viagem ao tempo proposto por G¨odel, por´em, o p´ublico leigo deu ˆenfase a isso. No texto escrito por ele, sobre os 70 anos de anivers´ario de Einstein, abordou essa possibilidade, calculando quanto uma espac¸onave gastaria de com-bust´ıvel nessa viagem, usando a equac¸˜ao de Einstein: E = mc2. Toda a massa de combust´ıvel

deveria ser convertida em energia. A conclus˜ao foi in´util. O que Einstein disse foi isto [4]:

O tratado de Kurt G¨odel representa, na minha opini˜ao, uma importante contribuic¸˜ao `a teoria da Relatividade Geral, em particular, `a an´alise do conceito de tempo. O problema com o qual ele [o tratado] se ocupa j´a me causara preocupac¸˜ao quando da criac¸˜ao da teoria, sem que eu conseguisse no entanto entendˆe-lo. Desconsi-derando a quest˜ao acerca da relac¸˜ao entre a teoria da relatividade e a filosofia idealista e mais do que isso quest˜oes de ordem filos´ofica, o problema que se nos apresenta ´e o seguinte:

Se P ´e um ponto no espac¸o-tempo, ent˜ao a ele est´a associado um cone de luz (ds2= 0). Tracemos por P uma linha de mundo tipo-tempo e consideremos, sobre

esta linha, dois pontos pr´oximos A e B. H´a sentido dotarmos a linha de mundo com uma seta e dizer, B antecede P e A sucede P? Seria, na teoria da relatividade, aquilo que resta acerca da relac¸˜ao temporal entre dois pontos uma relac¸˜ao

(25)

as-sim´etrica ou poder´ıamos, do ponto de vista f´ısico, orientarmos esta seta na direc¸˜ao oposta e dizer: A ´e anterior a P e B posterior a P? Esta alternativa deve ser descar-tada caso possamos dizer: se for poss´ıvel enviar (telegrafar) um sinal de P para A (ou das imediac¸˜oes de P), mas n˜ao de P para B, ent˜ao o car´ater unidirecional (as-sim´etrico) do tempo est´a garantido, ou seja n˜ao h´a uma livre escolha no que tange `a orientac¸˜ao de nossa seta. O essencial nisto por´em ´e que a emiss˜ao de um sinal ´e um processo irrevers´ıvel no sentido termodinˆamico, i.e., ´e um processo ao qual est´a associado um aumento de entropia (ao passo que de acordo com nosso conhe-cimento atual, todos os processos elementares s˜ao revers´ıveis). Assim, sendo A e B dois pontos suficientemente pr´oximos no Universo, tais que possam ser conecta-dos por uma curva tipo-tempo, ent˜ao a afirmac¸˜ao B ´e anterior a A tem um sentido f´ısico objetivo. Teria ainda esta afirmac¸˜ao um sentido quando estes pontos conec-tados por uma curva tipo-tempo estivessem suficientemente distantes? Certamente n˜ao, se houver uma sequˆencia de pontos conect´aveis por uma curva tipo-tempo, de modo que todo ponto anterior na linha antecede temporalmente o posterior e a sequˆencia for fechada em si. Neste caso, para pontos muito distantes um dos outros em sentido cosmol´ogico a diferenc¸a antes-depois desaparece e surgem os parado-xos relativos `a conexˆao causal sobre os quais G¨odel falou. Tais foram as soluc¸˜oes das equac¸˜oes cosmol´ogicas descobertas por ele. Seria interessante ponderar se estas n˜ao deveriam ser descartadas por raz˜oes f´ısicas.

A polˆemica das soluc¸˜oes godelianas orbitava em torno de que elas tratassem de uma descric¸˜ao puramente matem´atica do universo de G¨odel. Tais soluc¸˜oes davam curvas fechadas do tipo-tempo, violando a conjetura de protec¸˜ao cronol´ogica de Hawking, onde defende que as leis da F´ısica n˜ao conseguem prever essas curvas. A vis˜ao godeliana desse ambiente poderia, em algum dia, tornar-se realidade. O universo de G¨odel ´e est´atico, n˜ao permitindo a medic¸˜ao de desvio para o vermelho. A constante cosmol´ogica, por ser negativa, dava uma press˜ao positiva. Nem todo espac¸o em rotac¸˜ao n˜ao se expande. Existem outras m´etricas que permitem essa dilatac¸˜ao do espac¸o-tempo. Isso estampa o seu platonismo, j´a que defende a coexistˆencia das deduc¸˜oes matem´aticas. Diga-se, de passagem, que G¨odel usava a imaginac¸˜ao para sustentar os seus trabalhos. Em contra partida, decidiu acompanhar, at´e o resto da sua vida, um grupo de fenˆomenos, afim de validar as suas previs˜oes.

(26)

3 A DIN ˆAMICA DE B ´OSONS LIVRES NO ESPAC¸ O-TEMPO DE TIPO-G ¨ODEL

A equac¸˜ao de Klein-Gordon mostra a dinˆamica quˆantica de uma part´ıcula bosˆonica sujeita a campos [18, 24]. No ambiente relativ´ıstico oferecido por tipo-G¨odel, tal equac¸˜ao1ter´a a seguinte aparˆencia [2]

D2+ [M +V (ρ)]2 Ψ(x,t) = 0, (3.1)

onde V(ρ) ´e um potencial el´etrico escalar, de acordo com o calibre de Coulomb; D ´e um operador diferencial definido por

D2:= 1

gDµ(

ggµνD

ν) , (3.2)

com Dµ:= ∂µ+ ieAµ [25]. As quantidades R e M2 n˜ao depender˜ao do 4-vetor de Minkowski.

Essa equac¸˜ao ´e para um b´oson, sem spin, imerso num campo eletromagn´etico com calibre coulombiano, j´a que Bω = ˜εωµν∂µAν [18].

A tarefa ´e resolver (3.1) para uma func¸˜ao de onda particular – do ponto de vista de simetria espacial adotada –, e submetida `a m´etrica de tipo-G¨odel. Considere as func¸˜oes desconhecidas param´etricas F(ρ), G(ρ) e H(ρ), que servir˜ao na investigac¸˜ao de alguma quebra de causalidade nas equac¸˜oes m´etricas de tipo-G¨odel. Disso

ds2:=  dt+F(ρ) G(ρ)dϕ 2 −G21(ρ)dρ 2+ H2(ρ)dϕ2 − dz2 ds2= dt2+F 2 G2dϕ 2 +2F G dtdϕ − 1 G2dρ 2 −H 2 G2dϕ 2 − dz2 ds2= dt2 1 G2(ρ)dρ 2 − H 2 (ρ) − F2(ρ) G2(ρ)  dϕ2− dz2+F(ρ) G(ρ)dtdϕ + F(ρ) G(ρ)dϕdt, (3.3)

cujo tensor m´etrico ser´a

gµν=           1 0 FG(ρ)(ρ) 0 0 1 G2(ρ) 0 0 F(ρ) G(ρ) 0 −H2(ρ)+F2(ρ) G2(ρ) 0 0 0 0 −1           . (3.4) ´

E preciso obter a inversa de gµν para desenvolver D2. Alguns termos sumir˜ao pois gµν n˜ao

1Veja o Apˆendice B.

(27)

depender´a de ϕ e de z. `A medida que se alteram aquelas func¸˜oes desconhecidas, a obtenc¸˜ao das soluc¸˜oes anal´ıticas ficar´a mais complicada, justamente, para refinar a percepc¸˜ao da referida causalidade geom´etrica no espac¸o-tempo de tipo-G¨odel.

Aproveitando isso, segue a tal inversa

gµν =        1HF22(ρ)(ρ) 0 F(ρ)G(ρ) H2(ρ) 0 0 −G2(ρ) 0 0 F(ρ)G(ρ) H2(ρ) 0 − G2(ρ) H2(ρ) 0 0 0 0 −1        . (3.5)

E finalmente, o determinante de gµν, usando o M´etodo de Laplace [26–28], valer´a

g= 1 G2 1 FG 0 F G −H 2+F2 G2 0 0 0 −1 = − 1 G2 1 FG F G −H 2+F2 G2 g= − 1 G2  −H2+ F2 G2 − F2 G2  = H 2(ρ) G4(ρ). (3.6)

O cen´ario de tipo-G¨odel ´e homogˆeneo, n˜ao tem singularidades e possui geod´esicas completas. As geod´esicas causais, as quais ser˜ao protagonistas nesse cap´ıtulo, para esse ambi-ente, admitem a mesma torc¸˜ao. Isso ´e por causa da homogeneidade e da falta de horizontes de eventos, apesar desses eventos conterem esse tipo de fam´ılia de geod´esicas. Isso ´e paradoxal. Esses defeitos s˜ao denominados de anomalias causais ou do tipo-tempo [2].

Na Relatividade Geral cl´assica, onde tudo n˜ao tem dependˆencia temporal, o tensor m´etrico de tipo-G¨odel apresentar´a anomalias causais, mesmo considerando simetrias triviais – particularmente, a simetria axial. Essas propriedades s˜ao muito complicadas de serem estu-dadas, mas, s˜ao geradoras principais, por quebra de causalidade, daquelas geod´esicas causais. Muitos autores tentaram generalizar esse tensor para fugir dessas imperfeic¸˜oes, mas, n˜ao obti-veram sucesso.

(28)

Para simplificar, os b´osons ser˜ao livres, ou seja, Aµ= 0 e V = 0. Disso D2= G 2 H ∂µ  H G2g µν ν  = G 2 H  ∂0  H G2 g 00 0+ g01∂1+ g02∂2+ g03∂3   + ∂1  H G2 g 10 0+ g11∂1+ g12∂2+ g13∂3   + ∂2  H G2 g 20 0+ g21∂1+ g22∂2+ g23∂3   + ∂3  H G2 g 30 0+ g31∂1+ g32∂2+ g33∂3   , ent˜ao D2= G 2 H  H G2g 002 0+ H G2g 02 0∂2+ ∂1  H G2(g 11 1)  + H G2g 20 2∂0+ H G2g 222 2+ H G2g 332 3  = g00∂02+ g22∂22+ g33∂32+ 2g02∂0∂2+ G2 H ∂1  H G2(g 11 1)  =  1F 2 H2  ∂02+ FG H2∂0∂2− G2 H2∂ 2 2+ g11∂12 + ∂1(g11)∂1+ FG H2∂2∂0− ∂ 2 3 + g11 G2 H  HG2− 2HGG3  ∂1. Assim D2=  1F 2 H2  ∂02G 2 H2∂ 2 2− G2∂12− ∂32− HG2 H ∂1+ 2FG H2 ∂0∂2. (3.7)

Conforme mencionado, a func¸˜ao de onda ter´a simetria cil´ındrica dada por

Ψ(x,t) = exp(−iEt + imϕ + ikz)φ(ρ), (3.8) sendo E a energia do n´ıvel do espectro; m a massa do b´oson, e k o n´umero de onda. Antes, est˜ao sendo definidas as coordenadas x0= t, x1= ρ, x2= ϕ e x3= z.

(29)

Usando a equac¸˜ao de Klein-Gordon, vem D2

+ M2 exp(−Et + mϕ + kz)φ = 0 D2[exp(−Et + mϕ + kz)φ] + M2exp(−Et + mϕ + kz)ϕ = 0

expθ  G2φ′′+HG2 H φ ′  + + φ  − F 2 H2− 1  E2expθ −G 2 H2m 2exp θ − k2expθ +2mEFG H expθ  − M2expθ φ = 0, disso G2φ′′+HG2 H φ ′+ F2 H2− 1  E2G 2 H2m 2 − k2−2FGH2 mE− M 2  φ = 0. (3.9) A seguir, dois casos ser˜ao abordados, onde s˜ao escolhidos formas alg´ebricas di-ferentes para F, G e H. O 1o caso ´e do espac¸o-tempo de tipo-G¨odel-Som–Raychaudhuri3, onde ser˜ao consideradas F(ρ) = αΩρ2, G(ρ) = 1 e H(ρ) = αρ e no 2o caso, F(ρ) = αΩρ2,

G(ρ) = 1 +12 0



ρ2e H(ρ) = αρ2. Acompanhe:

3.1 1ocaso: espac¸o-tempo de tipo-G¨odel-Som–Raychaudhuri

Como foi dito antes, aqui, ser´a feita a seguinte escolha funcional: F(ρ) = αΩρ2, G(ρ) = 1 e H(ρ) = αρ. Disso, a equac¸˜ao diferencial (3.9) torna-se

φ′′+ 1 ρφ ′+  E2− k2− M22mEΩ α − m2 α2ρ2− E 22ρ2  φ = 0, (3.10)

e colocando a mudanc¸a de vari´avel, y= ρ2, obt´em-se uma forma tipo-hipergeom´etrica [29, 30]

de (3.10), que ser´a dada por

ddy2 + 1 y dφ dy + 1 y2  −L 4y 2+N 4yQ 4  φ = 0, (3.11) onde L := E22, N := E2− k2− M22mEΩ

α e Q := m2/α2. Usando o m´etodo de

Nikiforov-Uvarov [31] para resolver (3.11), chega-se, fracamente, a uma forma hipergeom´etrica reduzida de (3.11), dada por yd 2Y dy2 +  ±√Ly+ 1 ∓pQ dY dy + λY = 0, (3.12) com λ := λn= ∓nL (n = 0, 1, 2, ...), (3.13)

(30)

sendoφ (y) = ψ(y)Y (y)4. As soluc¸˜oes de (3.12) s˜ao obtidas pela F´ormula de Rodrigues, ex-pressas por Yn= Bn ρ dn dyn(y nρ), (3.14)

sendo Bn, as constantes de normalizac¸˜ao. A func¸˜aoρ(y) ´e de peso, nesse caso, dada por ρ = exp ±Ly y−√Q, sem perda de generalidade na escolha das constantes integrativas. Pelo outro lado,ψ = exp±2Lyy−√Q/2. Desenvolvendo (3.14), chega-se `a conclus˜ao de que s˜ao proporcionais aos polinˆomios de Laguerre [30] do tipo√Q. Desse jeito, segue

Yn= n!L−n/2BnyQ LQ n √ Ly  , (3.15) com LQ nLy = n1!exp √Lydydnn h √ Lynexp Lyi. Finalmente φn= n!L−n/2BnyQ/2 exp L 2 y ! LQ n √ Ly  , (3.16) ou ainda φn(ρ) = Anρ √ Q exp L 2 ρ 2 ! LQ n √ Lρ2, An= n!L−n/2Bn. (3.17) Para o espectro energ´etico, ´e escolhido o parˆametro polinomial5 como sendo k=

n+12 √L, disso  n+1 2 √ L= −LQ 2 + N 4 N= 2√L  2n+ 1 +pQ  En2− 2ΩEn  2m α + n + 1  = Mn2+ k2n. (3.18)

4S˜ao autofunc¸˜oes com ortogonalidade especial. 5Toda equac¸˜ao tipo-hipergeom´etrica, η′′+τ˜

ση′+ ˜ σ

σ2η = 0, cujas soluc¸˜oes η(t) s˜ao func¸˜oes ortogonais, ´e separ´avel, onde uma das equac¸˜oes reduzidas ´e parecida com uma equac¸˜ao hipergeom´etrica,σ γ′′+ τγ + λ γ = 0, comσ (t) e ˜σ (t) sendo polinˆomios de graus m´aximos iguais a dois; τ(t) e ˜τ(t, k) s˜ao polinˆomios de graus m´aximos iguais a um. O n´umero k ´e o parˆametro polinomial, decisivo na determinac¸˜ao do grau de τ, com

τ = ˜τ + 2   σ′− ˜τ 2 ± s  σ′− ˜τ 2 2 − ˜σ + kσ  .

(31)

3.2 2ocaso

Neste caso, F(ρ) = αΩρ2, G(ρ) = 1 +12 0



ρ2e H(ρ) = αρ2. Com isso, segue

a equac¸˜ao associada dada por φ′′+2 ρφ ′+ 1 ρ21+ ρ2 4ρ2 0 2 −Rρ 4+ Sρ2 − T φ = 0, (3.19) onde R := k2+ M2+ (Ω2− 1)E2+16ρm42 0α2 +2αρmEΩ2 0 , S := −m22ρ2 0 − 2mEΩ α e T := m2/α2.

Ana-logamente, ao que foi feito no caso anterior, ´e tomado novamente y= ρ2, e a equac¸˜ao (3.19)

passa ser reescrita como

ddy2 +   3 2+ 3 8R2y y1+4Ry2    dφ dy + 1 y21+ y 4ρ2 0 2  −R 4y 2+S 4yT 4  φ = 0. (3.20)

Pelo m´etodo de NU, as soluc¸˜oes para (3.20) ser˜ao

φn(ρ) = ρ β −1 2  1+ ρ 2 4ρ2 0  1−µ 2 Pn  1+ ρ 2 2ρ2 0  , (3.21)

onde Pn(x) s˜ao os polinˆomios de Jacobi [32], que nesse caso, ´e do tipo (β /2, µ), onde

β :=√4T+ 1, µ := −ρ02 s 16R+4Sρ 2 0+ T + 1 ρ4 0 .

Finalmente, a equac¸˜ao de autovalores ser´a

(32)

4 A DIN ˆAMICA DE B ´OSONS NO ESTADO FUNDAMENTAL E NO

ESPAC¸ O-TEMPO DE TIPO-G ¨ODEL NA PRESENC¸ A DOS POTENCIAIS DE TIPO-COULOMB E DE AHARONOV-BOHM

N˜ao ser´a levado em conta o spin do b´oson, aqui. A interac¸˜ao surge, somente, por causa da manifestac¸˜ao corpuscular bosˆonica [33]. A equac¸˜ao (3.1) ser´a corrigida: o termo de adic¸˜ao `a M depender´a do tempo. O eletromagnetismo do b´oson aparece quando ´e utilizado o 4-momento canˆonico pµ, ou seja, pµ− eAµ 1[34–37]. Considere a seguinte m´etrica do espac¸o-tempo tipo-G¨odel2, onde Ω ´e a vorticidade desse ambiente

ds2=  dt+ Ωsinh 2(ℓ ˜ρ) ℓ2 dϕ 2 −sinh 2(2ℓ ˜ρ) 4ℓ2 dϕ 2 − d ˜ρ2− dz2. (4.1)

Comparando isso com (2.16), Ω=√2 e ℓ = 1, nos dando, ρm = 1/π. Tomando ℓ → 0, (4.1)

ser´a a m´etrica de tipo-G¨odel-Som-Raychaudhuri paraα = 1. Para resolver a equac¸˜ao de Klein-Gordon com interac¸˜oes eletromagn´eticas3, o 4-potencial Aµ ser´a imposto4como

Aµ= ξ e ˜ρ, 0, − Φ e ˜ρ, 0  , (4.2)

que, obviamente, admite simetria axial. Note que Φ ´e o fluxo magn´etico param´etrico dentro do solen´oide do efeito Aharonov-Bohm [38].

Nesse caso, o operador D2ser´a D2= PµPµ = − ∂ 2 ∂ ˜ρ2− 1 ˜ ρ ∂ ∂ ˜ρ− 1 ˜ ρ2  ∂ ∂ ϕ+ iΦ − Ω ˜ρ 2 ∂ ∂ t+ iξ ˜ ρ 2 + ∂ ∂ t+ iξ ˜ ρ 2 − ∂ 2 ∂ z2. (4.3)

Para uma func¸˜ao de onda sem dependˆencia em z, isto ´e, Ψ( ˜ρ, ϕ,t) = exp(−iEt + imφ)φ( ˜ρ),

1Na teoria quˆantica relativ´ıstica, o 4-momento linear de um b´oson com spin-0 ´e pµ = i∂µ, tal que, pµp µ = −M2, onde M ´e a sua massa de repouso. Disso, a sua equac¸˜ao de movimento livre ser´a( + M2)Ψ = 0, com  := ∂µ∂µ. Na presenc¸a de um background eletromagn´etico, Pµ = iDµ e PµPµ= −(M +V )2, sendo Dµ= ∂µ+ ieAµ, respeitando aquela substituic¸˜ao m´ınima imposta.

2A dimens˜ao deℓ ´e o inverso do comprimento, pois, ˜ρ tem dimens˜ao de comprimento, deixando ℓ ˜ρ adimensi-onal.

3Veja o Apˆendice B. 4E ainda, V = 0.

(33)

vem D2Ψ + M2Ψ = exp(imϕ − iEt)d 2R d ˜ρ2+ 1 ˜

ρexp(imϕ − iEt)

dR d ˜ρ +

1 ˜

ρ2exp(imϕ − iEt)R(m + Φ) 2 − 2ΩR  mEmξ ˜ ρ + ΦE − Φξ ˜ ρ 

exp(imϕ − iEt) + Ω2ρ˜2  −E2+2ξ E ˜ ρ − ξ2 ˜ ρ2 

Rexp(imϕ − iEt) + M2exp(imϕ − iEt)R − exp(imϕ − iEt)R  −E2+2ξ E ˜ ρ − ξ2 ˜ ρ2  = 0, (4.4) ou seja d2R d ˜ρ2+ 1 ˜ ρ dR d ˜ρ− j2 ˜ ρ2Ra ˜ ρR+ b ˜ρR − ω 2ρ˜2R+ k2R= 0, (4.5) onde j2:= (m + Φ)2−ξ2, a := 2ξ [E − Ω(m + Φ)], b := 2Eξ Ω2,ω2:= E22e k2:= E2−M2 ξ22

− 2ΦΩE − 2mΩE. Fazendo as seguintes mudanc¸as de vari´aveis, R( ˜ρ) = ˜ρ−1/2µ( ˜ρ)5 e x= ˜ρ√ω, (4.5) passa a ser " d2 dx2− j214 x2 − ax + bx− x2+k2 ω # µ(x) = 0, (4.6)

com a′:= a/ω e b′:= b/√ω3. A equac¸˜ao (4.6) admite um comportamento assint´otico quando x→ ±∞. Por isso, ´e vi´avel escolher a soluc¸˜ao-teste, para que os postulados de tipo-Schr¨odinger

n˜ao sejam violados, como µ(x) = xj+1

2exp−1

2x(x − b′) y(x). Continuado usando a notac¸˜ao

de Leibniz, tem-se xd 2y dx2+ (1 + α − β x − 2x 2)dy dx+  (γ − α − 2)x −1 2[δ + (1 + α)β ]  y= 0, (4.7)

comα := 2 j, β := −b′,γ :=kω2+b4′2 eδ := 2a′. A equac¸˜ao (4.7) ´e de Heun [32,39], biconfluente e admite singularidades em x= 0 (regular) e x → ∞ (irregular de ordem dois). Por isso, ´e

5Considere duas func¸˜oes reais ordin´arias, f(x) e g(x), tais que, f (x) = xlg(x), com l sendo um n´umero racional.

Com isso, f′′(x) = l(l − 1)xl−2g(x) + 2lxl−1g(x) + xlg′′(x), e 1 xf(x) = lxl−2g(x) + xl−1g(x), assim f′′(x) +1 xf(x) = xlg′′(x) + (2l + 1)xl−1g(x) + l2xl−2g(x).

Isso n˜ao depender´a de g(x), se e somente se, l = −12, disso

f′′(x) +1

xf

(x) = x−1/2g′′(x) +1 4x

(34)

poss´ıvel resolvˆe-la usando o M´etodo de Fr¨obenius [30], e escolher a seguinte s´erie de potˆencias como soluc¸˜ao y(x) = xq

k=0 ckxk, (4.8)

onde a escolha das constantes ck ´e proposital e dada por

ck:= Γ(α + 1) Γ(k + α + 1) dk k!. (4.9) Substituindo (4.8) em (4.7), obt´em-se6 dk+2=  (k + 1)β +1 2[δ + β (1 + α)]  dk+1 − (k + 1)(k + 1 + α)(γ − 2 − α − 2k)dk (k = 2, 3, ...) e (4.10)

para k= 0, d0= 1 e para k = 1, d1= 12[δ + (1 + α)β ]. A s´erie (4.8) passa a ser um polinˆomio

de grau finito, igual a n, se k≥ k + 1, onde o truncamento ocorrer´a para γ − α − 2 = 2n. Com isso, as soluc¸˜oes de (4.7) ser˜ao os polinˆomios de Heun [40, 41], N(x) := y(2n + 2 + α; x). Os polinˆomios x−αN(−α;x) tamb´em ser˜ao soluc¸˜oes. Disso, a combinac¸˜ao linear c1N(α; x) + c2x−αN(−α;x) ser´a soluc¸˜ao de (4.7). Finalmente, vem o espectro energ´etico7dos autovalores

dado por

Enm2 − 2Ω(n + j + m + Φ + 1)Enm− M2= 0. (4.11) ´

E interessante perceber que a condic¸˜ao dn+1= 0 permite um v´ınculo forte entre a

vorticidade de tipo-G¨odel e a energia dos b´osons. Para o estado fundamental, n= 0, tem-se,

d1= 0, ou ainda, δ + β (1 + α) = 0. Para ω > 0, (Ω0m)1= 2E0m 2( j + m + Φ) + 1 e (4.12) paraω < 0, (Ω0m)2= 2E0m 2(− j + m + Φ) − 1. (4.13)

Usando (4.12) e (4.13) em (4.11), vem as energias poss´ıveis para o estado fundamental do b´oson dadas por (E0m)1= ±M s −2( j + m + Φ) + 12( j + m + Φ) + 3 e (E0m)2= ±M s −22(3 j + m + Φ) + 5(− j + m + Φ) − 1. (4.14)

Tomando as quantizac¸˜oes de Φ e de m, as express˜oes em (4.14) s˜ao sim´etricas para m= 0 e para(E0m)1,2 = 0. Essa ´ultima nos diz que as energias, com ω < 0 e ω > 0, (E0m)1 e(E0m)2

6Vem da equac¸˜ao indicial para q= 0. Para q = −α, as soluc¸˜oes y(x) s˜ao antissim´etricas com respeito ao parˆametro f´ısicoα, enquanto, para δ , β e γ s˜ao sim´etricas.

7Se a condic¸˜ao d

(35)

pertencem, respectivamente, aos b´osons e anti-b´osons. Jamais, por exemplo,(E0m)1ser˜ao

ener-gias de anti-part´ıculas. Quando m< 0, as energias s˜ao ligadas, sempre, estando no intervalo −1 ≤ (E0m)1,2 ≤ 1. Se m ≥ 0, o fluxo magn´etico Φ = 0,±2,±4,... ´e invertido, ou seja, a

corrente el´etrica no solen´oide deve ter sentido oposto ao convencional. Com isso, o espectro energ´etico para um b´oson, no seu estado fundamental, ´e discreto para um fluxo magn´etico-escada descont´ınuo. Veja as figuras abaixo:

Figura 5 – Perfil do estado fundamental como func¸˜ao do fluxo magn´etico para M= 1 e ξ = 1. A energia ´e sim´etrica em relac¸˜ao ao n´umero quˆantico m. O comportamento para pequenas variac¸˜oes do fluxo magn´etico para m= −3 ´e mostrado pela inserc¸˜ao.

Fonte: Retirado do artigo [33].

Figura 6 – Perfil do estado fundamental como func¸˜ao do fluxo magn´etico para M= 1 e ξ = 1. Claramente, tˆem-se regi˜oes em que as energias n˜ao s˜ao definidas para alguns valores de m, existindo somente em pequenos intervalos.

(36)

Figura 7 – Estado fundamental[E0m]1(ponto azul) e[E0m]2(ponto vermelho) como func¸˜oes do

n´umero quˆantico m para M= 1, ξ = 1 e Φ = 0 (a) e Φ = 4, 8 (b).

Fonte: Retirado do artigo [33].

Figura 8 – Estado fundamental[E0m]1,2 como func¸˜ao do n´umero quˆantico m para M= 1 e

ξ = 1.

Fonte: Retirado do artigo [33].

Figura 9 – Estado fundamental como func¸˜ao do n´umero quˆantico m para M= 1 e Ω = 1.

(37)

5 A TEORIA DE GRAVIDADE DE HORAVA-LIFSHITZ E O ESPAC¸ O-TEMPO DE G ¨ODEL

A teoria de gravidade de Horava-Lifshitz [42] nasce da imposic¸˜ao assim´etrica entre as coordenadas espaciais, xi (i= 1, 2 e 3), e do tempo, x0= t, de acordo com as mudanc¸as de

escala

xi→ ℓxi e x0→ ℓnx0, (5.1)

com n1sendo um n´umero inteiro. As transformac¸˜oes (5.1) tornam invariante tal teoria. As pro-priedades dessa teoria tˆem renormalizac¸˜ao melhor quando atingem eficientemente um espectro assint´otico do ultravioleta.

As equac¸˜oes de campo de Einstein [18] ficam consistentes com as soluc¸˜oes cl´assicas obtidas daquela teoria. Uma teoria grav´ıtica forte ´e o problema-chave da F´ısica Te´orica mo-derna. Isso ´e motivado quando aquela consistˆencia permite a verificac¸˜ao observacional da gra-vidade HL ou da teoria de gragra-vidade de Horava-Lifshitz2. Neste cap´ıtulo, ser´a investigado a presenc¸a de geod´esicas fechadas do tipo-tempo na gravidade HL, tornando-a compat´ıvel com o espac¸o-tempo de G¨odel. Considere a seguinte m´etrica de G¨odel

ds2= a2  dt2− dx2+1 2e 2xdy2 − dz2+ 2exdtdy  (a > 0), (5.2) cujo tensor m´etrico ser´a

gµν = a2        1 0 ex 0 0 −1 0 0 ex 0 e2x/2 0 0 0 0 −1        , (5.3)

cuja inversa ser´a

gµν = 1 a2        −1 0 2e−x 0 0 −1 0 0 2e−x 0 −2e−2x 0 0 0 0 −1        . (5.4)

1Denominado de expoente cr´ıtico.

2As soluc¸˜oes de buracos negros obtidas pela m´etrica de Schwarzchild tˆem propriedades semelhantes `as da gravidade HL, e as m´etricas AdS, Friedmann-Robertson-Walker e Wormhole, quando tomadas numa aproximac¸˜ao assint´otica, tˆem equac¸˜oes de movimento equivalentes `as da mesma teoria.

(38)

Os s´ımbolos de Christoffel n˜ao-nulos, Γki j, ser˜ao Γ122e Γ221. Comec¸ando pelo ´ultimo, vem Γ221 =1 2g 2ℓ(∂ 2g1ℓ+ ∂1gℓ2− ∂ℓg21) =1 2  − 2 a2e −2x  a2 22e 2x  = 1 (5.5)

e o outro como sendo

Γ122 =1 2g 1ℓ(∂ 2g2ℓ+ ∂2gℓ2− ∂ℓg22) = −1 2g 11 1g22 =e 2x 2 . (5.6) e ainda √g= a2 √ 2e x. (5.7)

Para o tensor de curvatura de Riemann, o ´unico componente Ri jkn˜ao-nulo ser´a

R1212= − a2

2 e

2x, (5.8)

E para o tensor de Ricci, vem

R11= −1 e R22= e2x

2 , (5.9)

com o escalar de Ricci dado por

R= 2

a2. (5.10)

Pela parametrizac¸˜ao ADM

N= a2 e Ni= N(0, aex, 0), (5.11) e as definic¸˜oes para Ki j3e Ci j4ser˜ao

Ki j := 1 2N( ˙gi j− ∇iNj− ∇jNi) e C i j : = ε ikℓ √gk  RjRj ℓ  . (5.12) 3Com K i jKi j= −1/a4e K= 0.

(39)

Disso, a lagrangeana para a gravidade HL ser´a L := Ng  α(Ki jKi j− λ K2) + βCi jCi j + γε i jkgRiℓ∇jRk+ ζ Ri jRi j + ηR2+ εR + σ + Lm  , (5.13)

onde Lm ´e a lagrangeana de mat´eria, e as constantes foram definidas como

α := 2 κ2, β :=− κ2 2w4, γ := κ2µ 2w2, ζ :=− κ2µ2 8 , η := κ 2µ2(1 − 4λ ) 32(1 − 3λ ) , ε := κ2µ2Λ 8(1 − 3λ ) e σ := − 3κ2µ2Λ2 8(1 − 3λ ). (5.14)

Construindo uma ac¸˜ao para (5.13), e estudando seus extremos variando-a com res-peito aos parˆametros gµν, vem

1. com respeito a N = g00:

−α(Ki jKi j− λ K2) + βCi jCi j+ γ εi jk

gRijRk+ ζ Ri jRi j+ ηR2+ εR + σ = T00, (5.15) usando a m´etrica do espac¸o de G¨odel, tem-se ainda

−αKi jKi j+ ζ Ri jRi j+ ηR2+ εR + σ = T00. (5.16) O componente quadr´atico temporal da equac¸˜ao de Einstein, ser´a

G00= α a4+ 2ζ a4 + 4η a4 + 2ε a2 + σ = T 00, (5.17)

ou seja, T00 ´e uma constante, dependendo daquelas constantes. 2. Agora, usando os parˆametros ADM restantes, N= g0ℓ, segue

2α∇k(Kk− λ Kgk) = T0ℓ=⇒ G0ℓ= 2α∇kKk= T0ℓ, (5.18) ou ainda

T01= T03= 0 e T02 = 2α(∂1K12+ 3K12), (5.19)

e usando contrac¸˜oes de gµν com a primeira equac¸˜ao de (??), obt´em-se

K12= −1

a4e−x=⇒ G 02

= −4αa4e−x= T

02. (5.20)

(40)

a uma forma bastante complicada de Ti j5. Disso, seguem os componentes n˜ao-nulos da equac¸˜ao de Einstein G00= −3Θ − α − 2Σ, G02= −(Θ + 2α + Σ)ex, G11= α + Σ, G22= − 1 2(3α + Σ)e 2x e G33= − α 2 + Θ, (5.21) com 4η + 2ζ = 4δ , 4δ + 2εa2+ σ a4= Θ e σ a4− 4δ = Σ. (5.22)

Para parte de mat´eria, o tensor de momento-energia ser´a dado por

Tµν := ρmUµUν+ p(gµν−UµUν) +Uµqν+Uνqµ+ Πµν, (5.23) onde ρm= TµνUµUν, p= 1 3Tµνh µν, qµ = TνλUν(gµλ−UµUλ) e Πµν = 1 2(h α µhβν+ hανhβµ)Tαβ− 1 3hµνh αβ Tαβ, (5.24) com hµν = gµν−UµUν. (5.25) Para a gravidade de HL ρm= − 1 a2(α + 3Θ + 2Σ) e p = 1 a2  Θ −7 2α  , (5.26)

v´alidas para α > 0, p > 0 e ρm > 0. Quando ρm < 0 e p < 0, a mat´eria ´e fantasma

ou mat´eria-X. Esse tipo de mat´eria permite resolver os problemas sobre a acelerac¸˜ao c´osmica. Mesmo tomando valores pequenos para Λ, teremos uma mat´eria vazia, ou me-lhor, mat´eria fantasma.

Para interesse de consulta, estes s˜ao os componentes n˜ao-nulos do tensor

momento-5Veja, em detalhes, a determinac¸˜ao de T

(41)

energia para a teoria HL T00= − 2 κ2+ κ2µ2 8  1 − 2λ 1− 3λ  − 3κ 2µ2 4(1 − 3λ )+ 15κ2µ22 8(1 − 3λ ), T02= −  4 κ2+ κ2µ2 4(1 − 3λ )− 3κ2µ22 4(1 − 3λ )  ex, T11= 2 κ2+ κ2µ2 8  1 − 2λ 1− 3λ  − 3κ 2µ22 8(1 − 3λ ), T22=  −κ32− κ2µ2 16  1 − 2λ 1− 3λ  + 3κ 2µ22 16(1 − 3λ )  e2x e T33= − 1 κ2− κ2µ2 8  1 − 2λ 1− 3λ  + κ 2µ2 4(1 − 3λ )− 3κ2µ22 8(1 − 3λ ). (5.27)

A teoria de gravidade de Horava-Lifshitz, aqui discutida, foi tomada paraℓ = 1, 2 e 3. O problema da causalidade de G¨odel, quando usamos esse tipo de interac¸˜ao, aparece, no m´ınimo, para trˆes valores de ℓ. Quanto mais valores de ℓ, mais a presenc¸a de fam´ılias de geod´esicas com a mesma torc¸˜ao.

(42)

6 SOLUC¸ ˜OES TIPO-G ¨ODEL DENTRO DE UMA GRAVIDADE DEPENDENTE DE R E Q

Agora, na teoria de gravidade f(R, Q), onde R ´e o escalar de Ricci e Q := RµνRµν,

que ´e uma invariante, obviamente, ser´a provada a existˆencia de soluc¸˜oes no v´acuo, no ambi-ente tipo-G¨odel, com a constante cosmol´ogica diferambi-ente de zero, contrariando a estrutura da Relatividade Geral. As soluc¸˜oes causais aparecer˜ao em discordˆancia com a previs˜ao feita pela teoria cl´assica da relatividade de Einstein. Ser´a escolhida uma forma particular, para obter a tal causalidade, dada por

f(R, Q) := αR2+ β Q + R, (6.1)

paraα 6= 0 e β sendo constantes [43].

A Relatividade Geral, classicamente, tomada, n˜ao conseguiu, no momento, resolver dois problemas: (i) experimentalmente, saber a explicac¸˜ao da expans˜ao do Universo, e (ii) teoricamente, quantizar a gravidade. Isso faz com que a teoria grav´ıtica de Einstein seja n˜ao-renormaliz´avel. O seu contexto quˆantico ´e praticamente fraco para sustentar futuras teorias.

Diversas sa´ıdas para fugir desse problema foram usadas. Uma delas foi a alterac¸˜ao na ac¸˜ao de Einstein-Hilbert [44], colocando mais termos com ordens maiores na curvatura do espac¸o-tempo curvil´ıneo usado, dependendo, ainda, de mais campos (escalar e tensorial, por exemplo) [45]. A efic´acia de uma teoria ´e a quantidade de graus de liberdade considerados. Isso permitindo que a teoria ficasse renormaliz´avel. Esses graus de liberdade s˜ao fict´ıcios, ca-racterizando os chamados modos fantasmas. Esse tratamento ´e utilizado em teorias de Cordas.

Apesar daquela dificuldade, que perturba muito a cosmologia experimental, existem defeitos geom´etricos presentes nas periferias dos eventos: m´aquinas temporais, no espac¸o tipo-G¨odel, denominadas de geod´esicas fechadas do tipo-tempo ou circuitos geod´esicos causais, permitindo o surgimento de violac¸˜ao na causalidade. Outros ambientes tamb´em geram essa anomalia: o de Gott [7] e o de van Stockum [46]. Essas m´etricas tinham a liberdade de anular o efeito de ac¸˜ao daquelas geod´esicas.

No cap´ıtulo anterior, ´e feito um estudo de teoria da gravidade, com esp´ecie f(R), que ´e a teoria de gravidade de Horava-Lifshitz. Nela, perceberam-se problemas de causalidade para algumas ordens de transformac¸˜ao assim´etrica na escala do espac¸o-tempo de G¨odel (a sa-ber, para ℓ = 1, 2 ou 3). O termo Q ´e quadr´atico na curvatura, disso, ser´a investigado a sua interferˆencia no surgimento das patologias de causalidade do espac¸o tipo-G¨odel.

(43)

6.1 Uma breve revis˜ao sobre a m´etrica de G¨odel

O espac¸o-tempo de G¨odel ´e confeccionado por uma m´etrica que satisfaz as equac¸˜oes relativ´ısticas de campo de Einstein, para uma constante cosmol´ogica negativa. Isso modela um ambiente c´osmico em rotac¸˜ao do tipo-poeira1. A homogeneidade ´e presente nesse espac¸o, apre-sentando eventos reveladores de torc¸˜ao comum em geod´esicas causais, gerando aqueles defeitos de causalidade no tecido do espac¸o godeliano. O comprimento infinit´esimo, ds, de uma linha nesse espac¸o ´e tal que

ds2:= [dt + H(x)dy]2− D2(x)dy2− dx2− dz2, (6.2) onde H(x) = emx e D(x) =e mx √ 2, (6.3)

cujos parˆametros est˜ao relacionados com o conte´udo de mat´eria por

m2= 2Ω2= κ2ρm e Λ= −

κ2

2 ρm< 0, (6.4)

sendoκ a constante de Einstein e Ω, a vorticidade da mat´eria. Note que m e Ω dependem da homogeneidade do espac¸o. Para m´etricas mais gerais, as do tipo-G¨odel, vem

ds2= [dt2+ H( ˜ρ)dϕ]2− D2( ˜ρ)dϕ2− d ˜ρ2− dz2, (6.5) para H′( ˜ρ) D( ˜ρ) = 2Ω e D′′( ˜ρ) D( ˜ρ) = m 2 (Ω 6= 0 e − ∞ ≤ m2≤ ∞). (6.6) Para facilitar, apenas, espac¸os homogˆeneos ser˜ao trabalhados neste cap´ıtulo.

Resolvendo as equac¸˜oes (6.6), s˜ao obtidas trˆes classes de soluc¸˜oes: 1. Hiperb´olicas (m2> 0): D( ˜ρ) = 1 msinh(m ˜ρ) e H( ˜ρ) = 2Ω m2[cosh(m ˜ρ) − 1]; (6.7) 2. Trigonom´etricas (m2= −µ2< 0): D( ˜ρ) = 1 µ sin(µ ˜ρ) e H( ˜ρ) = 2Ω µ2[1 − cos(µ ˜ρ)], e (6.8) 3. Lineares (m2= 0): D( ˜ρ) = ˜ρ e H( ˜ρ) = Ω ˜ρ2. (6.9) De (6.4), a m´etrica de G¨odel ´e recoberta por soluc¸˜oes hiperb´olicas, pois Ω ´e real. Com respeito `a

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