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Análise do grau de maturidade da cultura da segurança do trabalho: estudo de caso

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MARIA ANCILA PASSUELLO DE TOLEDO

ANÁLISE DO GRAU DE MATURIDADE DA CULTURA DA

SEGURANÇA DO TRABALHO: ESTUDO DE CASO.

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

2019

(2)

ANÁLISE DO GRAU DE MATURIDADE DA CULTURA DA

SEGURANÇA DO TRABALHO: ESTUDO DE CASO.

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Obras, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto da Costa, MEng.

CURITIBA

2019

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ANÁLISE DO GRAU DE MATURIDADE DA CULTURA DA

SEGURANÇA DO TRABALHO: ESTUDO DE CASO.

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós Graduação em Gerenciamento de Obras, Departamento Acadêmico de Construção Civil, da Universidade Federal do Paraná – UTFPR – Campus Curitiba, pela banca formada pelos professores:

Banca:

____________________________________________ Prof. Carlos Alberto da Costa, M.Eng (orientador) Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR

_____________________________________________ Prof. Adalberto Matoski, Dr

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR ____________________________________________ Prof. Cezar Augusto Romano, Dr.

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR

____________________________________________ Prof. Massayuki Mário Hara, M.Eng.

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR

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Aos meus pais, pelo exemplo de vida, incentivo e apoio para que eu pudesse conquistar mais essa etapa em minha vida.

Ao meu marido Rodrigo, pelo amor, compreensão, apoio e incentivo.

À Maria Clara e Maria Fernanda, minhas filhas, que mesmo sem muito entender a importância desta etapa, acompanharam e torceram por todo o percurso.

Aos meus irmãos, Elésio e Luca, sempre presentes em meu pensamento, pelas energias positivas enviadas.

Ao meu orientador Prof. Carlos Alberto, por ter aceito e efetivamente participado do desenvolvimento deste trabalho.

Aos professores do programa de Pós-Graduação em Gerenciamento de Obras da Universidade Tecnológica Federal do Paraná pelo conhecimento transmitido ao longo do curso.

À UTFPR, pela oportunidade da realização de mais uma etapa minha trajetória acadêmica.

À empresa que possibilitou utilizar suas obras para o referido trabalho se concretizase.

À todas as pessoas, mesmo não mencionadas, que contribuíram com seus conhecimentos para a realização desta conquista.

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terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro”.

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segurança do trabalho: Estudo de caso. 2019. Monografia (Especialização em gerenciamento de obras) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2019.

O presente trabalho analisou o grau de maturidade da cultura da segurança do trabalho presente em três obras de grande porte no ramo da construção civil na cidade de Curitiba-PR. Para a análise, foram estudadas e adaptadas teorias definindo 5 aspectos para assim, caracterizar o grau de maturidade das obras visitadas. As teorias foram estudadas e adaptadas caracterizando e diferenciando os graus de maturidade no setor definidas as que apresentavam maior impacto e clareza na visão da autora. Após a análise e adaptação foi desenvolvido um questionário com baseado na literatura existente sobre o assunto e realizadas entrevistas junto aos colaboradores das três obras. As questões visam avaliar os aspectos anteriormente citados da cultura de segurança: Confiança, Lições aprendidas, Comprometimento, Comunicação e Conscientização. Após as entrevistas, compilação das respostas e análise de quesitos como: baixo número de acidentes registrados em relação ao tamanho das obras, a eficiência na comunicação e repasse de informações entre os funcionários e técnicos de segurança, os programas de segurança e a contínua implantação de melhorias, a preocupação da empresa com a realização de treinamentos contínuos e os procedimentos de segurança realizados diariamente, verificou-se que as obras possuem alto grau de maturidade da cultura de segurança do trabalho, caracterizado como Avançado pela autora. Contudo devido a pequena amostragem de pesquisa e pelo grupo atuar em vários centros urbanos com diferentes equipes e legislações, inclusive for a do Brasil, não foi possivel afirmar que este seja o grau de maturidade da cultura de segurança do trabalho do grupo como um todo. Sendo assim, indica-se para trabalhos futuros a realização de um comparativo entre um maior número de obras do grupo em diferentes centros de atuação, para que assim se possa afirmar sem restrições o grau de maturidade da cultura de segurança do trabalho do grupo em questão.

Palavras-chave: Segurança do trabalho, Maturidade em segurança do trabalho, Construção civil.

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safety culture: Case study. 2019. Monograph (Specialization in works management) -Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2019.

The present study analyzed the degree of maturity of the work safety culture present in three large construction site in the civil construction sector in the city of Curitiba-PR. For the analysis, theories were studied and adapted where 5 aspects were defined to characterize the degree of maturity of the construction sites visited. After that the theories that differentiated the degrees of maturity in the sector were studied and adapted with those that presented greater impact and clarity in the author's view. After the analysis and adaptation, a questionnaire was developed with questions based on the existing literature on the subject and an interview with the collaborators of the three construction site. The questions aim to evaluate the previously mentioned aspects of the safety culture: Confidence, Lessons Learned, Commitment, Communication and Awareness. After the interviews, compilation of the answers and analysis of questions such as: low number of accidents recorded in relation to the size of the construction site, the efficiency in the communication and transfer of information between the employees and security technicians, the security programs and the continuous implantation of improvements, the company's concern with continuous training and the daily safety procedures, it was verified that these three construction site have a high degree of maturity of the work safety culture, characterized as Advanced by the author. However due to the small sampling of research and the group acting in several urban centers with different working teams and legislation, foreign constructions site, it is not possible to say that this is the degree of maturity of the work safety culture of the group as a whole.

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edifícios...18

Figura 2- Distribuição dos acidentes de trabalho no estado do Paraná – construções de edifícios...19

Figura 3– A evolução da cultura da segurança...21

Figura 4- A evolução da cultura da segurança – KICK-OFF...22

Figura 5– Maturidade da cultura da organizacional na eficácia no programa de segurança. ...23

Figura 6– Modelo do questionário...28

Figura 7 - Sistema de contratação...33

Figura 8– Obra 1...35

Figura 9– Obra 2...35

Figura 10– Obra 3...36

Figura 11- Caracterização do sexo dos entrevistados...37

Figura 12- Caracterização do idade dos entrevistados...37

Figura 13 - Caracterização do grau de escolaridade dos entrevistados...38

Figura 14- Caracterização do tempo de empresa onde é CLT...38

Figura 15- Caracterização do cargo na obra...38

Figura 16- Caracterização do acidentes de trabalho sofridos...39

Figura 17- Caracterização do tempo de afastamento em resposta à pergunta anterior...39

Figura 18- Quanto à confiança – Resultado quanto as informações repassadas pelos colaboradores...40

Figura 19 – Quanto à confiança – Resultado quanto aos meios de informação deisponibilizados pela empresa...40

Figura 20 – Quanto à confiança – Resultado quanto a liberdade para comunicação entre colaboradores e empresa...40

Figura 21 - Quanto à confiança – Resultado quanto aos índices que a empresa utiliza para análise do desempenho da segurança...41

Figura 22 – Resultado global quanto à Confiança na Obra 1...41

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anormais...43

Figura 26 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto a abrangência das análises das ocorrências...43

Figura 27 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto as melhorias em segurança do trabalho...43

Figura 28 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto a informação das análises das ocorrências realizadas...44

Figura 29 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 1...44

Figura 30 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 2...45

Figura 31 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 3...45

Figura 32 - Quanto ao comprometimento – Resultado quanto a participação dos colaboradores nas questões sobre segurança no trabalho...46

Figura 33 - Quanto ao comprometimento – Resultado quanto ao interesse dos colaboradores nas questões sobre segurança no trabalho...46

Figura 34 - Resultado global quanto ao Comprometimento Obra 1...47

Figura 35 - Resultado global quanto ao Comprometimento Obra 2...47

Figura 36 - Resultado global quanto ao Comprometimento Obra 3...48

Figura 37 - Quanto à comunicação – Resultado quanto as informações repassadas pela empresa a respeito da segurança no trabalho tais como, o uso do EPI, palestras sobre segurança, entre outros...48

Figura 38 - Quanto à comunicação – Resultado quanto a canais de comunicação entre empresa e colaboradores...49

Figura 39 - Quanto à comunicação – Resultado quanto ao alcance da comunicação sobre segurança no trabalho dentro da empresa...49

Figura 40 - Resultado global quanto à Comunicação Obra 1...49

Figura 41 - Resultado global quanto à Comunicação Obra 2...50

Figura 42 - Resultado global quanto à Comunicação Obra 3...50

Figura 43 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a integração dentro da empresa com a relação a segurança no trabalho...51

Figura 44 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a realização de auditorias em segurança do trabalho...51

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Figura 46 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a treinamentos realizados em

segurança no trabalho para os colaboradores...52

Figura 47 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a responsabilidade colaborativa para a segurança do trabalho...53

Figura 48 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a prioridade da segurança no trabalho...53

Figura 49 - Quanto à conscientização – Resultado quanto a procedimentos em segurança no trabalho...53

Figura 50 - Quanto à conscientização – Resultado quanto ao tratamento aos terceirizados. ...54

Figura 51 - Resultado global quanto à Conscientização Obra 1...54

Figura 52 - Resultado global quanto à Conscientização Obra 2...55

Figura 53 - Resultado global quanto à Conscientização Obra 3...55

Figura 54- Serra elétrica...56

Figura 55- Quadro elétrico...57

Figura 56 - Questionário para coleta de dados parte 1...66

Figura 57Questionário para coletas de dados parte 2...67

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edifícios...18

Quadro 2- Valores do Alpha de Crombach para cada um dos instrumentos...29

Quadro 3– Aspectos para análise do grau de maturidade da segurança do trabalho segundo autores...31

Quadro 4 – Modelos de maturidade da segurança do trabalho...32

Quadro 5 - Características das obras visitadas...34

Quadro 6 - Características das obras visitadas...36

Quadro 7A – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto Confiança...69

Quadro 8A – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto Lições aprendidas...70

Quadro 9A – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto comunicação...71

Quadro 10A – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto Comprometimento...72

Quadro 11A1 – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto Conscientização...73

Quadro 12A2 – Adaptado do modelo de Gonçalves Filho (2011), classificação do aspecto Conscientização...74

Quadro 13 - Dados coletados nas entrevistas parte ¼...76

Quadro 14 - Dados coletados nas entrevistas parte 2/4...77

Quadro 15 - Dados coletados nas entrevistas parte 3/4...78

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 1. INTRODUÇÃO...14 1 1.1. CONTEXTUALIZAÇAODAPESQUISA...14 2 1.1. PROBLEMA...14 3 1.2. OBJETIVOS GERAL...15 4 1.3. OBJETIVOS ESPECIFICOS...15 5 1.4. JUSTIFICATIVA...15  2. REFERENCIAL TEÓRICO...16

 2.1. CONTEXTUALIZAÇAOE EVOLUÇAODA SEGURANÇADO TRABALHO...16

 2.2. SEGURANÇANACONSTRUÇAOCIVIL...17

 2.2.1. Cultura de segurança...19

 2.2.2. Gestão de Segurança...21

 2.2.3. Maturidade na segurança de trabalho...21

 2.2.4. Indicadores de segurança e medidas de controle...24

 3. DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA...27

 3.1. UNIDADEEDELIMITAÇAODEANALISEEOPRINCIPALPROBLEMA...27

 3.2. SELEÇAODASESTRATEGIASDEPESQUISA...27

 3.3. TECNICASDECOLETADEDADOS...32

 3.4. ESTRATEGIADEANALISEDEDADOS...33

 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES...34

 4.1. ANALISEDOGRAUDEMATURIDADEDE SEGURANÇAPORFATORES...34

 4.1.1. Caracterı́stica das obras visitadas...35

 4.1.2. Caracterı́stica demográ icas da população entrevistada...38

 4.2. ANALISEDACULTURADA SEGURANÇA OBRAA OBRA...40

 4.2.1. Quanto à con iança...41

 4.2.2. Quanto as lições aprendidas...44

 4.2.3. Quanto ao comprometimento...48

 4.2.4. Quanto à comunicação...50

 4.2.5. Quanto à conscientização...53

 4.3. ASPECTOSDACULTURADA SEGURANÇANAEMPRESA...57

 CONCLUSÃO... 61 

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização da pesquisa

De acordo com dados do Ministério da Previdência Social (2016), o setor da construção civil está entre os 10 setores com maior incidência de acidentes de trabalho com 10.533 (1,82%) estando abaixo apenas das atividades: Atividades de atendimento hospitalar (55.752); Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados e supermercados (20.465); Transporte rodoviário de carga (12.322); Administração pública em geral (14.500); Atividades de correio (13.534), dos 578.935 acidentes de trabalho referentes ao ano 2016.

A indústria da construção se destaca como um dos mais desfavoráveis setores de atividades econômicas em matéria de saúde e segurança no trabalho, apresentando elevadas taxas de incidência de acidentes de trabalho. Grande parte desses acidentes decorre de condições de trabalho inseguras, da utilização de equipamentos inadequados, assim como da falta de informação e preparo dos envolvidos nas obras, em todos os níveis hierárquicos.

Segundo Melo (2002) “trata-se de um setor de atividades que apresenta elevados riscos do trabalho em um processo produtivo bastante complexo, com predominância dos fatores humanos, e que consiste fundamentalmente na união em obra de uma grande quantidade e variedade de materiais e componentes”.

1.1. Problema

O presente trabalho pretende responder a seguinte questão: “Qual o grau de maturidade da cultura de segurança do trabalho em três obras de um mesmo grupo”.

Esta questão será respondida através de outras questões: Como a cultura de segurança se apresenta dentro da empresa? Quais são os aspectos para definição da maturidade? A maturidade depende do grupo ou de cada obra?

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1.2. Objetivos Geral

Ao final deste trabalho pretende-se avaliar o grau de maturidade em segurança do trabalho no caso de três obras de um mesmo grupo localizadas na cidade de Curitiba/PR. 1.3. Objetivos Específicos

1. Identificar os aspectos que apresentam relevância na avaliação do grau da maturidade.

2. Mensurar como os colaboradores avaliam o posicionamento da empresa no âmbito da segurança do trabalho nas três obras estudadas.

3. Verificar se o grau de maturidade atribuído as obras individualmente, corresponde ao grau atribuído para o conjunto das três obras estudadas. 1.4. Justificativa

A relevância do tema da segurança e saúde do trabalho na construção não deve ser estudada só pelo fato desta ser uma das atividades com maiores índices de sinistralidade, mas também pela razão de a prevenção de acidentes de trabalho nos canteiros de obras exigir grande especificidade, seja pela natureza específica dos riscos do trabalho como pela temporalidade dos centros de trabalho (as obras) do setor.

O projeto se refere a estudos realizados em torno da análise do grau da maturidade da cultura da segurança do trabalho.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Contextualização e Evolução da Segurança do Trabalho

As mais antigas e admiráveis obras construídas no continente europeu, motivos de orgulho e admiração por toda a humanidade, não fazem, por muitas vezes, parte do questionamento relacionado a acidentes de trabalho. Quantos sofreram acidentes e quantos morreram para que estas obras fossem construídas?

Nos tempos passados a preocupação com mortos e feridos era mínima em decorrência da abundante mão de obra e fácil substituição. Os acidentes decorriam em sua maior parte devido ao manuseio de grandes blocos como nas pirâmides, e de quedas de andaimes sendo que, estes resultam em outras consequencias como inalação de poeira e manipulação das matérias primas.

Atualmente a construção civil sofre um contraste constante entre as condições primitivas de trabalho e metodologias modernas que requerem mão de obra especializada. Com o intuito de promover condições de saúde e segurança nos canteiros de obra, foram criadas as normas regulamentadoras (NR), sendo a NR18 designada a “Obras de construção, demolição e reparos”.

Modificada e ampliada em 1983, revisionada em 1995 a NR18 tornou obrigatória a elaboração do PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da construção pelas empresas da construção civil; possibilitando um maior controle no gerenciamento do ambiente de trabalho e do processo produtivo, incluindo a orientação aos trabalhadores a fim de prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais (ARAUJO, 2002). A inclusão desse programa visa formalizar as medidas de segurança que devem ser obrigatoriamente implantadas nos canteiros de obras com vinte ou mais trabalhadores (empregados e terceirizados) (SILVA et al, 2016).

A versão revisionada de 1995 alterou o título da NR-18 para “Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção” e buscou incorporar o sistema tripartite defendido pela Organização Internacional do Trabalho -OIT, que anseia por consensos por meio do livre debate entre o Estado, trabalhadores e os empresários. Algumas comissões foram criadas para coordenar e aprovar o aperfeicionamento da regulamentação e também para apoiar os debates das Comissões Permanentes: Nacional (CPN), e para buscar a extensão das ações preventivas, sendo elas Regionais (CPR) (GOULART, 2011).

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) constituiu a Norma NB 252/82 em 1982, sendo esta revisada em janeiro de 1983 e renomeada para NBR 7678, tenda esta

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o objetivo de pre estabelecer 17 procedimentos e fixar condições de segurança e higiene em obras e serviços de construção e medidas de proteção. Em 19 de maio de 2006, o Brasil ratificou a Convenção 167 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre segurança e saúde na indústria da construção, que estabelece disposições mínimas relacionadas ao trabalho, bem como outras normas e boas práticas visando aprimorar as condições de trabalho (GOULART, 2011).

2.2. Segurança na construção civil

A segurança do trabalho nos remete a exposição de pessoas e na possibilidade de um acidente acontecer, sendo assim inerente à atividade laboral. Sendo assim, devem ser analizados os fatores que podem resultar em acidentes e adotadas as medidas preventivas para que estes sejam evitados. O trabalho faz parte da vida do ser humano é por meio dele que o homem consegue satisfazer e garantir suas necessidades e a própria sobrevivência. Contudo, estar preparado a conduzir e aceitar novas técnicas, normas e metodologias de produção é requisito para melhores resultados, sendo indispensável à criação e implantação de procedimentos para controle e prevenção de acidentes, por meio da segurança do trabalho (OLIVEIRA, 2012).

A busca pela redução de incidentes e acidentes dentro da organização parte do entendimento da causa raiz dos acidentes. A informação verbal aos colocaboradores não é mais o suficiente, estes precisam de ferramentas para aprender por si próprios como se manter em segurança quando realmente precisarem. A busca por ZERO ACIDENTES é um trabalho contínuo de conhecimento e aprendizagem dos riscos existentes dos processos produtivos (WILSON, 2012).

Deve-se sempre trabalhar com dois fatores quando busca-se o controle e a prevenção de acidentes de trabalho sendo eles: o cumprimento das leis de trabalho e a Comprometimento dos funcionários envolvidos (STEFANO 2008).

Para Sampaio (1998, apud Mortele, 2014) “grande parte dos acidentes, poderiam ser evitados se as empresas tivessem desenvolvido e/ou implantado programas de segurança e saúde no trabalho, bem como oferecer maior atenção à educação e ao treinamento de seus operários”.

O planejamento, o desenvolvimento e o cumprimento de ações e de medidas preventivas são o resultado de uma política de segurança bem implantada, bem como a necessidade de se implantar uma política de educação aos trabalhadores de modo que

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estes passem a compreender, obedecer e cooperar com as normas pré-estabelecidas. (STEFANO, 2008).

Os estudos e leis trabalhistas vêm sofrendo um constante processo de evolução, principalmente desde o início da revolução industrial. As leis referentes à segurança do trabalho estão cada vez mais rigorosas e, consequentemente, a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais é cada vez menor o que pode-se observar nas figuras 1 e 2 produzidas a partir de dados retirados do Ministério da Previdência Social no período de 2010 a 2016 que compõem o quadro 1.

ANO AT - Construção de edi cios com CATTípico - com CATTrajeto - Doenças de trabalho Sem CAT

2010 1403 939 142 13 309 2011 1702 1150 191 11 350 2012 1693 1139 190 8 356 2013 1771 1221 170 14 366 2014 1481 1248 218 11 4 2015 1433 1178 169 6 80 2016 1135 889 158 8 80

Quadro 1- Distribuição dos acidentes de trabalho no estado do Paraná – construções de edifícios. Fonte: Ministérios da Previdência Social, 2016

Figura 1 - Distribuição dos acidentes de trabalho no estado do Paraná – construções de edifícios. Fonte: Ministérios da Previdência Social, 2016

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Figura 2- Distribuição dos acidentes de trabalho no estado do Paraná – construções de edifícios. Fonte: Ministérios da Previdência Social, 2016

Trecho retirado de depoimento de Marcondes Filho (1943), no governo de Getúlio Vargas, em cuja gestão foram elaboradas as leis trabalhistas brasileiras.

Em tempos onde se discute a desigualdade social como nos dias de hoje, é inadmissível que o capital prevaleça sobre o bem-estar do trabalhador, no que se refere à sua segurança pessoal. Discutir segurança do trabalho é discutir sobre justiça social, e aplicá-la é garantir um futuro ao trabalhador e sua família, sem imprevistos de danos físicos ou mesmo mortes.

2.2.1. Cultura de segurança

A cultura organizacional é inerente a cada organização, havendo algumas ou até muitas subculturas. A cultura decorrente de comportamentos e valores compartilhados são notadamente corporativos, ou seja, as principais características são basicamente iguais em todos os subgrupos da corporação. No entanto, cada subgrupo desenvolve sua simbologia, mitos, linguagem, regras, valores, e comportamentos (CAMPOS et al., 2012).

Segundo Hudson (2001), “a cultura empresarial é composta por características comuns e internas da organização, podendo ser invisíveis para os que fazem parte desta. Contudo, para os que fazem parte de outras culturas organizacionais é clara e visível esta informação”. Já a Cultura de Segurança se torna um caso especial dentro da cultura organizacional, devendo ter um tratamento especial a respeito das perocupações relacionadas aos trabalhadores.

A cultura organizacional é vista como um conjunto de valores e crenças compartilhadas, métodos de resolução de problemas e maneira de trabalho. A cultura é normalmente definida como o melhor caminho para o trabalho dentro da organização,

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definindo o compartilhamento entre os membros da organização e tornando esta operável (HUDSON, 2001).

Durante a década de 60 surgiram os primeiros estudos a respeito da cultura organizacional, tendo sido identificada a necessidade do aprofundamento do conhecimento para o auxilio nas organizações e assim, mitigando os impactos no mundo organizacional. Os estudos passaram a chamar mais atenção quando da análise da relação das crenças e valores e seus impactos no comportamento humano, na mudança organizacional e durante o processo produtivo (CAMPOS et al, 2012).

Na década de 80, globalização trouxe para as empresas a necessidade de entender, analisar, e lidar com a cultura organizacional, para assim aproveitar ao máximo possível o processo de adaptação frente às mudanças que ocorriam no cenário empresarial, resultado do avanço tecnológico, competitividades agressiva dos mercados, dentre outros. Sendo assim, o conceito de Cultura Organizacional ressurge a fim de eliminar os receios, oferecendo estruturas e padrões para a melhor adaptação da empresa.

Os valores culturais dos colaboradores podem dificultar a implantação de programas de segurança, caso estes se mostrem resistentes a mudanças.Uma ação que tenha como alicerce a crença, ou seja, o indivíduo ao crer no que está fazendo, deve buscar e acreditar no resultado com o qual se comprometeu (FOSSÁ; PINTO, 2009).

Os valores, as crenças, as atitudes e os pressupostos fundamentais que são partilhados pelos membros de uma organização constituem a essência da cultura organizacional desta empresa (FOSSÁ; PINTO, 2009).

Algumas empresas veem os investimentos em segurança como algo custoso de implementar e que não resultará em nenhum retorno. Acabam esquecendo, entretanto dos custos originados pelos acidentes de trabalho, como perda de tempo, indenizações, diminuição da produtividade, prejuízos no clima e na imagem da empresa. A questão da segurança deve estar inserida na cultura organizacional para que a prevenção se torne item complementardos objetivos da empresa, resultando em melhores condições de trabalho e desempenho, proporcionando a satisfação e bem estar dos colaboradores (FOSSÁ; PINTO, 2009).

A cultura deve ser repassada aos colaboradores através de eventos, treinamentos que transmitam e reforcem as ideias e valores da empresa. Mantendo assim todos os colaboradores integrados, à cultura da organização, reforçando periodicamente os valores da segurança do trabalho (FOSSÁ; PINTO, 2009).

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2.2.2. Gestão de Segurança.

A busca constante pelo controle de riscos nos ambientes de trabalho deriva do melhoramento do bem estar físico, mental e social de todos os colaboradores. O desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão direcionado para a segurança e saúde ocupacional é a saída para mitigar e buscar eliminar tais problemas (ARAÚJO, 2006).

É de extrema importancia que os gestores prestem atenção ao fator humano e a tecnologia utilizada, considerando que uma pequena parte das ocorrências relacionadas a Segurança do Trabalho podem ser diagnósticadas de maneira simples e rápidas, levando a conclusão de que a causa imediata está nos fatores humanos ou alguma questão técnica, mas, grande parte é consequência da falta ou falhas na gestão (PALASIO, 2003)

A padronização de processos é de extrema importancia para a segurança, mantendo os níveis de produção, qualidade e Confiança. Os colaboradores conhecem a maneira padronizada de desempenhar suas atividades, mas podem se desviar delas quando o padrão não é efetivamente a melhor forma de fazer tal atividade. Sendo assim, a busca por padrões efetivamente produtivos e seguros se faz necessária para que o operador não tente burlar o sistema (CARDELLA, 1999).

2.2.3. Maturidade na segurança de trabalho

Primeiramente era possivel diferenciar a cultura da segurança em cinco categorias onde existe o patológico, reativo, calculativo, proativo e construtivo de acordo com a figura 3 (HUDSON, 2001).

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Figura 3– A evolução da cultura da segurança. Fonte: HUDSON, 2001

Sendo que no nível patológico a importancia atribuida a segurança é caracterizada pelo investiemnto básico para suprir o mínimo que a legislação exige; o nível reativo descreve organizações que reagem a incidentes ocorridos; o calculativo a organização possui o sistema de gerenciamento de riscos nos locais de trabalho, contudo não supre todos os aspectos necessários, o proativo é caracterizado por ações preventivas a fim de evitar possíveis incidentes, e por último têm-se o estágio construtivo, onde as questões de segurança começam a a adquirir importancia, diferenciado por ser um sistema integrado de saúde, segurança e meio ambiente, proporcionando a organização conhecimento necessário pra o gerenciamento da segurança do trabalho e continuamente melhorar o sistema e mitigar os riscos, figura 4.

Figura 4- A evolução da cultura da segurança – KICK-OFF. FONTE: HUDSON, 2001

Buscando um método para mensurar a cultura da segurança em uma organização desenvolveu um estudo e determinou um modelo de análise composto por 5 aspectos mais

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utilizados, sendo eles: informação, Lições aprendidas, envolvimento, comunicação e Conscientização (GONÇALVES FILHO et al. 2011)

A informação é decorrente da confiança dos colaboradores na organização para relatar erros, acidentes e incidentes ocorridos. A aprendizagem organizacional é a maneira que a organização trabalha com as informações recebidas, análises realizadas e atitudes tomadas. O envolvimento é a participação dos colaboradores com relação as questões de segurança do trabalho tanto na análise de fatos ocorridos quanto na busca por melhores soluções e na elaboração e revisão de procedimentos. A comunicação é como é realizada a comunicação entre gestores e colaboradores, como as informações chegam aos interessados e se é compreendida por estes. O comprometimento é caracterizado pelos recursos e suportes alocados para a questão da segurança do trabalho e sua gestão.

Outro modelo desenvolvido para identificação da maturidade da cultura de segurança foi o de Fleming (2001). A Figura 5 mostra o modelo em cinco estágios e é aconselhável que uma organização progrida sequencialmente nos níveis, eliminando pontos fracos e exaltando pontos fortes, desenvolvendo o Conscientização dos gerentes, responsabilidades pessoais de seus colaboradores, engajando os colaboradores para aprimoramento da cooperação e desenvolvendo a confiança.

Figura 5– Maturidade da cultura da organizacional na eficácia no programa de segurança. Fonte: FLEMING, 2001

Baseado neste modelo é possível estabelecer o nível de maturidade que a empresa se encontra, dentro dos 5 níveis pré-estabelecidos e descritos a seguir. Para Fleming

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(2001) todo o processo é de aprendizado e crescimento, ou seja, o desenvolvimento de cada estágio de amadurecimento da cultura organizacional é um passo na direção do estágio 5 de melhoria contínua.

Estágio Um – Segurança Emergente: A segurança é vista como parte do cotidiano da organização e a responsabilidade se deve somente ao setor de segurança.

Estágio Dois – Gerenciando: A segurança é vista como parte dos custos e a gestão começa a visar que a grande parte dos acidentes é dada somente pelo comportamento inseguro da linha operacional da organização.

Estágio Três – Envolvendo: A gestão reconhece que há um leque de fatores ocasionando os acidentes e que a causa raiz geralmente está ligada às decisões de gerenciamento. Além disso, uma porcentagem significativa de funcionários da linha operacional aceita a responsabilidade pessoal por sua própria saúde e segurança e está de acordo em trabalhar junto à administração para melhorá-las.

Estágio Quatro – Cooperação: A organização abrange esforços significativos em ações preventivas para precaver acidentes. A maior parte dos funcionários tem a convicção de que a saúde e a segurança são importantes não só na visão econômica, mas como moralmente. Gestores e operadores aceitam que há vários fatores causadores de acidentes e isso implica às decisões de gerenciamento.

Estágio cinco – Melhoria Contínua: A prevenção de acidentes é um valor fundamental da empresa, pois tem confiança em seus processos de segurança. A organização está sempre em busca na melhoria contínua de seus mecanismos de no controle de segurança. Além disso, gestores e operadores possuem a consciência que a prevenção vem em primeiro lugar.

Para que os níveis de maturidade sejam alcançados e o modelo se torne eficaz, alguns critérios específicos devem estar alinhados, como o sistema de gerenciamento de segurança apropriado, as falhas técnicas não sejam a causa raiz de acidentes, a organização esteja em conforme com a lei de saúde e segurança, a segurança do trabalho seja vista como prevenção de acidentes e não como benefício próprio. Ou seja, para a eficácia do modelo, é primordial o cumprimento de dez elementos que baseiam o SCMM, como a visibilidade dos gestores e seu compromisso com a segurança, a comunicação com todos da organização, a produtividade garantindo a segurança, organizações de aprendizagem, recursos de segurança, participação e envolvimento de todos, compartilhamentos do entendimento sobre segurança, Confiança, relações industriais e satisfação no trabalho, treinamento (FLEMING, 2001).

2.2.4. Indicadores de segurança e medidas de controle

Indicadores são instrumentos que avaliam o estado negativo ou positivo do ambiente e as consequências das medidas de desempenho aplicadas. Sendo assim, um indicador de segurança é um parâmetro a partir de um conjunto de parâmetros que fornece informações a respeito de um fenômeno com um significado mais amplo do que aquele diretamente associado com a configuração do parâmetro (PERIS-MORA et al., 2005).

Segundo Souza et al. (1995), indicadores de desempenho “são expressões que representam uma informação gerada, a partir da medição e avaliação de uma estrutura de

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produção, dos processos que a compõem e/ou dos produtos resultantes”. Um indicador refere-se ao comportamento do processo ou produto em relação a determinadas variáveis, tais como, o custo de determinado processo, lucro, retrabalho, conformidade de produtos.de desempenho, podendo ser definido como um resultado atingido em determinado processo ou características dos produtos finais resultantes. Lima (2005) coloca que, “os indicadores constituem-se em instrumentos de apoio à tomada de decisão com relação a uma determinada estrutura, processo ou produto”.

No entanto, a maioria das empresas de construção ainda não fazem uso de indicadores de segurança do trabalho. De uma maneira geral, os indicadores adotados para a gestão da segurança do trabalho são baseados em medições post factum, ou seja, quantificam estatisticamente os incidentes e acidentes, não considerando medidas de monitoramento dos riscos ocupacionais e prevenção de acidentes (LAUFER E LEDBETTER 1986).

A adesão isolada de indicadores relativos à mão-de-obra não mede a eficiência da gestão da saúde e segurança do trabalho; incidentes são sinais de alerta, é necessário que as empresas operem sobre eles; é importante identificar medidas de controle que possam avaliar e mesurar de que forma o controle da segurança está sendo realizado; etc (HOPKINS, 2009).

A análise de medidas isoladas não fornecem subsídios para tomadas de decisão sendo assim, as medidas devem ser analisadas em conjunto. Para Lima Júnior, López-Valcárcel e Dias (2005) “um sistema de indicadores de desempenho é um conjunto de medidas integradas em vários níveis (organização, processos e pessoas).”

A aplicação dos indicadores deve ser monitorada de maneira constante e sistemática, a fim de que os desvios ocorridos sejam rapidamente identificados tornando o processo mais eficaz, com medições em intervalos adequados para as devidas melhorias (DUARTE; LORDSLEEM JR, 2009).

O SINDUSCON/PE (2009) desenvolveu uma pesquisa com 20 construtoras a fim de identificar os indicadores de desempenho utilizados. Foram identificados 173 indicadores pertencentes a 10 processos diferentes, entre eles a segurança do trabalho. Como resultado deste trabalho identificou-se que somente duas das vinte empresas adotavam indicadores de segurança do trabalho, contudo os únicos dois indicadores encontrados eram reativos e não pró ativos, ou seja post factum, número de acidentes por obra durante o ano e o tempo total de afastamento causado por acidente do trabalho/nº médio de funcionários.

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Foram apresentados 11 (onze) indicadores distribuídos em 3 (três) grupos distintos, sendo eles: de prevenção (pre factum), de diagnóstico e de acidentes (post factum). A análise de todos os indicadores deve ser em conjunto para assim fornecer medidas de prevenção, controle de riscos e monitoramento dos processos inerentes a construção civil (DUARTE et al 2011).

Os indicadores que compõem o grupo de prevenção proposto por Duarte et al. (2011) visam medidas de monitoramento de ações pró ativas e são eles:

 índice de satisfação do cliente interno da obra (itens de satisfação: condições e meio ambiente; capacitação; remuneração e relação de pessoas);

 índice de treinamento (monitora intensidade);

 custos totais da segurança em relação aos custos totais da obra (compromisso gerencial)

 índice de rotatividade (média de colaboradores admitidos/demitidos)

Já os indicadores que compõem o grupo de diagnóstico visam medidas de identificação e controle dos riscos de acidentes a partir de quatro indicadores sendo eles:

 Quantitativo – desempenho da obra em relação as condições de segurança e higiene;

 Qualitativo – identificação de itens relativos a NR18 com maior incidencia de desacordos;

 Econômico – representa o passivo convertido em multas;

 Per capta – indicador quantitativo dividido pelo número de colaboradores da obra.

O último grupo de indicadores proposto por Duarte et al. (2011) é o grupo reativo que, corresponde aos acidentes estando focado na avaliação, controle e acompanhamento de acidentes de trabalho, baseados em relatórios e documentos da CIPA e ainda na existencia de dados de outros setores para comparação, sendo eles:

 Taxa de frequencia de acidentes – determinação das condições de segurança em obra, baseada na frequencia de ocorrência de acidentes;

 Taxa de gravidade de acidentes – relação entre o tempo de afastamento do colaborador baseado na intensidade do acidente;

 Índice de custo – relação entre os gastos da previdência solcial com pagamento de beneficios decorrentes de acidentes ocorridos.

Para Neely (1998) apud Navarro (2005), um sistema de medição de desempenho consiste em três elementos inter-relacionados:

a) Medidas individuais que quantificam a eficiência e eficácia das ações; b) Um conjunto de medidas para avaliar o desempenho como um todo;

c) Uma infra-estrutura de apoio que permita a aquisição, coleta, classificação, análise, interpretação e disseminação dos dados.

Diversas mudanças vêm sendo observadas quanto à medição de desempenho nas empresas nas últimas décadas (COSTA, 2003). A utilização de indicadores de desempenho empregada à produtividade física ou de finanças prevalecia até a década de 80 (GHALAYINI et al., 1997; BONELLI et al., 1994).

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3. DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA

3.1. Unidade e delimitação de análise e o principal problema

O grupo de análise foi composto por três edificios residenciais de um mesmo grupo, contudo de empresas diferentes. As obras estavam em diferentes estágios construtivos, sendo eles: estrutura, acabamento de fachada e acabamentos internos. É possível caracterizar as obras da seguinte maneira: cada empreendimento é composto por uma torre, sendo que apenas uma destas obras possui o térreo comercial. As obras estão localizadas na cidade de Curitiba/PR em dois bairros distintos, Ecoville e Boa Vista.

As visitas as obras ocorreram no início do mês de abril do ano de 2019, nos dias em que ocorriam as DSSs nas obras, para que assim já fossem identificados os procedimentos que cada empresa utiliza quando trata de segurança do trabalho.

O principal problema de pesquisa era a identificação do grau de maturidade de três obras de um mesmo grupo operacional e a partir dos dados coletados através de entrevistas verificar se o grau de maturidade poderia ser variável de obra para obra ou se o grupo poderia possuir o mesmo grau de maturidade independente da empresa de gerenciamento.

3.2. Seleção das estratégias de pesquisa.

Este trabalho trata de um estudo de caso com abordagem qualitativa de cunho descritivo e exploratório, que tem como principal objetivo descrever as características de uma determinada população. Logo, o trabalho tem por foco descrever as características da cultura de segurança de uma organização quanto ao seu grau de maturidade, além de correlacionar as variáveis envolvidas.

Quanto aos métodos utilizados no desenvolvimento deste estudo, adotou-se a pesquisa bibliográfica, referenciada em artigos científicos, aplicação de questionários para pesquisa de campo e auxilio no desenvolvimento das entrevistas e composição dos relatórios. Os entrevistados atenderam a critérios previamente estabelecidos:

 trabalhadores das obras escolhidas dos setores disponíveis de acordo com a etapa que a obra de encontra;

 do setor operacional e da gestão de segurança;

Os dados foram coletados nas visitas às três obras da construtora em estudo. O método de coleta de dados utilizado foi o de entrevistas devido ao fato de poder ser

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utilizado com todos os segmentos da população, incluindo analfabetos (MARCONI; LAKATOS, 2008).

Primeiramente foi aplicado o questionário mediante entrevista para identificação e análise de perfil do entrevistado, identificando sexo, idade, grau de escolaridade, estado civil, tempo de empresa, cargo na obra atual, se ocupa posição de chefia, se sofreu algum acidente de trabalho e caso positivo por qual período ficou afastado. Posteriormente foram realizadas entrevistas a partir de questionário adaptado, baseado em Gonçalvez Filho (2011).

Todas as perguntas podem ser respondidas em 5 níveis indo do discordo totalmente para o concordo totalmente nas perguntas positivas e o inverso nas negativas conforme figura 6.

Figura 6– Modelo do questionário Fonte: A autora, 2019.

Para o adequado desenvolvimento da coleta de dados optou-se por desenvolver um questionário baseado na escala Likert com 5 itens Likert. Esta escolha baseou-se em diversos fatores: público alvo das entrevistas, tempo de dedicação dos entrevistados e a clareza e facilidade do método.

A escala Likert foi desenvolvida em 1932 pelo psicólogo Renis Likert para medir de forma mais fiel as atitudes das pessoas, permitindo medir atitudes e conhecer o grau de conformidade do entrevistado com qualquer afirmação proposta.

De acordo com o estudo desenvolvido onde foi realizada a analise das escalas de 3, 5 e 7 pontos. Para a validação quanto a Confiança das escalas, os autores adotaram o Alpha de Cromabach que avalia a extensão que os itens formam em uma escala internamente consistente. No quadro 2 é possível verificar o resultado desta análise (VIEIRA et al., 2008).

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Quadro 2- Valores do Alpha de Crombach para cada um dos instrumentos Fonte: VIEIRA et al, 2008

De acordo com Hair et al. (2005) “é recomendado que o valor deva ser superior a 0,70 para que a escala seja considerada satisfatória, fator identificado nas escalas de 5 e 7 pontos”. Como resultado do estudo a escala de 3 pontos demonstrou-se pouco confiável e com menor capacidade de demonstrar com precisão a opinião do entrevistado. Já a escala de cinco pontos teve, em média, a mesma precisão e mostrou-se mais fácil e mais veloz no uso que a escala de sete pontos. Baseando-se neste estudo, adotou-se a escala de 5 pontos, pois além de maior precisão era necessária a agilidade no canteiro de obras a fim de não prejudicar o andamento dos funcionários (VIEIRA et al., 2008)

Foi desenvolvido o questionário com 21 perguntas relacionadas ao tratamento da segurança do trabalho nas obras, estando dividida em 5 subgrupos sendo eles: 4 para o item que mede a Confiança; 4 para o item de Lições aprendidas; 3 para o item de Comunicação; 2 para o item que mede o Comprometimento e 8 para o item do Conscientização. Além do questionário foram coletadas informações referentes a cada obra com os técnicos de segurança. Foram coletadas também informações sobre o número de acidentes registrados, data de início das obras, data prevista do fim e número de funcionários.

 Confiança

A primeira aborda como os funcionários se portavam frente às ocorrências anormais que ocorrem na obra atual. Nesta questão, a intenção era verificar a confiança e liberdade que os funcionários possuíam ao informar aos seus superiores às ocorrências fora do padrão. A segunda questão levantada refere-se aos meios oferecidos pela empresa para informar as ocorrências anormais, se esta possui canais de comunicação válidos e de resultado. A terceira questão faz referencia a como os colaboradores se sentem para informar estas ocorrências, se eles tem liberdade e confiança na empresa. A última questão sobre este tópico diz respeito a saber se os funcionários tem conhecimento dos índices utilizados pela empresa para a análise do desempenho de segurança.

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 Lições aprendidas

A primeira aborda como a empresa analisa todas as ocorrências anormais que são relatados, quais são os procedimentos, na visão dos colaboradores. A segunda questão levantada refere-se a como são analisadas as ocorrências, se no âmbito local, de obra, ou se são levadas a nível de empresa e lições a aprender. A terceira questão buscou a percepção dos colaboradores quanto a melhorias na área de segurança de trabalho, se eles identificam melhorias realizadas ou não.A última questão sobre este tópico diz respeito a informação sobre os resultados das análises das ocorrências, se estes são informados.

 Comprometimento

A primeira aborda como os colaboradores participam das questões sobre segurança, se já faz parte da rotina e não mais uma obrigação da empresa. A segunda questão levantada refere-se ao interesse de participação nas questões de segurança por parte dos colaboradores.

 Comunicação.

A primeira aborda como a empresa apresenta a necessidade da segurança de todos no ambiente de trabalho sob a ótica do colaborador. A segunda questão levantada refere-se a como é feita a comunicação entre empresa e colaboradores, se a empresa possui algum canal para tratar sobre a segurança do trabalho. A última questão aborda até onde chega a comunicação sobre segurança do trabalho, se chega a todos os colaboradores.

 Conscientização

A primeira aborda como a empresa trabalha com relação a segurança do trabalho dentro da obra, se busca integrar as áreas e mostrar a influência que de um trabalho no outro. A segunda questão levantada faz referencia a auditorias de segurança do trabalho, se acontecem, se se fazem necessárias e como são os procedimentos para ajustes. As duas próximas questões, fazem referencia a investimentos continuos em segurança do trabalho realizados pela empresa e a continuidade de treinamentos de colaboradores. A quinta pergunta faz busca o retrato da segurança do trabalho na empresa e nas obras, se a responsabilidade é somente de uma equipe, ou se além desta equipe todos possuem o senso de responsabilidade por segurança no ambiente de trabalho. As próximas duas questões trazem a tona questões sobre como é tratada a segurança dentro da empresa, se esta é prioridade e se existem procedimentos a serem seguidos. A última

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questão busca identificar como os terceirizados são vistos pela empresa com relação a questão da segurança do trabalho, se eles se sentem parte integrante da contratada.

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3.3. Técnicas de coleta de dados

A primeira coleta de dados foi realizada em 02 de abril de 2019 no período da tarde na obra 1, a segunda em 03 de abril de 2019 no período da tarde na obra 2 e a última em 05 de abril de 2019 no período da manhã na obra 3. As visitas ocorreram em obras de grande porte na cidade de Curitiba-PR.

Para a realização das entrevistas foram seguidos os seguintes procedimentos: a) apresentação do pesquisador, elucidando os motivos da pesquisa.

b) formulação das questões através de conversa para estabelecer maior diálogo. A entrevista contemplou 5 categorias de análise, sendo elas: Confiança, Lições aprendidas, Comprometimento, Comunicação e Conscientização, sendo estes resultado da análise dos modelos desenvolvidos por Gonçalves Filho (2011) e Fleming (2001) conforme quadro 3.

Gonçalves - 5

aspectos Fleming - 10 aspectos Adaptação da autora

1 Informação * Confiabilidade Confiança

2 * Organizações de aprendizagem 3 * Produtividade garantindo a segurança

4 Envolvimento * Participação e envolvimento de todos Comprometimento 5 * Comunicação com todos da organização

6 * Compartilhamentos do entendimento sobre segurança

7 * Visibilidade dos gestores e seu compromisso com a segurança

8 * Recursos de segurança

9 * Relações industriais e satisfação no trabalho

10 * Treinamento Comunicação Aprendizagem organizacional Comprometimento Lições aprendidas Comunicação Conscientização Quadro 3– Aspectos para análise do grau de maturidade da segurança do trabalho segundo autores.

Fonte: A autora, 2019.

Desta maneira,com a avaliação destes aspectos, de acordo com as características das obras visitadas e com os dados coletados foi possível classificar a cultura predominante na organização.

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3.4. Estratégia de análise de dados

No presente trabalho, foi avaliada a relação de dependência entre as características demográficas dos participantes da pesquisa, como idade, escolaridade e setor de trabalho, e o nível de maturidade da cultura de segurança.

Os dados obtidos neste trabalho representam uma característica ou uma qualidade do objeto de estudo e por esta razão são considerados, de acordo com a estatística, nominais. O grau de maturidade de segurança da empresa e das obras analisadas, serão descritas de acordo com a adaptação das definições dadas por Hudson (2011) e por Fleming (2001), quadro 4, onde a autora caracteriza os níveis de maturidade como: Avançado, independente, burocrático, depende e primitivo. Sendo assim, a frequência que cada grau de maturidade apresentar será representada proporcionalmente, indicando assim, os quesitos que a empresa deve aprimorar para apresentar o grau AVANÇADO de maturidade em segurança do trabalho.

Hudson Fleming Adaptação da autora

5 Sustentável Melhoria contínua Avançado

4 Proativo Cooperando Independente

3 Burocrático Envolvimento Burocrático

2 Reativo Gerenciamento Dependente

1 Patológico Emergindo Primitivo

Quadro 4 – Modelos de maturidade da segurança do trabalho. FONTE: A autora, 2019.

Os dados foram analisados no conjunto para a verificação do grau de maturidade da empresa e individualmente para a determinação do grau de maturidade de cada obra analisada, para que assim seja possível verificar se o grau de maturidade é global, ou seja é o mesmo em todas as obras e empresa ou se cada obra apresenta um grau de maturidade em segurança. A variação do grau de segurança de obra para obra pode ocorrer por inúmeras razões, podendo ser decorrente do estágio que se encontra ou até mesmo da difernça na postura da empresa dentro do grupo.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As entrevistas foram realizadas no ambiente de trabalho de forma individual com acompanhamento dos técnicos de segurança do trabalho de cada obra. Foram entrevistados pessoal terceirizado e CLT para verificação do conhecimento e vivência de todos quanto aos processos de segurança do trabalho desenvolvidos pela empresa. Do público total entrevistado conforme a figura 7, constatou-se que 41,7% é CLT e 58,3% é terceirizado contudo, a informação repassada pela empresa é que apenas 10% dos colaboradores são CLT.

Figura 7 - Sistema de contratação Fonte: A autora, 2019

O engenheiro de segurança da empresa é responsável todas as obras e tem como co-responsáveis os técnicos que acompanharam as visitas em cada obra e auxiliaram no detalhamento dos programas de segurança mantidos pela empresa, porém o engenheiro de segurança não fez parte da população de entrevistados já que não está diariamente na obra diferentemente dos técnicos de segurança.

Procurou-se entrevistar o maior número de funcionários possíveis do setor operacional (operários) presente nas obras optando por 20 colaboradores de cada obra. 4.1. Análise do grau de maturidade de Segurança por fatores

As obras visitadas pertencem ao mesmo grupo empresarial, contudo as obras fazem parte do quadro de empresas distintas, que possuem diferentes públicos alvo. O grupo analisado, é considerado de grande porte e possui diversas obras em andamento na cidade de Curitiba-PR, em outras cidades do Paraná-PR e em outros estados. No momento o grupo possui 8 obras em andamento e 27 concluídas na regional de Curitiba e Joinville.

O grupo mantém duas comissões internas de prevenção de acidentes conforme a norma determina, uma para cada empresa do grupo, conforme pode ser verificado no quadro 4 abaixo. As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), cujo número

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de integrantes, é determinado através do número de trabalhadores e de acordo com a Norma Regulamentadora NR 5, a qual estipula o mínimo de membros da CIPA em relação a quantidade de funcionários.

Considerando as três obras visitadas pode-se inferir que houve um total de 2 acidentes registrados no período (data de início –data da visita), porém nenhum com afastamento conforme quadro 5.

Data de início Data de visita Data de entrega Nº de funcionário s próprios Nº de funcionários terceiros Nº de acidentes CIPA

Obra 1 mar/18 02/04/2019 out/20 16 90 2

Obra 3 out/17 05/04/2019 abr/20 11 132 0

Obra 2 jul/18 03/04/2019 jul/20 14 80 0

4 titulares + 4 S uplentes e 8 indicados 2 titulares+ 2 S uplentes e 4 indicados

Quadro 5 - Características das obras visitadas. Fonte: A autora, 2019.

4.1.1. Característica das obras visitadas.

Percebeu-se na visita as obras que os técnicos de segurança são responsáveis por 2 ou 3 obras próximas, os quais são responsáveis por todas as orientações, auxílio aos integrantes da CIPA e possui autonomia para intervir quando ocorrer algo errado. De acordo com a empresa os técnicos de segurança podem ser responsáveis por até três canteiros com uma torre ou um canteiro com esta mesma quantidade de torres.

Em todas as obras da empresa ocorre uma vez por semana as chamadas DSS no início do turno da tarde, onde são tratados assuntos relacionados a segurança, feed back a respeito de problemas já discutidos e seus desenvolvimentos, apresentação dos canais de comunicação da empresa e outras informações relevantes para o momento. Nas DSS (Diálogo Semanal de Segurança) todos podem se manifestar e apresentar problemas identificados para a melhoria da segurança e rendimento dos trabalhos.

Durante a visita à obra identificada como 1, na data 02/04/2019 na presença do técnico de segurança co-responsável pela segurança do trabalho, estando em fase de levantamento de estrutura.

A obra 1, figura 8, é composta por uma torre com 8 apartamentos por andar, de área privativa entre 64,29m² e 98,17m². As DSS ocorrem todas as terças feiras as 13:00

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horas no espaço do refeitório e na presença de todos os colaboradores envolvidos na etapa da obra.

Figura 8– Obra 1. Fonte: A autora, 2019.

A obra 2, figura 9, foi visitada no dia 03/04/2019 na presença do técnico de segurança co-responsável pela segurança do trabalho, estando em fase de fachada. A obra 2 é composta por uma torre com 4 apartamentos por andar, de área privativa entre 109,00m² e 112,00m². As DSS ocorrem todas as quartas feiras as 13:00 horas no espaço do refeitório e na presença de todos os colaboradores envolvidos na etapa da obra.

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A obra 3, figura 10, foi visitada no dia 05/04/2019 na presença do técnico de segurança co-responsável pela segurança do trabalho, estando em fase acabamentos. A obra 3 é composta por uma torre com 8 apartamentos por andar, de área privativa entre 64,00m² e 100,00m². As DSS ocorrem todas as quartas feiras as 13:00 horas no espaço do refeitório e na presença de todos os colaboradores envolvidos na etapa da obra.

Fonte: A autora, 2019.

Resumo das três obras visitadas para a realização do estudo de caso, onde: dia DSS é o dia da semana quando ocorrem as DSS, E é a identificação da empresa do grupo responsável pela obra, T é a quantidade de torres do empreendimento, aptos por andar é quantidade de apartamentos por andar, andares é a quantidade de andares da torre, quantidade total de aptos é a quantidade de apartamentos total da torre e áreas é a variação das áreas construídas privativas das unidades; conforme quadro 6.

data visita dia DSS E T

aptos por andar andares quantidade total de aptos Áreas Obra 1 02/04/2019 terça-feira 1 1 8 21 168 64,29m² a 98,17m² Obra 2 03/04/2019 quarta-feira 2 1 4 28 112 109,00m² a 112,00m² Obra 3 05/04/2019 terça-feira 1 1 8 12 96 64,00m² a 100,00m² Quadro 6 - Características das obras visitadas.

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4.1.2. Característica demográficas da população entrevistada.

As figuras demonstram o público entrevistado no âmbito das três obras visitadas. Analisando o público entrevistado percebeu-se:

1- O público feminino está lentamente sendo inserido no setor. Que a grande

maioria é composta por homens (83,3%), sendo que os outros 16,7% (10 mulheres) correspondem à totalidade de mulheres nas três obras visitadas (figura 11).

Figura 11- Caracterização do sexo dos entrevistados Fonte: A autora, 2019.

2- A mão de obra da construção civil tem se inserido no mercado de trabalho muito cedo (antes dos 20 anos), em sua grande maioria por influência da família e por ser um nicho atuação onde a qualificação não é necessária para inserção. Verificou-se que mesmo após os 50 anos (15% da amostra) o colaborador permanece no posto de trabalho, a maioria dos colaboradores está compreendido na faixa etária de 26 a 45 anos, correspondendo a 63,3% (figura 12). Esta população

Figura 12- Caracterização do idade dos entrevistados Fonte: A autora, 2019.

6,7%

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3- O grau de escolaridade também não é um fator de destaque em meio aos entrevistados, onde ao mesmo tempo que verifica-se 25% sem concluir o ensino fundamental, têm-se 26,7% com 2º grau completo e 13,3% com superior completo (figura 13).

Figura 13 - Caracterização do grau de escolaridade dos entrevistados Fonte: A autora, 2019.

4- O mercado da construção civil ainda apresenta alto grau rotatividade dos colaboradores considerando que 45% está na empresa atual (terceirizada ou não) há menos de 2 anos em contraponto,36,7% dos trabalhadores na mesma empresa no período de 6 a 15 anos e 3% a mais de 15 anos (figura 14).

Figura 14- Caracterização do tempo de empresa onde é CLT Fonte: A autora, 2019.

5- A composição da amostra de entrevistados em sua maioria é composta por serventes (33,3%) e encarregados (28,3%) (figura 15).

Figura 15- Caracterização do cargo na obra Fonte: A autora, 2019. 1,7% 3,3% 3,3 % 5,0 % 5,0 % 5,0 % 3,3 % 3,3 %

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6- Os colaboradores foram questionados se já haviam sofrido algum acidente enquanto trabalhadores na construção civil, apenas 13,3% disseram já ter sofrido algum tipo de acidente com afastamento de ocupação. Destes, 50% ficou afastado até 7 dias e 25% mais de três meses (figuras 16 e 17).

Figura 16- Caracterização do acidentes de trabalho sofridos. Fonte: A autora, 2019.

Figura 17- Caracterização do tempo de afastamento em resposta à pergunta anterior. Fonte: A autora, 2019.

4.2. Análise da cultura da Segurança Obra a Obra

Serão apresentados os resultados individuais por obra visitada dentro dos 5 aspectos pré definidos para a análise do grau de maturidade de cada uma das obras utilizadas para a realização do estudo de caso.

Cada obra se encontra em uma etapa construtiva podendo apresentar diferentes níveis de maturidade como consequencia dos colaboradores envolvidos no processo.

Através da análise dos 5 aspectos sendo eles: confiança, lições aprendidas, comprometimento, comunicação e conscientização, será possível identificar o grau de maturidade por obra e comparar com o grau atingido pela empresa na análise do conjunto das três obras visitadas, não podendo afirmar que o grau atingido corresponda a empresa como um todo em decorrência da amostra ser muito limitada e a empresa atender diversas áreas do Brasil e exterior.

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4.2.1. Quanto à confiança.

Quando foi abordado como os funcionários se portavam frente às ocorrências anormais que ocorrem na obra, verificou-se que 41,7% acreditam que todas as ocorrências são informadas, independente da gravidade, conforme a figura 18.

Figura 18- Quanto à confiança – Resultado quanto as informações repassadas pelos colaboradores. Fonte: A Autora, 2019.

De acordo com 86,7% dos entrevistados, a empresa possui canais de comunicação válidos e que apresentam resultados, conforme a figura 19.

Figura 19 – Quanto à confiança – Resultado quanto aos meios de informação deisponibilizados pela empresa.

Fonte: A Autora, 2019.

Com relação a como os colaboradores se sentem para informar as ocorrências, 71,7% dos entrevistados disseram ter liberdade e confiança na empresa para qualquer tipo de relato, conforme a figura 20.

Figura 20 – Quanto à confiança – Resultado quanto a liberdade para comunicação entre colaboradores e empresa.

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Para os colaboradores entrevistados, 51,7% acredita que a empresa trabalhe com oujtros índices para a análise do desempenho de segurança, conforme a figura 21.

Figura 21 - Quanto à confiança – Resultado quanto aos índices que a empresa utiliza para análise do desempenho da segurança.

Fonte: A Autora, 2019.

O grau de maturidade identificado na obra 1 quanto a CONFIANÇA com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme a figura 22, possuindo 53,75% de todas as respostas.

Figura 22 – Resultado global quanto à Confiança na Obra 1. Fonte: A Autora, 2019.

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O grau de maturidade identificado na obra 2 quanto a CONFIANÇA com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme a figura 23, possuindo 70% de todas as respostas.

Figura 23 - Resultado global quanto à Confiança Obra 2 Fonte: A Autora, 2019.

O grau de maturidade identificado na obra 3 quanto a CONFIANÇA com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme a figura 24, possuindo 65% de todas as respostas.

Figura 24 - Resultado global quanto à Confiança Obra 3 Fonte: A autora, 2019.

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4.2.2. Quanto as lições aprendidas

Na visão de 70% dos colaboradores, a empresa analisa todas as ocorrências anormais que são relatadas, 28,3% acredita que a maioria das ocorrências são analisadas e 1,7% não sabe.

Figura 25- Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto as análises de ocorrências anormais. Fonte: A autora, 2019.

Para 71,7% dos colaboradores entrevistados, a análise das ocorrências abrange o grupo como um todo, servindo como temas de discussões nas DSS semanais, e reuniões da CIPA auxiliando e informando a todos a fim de evitar que as ocorrências se repitam em diferentes obras e setores, conforme a figura 26.

Figura 26 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto a abrangência das análises das ocorrências

Fonte: A autora, 2019.

A grande maioria dos entrevistados identifica as melhorias em segurança que a empresa realiza, somando 81,7% do total dos colaboradores, conforme a figura 27.

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Figura 27 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto as melhorias em segurança do trabalho. Fonte: A autora, 2019.

(45)

De acordo com 80% dos entrevistados, as informações sobre os resultados das análises das ocorrências são repassadas a todos nos encontros semanais, conforme a figura 28.

Figura 28 - Quanto as lições aprendidas – Resultado quanto a informação das análises das ocorrências realizadas.

Fonte: A autora, 2019.

O grau de maturidade identificado na obra 1 quanto a LIÇÕES APRENDIDAS com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme a figura 29, possuindo 70% de todas as respostas.

Figura 29 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 1 Fonte: A autora, 2019.

(46)

O grau de maturidade identificado na obra 2 quanto a LIÇÕES APRENDIDAS com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme o figura 30, possuindo 88,75% de todas as respostas.

Figura 30 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 2 Fonte: A autora, 2019.

O grau de maturidade identificado na obra 3 quanto a LIÇÕES APRENDIDAS com relação a segurança do trabalho é de AVANÇADO, conforme a figura 31, possuindo 68,75% de todas as respostas.

Figura 31 - Resultado global quanto as Lições aprendidas Obra 3 Fonte: A autora, 2019.

(47)

4.2.3. Quanto ao comprometimento

A questão 22 sobre o comprometimento dos colaboradores indica um engajamento relevante considerando que 48,3% concordam e 46,7% concordam completamente com a afirmação apresentada sobre se a segurança já faz parte da rotina e não mais é apresentada como uma obrigação da empresa, conforme a figura 32.

Figura 32 - Quanto ao comprometimento – Resultado quanto a participação dos colaboradores nas questões sobre segurança no trabalho.

Fonte: A autora, 2019.

Já a questão 23 faz referência ao interesse de participação nas questões de segurança por parte dos colaboradores, o que causou bastante espanto quando da compilação dos resultados o tamanho descaso pela própria segurança da maioria dos colaboradores, já que 36,6% não demonstram interesse nas questões sobre segurança, conforme a figura 33.

Figura 33 - Quanto ao comprometimento – Resultado quanto ao interesse dos colaboradores nas questões sobre segurança no trabalho.

(48)

O grau de maturidade identificado na obra 1 quanto ao COMPROMETIMENTO com relação a segurança do trabalho é INDEPENDENTE, conforme a figura 34, possuindo 40% de todas as respostas. Neste item a obra apresenta melhor resultado que a empresa como um todo, considerando que apresenta o crescimento e desenvolvimento no sentido de atingir a AVANÇADO (37,5%).

Figura 34 - Resultado global quanto ao Comprometimento Obra 1 Fonte: A autora, 2019.

O grau de maturidade identificado na obra 2 quanto ao COMPROMETIMENTO com relação a segurança do trabalho é INDEPENDENTE, conforme a figura 35, possuindo 45% de todas as respostas. Neste item a obra apresenta melhor resultado que a empresa como um todo, considerando que apresenta o crescimento e desenvolvimento no sentido de atingir a AVANÇADO (37,5%).

Figura 35 - Resultado global quanto ao Comprometimento Obra 2 Fonte: A autora, 2019.

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