CEPA 2
PONTO 3
Giselda Mandarim
, solteira, domiciliada na Comarca Mauá, doou um
imóvel que está localizado em Presidente Prudente ao seu sobrinho
Agenor Mandarim
, casado pelo regime da comunhão universal de
bens com
Andréa Pires
, reservando para si usufruto vitalício.
Giselda
celebrou contrato de locação com
Antunes Pederneiras
, que,
malgrado a promessa de que seria um bom inquilino, não vem
honrando as prestações locatícias, cujo valor mensal é de R$ 500,00
(quinhentos reais). Diante desse inadimplemento,
Giselda
ingressou
com ação de despejo por falta de pagamento, cujo pedido, nada
obstante
confessado
expressamente
por
Antunes
em
sua
contestação, não foi julgado pelo magistrado, que preferiu extinguir
o processo sem resolução de mérito sob o argumento de que
somente o proprietário do imóvel é que poderia pretender a
retomada judicial, condenando Giselda a pagar as custas processuais
e os honorários advocatícios que fixou em R$ 5.000,00 (cinco mil
reais). A sentença foi publicada faz sete dias.
Questão: Na qualidade de advogado de
Giselda
prepare a petição
cabível na espécie.
Cabimento
Art. 1.009 do da sentença caberá apelação.
Art. 203, § 1.º: “sentença é o pronunciamento por
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 e 487,
põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum
, bem como extingue a
execução”
Estrutura
A apelação será interposta por petição dirigida ao juiz da causa e conterá (art. 1.010 do CPC):
nomes e qualificação das partes, fundamentos de fato e de direito e pedido de nova decisão.
- petição de interposição, ao juízo a quo, constarão: a) dados básicos de identificação;
b) o cumprimento dos requisitos de admissibilidade (Art. 1.007 do CPC: deverá ser comprovado o preparo e o recolhimento das despesas de
porte de remessa e retorno);
c) pedido de recebimento do recurso (art. 1.012 do CPC); d) encaminhamento ao Tribunal competente.
Conclusão: requerimento para que seja o seu recurso recebido, conhecido
e, após regularmente processado, encaminhado ao Tribunal competente
Petição de Interposição
Importante para Exames de Ordem:
- salientar a tempestividade do recurso, caso haja
questões relativas ao prazo (ex.: art. 229 do CPC);
- menção ao pedido de retratação, caso se trate de
apelação contra indeferimento de petição inicial.
(art. 331 do CPC, requerendo que o juiz a quo
reconsidere sua sentença ou, caso assim não
entenda, encaminhe os autos ao segundo grau) ou
improcedência liminar do pedido (art. 332, § 3º).
Razões do Recurso
Formato:
1 - saudação aos julgadores do Tribunal.
2 – apresentação dos fundamentos de fato (com uma
breve síntese da demanda) e de direito (art. 1.010, II).
3 – apresentação dos fundamentos jurídicos que
embasam a impugnação à decisão recorrida.
4 - o pedido de nova decisão, com provimento ao
recurso
Razões de Recurso
Importante para Exame de Ordem
Anulação: se o vício da decisão for de procedimento (de
atividade, de forma: error in procedendo, em violação a
regras processuais), o pedido será de anulação da decisão,
com retorno dos autos ao primeiro grau para a prolação de
nova sentença.
Reforma: Já se o erro for de juízo (de análise dos fatos ou do
direito, de julgamento: error in judicando), o pedido deverá
ser de reforma da decisão pelo próprio Tribunal.
Resumo: Interposição
1 - encaminhamento ao juiz de primeiro grau;
2 - qualificação/indicação das partes e do recurso;
3 - pedido de conhecimento do recurso;
4 - pedido de recebimento do mesmo no efeito duplo
(ou devolutivo);
5 - encaminhamento ao Tribunal competente;
6 - requerimento da juntada da guia de preparo/porte
de remessa e retorno.
(Possíveis outros elementos: reconsideração pelo juiz – arts.
331 ou 332, § 3º ambos do CPC) – e justificação de
tempestividade – art. 229 do CPC.)
Resumo: Razões
1) preâmbulo: dados do processo e saudação aos
julgadores;
2) fatos/breve síntese da demanda;
3) do direito: fundamentação jurídica.
3.1) Há questão processual a ser resolvida?
Sim - pedir que seja reconhecida com a conseqüente
extinção do processo sem julgamento de mérito ou, pedir a
anulação da decisão, com o retorno dos autos ao 1.º grau.
3.2) Houve erro do juiz quanto ao mérito, violando o
direito material? Se
Sim - demonstrar, fundamentando, e
pedir a reforma da decisão.
4) Pedido de nova decisão:
anulação ou reforma – ou ambos, subsidiariamente.
5) Data e indicação do nome do advogado/número da
OAB.
Exemplo
Problema (OAB/SP. Exame 104. Ponto 2):
“Vistos, etc. Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação, abrangendo o período de agosto de 2014 a abril de 2015, tendo sido atribuído à causa o valor correspondente a doze meses de aluguel, ou seja, R$ 3.600,00. O valor atribuído à causa, no entanto, remete a discussão aos juizados especiais cíveis criados e instalados pela Lei n. 9.099/95, cuja aplicação às causas de valor inferior ao estipulado no art. 3.º, inciso I, é obrigatória, razão pela qual é desses juizados especiais a competência exclusiva para processar e julgar a ação proposta. Como se trata de competência absoluta, pois determinada em razão da matéria, indefiro a petição inicial e julgo extinto o processo, nos termos do art. 267, I, do Código de Processo Civil. São Paulo, 11 de março de 2016. DOE de 16 de março de 2016”.
QUESTÃO: Como advogado(a) do autor da ação, interponha o recurso cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE (juízo de 1.º grau em que tramitou a
demanda – art. 1.010, caput, do CPC)
(dez linhas)
Processo nº (número)
(APELANTE), já devidamente qualificado nos autos, por seu advogado devidamente constituído nos autos da ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação que move em face de APELADO, também já devidamente qualificado nos autos, inconformado com a r. sentença de fls., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do CPC, interpor tempestivamente a presente APELAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que ficam fazendo parte integrante desta.
Em consonância com o art. 331 do CPC, requer o apelante que V. Exa. reconsidere sua decisão, reformando-a e permitindo o andamento regular do processo. Caso assim não entenda V. Exa., requer então o conhecimento, recebimento e remessa dos autos imediatamente ao Tribunal competente, de acordo com o parágrafo único do mesmo dispositivo.
Nos termos do art. 1.012 do CPC, requer seja o presente recurso
conhecido e recebido no efeito suspensivo.
Requer ainda que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, esperando-se que o recurso, uma vez conhecido e processado na forma da lei, seja integralmente provido.
Informa, outrossim, que nos termos do art. 1.007 do CPC, o devido preparo foi recolhido, o que se comprova pela guia devidamente quitada que ora se junta aos autos.
Termos em que Pede deferimento. Cidade, data.
(nome do advogado) OAB/SP nº (número)
RAZÕES DE RECURSO Apelante: (nome e sobrenome)
Apelado: (nome e sobrenome) Processo nº: (número)
Vara de Origem
Egrégio Tribunal Colenda Câmara Nobres Julgadores BREVE SÍNTESE DOS FATOS
As partes celebraram contrato de locação. A partir de agosto de 2014, o apelado deixou de pagar os aluguéis; tal situação persistiu até abril de 2015, o que motivou o apelante a ingressar com a presente ação de despejo por falta de pagamento, atribuindo ao valor da causa, conforme dispõe a lei, doze vezes o aluguel mensal, totalizando R$ 3.600,00.
Distribuída a petição inicial, o juiz proferiu sentença extinguindo o processo sem resolução do mérito, sob o fundamento de que o valor dado à causa remetia a discussão, obrigatoriamente, aos Juizados Especiais Cíveis. Afirmou o magistrado a obrigatoriedade da utilização do procedimento especial previsto por tal lei: por se tratar de competência em razão de matéria, absoluta, não comportaria prorrogação para outro juízo.
DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO/ DA IRRESIGNAÇÃO
Da incompatibilidade lógica da decisão
A fundamentação do juiz a quo padece de vício intrínseco, devido a um grave vício de lógica. O próprio magistrado afirma que, em razão do valor da causa, esta deveria ser proposta no Juizado Especial Cível. Todavia, posteriormente alega sua suposta competência em razão da matéria. Afinal, a competência do Juizado Especial seria em decorrência de valor da causa ou da matéria?
A sentença ora impugnada não pode prevalecer, por sua fundamentação em total descompasso com seu próprio teor. Tal situação, por certo, macula de forma grave seu conteúdo, prejudicando a motivação da decisão em clara violação ao art. 93, X, da Constituição da República.
Ademais, ainda que a r. decisão seja considerada formalmente em ordem, o que se admite somente para argumentar, cumpre ressaltar que o d. juiz de primeiro grau não aplicou de forma correta o direito ao indeferir a petição inicial, já que esta é absolutamente apta a dar início à presente demanda judicial.
Do erro sobre a competência do Juizado Especial
Diferentemente do afirmado na sentença, o sistema do Juizado Especial não é obrigatório, mas facultativo.
O critério escolhido pelo legislador, na Lei 9.099/95, para fixar a competência deste órgão julgador, envolve a consideração do valor da causa. Sua natureza é relativa, cabendo modificação pela vontade dos interessados. Nesse sentido, podem ser citados precedentes judiciais e entendimentos doutrinários.
Dessa forma, ainda que em tese se admita a incompetência do Juízo, o que se admite apenas ad argumentandum, jamais poderia ser decretada ex officio.
Percebe-se, assim, que a obrigatoriedade mencionada pelo r. juiz a quo não existe, tratando a hipótese de opção do titular da pretensão o ingresso de demanda judicial perante a Justiça que lhe parecer mais conveniente.
Merece destaque ainda o fato de que o art. 3.º da Lei 9.099/95 prevê que apenas nos casos ali previstos pode a parte optar pelo Juizado.
Tal dispositivo, em seu inciso III, prevê que sejam julgadas no Juizado Especial apenas as ações de despejo para uso próprio, o que afasta de forma peremptória a possibilidade do ingresso de ação de despejo por qualquer outro motivo, como a falta de pagamento, que é o caso dos autos.
Dessa forma, ainda que exista facultatividade na escolha do Juizado, esta somente pode existir quando respeitado o art. 3.º da Lei 9.099/95. No caso em tela, na verdade, existe sim obrigatoriedade, mas não pelo Juizado Especial como entendeu o magistrado de primeiro grau, mas sim pela Justiça Comum. Percebe-se, assim, o equívoco da decisão de primeiro grau.
DO PEDIDO DE REFORMA
Diante de todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido,
anulando-se a sentença ora combatida, por evidente e manifesto vício de incompatibilidade lógica e pela errônea aplicação da lei, remetendo-se os autos ao primeiro grau de jurisdição para que a presente demanda possa ter seu regular trâmite perante o Juízo ao qual foi originalmente distribuída e pelo rito procedimental escolhido pelo apelante.
Termos em que Pede deferimento.
Cidade, data.
(nome do advogado) OAB/SP nº (número)
Exemplo - 2
Maria Lúcia Ferreira, solteira, domiciliada na Comarca Santos, doou um imóvel que está localizado em São José dos Campos ao seu sobrinho Estanislau Ferreira, casado pelo regime da comunhão universal de bens com Andréa Pires, reservando para si usufruto vitalício. Maria Lúcia celebrou contrato de locação com Doralício Milhomen, que, malgrado a promessa de que seria um bom inquilino, não vem honrando as prestações locatícias, cujo valor mensal é de R$ 500,00. Diante desse inadimplemento, Maria Lúcia ingressou com ação de despejo por falta de pagamento, cujo pedido, nada obstante confessado expressamente por Doralício Milhomen em sua contestação, não foi julgado pelo magistrado, que preferiu extinguir o processo sem resolução de mérito sob o argumento de que somente o proprietário do imóvel é que poderia pretender a retomada judicial, condenando Maria Lúcia a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios que fixou em R$ 5.000,00. A sentença foi publicada faz sete dias.
Questão: Na qualidade de advogado de Maria Lúcia prepare a petição cabível na espécie.
O EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1.ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ESTADO DE SÃO PAULO
(espaço)
Autos n. 0004478-11.2011.8.26.0000
MARIA LÚCIA FERREIRA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe,
vem, por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente, nos termos dos
art. 1.009 do CPC e demais dispositivos aplicáveis, interpor a presente
APELAÇÃO, buscando reformar a r. decisão recorrida que não reconheceu a
legitimidade ativa ad causam da autora em face réu DORALÍCIO MILHOMEN, ora apelado (já qualificado), nos autos da ação de despejo por falta de pagamento, que tramita pelo rito ordinário, tendo sido indevidamente extinto o processo sem resolução de mérito
Nesses termos, requer a apelante que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Espera-se que o recurso, uma vez conhecido e processado na forma da lei, seja integralmente provido.
Junta o apelante comprovante do recolhimento de preparo e porte de remessa e retorno
Termos em que
Pede e espera deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB.
RAZÕES DE APELAÇÃO Dados de origem
Processo n. 0004478-11.2011.8.26.00443333/2004 1.ª Vara Cível de São José dos Campos
Apelante: MARIA LÚCIA FERREIRA Apelado: DORALÍCIO MILHOMEN
Egrégio Tribunal, Colenda Turma, Ínclitos Julgadores:
I – EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO
Trata-se de apelação interposta de r. sentença que declarou a ilegitimidade passiva da autora para figurar na ação de despejo por falta de pagamento em razão de são ser a mesma proprietária do imóvel em questão.
Com a devida vênia, não merece prosperar a r. sentença recorrida, pois nada impede que a autora seja locadora do imóvel como a seguir demonstraremos.
II – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA R. DECISÃO
Com o respeito devido ao órgão prolator da r. decisão, tal entendimento não deve prevalecer.
O Código Civil é claro ao dispor sobre a possibilidade do usufrutuário promover a locação do imóvel que detenha a posse, vejamos:
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos.
Para evitar qualquer dúvida, trazemos à colação didática decisão do TJSC:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL COMERCIAL. AVENTADA INEXISTÊNCIA DE CONTRATO LOCATÍCIO. NEGÓCIO FIRMADO POR NÃO PROPRIETÁRIO. TEMÁTICA RECHAÇADA. AVENÇA DEVIDAMENTE CARACTERIZADA. PRETENSÃO DE
USUCAPIÃO. INVIABILIDADE. FALTA DO ANIMUS DOMINI. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
“Locação é o contrato pelo qual uma pessoa dá a outra, em caráter temporário, o uso e gozo de coisa infungível, mediante remuneração. Chama-se locador quem dá o bem em locação, e locatário ou inquilino quem recebe o bem. Como regra, o proprietário de uma coisa é quem
pode dá-la em locação, mas, não apenas ele. Assim, quem tem a livre disposição do uso e gozo de uma coisa pode juridicamente entregá-la em locação, seja pessoa natural ou física, seja pessoa jurídica. Locador, portanto, pode ser o proprietário (CC/2002, art. 1.228) e
também outras pessoas, como o usufrutuário (CC/2002, art. 1.394), o comodatário (CC/2002, art. 579), o possuidor (CC/2002, art. 1.196), o fiduciário (CC/2002, art. 1.953), o pai e a mãe,
como administradores legais dos bens dos filhos (CC/2002, art. 1.689, II),
o mandatário (CC/2002, art. 653 e art. 667), o próprio locatário, se consentir o
locador (art. 13 desta Lei), o espólio (representado pelo inventariante, CPC, art. 991, II), o condomínio edilício (pelo síndico, CC/2002, art. 1.347, uma vez que foram revogados os artigos 1º a 27 da Lei 4.591/64), o condômino que administra a coisa comum sem oposição dos outros, porque se presume mandatário comum (CC/1916, art. 640) ou representante comum (CC/2002, art. 1.324)” (SANTOS, Gildo dos. Locação e despejo. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p.58). É de notoriedade que o imóvel dado em contrato de locação não pode ser usucapido, diante da carência do animus domini.
(541335 SC 2011.054133-5, Rel.: Fernando Carioni, Julg.: 01/09/2011, 3ª Câm. de Direito Civil, Apelação Cível, de Tubarão) (destacamos em negrito)
Portanto, nenhuma dúvida pode restar no tocante à legitimidade da parte autora, cabendo a reforma da r. sentença, tendo em vista que a lide comporta julgamento por ser questão exclusivamente de direito.
Entretanto, caso outro seja o entendimento do colegiado, requer-se seja reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, ora apelante, com a consequente anulação da r. sentença e devolução dos autos para o prosseguimento do feito com a prolação de sentença de mérito.
Em atenção ao princípio da eventualidade, e na remota hipótese de não ser reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, impõe-se a reforma do julgado no tocante aos honorários advocatícios.
Como se depreende do decido nos autos, restou a autora condenada a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Ocorre, porém, que tal fixação afronta o disposto nos parágrafos do art. 85 do CPC, vejamos:
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
(...)
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º.
Ora, como o valor da causa foi de R$ 6.000,00, conforme determinado por lei, o valor da verba honorária jamais poderia ultrapassar o patamar de R$ 1.200,00, a teor do que determina o § 2º do art. 85 do CPC.
Com efeito, a verba horária deverá ser revista e fixada em valores adequados ao caso concreto, a saber, no montante de dez por cento sobre o valor da causa.
III – CONCLUSÃO
Diante do exposto nesta apelação, é certo que a r. decisão recorrida merece reforma, razão pela qual pede o apelante:
a) que esse E. Tribunal admita o recurso e lhe dê provimento para reconhecer o erro presente na r. decisão recorrida, reformando-a para julgar procedente o pedido da autora; ou
b) reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, diante da impossibilidade de reforma, que seja anulada a r. sentença com a devolução dos autos para o prosseguimento do feito; ou
c) não acolhida a legitimidade para parte autora, que seja reformada a r. sentença no tocante à fixação da verba honorária, tendo em vista sua incorreção pela violação do § 2º do art. 85 do CPC
Cidade, data. Advogado, OAB.