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Ocorrência de cloro residual combinado no sistema de distribuição de água de Campina Grande (PB).

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(1)

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais

Departamento de Engenharia Civil

OCORRENCIA DE CLORO RESIDUAL COMBINADO

NO SISTEMA DE DISTRIBUIQAO DE

AGUA DE CAMPINA GRANDE (PB)

RIVEKA MONTEIRO GUIMARAES

C a m p i n a G r a n d e

D a t a : MARQO/2010

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C A M P U S I - C A M P I N A G R A N D E

OCORRENCIA DE CLORO RESIDUAL COMBINADO NO SISTEMA DE

DISTRIBUICAO DE AGUA DE CAMPINA GRANDE (PB)

RIVEKA MONTEIRO GUIMARAES

C A M P I N A G R A N D E - P B M A R C O - 2 0 1 0

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O C O R R E N C I A D E C L O R O R E S I D U A L C O M B I N A D O N O S I S T E M A D E D I S T R I B U I Q A O D E A G U A D E C A M P I N A G R A N D E ( P B ) Dissertacao a p r e s e n t a d a a o Curso d e M e s t r a d o e m E n g e n h a r i a Civil e A m b i e n t a l d a Universidade F e d e r a l d e C a m p i n a G r a n d e - U F C G , e m c u m p r i m e n t o a s exigencias para o b t e n g a o d o g r a u d e Mestre.

A r e a d e c o n c e n t r a c a o : E n g e n h a r i a d e R e c u r s o s H i d r i c o s e Sanitaria O r i e n t a d o r e s : Prof3. Dr3. C e l e i d e Maria B e l m o n t S a b i n o Meira

Prof. Dr. Rui d e Oliveira

C A M P I N A G R A N D E - P B M A R Q O - 2 0 1 0

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2010 Guimaraes, Riveka Monteiro.

Ocorrencia de cloro residual combinado no sistema de distribuicao de agua de Campina Grande (PB) / Riveka Monteiro Guimaraes. — Campina Grande, 2010.

86 f.: il. col.

Dissertacao (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) -Universidade Federal de Campina Grande, Centra de Tecnologia e Recursos Naturais.

Referencias.

Orientadores: Prof. Dr3. Celeide Maria Belmont Sabino Meira, Prof.

Dr. Rui de Oliveira.

1. Abastecimento de Agua. 2. Qualidade da Agua. 3. Manutencjao da Qualidade da Agua. 4. Cloro Residual. 5. Cloro Residual

combinado. 6. Cloraminas. I . Titulo.

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O C O R R E N C I A D E C L O R O R E S I D U A L C O M B I N A D O NO S I S T E M A D E D I S T R I B U I C A O D E A G U A D E C A M P I N A G R A N D E ( P B )

Dissertacao a p r o v a d a e m 3 0 d e M a r c o d e 2 0 1 0

C O M I S S A O E X A M I N A D O R A

Prof3. D r . Celeide Maria B e l m o n t Sabi a b i n o Meira

Orientadora

Prof. p r . Rui d e Oliveira Orientador

Prof3. D r3. Monica d e A m o r i m C o u r a

E x a m i n a d o r a Interna

puss*

'rof3. D r3 G e r a l d a Gilvania Cavalcarite d e Lima

E x a m i n a d o r a Externa

C A M P I N A G R A N D E - P B M A R C O - 2 0 1 0

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Ao meu esposo Valdecio e meus filhos Ana Carolina e Luiz Henrique pela compreensao quando da minha ausencia nos poucos momentos

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A Deus, por me permitir viver esta experiencia;

Aos meus pais e meus irmaos, por todo carinho e apoio, estando sempre ao meu lado em todos os momentos;

Aos meus orientadores Dr3. Celeide Maria Belmont Sabino Meira e Dr. Rui de

Oliveira, pela orientagao, cumplicidade, incentivo e principalmente pela confianga dispensada;

A professors Dr3. Monica de Amorim Coura, pela dedicagao e conselhos

dispensados;

A todos que compoem o grupo de pesquisa em especial a Emanuel e Thassio, pelo compromisso e apoio na realizagao das analises, sendo fundamentals para o exito deste trabalho;

Ao Conselho de Aperfeigoamento e Pesquisa de Ensino Superior - CAPES, pelo apoio financeiro;

Aos colegas de Curso de Mestrado de Engenharia Civil pela convivencia e estudos realizados ao longo do curso, especialmente a Joseneto de Souza pelos ensinamentos indispensaveis de quimica e a Rita de Cassia pela grande ajuda.

A Companhia de Agua e Esgotos da Paraiba (CAGEPA), por disponibilizar dados referentes ao sistema de abastecimento de agua de Campina Grande;

Aos diretores e funcionarios das escolas que serviram como pontos de coleta e monitoragao dos indicadores, por disponibilizarem o local para a realizagao das analises;

A todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuiram para a realizagao deste trabalho.

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Este trabalho t e v e por objetivo d e s c r e v e r a o c o r r e n c i a d e cloro residual c o m b i n a d o na rede de distribuicao de a g u a d e C a m p i n a G r a n d e ("7°13'50" Sul e 35°52'52"Oeste".), e s t a d o d a P a r a i b a , n o r d e s t e d o Brasil, c o m o u m a contribuicao para o piano de m a n u t e n g a o d o s i s t e m a , particularmente d o s reservatorios e outros p o n t o s estrategicos. A m o n o c l o r a m i n a ( N H2C I ) , resultante da r e a c a o d e acido

hipocloroso c o m sais d e a m o n i o , dicloramina ( N H C I2) e tricloramina ( N C I3) f o r m a d a s ,

r e s p e c t i v a m e n t e , pela o x i d a c a o d e m o n o e dicloramina pelo acido hipocloroso, c o n s t i t u e m o C R C o qual p o d e coexistir c o m o C R L e m s i s t e m a s d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , particularmente e m locais d a rede d e distribuicao, c o m o reservatorios e e x t r e m i d a d e s , q u e f a v o r e g a m a a c u m u l a g a o d e materia o r g a n i c a nitrogenada, p a s s i v e l d e amonificagao. T a l a c u m u l a g a o e c o m u m e n t e f a v o r e c i d a por e s q u e m a s d e m a n u t e n g a o deficientes p a r t i c u l a r m e n t e do sistema d e distribuigao d e a g u a e e m especial d o s reservatorios e outros p o n t o s q u e p e r m i t a m u m a m a i o r e x p o s i g a o d a a g u a as i n t e m p e r i e s . A analise estatistica dos d a d o s d o s indicadores d e q u a l i d a d e m e d i d o s e m varios horarios no ciclo diario d e m o n s t r o u a existencia d e diferengas significativas entre os g r u p o s d e s s e s indicadores nos diferentes p o n t o s m o n i t o r a d o s , i n d i c a n d o q u e as c o n d i g o e s d e s s e s locais influenciaram significativamente o c o m p o r t a m e n t o d e tais indicadores, seja por f a t o r e s o p e r a c i o n a i s , ambientais, a n t r o p o g e n i c o s o u de m a n u t e n g a o . F o r a m d e t e r m i n a d a s no sistema d e distribuigao c o n c e n t r a g o e s expressivas d e Cloro Residual C o m b i n a d o , o qual n a o tern poder desinfetante significativo, s e n d o s u a ocorrencia atribuida a u m c o n j u n t o d e fatores a s s o c i a d o s a d e g r a d a g a o d a q u a l i d a d e d a a g u a , b e m c o m o a s p e c t o s relacionados a o p e r a g a o e m a n u t e n g a o d o s i s t e m a .

P A L A V R A S - C H A V E : A b a s t e c i m e n t o d e a g u a . Q u a l i d a d e d a a g u a . M a n u t e n g a o da

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T h e aim of this study w a s to describe t h e o c c u r r e n c e of c o m b i n e d residual chlorine ( C R C ) in t h e w a t e r distribution s y s t e m of C a m p i n a G r a n d e City ( 7 ° 1 3 ' 5 0 " S o u t h , 3 5 ° 5 2 ' 5 2 " W e s t ) , P a r a i b a state, Northeast Brazil, a s a contribution for t h e m a i n t e n a n c e s c h e d u l e of t h e s y s t e m , particularly distribution reservoirs a n d other strategic points. M o n o c h l o r a m i n e ( N H2C I ) , resulting f r o m t h e reaction of

h y p o c h l o r o u s acid a n d a m m o n i u m salts, d i c h l o r a m i n e ( N H C I2) a n d trichloramine

( N C I3) f o r m e d respectively by t h e oxidation of m o n o c h l o r a m i n e a n d d i c h l o r a m i n e by

h y p o c h l o r o u s acid, constitute t h e c o m b i n e d residual chlorine ( C R C ) w h i c h m a y coexist with free residual chlorine in w a t e r supply s y s t e m s , particularly in reservoirs and extremities of w a t e r distribution n e t w o r k w h i c h favor t h e a c c u m u l a t i o n of o r g a n i c nitrogen, mineralizable t h r o u g h reactions of a m m o n i f i c a t i o n . S u c h an a c c u m u l a t i o n is c o m m o n l y f a v o r e d by inefficient m a i n t e n a n c e s c h e d u l e s of w a t e r distribution network especially t h o s e applied for distribution reservoirs a n d other parts of t h e s y s t e m that are m o r e c a p a b l e of e x p o s i n g w a t e r to deterioration. W a t e r quality indicators m e a s u r e d at different t i m e s along t h e daily cycle w e r e statistically a n a l y z e d in order to d e m o n s t r a t e t h e e x i s t e n c e of significant differences b e t w e e n g r o u p s of indicators at different monitoring points of t h e s y s t e m . Differences w e r e related to operational, e n v i r o n m e n t a l , a n t h r o p o g e n i c a n d m a i n t e n a n c e factors a s s o c i a t e d w i t h t h e s e sites. Significant c o n c e n t r a t i o n s of c o m b i n e d residual chlorine, w h i c h have not important disinfection capacity, w e r e d e t e r m i n e d in the w a t e r distribution s y s t e m of C a m p i n a G r a n d e , being its o c c u r r e n c e attributed to a n u m b e r of factors associated with t h e d e g r a d a t i o n of w a t e r quality as well as a s p e c t s related to operation a n d m a i n t e n a n c e .

K E Y W O R D S : W a t e r s u p p l y . W a t e r quality. M a i n t e n a n c e of w a t e r quality. Residual chlorine. C o m b i n e d residual chlorine. C h l o r a m i n e s .

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Figura 3.1 E s q u e m a d e r e f e r e n d a para o e s t a b e l e c i m e n t o d o piano d e s e g u r a n g a da q u a l i d a d e da a g u a ( c o m o p r o p o s t o e m W H O ,

2 0 0 4 21 Figura 3.2 D i s c r i m i n a c a o da natureza d o s p a r a m e t r o s d a s tres portarias

nacionais 2 9 Figura 3.3. Fragoes de cloro residual livre e m f u n c a o d o p H e t e m p e r a t u r a d a

a g u a 33 Figura 3.4. C l o r a c a o ao breakpoint 34

Figura 4.1 Reservatorio d e distribuigao d e a g u a R-9 39 Figura 4.2 R e d e d e distribuigao de a g u a d e C a m p i n a G r a n d e 39

Figura 4.3 P r o c e d i m e n t o s para e x e c u g a o d a s analises 4 2

Figura 4.4 F o r m a d e t r a n s p o r t e d a s a m o s t r a s 4 3 Figura 4.5 E s p e c t r o f o t o m e t r o C o l e m a n 3 5 D e a m o s t r a s a p o s reagao 4 5

Figura 5.1 Percentual das e s p e c i e s d e cloro residual m o n i t o r a d o s nos p o n t o s

P4, P5, P6e P7 4 9

Figura 5.2 P e r c e n t u a l d a s e s p e c i e s d e cloro residual m o n i t o r a d o s n o s p o n t o s

P8 e P9 50

Figura 5.3 F r e q u e n c i a (%) d e c o n c e n t r a g o e s a b a i x o d o m i n i m o permitido pela Portaria M S 5 1 8 / 2 0 0 4 , para c o n c e n t r a g a o d e cloro residual

livre 51 Figura 5.4 F r e q u e n c i a d e c o n c e n t r a g o e s a c i m a d o m a x i m o permitido pela

Portaria M S 5 1 8 / 2 0 0 4 , para c o n c e n t r a g a o d e cloro residual livre 51 Figura 5.5 V a r i a g a o t e m p o r a l d o C R L nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P 4 , P 5 , e P6... 52 Figura 5.6 V a r i a g a o t e m p o r a l d o C R L nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P7, Ps, e P9... 53 Figura 5.7 V a r i a g a o t e m p o r a l d a m o n o c l o r a m i n a nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P 4 , Ps, e P6. 54 Figura 5.8 V a r i a g a o t e m p o r a l da m o n o c l o r a m i n a nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P 7 , Ps, e P9. 55

Figura 5.9 V a r i a g a o t e m p o r a l de dicloramina n o s p o n t o s d e monitoragao P4,

(11)

Figura 5.11 V a r i a g a o t e m p o r a l d a tricloramina nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P4,

P5, e P6 58

Figura 5.12 V a r i a g a o t e m p o r a l d a tricloramina nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P7,

P8, e P9 59

Figura 5.13 V a r i a g a o t e m p o r a l d o p H nos p o n t o s d e m o n i t o r a g a o P4, P5, e P6 61

Figura 5.14 V a r i a g a o t e m p o r a l d o p H nos p o n t o s d e monitoragao P7, P8, e Pg 62

Figura 5.15 V a r i a g a o t e m p o r a l d o nitrogenio a m o n i a c a l nos p o n t o s d e

m o n i t o r a g a o P4, P5, e P6. 6 4

Figura 5.16 V a r i a g a o t e m p o r a l d o nitrogenio a m o n i a c a l nos p o n t o s de

m o n i t o r a g a o P7, Ps, e Pg 6 5

Figura 5.17 V a r i a g a o t e m p o r a l d a t e m p e r a t u r a nos pontos d e m o n i t o r a g a o P4,

P5 6 6

Figura 5.18 V a r i a g a o t e m p o r a l d a t e m p e r a t u r a n o s pontos d e m o n i t o r a g a o P6,

P7, Ps, e P9 6 7

Figura 5.19 M e d i a s e intervalos d e c o m p a r a g a o d e 9 5 % ( m e t o d o G T - 2 ) para cloro residual livre, m o n o c l o r a m i n a , d i c l o r a m i n a e tricloramina nos

p o n t o s de m o n i t o r a g a o 73 Figura 5.20 M e d i a s e intervalos d e c o m p a r a g a o d e 9 5 % ( m e t o d o G T - 2 ) para

nitrogenio a m o n i a c a l e t e m p e r a t u r a nos p o n t o s d e 7 4 m o n i t o r a g a o

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T a b e l a 4 . 1 Localizagao d o s pontos d e coleta 37 T a b e l a 4.2 Caracterizagao d o s reservatorios d o S i s t e m a d e A b a s t e c i m e n t o d e

Agua da c i d a d e d e C a m p i n a G r a n d e 4 1

T a b e l a 5.1 D e m o n s t r a t i v e quantitative d a s analises nos ponto d e monitoragao 4 7 T a b e l a 5.2 P a r a m e t r o s descritivos d a s a m o s t r a s d e d a d o s d a s e s p e c i e s d e

cloro residual m o n i t o r a d a s nos p o n t o s de coleta 4 8 T a b e l a 5.3 R e s u m o da analise d e variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, d o s indicadores m e d i d o s no ponto P4 6 9

T a b e l a 5.4 R e s u m o d a analise d e variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, d o s indicadores m e d i d o s no ponto P5 6 9

T a b e l a 5.5 R e s u m o d a analise de variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, dos indicadores m e d i d o s no ponto P6 7 0

T a b e l a 5.6 R e s u m o d a analise d e variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, d o s indicadores m e d i d o s no ponto P7 7 0

T a b e l a 5.7 R e s u m o da analise d e variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, d o s indicadores m e d i d o s no ponto P& 71 T a b e l a 5.8 R e s u m o d a analise d e variancia para c o m p a r a g a o d e m e d i a s , nos

diferentes horarios, d o s indicadores m e d i d o s no ponto P9 71

T a b e l a 5.9 R e s u m o d a analise d e variancia p a r a c o m p a r a g a o d e m e d i a s d o s

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A B N T - A s s o c i a g a o Brasileira d e N o r m a s tecnicas A N O V A - A n a l i s e d e V a r i a n c i a A P H A - A m e r i c a n Public Health A s s o c i a t i o n A W W A - A m e r i c a n W a t e r W o r k s A s s o c i a t i o n C A G E P A - C o m p a n h i a d e A g u a e Esgoto d a P a r a i b a C E N E P I - C e n t r a N a c i o n a l d e E p i d e m i o l o g i a C R C - Cloro Residual C o m b i n a d o C R L - Cloro Residual Livre

E T A - Estacao d e T r a t a m e n t o d e Agua

F U N A S A - F u n d a g a o Nacional d e S a u d e

I B G E - Instituto Brasileira d e G e o g r a f i a e Estatistica M S - Ministerio d a S a u d e

O M S - O r g a n i z a g a o Mundial d e S a u d e

O P A S - O r g a n i z a g a o P a n - A m e r i c a n a d a S a u d e P S A - Piano d e Seguranga d a Agua

S U S - S i s t e m a Unico d e S a u d e

S V S - Secretaria d e Vigilancia e m S a u d e

U F C G - U n i v e r s i d a d e Federal d e C a m p i n a G r a n d e

U S E P A - United States E n v i r o n m e n t a l Protection A g e n c y V M P - V a l o r M a x i m o Permitidor

W E F - W a t e r E n v i r o n m e t Federation W H O - W o r l d Health Organization

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1.0 I N T R Q D U C A O 14 2.0 O B J E T I V O S 16 2.1 Objetivo g e r a l 16 2.2 O b j e t i v o s e s p e c i f i c o s 16 3.0 R E V I S A O D E L I T E R A T U R A 17 3.1 S i s t e m a s p u b l i c o s de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a 17 3.2 R e a l i d a d e b r a s i l e i r a q u a n t o a o p e r a g a o e m a n u t e n g a o d o s s i s t e m a s de a b a s t e c i m e n t o 18 3.3 P i a n o d e s e g u r a n g a d a a g u a 20 3.4 V i g i l a n c i a e c o n t r o l e d a q u a l i d a d e d a a g u a 2 3 3.5 P a d r a o de potabilidade d a a g u a 26 3.6 E v o i u g a o d o p a d r a o de potabilidade d a a g u a no B r a s i l e no m u n d o 27 3.7 D e s i n f e c g a o c o m a utilizagao d o c l o r o 30

3.7.1 Fundamentagao do uso do cloro 31

3.8 R e a g o e s d o c l o r o n a a g u a 32

3.8.1 Cloro residual livre 32 3.8.2 Cloro residual combinado 34 4.0 M A T E R I A L E M E T O D O S 37

4.1 L o c a l e p e r i o d o de e s t u d o 37 4.2 S i s t e m a d e A b a s t e c i m e n t o d e a g u a de C a m p i n a G r a n d e 38

4.3 C o l e t a de d a d o s 4 1 4.4 M e t o d o s a n a l i t i c o s 4 3 4.4.1 Cloro residual livre (CRL) 4 3

4.4.2 Cloro residual combinado (CRC) 4 4 4.4.3 Potencial Hidrogenionico (pH) 4 4

4.4.4 Temperatura 4 4 4.4.5 Nitrogenio amoniacal... 4 5

4.5 P r o c e d i m e n t o s e s t a t i s t i c o s 4 5 5.0 A P R E S E N T A C A O E A N A L I S E D O S R E S U L T A D O S 4 7

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5.1.2 pH. 60 5.1.3 Nitrogenio amoniacal. 6 3 5.1.4 Temperatura 66 5.2 A n a l i s e de v a r i a n c i a 68 6.0 D I S C U S S A O 75 6.1 S i t u a c a o d a a g u a f o r n e c i d a pelo s i s t e m a d e C a m p i n a G r a n d e 7 5 6.2 O p e r a g a o e m a n u t e n g a o d o s i s t e m a distribuidor d e a g u a d e C a m p i n a G r a n d e 78 7.0 C O N C L U S A Q 80 8.0 R E C O M E N D A C O E S 82 R E F E R E N C E S B I B L I O G R A F I C A S 83

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1.0 I N T R O D U C A O

O s a s p e c t o s qualitativos e quantitativos d e u m a a g u a d e p e n d e m das c o n d i c o e s d o meio a m b i e n t e , da f o r m a de e s c o a m e n t o superficial, b e m c o m o t a m b e m da interferencia a n t r o p o g e n i c a q u e esta relacionada diretamente a a l g u n s f a t o r e s c o m o o l a n c a m e n t o i n a d e q u a d o de e s g o t o s nos c o r p o s d'agua, o uso d e s o r d e n a d o de agrotoxicos, o d e s m a t a m e n t o , o a s s o r e a m e n t o d o s rios, o uso i n a d e q u a d o da irrigagao, a impermeabilizagao d o solo e e n t r e outras agoes q u e sao f a t o r e s p r e p o n d e r a n t e s na q u a l i d a d e d a a g u a d e s t i n a d a a o a b a s t e c i m e n t o publico.

Os s i s t e m a s de t r a t a m e n t o e distribuigao de a g u a sao p a s s i v e i s d e erros o p e r a c i o n a i s ou d e m a n u t e n g a o e m partes o u e m s u a totalidade c o m p l e x a , s e n d o n e c e s s a r i e s agoes d e controle, m a s e s p e c i a l m e n t e de vigilancia q u e c o n t i n u a m e n t e avaliem a qualidade da a g u a c o n s u m i d a pela populagao, permitindo a identificagao d e f a t o r e s de riscos e o p l a n e j a m e n t o d e m e d i d a s de a c o m p a n h a m e n t o e, q u a n d o necessario, m e d i d a s d e corregao da situagao existente.

A "Diretriz nacional d o p i a n o de a m o s t r a g e m d a vigilancia e m s a u d e a m b i e n t a l relacionada a q u a l i d a d e d a a g u a p a r a c o n s u m o h u m a n o " ( B R A S I L , 2 0 0 7 a ) , e s t a b e l e c e q u e t o d o s os m u n i c i p i o s brasileiros, i n d e p e n d e n t e m e n t e d e seu porte, d e v e m , e m articulagao c o m os estados, implantar pianos de monitoragao de vigilancia da q u a l i d a d e da a g u a incluindo os indicadores sentinelas cloro residual livre ( C R L ) e turbidez. T a m b e m , d e v e m realizar analise d o s d a d o s de qualidade da a g u a para c o n s u m o h u m a n o e m c o n e x a o c o m as informagoes c o n s t a n t e s no "Sistema de Monitorizagao das D o e n g a s Diarreicas A g u d a s - M D D A " .

O s indicadores referidos estao relacionados m a i s d i r e t a m e n t e a qualidade sanitaria d a a g u a , m a s outros indicadores c o m o o p H e o cloro residual c o m b i n a d o ( C R C ) d e v e m f a z e r parte do e l e n c o de indicadores auxiliares, e m vista d e sua influencia direta na desinfecgao da a g u a . O d e s e m p e n h o da desinfecgao c o m cloro e a l t a m e n t e d e p e n d e n t e d o p H , s e n d o m e l h o r e m a g u a s mais acidas. O p a d r a o de potabilidade ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) , ora e m vigor no Brasil, r e c o m e n d a q u e o p H d a a g u a de a b a s t e c i m e n t o seja m a n t i d o na faixa entre 6,0 e 9,5.

O cloro residual c o m b i n a d o ( C R C ) p o d e ser c o n s i d e r a d o urn importante indicador d a qualidade da o p e r a g a o e principalmente da m a n u t e n g a o de sistemas de a b a s t e c i m e n t o de a g u a . M o n o c l o r a m i n a ( N H2C I ) , resultante d a reagao d e acido

(17)

hipocloroso c o m sais de a m o n i o , dicloramina

(NHCI2)

e tricloramina

(NCI3)

f o r m a d a s , r e s p e c t i v a m e n t e pela o x i d a g a o de m o n o e dicloramina pelo a c i d o hipocloroso, c o n s t i t u e m 0 C R C o qual p o d e coexistir c o m o C R L e m s i s t e m a s d e a b a s t e c i m e n t o de a g u a , particularmente e m locais d a rede d e distribuigao, como reservatorios e e x t r e m i d a d e s , q u e f a v o r e c a m a a c u m u l a g a o de materia o r g a n i c a nitrogenada, passivel d e amonificagao. Tal a c u m u l a g a o e c o m u m e n t e f a v o r e c i d a por e s q u e m a s d e m a n u t e n g a o f a l h o s particularmente d o s i s t e m a d e distribuigao d e a g u a e e m especial d o s reservatorios e o u t r o s p o n t o s q u e p e r m i t a m u m a maior e x p o s i g a o da a g u a a o contato c o m p o e i r a s e outros materiais.

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2.0 O B J E T I V O S

2.1 Objetivo geral

Investigar a o c o r r e n c i a d e cloro residual c o m b i n a d o ( C R C ) c o m o contribuicao para a m a n u t e n g a o d o sistema de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , particularmente dos reservatorios e outros pontos estrategicos.

2.2 O b j e t i v o s e s p e c i f i c o s

s Caracterizar e d e s c r e v e r o sistema d e distribuigao d e a g u a de C a m p i n a

G r a n d e ;

s Identificar os p o n t o s criticos da rede q u e p o s s a m r e p r e s e n t a r risco a s a u d e

da populagao;

V D e s c r e v e r o c o m p o r t a m e n t o d o cloro residual c o m b i n a d o c o m outras variaveis (cloro residual livre, p H , t e m p e r a t u r a e nitrogenio a m o n i a c a l ) e m p o n t o s estrategicos;

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3.0 R E V I S A O D E L I T E R A T U R A

3.1 S i s t e m a s p u b l i c o s d e a b a s t e c i m e n t o de a g u a

De a c o r d o c o m a Portaria M S n° 5 1 8 / 2 0 0 4 ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) , sistema de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a para c o n s u m o h u m a n o e u m a instalagao c o m p o s t a por c o n j u n t o d e obras civis, materiais e e q u i p a m e n t o s , d e s t i n a d a a p r o d u g a o e a distribuicao canalizada d e a g u a potavel para p o p u l a g o e s , s o b a r e s p o n s a b i l i d a d e do p o d e r publico, m e s m o q u e a d m i n i s t r a d a e m r e g i m e d e c o n c e s s a o o u permissao.

A i m p l a n t a c a o de urn sistema de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a traz consigo u m a rapida e s e n s i v e l melhoria na s a u d e e no b e m estar d e u m a c o m u n i d a d e , constituindo-se d e urn servigo publico d e f u n d a m e n t a l importancia, n a o so d o ponto d e vista sanitario e social, m a s t a m b e m e c o n o m i c o .

O s a s p e c t o s sanitarios e sociais sao os mais p o n d e r a v e i s e f u n d a m e n t a m - s e , nas seguintes p r e m i s s a s ( B R A S I L , 2 0 0 7 b ) :

• controle e p r e v e n g a o d e d o e n g a s ;

• implantagao d e habitos higienicos na populagao ; » limpeza publica;

• praticas desportivas;

® conforto, b e m - e s t a r e seguranga;

• a u m e n t o na e s p e r a n g a d e vida d a populagao.

E m 2 0 0 9 , o Ministerio d a S a u d e , atraves d o s e u portal de noticias ( B R A S I L , 2 0 0 9 ) , revelou q u e o n u m e r o d e m o r t e s de criangas m e n o r e s de urn a n o d e idade por diarreia no Brasil caiu 9 3 , 9 % e m 2 5 a n o s , p a s s a n d o de 32.704, e m 1980, para 1988, e m 2 0 0 5 . Essa r e d u g a o e a t r i b u i d a a varios fatores, d e n t r e os q u a i s o s a n e a m e n t o basico, o maior a c e s s o da p o p u l a g a o a a g u a tratada e a o s servigos d e saude.

No sentido e c o n o m i c o o a b a s t e c i m e n t o de a g u a e t a m b e m d e g r a n d e relevancia, visando e m primeiro lugar (ibidem):

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a a u m e n t o da vida produtiva d o individuo, quer pelo a u m e n t o da vida m e d i a q u e r pela redugao d o t e m p o p e r d i d o c o m doenga;

• instalagao d e industrias, inclusive a d e turismo, c o m o c o n s e q u e n t e maior d e s e n v o l v i m e n t o d a s c o m u n i d a d e s ;

• facilitar o c o m b a t e a incendios.

Entretanto, para q u e a a g u a supra e m q u a n t i d a d e c o m p a t i v e l e c o m q u a l i d a d e a d e q u a d a as n e c e s s i d a d e s d e uma p o p u l a g a o , ela percorre urn l o n g o c a m i n h o e varias etapas, as quais c o m p o e m urn conjunto d e obras d e e n g e n h a r i a q u e se iniciam no local d e origem d a a g u a ( m a n a n c i a l ) e se e s t e n d e m ate o local de c o n s u m o , as q u a i s d e v e m c u m p r i r c o m eficiencia o papei d e proteger a populagao d o s riscos a s a u d e . T o d a v i a , e s s a s e t a p a s p r e s s u p o e m a a d e q u a g a o as n o r m a s tecnicas.

A e s c o l h a d o m a n a n c i a l e o primeiro p a s s o para o controle de p o s s i v e i s perigos a s a u d e e a d e c i s a o mais importante e m urn projeto d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a ; nao d e v e n d o restringirse de f o r m a exclusiva aos a s p e c t o s e c o n o m i c o -f i n a n c e i r o s , j a q u e nem s e m p r e a melhor solugao para urn p r o b l e m a de a b a s t e c i m e n t o de a g u a e a mais e c o n o m i c a , a mais s e g u r a o u a m a i s " m o d e r n a " , e sim a mais a p r o p r i a d a a realidade social e m q u e s e r a aplicada.

0 controle d e s s e s p o s s i v e i s perigos a s a u d e c o n t i n u a c o m o p l a n e j a m e n t o , o projeto e a operagao, q u e d e v e r a ser c o n d i z e n t e c o m o tratamento, d e v e n d o ser e x e r c i d o e m t o d a s as u n i d a d e s d o sistema: captagao, adugao, e s t a g o e s elevatorias, reservagao e rede d e distribuigao c a d a uma c o m s u a s f u n g o e s e p o s s i v e i s variantes.

3.2 R e a l i d a d e b r a s i l e i r a q u a n t o a o p e r a g a o e m a n u t e n g a o d o s s i s t e m a s de a b a s t e c i m e n t o

O c o n c e i t o de o p e r a g a o d e urn s i s t e m a e muito mais q u e u m a mera s e q u e n c i a d e c o m a n d o s d e e q u i p a m e n t o s , e n v o l v e n d o a s p e c t o s d e planejamento, controle e supervisao, servigos d e infra-estrutura de apoio e a t e n d i m e n t o ao usuario, t o d o s c o n s i d e r a d o s s i m u l t a n e o s e i n t e r d e p e n d e n t e s entre si.

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A q u a l i d a d e da o p e r a g a o atrelada a a d e q u a g a o das caracteristicas da a g u a bruta e a tecnologia d e t r a t a m e n t o sao b a s i c a m e n t e os principals indicadores para o b o m d e s e m p e n h o d a s estagoes d e t r a t a m e n t o d e a g u a ( L O P E S ; L I B A N I O , 2 0 0 5 ) . A v a r i e d a d e d e fatores a s e r e m o b s e r v a d o s d u r a n t e o f u n c i o n a m e n t o d o s p r o c e s s o s unitarios d e t r a t a m e n t o e a falta, muitas v e z e s , d e c r e d e n c i a m e n t o e t r e i n a m e n t o dos o p e r a d o r e s d e estagoes d e t r a t a m e n t o d e a g u a , v e m dificultando o controle operacional d a s estagoes, o qual e feito d e f o r m a reducionista, restringindo-se q u a s e q u e tao s o m e n t e a o a t e n d i m e n t o dos p a d r o e s d e potabilidade.

No Brasil a l g u m a s e m p r e s a s p r e s t a d o r a s d e servigos de s a n e a m e n t o basico, v e m n e g l i g e n c i a n d o os a s p e c t o s de o p e r a g a o dos sistemas de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a . Muitas d e l a s e n c o n t r a m - s e t r a b a l h a n d o acima d e sua c a p a c i d a d e nominal o u p r o d u z i n d o a g u a c o m q u a l i d a d e insatisfatoria. C o n s t a t a m - s e serias r e c l a m a g o e s por parte d o s c o n s u m i d o r e s , q u e se r e s s e n t e m d a ma q u a l i d a d e d o s servigos, c o n v i v e n d o , a l g u m a s v e z e s , c o m r a c i o n a m e n t o s e/ou d e s a b a s t e c i m e n t o s , o q u e c o m p r o m e t e a rotina d e s s a s prestadoras, d e s g a s t a n d o s e r i a m e n t e sua i m a g e m p e r a n t e a s o c i e d a d e .

E s s a s e m p r e s a s , b u s c a n d o suprir a d e m a n d a s e m p r e c r e s c e n t e de a g u a e, paralelamente, manter u m a boa q u a l i d a d e d e f r o n t a m - s e c o m a e s c a s s e z de recursos, q u e se a c e n t u a a cada dia e m virtude d a s n e c e s s i d a d e s d a s o c i e d a d e , q u e s a o ilimitadas.

Na tentativa d e s e s p e r a d a d e resolver tais p r o b l e m a s , e s s a s e m p r e s a s f o c a m e r r o n e a m e n t e nos f a t o r e s causais; b u s c a - s e o a u m e n t o da oferta a o inves da redugao d a d e m a n d a de a g u a ; a u m e n t a - s e a oferta s e m c o n s i d e r a r o reflexo da m e s m a na e l e v a g a o d o s custos; c o n v i v e - s e c o m o d e s a b a s t e c i m e n t o i n d e p e n d e n t e m e n t e d e s e u s efeitos d a n o s o s na q u a l i d a d e d o produto final; t o l e r a m -se o d e s p e r d f c i o s e m -se p r e o c u p a r c o m a s u a eliminagao, o q u e -seria b e m mais e c o n o m i c o ( B A G G I O , 1 9 9 8 ) . A q u a l i d a d e do p r o d u t o e vista u n i c a m e n t e s o b o prisma d e produto final, nao o v e n d o sob o a s p e c t o da qualidade total. Desta forma, muitos p r o b l e m a s d e c o r r e n t e s d a o p e r a g a o d e p r o c e s s o s n a o s a o e q u a c i o n a d o s c o r r e t a m e n t e .

Q u a n d o se b u s c a a q u a l i d a d e nos servigos p r e s t a d o s a populagao, a v i s a o a b r a n g e n t e d e t o d o s os s u b s i s t e m a s c o m p o n e n t e s d o sistema de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a se t o r n a e x t r e m a m e n t e importante ( P A R S E K I A N , 1 9 9 8 ) . A a u t o r a a i n d a alerta q u e a v i s a o industrial d e u m a estagao de t r a t a m e n t o d e a g u a

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d e v e ser c a d a v e z mais e n f o c a d a , t e n d o e m vista urn p r o g r a m a d e g e r e n c i a m e n t o c o m p l e t o viabilizando-o d e f o r m a eficiente e que v e n h a a atender a p o p u l a g a o d a m e l h o r f o r m a , v a l e n d o salientar q u e a industria d a a g u a e u m a d a s p o u c a s a qual t o d o s o s s e r e s h u m a n o s f a z e m u s o d o s e u p r o d u t o e q u e e essencial para a s u a s o b r e v i v e n c i a e d e s e n v o l v i m e n t o .

A falta d e recursos h u m a n o s , fisicos e financeiros e g e r a l m e n t e a p o n t a d a p e l o s g e r e n t e s d e s s a s e m p r e s a s c o m o s e n d o s e u principal problema, o q u e v e m a d e s a n i m a - l o s n a m i s s a o d e o p e r a r e manter os s i s t e m a s d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a .

B a g g i o (1998) alerta s o b r e o c o m p o r t a m e n t o d e s s e s g e r e n t e s a o c o n f u n d i r e m o p e r a g a o c o m m a n u t e n g a o , v e n d o a o p e r a g a o c o m o a l g o relativo a m a n t e r o s i s t e m a f u n c i o n a n d o o u consertar o q u e esta a v a r i a d o o u q u e b r a d o . Alerta t a m b e m q u e , e n q u a n t o este fato ocorrer, p e r d u r a r a o a s sobreposigoes d e dois importantes p r o c e s s o s d e u m a e m p r e s a d e s a n e a m e n t o q u e m e r e c e r i a m ser c o n d u z i d o s d e f o r m a i n d e p e n d e n t e , p o r e m c o m g r a n d e d o s e d e integragao.

3.3 P i a n o d e s e g u r a n g a d a a g u a

A a g u a p a r a ser c o n s i d e r a d a potavel d e v e p a s s a r pelo controle d e q u a l i d a d e e atender a o s p a d r o e s d e potabilidade e s t a b e l e c i d o s por n o r m a s d e qualidade, f a z e n d o u s o d e p r o g r a m a s d e m o n i t o r a c a o atraves d e analises e e x a m e s de f o r m a proporcional a p o p u l a g a o a t e n d i d a pelo sistema d e a b a s t e c i m e n t o .

No entanto, a p e s a r d a f r e q u e n t e monitoragao, t e m - s e verificado o s u r g i m e n t o d e d o e n g a s r e l a c i o n a d a s c o m o c o n s u m o d e a g u a d e v i d o a p r o b l e m a s q u e n a o f o r a m s a n a d o s e m t e m p o habil, t o r n a n d o e v i d e n t e q u e o instrumento d e controle n a o da garantia d e q u e o f o r n e c i m e n t o d e a g u a potavel seja t o t a l m e n t e s e g u r o . Esta e u m a d a s r a z o e s pela qual a O r g a n i z a g a o M u n d i a l d e S a u d e r e c o m e n d a a i m p l e m e n t a g a o d o P i a n o d e S e g u r a n g a da Agua [Water Safety Plan) , c o m o q u a l s e p r e t e n d e p o r e m pratica u m a m u d a n g a n a a b o r d a g e m d o s m e c a n i s m o s d e controle d e q u a l i d a d e d a a g u a para urn p r o c e s s o d e g e s t a o d e seguranga, d e s d e o m a n a n c i a l ate o consumidor.

De a c o r d o c o m a s n o v a s G u i a s d a O r g a n i z a g a o M u n d i a l de S a u d e ( W H O , 2 0 0 4 ) , urn Piano d e S e g u r a n g a d a Agua para C o n s u m o H u m a n o (PSA), p o d e ser

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definido como sendo urn documento que identifies e prioriza riscos potenciais que podem s e r verificados em urn sistema de abastecimento, incluindo todas a s etapas d e s d e o manancial ate o consumo, desenvolvendo medidas de controle preventivas e corretivas e estabelecendo p r o c e s s o s para verificacao da eficiencia da gestao dos sistemas de controle de qualidade d a agua para consumo humano. A s u a implementacao d a - s e atraves da utilizacao de boas praticas no sistema de abastecimento de agua, como a minimizagao da contaminagao n a s origens da agua, a remocao da contaminagao durante o processo de tratamento e a prevengao de pos-contaminagao durante o armazenamento e a distribuigao d a agua (Figura 3.1).

Urn P S A deve s e r elaborado e implementado por todo produtor de agua para consumo humano, por intermedio de uma equipe multidisciplinar de especialistas, de acordo com criterios tecnicos, legislagdes e m s a u d e , meio ambiente, de recursos hidricos, alem da aplicagao de normas, especialmente a s relativas a o s s i s t e m a s de abastecimento de agua.

C o n t e x t o d e S a u d e P u b l i c s

Piano de Seguranga da Agua para Consumo Humano

A v a l i a c a o do sistema M o n i t o r a m e n t o operacional Piano de gestao J V i g i l a n c i a I n d e p e n d e n t e _

Figura 3.1 - Esquema de referenda para o estabelecimento do piano de seguranga da qualidade da agua (como proposta em WHO, 2004).

Fonte: VIEIRA; MORAES, 2005.

O b j e t i v o s b a s e a d o s n a p r o t e c a o d a S a u d e

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O piano a p r e s e n t a c o m p l e x i d a d e variavel d e p e n d e n d o d o porte d o sistema, do tipo e vulnerabilidade d o m a n a n c i a l , d a s caracteristicas d a e q u i p e de o p e r a g a o , entre outros a s p e c t o s . O s principals objetivos d e urn P S A s a o a p r o t e c a o d o s m a n a n c i a i s m i n i m i z a n d o as possibilidades d e c o n t a m i n a c a o , a redugao o u r e m o g a o de c o n t a m i n a n t e s n o t r a t a m e n t o e a garantia da q u a l i d a d e d a a g u a de c o n s u m o na reservagao, distribuigao e, ate m e s m o , n o uso pela populagao abastecida.

A s e t a p a s f u n d a m e n t a l s q u e constituem urn P i a n o de S e g u r a n g a d a Agua sao, s e g u n d o Vieira e Morais (2005):

• E s t a b e l e c i m e n t o d e objetivos para a q u a l i d a d e da a g u a destinada ao c o n s u m o h u m a n o , c o m b a s e e m c o n s i d e r a g o e s d e s a u d e .

© A v a l i a g a o do sistema d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a "com vista a a s s e g u r a r q u e e s s e sistema, c o m o urn t o d o (da fonte ate a torneira do c o n s u m i d o r , p a s s a n d o pelo tratamento), f o r n e c e a g u a c o m u m a q u a l i d a d e q u e c u m p r e c o m os objetivos estabelecidos, t a m b e m incluindo a avaliagao d e criterios de projeto p a r a n o v o s sistemas". Esta avaliagao constitui u m a primeira "fotografia" para d e t e r m i n a r se o sistema d e m o n s t r a c a p a c i d a d e s para atingir os objetivos de protegao de s a u d e p r o p o s t o s .

• Identificagao d e m e d i d a s d e controle "que g a r a n t a m , d e f o r m a g l o b a l , o controle dos riscos d e t e c t a d o s e q u e a s s e g u r e m q u e sejam a l c a n g a d o s os objetivos de q u a l i d a d e da a g u a , n a perspectiva d e s a u d e publica". Esta c o m p o n e n t e inclui a m e t o d o l o g i a de avaliagao e gestao de riscos e a s s e g u r a a percepgao das c a p a c i d a d e s e limites das barreiras multiplas que c o m p o e m o sistema. E n v o l v e os a s p e c t o s de m o n i t o r a g a o o p e r a c i o n a l .

• P r e p a r a g a o d e pianos d e g e s t a o "que d e s c r e v a m as agoes a tornar e m c a s o s d e o p e r a g a o d e rotina o u e m c a s o d e c o n d i g o e s e x c e p c i o n a i s e d o c u m e n t e m a avaliagao e m o n i t o r a c a o d o sistema". Esta c o m p o n e n t e inclui a e l a b o r a g a o dos p i a n o s d e monitoragao e c o m u n i c a g a o , b e m c o m o os r e s p e c t i v o s p r o g r a m a s de s u p o r t e .

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0 PSA d e v e conter t o d a s as e t a p a s r e l a c i o n a d a s a o s a s p e c t o s constituintes de u m s i s t e m a de a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , c o n t e m p l a n d o de forma d e t a l h a d a a caracterizacao do m a n a n c i a l , identificando a s p o s s i v e i s f o n t e s de poluicao na bacia hidrografica e definindo m e d i d a s d e protegao do m a n a n c i a l , alem da d e s c r i c a o d o tratamento, r e s e r v a g a o e rede d e distribuigao. Desta f o r m a p e r m i t e -se, c o m maior acuracia, avaliar c o m o os a g e n t e s q u i m i c o s e biologicos p o d e m penetrar no sistema e, c o n s e q u e n t e m e n t e , as possibilidades d e risco a s a u d e . Portanto, o piano d e v e ser e n c a r a d o c o m a v i s a o de s a u d e publica, t o r n a n d o - s e n e c e s s a r i o q u e haja r e g u l a r m e n t e a verificagao de t o d o s os e i e m e n t o s q u e o c o n s t i t u e m , sua eficacia e c o n f o r m i d a d e objetivando a garantia d e s e g u r a n g a da a g u a a ser c o n s u m i d a (VIEIRA; M O R A I S , 2 0 0 5 ) .

3.4 V i g i l a n c i a e c o n t r o l e d a q u a l i d a d e d a a g u a

O s t e r m o s C o n t r o l e e Vigilancia d a Q u a l i d a d e da Agua para C o n s u m o H u m a n o , a d o t a d o s pela O M S , e n c o n t r a m - s e definidos na legislagao brasileira ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) , c o m o s e g u e :

• Controle da q u a l i d a d e da a g u a para c o n s u m o h u m a n o - conjunto de atividades, exercidas d e f o r m a c o n t i n u a pelo (s) r e s p o n s a v e l (is) pela o p e r a g a o d o sistema d e a b a s t e c i m e n t o d e agua, d e s t i n a d a s a verificar se a a g u a f o m e c i d a a p o p u l a g a o e potavel, a s s e g u r a n d o a m a n u t e n g a o desta condigao;

m Vigilancia d a q u a l i d a d e da a g u a para c o n s u m o h u m a n o - conjunto de

agoes a d o t a d a s c o n t i n u a m e n t e pela autoridade d e s a u d e publica para verificar se a a g u a c o n s u m i d a pela populagao a t e n d e a n o r m a e para avaliar os riscos q u e os sistemas e as solugoes alternativas de a b a s t e c i m e n t o de a g u a r e p r e s e n t a m para a s a u d e h u m a n a .

Tais definigoes e s t a b e l e c e m as diferentes r e s p o n s a b i l i d a d e s e m e c a n i s m o s , os mais claros e objetivos possiveis, para o e x e r c i c i o eficaz e diferenciado, do controle e d a vigilancia, da q u a l i d a d e da a g u a para c o n s u m o h u m a n o . 0 primeiro e realizado pela c o n c e s s i o n a r i a r e s p o n s a v e l pela o p e r a g a o do

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servigo d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , c o m p a n h i a e s t a d u a i d e s a n e a m e n t o , autarquia municipal, prefeitura o u e m p r e s a privada. A realizagao da vigilancia c a b e a o Ministerio d a S a u d e , por intermedio d a s secretarias estaduais, no sentido d e verificar se a a g u a distribuida a t e n d e as p r e m i s s a s e s t a b e l e c i d a s pelo p a d r a o de potabilidade, alem de avaliar os riscos a s a u d e da populagao abastecida.

0 t e r m o vigilancia p o d e ser e n t e n d i d o c o m o u m a avaliagao f r e q u e n t e e c o n t i n u a d a d e varios a s p e c t o s , c o m o objetivo d e identificar riscos potenciais a s a u d e h u m a n a , possibilitando f o r m a s d e intervengao ou controle, a s s u m i n d o carater rotineiro e preventivo ( C A R M O et al., 2 0 0 8 ) . N e s s e contexto q u a n d o relacionada a q u a l i d a d e d a a g u a para c o n s u m o h u m a n o , o carater preventivo representa urn g r a n d e desafio para os e n v o l v i d o s na vigilancia, por ser a a g u a d i n a m i c a no t e m p o e no espago, e a m o n i t o r a g a o d e v e ser realizada a o m e s m o t e m p o e m q u e a a g u a e c a p t a d a , distribuida e c o n s u m i d a .

N e s s e sentido a legislagao brasileira, o p t o u pela b u s c a de urn instrumento legal c o m carater efetivo e s i m u l t a n e o de controle e vigilancia da qualidade da a g u a p a r a c o n s u m o h u m a n o : a Portaria n° 5 1 8 / 2 0 0 4 q u e , de f o r m a sucinta Bastos et al. (2004), a p r e s e n t a as atividades inerentes ao Controle e Vigilancia da Q u a l i d a d e da

Agua,

ora e s t a b e l e c i d a s na legislagao brasileira.

E m relagao ao controle da q u a l i d a d e da a g u a , d e v e ser visto por u m a perspectiva mais a m p l a , b e m a l e m d o simples controle laboratorial e i n c o r p o r a n d o a p r o m o g a o d a s b o a s praticas e m t o d o s os c o m p o n e n t e s d o sistema c o m o s e g u e :

• M a n t e r avaliagao sistematica do sistema d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , c o m b a s e na o c u p a g a o da bacia contribuinte a o m a n a n c i a l , no historico das caracteristicas de s u a s a g u a s , n a s caracteristicas fisicas d o sistema, nas praticas o p e r a c i o n a i s e na q u a l i d a d e d a a g u a distribuida. • Promover, e m conjunto c o m os o r g a o s a m b i e n t a i s e g e s t o r e s d e

recursos hidricos, as agoes c a b i v e i s para a protegao d o m a n a n c i a l de a b a s t e c i m e n t o e d e s u a bacia contribuinte, a s s i m c o m o efetuar controle das caracteristicas das s u a s a g u a s , notificando i m e d i a t a m e n t e a a u t o r i d a d e d e s a u d e publica s e m p r e q u e h o u v e r indicios d e risco a s a u d e .

© C o m u n i c a r , i m e d i a t a m e n t e , a a u t o r i d a d e d e s a u d e publica e informar, a d e q u a d a m e n t e , a p o p u l a g a o a detecgao d e q u a l q u e r a n o m a l i a

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operacional no sistema o u n a o c o n f o r m i d a d e na q u a l i d a d e d a a g u a tratada, identificada c o m o de risco a s a u d e .

• E n c a m i n h a r a a u t o r i d a d e de s a u d e publica relatorios m e n s a i s c o m informagoes sobre o controle da q u a l i d a d e da a g u a .

• M a n t e r registros atualizados s o b r e as caracteristicas da a g u a distribuida, sistematizados d e f o r m a c o m p r e e n s i v e l a o s c o n s u m i d o r e s e disponibilizados para pronto a c e s s o e consulta publica.

® M a n t e r m e c a n i s m o s p a r a r e c e b i m e n t o d e q u e i x a s referentes as caracteristicas d a a g u a e p a r a a d o c a o d a s providencias pertinentes. • F o r n e c e r a t o d o s os c o n s u m i d o r e s informagoes sobre a qualidade da

a g u a distribuida, m e d i a n t e e n v i o d e relatorio, dentre outros m e c a n i s m o s , c o m p e r i o d i c i d a d e m i n i m a a n u a l .

No e n t a n t o e m se t r a t a n d o d a vigilancia d a q u a l i d a d e da a g u a , s a o e s t a b e l e c i d a s as seguintes atividades:

• Sistematizar e interpreter os d a d o s g e r a d o s pelo responsavel pela o p e r a g a o d o sistema d e a b a s t e c i m e n t o d e a g u a , assim c o m o , pelos o r g a o s a m b i e n t a i s e g e s t o r e s d e recursos hidricos, e m relagao as caracteristicas da a g u a nos m a n a n c i a i s , sob a perspectiva da vulnerabilidade d o a b a s t e c i m e n t o d e a g u a q u a n t o aos riscos a s a u d e d a populagao.

• Efetuar, sistematica e p e r m a n e n t e m e n t e , avaliagao d e risco a s a u d e h u m a n a d e c a d a sistema d e a b a s t e c i m e n t o , por m e i o de informagoes sobre:

s a o c u p a g a o da bacia contribuinte a o m a n a n c i a l e o historico d a s

caracteristicas d e s u a s a g u a s ;

a as caracteristicas f i s i c a s d o s sistemas, praticas o p e r a c i o n a i s e

d e controle da q u a l i d a d e da a g u a ;

s o historico da q u a l i d a d e da a g u a p r o d u z i d a e distribuida;

" a a s s o c i a g a o entre a g r a v o s a s a u d e e situagoes de vulnerabilidade d o sistema.

© Auditar o controle da q u a l i d a d e da a g u a p r o d u z i d a e distribuida e as praticas o p e r a c i o n a i s a d o t a d a s .

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• I m p l e m e n t a r u m p i a n o proprio de a m o s t r a g e m para a verificagao da q u a l i d a d e da a g u a .

A vigilancia d e v e ser e n t e n d i d a , c o m o cita W a l d m a n (1983), c o m o u m pre-requisito para a elaboragao de p r o g r a m a s d e saude, d e v e n d o ser util t a m b e m para identificagao d o s f a t o r e s de risco e d a s p o p u l a c o e s vulneraveis a exposigao ao risco, objetivando tornar mais efetivas as m e d i d a s d e controle.

Portanto, e importante verificar q u e as agoes de vigilancia e controle, a p e s a r d e serem e x e c u t a d a s por e n t i d a d e s distintas, sao a elas atribuidas igual d e s t a q u e no sentido d e g e r e n c i a m e n t o d e riscos a s a u d e , g a r a n t i n d o a potabilidade da a g u a c o n s u m i d a pela populagao.

3.5 P a d r a o d e p o t a b i l i d a d e d a a g u a

E n t e n d e - s e por a g u a potavel a q u e l a "destinada a o c o n s u m o h u m a n o cujos p a r a m e t r o s microbiologicos, fisicos, q u i m i c o s e radioativos a t e n d a m a o p a d r a o de potabilidade e q u e nao oferega riscos a s a u d e " ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) . A a g u a potavel d e v e ser agradavel aos sentidos, a d e q u a d a a o s u s o s d o m e s t i c o s , nao confer s u b s t a n c i a s dissolvidas e m niveis toxicos, ter baixa a g r e s s i v i d a d e e d u r e z a e nem transportar e m s u s p e n s a o m i c r o r g a n i s m o s p a t o g e n i c o s q u e c a u s e m d o e n g a s .

O s riscos r e l a c i o n a d o s as s u b s t a n c i a s o u e l e m e n t o s q u i m i c o s presentes na a g u a para c o n s u m o h u m a n o sao a t r i b u i d o s a a l g u n s metais p e s a d o s dissolvidos, tais c o m o o c r o m o , c h u m b o , c a d m i o , arsenio, prata e mercurio. S a o originados, principalmente, de d e s p e j o s industrials, atividades de g a r i m p o e da agricultura.

O s efeitos toxicos d o s metais c a u s a m d a n o s a s a u d e d e p o i s de longos p e r i o d o s d e exposigao. Ha p o u c o s c o n t a m i n a n t e s q u i m i c o s da a g u a q u e p o d e m levar a p r o b l e m a s na s a u d e a p o s u m a u n i c a exposigao, exceto u m a c o n t a m i n a g a o acidental e m g r a n d e s proporgoes.

O c a s o fatidico e m M i n a m a t a , n o J a p a o ( 1 9 5 3 - 1 9 6 0 ) , e u m dos e x e m p l o s d e s s a c o n t a m i n a g a o q u e o c a s i o n o u o e n v e n e n a m e n t o por mercurio de milhares d e p e s s o a s e o s u r g i m e n t o da c h a m a d a "doenga de Minamata". N e s s e acidente, cerca

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d e t i e s mil p e s s o a s r e c e b e r a m indenizagao d o g o v e r n o j a p o n e s , e m b o r a estejam e s t i m a d o s c e r c a de d e z mil intoxicados c o m c e r c a d e 8 0 c a s o s letais.

A c a u s a da tragedia foi o c o n s u m o d e peixes e frutos d o mar c o n t a m i n a d o s por metil-mercurio o r i u n d o d e efluentes d e uma industria de PVC. Esses langamentos f o r a m p a u l a t i n a m e n t e c o n t a m i n a n d o a biota a q u a t i c a por meio d o f e n o m e n o d e biomagnificagao, q u e e o a u m e n t o da c o n c e n t r a g a o d e m e r c u r i o ao longo d a c a d e i a alimentar. A p o p u l a g a o p a s s o u a sentir sintomas c o m o p e r d a de v i s a o e, principalmente, serios c o m p r o m e t i m e n t o s na c o o r d e n a c a o m o t o r a e muscular, alem do n a s c i m e n t o d e c r i a n c a s c o m d a n o s n e u r o l o g i c o s irreversiveis ( B A S T O S , 2 0 0 7 ) . D e v i d o a c a s o s c o m o e s s e s , f e l i z m e n t e raros, e q u e os p a d r o e s d e potabilidade t o r n a m - s e mais rigorosos c o m o p a s s a r d o s a n o s , visto q u e o uso d e n o v a s tecnicas d e t r a t a m e n t o a s s o c i a d a s as d e s c o b e r t a s cientfficas v a o contribuindo para este d e s e n v o l v i m e n t o .

O s p a d r o e s d e potabilidade n a o d e v e m ser vistos c o m o u m m e i o de controle da o p e r a g a o das e s t a g o e s de tratamento de a g u a , mas sim c o m o u m d o s m e i o s para garantir a q u a l i d a d e d a a g u a potavel f o r n e c i d a a populagao. U m t r a t a m e n t o d e a g u a b e m c o n d u z i d o , atrelado a outras providencias, c o m o protegao d o s m a n a n c i a i s e d a area d e d r e n a g e m , a l e m d e m e d i d a s para evitar a c o n t a m i n a g a o da a g u a no sistema d e distribuigao ate o c o n s u m o .

A Portaria M S n° 5 1 8 / 2 0 0 4 ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) , ora e m vigor e m n o s s o pais, p r e c o n i z a q u e a n o r m a d e q u a l i d a d e d a a g u a p a r a c o n s u m o h u m a n o , d e v e ser r e v i s a d a no p r a z o de 5 a n o s o u a q u a l q u e r tempo, m e d i a n t e solicitagao d e v i d a m e n t e justificada d e o r g a o s g o v e r n a m e n t a i s o u n a o g o v e r n a m e n t a i s d e r e c o n h e c i d a

c a p a c i d a d e tecnica n o s setores objeto da r e g u l a m e n t a g a o . Portanto, e m 2 0 1 0 , p r o v a v e l m e n t e o c o r r e r a e s s a revisao, p o d e n d o ser incluidos, alterados o u ate m e s m o e x c l u i d o s a l g u n s dos p a r a m e t r o s que c o n s t a m n o p a d r a o de potabilidade brasileira atual.

3.6 E v o l u g a o d o p a d r a o de p o t a b i l i d a d e d a a g u a n o B r a s i l e n o m u n d o

A melhoria c o n t i n u a d a q u a l i d a d e d a a g u a para c o n s u m o h u m a n o e u m a d a s metas d o s o r g a o s r e s p o n s a v e i s pelas politicas publicas d o s setores d e

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s a n e a m e n t o basico e d e s a u d e publica. Para o d e s e n v o l v i m e n t o d e uma m e t o d o l o g i a para o p e r a g a o e m a n u t e n g a o dos s i s t e m a s d e t r a t a m e n t o de a g u a para a b a s t e c i m e n t o publico, e n e c e s s a r i o u m sistema d e informagoes quantitativas de m o d o a f o r n e c e r e garantir a qualidade da a g u a p a r a c o n s u m o h u m a n o .

O s criterios de avaliagao d e v e m ser criteriosos d e m o d o q u e a qualidade da a g u a esteja d e a c o r d o c o m as leis ambientais e sanitarias vigentes. A politica publica brasileira, de n o r m a s e p a d r a o de potabilidade d e a g u a d e s t i n a d a ao c o n s u m o h u m a n o foi inicialmente e s t a b e l e c i d a pela Portaria M S n° 56 ( B R A S I L , 1977) definindo os limites m a x i m o s para as d i v e r s a s caracteristicas fisicas, q u i m i c a s e biologicas da a g u a . A t e entao, o unico limitador relacionado a a g u a potavel e r a m as r e c o m e n d a g o e s d o Servigo N o r t e - A m e r i c a n o de S a u d e Publica (United States

Public Health Service) ( L I B A N I O , 2 0 0 8 ) . Posteriormente, e m 1 9 / 0 1 / 1 9 9 0 , o

Ministerio d a S a u d e publicou a Portaria MS n° 3 6 ( B R A S I L , 1990), r e v o g a n d o a anterior. O n u m e r o d e p a r a m e t r o s foi a u m e n t a d o e a l g u n s deles tiveram s e u s limites mais restritivos.

D e c o r r i d o s d e z a n o s , t e n d o sido extrapolada a r e c o m e n d a g a o d o prazo m a x i m o de cinco anos, contida no artigo 3° d a Portaria M S n° 3 6 G M / 9 0 d e p o i s de u m a m p l o p r o c e s s o d e revisao da Portaria n° 36, foi publicada, e m d e z e m b r o de 2 0 0 0 , a Portaria M S n° 1469, integrando diversos s e g m e n t o s relacionados ao tema ( B R A S I L , 2 0 0 0 ) .

E m 9 d e j u n h o d e 2 0 0 3 , foi instaurada a Secretaria d e Vigilancia e m S a u d e (SVS), a s s u m i n d o as atribuigoes do C e n t r a Nacional de Epidemiologia ( C E N E P I ) , o q u a l , ate entao, era localizado na estrutura d a F u n d a g a o Nacional d e S a u d e ( F U N A S A ) . Logo, e m virtude d e s s a n o v a o r d e n a g a o da estrutura do Ministerio da S a u d e , e m 2 5 / 0 3 / 2 0 0 4 , a Portaria M S n° 1.469 foi r e v o g a d a p a s s a n d o a vigorar a Portaria M S n° 5 1 8 , a t u a l m e n t e e m vigor ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) .

No atual p a d r a o d e potabilidade o n u m e r o e os valores m a x i m o s permissfveis de c a d a p a r a m e t r o p e r m a n e c e r a m inalterados. A s alteragoes ocorridas r e f e r e m - s e a p e n a s a transferencia d e c o m p e t e n c i a s d a F u n a s a para a S V S e ao e s t a b e l e c i m e n t o do prazo para q u e as instituigoes o u o r g a o s aos quais a Portaria se aplica, p r o m o v e s s e m as a d e q u a g o e s n e c e s s a r i a s ao s e u c u m p r i m e n t o , no q u e se refere ao t r a t a m e n t o por filtragao d e a g u a , suprida por m a n a n c i a l superficial e distribuida por meio d e canalizagao e da obrigagao d a monitoragao de cianobacterias e cianotoxinas.

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Na p a s s a g e m da Portaria M S n° 56/1977 a Portaria M S n° 36/1990, e mesmo a Portaria M S n° 1.469/2000, tomando por b a s e a Figura 3.2, verifica-se a insercao de um bom numero de substancias organicas e agrotoxicos incorporados a Portaria M S n° 36 e a Portaria M S n° 1.469 (atual Portaria n° 518). Entretanto, em relacao a s substancias inorganicas, foram relativamente poucas a s alteragoes ( B A S T O S , 2003).

Portaria 5 6 / 1 9 7 7 IPortaria 3 6 / 1 9 9 0 Portaria 5 1 8 / 2 0 0 4

Inorg aniens Organicos Agrotoxicos Prod. Second. AoeHacio Des Mecca o

C a t e q o r i a - P a r a m e t r o s

Figura 3.2 - Discriminacao da natureza dos parametros das tres portarias nacionais. Fonte: adaptado de LIBANIO (2008).

O b s e r v a - s e , com e s s a s evolucoes ocorridas entre a s v e r s o e s da legislagao nacional, que o s padroes de potabilidade variam em funcao do avanco do conhecimento cientifico, o que permite melhor avaliar a s evidencias toxicologicas e epidemiologicas dos riscos potenciais de determinadas substancias, orientando a deteccao e remocao d a s m e s m a s e, consequentemente, a atualizacao dos V M P s .

Segundo Libanio (2008), o s futuros padroes de potabilidade no Brasil deverao enfocar d u a s premissas b a s i c a s : maior numero e valores maximos permissiveis mais restritivos para alguns parametros de controle e aspectos relacionados a vigilancia da qualidade da agua para consumo humano.

N e s s e sentido os guias da O M S tern sido a principal referenda mundial na elaboracao de l e g i s l a t e s relacionadas a qualidade da a g u a para consumo humano, e m todo o mundo. E s s a legitimidade conquistada pelos guias, ao longo dos anos, reafirma a importancia de que a s autoridades em s a u d e publica nacionais

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estejam e m alerta para as n o v a s t e n d e n c i a s internacionais ali e x p r e s s a s , q u a n d o da atualizagao de s u a s l e g i s l a t e s .

3.7 D e s i n f e c g a o c o m a utilizagao d o c l o r o

0 cioro foi d e s c o b e r t o e m 1 7 7 4 p e l o s u e c o Carl W i l h e l m S c h e e l e , a c r e d i t a n d o que se tratava d e u m c o m p o s t o c o n t e n d o oxigenio, m a s foi e m 1810 q u e o q u i m i c o ingles H u m p h r e y Davy d e m o n s t r o u q u e se tratava d e u m e l e m e n t o q u i m i c o e Ihe d e u o n o m e d e cloro, d e v i d o a s u a c o l o r a g a o a m a r e l o - e s v e r d e a d a . S u a s p r o p r i e d a d e s bactericidas f o r a m o b s e r v a d a s e m laboratorio pelo bacteriologista a l e m a o Heinrich H e r m a n n Robert K o c h , e m 1 8 8 1 . 0 uso d o cloro foi a c a t a d o pela A m e r i c a n Public Health A s s s o c i a t i o n ( A P H A ) , e m 1886, para uso c o m o desinfetante. A partir d o inicio do seculo XIX, a l g u m a s regioes dos E s t a d o s U n i d o s j a utilizavam este a g e n t e q u i m i c o n o p r o c e s s o d e desinfecgao d e a g u a s para o

a b a s t e c i m e n t o publico ( C H A M B E R S , 1956).

A cloragao sofreu, d u r a n t e u m p e r i o d o de cinco d e c a d a s , u m p r o c e s s o evolutivo q u e teve inicio c o m a adigao d e p e q u e n a s q u a n t i d a d e s d e cloro e m Jersey City, nos E s t a d o s Unidos, e m 1908, s e n d o d i s s e m i n a d a r a p i d a m e n t e a m e d i d a q u e e s s a tecnica d e m o n s t r o u ser a l t a m e n t e eficiente na redugao d a incidencia d e mortes c a u s a d a s por d o e n g a s d e veiculagao hidrica.

A e v o l u g a o d o s p r o c e s s o s d e cloragao o c o r r e u c o m o t e m p o , p o d e n d o ser c a r a c t e r i z a d a e m diferentes d e c a d a s d e acordo c o m R o s s i n (1987):

• 1908 a 1 9 1 8 - inicio d a cloragao d a s a g u a s ; aplicagao d e u m a p e q u e n a q u a n t i d a d e d e cloro cujo residual nao era c o n h e c i d o ; • 1918 a 1928 - a c e n t u a d a e x p a n s a o no u s o do cloro liquido;

• 1928 a 1 9 3 8 - e m p r e g o d e c l o r a m i n a s , adigao de a m o n i a j u n t a m e n t e c o m cloro, d e f o r m a a se o b t e r u m residual e m cloraminas. Entretanto, ate entao, n a o se tinha testes especsficos para determinar os residuais d e cloro;

• 1938 a 1 9 4 8 - o b s e r v a d a a existencia d o cloro residual livre; utilizagao d e t e s t e s para identificagao e controle d o s residuais de cloro;

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o 1948 a 1958 - refinamento da cloragao; d e t e r m i n a c a o d a s f o r m a s d e cloro livre e c o m b i n a d o ; e cloragao b a s e a d a e m controles bacteriologicos.

3.7.1 Fundamentagao do uso do cloro

O s p r o c e s s o s de desinfecgao tern c o m o objetivo a destruigao o u inativagao de o r g a n i s m o s p a t o g e n i c o s , c a p a z e s de produzir doengas, o u d e outros o r g a n i s m o s indesejaveis. 0 cloro e x e r c e p r e d o m i n a n t e m e n t e e s s a fungao, contribuindo para a m a n u t e n g a o da qualidade microbiologica da a g u a de c o n s u m o , ha mais d e u m seculo.

Muito se tern q u e s t i o n a d o s o b r e qual seria o p r o c e s s o d e desinfecgao "ideal". Ha u m rol de criterios ( F A U S T ; A L Y , 1 9 8 8 a p u d L I B A N I O , 2 0 0 8 ) para definigao d o desinfetante a ser utilizado, entre os quais:

• c a p a c i d a d e d e inativar, nos t e m p o s de c o n t a t o usuais, u m a a m p l a g a m a d e o r g a n i s m o s p a t o g e n i c o s ;

• ser p o u c o s e n s i v e l a variagao d a s caracteristicas f i s i c o - q u i m i c a s da a g u a ;

• a p r e s e n t a r custo a c e s s i v e l , inclusive para sistemas d e p e q u e n o porte, e facilidade de aplicagao e a c o n d i c i o n a m e n t o ;

• conferir residual q u e favorega a m o n i t o r a g a o d a q u a l i d a d e da a g u a e m i n i m i z e o c r e s c i m e n t o m i c r o b i a n o n a s redes de distribuigao;

• disposigao d e t e c n i c a s de d e t e r m i n a g a o d a s c o n c e n t r a g o e s a p l i c a d a s precisas e de facil exequibilidade.

Por atender praticamente a t o d o s e s s e s criterios, o cloro, s o b diversas f o r m a s , t o r n o u - s e o a g e n t e q u i m i c o m a i s difundido no t r a t a m e n t o d e a g u a s de a b a s t e c i m e n t o , s e n d o mais c o m u m e n t e utilizado e m s u a f o r m a g a s o s a (CI2) o u e m s u a s f o r m a s liquidas. Ele tern sido e m p r e g a d o c o m o desinfetante primario na vasta maioria das estagoes d e t r a t a m e n t o d e a g u a superficial ou s u b t e r r a n e a , tanto c o m o

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pre-desinfetante q u a n t o c o m o p o s - d e s i n f e t a n t e ( m a n u t e n g a o do residual na rede) ( D A N I E L , 2 0 0 1 ) .

C o m o o cloro e u m r e a g e n t e n a o conservative, sua c o n c e n t r a g a o e reduzida, c o n f o r m e certas condigoes e n c o n t r a d a s nos reservatorios e nas redes de distribuigao, a c a r r e t a n d o diferengas e n t r e as condigoes d a a g u a q u e sai d a estagao de t r a t a m e n t o de a g u a e d a a g u a q u e c h e g a a o s c o n s u m i d o r e s , s e n d o n e c e s s a r i o u m controle d e a l g u n s pontos ao longo d a s canalizagoes.

A eficiencia d a cloragao e avaliada, d e n t r e outros fatores, pelo potencial d e s t e desinfetante e m m a n t e r u m residual a d e q u a d o por u m t e m p o de contato especificado, de m a n e i r a a constituir u m a barreira sanitaria contra eventual r e c o n t a m i n a g a o a n t e s d o uso. N e s s e sentido, a O M S r e c o m e n d a u m m i n i m o detectavel d e 0,5 mg/L, d e p o i s d e trinta m i n u t o s d a d o s a g e m a p H 7, para a g u a s c o m t u r b i d e z m e n o r q u e 1 ( u m a ) uT. A a g e n d a a m e r i c a n a E P A p r o p o e u m m i n i m o d e 0,2 mg/L, d e p o i s d e u m p e r i o d o d e quatro h o r a s . No Brasil, c o n f o r m e a Portaria 5 1 8 d o Ministerio da S a u d e ( B R A S I L , 2 0 0 4 ) , e r e c o m e n d a d a u m a c o n c e n t r a g a o m i n i m a d e 0,2 m g / L e n o m a x i m o d e 2 mg/L, e m q u a l q u e r ponto da rede de distribuigao.

3.8 R e a g o e s d o c l o r o n a a g u a

3.8.1 Cloro residual livre

Dentre as caracteristicas q u i m i c a s d a agua, s a b e - s e q u e o p H e x e r c e papel significativo n a eficiencia da desinfecgao, a i n d a q u e a t e m p e r a t u r a d a a g u a interfira e m m e n o r m o n t a n o p r o c e s s o . E m geral, por ser o cloro u m forte oxidante, sua reatividade diminui c o m o a u m e n t o d o p H , e sua v e l o c i d a d e de reagao a u m e n t a c o m a e l e v a g a o da t e m p e r a t u r a . Q u a n d o a d i c i o n a d o a a g u a q u i m i c a m e n t e pura ocorrera a reagao, c o n f o r m e r e p r e s e n t a d a a seguir ( D E G R E M O N T , 1979):

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Na t e m p e r a t u r a a m b i e n t e , o t e m p o d e reagao e de d e c i m o s d e s e g u n d o ( V A N B R E M E M , 1984). Em v a l o r e s de p H abaixo d e 4, a reagao p r e d o m i n a n t e e no sentido d e f o r m a g a o d o cloro. 0 acido hipocloroso (HOCI ), f o r m a d o pela adigao de cloro a a g u a , se dissocia r a p i d a m e n t e ( D E G R E M O N T , 1979):

H O C I H+ + o c r

A s o m a d a s c o n c e n t r a g o e s relativas d e acido hipocloroso e ion hipoclorito e d e n o m i n a d o cloro residual livre ( O P A S , 1987; R O S S I N , 1977), constituindo o mais importante p a r a m e t r o de controle de qualidade n a pratica da cloragao de a g u a s de a b a s t e c i m e n t o (SILVA; O L I V E I R A , 2 0 0 1 ) . A s c o n c e n t r a g o e s relativas d e cloro residual livre sao d e p e n d e n t e s do p H e da t e m p e r a t u r a . A Figura 3.3 mostra a relagao que ha entre as c o n c e n t r a g o e s relativas d e cloro e o p H .

o o 100 9 0 -80 70 6 0 - 504 0 3 0 2 0 1 0 -0 0°C :\\ 20°C - o 10 20 30 - 4 0 •f 50 ^ 6 0 70 80 i 90 H 0 0 10 11

Figura 3.3. - Fracoes de cloro residual livre em fungao do pH e temperatura da agua. Fonte: LIBANIO (2008).

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3.8.2 Cloro residual combinado

A a m o n i a existe na a g u a c o m o a m o n i a livre ( N H3) e a m o n i a ionizada

( N H4 +) , d e p e n d e n d o d o p H , d e a c o r d o c o m a s e g u i n t e e q u a c a o :

a m o n i a c a l oriundo d e materia organica o u n a o acarretara na f o r m a g a o d e c o m p o s t o s d o r a d o s c o m p e q u e n o p o d e r desinfetante, d e n o m i n a d o s cloraminas. 0 cloro p r e s e n t e sob a f o r m a de c l o r a m i n a s e d e n o m i n a d o Cloro Residual C o m b i n a d o ( C R C ) ( R O S S I N , 1977), cujas fragoes d e p e n d e r a o da relacao entre a d o s a g e m de cloro aplicado e o nitrogenio a m o n i a c a l presente, ( C ^ / N H4 +) , do p H , d a t e m p e r a t u r a

e d o t e m p o d e reagao ( R O S S I N , 1977; V A N B R E M E M , 1984). Inicialmente, o cloro residual c o m b i n a d o a u m e n t a c o m o a u m e n t o d o cloro d o s a d o , p a s s a n d o por u m valor m a x i m o , e, e m s e g u i d a , diminui ate u m valor m i n i m o , significando a o x i d a c a o total das c l o r a m i n a s . 0 cloro a d i c i o n a d o apos e s s e m i n i m o c o n v e r t e - s e e m cloro livre q u e , alem d e disponibilizar o desinfetante para a inativacao d o s m i c r o r g a n i s m o s , a s s e g u r a c o m u m e n t e a inobservancia de s a b o r e o d o r n a s a g u a s d e a b a s t e c i m e n t o . 0 ponto d e inflexao e n c o n t r a d o e c h a m a d o de p o n t o de deflexao (break point), c o m o r e p r e s e n t a d o na Figura 3.4.

N H4 + (aq) <-> NH3(aq) + H+(gq)

A adigao de cloro e m a g u a s de a b a s t e c i m e n t o q u e c o n t e n h a m nitrogenio

Formasao cie Ctoramsias

7 T "

I Cloro Livre

Residual Combinado Cioro dorado (mgfl)

Figura 3.4 - Cloragao ao breakpoint.

Referências

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