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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

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Academic year: 2021

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA PEDIÁTRICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Adricia Samila Gomes de Almeida1

dougrochanz@gmail.com Rosane Pereira dos Reis2

rosane_pr@hotmail.com Douglas Ferreira Rocha Barbosa1

douglasrochaefata@hotmail.com Marcelle Perdigão Gomes1

marcellepgm@hotmail.com Daniele Gonçalves Bezerra2

danigbezerra@gmail.com

RESUMO:O objetivo do estudo é descrever a assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva

pediátrica. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada entre agosto a setembro de 2019, fazendo uso de publicações indexadas na base de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF). No total foram encontrados 10 artigos de atenderam aos critérios de inclusão deste trabalho. Desta forma, entende-se que a assistência de enfermagem na UTIP necessita ser realizada de forma humanizada, sendo realizada qualificação à medida que se realiza a educação em serviço. Com realização do presente estudo foi possível perceber que os profissionais praticam uma assistência de enfermagem permeada por atitudes humanísticas com respeito, proporcionando o cuidado centralizado no paciente e sua família, buscando do apoiar, acolher, oferecer atenção, escuta e esclarecimento aos acompanhantes.

Palavras–chave: Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Cuidados de enfermagem. Enfermagem

Pediátrica.

ABSTRACT: The aim of the study is to describe nursing care in the pediatric intensive care unit. This is

an integrative literature review, carried out between August and September 2019, using publications indexed in the electronic database: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) and Nursing Database (BDENF). In total, 10 articles were found that met the inclusion criteria of this work. Thus, it is understood that nursing care at the PICU needs to be carried out in a humanized way, with qualification being carried out as in-service education is carried out. With the completion of this study, it was possible to perceive the professionals practicing nursing care permeated by humanistic attitudes with respect, providing care centered on the patient and his family, seeking to support, welcome, offer attention, listening and clarification to the companions.

Keywords: Pediatric Intensive Care Unit. Nursing care. Pediatric Nursing.

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1 INTRODUÇÃO

Percebe-se que a hospitalização e doença podem ser o primeiro impacto e crise enfrentada por uma criança, levando em consideração as condições de saúde, rotina ambiental, os mecanismos de compatibilidade para conflitos nesta faixa etária como condição crítica e delicada na vida da criança ainda vulnerável ao ambiente hospitalar como a mudança de rotina em toda família (GONÇALVES et al., 2017).

A hospitalização infantil é um acontecimento que desencadeia medo, preocupação, conflitos pessoais, ansiedade para a criança, família e todos os envolvidos, ou seja, podendo gerar sofrimento moral e trauma (GONÇALVES et al., 2017). Ainda existem instituições hospitalares que dão ênfase somente a doença e ao seu tratamento, isto é, realizam apenas o cuidado centrado na patologia. No entanto esse cuidado necessita valorizar o vínculo pais-filho e a participação ativa da família nos cuidados à criança, ou seja, o cuidado centrado na criança e em ambos, na criança e na família. Esses fatores são fundamentais a fim de minimizarem o estresse e os traumas da hospitalização (RODRIGUES; OLIVEIRA; SOUSA JULIÃO, 2014).

O processo de hospitalização de uma criança traz experiência difícil e estressante não apenas para ela, mas também para a sua família, uma vez que, essas experiências podem se tornar traumáticas para a criança, pois ela acaba sendo marcada por insegurança, desconforto, além de anseios e medos por estar rodeada de pessoas desconhecidas em ambiente hostil (FERREIRA et al., 2015).

Existem diversas formas de fazer com que a criança se sinta mais confortável, aliviando assim o estresse na fase de internamento, desse modo equipe de enfermagem pode ajudar a criança a se familiarizar com o ambiente, fazendo com que conheça o local para que a criança e a família entenda todo processo hospitalar. Cabe salientar que a criança t terá contato com outras crianças para que as mesmas não se sintam só em um ambiente desconhecido para as mesmas. Diversos hospitais oferecem atividades lúdicas, sendo assim a família é possível a famular observar melhora do estado de saúde e o empenho de toda equipe para dar mais conforto a criança (GONÇALVES et al., 2017).

Melo, Santos e Duran (2014, p. 2343), trazem o entendimento de que:

As crianças gravemente doentes eram atendidas por pediatras de diversas subespecialidades, sem formação específica para o atendimento intensivo. Atualmente, as Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) estão presentes em diversos países e tem como finalidade prover cuidado às crianças criticamente enfermas, propiciando a cura de enfermidades, bem como beneficiando o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. É importante ressaltar que o emprego dos progressos tecnológicos na manutenção da vida do paciente internado na UTIP necessita de um repensar por parte

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Nesta ocasião tão delicada, a criança sofre, bem como, todos a sua volta, tendo que adaptar-se ao ambiente hospitalar, por ser totalmente diferente do ambiente domicilia. É preciso aprender a conviver com as regras do hospital e principalmente na UTIP com a rotina dos exames e dos procedimentos. Isto trás confusões a cabeça da criança, que precisa de adaptações a uma nova forma do cuidar (GONÇALVES et al., 2017).

Como centro dos cuidados prestados ao paciente, o profissional enfermeiro que trabalha como intensivista é incitado pelas especificidades dessa assistência. São crianças vulneráveis nas perspectivas das suas condições de saúde. Demanda de inúmeros cuidados e exposto a diversas intercorrências que requer ações rápidas e eficazes da equipe multiprofissional e medica. Frequentemente são clientes vulneráveis emocionalmente pelas limitações, mudança de rotina, distanciamento da família e pelo ambiente hostil da UTIP (MARTINS et al., 2019).

Portanto, considera-se o estudo de suma importância, visto que possui como foco a assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva pediátrica uma vez que a enfermagem desempenha papel primordialmente sendo a função acolher e administrar, além de organizar, controlar e beneficiar as práticas de cuidados. Cabe destacar que a função do enfermeiro intensivista é permeada por diversas funções de atenção derivadas da complexidade do cuidado prestado no próprio ambiente de trabalho, bem como as exigências resultantes, tanto da prestação de cuidados aos pacientes quanto da própria instituição de saúde (BRAGA et al., 2015).

Este estudo tem como objeto de pesquisa a assistência de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. O interesse pela temática surgiu durante o estágio supervisionado, onde foi vivenciada a assistência de enfermagem na UTIP e com isso a necessidade de aprofundar o conhecimento técnico e científico a respeito da temática.

A partir deste contexto e diante do conhecimento produzido sobre o assunto, pretende-se realizar um estudo de revisão integrativa da literatura, levantando a seguinte norteadora: Como é realizada a assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva pediátrica? Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é descrever a assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva pediátrica.

2 METODOLOGIA

Trata-se de revisão integrativa da literatura, sendo um método de pesquisa que busca, avalia criticamente e sintetiza a produção sobre determinada temática, de maneira sistemática. Utilizaram-se as seguintes etapas: seleção das questões norteadoras; busca e seleção da literatura nas bases de dados eletrônicas, baseando-se em critérios de inclusão e exclusão da amostra; elaboração de instrumento que inclua as informações relevantes extraídas das amostras; análise crítica dos estudos selecionados; interpretação dos dados; e apresentação dos resultados evidenciados (ERCOLE et al., 2014).

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A busca dos estudos foi realizada acessando as seguintes bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e a Base de Dados em Enfermagem (BDENF) no período de agosto a outubro de 2019. Os critérios de inclusão foram: publicações que estivessem disponíveis na íntegra, gratuito, no período de 2015 a 2019, nos idiomas: português, inglês e espanhol e que respondesse a questão norteadora do estudo. Também foram utilizados artigos que não estão na amostra, devido à importância de seu conteúdo para o presente estudo. E os critérios de exclusão foram: cartas ao editor, artigos de opinião, estudos de caso, teses, dissertações, artigos como estudos sem metodologia clara e com impossibilidade de acesso à publicação completa impressa ou

on-line, publicações repetidas (entre as bases de dados), artigos de conclusão de curso e

de revisões.

Foi utilizada a seguinte estratégia de busca realizada para as buscas em bases científicas, utilizando o formulário de busca avançada nas bases de dados, mediante: o emprego dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs): “Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica”, “Cuidados de enfermagem”, “Enfermagem Pediátrica”, combinados com o operador booleano “AND” junto aos critérios de inclusão aplicados para composição da amostra.

Tabela 1: Trajetória metodológica. Maceió, 2019.

Legenda: E- encontrado; S- selecionado. Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Para interpretação crítica dos artigos, procedeu-se à análise de conteúdo, com discussões entre os autores, obtendo ao final consenso acerca do conteúdo apresentado.

Após a leitura de títulos e resumos, foram selecionados os artigos para leitura na íntegra, tomando como referência a questão do estudo, seguido da interpretação e comparação entre produções e os elementos que compunham cada uma, encontrando informações e evidências relevantes que dissertaram acerca de como a literatura tem referido sobre a assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva pediátrica.

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3 RESULTADOS

Dentre as publicações selecionadas, percebe-se que elas ocorrem entre os anos de 2014 e 2019, sendo um número equivalente de publicações durante esses anos. Diante disso, percebe-se que, após a realização do recorte temporal para busca dos artigos, a literatura apresenta estatutos atuais nessa temática.

Na presente revisão integrativa dez artigos atenderam rigorosamente à seleção da amostra previamente estabelecida. A tabela 3 abaixo apresenta os artigos selecionados em ordem cronológica de publicação. No que concerne às revistas que obtiveram mais publicações foi possível observar uma diversidade de periódicos que publicaram artigos sobre a temática.

Quadro 1: Artigos científicos selecionados nas bases de dados LILACS, BDENF e SCIELO, o título, periódico, ano e Estado. Maceió, 2019.

Autores Ano de

Publicação Tipo de Estudo Titulo doartigo Objetivo Resultados

1 VASCONCELOS,

L.S. et al. (2019)

Estudo descritivo com

abordagem qualitativa. Prazersofrimento noe trabalho de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Conhecer as situações geradoras de prazer e sofrimento no cotidiano laboral de trabalhadores de Enfermagem em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Os participantes mencionaram que o trabalho no setor investigado é permeado tanto por situações geradoras de prazer como de sofrimento. 2 MELO, L. L. M.; DOS SANTOS, M. S.; DURAN, E. C. M. (2014) Estudo de campo, descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa. Unidade de terapia intensiva pediátrica: diagnósticos e intervenções de enfermagem mais frequentes. Identificar os mais frequentes diagnósticos de enfermagem da Classificação da NANDA-I e as intervenções de enfermagem da Classificação das Intervenções de Enfermagem -NIC. Os diagnósticos mais frequentes de enfermagem foram: Risco de aspiração, Resposta disfuncional ao desmame ventilatório e Integridade da pele prejudicada; enquanto que as intervenções de enfermagem foram: Monitoração dos sinais vitais, Supervisão da pele, Assistência ventilatória e Monitoração respiratória. Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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Continuação do Quadro 1: Artigos científicos selecionados nas bases de dados LILACS, BDENF e SCIELO, o título, periódico, ano e Estado. Maceió, 2019.

Autores Ano de

Publicação Tipo de Estudo Titulo doartigo Objetivo Resultados

3 BRAGA, LC. et

al. (2015) Estudodescritivo e qualitativoexploratório, Demandas deatenção do enfermeiro em unidade de terapia intensiva pediátrica: Uma investigação qualitativa. Compreender as demandas de atenção que emergem do processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Os temas revelados foram: Demandas Técnico-Instrumentais que caracterizaram o trabalho do enfermeiro voltado para a realização de tarefas, procedimentos e atribuições; Demandas para Gestão do Trabalho que revelou como os enfermeiros organizam o processo de trabalho e seus fatores limitantes. 4 FONTES, C.M.B; OLIVEIRA, A.S.S; TOSO, L.A. (2017) Estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa, Brinquedo terapêutico em unidade de terapia intensiva pediátrica. Descrever o comportamento infantil, com o uso do brinquedo terapêutico (BT), em uma Unidade Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP). Das 17 variáveis comportamentais, submetidas ao Teste de Proporção, dez apresentaram significância (p<0,05). Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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Continuação do Quadro 1: Artigos científicos selecionados nas bases de dados LILACS, BDENF e SCIELO, o título, periódico, ano e Estado. Maceió, 2019.

Autores Ano de

Publicação Tipo de Estudo Titulo doartigo Objetivo Resultados

5 RODRIGUES, A.C; CALEGARI, T. (2016)

Pesquisa transversal Humanização da assistência na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica: Perspectivas da equipe de enfermagem. Analisar a visão da equipe de enfermagem sobre a humanização da assistência às crianças e famílias na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) As profissionais de enfermagem afirmam executar ações humanizadas mesmo com conhecimento parcial sobre a temática, destacando os fatores respeito, conforto, escuta e presença da família. As principais dificuldades identificadas para a realização de ações humanizadas foram a redução no quadro de funcionários, alta demanda de pacientes e o tempo. 6 PINHEIRO, J.M.S. et al. (2018) Pesquisa documental

retrospectiva Manejohistórico dode enfermagem no contexto da terapia intensiva pediátrica. Caracterizar o manejo do Histórico de Enfermagem segundo o preenchimento pelos enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva pediátrica. Dos Históricos de Enfermagem analisados, 47,2% foram classificados como preenchimento regular, 23,7% ruim, 22,2% ótimo e 6,9% péssimo.

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Continuação do Quadro 1: Artigos científicos selecionados nas bases de dados LILACS, BDENF e SCIELO, o título, periódico, ano e Estado. Maceió, 2019.

Autores Ano de

Publicação Tipo de Estudo Titulo doartigo Objetivo Resultados

7 PUPULIM, J.S.L.

et al (2017) Estudo metodológico Validação deum histórico de enfermagem para unidade de terapia intensiva pediátrica. Validar o Histórico de Enfermagem para uma unidade de terapia intensiva pediátrica quanto à aparência e conteúdo O critério Pertinência de Conteúdo, relativo aos tópicos do instrumento, atingiu os maiores níveis de concordância entre os juízes (78-100%). Os tópicos que não

atingiram a concordância pré-definida foram substituídos, excluídos ou reformulados. O instrumento reestruturado foi reavaliado pelos juízes, obtendo concordância satisfatória em todos os critérios (78-100%). 8 SOARES, L.G. et

al. (2016) Estudo descritivo, comabordagem qualitativa UTI pediátrica:O significado do cuidar na perspectiva da mãe. Compreender a importância do envolvimento materno no cuidado de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP). Apresentado em quatro categorias: “Reconhecimento da função materna”; "Cuidado como recurso de enfrentamento”; “Aprender a cuidar ocorre observando e cuidando” e “Papel da equipe de enfermagem”. Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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Continuação do Quadro 1: Artigos científicos selecionados nas bases de dados LILACS, BDENF e SCIELO, o título, periódico, ano e Estado. Maceió, 2019.

Autores Ano de

Publicação Tipo de Estudo Titulo doartigo Objetivo Resultados

9 MENDONÇA,

J.G. et al. (2019) Estudo transversal Perfilinternações emdas unidade de terapia intensiva pediátrica do Sistema Único de Saúde no estado de Pernambuco, Brasil. Descrever o perfil das internações por faixa etária em UTIP do SUS de Pernambuco, em 2010, realizou-se um estudo transversal, com o universo das 1.915 internações nas seis UTIP do estado, captadas no Sistema de Informação Hospitalar. A distância média entre o município de residência e o da UTIP variou de 8,7 a 486,5 km. Ocorreram 207 óbitos (10,8/100 internações), 30% por doenças infectoparasitárias. Identificaram-se diferenças entre as faixas etárias (p < 0,05), exceto quanto ao sexo. 10 GUEDES, D.M.B; SANTOS, L.C; OLIVEIRA, E.A. (2017) Estudo transversal, descritivo, exploratório de abordagem quantitativa Intervenções de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Analisar as intervenções prescritas pelos enfermeiros aos dez diagnósticos de enfermagem mais frequentes em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, comparando com as intervenções propostas pela Nursing Interventions Classification. A análise das prescrições dos enfermeiros em um comparativo com a literatura mostrou que existem

enfermeiros que não estão habituados a diagnosticar. Existe falta na complementação das prescrições, no manuseio e na utilização dos exames complementares e laboratoriais para relacionar ao cuidado.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019. 4 DISCUSSÃO

A partir das informações extraídas dos artigos foi possível identificar e analisar os trabalhos, com base na questão de pesquisa deste estudo, sendo assim, foram descritas de acordo com o que era de interesse para o estudo e, para melhor discussão, foram utilizados dois eixos temáticos, sendo eles: Unidade de terapia intensiva pediátrica e Assistência de Enfermagem na Unidade de terapia intensiva pediátrica.

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Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

Na perspectiva deste estudo, pode-se perceber que o processo de hospitalização de uma criança, em UTIP desencadeia ansiedade tanto na criança quanto na família devido ao medo da separação, medo dos procedimentos invasivos e o medo de sentir dor (FONTES; OLIVEIRA; TOSO, 2017), já que esse é um ambiente onde elas se deparam com diversas incertezas, inclusive, com o possível fim da vida.

Segundo Guedes, Santos e Oliveira (2017), a atenção de elevada complexidade, geralmente, se caracteriza por ser uma área fechada e afastada, física e funcionalmente, do restante do hospital, na qual a hospitalização acontece de forma abrupta, deixando pouco tempo para que a família se ajuste à nova realidade. Para tornar esse ambiente menos hostil e mais acolhedor, deve-se entender que cada família tem uma dinâmica e uma história própria que necessitam ser reconhecidas, valorizadas e respeitadas, tornando-se essencial que os profissionais da equipe de saúde, em específico os profissionais de enfermagem proporcionem um cuidado terapêutico humanizado a essa família.

É importante salientar que a UTIP destina-se ao tratamento de crianças com necessidades de saúde que exigem assistência de elevada complexidade e, deste modo, de uma equipe de profissionais habilitados. A prática da enfermagem demanda, além de competências técnicas, cognitivas e atitudinais, a organização do trabalho e o planejamento das atividades de cuidado no desenvolvimento da assistência individualizada, considerando o ambiente terapêutico vivenciado pela criança em terapêutica intensiva (COELHO et al., 2017).

No Brasil, embora tenham ocorrido diversos avanços na terapia intensiva nas últimas décadas, infelizmente ainda persistem as desigualdades na distribuição dos leitos e na qualidade da assistência proporcionada. A distribuição e estrutura das UTIP, as principais causas de admissão, os custos despendidos e a forma como se presta assistência intensiva no país ainda são pouco conhecidos. Além disso, entre os estudos que abordam as características de internações em UTIP, a maioria envolve um único centro terciário de referência, tanto na literatura científica nacional, como na internacional (MENDONÇA et al., 2019).

Nesses ambientes críticos com a prática mecanizada e especializada, é importante refletir sobre o sentido real da assistência de enfermagem como uma forma de cuidado, que necessita ser desempenhada correlacionada com a humanização, partindo do pressuposto de que o usuário tem o direito de satisfação com o serviço por meio do atendimento de qualidade. Para alcançar o sucesso dessa relação, os profissionais de saúde precisam fortalecer o contato, a comunicação, o vínculo e valorizar os usuários, pois ao dialogar e ouvir suas demandas viabilizam a resolubilidade e o cuidado integral (RODRIGUES; CALEGARI, 2016). Essas são ações indispensáveis para contribuir na melhoria e qualificação dos profissionais para atuação na prática assistencial.

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Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

No entanto, a prática de Enfermagem em UTIP abrange o cuidado as crianças graves, com alto grau de dependência do profissional de Enfermagem. Trata-se de um campo particularizado da assistência de Enfermagem, devido às particularidades da estrutura física do setor e da dinâmica do processo de cuidar, altamente instrumentalizado, racionalizado e tecnológico (VASCONCELOS et al., 2019). A equipe de enfermagem está inserida na assistência desses pacientes, por isso precisa de uma preparação especial para prestar uma assistência de qualidade.

Cabe destacar que os resultados da pesquisa de Braga et al. (2015), permitiram compreender que a assistência de enfermagem no setor de UTIP muitas vezes são cansativas e desgastantes para a equipe e todos trabalham juntamente, já que, é nesse espaço onde convive pacientes graves e em riscos de morte, ou seja, vivenciando momentos de alegria e tristeza juntos com seus familiares.

Pinheiro et al. (2018), destacaram em seu estudo que para uma assistência holística e humanizada em UTIP, onde há uma prática contínua de assistência especializada, torna-se necessário a implantação e execução da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), permitindo ao enfermeiro intensivista organizar, planejar, intervir e resolver alterações e complicações constatadas precocemente, tendo em vista à melhoria na qualidade de vida e à recuperação dos pacientes dessa unidade.

A qualidade da assistência prestada pelo profissional de enfermagem não é uma característica intangível, ela se constitui de uma avaliação assistencial de forma integral e contínua, ou seja, este profissional necessita atender às necessidades e perspectivas dos clientes e garantir a satisfação profissional da equipe são ações que têm o potencial de atribuir na qualidade da assistência de enfermagem (MELO; SANTOS; DURAN, 2014).

Cabe destacar que por se tratar de uma unidade de internação onde a complexidade do quadro clínico dos pacientes demanda de muitos cuidados e métodos técnicos de enfermagem, somando-se a tecnologia ali instalada para auxiliar no acolhimento, é imprescindível que o enfermeiro desenvolva e aplique a SAE, e respectivos impressos, estruturando-a, principalmente, no caso de UTIP, com o intuito de melhorar e garantir a qualidade da assistência (COELHO et al., 2017).

A assistência de enfermagem na UTIP necessita ser realizada de forma humanizada, sendo realizada uma qualificação à medida que se realiza a educação em serviço, isto é, necessitam serem realizados treinamentos em serviços que visem melhorar e atualizar a sua capacidade, oportunizar o seu desenvolvimento e o seu envolvimento no cuidado com o outro. É imprescindível também que os profissionais de enfermagem, conscientizem-se e sensibilizem-se de que a família necessita ser incorporada aos cuidados proporcionados pela equipe de enfermagem, considerando sua particularidade e dinâmica (SOARES et al., 2016), pois o cuidado não se limita somente ao procedimento, no fazer, mas também no sentido de ser, de expressar uma atitude, uma vez que existe uma relação entre a equipe de enfermagem, paciente e família.

Santos e Maranhão (2016) salientam em sua pesquisa que no ambiente de UTIP, geralmente, observa-se que é prioritário o enfoque para a tecnologia como agrupada na assistência de enfermagem subjugando as dimensões humanas e deixando-as em segundo plano. Isso pode ser percebido pelas justificativas proporcionadas pelos profissionais de enfermagem na escolha do item tecnológico como prioritário.

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Entretanto, Pinheiro et al. (2018), destacam que as intervenções necessitam ser implementadas com a finalidade de prestar uma assistência sistematizada de forma organizada e clara, pois os cuidados de enfermagem é realizado de forma completa e ampla, pois é rompido o modelo médico, tecnicista, onde é provido uma sequência lógica e guiada para a adoção de um julgamento terapêutico adequado e clinico.

Para atender às múltiplas dimensões e aspectos do cuidado ao ser humano, torna-se indispensável o uso de novos referenciais, adequados de envolverem a complexidade e a integralidade do cuidado no ambiente complexo e dinâmico de UTIP. Deste modo, é preciso desenvolver uma visão ampliada do conjunto de subsídios que compõe esse ambiente, com base em uma visão sistêmica e completa (SOARES et al., 2016).

Sabe-se que é indispensável que os profissionais de enfermagem proporcionem um cuidado humanizado na UTIP, e estes necessitam estar preparados para as situações vivenciadas na prática e a instituição para qual trabalham necessita apresentar a humanização do cuidado como filosofia (RODRIGUES; CALEGARI, 2016). A enfermagem enquanto profissão lida com pessoas e com aparatos tecnológicos para o cuidado, entretanto, o cuidado ao ser humano necessita ser prioritário em detrimento às questões tecnológicas. Deste modo, enfatiza-se a necessidade de amparar as discussões envolvendo tecnologias e humanização no conhecimento científico e nas reflexões acerca de como agir para melhorar a qualidade da assistência prestada ao cliente.

Portanto, é importante que toda a equipe de enfermagem esteja atenta aos novos aparatos tecnológicos e saiba manuseá-los de maneira apropriada. Sendo assim, salientamos a importância da qualificação dos profissionais e da produção de conhecimento em UTIP como parte de um processo contínuo, de disseminação de subsídios e avaliação dos recursos humanos. Tal processo torna-se um desafio para a enfermagem em UTIP, em função da elevada tecnologia e do cuidado de maior complexidade técnica presentes nesse ambiente. Neste contexto, acredita-se ainda que a construção de uma assistência enfermagem adequada em UTIP é um processo com metas no curto, médio e em longo prazo, estimulada por medidas de avaliação e da capacidade de compreender com a própria experiência e a dos outros.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com realização do presente estudo foi possível perceber que o ambiente de UTIP é dotado de diversos aparelhos tecnológicos, já que os pacientes que estão nesse setor precisam de cuidados contínuos. Nesse ambiente é possível perceber também que, com a ampliação do uso de tecnologias, surge na enfermagem uma questão importante que se resume em como proporcionar o cuidado humanizado mesmo com uma ampla quantidade de aparatos tecnológicos sendo empregados.

Diante desse contexto, percebe-se que os profissionais praticam uma assistência de enfermagem permeada por atitudes humanísticas com respeito, proporcionando o cuidado centralizado no paciente e sua família, buscando apoiar, acolher, oferecer atenção, escuta e esclarecimento aos acompanhantes. Portanto, o

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REFERÊNCIAS

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