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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANÁLISE DA SENSITIZAÇÃO DE JUNTAS SOLDADAS EM AÇO INOXIDÁVEL AISI 409 PARA USO EM SISTEMA DE EXAUSTÃO VEICULAR

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA ÁREA:

SUBÁREA: ENGENHARIAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): GIOVANNA AGARELLI AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): SUSANA MARRACCINI GIAMPIETRI LEBRÃO ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): GENERAL MOTORS DO BRASIL COLABORADOR(ES):

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1. Resumo

Pretende-se avaliar a suscetibilidade quanto à corrosão intergranular de juntas soldadas do aço AISI 409 utilizado na fabricação de escapamentos automotivos. O possível fenômeno de sensitização nas zonas termicamente afetadas, bem como seus efeitos nas propriedades mecânicas, serão avaliados por ensaios de corrosão e metalográficos.

2. Introdução

Os aços inoxidáveis são vastamente utilizados, desde a fabricação de eletrodomésticos até equipamentos laboratoriais, uma vez que fazem parte das ligas passivadas, apresentando assim, elevada resistência à corrosão. Frente a tal propriedade, cada vez mais a utilização dos aços inoxidáveis tem aumentado no ramo industrial, onde se concentram aplicações em que o fenômeno de corrosão deve ser essencialmente evitado (LIMA, 2007).

O aço inoxidável ferrítico AISI 409 (10,5 – 11,8% Cr), devido às suas

propriedades de resistência à corrosão, vem sendo empregado no sistema de exaustão de veículos automotivos e submetido ao processo de soldagem na união de suas peças, fato que, adicionado a condições de variação térmica, intensifica a tendência do surgimento de um meio corrosivo (CUNTO, 2005).

A soldagem é um método bastante usual na fabricação e recuperação de peças, sendo aplicada na união de peças ou na deposição de material sobre superfícies. Um dos processos mais utilizado para soldagem é o GMAW (Gas Metal Arc Welding), devido a sua alta produtividade e qualidade dos cordões de solda (MODENESI; MARQUES, 2006). Porém, tal mecanismo torna-se extremamente agressivo, pois afeta mecânica, térmica e metalurgicamente as regiões de contato e vizinhas ao cordão de solda, uma vez que a soldagem pode causar uma variação na composição local do material, havendo a perda da camada protetora passiva do aço inoxidável ferrítico, permitindo a ocorrência da corrosão tanto na zona termicamente afetada (ZTA) quanto na zona fundida (ZF) (MODENESI, 2001; BRACARENSE, 2005).

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Durante os processos de soldagem desses aços inoxidáveis, portanto, pode ocorrer sensitização e consequente corrosão intergranular na ZTA, que acaba por fragilizar a região soldada e afetar a vida útil dos equipamentos, podendo ocasionar falhas catastróficas nas peças, sendo de extrema importância sua identificação e controle. Ensaios eletrolíticos e eletroquímicos de corrosão podem ser utilizados como critério de aprovação das peças (PIRES,2002).

3. Objetivo

O objetivo deste trabalho é analisar a sensitização do aço inoxidável AISI 409, quando submetido aos processos de soldagem, na união de peças do sistema de exaustão de veículos automotivos, através de ensaios metalográficos e de corrosão.

4. Metodologia

A composição química do aço inoxidável ferrítico AISI 409 encontra-se na tabela I.

Tabela I. Composição química do aço inoxidável ferrítico AISI 409 Composição Química (%)

%C %Si %Mn %P %S %Cr %Ni %Ti %Cu

0,08 0,48 0,27 0,026 0,0004 10,81 0,28 0,23 0,028

As amostras para os ensaios foram confeccionadas a partir das juntas soldadas fornecidas pela General Motors do Brasil.

Para a avaliação da corrosão nas juntas soldadas, os corpos de prova foram submetidos ao ataque de ácido oxálico 10%, conforme a norma ASTM A763, com o intuito de constatar a sensitização nos contornos de grão.

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Os corpos de prova, para análise metalográfica, foram preparados com base na norma ASTM E3, sendo submetidos ao ataques químicos de Vilela para caracterização da microestrutura.

5. Desenvolvimento

A primeira etapa foi a soldagem de 2 juntas a serem estudadas, compostas de aço AISI 409, utilizando-se o arame tubular 430Ti. Foram adotados parâmetros de soldagem em duas condições: soldagem manual e automática realizada pela máquina de solda, variando apenas a velocidade de soldagem. Com isso, foi possível a análise da influência do tempo de soldagem tanto na microestrutura quanto na sensitização do aço inoxidável estudado.

A composição química do arame tubular 430Ti e os parâmetros de soldagem empregados na confecção das chapas soldadas estão descritos nas tabelas III a V, respectivamente.

Tabela III: Composição química do arame tubular 430Ti

%C %Mn %Si %S %P %Ni %Cr %Mo %Cu %Ti

0,021 0,750 0,740 0,001 0,021 0,250 17,74 0,030 0,080 0,380

Tabela IV: Parâmetros de soldagem manual realizada pelo soldador Velocidade do arame (m/min) Tamanho do arco voltaico Stick-out (referência) Vazão de gás ( l/min) Φ arame (mm) Tipo de solda 12 -15 15 a 20 10 a 15 1,0 / 430Ti Pulsado

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Tabela V: Parâmetros de soldagem realizada automaticamente pela maquina de solda Velocidade do arame (m/min) Tamanho do arco voltaico Stick-out (referência) Vazão de gás ( l/min) Φ arame (mm) Tipo de solda 3 a 7 -22 a -5 15 a 20 10 a 15 1,0 / 430Ti Pulsado

A segunda etapa consistiu no corte de quatro amostras para os estudos experimentais, sendo duas delas, com 3,0 cm x 0,5 cm, destinadas aos ensaios metalográficos; e as outras duas, com 1,0 cm x 1,0 cm, destinadas aos ataques de corrosão. Todas as amostras foram embutidas em molde de baquelite para posterior lixamento e polimento destas.

O reagente utilizado no ataque químico feito na metalografia foi o Vilela, solução composta por 5 ml HCl, 1 g ácido pícrico, 100 ml de etanol (95%). Para o total aproveitamento da reação, imergimos as amostras metalográficas na solução durante 1:10 min.

O reagente utilizado no ataque químico para análise de corrosão foi a solução de

10% de ácido axálico, tendo uma corrente de 1,00 A/cm2 e tempo de duração de 90

s como parâmetros da reação eletrolítica.

6. Resultados

Nas figuras 1 a 3 podem-se observar as microestruturas com ataque de Vilella na condição soldada automaticamente pela maquina. Pode-se observar que houve aumento significativo no tamanho de grão na região próxima da solda.

Nas figuras 4 e 5 podem-se observar as microestruturas com ataque de Vilella na condição soldada manualmente pelo soldador. Pode-se observar que, também nesta condição, houve aumento significativo no tamanho de grão na região próxima da solda.

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Figura 1. Metalografia do aço AISI 409 na condição soldada automaticamente. Região distante da solda. Ataque Vilella. Aumento: 200 x

Figura 2. Metalografia do aço AISI 409 na condição soldada automaticamente. Região da solda. Ataque Vilella. Aumento: 50 x

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Figura 3. Metalografia do aço AISI 409 na condição soldada automaticamente. Região distante da solda. Ataque Vilella. Aumento: 500 x

Figura 4. Metalografia do aço AISI 409 na condição soldada manualmente. Região distante da solda. Ataque Vilella. Aumento: 100 x

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Figura 5. Metalografia do aço AISI 409 na condição soldada manualmente. Região da solda. Ataque Vilella. Aumento: 100 x

Nas figuras 6 e 7 podem-se observar as microestruturas após ensaio de corrosão, com ataque eletrolítico, na condição soldada automaticamente pela maquina, em região distante do cordão de solda e no cordão de solda, respectivamente.

Figura 6. Metalografia do aço AISI 409 soldado automaticamente pela maquina, após ensaio de corrosão, região distante da solda. Ataque eletrolítico, acido oxálico

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Figura 7. Metalografia do aço AISI 409 soldado automaticamente após ensaio de corrosão, região da solda. Ataque eletrolítico, acido oxálico 10%. Aumento: 50 x Pode-se observar que na região distante do cordão de solda os contornos de grão se apresentaram na forma de degraus, enquanto que no cordão de solda pode-se observar contornos de grão bem atacados em valas. O mesmo ocorrendo na condição soldada manualmente pelo soldador, figuras 8 e 9.

Figura 8. Metalografia do aço AISI 409 soldado manualmente após ensaio de corrosão, região distante da solda. Ataque eletrolítico, acido oxálico

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Figura 9. Metalografia do aço AISI 409 soldado manualmente após ensaio de corrosão, região da solda. Ataque eletrolítico, acido oxálico 10%.

Aumento: 100 x 7. Considerações finais

Observou-se que os contornos de grão das amostras soldadas automaticamente se apresentaram maiores do que as amostras com parâmetros ideais escolhidos pelo soldador, uma vez que a velocidade de soldagem deste é maior do que a da máquina empregada, fazendo com que o material seja menos exposto às altas temperaturas de soldagem por tempos longos. A partir de tal observação, constatou-se que quanto maior o tempo empregado na soldagem, aumenta a condição de precipitação e, portanto de sensitização, na zona termicamente afetada (ZTA), propiciando contornos de grão com maiores dimensões e assim, possivelmente, uma diminuição da tenacidade do material. Na análise metalográfica, também verificou-se a presença de precipitados nos contornos de grãos da ferrita, sendo que, ao realizar-se os ataques de corrosão, estes apresentaram suscetibilidade ao meio corrosivo ocasionado pelo ácido oxálico.

Por meio dos dados coletados dos ataques de corrosão, constatou-se a ocorrência do fenômeno de sensitização na ZTA, o que comprova a influência da alta temperatura na sensitização do aço inoxidável ferrítico AISI 409.

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Observou-se que o fenômeno de corrosão mostrou-se mais intenso na amostra soldada automaticamente, uma vez que esta foi submetida a uma velocidade de soldagem menor do que a do soldador, sendo o tempo de exposição do aço AISI 409 à altas temperaturas de sensitização maior, possibilitando uma maior ocorrência de precipitados intergranulares, intensificando o fenômeno de corrosão.

8. Fontes consultadas

Bracarense, A. Q. Processo de soldagem - Gás Metal Arc Welding GMAW. Apostila curso Processos de Soldagem - Mestrado UFMG, 2005.

CES EDUPACK: 2014. São Paulo: Granta’s Material Intelligence, 2014. 1 CD-ROM. Windows XP/ Vista/ 7 e 8.

Cunto, Julio Cesar. Estudo da resistência à corrosão de aços inoxidávelidáveis para o uso na parte fria dos sistemas de exaustão de veículos. Ipen, 2005.

Lima, Luciana I. L. Metodologia para avaliação da corrosão da zona termicamente afetada de aço inoxidável ferrítico AISI 439 soldado. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Programa de pós- graduação em engenharia mecânica, 2007. Modenesi, P. J. Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis. Coleção Tecnologia da Soldagem, v.1.Senai, SP. 2001.

Modenesi, P. J.; Marques, P. V.. Introdução aos Processos de Soldagem. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), 2006.

Pires,R. F.; Alonso-Falleiros, N. Corrosão intergranular de aço inoxidável ferrítico: Avaliação através do método eletroquímico. Produção em Iniciação Científica da Epusp, 2002.

Referências

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