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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS - DEAG

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ÁREA: CIRURGIA DE PEQUENOS ANIMAIS

ORIENTADOR: DRº DANIEL CURVELLO DE MENDONÇA MULLER

SUPERVISOR: DRº JOÃO EDUARDO WALLAU SCHOSSLER

Henrique Soares Fritzen

(2)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

por

Henrique Soares Fritzen

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Medicina Veterinária, Área

de Concentração em Cirurgia Veterinária, da Universidade Regional do

Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito para

obtenção do grau de

Médico Veterinário

Orientador: Daniel Curvello de Mendonça Müller

Ijuí, RS, Brasil

2013

(3)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

elaborada por

Henrique Soares Fritzen

Como requisito para obtenção do grau de

Médico Veterinário

Comissão Examinadora

_____________________________

Daniel Curvello de Mendonça Müller (UNIJUI)

(Orientador)

_____________________________ Cristiane Beck (UNIJUI

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha noiva Jéssika Schopf Pasini minha eterna companheira.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter criado os animais, seres inferiores dignos de todo meu respeito.

A gradeço a minha noiva Jéssika Schopf Pasini, pelo companheirismo e incentivo. Agradeço ao Dr. Daniel Muller, meu orientador e sua esposa Dr Paula Basso por todos os ensinamentos e conselhos.

Agradeço a minha mãe, Selma Berlezi Soares Fritzen, meu padrasto Oscar Guarda- Lara e minha irmã Emili Soares Guarda-Lara por todo seu sacrifício em prol do meu aprendizado.

Agradeço a família da minha noiva por todo apoio e compreensão durante o curso. Agradeço a todos meus colegas pelos momentos únicos que passamos juntos. Agradeço a todos meus amigos que estão felizes com minha conquista.

Agradeço ao Dr. João Eduardo, e toda equipe do bloco dois do Hospital Veterinário da UFSM, pelos ensinamentos.

Agradeço a todos os professores que tive durante minha jornada acadêmica.

E por fim quero agradecer a os animais companheiros que por amor influenciaram minha escolha pela profissão.

MUITO OBRIGADO!

(6)

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA CIRURGIA DE PEQUENOS

ANIMAIS.

HENRIQUE SOARES FRITZEN

RESUMO

O Estágio Curricular faz parte da avaliação para aprovação nas disciplinas Estágio Clínico II, e também Estágio Final. Foi realizado no Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado no prédio 97B, UFSM- Av. Roraima,1.000, Camobi, Santa Maria/RS. O horário de atendimento do HVU é de segunda a sexta-feira, das 7:30 as 19:30 h, oferecendo atendimento nas seguintes especialidades: clínica médica de pequenos animais, neurologia, oftalmologia, fisioterapia, ortopedia, clínica de ruminantes e clínica de equinos. Os serviços externos prestados pelo hospital originam-se dos setores de diagnóstico por imagem, patologia clínica, clínica médica , cirurgias e anestesiologia. As atividades referentes ao estágio foram realizadas no setor de cirurgia de pequenos animais, no bloco cirúrgico do HVU, sob supervisão do Dr. João Eduardo Wallau Schossler, professor do curso de Medicina Veterinária na UFSM.

Durante o período de 08 de outubro até 28 de novembro de 2012, acompanhou-se as cirurgias realizadas no bloco 2, cumprindo- se a carga horaria de 210 horas referentes ao estágio, podendo assim acompanhar a rotina médica cirúrgica e expressar os conhecimentos adquiridos durante o curso.

Neste tempo pude acompanhar as atividades realizadas no HVU, dando maior ênfase à cirurgia de pequenos animais. Acompanhei várias cirurgias desde as mais simples, como as orquiectomias, até cirurgias guiadas por vídeo em caráter experimental.

Os casos de sutura fabelo tibial como tratamento da ruptura de ligamento cruzado cranial em cães e osteossíntese de fêmur com placa de neutralização, foram escolhidos para serem relatados por se tratar de cirurgias ortopédicas e serem afecções comuns na rotina cirúrgica veterinária.

Contudo o estágio teve extrema importância em minha formação profissional e pessoal. Com o acompanhamento dos profissionais do HVU pode se adquirir muito conhecimento técnico na elaboração de planos cirúrgicos para cada paciente em especial.

(7)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Procedimentos cirúrgicos, divididos por sistemas, acompanhados durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de

novembro de

2012... 14 TABELA 2 – Cirurgias do sistema tegumentar acompanhadas durante o Estágio

Curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 22 TABELA 3 – Cirurgias realizadas no olho, orelha, sistema digestório, linfático e

respiratório, durante estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 23 TABELA 4 – Cirurgias do sistema geniturinário masculino, acompanhadas durante o

Estágio Curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 24 TABELA 5 – Cirurgias do Sistema Geniturinário Feminino, acompanhadas durante o

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 24

(8)

TABELA 6 – Cirurgias do sistema muscular acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 25 TABELA 7 – Cirurgias ortopédicas realizadas durante o estágio curricular

supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 26 TABELA 8 – Procedimentos cirúrgicos do membro pélvico de cães realizadas no

Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012 ... 27 TABELA 9 – Procedimentos cirúrgicos do membro torácico de cães realizadas no

Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinário, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012... 28

(9)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Sala de operação do bloco cirúrgico do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, utilizada durante o estágio Curricular supervisionado em Medicina Veterinária... 15 FIGURA 2 – Animal com ampla tricotomia da região abdominal, e amarrado na

mesa cirúrgica por barbantes. Preparação realizada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria... 16 FIGURA 3 – Membro de um canino isolado com atadura estéril para que o

cirurgião possa manipulá-lo sem contaminação, para realização da cirurgia ortopédica realizada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria... 18 FIGURA 4 – Aparelho de anestesia inalatória utilizado durante o estágio

curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria... 20

Relato de caso 1

FIGURA 1 – Imagens após a perfuração da crista da tíbia, demonstrada pela introdução de agulha 40x12, utilizada como guia de passagem do fio pelo orifício (A); Em (B), observa-se a sutura fabelo-tibial já concluída, demonstrando a pouca dissecação dos tecidos adjacentes... 36

(10)

Relato de caso 2

FIGURA 1 – Placa óssea utilizada na osteossíntese (A); Adaptação da placa no formato do Fêmur (B); Fratura transversa, completa, simples, diafisária de fêmur (C); Placa óssea fixada ao fêmur gerando redução e estabilidade na fratura (D)... 45

(11)

LISTA DE ANEXO

Anexo 1 – Certificado de realização de estágio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria... 51

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 14

2.1 PRINCÍPIOS CIRÚRGICOS GERAIS ADOTADOS PELO HVU- UFSM ... 14

2.1.1 INSTALAÇÕES CIRÚRGICAS ... 14

2.1.2 ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO ... 15

2.1.3 PREPARAÇÃO DO PACIENTE ... 16

2.1.4 PREPARAÇÕES DO CAMPO OPERATÓRIO ... 17

2.1.5 PREPARAÇÕES DA EQUIPE CIRÚRGICA ... 18

2.1.6 INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA ... 19

2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ANESTESIA ... 19

2.2.1 MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA ... 19

2.2.2 INDUÇÃO ANESTÉSICA ... 19

2.2.3 MANUTENÇÃO ANESTÉSICA ... 20

2.2.4 ANALGESIA E ANESTESIA EPIDURAL ... 20

2.2.5 RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA ... 21

3 CIRURGIAS DE TECIDOS MOLES ... 22

3.1 CIRURGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR ... 22

3.2 CIRURGIAS DO OLHO, ORELHA, SISTEMA DIGESTIVO, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO ... 22

3.3 CIRURGIAS DO SISTEMA GENITOURINÁRIO MASCULINO ... 23

3.4 CIRURGIAS DO SISTEMA GENITURINÁRIO FEMININO ... 24

3.5 CIRUGIAS DO SISTEMA MUSCULAR ... 25

4 CIRUGIAS ORTOPÉDICAS ... 26

4.1 CIRURGIAS DO MEMBRO PÉLVICO ... 26

4.2 CIRURGIAS DO MEMBRO TORÁCICO ... 27

5 RELATO DE CASO 1 ... 29

6 RELATO DE CASO 2 ... 37

7 REFERÊNCIAS ... 46

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50

(13)

1 INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal Santa Maria (UFSM), no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de 8 de outubro à 28 de novembro de 2012.

O HVU atende ao público, prestando serviços de saúde animal, onde acompanhei a rotina de cirurgia de pequenos animais. O supervisor interno de estágio foi o professor João Eduardo Wallau Schossler, e sob orientação do professor Daniel Curvello de Mendonça Muller.

No bloco cirúrgico do HVU são realizadas cirurgias gerais de rotina, o quadro de profissionais do bloco é composto por três veterinários residentes em cirurgia de pequenos animais, quatro residentes em anestesiologia, dois médicos veterinários contratados pelo hospital sendo um responsável pelas cirurgias e outro pelos serviços de anestesia, e dois técnicos em enfermagem responsáveis pelo bloco. O serviço de esterilização é executado por um outro funcionário. E em alguns turnos da rotina cirúrgica também operam os professores do curso de Medicina Veterinária da UFSM.

Durante o estágio foram acompanhadas as preparações dos animais, aplicação de medicação pré-anestésica, auxílio nos procedimentos cirúrgicos, curativos, prescrições e auxílio na organização do ambiente. A escolha do local foi por a instituição ser referência em cirurgia de pequenos animais, onde se pôde acompanhar a prática.

O objetivo do estágio foi acompanhar profissionais atuantes na área de cirurgia de pequenos animais, bem como sua conduta frente a os casos atendidos e compreender o funcionamento rotineiro do HVU. Possibilitando assim um aprendizado e maior qualificação profissional na área de cirurgia de pequenos animais.

(14)

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas no estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM estão apresentadas na tabela 1 a seguir.

TABELA 1 Procedimentos cirúrgicos, divididos por sistemas, acompanhados durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Procedimentos Canino Felino Primatas Nº de casos % Auditivo Digestivos Genitourinários feminino Genitourinários masculino Linfáticos Musculares Ocular Ortopédicos Respiratório Tegumentares 1 9 39 6 1 5 1 39 1 16 0 1 7 2 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 10 46 8 1 6 1 39 1 19 0,76 7,57 34,85 6,06 0,76 4,55 0,76 29,54 0,76 14,39 Total 118 13 1 132 100

2.1 PRINCÍPIOS CIRÚRGICOS GERAIS ADOTADOS PELO HVU- UFSM

2.1.1 INSTALAÇÕES CIRÚRGICAS

A área cirúrgica é isolada do tráfego do hospital, sendo suas instalações separadas basicamente em área limpa, mista e contaminada. A área contaminada inclui sala de preparação e vestiários. A área mista corresponde ao corredor entre as salas de operação e área de enfermeiros, processamento de instrumentos e suprimentos e área de armazenagem. A

(15)

Área limpa corresponde às salas de operação (Figura 1), área de assepsia e área de armazenagem de material esterilizado.

Figura 1 Sala de operação do bloco cirúrgico do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, utilizada durante o estágio Curricular supervisionado em Medicina Veterinária.

2.1.2 ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO

Todo material utilizado durante os procedimentos cirúrgicos deve ser esterilizado, sendo essa a destruição de todos os microorganismos presentes em materiais inanimados. Essa tarefa é realizada por funcionários responsáveis exclusivamente pelo setor de esterilização. Todos os equipamentos e acessórios utilizados são lavados e após esterilizados por vapor saturado sob pressão, o esterilizador conhecido como autoclave, e a técnica para tal segue os princípios de 10 a 25 minutos a 132-135º C ou 15 a 30 minutos a 121ºC (FOSSUM, 2008).

A desinfecção do local de trabalho é realizada após o término de cada cirurgia onde é realizada a limpeza do piso com solução líquida de hipoclorito, e das mesas com álcool etílico 70%. Essa tarefa é realizada por profissionais do serviço de limpeza do HVU.

(16)

2.1.3 PREPARAÇÃO DO PACIENTE

Ao se determinar a necessidade de realizar uma intervenção cirúrgica, o clínico responsável pelo paciente deve coletar e enviar amostra sanguínea para o laboratório de patologia clínica veterinária (LACVET), para realização de exame hematológico e bioquímico ( os exames realizados são hemograma, leucograma, ALT, FA, ureia e creatinina), podendo assim identificar se o animal está apto a ser submetido a uma cirurgia com segurança, levando em consideração que este necessita ser anestesiado para se intervir cirurgicamente.

Assim que marcada a cirurgia, o proprietário é instruído a realizar jejum alimentar no animal de seis à 12 horas. Isso impede a êmese no transoperatório e consequentemente a pneumonia por aspiração. A excreção das fezes e urina deve ser realizada antes da indução anestésica e quando necessário a limpeza intestinal através de enema deve ser realizado no pré-operatório.

Com o animal sob efeito de medicação pré-anestésica a tricotomia é realizada. Isso deve ser feito o mais próximo possível da cirurgia para evitar infecção da superfície da pele. A remoção dos pelos é realizada na sala de preparação, que fica separada do bloco cirúrgico. Após tricotomia ampla do campo cirúrgico (Figura 2), uma regra geral para raspagem dos pelos é de 20 cm de cada lado da incisão.

Figura 2. Animal com ampla tricotomia da região abdominal, e amarrado na mesa cirúrgica por barbantes. Preparação realizada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria

(17)

2.1.4 PREPARAÇÕES DO CAMPO OPERATÓRIO

A mesa de operação deve estar pronta para receber o animal. Sobre essa se deve colocar o colchão térmico e um campo estéril cobrindo-o. Com o paciente já sobre a mesa, realiza-se a indução anestésica, intubação orotraqueal e conexão dos monitores cardiorrespiratórios no animal.

O paciente deve ser posicionado de maneira que o local a ser operado fique acessível ao cirurgião, e isso deve ser feito com auxílio das calhas e cordas que fixem os quatro membros, tornando o corpo do paciente imóvel sobre a mesa.

A preparação da pele é realizada com solução antisséptica, onde os produtos utilizados podem ser de dupla aplicação de clorexedine 1% ou uso de três aplicações intercaladas de álcool 70, iodo povidona e novamente álcool. Os tampões de gaze e pinça para realizar esse procedimento são embalados e esterilizados, sendo abertos somente no momento de seu uso, e o volante responsável deve calçar luvas no momento de efetuar a antissepsia.

Com o animal preparado o campo estéril deve ser colocado sobre ele, de maneira que entre os quatro campos deve estar exposto somente o sítio operatório. Esses devem ser presos a pele com auxílio das pinças backhaus, também estéreis. Nas cirurgias ortopédicas, o membro em questão deve ter sua extremidade recoberta por campo estéril, utilizando-se para isso uma faixa esterilizada, enrolando-a dos dígitos em direção ao corpo (Figura 3). É necessário um integrante da equipe que não esteja paramentado para manter o membro estendido durante a preparação, segurando-o o mais distal possível. Esta etapa é realizada pela equipe já paramentada.

(18)

Figura 3 Membro de um canino isolado com atadura estéril para que o cirurgião possa manipulá-lo sem contaminação, para realização da cirurgia ortopédica realizada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria .

2.1.5 PREPARAÇÕES DA EQUIPE CIRÚRGICA

Na transição da área contaminada para área limpa todas as pessoas devem trocar suas roupas por pijamas cirúrgicos disponíveis, que deverão ser usados somente dentro do bloco, evitando assim a carreação de microorganismos. Os calçados também devem ser deixados para fora da área limpa, sendo disponibilizados chinelos, toucas e máscaras, que também devem ser vestidos nesse momento. Cirurgião, auxiliar e instrumentador devem efetuar antissepsia das mãos e antebraços por escovação cirúrgica (10 golpes com a escova em cada face das mãos e braços se repetindo a escovação por duas vezes) ou técnica de lavagem de mãos francesa (efetuada por tempo de 10 minutos por mão e braço). Produtos antimicrobianos devem ser utilizados durante a lavagem. Foi possível vivenciar a utilização de gliconato de clorexidina e iodo-povidona. Depois de terminada a escovação, as mãos e braços devem ser secos com compressa esterilizada.

A paramentação consiste em vestir o avental e calçar luvas de látex, ambos estéreis. O método utilizado para calçar luvas foi o aberto, que consiste em calçar as luvas evitando manter contato das mãos com a parte externa da luva.

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2.1.6 INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

O instrumentador é o membro da equipe responsável pelo instrumental e sua organização sobre a mesa de Mayo. Esse material só pode ter contato com pessoas paramentadas e áreas assépticas na sala de operação, por isso a mesa deve ser coberta com campo estéril para que se acomode o instrumental sobre ela.

Todo material a ser utilizado deve ser separado antes de se iniciar a cirurgia. Esses são separados em kits esterilizados e armazenados, ficando prontos para o uso imediato. O material básico contém instrumental necessário para realizar cirurgias gerais, sem especialidades, contudo também tem- se kits de instrumental específicos, como ortopédico, odontológico, oftálmico e neurológico.

A mesa de Mayo pode ser montada de algumas maneiras, conforme a escola em que se baseia. Uma regra básica de distribuição do material pode ser executada da seguinte maneira: da direita para a esquerda, no lado inferior: material de diérese, preensão, hemostasia respectivamente. No lado superior da direita para a esquerda: síntese, especiais, exposição e compressas. Os materiais especiais correspondem a afastadores, pinças de Backhaus e Allis.

2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ANESTESIA

2.2.1 MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

A medicação pré-anestésica era administrada de 15 a 45 minutos antes da indução anestésica. Os animais dóceis eram tranquilizados, enquanto os mais agitados eram sedados. Os fármacos mais comumente utilizados eram acepromazina, midazolan, morfina e cetamina, buscando-se sempre uma associação que permitisse a tranquilização do paciente e sua analgesia. Uma das associações mais presenciadas foi dos fármacos acepromazina e sulfato de morfina nas doses de 0,1 mg/Kg e 0,3 a 0,5mg//Kg respectivamente.

2.2.2 INDUÇÃO ANESTÉSICA

Rotineiramente as induções foram realizadas com propofol, no momento anterior à intubação endotraqueal. Eventualmente alguns animais foram induzidos com isoflurano, através de máscara facial adaptada ao aparelho de anestesia. Essa técnica evita a metabolização hepática em pacientes debilitados ou com afecções que o tornavam pacientes com risco elevado de óbito.

(20)

2.2.3 MANUTENÇÃO ANESTÉSICA

Após indução os animais eram intubados e em todos os procedimentos a manutenção foi realizada com isoflurano ao efeito, vaporizado em oxigênio a 100% (Figura 4). Devido ao traqueotubo possuir um balonete inflável (cuff) a aspiração de conteúdo para os pulmões era evitada. Os sistemas anestésicos utilizados no HVU são os abertos e semi-abertos, sendo sua escolha dependente do tamanho do animal.

Figura 4 Aparelho de anestesia inalatória utilizado durante o estágio curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

2.2.4 ANALGESIA E ANESTESIA EPIDURAL

O local de punção do espaço epidural localiza-se entre as vertebras L7 e S1. A localização do espaço é determinada pela palpação das cristas ilíacas com os dedos polegar e médio, enquanto o dedo indicador localiza os processos espinhosos. Os fármacos utilizados nesta técnica foram lidocaína, bupivacaína e morfina, proporcionando analgesia e/ou anestesia local regional. Outros tipos de anestesia regional foram realizados menos frequentemente, como o bloqueio do plexo braquial em cães para realização de cirurgias ortopédicas dos membros torácicos.

(21)

2.2.5 RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA

Após o término da cirurgia e extubação (realizada assim que o animal apresentava-se com reflexo de deglutição), o paciente era encaminhado para sala de recuperação, onde ficava sob observação, em ambiente aquecido, até que seus parâmetros fisiológicos de temperatura e função cardiopulmonar fossem julgados recuperados pela equipe anestésica.

(22)

3 CIRURGIAS DE TECIDOS MOLES

3.1 CIRURGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR

As cirurgias do sistema tegumentar realizadas durante o estágio curricular, corresponderam a 14,39% de todos os procedimentos cirúrgicos. A maior procura por atendimento veterinário relacionado a este sistema foi referente a presença de nódulos cutâneos, como se vê na tabela 2. O princípio nestes casos foi de mínima manipulação da massa e rápida ressecção do tumor, sempre respeitando uma margem de segurança de no mínimo 1cm de tecido sadio em torno desse, lavagem do leito da ferida e fechamento da lesão causada. Sempre as massas retiradas eram enviadas para avaliação histopatológica.

TABELA 2 Cirurgias do sistema tegumentar acompanhadas durante o Estágio Curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Caninos Felinos Primatas Nº de casos

%

Biópsia de pele Criocirurgia

Exérese de nódulo cutâneo Exérese de verrugas Síntese de ferida 2 0 10 2 3 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 2 1 11 2 4 10 5 55 10 20 Total 17 2 1 20 100%

3.2 CIRURGIAS DO OLHO, ORELHA, SISTEMA DIGESTIVO, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO

As cirurgias dos sistemas acima citados, os quais foram acompanhados durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no HVU da UFSM, estão descritos na tabela 3.

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TABELA 3 Cirurgias realizadas no olho, orelha, sistema digestório, linfático e respiratório, durante estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Caninos Felinos Nº de casos %

Biópsia intestinal

Correção de ferida no palato Drenagem de oto-hematoma Enucleação

Esplenectomia

Exérese de nódulo na cavidade oral Extirpação da glândula salivar Gastrostomia Laparotomia exploratória Linfadenectomia Rinoplastia 0 1 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 2 1 2 1 2 1 1 7,14 7,14 7,14 7,14 14,29 7,14 14,29 7,15 14,29 7,14 7,14 Total 13 1 14 100

3.3 CIRURGIAS DO SISTEMA GENITOURINÁRIO MASCULINO

As cirurgias do sistema genitourinário masculino compreenderam 6,06% dos casos atendidos durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no HVU da UFSM, na tabela 4 pode se ver os procedimentos realizados neste sistema.

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TABELA 4 Cirurgias do sistema geniturinário masculino, acompanhadas durante o Estágio Curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Caninos Felinos Nº de casos Porcentagem

Cistotomia Orquiectomia eletiva Orquiectomia terapêutica Uretrostomia 1 2 3 0 0 0 1 1 1 2 4 1 12,5% 25% 50% 12,5% Total 6 2 8 100%

3.4 CIRURGIAS DO SISTEMA GENITURINÁRIO FEMININO

As afecções do sistema geniturinário feminino foram as de maior casuística durante o estágio curricular supervisionado em medicina veterinária no HVU da UFSM, com um total de 34,85% dos atendimentos, estando os problemas uterinos em primeiro lugar, seguidos dos tumores de glândula mamária, como podemos observar na tabela a seguir.

Tabela 5 Cirurgias do Sistema Geniturinário Feminino, acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Canino Felino Nº de casos %

Cesariana em bloco 5 0 5 10,87 Mastectomia total unilateral 15 2 17 36,96 OSH eletiva 8 2 10 21,74 OSH terapêutica 10 3 13 28,26 Redução de prolapso vaginal 1 0 1 2,17

(25)

3.5 CIRUGIAS DO SISTEMA MUSCULAR

As cirurgias do sistema muscular compreenderam 4,55% dos casos atendidos. Nesse sistema estão classificadas as correções de hérnias e eventração, como se vê na tabela 6 a seguir.

TABELA 6 Cirurgias do sistema muscular acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012

Intervenção Caninos Felinos Nº de casos %

Correção de eventração Correção de hérnia inguinal Correção de hérnia perineal Correção de hérnia umbilical

2 1 1 1 0 1 0 0 2 2 1 1 33,33 33,33 16,67 16,67 Total 5 1 6 100

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4 CIRUGIAS ORTOPÉDICAS

O objetivo das intervenções ortopédicas está em restabelecer a movimentação normal do paciente, através de correção cirúrgica dos defeitos ocasionados por traumatismos ou causas congênitas.

Os pacientes ortopédicos representaram 29,54% do total de atendimentos durante o período de 08 de outubro à 28 de novembro, sendo as regiões discriminadas na tabela 7. TABELA 7 Cirurgias ortopédicas realizadas durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Caninos Felinos Nº de casos %

Osteossíntese de maxilar

Osteossíntese do membro pélvico Osteossínteses do membro torácico

1 29 9 0 0 0 1 29 9 2,56 74,36 23,08 Total 39 0 39 100

4.1 CIRURGIAS DO MEMBRO PÉLVICO

As cirurgias realizadas no membro pélvico representaram 74,36% das cirurgias ortopédicas. Na tabela 8 pode-se verificar a classificação destas fraturas por osso dessa área anatômica.

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TABELA 8 Procedimentos cirúrgicos do membro pélvico de cães realizadas no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria RS, durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Osso Nº de casos %

Amputação Amputação Colocefalectomia Correção luxação Correção luxação Osteossíntese Osteossíntese Reconstrução Digito Membro Cabeça do fêmur Patela Coxofemoral Fêmur Tíbia LCC¹ 2 1 4 7 1 8 4 2 6,90 3,45 13,79 24,14 3,45 27,58 13,79 6,90 Total 29 100

¹ Ligamento cruzado cranial

4.2 CIRURGIAS DO MEMBRO TORÁCICO

As cirurgias referentes ao membro torácico representaram 23,08% das cirurgias ortopédicas realizadas durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária no HVU da UFSM. A seguir a tabela 9 representa e incidência de problemas relacionados a cada osso.

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TABELA 9 Procedimentos cirúrgicos do membro torácico de cães realizadas no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinário, no período de 08 de outubro à 28 de novembro de 2012.

Intervenção Osso Nº de casos %

Amputação Correção de luxação Osteossíntese Osteossíntese Membro Escápulo umeral Úmero Rádio 2 1 2 4 22,22 11,11 22,22 44,45 Total 9 100

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5 RELATO DE CASO 1

Sutura fabelo-tibial como tratamento da ruptura do ligamento cruzado cranial em cães - relato de dois casos

Henrique Soares Fritzen1

-NOTA- RESUMO

A ruptura do ligamento cruzado cranial em cães é uma das causas mais comuns de claudicação, pois permite o movimento cranial da tíbia em relação ao fêmur. Como causa principal está a rotação súbita do joelho, podendo acometer animais de todas as raças, sexos e idade. O diagnóstico clínico deve ser realizado através de radiografias, ultrassonografias e avaliação da marcha, mas o principal sinal clínico é o movimento de gaveta positivo. Dentre as diversas alternativas de tratamento, o cirúrgico é o que retoma a função ideal da articulação, podendo se dividir em técnicas intra e extracapsulares. Este trabalho relata dois casos em que se utilizou a técnica extracapsular de estabilização articular, onde os resultados foram satisfatórios, pois ao término do procedimento, o movimento de gaveta foi sessado.

Palavras-chave: Articulação, extracapsular, claudicação, movimento de gaveta.

O ligamento cruzado cranial (LCC) tem como função principal evitar o movimento cranial e a rotação interna da tíbia em relação ao fêmur (SLOCUM, 1993), sendo sua ruptura a principal causa de claudicação e de doença articular degenerativa nos membros pélvicos (VASSEUR, 2003; CANAPP, 2007).

O traumatismo é o agente mais comum vinculado à ruptura do LCC, principalmente quando da rotação súbita do joelho com a articulação entre 20⁰ à 50⁰ de flexão. Nesta posição

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ocorre transposição dos ligamentos cranial e caudal, um sobre o outro, limitando assim a rotação interna da tíbia (YAMAGUTI et al., 1998).

A estabilização cirúrgica é o tratamento mais indicado para cães de qualquer tamanho, para que a função fisiológica seja assegurada. A terapia cirúrgica consiste basicamente em técnicas de reconstrução intra e extracapsular, existindo outras técnicas menos comuns (FOSSUM, 2008). Apesar da variedade de opções, o sucesso cirúrgico é descrito como semelhante entre as diferentes alternativas de tratamento, dependendo da escolha correta e da habilidade do cirurgião (PIERMATTEI & FLO, 1999). Este trabalho tem como objetivo relatar a praticidade da técnica de sutura fabelo-tibial, no tratamento de dois casos de ruptura do ligamento cruzado cranial em cães.

Durante o período entre 8 de outubro e 28 de novembro de 2012, foram atendidos no Hospital Veterinário Universitário da UFSM, dois cães com ruptura do ligamento cruzado cranial. O primeiro animal, uma fêmea da raça Poodle, de cinco anos de idade, pesava 7,3 kg, e o segundo, um canino macho, sem raça definida, com idade aproximada de seis anos, pesava 9,2 kg. Os dois pacientes chegaram ao hospital com queixa de claudicação, onde os proprietários relataram o quadro de agravamento durante o exercício físico.

Ao exame clínico, durante a marcha, pode-se observar claudicação no membro pélvico direito em ambos os pacientes. À palpação do joelho, ambos os animais apresentaram dor no local e crepitação da articulação. Sob anestesia, realizou-se o teste de gaveta, confirmando o diagnóstico de ruptura de ligamento cruzado cranial. Após avaliação hematológica e clínica pré-operatórias, observou-se ausência de alterações sistêmicas, sendo ambos considerados aptos à intervenção cirúrgica.

O protocolo anestésico instituído para os dois casos foi o mesmo, sendo utilizado na medicação pré-anestésica cetaminaA (5mg Kg-1), midazolanB (0,4mg Kg-1) e morfinaC (0,5mg Kg-1), administrados por via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com propofolD

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(2mg Kg-1) associado com cetamina (1mg Kg-1) por via intravenosa. Para manutenção anestésica, foi utilizado isofluranoE ao efeito, vaporizado em oxigênio a 100%. Associou-se analgesia por via epidural, composta por lidocaína e morfina.

Os animais foram posicionados em decúbito dorsal, e, posteriormente, realizado o isolamento da porção distal da pata com atadura estéril, permitindo a manipulação da mesma pelo cirurgião e auxiliar. Para correção da instabilidade articular, foi realizada a técnica extracapsular de sutura fabelo-tibial.

Inicialmente incisou-se a pele e subcutâneo na direção craniolateral desde o terço distal do fêmur até a crista da tíbia. A sutura fabelo-tibial, foi realizada com fio de polipropileno nº1, através de perfuração da crista da tíbia (Figura 1A) com pino Steinmann de 1mm, e ancorado na fabela lateral. Após a fixação do fio nas duas extremidades, este foi transpassado entre si formando um “oito” entre as duas ancoragens (Figura 1B), fechando o nó de maneira que a articulação estivesse angulada em posição de estação. Essa manobra permitiu o movimento próximo do fisiológico, não limitando assim, a deambulação do paciente, e evitando o movimento patológico do joelho (o movimento de gaveta).

Deve-se atentar para, após a sutura de estabilização, realizar o teste de gaveta e garantir estar negativo, para só então iniciar a síntese dos tecidos moles adjacentes. A sutura de subcutâneo foi realizada com foi absorvível sintético, Poliglactina-910 nº3-0, em padrão continuo de zig-zag. Na dermorrafia se utilizou fio não absorvível sintético monofilamentar, mononáilon 4-0 em padrão Wolff.

Os animais foram liberados para alta logo após a recuperação anestésica, recebendo prescrição de carprofeno (75mg) na dose de 4,4mg Kg-1 administrado uma vez ao dia durante cinco dias; dipirona gotas, na dose de 25mg Kg-1 de oito em oito horas durante cinco dias e cosequin DS®F, ¼ de comprimido por dia durante 120 dias. Recomendou-se ao proprietário a

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limpeza diária da ferida cirúrgica com solução fisiológica, e agendamento para retirada dos pontos em 15 dias.

As lesões do ligamento cruzado cranial são resultado de traumatismos ou doença degenerativa, sendo que o ligamento que tenha sofrido alguma degeneração pode se romper com mais facilidade (MORRE, 1996; CANAPP, 2007).

Muitos são os fatores que favorecem essa ruptura, dentre estes estão a idade, onde se tem uma maior incidência a partir dos cinco anos, excesso de peso, sendo animais obesos mais propícios e as anormalidades conformativas, como luxação de patela (VASSEUR, 1985; MOORE, 1996; DEJARDIN, 1998). Atenta-se para que os animais relatados possuíam idades coerentes com o citado, sendo que um deles, apresentava luxação patelar.

Segundo MENTZEL et al. (2006) animais obesos são até cinco vezes mais propensos a terem algum tipo de transtorno articular. O peso correto para cada animal tem grande importância na prevenção de patologias podais em cães. Em estudo realizado por MULLER et al. (2008), foi proposta a adaptação do índice de massa corporal de humanos para cães, sendo esta uma ferramenta muito importante para avaliar a condição física dos pacientes caninos.

O diagnóstico clínico se baseia no histórico de claudicação aguda dos membros posteriores, como também claudicação crônica e persistente em cães mais velhos e pesados (YAMAGUTI et al., 1998). O diagnóstico definitivo exige avaliação da estabilidade do joelho utilizando o teste de gaveta cranial e teste de compressão tibial (HARASEN, 2002). O estudo radiográfico é uma forma complementar de avaliação, auxiliando na detecção da extensão da enfermidade articular e eliminando outras alterações como as fraturas condilares (YAMAGUTI et al., 1998). Existem outros métodos diagnósticos são a artroscopia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética (BORGES et al., 1999; MANCINI, 2006), contudo, ressalta-se a importância do exame clínico criterioso e do estudo radiográfico (MULLER & SCHOSSLER, 2010). Segundo RAISER (2003) as técnicas

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extracapsulares são indicadas em cães de pequeno porte, e quando se tem lesão ligamentar crônica, pois alterações intra-articulares criam um ambiente adverso para utilização de técnicas que necessitem expor a articulação. Dentre essas, a principal e mais utilizada atualmente é a sutura de grosso calibre, pois diminui a instabilidade da articulação, e promovem estabilização articular pela fibrose peri-articular, obtida através do processo inflamatório resultante (RAISER, 2003).

Os problemas vinculados à técnica de sutura fabelo-tibial são a falha da sutura, ou abertura do nó, podendo ocorrer fadiga do fio antes mesmo da formação da fibrose já citada (GAGLIARDO, 2003). Ainda assim, trata-se de um procedimento de rápida execução e passível de ser realizado por profissionais ainda em formação.

Como terapia pós-cirúrgica, pode-se indicar a fisioterapia, como um fator adjuvante na recuperação do paciente, onde a utilização da técnica de hidroterapia é indicada para reabilitação de cirurgias ortopédicas, em especial, na reconstrução do ligamento cruzado cranial, visto ser crucial o fortalecimento a musculatura adjacente à articulação afetada (SILVA, 2008).

Por todo o exposto, é possível afirmar que a técnica de sutura fabelo-tibial, após ruptura do ligamento cruzado cranial, foi eficaz no tratamento dos dois pacientes relatados, ocasionando estabilização articular e impedindo o movimento de gaveta cranial.

REFERÊNCIAS

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C Dimorf, Cristália, São Paulo/SP, Brasil. D Diprivan, AstraZeneca, São Paulo/SP, Brasil. E Forane, Abbott, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

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Figura 1 – Imagens após a perfuração da crista da tíbia, demonstrada pela introdução de agulha 40x12, utilizada como guia de passagem do fio pelo orifício (A); Em (B), observa-se a sutura fabelo-tibial já concluída, demonstrando a pouca dissecação dos tecidos adjacentes.

A

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6 RELATO DE CASO 2

Osteossíntese de fêmur com placa de neutralização

Henrique Soares Fritzen2

-NOTA- RESUMO

As fraturas de fêmur em cães são comuns e correspondem à 45% das ocorrências em ossos longos. Geralmente as causas dessas lesões são traumáticas, predominando os acidentes automotores. Para se corrigir o defeito pode-se utilizar técnicas cirúrgicas com pinos intramedulares, hastes bloqueadas, fixadores externos, placas e parafusos ósseos. A correta escolha de um desses métodos conseguirá reduzir e estabilizar a fratura de maneira que o animal tenha a função do membro recuperada, sessando assim a falta de apoio. Baseado nisso, objetiva-se com esse trabalho relatar um caso de um canino com fratura transversa de fêmur, estabilizada por osteossíntese com placa óssea.

Palavras chave: Fraturas, ossos longos, parafusos ósseos.

Os ossos são os principais componentes do sistema locomotor, funcionando como braços de alavanca durante os movimentos e realizando resistência a força da gravidade (GLIMCHER, 1989). Os ossos longos sofrem forças fisiológicas que são geradas pela sustentação do peso e contração muscular, e não fisiológicas que ocorrem em situações incomuns como acidentes automobilísticos, lesões por projétil e quedas (HULSE & HYMAN, 1998).

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As fraturas de fêmur em cães e gatos correspondem de 20 a 26 % de todas as fraturas (DALLABRIDA, et al 2005; BOIANE, 2007), 45% em relação aos ossos longos (GIORDANO, 2006).

Geralmente as fraturas femorais são causadas por algum tipo de traumatismo. As lesões por alta velocidade são o tipo mais comum e causam fraturas da diáfise femoral em pacientes veterinários, sendo os acidentes automobilísticos os eventos mais observados. (FOSSUM, 2008). O tratamento cirúrgico para reparo dessa afecção pode ser realizado com pinos intramedulares, hastes bloqueadoras, fixação esquelética externa e placas ósseas, podendo-se associar mais de um método. A escolha do sistema deve refletir a avaliação da fratura e do temperamento do paciente. (FOSSUM, 2008).

Uma osteossíntese deve se basear no tipo e localização, no porte e idade do animal, numero de ossos ou membros envolvidos, comportamento e ambiente do animal e cooperação do dono durante o período de convalescença (DE YOUNG & PROBST, 1998). O objetivo desse trabalho é relatar a alternativa cirúrgica para uma segunda intervenção no tratamento de união retardada em fêmur.

Foi atendida no hospital veterinário da UFSM, uma cadela de dois anos de idade, sem raça definida, pesando 5,8kg, apresentando dificuldade em apoiar o membro pélvico e dor ao toque dessa região. O animal já havia passado por tratamento cirúrgico, a fim de reparar a fratura no fêmur há aproximadamente 75 dias, onde se utilizou a técnica de osteossíntese com aplicação de pinos intramedulares. Ao exame clínico a paciente apresentava-se saudável e com os parâmetros cardiorrespiratórios dentro da normalidade. Ao exame físico, percebeu-se instabilidade e crepitação do fêmur direito. Os exames hematológicos e bioquímicos não apresentavam nenhuma alteração. O diagnóstico clínico de fratura de fêmur foi concluído através do estudo radiográfico, com o qual se diagnosticou a fratura completa, simples, transversa, fechada, diafisária distal de fêmur.

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Como tratamento para esta fratura optou-se pela osteossíntese por aplicação de placa (Figura 1-A) e parafusos ósseos, considerando o insucesso dos pinos intramedulares, onde ocorreu um retardamento na cicatrização. Julgou-se a técnica escolhida como apropriada para este caso por tratar-se de método que garante completa estabilidade, sendo utilizado no tratamento de fraturas complexas, união óssea prolongada e por garantir ótima função pós operatória do membro (FOSSUM, 2008).

O paciente recebeu medicação pré-anestésica, em uma associação de cetaminaA, midazolanB e morfinaC, aplicados por via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com propofolD por via intradovenosa, e a manutenção anestésica através de isofluranoE vaporizado em oxigênio 100%, através de tubo endotraqueal de diâmetro adequado.

A abordagem à diáfise do fêmur foi através de incisão na borda craniolateral da coxa, tomando como referência o trocanter maior e o epicôndilo lateral do fêmur. Identificados os acidentes ósseos, proveu-se a secção da pele, subcutâneo e fáscia lata, separação dos músculos bíceps femoral e vasto lateral, caudalmente e cranialmente respectivamente, resguardando o nervo isquiático, que se localiza logo abaixo o musculo bíceps femoral.

Após reavivamento das bordas da fratura, realizou- se a redução e alinhamento dos fragmentos, permitindo a fixação da placa à face lateral do osso (Figura 1- B), sendo essa uma face plana. Com auxílio de retorcedores de placas, modelou- se o implante de tal maneira que mantivesse o contato com o osso em toda sua extensão (Figura 1-C). Logo após, fixou-se o osso utilizando placa de aço cirúrgico e seis parafusos do mesmo material, sendo esses, três em cada lado da linha de fratura (Figura 1-D), todos perfurando as duas corticais ósseas.

Após alinhamento, a placa foi fixada junto ao osso com auxílio de pinças ósseas. A perfuração foi obtida com parafusadeira e broca, mantendo-se o uso de guia para centralização da perfuração. Após realizou- se a medida do espaço, sempre considerando as duas corticais, e então confeccionou- se a rosca no osso para fixar os parafusos.

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O acesso à fratura foi fechado, realizando sutura de musculatura utilizando fio absorvível monofilamentar, nº 3-0, em padrão Sultan. A redução do subcutâneo com mesmo fio em padrão continua de Zig-zag e dermorrafia com fio sintético monofilamentar nº 4-0 em padrão Wolff. Foi realizado estudo radiográfico no pós operatório imediato e visualizou-se correta coaptaçao do osso, entretanto, alguns parafusos não atingiram completamente a cortical oposta à placa, podendo assim causar uma má estabilização da fratura.

O animal recebeu alta no mesmo dia, sob prescrição de dipirona sódica gotas (25 mg kg-1) a cada 8 horas durante cinco dias, carprofeno (5 mg kg-1) a cada 24 horas durante cinco dias, cloridrato de tramadol (4 mg kg-1) a cada 8 horas durante cinco dias, enrofloxacina (8 mg kg-1) a cada 12 horas durante 15 dias. Foi feito também recomendação ao proprietário de limpeza da ferida, uma vez ao dia com solução fisiológica, e foi agendado retorno para retirada dos pontos de pele em 15 dias. No momento de retirada dos pontos de pele, o animal apresentava a função do membro recuperado.

Com o acesso do fêmur realizado, pode-se identificar a linha de fratura, observando-se imagem compatível com pseudoartrose hipervascular com retardamento na cicatrização por consequência de uma possível instabilidade na redução anterior com pinos de Steinmann intramedulares. DALLABRIDA et al. (2005) afirmam que fraturas femorais e tibiais requerem que os implantes utilizados tenham capacidade de absorver os impactos agravados pela relação do peso do animal, permitindo a correta reabilitação do paciente.

Diante disso, é reconhecida a ação das placas ósseas em proporcionarem a forma mais estável de fixação de fraturas. Estes implantes neutralizam forças de rotação, cisalhamento e flexão, mantendo a aposição dos fragmentos (DE YOUNG & PROBST, 1998). O seu comprimento deve levar em consideração a fixação mínima de seis corticais no fragmento proximal e seis no fragmento distal à fratura (HULSE & JOHNSON, 2002; PIERMATTEI & FLO, 2006), devendo os parafusos fixarem sempre as duas corticais ósseas (DENNY;

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BUTTERWORTH,2006). Considerando o RX pós operatório, foi possível identificar parafusos relativamente curtos, que não permitiram atingir a cortical oposta na íntegra. Esse pode ser um fator desencadeante de instabilidade pós operatória.

Para um perfeito encaixe dos parafusos na placa, a perfuração com broca deve ser feita com um guia de broca (KOCH, 2005). Corroborando com essa informação, o guia de broca permitiu a realização da perfuração de forma alinhada, garantindo o encaixe perfeito de cada parafuso. Deve-se considerar, acima de tudo, que a correta aplicação da placa proporciona ótima estabilização da fratura, com uma rápida recuperação dos movimentos e ausência de dor (DALLABRIDA, et al. 2005; DENNY & BUTTERWORTH, 2006).

A cicatrização óssea é um processo biológico que inicia imediatamente após a fratura, com o objetivo de restaurar a continuidade do tecido lesionado (FOSSUM, 2002). A consolidação óssea é influenciada pela imobilização, precisão da redução, aporte sanguíneo e manuseio de tecidos moles (PARDINI JUNIOR & OLIVEIRA, 1994; AUDIGÉ et al., 2005). Acredita-se ainda que não se tenha atingido o total de seis corticais por fragmento, será obtido o sucesso do tratamento devido o reduzido tamanho do animal. Em estudo realizado por FERRIGNO (2007), o tempo de união ósseas completa de rádio com placas ósseas teve média de 127 ± 34,15 dias, em animais com idades entre um e três anos. Com isso, pode-se estimar o tempo de controle pós operatório de pacientes submetidos à cirurgias com este tipo de enxerto.

Ainda que não tenha sido acompanhado o completo reestabelecimento do animal, foi possível concluir que a alternativa para a cicatrização óssea, utilizada na segunda intervenção desse paciente, mostrou-se rígida e permitiu o início da utilização do membro, resultando na boa expectativa de cicatrização

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REFERÊNCIAS

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Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) Universidade Federal de Viçosa.

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C Dimorf, Cristália, São Paulo/SP, Brasil. D Diprivan, AstraZeneca, São Paulo/SP, Brasil. E Forane, Abbott, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

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Figura 4- Placa óssea utilizada na osteossíntese (A); Adaptação da placa no formato do Fêmur (B); Fratura transversa, completa, simples, diafisária de fêmur (C); Placa óssea fixada ao fêmur gerando redução e estabilidade na fratura (D).

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