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O brincar na educação infantil

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - CEFD ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL E ANOS INICIAIS. LEIZE VANESSA NUNES DORNELLES. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. QUARAÍ, RS, BRASIL 2015.

(2) O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Leíze Vanessa Nunes Dornelles. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Educação Física Infantil e Anos Iniciais, Área de concentração em Educação Física, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Educação Física Infantil e Anos Iniciais.. Orientadora: Profª. Msª. Aline Rosso Lehnhard. QUARAÍ, RS, BRASIL 2015.

(3) Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação Física e Desportos – CEFD Especialização em Educação Física Infantil e Anos Iniciais. A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Monografia. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Elaborada por Leíze Vanessa Nunes Dornelles como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Educação Física Infantil e Anos Iniciais COMISSÃO EXAMINADORA:. Profª. Msª. Aline Rosso Lehnhard (Orientador) Profª. Drª. Professora Marli Hadje Profª. Msª. Angela Kemel Zanella Prof. Ms. Patric Paludett Flores. Quaraí, 21 de Fevereiro de 2015.

(4) AGRADECIMENTOS. Agradeço primeiramente a Deus por todas as bênçãos. recebidas diariamente, à minha. família que sempre foi uma incentivadora para que eu nunca desistisse, mãe e irmã, obrigado. Agradeço ao meu pai que hoje não mais presente e ao meu lado, mas ainda guardado no meu coração, foi por quem segui o caminho correto e do esforço todos os dias, foi também por ti meu Pai que cheguei até aqui. A todos que direta ou indiretamente me ajudaram nesta caminhada,. o. meu. muito. obrigado!.

(5) RESUMO Monografia de Especialização Curso de Especialização em Educação Física Infantil e Anos Iniciais Universidade Federal de Santa Maria. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL AUTORA: LEIZE VANESSA NUNES DORNELLES ORIENTADOR: ALINE ROSSO LEHNHARD. A Educação de crianças pequenas tem sido vista com um olhar mais sensível e educação de qualidade. A visão da criança como sujeito ativo até a garantia do direito infantil de brincar e ser feliz em sua infância. Considerando este novo contexto, os professores modificaram o modo de olhar a criança, percebendo-a como ser criativo, pesquisador e capaz de milhares de aprendizagens, desde que a ela sejam possibilitadas oportunidades e experiências nos diferentes campos de conhecimento. E, neste ponto, alicerçado a proposta pedagógica dos professores atrela-se o brincar, sendo um meio extremamente envolvente de viabilizar e inserir no mundo infantil novas aprendizagens e construção de significados a partir de novas relações. O presente trabalho teve como objetivo conhecer o significado atribuído ao brincar pelos professores nas etapas de creche da Educação Infantil. O estudo foi realizado com 4 professoras de Educação Infantil que realizam sua prática em etapas de creche nas escolas Municipais de Uruguaiana. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observação direta da prática das professoras escolhidas em suas respectivas etapas, chegando-se a quatro categorias: A aprendizagem na creche: O brincar como forma de construção de Relações e significados; O Professor Pesquisador: Uma prática lúdica e reflexiva; A Necessidade do Educador Físico nas Instituições de Educação Infantil; abordando o brincar como eficaz meio para a construção de novas aprendizagens e interações, a importância do professor-pesquisador nas instituições infantis visando um aprofundamento teóricoprático e metodologia criativa na prática escolar e a necessidade de se ter um educador físico infantil para acompanhar e propor melhores estratégias para o desenvolvimento integral das crianças pequenas.. Palavras-Chave: Brincar.. Ludicidade. Aprendizagem. Metodologia Criativa..

(6) ABSTRACT Monografia de Especialização Curso de Especialização em Educação Física Infantil e Anos Iniciais Universidade Federal de Santa Maria. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL AUTORA: LEIZE VANESSA NUNES DORNELLES ORIENTADOR: ALINE ROSSO LEHNHARD. Education of young children has been seen with a more sensitive look and quality education. The vision of the child as an active subject to the guarantee of child right to play and be happy in his childhood. Considering this new context, teachers changed the way of looking at the child, perceiving it as being creative, researcher and able to thousands of learning, since it is made possible opportunities and experiences in different fields of knowledge. And at this point, based pedagogical proposal of teachers harnesses up the play, being an extremely engaging way to enable and enter the child's world new learning and construction of meanings from new relationships. This study aimed to understand the meaning assigned to play by the teachers in nursery stages of early childhood education. The study was conducted with 4 Basic Education teachers who perform their practice in childcare steps in local schools of Uruguaiana. This is a qualitative research, as semi-structured interviews were conducted and direct observation of practice of the teachers chosen in their respective stages, coming four categories: Learning in the nursery: Playing as a way of building relationships and meanings; Professor Researcher: A playful and reflective practice; The Need for Physical Educator in Early Childhood Education Institutions; which address the play as an effective means for building new learning and interactions, the importance of teacher-researcher in children's institutions to a theoretical and practical deepening and creative methodology in school practice and the need to have a child physical educator to monitor and propose best strategies for the comprehensive development of young children.. Keywords: Play. Playfulness. Learning. Methodology Creative.

(7) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................8 1.1 Objetivo Geral...................................................................................................................9 1.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................9 1.3 Justificativa........................................................................................................................9. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................11 3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 16 3.1 Abordagem da Pesquisa ................................................................................................... 16 3.2 Questões norteadoras ....................................................................................................... 16 3.3 Amostra ............................................................................................................................. 16 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS ........................................................... 17 3.4.1 Entrevistas semi-estruturadas ...................................................................................... 17 3.4.2 Observação Direta ......................................................................................................... 17. 3.5 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................... 18 3.5.1 Processo de Análise ........................................................................................................ 18. 4 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................. 19 4.1A aprendizagem na creche: O brincar como forma de construção de Relações e significados..............................................................................................................19. 4.2 O Professor Pesquisador: Uma prática lúdica e reflexiva.....................................24 4.3. A Necessidade do Educador Físico nas Instituições de Educação Infantil..................................................................................................................31. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 37 6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 39 ANEXOS...............................................................................................................................40 _Toc.

(8) 8. 1 INTRODUÇÃO. O brincar está impregnado ao mundo infantil, as crianças brincam para descobrir o mundo e através do brincar conseguem identificar papéis e na subjetividade da brincadeira constroem inúmeros significados. As Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil dispõe como eixos norteadores as interações e a brincadeira e enfatiza “incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo, à natureza”. E não há melhor meio para encantar as crianças pequenas do que o brincar, pois ele pode surgir a qualquer hora e momento, de formas diferentes e por meios diferentes, garantindo uma rica interação lúdica entre crianças, meio ambiente, objetos e aprendizagem. O educador que participa e assegura a ludicidade em sua prática consegue identificar as aprendizagens, as limitações, os medos e fantasias de seus alunos, demonstrando a concepção que possuem do brincar na infância, pois apenas quem compreende a importância do brincar consegue assegurar verdadeiramente o lugar do brincar na educação infantil. A garantia da Formação Continuada dos professores de Educação Infantil tem levado os educadores ao reconhecimento da importância do brincar na Infância, são convicções construídas e alicerçadas na formação do educador e vista nas escolas diariamente, no qual os professores constroem seus projetos conforme os interesses infantis e propõem atividades que enriquecem a prática pedagógica com os pequenos. Considerando que na Educação Infantil as crianças estão em constante interação e brincam de forma natural, a observação da interação dos alunos com os objetos, com os colegas, a representação de papéis e do mundo, a exploração dos materiais lúdicos, as suas hipóteses e o conhecimento de si e do mundo tornam-se de extrema importância para a pesquisa. As questões levantadas nos remetem a interrogações, pois até que ponto os professores de educação Infantil estão realmente comprometidos e cientes do papel que o brincar possui.

(9) 9. na infância e de que forma colocam em prática as suas falas. Levantando assim a seguinte questão-problema: Como os professores de Educação Infantil da Rede Municipal de Uruguaiana compreendem o brincar nas etapas de creche. 1.1 Objetivo Geral. Conhecer o significado atribuído ao brincar pelos professores nas etapas de creche da Educação Infantil. 1.2 Objetivos Específicos.  Verificar como se dá os momentos de interações e brincadeiras nas etapas de Creche  Observar a mediação dos professores de Educação Infantil durante as interações e brincadeiras infantis  Averiguar a visão que os professores de Educação Infantil atribuem ao brincar  Compreender como os professores de creche utilizam as brincadeiras e os brinquedos. 1.3 Justificativa. O ser humano brinca desde o nascimento até a fase adulta, sendo que a criança traz consigo o impulso pela descoberta, pela curiosidade e do querer conhecer coisas novas. Mesmo sem os recursos materiais a criança brinca, utilizando a sua imaginação e o que encontra a sua disposição. O brincar por si é um ato espontâneo, mas importante para o.

(10) 10. desenvolvimento integral infantil, auxiliando a construção da autonomia, identidade e aprendizagem. O brincar hoje tem sido visto como um potencializador da aprendizagem infantil, mas como os professores de Educação Infantil nas etapas de creche estão vinculando ao processo educativo o brincar e até que ponto os professores infantis estão valorizando a rica cultura que está impregnada nesta ação infantil. Nesse sentido, a pesquisa move-se no sentido de busca da realidade nas etapas de creche, assim percebendo de que forma o brincar está sendo acolhido, valorizado e proposto durante a jornada nas escolas de Educação Infantil e qual a postura do professor em relação ao brincar. O cenário lúdico é ponto fundamental para o desenvolvimento, é imprescindível que se proponha um campo imaginário rico em que se possa envolver o aluno a descoberta de si e do mundo que o cerca de forma natural, prazerosa e segura, entretanto estando interligada a função educativa, consegue-se promover uma gama de conhecimentos necessários para a construção do conhecimento e posteriormente da autonomia. Nas crianças pequenas todo este conhecimento se dá na interação com o próprio corpo ao qual ela conhecendo suas capacidades, amplia gradativamente suas habilidades motoras, sociais e cognitivas. Torna-se importante um olhar mais apurado sobre o espaço destinado ao brincar, revelando não apenas o envolvimento com o jogo, o brinquedo e as brincadeiras como também as atividades físicas e desafios corporais aos quais lhe proporcionam e de que forma são encaminhadas tais estratégias e propostas. Ainda cabe-nos refletir sobre a visão do educador em relação às atividades lúdicas corporais propostas e como conseguem perceber as necessidades infantis, pois muitas vezes os educadores atribuem significações prévias das dificuldades e potencialidades demonstradas, em contrapartida, tratando-se de atividades lúdicas corporais que estão ligadas à prática da Educação Física; sentem-se suficientemente seguros quanto ao desenvolvimento de tais atividades ou ainda acham importante o acompanhamento de um educador físico. Com isto, a pesquisa visa trazer à tona conhecimentos a cerca do brincar nas etapas de creche, viabilizando uma reflexão maior sobre o tema e possibilitando ao meio acadêmico o.

(11) 11. reconhecimento de posturas importantes ao desenvolvimento pleno infantil, verificando as dificuldades e necessidades encontradas durante o brincar nas etapas de creche..

(12) 12. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 2.1 O BRINCAR E O LÚDICO. Sabe-se que a ludicidade é importante para a saúde mental do individuo e, por isso, o espaço lúdico da criança merece atenção e precisa ser garantido no ambiente escolar, pois são momentos em que se vivenciam as diferentes expressões, sendo também espaço de exercícios, de relações e de representações importantes para a construção da própria identidade. (Craidy e Kaercher, 2001) A aprendizagem infantil depende em grande parte da motivação: as necessidades e os interesses das crianças são mais importantes que qualquer outra razão para que elas se dediquem a uma atividade. Ser esperta, independente, curiosa, ter iniciativa e confiança em sua capacidade de construir uma ideia própria sobre as coisas, assim como expressar seu pensamento e sentimentos com convicção, são características inerentes à personalidade integral das crianças. (FRIEDMANN, 1996) O ser humano é um ser social, pois ainda com menos de um ano de idade a criança já está buscando interagir através do olhar, de balbucios e conforme o seu desenvolvimento vai ampliando seus conhecimentos a cerca da linguagem e adquirindo novas palavras ao seu vocabulário, o que após apreendido lhe garante uma ação social ainda maior, exatamente durante o brincar e na interação direta com o ambiente, os objetos e os seus pares, ou seja ao brincar e interagir que desenvolve o seu conhecimento e assimila novos conhecimentos, significados e conceitos sobre o mundo que a cerca. (VYGOTSKY, 1989) O brincar, portanto é uma maneira de a criança expressar seus sentimentos, emoções, medos, angustias, brincando ela conhece o seu corpo, interage com os pares, apreende e constrói inúmeros conhecimentos. (Craidy e Kaercher, 2001) A criança se expressa e se desenvolve integramente pelo ato lúdico e é através desse ato que a infância carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura.

(13) 13. infantil, desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos conteúdos, a fim de se renovar a cada geração. É pelo brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber fazer, incorporando-o a cada novo brincar.” (Craydi e Kaercher, 2001) É importante que o caráter lúdico do brincar seja garantido, permitindo que não se perca a possibilidade de a criança experimentar o mundo do adulto, interpretando e assimilando o mundo, os objetos, a cultura, as relações, os afetos. (WAJSKOP. 1995) Dessa forma, o aspecto que se deve dar especial atenção quando se trabalha com atividades lúdicas de forma mais consciente: o caráter de prazer e ludicidade que elas têm na vida das crianças. Sem esse componente básico, perde-se o sentido de utilização de um meio, cujo principal intuito é o de resgatar as atividades lúdicas sua espontaneidade e, com elas, sua importância no desenvolvimento integral das crianças. (FRIEDMANN, 1996). 2.2 O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. O papel do professor na Educação Infantil é proporcionar experiências relevantes para as crianças. Alcançar este objetivo demanda muito trabalho e dedicação. Dizem que Deus mora nas pequenas coisas. O trabalho do professor é feito de pequenos gestos e delicados cuidados. As intenções precisam ser grandes, mas no dia-a-dia, é no pequeno que se constitui o trabalho, nos pequenos cuidados. Algumas das intervenções são dar continuidade àquilo com que as crianças estão envolvidas, oferecer outras peças para o jogo, garantir a organização para que a investigação possa se estender e para que as crianças possam tomar consciência e compartilhar suas descobertas e prazeres ou seus desafios e dúvidas. Podemos investir nossas ações na escola em sequências amplas, onde há um desencadear de propostas: uma surge a partir das reverberações da outra. (BARBIERI, 2012).

(14) 14. O papel do professor na Educação infantil é de viabilizador, pois é ele quem cria espaços, disponibiliza materiais, promove e participa de brincadeiras e faz a mediação da construção do conhecimento. (KISHIMOTO, 2010) É um equívoco quando professores de educação infantil têm a perspectiva de que crianças fiquem horas sentadas. Ao contrário, é preciso preparar um espaço, um ambiente onde as crianças se sintam a vontade e tenham possibilidades de usar toda a sua energia, sem esquecer-se do brincar, eu é constante para as crianças. O que mais precisamos alimentar nas crianças é essa inquietação, esse desejo de procura, para que elas saibam que podem se movimentar na direção que desejam. Se elas tem uma pergunta, se tem uma ideia, podem construir. Como? Em parceria. O educador precisa dar as mãos para a criança na aventura de conhecer e inventar o mundo. (BARBIERI, 2012) Entretanto, o ambiente que o professor propõe também precisa sugerir desafios motores possíveis de serem vencidos pelas crianças, mas organizados com conforto e segurança. Inicialmente os bebes talvez precisem de apoio, ajuda e incentivo para suas descobertas motoras, mas normalmente se o que é colocado no ambiente é atraente, seguro e interessante, vai estimular por si só a criança a experimentar usar as diferentes partes do corpo e realizar diferentes movimentos. As crianças precisam se apoiar e ficar em pé sozinhas, um caixote de madeira pode ser este apoio, ou uma barra; elas podem subir e descer escadas baixas entrar e sair de cubos e túneis, escorregar numa rampa, entrar em um pneu recoberto de espuma e tecido, percorrer um circuito com rampas inclinadas, pneus, tubos, escada deitada. Enfim, o importante é oferecer a oportunidade de explorar o ambiente por meio de movimentos diferenciados. As crianças precisam engatinhar andar, correr, se pendurar, subir, descer, tentar fazer, acertar, errar tentar de novo. Só desta maneira elas aprendem a conhecer seu próprio corpo, a controlá-lo e, a saber, seus limites e possibilidades. (ORTIZ, CARVALHO, 2012) Além de toda a mediação ao qual deve estar centrado o trabalho do professor de Educação Infantil há um ponto importante que se refere a sua formação, os conhecimentos acerca do currículo, do desenvolvimento infantil, das estratégias a serem propostas, pois na sua função o professor de Educação Infantil deve conhecer diferentes formas de trabalhar dinamizando o aprender. (SALLES, FARIA.2012).

(15) 15. Ainda se faz de suma importância momentos de reuniões planejadas, sendo prevista a carga horária para momentos específicos de formação continuada, permitindo a troca de informações e o aprofundamento teórico e prático, investindo no acervo bibiográfico para consulta e estudos dos professores. Por isso, resguardar direitos dos professores também promover a construção de uma identidade profissional capaz de interferir de forma positiva no contexto escolar, promovendo a viabilização e efetivação do planejamento, da avaliação, da reflexão sobre as ações e da observação, ampliando o olhar do professor e aguçando-o a ser cada vez mais curioso, questionador, estudioso e principalmente pesquisador. (SALLES, FARIA. 2012) A reflexão sobre como percebemos as experiências das crianças demonstra a forma como vemos a criança e o modo como ela participa da educação infantil. Modificar a percepção e entender com profundidade teórico e prática o trabalho com crianças pequenas envolve diferentes níveis e formas de refletir sobre as próprias práticas e sobre as experiências das crianças os primeiros anos de aprendizagem. E no processo de reflexão que a prática muda e desenvolve-se para melhor. (CRAFT, SMITH. 2010). 2.3 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. A Educação Infantil apenas recentemente passou a ser reconhecida na legislação com caráter educativo, com isso a preocupação em privilegiar os alunos com uma educação lúdica, prazerosa e de qualidade tornou-se cada vez mais debatida, trazendo à educação infantil uma discussão mais acirrada a cerca dos conteúdos e concepções referentes a viabilização de uma prática pedagógica que reforcem os aspectos legais e reconheçam a criança como sujeito histórico e de direitos que nas suas experiências lúdicas constrói sentidos e conhecimentos. Em 1999 instituíram-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil estabelecendo que as propostas pedagógicas devam respeitar os seguintes princípios: I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades..

(16) 16. II – Políticos: dos direitos da cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. (DCNEI, 2010) Ainda na observância destas Diretrizes, a proposta pedagógica das instituições de Educação infantil deve ter como objetivos garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens , assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, á brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças, e define que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira. (DCNEI, 2010) Com isso, reforça que na educação infantil é preciso primar pelo espaço às brincadeiras, às interações e socialização com seus pares, além de possibilitar a vivência plena dos interesses e necessidades infantis através de situações ricas, afetivas, lúdicas e significativas para a construção do conhecimento. (DCNEI, 2010) Compreender o papel do brincar na Educação Infantil tem importância fundamental no trabalho de professores de crianças pequenas, tendo em vista que nesta fase do desenvolvimento infantil o brincar proporciona situações nas quais as crianças irão experimentar o mundo, interpretar e compreender de forma ativa. O jeito de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar as brincadeiras das crianças demonstram através da história da infância, o entendimento que se tem das crianças. (Craidy e Kaercher, 2001) O brincar pode configurar-se como espaço de diagnóstico dos interesses e necessidades infantis, transformando-se em espaço de experimentação, estabilização de conhecimentos e afetos, que ocorrem por meio das interações que propõem as crianças. (WAJSKOP,1995) Possibilitar que as crianças tenham o espaço ao brincar, permite que as crianças vivam a infância e nela estruturem as suas experiências descobrindo a partir daí o descobrimento de um mundo repleto de significados, valores e história..

(17) 17. Partindo de uma concepção socioconstrutivista-interacionista do brincar, ou seja, pensando-o como meio de garantir a construção de conhecimentos e a interação entre os indivíduos, como vincular a atividade lúdica à função da escola? Como já foi apontado; a possibilidade de trazer essa atividade para o ambiente escolar é uma forma de pensar a educação sob uma perspectiva criativa, autônoma e consciente. Por meio das atividades lúdicas, não somente se abre uma porta para o mundo social e para as culturas infantis, como se encontra uma árica possibilidade de incentivar o seu desenvolvimento. (BARBIERI, 2012) Promover a competência pensando no ambiente significa planejar situações e intervenções espaciais que possam ajudar a criança a resolver problemas por si mesmas, estimulando a conquista da independência do adulto rumo à autonomia. (ORTIZ, CARVALHO, 2012).

(18) 18. 3. METODOLOGIA. 3.1 Abordagem da Pesquisa. O estudo se caracterizou por uma pesquisa qualitativa, considerando que o pesquisador possuiu um contato direto com o fenômeno estudado, possibilitando ao mesmo tempo maior número de informações importantes à coleta de dados. As vantagens da pesquisa qualitativa são inúmeras, visto que houve um contato estreito e direto com o ambiente em que ocorrem as manifestações observadas e isso permitiu verificar procedimentos e interações sociais através do trabalho intensivo, assim enriquecendo e contribuindo para a pesquisa. “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigado” (LUDKE, 1986, p.11). Foi utilizado o procedimento da pesquisa descritiva, ou seja, com o intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema, descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada..

(19) 19. 3.2 Questões norteadoras. . Quais os fatores que dificultam e facilitam o brincar na escola?. . Como ocorre o processo de interação da criança nas etapas de creche da educação infantil?. . Qual a importância da mediação do professor no brincar?. . Qual a relação entre a formação do professor e a sua prática em relação ao brincar infantil?. 3.3 Amostra. O estudo envolveu a participação de quatro professores de Creche que, foram abordados e convidados a contribuir com a pesquisa intencionalmente, considerando o tempo de atuação na escola dos professores e a sua formação acadêmica, sendo escolhidos a fim de se perceber as diferentes realidades. Os mesmos são denominados na pesquisa de P1, P2, P3 e P4 a fim de que lhes sejam preservadas suas identidades.. 3.4 Instrumentos de Coletas de Dados. 3.4.1. Entrevista semiestruturada.

(20) 20. As entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas permitem ao pesquisador a liberdade de percurso, possibilitando assim ao entrevistador diversas adaptações, assim é um instrumento flexível que reúne em um curto espaço de tempo a opinião individual ou em grupo, pois segundo Ludke (1986, p.34): “(...) a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações que a tornam sobremaneira eficaz na obtenção das informações desejadas.”. As entrevistas foram agendadas previamente com as professoras, onde apresentou-se os objetivos da pesquisa e assinado o TCLE, o qual afirma que o professor estava de acordo em responder, foram gravadas e após transcritas. As questões foram elaboradas a partir dos objetivos da pesquisa e das questões norteadoras.. 3.4.2. Observação Direta. A observação direta permitiu a visão do fenômeno estudado como um todo, onde o pesquisador inserido no meio transformou-se em um do grupo no qual atuou livremente, percebendo as ações, interações, falas e fatos que permeavam o ambiente em estudo. Assim, a observação direta necessitou de roteiro próprio e diário de campo onde as descrições e anotações possibilitaram uma análise completa de fenômeno. As observações foram realizadas seguindo um roteiro prescrito, o qual possibilitou captar inferências importantes à pesquisa e aparece no estudo como nota de campo. Com isto, foram realizadas seis observações relacionadas a cada professor, possibilitando maiores informações ao estudo..

(21) 21. 3.5 Análise de Dados. 3.5.1. Processo de Análise. A análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdos, pois, entre os dados das entrevistas, observações e revisão da literatura tornou-se possível um confronto que viabilizou uma reflexão e novas revelações sobre o tema pesquisado. Com isso, as informações contidas nas mensagens adquiridas pelo pesquisador foram apuradas trazendo a tona significados importantes para maior compreensão dos fenômenos de estudo, chegando-se a unidades de contexto com significações dos itens obtidos. Assim, foram elaboradas categorias para análise dos dados, as quais se constituem de uma espécie de gavetas que permitem a classificação dos elementos captados onde constam todos os resultados coletados de forma organizada e sistemática. Como nos diz LUDKE (1986,p.85): “Analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais informações disponíveis.” A técnica de análise de conteúdo possibilitou a interpretação das comunicações assim, ao captar o manifesto observado, oportunizando um refletir sobre os mesmos e permitindo inferências que contribuem para a continuidade e aprofundamento da pesquisa sobre o problema. “A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise de comunicação, visando a descrição do conteúdo das mensagens.” (BARDIN (1977) apud MORAES (in ENGERS, 1944, p. 104 ).

(22) 22. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO. As categorias que surgiram nesta pesquisa e serão discutidas logo a seguir foram:   . A aprendizagem na creche: O brincar como forma de construção de Relações e significados O Professor Pesquisador: Uma prática lúdica e reflexiva A Necessidade do Educador Físico nas Instituições de Educação Infantil. 4.1 A aprendizagem na creche: o Brincar como forma de construção de relações e significados. Sabe-se que o brincar é um direito da criança e está reconhecido no principio 7 da Declaração dos direitos da Criança, sendo considerado tão fundamental como o direito à saúde, á segurança ou a educação. Visto como um direito, o brincar passou a ser reconhecido também no campo educacional como um fator primordial de aprendizagem infantil e importante meio de desenvolvimento integral do aluno, pois trata-se de um processo de construção de relações e inúmeros significados. Nas etapas de creche principalmente o brincar necessita ser priorizado e privilegia um aprender alegre, prazeroso e dinâmico, portanto é através das experiências lúdicas que a criança consegue ampliar seus conhecimentos em relação aos aspectos cognitivos, afetivos, expressivos, motores e simbólicos, tornando-se o brincar um cenário no qual são capazes não só de imitar a vida, mas também transformá-la. As escolas de Educação Infantil tem buscado manter a sua prática pautada na teoria socioconstrutivista-interacionista visando uma pedagogia entrelaçadas nas teorias de Piaget,.

(23) 23. Vigotsky e Wallon. As propostas pedagógicas construídas são marcadas por uma ação educativa em que o educar e cuidar estão intimamente ligados. A teoria Piagetiana afirma que conhecer significa inserir o objeto do conhecimento em um determinado sistema de relações, tal processo envolve a capacidade de organizar estruturar, entender, e posteriormente com a aquisição da fala, explicar pensamentos e ações. Desta forma, a inteligência vai se aprimorando na medida em que a criança estabelece contato com o mundo, experimentando-o ativamente. Vygotsky enfatiza a importância do brinquedo e da brincadeira faz-de-conta para o desenvolvimento infantil. Para este autor, o funcionamento psicológico estrutura-se a partir das relações sociais estabelecidas entre o individuo e o mundo exterior. Tais relações ocorrem dentro de um contexto histórico e social, no qual a cultura desempenha um papel fundamental, fornecendo ao individuo o sistema simbólico de representação da realidade. Enquanto que para Wallon o desenvolvimento da inteligência depende das experiências oferecidas pelo meio e do grau de apropriação eu o individuo faz delas e ainda assinala que o desenvolvimento se dá de forma descontínua, sendo marcado por rupturas e retrocessos reforçando que inicialmente predominam nas crianças as relações emocionais com o ambiente. (Craydi e kaercher, p.28, 2001). Com isto, a partir da visão sociointeracionista as crianças convivem, interagem e aprendem nas escolas infantis. Há hoje uma preocupação maior em desenvolver integralmente as crianças de creche, buscando-se estratégias que sejam mais eficazes na melhoria da prática educativa. A criança é em todos os momentos vista como centro do planejamento curricular, fundamentada em uma concepção holística que considera os interesses e necessidades infantis. É exatamente neste ponto que o brincar assume um papel importantíssimo garantindo ações pedagógicas de maior qualidade, ressignificando o aprender infantil e conduzindo a construção de sua identidade. Conforme a fala da professora P1 ressalta: “o brincar é muito importante, pois através dele a criança é capaz de construir e ampliar a imaginação, a socialização, a abstração, a expressão e a interação com o meio e os pares”. Inicialmente o bebê utiliza o próprio corpo para brincar e embora a sua forma de brincar seja ainda diferente das crianças maiores, é dessa maneira que vai ampliando a sua interação no meio em que está inserido e, consequentemente, os seus conhecimentos a cerca de si mesmo, do mundo que a cerca e de seus pares. Essa gama de relações ocorre de forma espontânea e gradativa, mas possibilita a percepção de sensações e principalmente o.

(24) 24. desenvolvimento integral, já nesse período a afetividade e o aspecto emocional vai sendo estruturado, o que futuramente norteará suas interações e por isso a importância de tratar o bebê com carinho, paciência, amor e atenção. O brincar vai sendo uma atividade construída ao longo de seu desenvolvimento, gradativamente aumentando suas capacidades expressivas e aprimorando as suas habilidades físicas, sociafetivas e cognitivas. Em observação à professora P4 durante a atividade com o espelho proposta pela professora aos alunos de até um ano e meio, viu-se o encantamento dos pequenos ao visualizarem o seu reflexo no espelho. Camile que ainda não sabia andar engatinhou até o espelho e olhava fixamente, tocando nas mãos, batendo palmas e observando que os movimentos que fazia eram repetidos no espelho, engatinhou para olhar atrás do espelho e voltou à posição inicial, curiosa. Ficou quieta apenas olhando para si mesma e em seguida tocou na imagem refletida fazendo um carinho, logo beijou a sua imagem e deu gargalhadas, balbuciando e interagindo com o reflexo. Nas etapas de creche os alunos ainda encontram-se no período sensório-motor, agindo sobre o ambiente em que se encontram e ampliando suas percepções sensoriais. Por este motivo, o brincar e as atividades propostas devem sempre estar centrados nas interações das crianças com crianças de diferentes idades, com os adultos que a cuidam e educam, com o ambiente em que estão inseridas e os materiais disponibilizados. A importância do brincar para a criança é uma construção histórica. Quando brinca, a criança experimenta sensações antes desconhecidas, entra no mundo do adulto, reproduz as relações sociais e de trabalho de forma lúdica e se apropria do mundo em seu processo de construção como sujeito histórico-social. (OLIVEIRA, GONÇALVES, 2015). A possibilidade da manipulação dos materiais, o manuseio de objetos, a degustação de diferentes sabores, a possibilidade de sentir texturas e temperaturas, ouvir ritmos e melodias diversas, os vínculos afetivos construídos é que permitem que as crianças passem a compreender as possibilidades e funções do próprio corpo como pegar, olhar, manusear, pular, cantar e dos objetos que encontram no ambiente e suas funções/utilidades, como o próprio espelho, por exemplo, além de levá-las á busca da interação com o outro, o expressa-.

(25) 25. se, o toque, o afago, a disputa por materiais, o começo do entendimento de gestos, da comunicação. A brincadeira é uma situação privilegiada da aprendizagem infantil. Ao brincar, o desenvolvimento infantil pode alcançar níveis mais complexos por causa das possibilidades de interação entre os pares numa situação imaginária e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos. A experiência na brincadeira permite às crianças: decidir incessantemente e assumir papéis a serem representados, atribuir significados diferentes aos objetos transformando-os em brinquedos, levantar hipóteses, resolver problemas e pensar/sentir sobre seu mundo e o mundo mais amplo ao qual não teriam acesso no seu cotidiano infantil. (WAJSKOP, 1995). É importante salientar que para os pequeninos é imprescindível a construção do vinculo afetivo com a professora para que se sintam seguros e amparados, um ambiente acolhedor e de cuidado é fator primordial nas etapas de creche, pois é também o que facilita e potencializa o desenvolvimento durante as atividades propostas e promove maior confiança dos alunos na ação da professora. Ainda reforça a professora P3 em sua fala: “o brincar tem importante papel no desenvolvimento das habilidades e na construção do conhecimento de forma lúdica e prazerosa”. De forma, organizada e segura, os alunos vão construindo através das atividades lúdicas e brincando, as habilidades que ainda não haviam se apropriado e socializando-se com os demais alunos, constituindo relações com quem está a sua volta. Ao observar a professora P1 que estava em um momento de livre exploração de brinquedos presenciei a interação de um menino de 9 meses e uma menina de 2 anos e meio, enquanto o menino pegava os brinquedos e levava a boca, Maria corria até a professora e apontava com o dedo para a professora dizendo: “Não, não”.Voltava até o menino e tirava-lhe o brinquedo da boca, pegou duas colherinhas e um pratinho e fingiu ser a comidinha, dandolhe na boca e imitando ser sua mãe. Por volta de 45 minutos a brincadeira continuou entre pentear o cabelo, puxar para o seu colo. Às vezes, o bebe a empurrava por apertá-lo, outras olhava-a e encostava em seu peito, fazendo carinho. Viu-se tamanha interação ocorrida entre as crianças neste momento de brincar e os inúmeros significados e papéis sendo compreendido com esta brincadeira de imitação que se.

(26) 26. torna impossível não reconhecer a importância das trocas e interações que ocorrem durante este processo. O bebê não deixou de tomar conhecimento dos objetos que ali estavam sendo oferecidos, levando-os a boca, sentindo o cheiro, apertando, jogando-os para longe, balbuciando, apropriando-se das funções de cada um e reconhecendo-os gradativamente e assim percebeu os cuidados que recebia, demonstrando agrado com as ações realizadas e a menina de forma espontânea representava o papel de mamãe, que presenciava em sua própria vida, mantendo relações de carinho, de cuidado e ampliando as habilidades físicas de coordenação motora fina, força, agilidade, construção da fala e do pensamento, enfim de compreensão do mundo adulto. O conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão de que desde o nascimento a criança busca atribuir significado à sua experiência e nesse processo volta-se para conhecer o mundo material e social, ampliando gradativamente o campo da sua curiosidade e inquietações mediadas pelas orientações, materiais, espaços e tempos que organizam s situações de aprendizagem e pelas explicações e significados a que ela tem acesso. (BRASIL, CNE/CEB, 2009). As práticas pedagógicas na educação infantil são consolidadas nas experiências infantis, tendo sempre como eixos norteadores as interações e Brincadeiras, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil indicam. Só há encantamento na ação pedagógica e real construção de conhecimento quando as crianças podem brincar e interagir com o ambiente, as pessoas, os objetos, os espaços e os brinquedos. Conforme a professora P4: “a interação é um processo que ocorre espontaneamente ao brincar, pois em suas brincadeiras, as crianças constroem vínculos afetivos e interagem gradativamente com os seus pares, os menores apresentando ainda um brincar individualizado que aos poucos vai descentralizando-se. Por isso são importantes os momentos de atividades de integração, no qual as crianças de diferentes faixas etárias possam conviver e brincar, possibilitando trocas de experiências e novas aprendizagens”. O brincar proporciona ainda as experiências corporais que nesta fase são essenciais para o desenvolvimento da coordenação motora ampla como o posicionar do corpo, o subir e descer, o correr com equilíbrio, o ajuste corporal em determinados movimentos, o apropriarse e descobrir as suas próprias possibilidades, as experiências expressivas que denominam.

(27) 27. formas de expressão como o gesto, a fala, a imitação, a expressão musical e a expressão plástica. O brincar não pressupõe apenas o “brincar de faz-de-conta”, envolve uma gama de experiências relacionadas aos saberes e conhecimentos sobre linguagem, artes visuais e plásticas, arte musical, noções matemáticas, estratégias para resolverem conflitos, valores, autoconhecimento, suas possibilidades e limites. Durante a jornada escolar nas instituições de educação infantil verificou-se uma variedade de ações e experiências, dentre elas a utilização do circuito para a apropriação de novos movimentos e realização de desafios corporais, as brincadeiras que envolviam a música e a expressão motora e gestual, sendo este um momento muito apreciado. Os alunos dançavam e tentavam acompanhar a canção, mesmo os que engatinhavam tentavam seguir os movimentos corporais propostos, entre risos e deleite, demonstravam alegria, envolvimento e muita diversão. As crianças são capazes de brincar em todos os momentos da jornada escolar e construir novas relações e significados; desde que encontrem a sua disposição elementos capazes de levá-las a práticas que possibilitem a sua expressão criativa e uso da imaginação, sendo fundamental que em qualquer instituição educativa o brincar seja visto como uma forma de mediação da aprendizagem, ou seja, capaz de favorecer a otimização da construção do conhecimento e abrir um leque de novas possibilidades. Compreendendo a brincadeira, pode-se afirmar que a Educação infantil tem-se utilizado de um recurso bastante rico, mediante o qual as crianças podem apropriarse do mundo não diretamente, mas ativamente por meio da representação. No entanto a brincadeira deixa de ser vista como uma característica inata da natureza infantil e passa a ser concebida como uma atitude e uma linguagem que é apreendida nas relações sociais e afetivas desde a mais tenra idade. (WAJSKOP, 1995). Ao brincar a criança está em uma constante troca com o outro, suas brincadeiras são repletas de significados e quanto mais cedo se permite à criança viver experiências de interações, ampliando a sua sociabilidade, maior será o seu desenvolvimento, devendo ser utilizado em todos os momentos como pressuposto norteador das ações educativas..

(28) 28. Essa possibilidade de interação que está impregnado aos momentos do brincar é extremamente enriquecedora, pois é justamente da experiência ativa dos alunos que se constroem relações importantes de conhecimento cultural, de si e do mundo. É por meio destas relações que a criança relaciona-se, observa, estabelece diferentes formas de comunicação e se torna produtora de suas próprias compreensões e aprendizados. Conforme nos reforça a professora P2: “É importante privilegiar o brincar, acompanhando e observando a criança em suas particularidades, necessidades e desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e motor”. O brincar tem papel fundamental na aprendizagem das crianças na creche como vetor de significados e construção de Relações cognitivas e sócio-afetivas, permitindo a apropriação das habilidades ainda não construídas pelas crianças de forma lúdica e natural. A qualidade das experiências nas escolas de Educação parte da premissa de que o Educador necessita compreender a relevância que o brincar possui na infância e garantir que lhes sejam possibilitados brincadeiras de qualidade e interações diversas que ampliem o seu mundo natural, social e físico, enriquecendo ainda mais as experiências e vivências éticas, estéticas e políticas na infância. Se é dever garantir uma educação infantil de qualidade então não podemos esquecer jamais de ver sempre a criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca imagina, fantasia, deseja, aprende, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (DCNEI, 2010). 4.2 O Professor Pesquisador: uma prática lúdica e reflexiva. A formação, também chamada de atualização e aperfeiçoamento, não tem fim, sendo um processo contínuo na vida do educador, incentivando a apropriação dos saberes rumo à autonomia, levando-o a uma prática crítico – reflexiva, abrangendo a vida cotidiana da escola.

(29) 29. e os saberes derivados da experiência do docente, tendo-a como metodologia no processo ensino – aprendizagem. Programas de formação continuada dos professores e demais profissionais também integram a lista de requisitos básicos para uma Educação Infantil de qualidade. Tais programas são um direito das professoras e professores no sentido de aprimorar a sua prática e desenvolver a si e a sua identidade profissional no exercício de seu trabalho. Eles devem dar-lhes condições para refletir sobre sua prática docente cotidiana em termos pedagógicos, éticos e políticos, e tomar decisões sobre as melhores formas de mediar a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, considerando o coletivo de crianças assim como suas singularidades”. (BRASIL, CNE/CEB,2009, p.13). O professor infantil deve ser um pesquisador nato das possibilidades infantis, o que significa estar em constante busca e reflexão sobre a sua prática e o desenvolvimento infantil. Neste contexto, a prática educativa na educação infantil está cada vez mais preocupada em aguçar o espírito cientifico da criança e melhorar o processo de construção de aprendizagem que o professor propõem na escola. Como reforça a fala da professora P4: “o professor de creche necessita estar sempre em busca de uma prática que considere o crescimento da criança e valorizar a ludicidade em todos os momentos, assim as atividades serão pensadas para a criança e se tornarão significativas para os alunos, sua postura deve ser totalmente voltada aos desejos e necessidades dos mesmos, auxiliando para que se desenvolvam cada vez mais”. Nos últimos tempos a Educação Infantil deu um salto rumo a uma educação de qualidade, substituindo a visão apenas do cuidar e apropriando-se da visão de que crianças de 0 a 5 anos podem e devem ser estimuladas a ampliar a sua inteligência, entendendo a Educação Infantil como um espaço de experiências, aprendizagens, afetividade e construção de autonomia. Este novo entendimento de que na Educação Infantil propõe-se o “Cuidar e o Educar” indissociáveis, levou o ensino infantil a expandir-se a novos horizontes e, com isso, os educadores infantis passaram a preocuparem-se em realmente consolidar o aprender alicerçado na prática lúdica e reflexiva para a promoção dos conhecimentos infantis. Durante as observações percebi que havia um dia em que o professor deveria sair para se reunir com a equipe pedagógica, sendo que neste dia havia sempre conversas entre o grupo.

(30) 30. e reflexão da prática através de trocas e vivencias nas salas de aula, assim era possível colocar as suas preocupações e dificuldades. O momento destinado ao planejamento era também um momento de conversas entre o grupo e da possibilidade de reflexão do que havia sido trabalhado com os alunos naquela semana. Entretanto, também naquele dia havia destinado ao grupo um momento de estudos que era encaminhado com a coordenadora pedagógica a fim de aprofundar conceitos e conhecimentos, buscando uma fundamentação teórica mais consistente ao professor. Assim, os profissionais atuantes da Educação infantil têm construído uma fundamentação teórica e prática consistente sobre a educação de crianças pequenas, privilegiando os alunos com uma educação criativa, lúdica e efetiva.. O momento de planejar é também o momento de repensar sobre estratégias, sobre os meios e os materiais disponibilizados, reavaliar posturas e objetivos propostos, principalmente torna-se um dos meios de melhorar a prática educativa. Em adição, a possibilidade de reuniões e sessões de estudos com os professores proporciona momentos de discussão sobre currículo, conteúdo, habilidades, competências e aprendizagem, o que viabiliza uma possível reestruturação da metodologia de trabalho, objetivando o desenvolvimento pleno do educando e maior fundamentação sobre a educação de crianças pequenas. (..) é fundamental que na elaboração da proposta pedagógica sejam organizadas formas de participação de todos os profissionais, sendo previsto na carga horária tempo tanto para essas discussões, quanto para momentos mais específicos de formação continuada que permitam a troca de experiências e o aprofundamento teórico e prático, tendo em vista a dinamização do currículo. Para tanto, é imprescindível que sejam feitos investimento na aquisição de acervo bibliográfico para consulta e estudo dos profissionais. (SALLES, FARIA. 2012.p.42). O professor-pesquisador, portanto, é aquele que mantém um grande respeito pelo universo infantil, preocupando-se em privilegiar os alunos com a fantasia, a ludicidade, o brincar, o conhecer e aprender de maneira prazerosa..

(31) 31. É professor-pesquisador aquele que busca a transformação de seu trabalho sempre para melhor e está incessantemente pesquisando novas estratégias, refletindo sobre os desafios que estão sendo oferecidos às crianças e como estão respondendo as propostas, de que forma e como estão chegando aos objetivos e resultados esperados e, portanto, modificando a sua prática sempre que necessário. Como refere-se a fala da professora P2: “Cabe ao educador conhecer suas crianças, prever suas reações, escolher e planejar suas estratégias de acordo com as necessidades, desejos e faixa etária em que a criança se encontra. E jamais deixar de mediar , valorizar o brincar e observar a criança nas suas particularidades e desenvolvimento integral”. Neste contexto de valorização da educação infantil, tem se garantido e efetivado a formação continuada aos professores, visando uma educação comprometida com o desenvolvimento integral do aluno, pois é a partir destes momentos de trocas e reflexões que se constroem aprendizados consistentes e capazes de modificar beneficamente a prática educacional. O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente, significa trabalhar com conteúdos de natureza diversas que abrangem, desde a cuidados básicos essenciais, até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Na observação à sala da professora P1 verificou-se que, por vezes, precisava atender as necessidades infantis como troca de fraldas, ida ao banheiro, alimentação e dar uma pausa à atividade que estava propondo, porém os momentos de cuidados não eram apenas situações corriqueiras, eram momentos de aprendizagem em que a professora explicava procedimentos e construía conhecimentos referentes ao próprio corpo, dando consciência da necessidade de cuidados básicos para a saúde e o bem viver. Entender como se dá o processo de aprendizagem infantil é fundamental para que se proponha e respeite o desenvolvimento e as possibilidades de cada criança. Desta forma, torna-se fundamental observar, incentivar e valorizar as ações infantis e as interações entre as crianças e delas com o meio e com os adultos. Educar significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas..

(32) 32. Percebe-se que o professor pesquisador não está preocupado apenas com o ensino formalizado que ocorre em diversas instituições, ensinando o básico e detendo-se a grade curricular, mas principalmente está preocupado em ouvir, observar, participar, comunicar-se e, portanto, conhecer a criança para que somente então passe a determinar o que será explorado em conjunto com as crianças, mediando um crescimento e desenvolvimento plenos. O cotidiano é planejado pelo professor a partir do conhecimento que ele adquire sobre suas crianças articulado à sua proposta educativa. Entretanto esse planejamento se reconstrói com base nos interesses, necessidades e reações das crianças a cada momento observadas pelo professor. O tempo e espaço do cotidiano estão sempre atrelados ao possível e o necessário de cada grupo de crianças, reestruturando-se, reconstituindo-se a partir do acompanhamento de sua ação pelo professor.(HOFFMANN, 2004. P.30). O professor pesquisador não apenas ensina, mas está sempre aprendendo sobre os seus alunos e com os seus alunos. Dentro desta visão educacional, o professor das escolas infantis tem buscado aprofundar a reflexão a cerca da educação infantil, do processo de aquisição da aprendizagem e da sua prática profissional. Na reflexão da ação, surgem momentos ricos para a formação. Isso acontece à medida que os professores passam a observar, discutir e planejar, vencendo as dificuldades, expectativas e necessidades, requerendo momentos individuais e coletivos entre os membros do grupo, atingindo aos objetivos desejados. Conforme a fala da professora P1: “O papel do professor é o de mediador e estimulador nas brincadeiras e atividades, buscando envolver o grupo de forma criativa e lúdica, tornando as atividades um desafio e ao mesmo tempo uma diversão ao grupo. É importante também ser observador nos momentos de brinquedo livre, onde é possível perceber e avaliar (registros), a expressão da criança e sua forma de interagir com o ambiente.” A observação da interação dos alunos com os objetos, com os colegas, a representação de papéis e do mundo, a disponibilização dos materiais lúdicos, o acompanhamento de suas hipóteses e o conhecimento de si e do mundo fazem parte do brincar e o educador que participa e assegura a ludicidade em sua prática consegue identificar as aprendizagens, as limitações, os medos e fantasias de seus alunos, demonstrando a concepção que possuem do.

(33) 33. brincar na infância, pois apenas quem compreende a importância do brincar consegue assegurar verdadeiramente o lugar do brincar na educação infantil. Nas observações verificou-se que todas as professoras participantes da pesquisa costumavam manter um pequeno diário, no qual redigiam situações e momentos vivenciados pelas crianças, assim anotavam conversas entre as crianças e situações que ocorriam durante as estratégias e brincadeiras. Ao serem questionadas sobre porquê costumavam realizar tais anotações comentavam que era uma forma de documentar o progresso e as dificuldades encontradas e que não eram apenas as anotações utilizadas; mas também fotos que eventualmente eram tiradas em tais momentos. A professora P2 ainda complementou: “além de ser um excelente apoio nos momentos de construção dos relatórios é sempre uma forma de refletir sobre o desenvolvimento das crianças e a nossa prática educativa”. A fundamentação dos professores leva ao reconhecimento da importância da atividade lúdica na Infância, das diversas experiências relacionadas ao saber e ao conhecimento, são convicções construídas e alicerçadas na formação do educador e vistas nas escolas diariamente. O professor-pesquisador deve ser parte das nossas instituições infantis, pois são eles que enriquecem o ambiente escolar, que conseguem colorir a jornada que as crianças possuem e impregnar de significados e alegria o aprender de cada um, são os professorespesquisadores que preocupados com um aprender rico em experiências, constroem seus projetos conforme os interesses infantis e propõem atividades divinas que enriquecem a prática pedagógica com os pequenos. Assim, o professor-pesquisador mantém focado o seu olhar nos momentos de interações infantis, além disso, compreendem a importância que a observação do brincar possui, utilizando este momento para refletirem sobre as situações infantis e intervirem de forma a estimular a relação de conhecimentos e vivências. Os encaminhamentos dos educadores possuem muita importância porque é a partir de seus questionamentos e sugestões que surgem novos desafios e possibilidades que qualificam a aquisição de novas aprendizagens. É o conjunto desses fatores – as concepções, o planejamento do espaço, do tempo e dos materiais, a liberdade de ação da criança e a intermediação do adulto – que faz toda a diferença no processo educativo, resultando em uma educação de qualidade para a primeira infância. Não se separa, portanto a qualidade da brincadeira da qualidade da educação infantil. (MEC, 2012, p.8).

(34) 34. Os espaços, horários e materiais disponíveis ganham novos sentidos, redefinindo a proposta pedagógica e implantando um currículo que incentive a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças. Entretanto, acredito que a visão comprometida com a Educação Infantil e a qualificação das experiências proporcionadas pelos educadores que atuam, visto que estes devem ver-se como articuladores, garantindo resultado às ações desenvolvidas, ocorre principalmente quando há investimento e continuidade na formação continuada dos educadores, conseguindo assim avanços na prática dos educadores, além de fundamentação e reflexões importantes ao contexto educacional em que atuam. Conforme a fala da professora P1: “As reuniões com a equipe diretiva e a formação continuada disponibilizada e organizada pela Secretaria Municipal de Educação enriquecem o trabalho educativo, tornando-o mais criativo e possibilitando novas ideias á pratica, alem de assessorar e elencar momentos destinados a estudos sobre temas e teóricos que permeiam o educar e possibilitam uma prática mais lúdica, prazerosa e, principalmente, reflexiva, permitindo melhorias no processo educativo”. A valorização da Educação e um contexto que possibilite o crescimento de seus educadores a contar pela possibilidade de frequentarem periodicamente reuniões, planejamentos e cursos ministrados por profissionais da área, acompanhados pela equipe diretiva que envolve diretores, coordenadores e orientadores, pressupõe uma maior motivação a melhoria do trabalho. A prática reflexiva demanda que criemos oportunidades para debater nossas ideias com os outros, a fim de com eles construir ideias e compreensões. Nesse sentido, ter um amigo critico, um mentor um ambiente para a prática reflexiva é algo que ajuda. Trazer mais do que uma perspectiva à documentação da prática reflexiva pode ajudar a superar a subjetividade em nossas reflexões. (CRAFT, PAIGE-SMITH, 2010, p. 44)). Assim, vemos que as atitudes de motivação ao trabalho educacional de qualidade é oportunidade de fomentar o espírito pesquisador, criativo e reflexivo dos professores, ocasionando uma prática lúdica, com propostas criativas e posturas coerentes com a importância que se tem a Educação de crianças nos primeiros anos de vida..

(35) 35. Os professores na educação infantil hoje possuem garantido nas Escolas de Educação Infantil da Rede Municipal de Uruguaiana 3 horas semanais de planejamento na escola com acompanhamento da equipe pedagógica escolar, dentre as 3 horas, 1h é destinada aos estudos sobre temas relacionados ao desenvolvimento infantil, dificuldades em sala, processo ensinoaprendizagem, etc, os quais possibilitam o surgimento de inúmeras reflexões que contribuem para uma prática reflexiva e crítica, consequentemente, de maior qualidade. É, justamente, valorizando os momentos de trocas e construção de novos saberes que vamos ao encontro de uma educação infantil inovadora e que garanta o espaço ao brincar e reconheça nas interações um meio de construir saberes, permeando as instituições com experiências que enriqueçam o universo infantil e contribuam de forma efetiva para o desenvolvimento integral das crianças. Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro...Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão...Mas as instituições são criações humanas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando crianças. (ALVES, 2007, p.17). É fato que, nos dias atuais, os professores de educação infantil têm a compreensão de que a fundamentação e a reflexão constante são ricos momentos de crescimento profissional assim como pessoal, ao quais encontram uma gama de significados que ampliam e aperfeiçoam a sua prática educativa. Dessa forma, amplia-se nestes momentos a conscientização sobre a importância das manifestações infantis a cerca do brincar, portanto observar o modo como reagem a tais momentos, conhecendo suas dificuldades, suas limitações e respeitando suas escolhas e ritmos, é uma forma de compreender e valorizar a infância. Vê-se nas escolas, hoje essa busca por um aprofundamento teórico-prático por parte dos professores, há uma preocupação maior, embora as crianças ainda sejam muito pequenas, em acompanhar o processo de construção de conhecimento de maneira comprometida, eficaz, mas também afetiva, tranquila, ética e, principalmente sensível. Esta sensibilidade é que acompanha o processo de observação e a construção do conhecimento, o professor está.

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