Ementa
Conceito de Direito Penal e noções introdutórias. Interpretação da norma penal. Elementos normativos e subjetivos do tipo. Do fato punível: conceito jurídico do crime; Conceito formal e material. Conceito de ação. Crime doloso, dolo eventual: teorias. Tipicidade: conceito e evolução; conduta e resultado. Culpabilidade: conceito e evolução; teorias. Licitude:causa de justificação. Erro nas eximentes putativas fáticas. Imputabilidade: causas de exclusão ou diminuição. Causas legais e supralegais de exclusão da culpabilidade. Condições objetivas de punibilidade e excusas absolutórias. Tipos omissivos próprios e impróprios; teorias. Crime consumado e tentado; desistência, arrependimento, crime impossível. Tentativa no crime complexo. Concurso de pessoas e circunstâncias incomunicáveis.
Apresentação
Assunto
Conteúdo Programático
1. Introdução ao Estudo do Direito Penal
1.1.Conceito de Direito Penal: noções básicas e definições 1.2.O bem jurídico e o fim do Direito Penal
1.3.A sanção penal
2. História do Direito Penal 2.1.História Geral
2.2.História do Brasil
3. Princípios Constitucionais do Direito Penal 3.1.O princípio da legalidade
3.2.O princípio da extra-atividade da lei penal mais favorável 3.3.O princípio da individualização da pena
3.4.O princípio da responsabilidade pessoal 3.5.O princípio da limitação das penas 3.6.O princípio do respeito ao preso 3.7.O princípio da presunção da inocência 4. A Lei Penal
4.1.Fontes do Direito Penal 4.2.A lei penal e a norma penal
4.2.1. Classificação das normas penais
4.2.2. Características da norma penal incriminadora 4.3.Preceito e sanção
4.4.Norma penal incriminadora em branco 5. Aplicação da Lei Penal
5.1.Aplicação da lei penal no tempo 5.2.Aplicação da lei penal no espaço
5.3.2. Imunidades parlamentares 5.3.3. Imunidade do advogado 5.3.4. Outras imunidades
5.4.Outras disposições sobre a aplicação da lei penal 6. Interpretação da Lei Penal
6.1.Espécies de interpretação
6.2.Métodos de interpretação - o método teleológico 6.3.Resultado da interpretação 6.4.Analogia
6.5.Interpretação analógica 7. O Conceito de Crime
7.1.Conceitos formais e materiais. O conceito analítico 7.2.Crime e contravenção 8. O Fato Típico
8.1.A conduta - teorias - o finalismo 8.2.Ausência de conduta - casos
8.3.Formas de conduta - ação e omissão, própria e imprópria 8.4.O dolo - teoria - conceito - elementos - espécies
8.5.A culpa, em sentido estrito - conceito e elementos 8.6.Resultado
8.7.O nexo de causalidade
8.8.O preterdolo - crimes qualificados pelo resultado
8.9.Tipicidade e tipo - funções e estrutura dos tipos - elementos 9. Tipicidade Indireta
9.1. Tentativa de crimes - desistência voluntária - arrependimentos eficaz - crime impossível
9.2. Concurso de pessoas - autoria - participação - circunstâncias incomunicáveis 9.3. Conflito aparente de normas - princípios
9.4. Classificação doutrinária de crimes 10. Exclusão da Tipicidade
10.1 Atipicidade
10.2. Princípio da adequação social 10.3. Princípio da insignificância
10.4. O erro de tipo evitável e inevitável 11. A Ilicitude
11.1. Conceito
11.2. Exclusão da ilicitude 11.3. O estado de necessidade 11.4. A legítima defesa
11.5. O estrito cumprimento do dever legal 11.6. O exercício regular de Direito
11.7. O consentimento do ofendido
11.8. O excesso nas excludentes de ilicitude 12. A Culpabilidade
12.1. Conceito e teorias
12.2. Imputabilidade e inimputabilidade - espécies 12.3. Elementos da culpabilidade
12.3.1. Potencial consciência da ilicitude 12.3.2. Exigibilidade de conduta diversa
12.4.1. Erro de proibição inevitável e evitável 12.4.2. Descriminantes putativas
12.4.3. Coação moral irresistível 12.4.4. Obediência hierárquica
13. Causas Supra-Legais de Exclusão da Culpabilidade 13.1. Excesso de legítima defesa exculpante
13.2. Inexigibilidade de conduta diversa Objetivos Gerais
Ao término do semestre letivo, o aluno deverá ser capaz de demonstrar conhecimento da História do Direito Penal, dos princípios constitucionais de Direito Penal e a Teoria do Crime.
Objetivos Especificos
Com o decorrer do semestre letivo, o aluno deverá atingir os seguintes objetivos específicos de: * Analisar as definições de Direito Penal; * Examinar os princípios de Direito Penal; * Abordar os principais aspectos da História do Direito Penal * Investigar a Teoria do Crime.
Público-Alvo
Recursos Didáticos e Pedagógicos
Serão utilizados como recursos de ensino, além de textos (livros, artigos, etc.) a serem lidos, apresentados e discutidos, slides exibidos em data show, entre outros,
eventualmente.
Metodologia de Ensino
Pretender-se-á alcançar os objetivos propostos e desenvolver as habilidades previstas, por meio de aulas expositivas do conteúdo programático, proferidas pelo professor, com a participação dos alunos, bem como de aulas argumentativas, com dinâmicas de grupo, nas quais se realizarão debates e exercícios sobre os temas abordados ao longo do curso; Carga Horária
80 horas
Carga Horária Semanal 4 horas
08/02/2010
Direito Penal I
Notas do Professor:
1) Menores de 18 anos cometem delito infracional. Os menores não cometem crimes e sim atos infracionais.
Ele é imputável – não comete crime
Pena: medida sócio-educativa - MAX. 3 anos 2) INEPUTÁVEL = Responsabilidade
3) INTER CRIMINIS = Percurso percorrido pelo agente
4) COGTATIO = fase em que o agente está planejando um crime, Fase Punível. 5) PREPARATIO =
6) EXECUTATIO = Empreendeu o ato 7) CONSUMATIO = Consumou o ato
8) ANIMUS NECANDI = Intenção de Matar
9) ANIMUS LAEDANDI = intenção de ferir, ofender
INTRODUÇÃO
NORMA JURÍDICADireito Penal
Tem caráter fragmentado = sociedade mutável, ou seja, ocupa-se somente daquelas condutas consideradas relevantes para a sociedade.
Significa que para o direito penal, não se criminaliza, uma pessoa por conduta irrelevante, apenas daquela que seja relevante.
CONCEITO DE DIREITO
Conjunto de normas formuladas pelos homens, destinadas a dar ordem a vida em sociedade.
Conceito de Direito Objetivo
Trata-se do direito positivado – é o conjunto de todas as normas jurídicas em vigor em um Estado.
Conceito de Direito Subjetivo
É a permissão dada pela norma jurídica para o exercício de uma pretensão. DIVISÕES DO DIREITO
Direito Público Direito Privado
CONCEITOS DE DIREITO PENAL (RAMO)
É o ramos de direito público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.
Medidas de Segurança
Pena de natureza preventiva, tem por finalidade impedir que o criminoso de alta periculosidade venha a diliquir novamente.
CONCEITO DE BEM JURÍDICO PENAL Há outros ramos do direito que tutelam o bem. Há bens que não recebem tutela jurídica Ilícito Jurídico
Ilícito Civil
Ilícito Pena
O direito penal é o último recurso, ou seja, “Ultima Ratio”.
Características – Para alguns doutrinadores, o cidadão deve antes de buscar a outros ramos do direito, caso não lougre êxito, buscar o direito penal.
Crime e Contravenção
Crime – toda ação ou omissão ilícita, culpável, tipificada em lei. Contravenção – Infração tipificada em lei, menos grave.
Direito Penal Objetivo e Subjetivo Direito Penal Comum e Especial Finalidade do Direito Penal
DIREITO PENAL
Define infrações e estabelece penas.
15/03/2010 PRINCÍPIO DO DIREITO PENAL
LEGALIDADE ANTERIORIDADE INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA PERSONALIZAÇÃO DA PENA LIMITAÇÃO DA PENA RESPEITO AO PRESO PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA INSIGNIFICANCIA OU BAGATELA INTERVEÇÃO MÍNIMA FRAGMENTAÇÃO ADEQUAÇÃO SOCIAL ALTERIDADE OU TRANSCENDENTALIDADE CONFIANÇA PROPORCIONALIDADE HUMANIDADE OFENSIVIDADE RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
AÇÃO PENAL NO ESPAÇO
DOMICÍLIO
LUGAR DO CRIME
29/03/2010 TEORIA DO CRIME
CONCEITOS:
Conceito Material de Crime
Fato que, propositadamente ou não, causa lesão ou expõe a perigo bem jurídico considerado essencial à coletividade.
Bem Jurídico (ViLISP)
Vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade. Conceito Formal de Crime
A conduta descrita como tal na lei. Conceito Analítico de Crime
Busca conjugar o conceito material com o formal, valendo-se dos princípios do direito penal.
CRIME
Teoria Causalista
É o fato típico, ilícito e culpável (Séc. XIX) Teoria Finalista
É o fato típico, ilícito Fato Típico
Conduta especificada na lei como proibida. ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO PENAL
Conduta - Ação ou omissão
Resultado - Dano ao Bem Jurídico ou exposição a perigo Nexo Causalidade - Relação entre conduta e resultado
ELEMENTOS SUJETIVOS DO TIPO PENAL Dolo – Direto ou Indireto
Dolo Direto – é quando a pessoa quer o resultado
Dolo Indireto – o agente assume o risco de produzir o resultado Culpa – Negligência, imperícia ou imprudência
F
f +F
m =F
t Distinção entre Culpa Consciente e Dolo Indireto:Culpa Consciente - resultado é previsível, mas acredita que não vai acontecer. Dolo Indireto- resultado é previsível, mas não se importa se ocorrer.
CAUSA SUPERVENIENTE (Art. 13 CP)
A conduta não sendo condição do resultado (que existiria ainda que não tivesse sido praticada a ação), implica a responsabilidade pelos fatos ocorridos até a causa superveniente. Na hipótese, o autor do envenenamento responderia pela tentativa de homicídio, nos termos do art. 13, caput, pela inexistência de relação entre essas causas. Art. 13, § 1º: a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu i resultado, ; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou
RELEVÂNCIA DA OMISSÃO (Art. 13, §2º CP)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Dever de cuidado, proteção e vigilância; Com a conduta anterior, produziu o perigo;
INTERCRIMINIS OU ETINERÁRIO DO CRIME OU FASES DO CRIME
Da Conduta: C1 –
C
ogitaçãoC2 –
P
reparação dosM
eiosC3 –
D
esistênciaV
oluntária – O indivíduo responde pelos atos já praticados, se criminosos.C4 –
E
xecuçãoDepois de completada a conduta
R5 –
A
rrependimentoE
ficaz –tomar providência para que o resultado não fosse alcançadoR6 –
T
entativaR7 –
C
onsumação - reúne todos os elementos da sua definição legalR8 –
A
rrependimentoP
osterior – Só ocorre quando a lesão praticada foi sem grave ameaça ou violência.CRIMES IMPOSSÍVEIS
Pela ineficácia do instrumento ou pela impropriedade absoluta do objeto material é impossível de consumar-se.
Dolo – o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Culpa – o resultado advém da negligência, imprudência ou imperícia.
Só há crime culposo se a lei assim expressar claramente ERRO DE FATO
Permite responsabilização por crime culposo se previsto em lei. Por percepção Equivocada
Ex: Legítima Defesa Putativa (imaginária) – supõe estar em legítima defesa.
Determinação por Terceira Pessoa
Só responde quem induziu ao erro, determinou a prática da conduta. ERRO DE PROIBIÇÃO/ DIREITO
Evitável - reduz a pena Inevitável – Isenta de pena
Erro de Pessoa (Aberratio ictus) - Erro na representação mental do agente que confunde um terceiro com a pessoa que pretende atingir.
COAÇÃO
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem.
Resistível Irresistível Requisitos:
a) Coação moral:
Deve haver uma coação moral. Coação moral = promessa de realizar um mal injusto e grave.
OBS: Não se está abrangendo a coação física porque a coação física exclui conduta, por sua vez a tipicidade.
OBS: O mal prometido pode atingir terceira pessoa diversa do coagido. Vg. ameaça a uma pessoa da família.
b)Irresistível: de sucumbência inevitável, não pode subtrair-se, só lhe resta sucumbir.
Aquela em que o coato não tinha alternativa a não ser a sucumbir a ela.
OBS: resistível pode configurar atenuante de pena. Art. 65, III, “c” do CP- São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
Só será punível o autor da coação: Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Obediência Hierárquica Legal Requisitos:
1. Ordem ilegal:
Superior hierárquico: crime. Subordinado: crime.
2. Ordem legal:
Superior hierárquico: não responde. Está no estrito cumprimento de um dever legal.
Subordinado: não responde. Está no estrito cumprimento de um dever legal. 3. Ordem não é claramente ilegal:
Superior hierárquico: crime.
Subordinado: não culpável. Era inexigível comportamento diverso.
12/04/2010 EXCLUSÃO DE ILICITUDE
Deixa de considerar o fato como crime, pois é típico (conduta proibida), mas não ilícito.
São Excludentes: Legítima Defesa Estado de Necessidade
Estrito Cumprimento do Dever Exercício Regular do Direito
Atual, iminente e injusta agressão.
Reação proporcional a agressão, apenas para repeli-la. Estado de Necessidade
Salvar de perigo, iminente ou atual, direito próprio ou de outrem sacrificando o direito alheio, em que o agente, não tenha causado o perigo, onde inexista o dever legal de enfrentar o perigo. A preservação de um bem jurídico depende da destruição de outro.
Estrito Cumprimento do Dever Legal (CP, art. 23, III)
Realização de um fato típico, por força do desempenho de uma obrigação imposta por lei.
Dever Legal – obrigação direta ou indireta derivada de lei.
Estrito Cumprimento – o agente deve manter-se dentro dos rígidos limites de seu dever.
Exercício Regular do Direito
Exercício de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico, caracterizada como fato típico.
CULPABILIDADE: Pressuposto para imposição de pena.
ILICITUDE: expressão sinônima de antijuridicidade, é aquela relação de contrariedade, de antagonismo, que se estabelece entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
2º BIMESTRE
03/05/2010 CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES
10/05/2010 ATIVIDADE - TEMAS:
1. NÚCLEO DO TIPO E DEMAIS ELEMENTOS NORMATIVOS DO CRIME É o verbo que descreve a conduta proibida pela lei penal. O verbo tem a finalidade de evidenciar a ação que se procura evitar ou impor.
Há tipos penais que possuem um único núcleo (uninucleares), como no caso do art. 121 CP, e outros que possuem vários núcleos (plurinucleares), também conhecidos como crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, a exemplo do
art. 33 da Lei nº 11.343/2006. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
CRIMES DOLOSO, CULPOSO E PRETERDOLOSO.
Doloso: De forma genérica, o crime doloso é o crime onde o agente tem a intenção de produzir determinado resultado ou assume o risco de produzi-lo;
Culposo: é o crime onde o agente não tem o resultado como objetivo nem prevê que este possa acontecer, mas age com negligência, imperícia ou imprudência permitindo que o resultado aconteça;
Preter-doloso: é quando o agente comete um crime doloso, porém obtém resultado mais grave do que pretendia, como por exemplo no caso em que A da um soco em B pretendendo causar-lhe lesão corporal, porém B tropeça, bate com a cabeça numa pedra vindo a falecer.
CRIMES COMISSIVOS, OMISSIVOS E COMISSIVOS POR OMISSÃO.
Comissivos: São crimes praticados mediante ação, por exemplo quando A dá um tiro em B, causando-lhe a morte ou lesão corporal. É importante frisas que nessa categoria se enquadram a grande maioria dos crimes.
(omissão), um exemplo típico é o crime de omissão de socorro. Crimes omissivos podem ser próprios quando a omissão está prevista no tipo penal, como no caso da omissão de socorro ou impróprios quando um crime tem em seu tipo penal uma conduta positiva mas tem o resultado realizado por uma omissão, como por exemplo quando a mãe deixa de alimentar seu filho bebê levando-o à morte por inanição, o homicídio é um crime naturalmente comissivo mas foi praticado através de uma omissão (não alimentar o bebê)
Comissivos-omissivos: quando o tipo penal comtempla duas fases distintas, uma inicial e positiva e outra secundária omissiva. É o caso do crime de apropriação de coisa achada (art 169), onde numa primeira etapa o agente se apropria de coisa achada e em seguida fica omisso quando deveria entregá-la ao seu legítimo possuidor ou autoridade competente.
CRIMES INSTANTÂNEOS, PERMANENTE E INSTANTÂNEO DE EFEITO PERMANENTE.
Crimes Instantâneos: também chamados de crimes de estado são aqueles que o resultado se vevrifica no momento da conduta, sem continuidade no tempo, como é o caso do furto;
Crimes permanentes: São os crimes cuja consumação se prolonga no tempo por vontade do agente, subdividem-se em:
Necessariamente permanentes: quando para sua consumação é imprescincível que se prolongue no tempo por vontade do agente, como é o caso do sequestro;
Eventualmente permanentes: Em regra são intantâneos, mas no caso concreto sua consumação se prolonga no tempo, transformando-o em um crime permanente, como por exemplo o crime de furto de energia.
Instantâneo de efeito permanente: São aqueles que a consumação se prolonga no tempo, independente da vontade do agente, como é o caso da bigamia.
CRIMES DE DANOS E DE PERIGO (ABSTRATO, CONCRETO, INDIVIDUAL, COMUM, ATUAL, IMINENTE, MEDIATO
Crimes de dano: também chamado de crime de lesão, são os crimes que somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico, como por exemplo o crime de homicídio, de lesão corporal e de dano;
Crimes de perigo abstrato, presumido ou de simples desobediencia: Há presunção de que determinadas condutas geram perigo ao bem jurídico, portanto basta a prática da conduta sem que se precise provar o perigo. Como é o caso do tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33 caput); Crimes de perigo concreto: nesse caso faz-se necessária a comprovação da situação de perigo ao bem jurídico. São os casos de perigo à saúde ou à vida de alguém (Art. 132, CP);
Crimes de perigo individual: atinge diretamente uma pessoa ou um número determinado de pessoas, como é o caso de perigo de contágio venéreo(Art. 130, CP);
Crimes de perigo comum ou coletivo: ao contrário do anterior, atingge um número indeterminado de pessoas, como no caso de explosão terrorista (Art. 251, CP)
Crimes de perigo atual: o perigo está ocorrendo, como no abandono de incapaz (Art. 133, CP); Crimes de perigo iminente: o perigo está prestes a ocorrer;
Crimes de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da conduta se projeta para o futuro, como no porte ilegal de arma de fogo (Lei 10.826/2003, arts. 14 e 16)
CRIMES MATERIAL, FORMAL E DE MERA CONDUTA.
Material: é o crime cujo tipo penal contempla uma conduta e um resultado naturalístico, sendo imprescindível para a consumação a ocorrência desse último. É o caso do homicídio (Art. 121, CP). A conduta é matar alguém e o resultado naturalístico ocorre com o falicimento da vítima.
Formais: também chamados de consumação antecipada, esse tipo de crime se dá por consumado simplesmente com a prática da conduta. Podemos citar como exemplo o crime de ameaça onde o simples fato de ameaçar constitui o crime, independente de a vítima se sentir ameaçada;
Mera conduta: é o crime cujo tipo penal apenas descreve a conduta, não contemplando o resultado. É o casod o crime de omissão de socorro.
CRIMES UNISSUBJETIVO E PLURISSUBJETIVO.
Unissubjetivos: são crimes praticados por apenas um agente, no entanto admitem o concurso de pessoas. É o caso do homicídio;
Plurissubjetivos: Crimes praticados por vários agentes, subdividem-se em:
Bilaterais: o tipo penal exigem dois agentes cujas condutas se encontram, Ex: bigamia
(Art. 235, CP);
de condutas paralelas: os agente se ajudam mutuamente a produzir o resultado. Ex:
Formação de quadrilha (Art. 288, CP) resultado.
CRIMES UNISSUBSISTENTES E PLURISSUBSISTENTES.
Unissubsistentes: São os crimes cuja conduta que gera o resultado não pode ser fracionada, então por si só basta para sua consumação. Como é o caso dos crimes contra a honra praticados com o uso da palavra. Pelo fato de a conduta não poder ser fracionada, não admite tentativa, a prática da conduta já implica automaticamente na consumação;
Plurissubsistentes: São os crimes onde a conduta que produz o resultado é composta de dois ou mais atos, é o caso de homicídio pro facadas, onde a obtenção da morte é produzida por vários atos (facadas).
CRIME COMUM, PRÓPRIO E DE MÃO PRÓPRIA. São crimes que se baseiam na qualidade do sujeito ativo:
Comuns: são os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa. Não é exigido do sujeito ativo nenhuma condição especial. É o caso do furto, do homicídio, ameaça, etc.
Próprios: São crimes que exigem um determinado tipo de sujeito ativo. Por exemplo o peculato (o sujeito ativo precisa ser funcionário público) e estupro (o sujeito ativo deve ser homem)
De mão própria: são aqueles que somente podem ser praticados pela pessoa indicada no tipo penal, como por exemplo o crime de falso testemunho (Art. 342, CP) onde se exige que o agente seja testemunha, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral;
CRIMES DE AÇÃO ÚNICA, DE AÇÃO MÚLTIPLA E DUPLA SUBJETIVIDADE Mirabete conceitua crime de ação simples aquele “cujo tipo penal contém apenas uma modalidade de conduta, expressa no verbo que constitui o núcleo da figura típica”.
São definidos, por Damásio de Jesus, crimes de ação múltipla aqueles “em que o tipo faz referência a várias modalidades da ação”. Na redação do art. 122 do Código Penal, observamos os verbos “induzir” ou “instigar” e “prestar” auxílio ao suicídio, sendo ainda ser citados outros art. 234,289,§1º etc… Mesmo na prática destas três ações, elas são consideradas como um único
crime. Magalhães Noronha afirma que no crime de ação múltipla “o tipo contém várias modalidades de conduta delituosa, as quais, praticadas pelo agente, fatos do mesmo crime”. CRIMES SIMPLES, PRIVILEGIADOS, QUALIFICADOS E COMPLEXOS.
Seguindo o conceito dado por Damásio de Jesus crime simples “é o descrito em sua forma fundamental. É a figura típica simples, que contém os elementos específicos do delito”. Mirabete ainda completa essa definição ressaltando que em seu conteúdo subjetivo não há “circunstância que aumente ou diminua sua gravidade”.
O crime é considerado qualificado “quando o legislador, depois de descrever a figura típica fundamental, agrega circunstâncias que aumentam a pena”, segundo Damásio de Jesus. Fabbrini Mirabete diz ainda que “não surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas de uma forma mais grave de ilícito”.
Há ainda os chamados crimes privilegiados. Segundo a definição de Mirabete, estes “existem quando ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que o torna menos grave, diminuindo, em conseqüência, suas sanções”.
CRIME CONSUMADO E TENTADO.
Segundo nosso Código Penal, há o crime consumado “quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art.14, I)”. Diz Mirabete que o crime está consumado “quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto se subsume no tipo penal abstrato descrito na lei penal”.
Há o crime tentado “quando, iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias à vontade do agente” (art.14,II). “A tentativa é a realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei. Na tentativa há prática do ato de execução, mas não chega o sujeito à consumação por circunstâncias alheias à sua vontade”. (Júlio Fabbrini Mirabete)
CRIME IMPOSSÍVEL.
É o crime cuja consumação é impossível devido à ineficácia do meio ou por absoluta impropriedade do objeto. Ex: Matar alguém que já está morto.
CRIME DE FORMA LIVRE E DE FORMA VINCULADA.
Forma Livre: Admitem qualquer tipo de meio de execução. É o caso da ameaça (Art. 147, CP) que pode ser cometido via oral, escrita, gestual, símbolos, etc.
caso do crime de contágio venéreo (Art. 130, CP) que somente admite a prática através de prática sexual ou de ato libidinoso.
14) Crimes principais e acessórios.
Principais: são os crimes cuja consumação se dá independete de outras práticas, como é o caso do estupro;
Acessórios: dependem da prática de um crime anterior, como é o caso do crime de receptação (Art. 180, CP) e o crime de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998, art 1º).
CRIMES MONOOFENSIVOS E PLURIOFENSIVOS.
Monoofensivos: São os que ofendem um único bem jurídico. Ex: furto, atinge o patrimônio;
Pluriofensivos: Atingem dois ou mais bens jurídicos. Ex: latrocínio que afronta o patrimônio e a vida;
CRIME VAGO.
É o crime que tem como sujeito passivo uma figura destituída de personalidade jurídica como a família ou a sociedade. Temos como exemplo o tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput)
CRIME HABITUAL.
É o crime que somente se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários atos que revelam o estilo de vida criminoso do agente, onde cada ato isoladamente é atípico. Exemplo: exercício ilegal da medicina e curadeirismo (Arts. 282 e 284, CP, respectivamente)
3. OBJETO JURÍDICO, MATERIAL, SUJEITO ATIVO E PASSIVO DO CRIME
Objeto jurídico:
Objeto material: é a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta criminosa
do agente. No furto, objeto do delito será a coisa alheia móvel subtraída pelo agente, no homicídio, será o corpo humano,
OBS: Nem todos os tipos penais possuem objeto material, pois este não é uma característica
comum a qualquer delito, pois só tem relevância quando a consumação depende de uma alteração da realidade fática.
Sujeito Ativo: é aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo. Sujeito passivo: pode ser considerado formal ou material:
a. Formal: será sempre o Estado, que sofre toda vez que suas leis são desobedecidas.
b. Material: é o titular do bem ou interesse juridicamente tutelado
sobre o qual recai a conduta criminosa, que, em alguns casos, poderá
ser também o Estado.
4. PESSOAS PENALMENTE INIMPUTÁVEIS E INIMPUTABILIDADE 5. EMOÇÃO E PAIXÃO NO DIREITO PENAL
EMBRIAGUEZ TOTAL E PARCIAL DECORRENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
17/05/2010 IMPUTABILIDADE X INIMPUTABILIDADE
Imputável: qualidade que se pode atribuir a alguém.
EXCLUSÃO DE ILICITUDE
Deixa de considerar o fato como crime, pois o fato típico (conduta proibida) , mas não é ilícito.
Legítima defesa Estado de Necessidade
São excludentes: Estrito Cumprimento do dever Legal Exercício Regualr do direito
Doente mental ou com desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
EXCLUSÃO DE PUNIBILIDADE (Art. 107 CP )
1. Pela Morte do Agente (Inc. I): pode ocorrer em qualquer momento: antes do inquérito policial, durante a ação penal ou durante a execução da sanção penal; Não afeta os extrapenais.
2. Anistia, Graça e Indulto (Inc. II)
Anistia: O Estado renuncia ao direito de punir, ocorre antes da sentença final ou depois da sentença condenatória irrecorrível
Graça: benefício individual concedido mediante provocação pela parte interessada, ocorre depois do trânsito em julgado da condenação penal;
Indulto: Tem caráter coletivo e é concedido espontaneamente, ocorre depois do trânsito em julgado da condenação penal;
Ato discricionário do Presidente da República, o beneficiário não volta a condição de primário.
3. Renúncia ao Direito de Queixa: Abdicação antes do início da ação penal privada
4. Perdão do Ofendido: desistir, após o início da ação privada até o trânsito em julgado da ação penal condenatória;
5. Perempção, Prescrição e Decadência: O ofendido deixa de dar andamento à ação penal privada, após iniciada.
O Estado perde o direito de agir:
em 20 anos, se o máximo da pena é superior a 12;
em 12 anos, se o máximo da pena é superior a 4 anos e não excede a 8; em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 anos e não excede a 4;
em 4 anos, se o máximo da pena é igual a 1 ano ou, sendo superior, não excede a 2; em 3 anos, se o máximo da pena é inferior a 1 ano
6. Retratação do Agente: Retirar o que disse, até a sentença final. (art. 143 CP) O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Art. 342 CP - § 2o O fato deixa de ser punível se,
antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
7. Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei