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G R./9Q-2 A
RILDA ANTONIA CHACON MARTINS10169
Informação Normativa Legal para o Setor Industrial de Alimentos; fatores intervenientes na sua geração
Rio de Janeiro 1992
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIA HUMANAS ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIENCIA E TECNOLOGIA
Informação Normativa Legal para o Setor Industrial de Alimentos; fatores intervenientes na sua geração
RILDA ANTONIA CHACON MARTINS
Dissertação apresentada ao Curso de Pôs-Graduação Mestrado em Ciência da Informação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - ECO/UFRJ e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia -IBICT para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Informação.
Orientadora: Profª Maria de Nazaré
Freitas Pereira Doutoranda em
Sociologia - IUPERJ
Rio de Janeiro 1992
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIENCIA E TECNOLOGIA
1 I PAGINA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA: --- �
---À�--�-�rf-��
RIO DE JANEIRO
Dedico com carinho: .
Aos meus pais, que tanto se preocuparam em dar-me condições para seguir meu caminho.
A RICARDO, pela força e estimulo no percurso desta jornada.
Ao RAFA e GUIGO, fonte de amor e alegria.
A ZILA MAMEDE (in memorian), pelo exemplo profissional.
Não é meu desejo formular um agradecimento pragmàtico. urante a elaboração de uma dissertação de mestrado, que é um trabalho de caràter individual, recebe-se, a cada instante, uma variedade de contribuições. Ao terminar este estudo, pude perceber com muita clareza a importância das contribuições de todos os tipos, acadêmicos ou não, ressaltando o aspecto coletivo constante em muitos de nossos atos.
Assim sendo, o meu principal agradecimento é genérico, porém expressão sincera de reconhecimento a todos os meus amigos que incentivaram,
documento ou
sugeriram, ouviram, criticaram e contribuiram de alguma outra forma
enriqueceram este para a conclusão desta aventura. Tento encontra mais pensamento que transmitir entre nós exprima o â minha mãe, para ver este que a dimensão
que i nfe 1 i zmente não se trabalho concluido, um de minha saudade pode significar de reconhecimento por tudo o que ela fez por mim.
AGRADEÇO TAMBÊM:
A UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, pela oportunidade concedida para realizar o curso.
A SÔNIA CAMPOS FERREIRA, pela compreensão, apoio e incentivo. As. colegas da Biblioteca Central "Zila Mamede", da UFRN, pelo incentivo e apoio prestados em todo o percursso, em especial ã RILDECI, SALETE, GORETTI, TEREZINHA ANIBAS, RENATA e ANA ALICE.
A HAZINHA, pela orientação sãbia na elaboração deste trabalho e na palav�a amiga nos momentos de dõvida.
A HAGAR, pela competência na orientação e na amizade oferecida. A MARIA RUTH, pela imensurãvel contribuição t�cnica contida nas valiosas sugestões e em todas as demais participações, fator de enriquecimento deste trabalho.
A Drª ELIZABETH GONÇALVES, do Centro Tecnológico de Alimentos pelas discussões finais que tanto enriqueceram este trabalho.
A todos os entrevistados, pela espontaneidade das contribuições. Aos Professores do Mestrado, pela parcela de contribuição no transcorrer desta jornada_
poio e amizade.
A LEYLA e L10IA, pela contribuição.
RESUHO
As inõmeras noticias nos jornais a respeito de produtos contaminados ou impróprios para consumo lançados no mercado motivaram o estudo sobre o uso de normas e de legislação especifica no setor de alimentos. A ausência a estudos semelhantes em que se pautar levou a uma realização parcial, apoiada por informação do noticiãrio diãrio e obtida a traves de entrevistas com representantes de órgãos normativos, fiscalizadores, de defesa do consumidor, de laboratórios de anãlise de alimentos e do setor produtivo. O estudo, de natureza exploratória e qualitativa, evidenciou ausência de normas, legislação desatualizada, conflitos de competência entre órgãos. Se o uso de normas nao pôde ser comprovado, por sua inexistência, buscou-se compreender os fatores intervenientes na geração de normas, que podem ser classificados em: institucionais/ organizacionais, culturais, políticos e econômicos. Para os pesquisadores da Ciência da Informação praticada em paises de industrialização tardia, não basta a preocupação com o uso de informação. No caso do setor produtivo, cujas necessidades de informação são particulares e determinadas pelos fatores jã identificados, e imperioso ocupar-se do estãgio de geração do conhecimento/informação e ampliar a base de conhecimento em seus aspectos sociais e não apenas instrumentais.
Insiste nt news in dialy newspapers on contaminated food products gave origin to the prese nt study on the use of standards and regulations in that industrial sector. The inexistence of preceeding similar studies led to a partial development of re search, since information was originated only from newspapers and interviews with represe ntati ve s from standardization and food inspection organiz&tions, food industry, consumer associations and laboratory or food analysis. It is an e xploratory quali tati ve study. It was found that standards do not regulate the sector and relevant legislation is outdated. Besides ·that, there are conflicts of competence among Government departments. Due to the impossibility of ·proving the use of standards, since the y do not e xist, it was decided to further the investigation to understand factors that interfered in the production of standards. These factors, are of institutional/organiz�tional, cultural, political and economical nature. For information scie ntists the study reve aled that in cpuntries lately industrialized it is not sufficient to investigate information use. ln industrial sector, where information nee ds are very specific and determined by the above factors, i t is fundamental to study and unde rstand the stage of knowledge/information generation to wide n the subject fie ld in its social rather than instrumental aspects.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIA - Associação Brasileira das Industrias da Alimentação ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CBTA - Congresso Brasileiro de Tecnologia de Alimentos CNI - Confederação Nacional das Industrias
CNNPA - Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos CONMETRd - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial CTA - Câmara Técnica de Alime ntos
CTAA - Centro Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agroindustrial de Alimentos
OINAL - Divisão Nacional de Vigilância Sanitã ria de Alimentos OIPOA - Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal
DOU - Diã rio Oficial da União
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuãria ICT - Informação ·Cie ntifica e Tecnolõgica
INCQ - Instituto Nacional de Controle de Qualidade
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IPT - Instituto de Propriedade Tecnológica ISONET - Iso Information Network
MA - Ministério da Agricultura
MIC - Ministério da Industria e Comércio MME - Ministério das Minas e Energia MS - Ministério da Saàde
NBR - Norma Brasileira Registrada
PROCON - Programa Estadual de Orientação e Proteção ao Consumidor
SNVS - Secretaria Nacional de Vigilância Sanitãria UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
l - INTRODUÇÃO
R.E..f .. E.RE .. N .. C .. l.A .. S.. .B. .. l.6 .. L.l.QG..R.A .. E.l.C .. A .. S. .E. .N.O.T..A..S
2 - M�TODO/PROCEDIMENTOS .2 ... l '· - .C .. Q.rn;; .. e. .. i .. t .. lJ .. ª.ç .. ã.9 .2 ... 2 .. - .U .. n .. i .. v. .. e. .. .r..$..9 d.9 .E .. $. .. t .. !J .. d9 2.2.1 - Orgão normativo 2.2.2 - Setor produtivo 2.2.3 - Orgão fiscalizador 2.2.4 - Laboratõrio de anãlise
2.2.5 - Orgão de De fesa do Consumidor
2. 2. '5.1 - Comissão de defesa do consumidor da Câmara Municipal
2.2. 5. 2 - Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa
2. 2. 5. 3 - PROCON - Programa Estadual de Orie ntação e Proteção ao Consumidor
.2 ... 3 - .C .. 9.l .. e. .. tJA. .d .. e.. .d ..
ª ..
d .. Q.$..2.3. 1 - Instrumento de coleta 2.3. 2 - Periodo
.2 ... 4.. - .A.n.â .. l .. i .. $..e.. d .. e.. .d ..
ª ..
d .. 9$...R.E .. f..E .. RE .. N.C .. l.A .. S. .B. .. l .. B. .. L.l.QG. .. R.A .. f..l.C .. A .. S. .E. .N .. Q.I .. A .. S.
3 - FATORES INTERVENIENTES NA GERAÇÃO/ATUALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
3.1. 1 - O quadro institucional da legislação de alime ntos
3. 1. 2 - A opinião dos e specialistas
Pãg. 16-27 24-27 28-36 28 28-33 29-30 30 30-31 31-32 32-33 32 33 33 33-35 34 34 35 36 37- 67 39-50 39-48 48-50
3.1.2.1 - Pulverização dos orgãos intervenientes na elaboração da legislação
3.1.2. 2 - O recesso do orgão normativo
3.2.1 - Falta de conscie ntização do consumidor 3.2.2 - Massificação dos canais de transmissão da
informação
3.2�3 - Falta de capacitação técnica do pessoal
3.2�4 - Descrédito na ação dos órgãos fiscalizadores
� .... 3.. - .Eª .. t .. o.r..e. .. $. P. .. o.l .. i .. t .. i.c. .. Q.$.
3.3.1 - Lobbies do setor industrial 3.3.2 - Recesso do órgão normativo
RE .. f..E .. R.E .. N.C .. .l . .A..S. .6 .. l .. 13. .. L.l.Q.G. .. R.A .. f. .. .I.C .. A .. S. .E. .t.:I .. OI .. A .. S.
4 - CONSIDERAÇOES FINAIS
.R..E .. f..E.RE..N .. Ç .. .I..A .. S. .13. .. l.13. .. L.l .. OG .. R.A..E..I.C .. A .. S. .E. N.Q.I .. A .. S.
5 - BIBLIOGRAFIA
.5 ... 3.. - .L.e. .. g..i .. $ .. l .. ª.ç .. ã .. o
.5 ..•. 4 - .. L.i .. t .. e .. .r.ª .. t .. u .. r...ª. .d .. e. .d..i .. :v . .Y .. l .. gª,.ç .. ã .. o
5.4.1 - Artigos em revistas especializadas
5.4.2 - Noticias em jornais e Revistas de Divulgação .5. ... 2. - .o.u .. t .. .r.9.$. 48- 49 49-50 50- 57 51- 53 54- 55 56-57 57 58- 61 58- 60 60 60- 61 62-67 68- 71 72 73-86 73 73-74 74-77 77-82 77-79 79-82 82-86 86
não n1ais nos propri.etArios da terra ou das grandes ind,strias _ •
16 1 - INTRODUÇJiO
A informação ê conside rada como e nergia para o dese nvolvimento.
A qualidade da informação disponi vel e m uma sociedade ê um dos fdtores pelos quais se comprova o se u grau de dese nvolvime nto. Mais do que nunca a informação ê sinônimo do poder. Poder de controlar os
interesses dos que perguntam e poder de influência daquele que sabe.
Tudo isto viabilizado pela e ficãcia resultante da boa utilização da informação. Tanto que, nos paises desenvolvidos, o conce ito do se tor
quaternàrio (informação como recurso para o desenvolvime nto) jã estã
bem estabelecido.
Na �ociedade pôs-industrial jã
e
possivel perceber nitidamente aexpressiva quota do pode r que se conce ntra na e sfera dos que produzem
a informação (gerando-a ou difundindo- a). No Terceiro Mundo, embora ainda não institucionalizado como um "quarto se tor", a geração e a difusão da informação têm um papel predominante na esfera do poder poli tico:
"No Terceiro Mundo o poder se apõia nos produtores de informação e não mais nos donos de terra ou grandes industriais. Isso vale ate para a China, onde 70% da população e composta de agricultores, mas o poder e dos politicos que produzem e administram a informação".1
PROCEL chama a atenção dos gove rnos dos paises e m desenvolvimento para o fato de que o crescimento industrial desses palses requer o uso desse recurso e que "informação sobre
implementos, materias primas, equipamentos, mêtodos de trabalho, normas tecnicas, patentes e processos de manutenção e um ingredie nte essencial no processo e conômico de seus paises"2.
a Industria. Os diferentes profissionais nela envolvi dos, direta ou
indiretamente administradores, emp resã rios, bibliotecãrios,
cientistas da informação, etc.- têm ressaltado a importância que ela
desempenha no desenvolvimento e progresso empresarial. EYRE, por exemplo, alinha a informação aos recursos financeiros, ã tecnologia e aos recursos humanos.3
A modernidade tem obrigado as empresas cada diversificar e procurar melhor adaptação de
necessidades de seu mercado. Nessa busca,
dia mais a inovar, seus
para
produtos ãs melhorar a produtividade e diminuir os custos, a informação tecnolôgica estã cada dia sendo mais reconhecida como instrumento indispensãvel numa empresa.
Um tipo de informação tecnolôgica que interessa diretamente no processo produtivo de uma empresa ê a informação normativa.
A informação normativa ê aquela que estã consubstanciada em norma, quer seja juridica, têcnica, ou diplomãtica, representando sempre um padrão de comportamento. Para AURÊLIO, norma "ê aquilo que se adota como base ou medida para a realização ou avaliação de
algo".4
GALINA a define como "instrumento de consenso entre produtores e
consumidores, centro de geração de tecnologia e laboratõrios" _5
Para a extinta Secretaria de Tecnologia Industrial, do
Ministêrio da Indõstrj.a e Comercio, a norma se origina "de um trabalho de uniformização conduzido sob principios firmes e
estabelecidos para produzirem o efeito desejado, essencialmente nos
ramos da fabricação de mercadorias e de sua distribuição" _6
Jà para a Associação Brasileira de Normas Técnicas, Õrgão nacional dedicado ao assunto, a "norma ê uma referência resultante de
18 entendimentos de problemas repetitivos" .7
Seja qual for a definição escolhida, percebe -se que a norma tem uma característica fundamental: e la serve para sistematizar e padronizar apresentar uma de tarefa. maneira Podemos ela ra, dizer ainda orde nada e que sem a norma permite ambiguidades, os elementos tecnicos necessàribs e suficientes para definir, apreciar, verificar, e finalmente e scolher com ple no conhecimento de causa as caracteristicas e as performances do material de serie�
Alem disso, para que um produto adquira confiabilidade no mercado ou adquira padrões para comparação por parte dos consumidores,
e
necessà rio que os produtores concordem em respeitar um certo nàme ro de requisitos necessà rios sobre forma, composição, qualidad�, procedime nto, apresentação, etc. Podemos ver e sse conjunto de exigências como parte fundame ntal do esforço de normalização, do próprio processo de industrialização.Mas, seu objeto não se limita ã racionalização dos produtos: estende-se ã s e xpressões materiais das criações do espírito, como a numeração ou a e scrita; ás unidades; aos símbolos ou ao sistema métrico; e , mais recenteme nte,
linguagem para computadores.
aos assuntos modernos, como a FRENCH divide o usuã rio da informação normativa e m três grupos
principais:
a) o grupo dos órgãos responsãveis pela elaboração e utilização das normas;
b) o grupo que coloca as condições dos documentos em prã tica - o setor industrial - o principal usuã rio das normas; e
c) o grupo que
e
diretame nte afe tado pelos re sultados de suas aplicações - o consumidor, que inclui asassociações em defesa do consumidor, sindicatos
etc.e
Os meios de comunicação brasileiros têm alertado a população a respeito do grande nõmero de produtos contaminados ou imprôprios para o consumo que são lançados no mercado:
"As duas maiores causas de mortalidade infantil no Brasil - a desidratação e problemas gastro-intestinais são provocadas frequentemente por intoxicações alimentares".9
"Um terço do que o carioca come não é próprio para o consumo".10
"Setenta por cento da carne do Rio não sofre qualquer tipo de inspeção."11
"Amarga sobremesa: denõncia da presença de cromo em gelatina coroa uma era negra para a saõde póblica"12
"Guerra das garrafas liberação de suco contaminado opõe Ministro a Secretãrio e deixa questão da Saõde do consumidor em suspenso". 1 3
"A roleta-russa dos agrotóxicos; nos campos, 500 mil trabalhadores são envenenados anualmente no mundo. Nas cidades, o nõmero pode ser 15 vezes maior: não ingerir alimentos contaminados é uma questão de sorte".14
Este estudo foi motivado por tais depoimentos. O que estaria ocorrendo para justificar a frequência dessas noticias? Estaria o consumidor mais consciente de seus direitos e reclamando mais? Ou o setor industrial não estaria cumprindo as normas estabelecidas para a fabricação do produto? As normas existentes para a fabricação de alimentos, atendendo a requisitos de higiene e saõde pÕblica. não estariam convenientemente organizadas e disseminadas?
O pressuposto era de que a existência de normas para a fabricação de alimentos não garante sua utilização pelo setor
produtivo, visto que os meios de comunicação denunciam, com
20 consumo.
Tomando por base a caracterização de usuãrios da informação elaborada por FRENCH, a proposta inicial do estudo orientava-se para o conhe cime nto das barreiras existentes no processo de uso de informação normativa pela indõstria de alimentos, ou seja, o grupo que coloca e m p rãtica aqui lo que as normas prescrevem. Pretendia-se entender. a organização da informação dentro do quadro mais geral do process9 de comunicação entre seus geradores e usuã rios.
A utilização desta abordagem deve -se ao re conhecimento da
necessidade/importância de si tua r os estudos de organização/uso da informação no contexto de sua absorção, o que foi previame nte demonstrado nos estudos e mpíricos de PEREIRA 15 e LEÃO 16 _
Mas', ã medida em que se foi aprofundando o e studo sobre o tema, constatou-se que as normas, além de serem e m nõmero insuficientes e
desatualizados não têm poder coercitivo sobre o set<;>r de alime ntos.
Elas são, na realidade, voltadas para a anãlise laboratorial,
conforme e videnciado na consulta ao catã logo de normas da ABNT17. O que realme nte disciplina o setor é.a legislação e ditada pelos órgãos
competentes: Ministério da Agricultura e Ministério da Saõde.
A titulo de ilustração pode-se referir ã NBR 972818 que fixa as condições exigíveis para a e xtração do caldo de cana-de-açucar para anãlises tecnológicas e quimicas, através da prensa hidrãulica ou do digestor a frio. Ela se reporta a procedime ntos gerais e some nte se tornaria impositiva no caso de surgir uma lei especifica sobre a mate ria.
Portanto, o estudo em que se pretendia abordar o uso da informação normativa técnica, acabou resultando no e nte ndimento dos fatores que interferem no processo de geração de informação normativa legal, a legislação, para o setor de alimentos. Pois, como bem
ilustra o depoime nto de ALVES:
" Mui tos setores não têm padrõe s nacionais de referência - o de alimentação e o farmacêutico, é um
exemplo; e mexe m com a vida do ser humano" .19
O presente estudo pode ser e ntendido como de importância tanto para o Gove rno e instituições intervenientes no setor no que diz respeitq a suas estratégias de atuação, como para a ã rea da Ciência da Informação.
Para as instituições inte rve nientes, o tema proposto é fundamental para identificação de questões que deverão ser avaliadas numa politica industrial que leva e m conta a qualidade do produto e sua competitividade e m economia de mercado e, principalmente, a saõde e a segurança dos consumidores.
Para a Ciência da Informação a contribuiç�o reside nos ensinamentos que surgem da i mposs ibi 1 idade de conduzir um e studo sobre usuãrios da informação normativa, quer em sua vertente técnica quer legal, no quadro mais geral da transferência da informação. A inexistência de informaçõe s para uso sugere que nos paises de industrialização tardia a Ciência da Informação talvez te nha que considerar a organização/uso/comunicação da informação, no quadro mais geral de sua geração, aspecto destacado por PEREIRA ao analisar as caracteristicas do setor informação no Pais.20
Nesse sentido, a contribuição desta pesquisa para a ã rea é original. Mas sua realização se faz parcial, esboçando os primeiros contornos de um quadro referencial que ainda estã por se fazer.
De um modo geral, os estudos 21 ,22 mostram que as indõstrias estão um tanto desassistidas de serviços de informação adequados ã s suas necessidades, o que, provavelme nte, levou FERREIRA23 a discutir
22 a necessidade de se implantar uma rede de informações em tecnologia industrial. Tais estudos, embora tenham sua importância dentro do aspecto en.focado, não são suficientes para fornecer apoio a uma investigação que trata da ausência da informação no plano de sua geração.
Outros24.,25 cuidaram de estudar a transferência de informações no que di.z respeito ao contexto da absorção, i. e. , de sua efetiva internalização. Ainda que tenham ido além dos modelos que reduzem a informação a seus aspectos de disponibilidade/uso, eles também não podem fornecer apoio a esta pesquisa. A informação objeto desses
estudos existia, estava comunicada, organizada; mas não estava
absorvida/internalizada, i.e. , não era apropriada pelos supostos usuãrios a' quem deveria atender.
A perspectiva deste estudo é outra a da ausência de
informações. Por isso, seu objetivo é o de estud�r os fatores
intervenientes na geração da informação normativa legal no setor de alimentos.
Trata- se de um estudo exploratório, fortemente apoiado em
entrevistas e noticias veiculadas pela imprensa. Por isso, sua realização é parcial.
O aprofundamento permitido pelas entrevistas, e o acompanhamento de noticias nos meios de comunicação de massa, fornecem entendimentos das possibilidades e expectativas do "código
Consumidor", lançado quando se redigia este trabalho.
O estudo é apresentado nos seguintes capitulos: - método/procedimentos
de Defesa
- fatores intervenientes na geração/atualização das
informações
24 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E NOTAS
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.i..n .. f.9 . .r..m.ª .. ç .. ã .. Q. Trad. Nadia Oschery. 1 9 8 1. 1 8 fls. datilog.
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1 0- UM T,ERÇO do que o carioca come não é próprio para o consumo.
Q . . G..l.9.b. .. Q. Rio de Janeiro , 0 6 ago. 1 9 8 7.
1 1 - SETENTA por cento da carne do Rio não sofrem qualquer tipo de inspeção . .O ... G. .. l .. 9.b. .. Q , Rio de Janeiro , 1 0 ago. 1 9 8 7.
12- AMARGA sobremesa : denuncias da presença de cromo em gelatinas coroa uma era negra para saõde pÕb lica . . V .. e.j ..
ª·•
Rio de Janeiro ,2 2 abr. 1 9 8 7.
1 3- GUERRA DAS GARRA FAS : liberação de s uco contaminado opõe
Ministro a Secretãrio e deixa questão da saõde
cons umidor em s uspenso. Y.e.j ..
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Rio de Janeiro , 0 1 abr. 1 9 8 7. 14- MARQUS, Randãu . A roleta-russa dos agrotõxicos • . J..9.r..O ..ª ..
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1 5- P E R E I R A , M • N • F • .G. .. e. . .tg,.Ç,.ã .. Q ... J;;; .. Q.m .. 1.1 .. n.i .. ç .. ª·ç·ª·º"""""'ª"""'"'ª'J;1.� .. Q..t.Ç .. ã .. Q ... d .. e. ... .G .. QH.h .. e. . .G..i .. m.e. .. n.t .. Q .G .. i.e. . .o .. t .. i..f .. i .. ç .. Q.:: .. t .. e. .. ç..1J .. Q.l .. Q.g.i .. ç.Q ... e. .. m ... § .. Q.çj, .. e. .. d .. fü;;l .. e. ... .d .. e..P. .. e..n .. d .. e. .. n .. t .. e.. : u m e s t u d o d e
caso : O Programa de Engenharia Quimica - COPPE/UFRJ - 1 9 6 3-1 9 7 9 . Rio de Janeiro : IBICT , 3-1 9 8 3-1. 2 V. Dissertação ( Mestrado em Ciência da Informação) .
16 L E11o , M. R. M • ..E.o.n .. t .. e .. $. ... d .. e ... i.n.f .. Q..r:.m ..
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n.e. .. i...t.9 - Rio de Jane iro: IBICT / UFRJ, 1986. Dissertação ( Mestrado em Ciência da Informação).1 7- AS soe I AÇ110 B RAS I LEIRA D E NORMAS T l: CN I C AS. .G ..
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t .. â.l.Q.gQ. .A .. B. .. N .. I .1 .. 9.. .. 9. .. 0./ Rio de , Janeiro: ABNT, 1990.1 8- ASSOC I AÇ110 BRASILEIRA DE NORMAS Tl:CN ICAS. .E .. x .. t . ..r:.ª .. ç .. ã.9 d .. Q ç.-ª .. l .. d.Q ... ci ..
ª.
ç.,ª ..
n·ª·
.d .. e..·ª ..
ÇJJ .. Ç ..ª ..
.r.. NBR 9728 . Rio de Janeiro, jan. 1987.1 9- A LVES, M. M. O sa 1 to para a qua 1 idade . .J. .. Qt:H-ª .. l ... d .. Q ... B. ..
r..ª ..
$. .. i..l. . Rio
20-de ·Janeiro, 24 outubro 1990 .
PEREIRA H. N. F. Documentação/informação como fator do
desenvolvimento das organizações modernas. ln: Reunião T� cnicas de Docume ntação do SENA! , Rio de Janeiro, 1987. AnAi§. Rio de Janeiro, SENA! , 1 987.
21 - Me C AR T H V , C . H • ; RAM A LHO , F . A . .N .. e. .. ç .. e .. $. .. $. .. i.d ..
ª ..
d.e..$.. .i .. n.f .. Q.r .. m ..ª ..
ç .. i.Q.íl.g .. i.$.. .d .. Q .. $. . . i..n.d .. Ô .. $. .. t .. r:.i .. ª .. ª-· .O..Q .N .. 9.r:.d .. e. .. $. .. t .. e.. b. .. .r..ª·ª-·il.e. .. i...r..9: relatõrio preliminar de um estudo de caso. (s.l. : s. n. ) 1985. 23 p. Trabalho aprese ntadoao 13º Congre sso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, Vitõria, 1985.
2 2- M U A L EH , J • R . U . B . .E.$. .. t .. Y.Q .. Q Q .. Q .Q.::t .. e..n.d .. i .. m.e .. n.t .. Q d.e. .i .. n.f .. Q .. r:.m .. Q .. Ç .. ã .. Q .i .. nd .. U .. $. .. t .. .r.:.i..ª.l .d .. Q P...e .. Q.Y .. e..n.9 .e.. .m ..
e. ..
d..i .. 9 .i .. n.d .. Y .. $. .. t ... r.:.i..ª .. l. .d .. 9 .Ri..9 .d .. e.. .J. .. ª .. n .. e. .. i..r:.Q P..e. .. l .. 9.$.. .ô.r..g.ã .. 9.$.. .d.e. .. Q.P. .. 9.i..Q .â. P. .. e. .. Q.Y .. e. .. n.ª. .e.. .m ..
e. ..
d .. i ..ª.
.e. .. m.P. .. r.:.e..$. .. ª. • Ri o d e Janeiro : I B I e T / u F RJ ,23- FERREIRA, J. R. Informação trabalho.
industrial: situação atual e
alternativas de BIBLIOTECONOMIA E
I n :
DOCUMENTAÇÃO, Pessoa: APBPb, 1982. p. 3 0 6- 3 3 0 . 24- PEREIRA, H. N. F. op. cit.
25- LEÃO, M. R. M. op. cit.
CONGRESSO BRASILEIRO
1 1 . , 1 9
a
2 . .A ..n ..
ª ..
i ..ª ..
DE J oão
28 2 - HtTODO/PROCEDI NENTOS
O estudo apõia- se em entrevistas com e specialistas do setor de alimentos e
depoimentos
representantes dos consumidores.
publicados nos principais jornais
Recorre, ainda, a
e revistas, de
divulgação ou especializadas, a respeito dos problemas e nfrentados tanto p�la fiscalização e
consumidores.
2 . 1 -
ç_gnç.e..i.t..u.,,u;.i.o
con trole dos alimentos, como pelos
A e xplicitação dos conceitos e definições a seguir aprese ntados ê necessã�ia para maior compree nsão do e studo. Assim, na abordagem do assunto, e nte nde - se por:
I nformação normativa legal - lei ace rca de determinada matéria.
Legislação - conjunto de leis que regula particularmente uma certa matéria.
I ndõstria de produtos alimentares - aquela que se utiliza da matêria-prima provenie n te do setor agropecuãrio,
beneficiando- o, transformando- o para fins de alime ntos1 .
2 .. 2 - .V.ni.:w:.e. .. m.Q. ... d.o. ... e..�.t..u:dº
A delimitação do universo do estudo teve por obje tivo obter
informações dos diversos segme ntos da sociedade e nvolvidos com a
inf ormação normativa legal, ente ndido como aqueles que, segundo
restrinja o us uãrio "strito sens u ao setor produtivo, foram
incluidas outras entidades como us uãrias dessa informação. Tais
segmentos são assim classificados :
- órgão normativo ; 1
- setor produtivo ;
- órgão fiscalizador ;
- laboratõrio de anãlise ;
- ôrgão de defesa do cons umidor 2.2 . l - õrgão norma-t.iYo
A D INAL ( Divisão Nacional de Vigilância Sanitãria ) e o órgão do
Ministeri'.o da Saóde que tem a inc umbência de registrar todo e
qualquer tipo de alimento destinado ao cons umo humano , bem como : efetuar a anãlise de controle dos produtos apôs s ua entrega ao consumo ; realizar anàlises previas sobre aditivos e embalagens ; estabelecer e aprovar padrões de identidade e qualidade , tudo. em
conjunto com as Secretarias de Saàde dos Estados.
A atribuição regular da D INAL
e
a de registrar o produto queserà lançado no mercado . A inc umbência de legislar lhe coube q uando a Câmara Tecnica de Alimentos foi fechada ( 1 9 7 9 ) provisoriamente : sõ que esta tarefa , que lhe foi atribuida " provisoriamente" , permanece ate hoje.
A representação da OINAL no Rio de Janeiro foi contactada como órgão normativo legal e como responsãvel pelo registro do produto a
s er lançado no me reado .
A Secretaria M unicipal de Saude do Rio de Janeiro , atraves do Departamento de Fiscalização Sanitãria , representa a D INAL naquele Estado . A representação dos Estados não participa da elaboração da
30
legislação. Seu papel e o de e ncaminhar ã DINAL (Brasilia) o processo de registro do produto a ser lançado no mercado.
Foi e ntre vistado o tecnico representante da DINAL - RJ.
2.2 . 2 - Setor produtivo
Desse se tor e ntrevistou-se um tecnico que atua numa empresa de mêdio porte, como gere nte industrial.
Contactou-se tambem um representante da ABIA Associação
Brasile ira das Indõstrias de Alimentos. A e ntrevista ocorreu durante o XII Congresso Brasile iro de Te cnologia de Alime ntos
outubro de 1989, no Rio de Jane iro .
2. 2 . 3 - õrgão fisca1izador
CBTA, em
O obje tivo maior do Departamento de Fiscalização Sanitãria, da Secretaria Municipal de Saõde e fiscalizar o produto e m circulação, os estabe lecime ntos comerciais e apurar a veracidade das que ixas
apresentadas no que se refere a alimento imprôprio para o consumo, bem como interditar a e mpresa, quando for o caso.
Como represe ntante da DINAL no Estado do Rio de Jane iro, esse Departame nto absorveu mais uma tarefa: a de proceder ao registro de um novo produto no me reado.
O Departamento tem um se tor responsãvel por cursos ministrados a pessoas que manipulam alime ntos em e ntidades como hospitais, creches, quarteis. restaurantes, hoteis, etc. Esses cursos de orientação educativa são ministrados mediante palestras, debates e apresentação de audio-visuais. Ate o mome nto, tais cursos sõ têm sido ministrados quando solicitados.
tecnico que faz a vistoria de produtos conside rados impróprios para consumo, ou fora dos padrões técnicos, e o técnico que ministra cursos para manipuladores de alime ntos.
2. 2.4 - Labora-tl>rio de anA1ise
O laboratório oficial para anãlise de alime ntos na cidade do Rio de Janeiro é o Noel Nuts.
Esse laboratório junta mente com I NCQ Instituto Nacional de
Controle de Qualidade, da Fundação Oswaldo Cruz são uma espécie de " tira-teima" de qualidade de alimento. A Divisão de Bromatologia
desses õr'gãos garante o respaldo ã fiscalização do Departamento de
Vigilância Sanitãria, realizando e xames em produtos apree ndidos pe los
fiscais.
Foi re alizada uma e ntrevista com seu diretor.
Outro, o Laboratório de Controle de Qualidade do CTAA - Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de Alime ntos, da EHBRAPA, no Rio de Janeiro tem por obje tivo
" coorde nar e executar projetos de pesquisa na ã re a de ciência, tecnologia e e ngenharia de alimentos, tem como filosofia de trabalho a de ge rar tecnologia para a agroindõstria brasileira e servir ao consumidor, produzindo conhe cimentos que garantam a qualidade dos produtos ofere cidos no mercado"3 _
Embora não se ndo laboratório oficial para anã lise, pela sua
infra-estrututa e a qualidade de seu pessoal, muitas vezes é chamado para cooperar com os órgãos responsãveis pela anãlise .
Alguns dos seus técnicos são membros de comitês da ABNT.
Foram contactados três técnicos do setor de alime ntos para esclarecimentos de ordem geral.
32
2.2.5 - õrgão de Defesa do Consumidor
Este segmento està represe ntado neste estudo pelos órgãos de
defesa do consumidor, localizados todos na cidade do Rio de Janeiro: a) Comissão de De fesa do Consumidor da Câmara Municipal;
b) Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa;
c) PROCON - Programa Estadual de Orie ntação e Proteção ao Consumidor.
2.2. 5 - 1 - , Conissão de Defesa do Consunidor da Cânara nunicipa1
A função primordial da Comissão
e
a de defender os direitos dos consumidore s. Não tem o objetivo de fiscalizar nem de punir osinfratore s, apen as passa o problema denunciado ao órgão compe tente para resolver o caso.
Alem de e nviar o problema ao õrgão oficial, também entra e m contato com a e mpresa e nvolvida na questão, muitas vezes chegando a encontrar uma solução para o problema junto com a e mpresa, sem ser necessàrio e ncaminhar o caso junto ã justiça.
No caso especifico de "alime nto" a comissão envia a denúncia ã Secreta ria de Saúde do Município e/ou do Estado, como õrgão responsàvel pela fiscalização, que se incumbe das providências.
Foi e ntrevistada a Coordenadora da Comissão.
Legisl.at.iva
Tem como principal propõsito defe nder os direitos dos
consumidores. Também não tem carã ter punitivo nem fiscalizador.
Igualme nte ã Comissão da Câmara Municipal, além de e ncaminhar a
reclamação ao õrgão oficial responsãvel pelo caso de nunciado, contacta , a indõstria e nvolvida no caso, para que e la
conhecimento do fato.
Foi e ntrevistado o Preside nte da Comissão.
2. 2 . 5 . 3 -· PROCON - P rog ranta Estadual. de Orientação e P roteção ao
Consuntidor
tome
Com a mesma finalidade dos dois orgãos anteriores, atua como intermediã rio, levando a procedência das de nõncias, contactando a indõstria, comércio ou instituição envolvida e e ncaminhando a queixa ao órgão compete nte, capaz de punir o culpado. Esse Õrgão, no momento da coleta de dados, e stava sendo implantado no Rio de Janeiro. Tinha
menos de um mês de funcionamento. Foi entrevistada a pessoa
responsãvel pelo atendimento ao pÕblico, a qual forne ce u informações sobre o õrgão.
2. 3 - ÇQl.e..1,.ft ... d.e. ... da.d�
P ara identificar os fatore s que interferem no processo de geração da informação normativa no setor alimenticio, optou-se pela
aplicação do método de e ntrevista, por ofere cer vantagem de pronta
obtenção das respostas solicitadas.
Através de contatos telefônicos marcava-se a data da entrevista.
34
intenção prévia de colaborar. Somente o técnico da industria a ser pesquisada optou por um contato fora da empresa, e não respondeu as questões em nome oficial da empresa.
Com o propósito de se acompanhar e atualizar o assunto estudado, colecionaram-se recortes de jornais e revistas, na sua maioria
publicados na cidade do Rio de Janeiro , que noticiavam o problema do alimento, improprio para o consumo .
2 . 3 _ 1 - Inst ru111ento de coleta
O instrumento utilizado foi a entrevista e, como dados secundãrios, utilizaram-se recortes de jornais e revistas sobre o assunto em estudo , a fim de permitir um confronto entre o que dizem os meios de comunicação e o parecer dos técnicos sobre o assunto.
A entrevista baseou-se em um roteiro aberto. Além do
fornecimento de dados referentes á identificação , o entrevistado foi solicitado a relatar as principais dificuldades enfrentadas no acesso ãs informações normativas legais de alimentos .
Ao se verificar que o principal problema se referia á
desatualização das informações, pediu-se que falassem a respeito das
dificuldades para atualizã-las.
2 . 3 _ 2 - Perlodo
As entrevistas aconteceram no periodo de julho de 198 9 a maio de
1 9 9 0 .
A coleção de recortes de jornais e revistas sobre o assunto estudado abrange o periodo de junho de 198 7 a maio de 1990.
2. 4 - .A.n.4.1.i.�.e ... _d.m;,. ... d.a.d.m;,.
Conside rando-se a natureza explorató ria do estudo, os dados obtidos sao analisados de for ma discursiva , pois t rata-se de uma anãl ise qualitativa.
As , anãlises ap resentadas baseiam -se em depoimentos e/ou comentãrios emitidos pelos entrevistados sobre as diferentes questões
levantadas sobre o assunto , fazendo-se comparações com as noticias
dos jornais e revistas sob re o tema .
Os depoimentos foram classificados segundo o seguinte conjunto de fato res :
- instituicionais/o rganizacionais - culturais
- políticos , e - econômicos
36 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA E NOTAS
1 - L E ?\ O , M • R - M - .f..QJJ..t. .. e. .. $.. d .. e.. .i .. n .. f .. Q.r:.m .. ª .. Ç.ã .. Q .Y .. t. .. i..l .. i .. z .. ª .. d"ª·�· P. .. e. .. l..ª.$.. .i..n .. d .. 0. .. $. .. t. .. .r..i .. ª .. $.. . d .. e..
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3 - FATORES INTERYENIENTES NA GERAÇAO/ATUALIZAÇAO DAS INFORHAÇOES As primeiras evidências coletadas na pesquisa de campo apontam pa ra a desa tua 1 i zação das informações normativas legais , ou seja , da
leg islação.
Estas evidências deixam patente a necessidade de gerar novas
informações , compativeis com a evolução da base material da
existênc ia humana , e dos conflitos e dificuldades decorrentes desta mesma evolução.
A legislação não acompanha , por exemplo , o desenvolvimento do setor produtivo , deixando de legislar , de informar , sobre novos insumos , produtos , processos . Em outras palavras , não incorpora o estado da arte da tecnologia vigente no setor .
Esta situação pode ser exemplificada com o caso dos adi ti vos ,
tão usados na fabricação de alimentos : até junho de 19�8 a legislação
que rege o assunto ê basicamente da dêcada de 60 ( Decreto 55871/ 65 ;
63 526 /68 e a Resolução 5/ 78 da Câmara Técnica de Alimentos ) .
"Nossa legislação sobre aditivos . . .
defasada em relação aos avanços se acha bastante cienti ficos e alimentos nos
tecnológicos observados na àrea de Ültimos anos"•.
O medico sanitarista Ricardo Oliva , diz :
"o Estado sozinho não tem condições de exercer um controle total sobre a qualidade dos produtos fabricados no Pais , mesmo se capacitando completamente para isso , porque a legislação que rege o assunto é falha"2 .
A reformulação da legislação em vigor
e
pleiteada também pelo ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia deAlimentos , Luis Eduardo Ca rvalho3.
Cunha:
" A leg i s l a ção q u í m i cos p e l a d ua s d é c a d a s . neste pe r í odo . p io r
e
q ue a m e s m o , m u i t os p ro i b i da " 4 . 38 b ra s i l e i ra s ob re o uso de a d i t i v os i nd us t r i a a l i me n t í c i a d a t a de m a i s de A t e c n o l og i a do s e t o r e vo l u i u m u i to , O p rob l e m a , e nt re t a nto , não é só e s t e : l e g i s l a ção não e c u mp r i d a . Se v a l esse p rod u t os te r i a m de te r sua f a b r icaçãoOut ro a specto d a l e g i s l ação d i z respe i t o a se u f e c h a me nto f re nte ao i mp re v i s í ve l , como a p os s i b i l i da d e de a c i d e ntes e a s i mp l i cações da i deco r re ntes . Da i s ua i ncoe rê nc i a , q u e pode s e r e x e mp l i f i cada com as d i f i c u l d a des que os cons u m i d o res têm em c o m p ro v a r " f ra udes " ou " i mp u re z a s nos a li m e n t os .
Pa ra s e p roced e r ã a n ã l i s e e s e constata r a lgo de " e r rado" , é
necessã r� o q ue a e mb a l a g e m d o a l i me n t o não t e n h a s i do v i o l a d a . I sso
f icou c l a ro n o a rt i go d o J o r n a l d o B ra s i lS , que se rep o rta a u m
cons u m i d o r q u e i ng e r i u u m g u a ra nã , d o q u e res u l tou q ue i ma d u ra e m s ua
ga rga nta e c o rd a s voca i s . O M i n i s t e r i o d a A g r ic u l t u ra , ó rgão de
f isca l ização pa ra b e b id a s , s õ p od e r i a ace i t a r o m a t e r i a l p a ra e xa me
se a ga r ra f a e s t i vesse fec h a d a ( l a c ra d a ) . O Se r v i ç o de F i sca l i zação do M i n i s t e r i o d a A g r ic u l t u ra recome ndou q u e o cons u m i do r p roc u rasse o
I nstituto " Ca r l os Ê bol i " , d a Sec reta r i a de Pol i c i a C i v i l p a ra ped i r
exame do l i q u i do e m l ab o ra t ó r i o .
E m 1 9 8 5 , o e ntão Sec retã r i o N a c i on a l de V i g i l â n c i a Sa n i tã r i a do M i nisté r i o d a S a ude , D r . L u i z Fe l ipe M o re i ra L i m a , j ã d i z i a que a
legis lação e s t a v a d e f a s a d a , con f u s a e a p rese n t a v a a l g u ma s
incong r uê nc i as6. E l e a s s i n a la q ue no m o m e n t o esta v a fa z e ndo u m est udo
v isando a u m a re v i são d a l e g i s lação v ig e n t e d o s e t o r a l i me n t i c i o , pa ra a t e n d e r ã s neces s i d a d es d o a v a nço tec n o l óg i co d a s i nd us t r i a s com a p reoc up a ç ã o d a defesa do con s u m i d o r7. N o e nt a n t o , n o m o m e n to q ue se
de u a pesq u i s a d e � a mpo deste e s t udo ( 1 9 8 9 ) , a s i t uação desc r i t a p o r todos o s e n t re v i s t a dos n o s d i v e rs os s e g m e n tos f o i e xa t a me nte a m e s m a
- legislação de fasada, confusa e algumas vezes incoerente.
Os fatores intervenientes na incorporação dessas e de outras
informações para atualizar a legislação de alimentos são analisados a
seguir.
Os fatores interve nie nte s na geração foram considerados como: institucionais/organi zacionais, culturais, politicos e econômicos.
F - -+ - -
J
- --.l .... l - ... il.t..Q.O:.� ... l..D.�:t..l. .. ,.,,.U.Ç.l..Qf.lil.l..� ... QC..9ª.0.l..Z.ª.Ç·J..QO.ª.l,.�
Os fatores institucionais/organizacionais dizem respeito aos conflitos decorre ntes do e maranhado de órgãos e atribuições dai
decorre ntes, que interferem na questão de vigilância e controle sanitãrió dos alimentos.
P ara me lhor e ntendime nto desse s fatores, sua anãlise é precedida de um breve histórico da le gislação de alimentos no Brasil.
3.1_1 - O quadro instituciona1 da 1egis1ação de a1imentos
Tomando como re ferência o primeiro semestre de 1990, pode- se afirmar que a organização administrativa brasileira sobre controle de alimentos é mui to complexa. Existem órgãos e entidades que atuam sobre o mesmo assunto e m diferentes pastas: Ministério da Saüde, Agricultura, Industria e Comércio, Minas e Energia.
A competência de estabe lecer as normas legais sobre o controle e vigilância sanitãria de alimentos destinados ao consumo humano tem sido disposta de forma sistemãtica desde 1923, com regulamento do
Depa rta me nto Nacional de Saude, então integrante da estrutura
organizacional do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, onde foi criada a Inspetoria de Fiscalização de Gêneros Alimentlcios; sua
40
incumbência: fiscalizar a produção, venda e consumo dos gêneros
destinados ã alimentação humana.
Cabia tambem ã Inspe toria impor pe nas administrativas cominadas pelo Regulamento, na parte relativa ao serviço que lhe cumpria
superinte nder. O artigo 658 do
alimentício: "todas as substâ ncias, ao consu,mo humano"ª .
Regulamento sólidas ou
considerava ge ne ro liquidas, destinadas O decreto n° 19. 402, de 14 de novembro de 1930 , criou o
Hiniste rio dos Negócios da E ducação e Saõde PÕblica, mantendo- lhe a competência generica para o controle de alime ntos. A ãrea de Saude sai assi m da órbita da Justiça, passando a se constituir em um
Hinisterio próprio, junto com a E ducação.
Quatro anos depois, e m 1934 ,
e
aprovado o Regulamento da Defesa S anitãria Ve getal ( De cre to n° 24 114, de 12 de abril).A Lei n° 1. 283, de 18 de dezembro de 1950 � estabeleceu a obrigatoriedade da previa fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitãrio, de todos os produtos de origem animal. Previa tambem, a inspeção dos animais de stinados ã matança, se us produtos e subprodutos e materias-primas, do pescado e se us derivados.
A inspe ção ai prevista foi at ribuida a um órgão ( Divisão de
I nspeção de Produtos de Origem Animal DIPOA, do Departamento
Nacional de Produtos de Origem Animal - DNPA) de outro Ministério, o d a Agricultura. lambem foi criada a denominada Inspeção Fe deral
Permanente dos estabelecime ntos: que abatem e industrializam carne s e derivados; que recebem ou beneficiam leite e o de stinam, no todo ou em parte , ao consumo publico; que recebem, armaze nam e distribuem o pescado; que re cebem e distribuem ovos; e que recebem carnes de estabelecimentos situados em outros E stados.
dos produtos de origem animal, a cargo do Ministério da Agricultura, fa r- se-ia tendo e m vista: a higie ne dos e stabelecimentos ; a
utilização de ãgua; o e xame "ante " e post-morte m" dos anima is de
açougue ; as dive rsas fase s de processame ntos dos alimentos; as
embalagens e rotulagem de produtos do processamento de alimentos; os
meios de transporte dos animais v i vos e produtos de rivados e suas
materias,primas; a classificação de produtos e subprodutos, de acordo
com os padrõe s previstos. Previa também a obrigatoriedade de re gistro de estabe lecimento e de rõtulos, bem como a aprovação de embalagens dos produtos de orige m animal de stinados ã alimentação humana.
O Dec reto n° 30.691, de 2 9 de março de 1952 aprova o Regulamento
da Inspeção Industrial e Sanitãria dos produtos de origem animal.
Em 1953, pela Lei n° 1 • 9 2 O , a Saude se constitui e m um
Ministério ã parte ; a Lei n° 2. 312, de 3 de se tembro de 1954,
estabeleceu normas de proteção e defesa ã saude, criando, naquele
Ministério, o Laboratório de Controle de Alimentos.
Em 1961, o De cre to n° 49. 974 de 2 1 de janeiro instituiu o q ue ficou de nominado " Cõdigo Nacional de Saude ", docume nto que estabeleceu novos rumos ã distribuição de compe tência em matéria de controle de alime ntos no Pais. Em capitulo próprio, intitulado " Higiene de Alimentação", amplos pode res são confe ridos ao Ministério da Saude para a normalização, controle e fiscalização de alimentos de padrões de identidade e qualidade e condições de higiene dos locais onde se de se nvolvam atividades
industrialização de alimentos.
de produção, come rcialização e
O cõdigo atribuiu ainda ao Ministério da Saude a compe tência de estabelece r padrões, métodos e técnicas que deve riam se r obse rvadas pelos laboratõrios oficiais, fede rais, estaduais e municipais dos territórios e do Distrito Fede ral, para realização de exames
42
laboratoriais de controle de alime ntos.
O Decre to n° 55. 871, de 23 de março de 1965, criou a Comissão
Permanente de Aditivos para Alimentos do Ministério da Saõde .
Em 196 7, o Decreto-Lei n° 200 e liminou finalmente a duplicação
de competência entre ministêrios, definindo da seguinte forma: Minis tê rio da Saõde controle de alimentos; Ministério da Agricultwra - padronização e inspeção de produtos vegetais e animais ou de consumo nas atividades agropecuãrias.
Tembêm e m 196 7, com a aprovação do Côdigo Brasileiro de Alimentos, pelo Decre to-Lei n° 20 9, foi criada a Comissão Nacional de Normas e Padrões para Ali mentas CNNPA, no Minis tê rio da Saõde, orgã o consultivo e normativo,
e ide nti dade de alimentos
incumbido de fixar padrões de qualidade e e stabelece r normas te ndentes ã
uniformização de suas técnicas de anã lise . Os produtos sõ poderiam ser registrados na Divisão Nacional de Vigilânci& Sanitãria se estivessem de acordo com as normas fixadas pela Comissão.
Com a instituição das Normas Bãsicas sobre Alimentos, através do Decreto-Lei n° 986, de 21 de outubro de 196 9, foram revogadas, dois anos depois, as disposições do Decreto-Lei n° 20 9, e xceção feita ã CNNPA, que foi mantida.
Segundo este Decre to-Lei, caberia ao Ministério da Saõde, o registro de todo e qualquer tipo de alimento destinado ao consumo humano, quaisquer que fossem sua origem, estado ou procedência, bem como: efe tuar a anãlise de controle dos produtos apôs sua e ntrega ao consumo; realizar anãlises previas sobre aditivos e e mbalagens, quando isso fosse indicado, com base e m normas prõprias; estabelece r
e aprovar padrõe s de identidade e qualidade e praticar outros atos de ex trema importância para o controle de alimentos no Brasil, em conjunto com as Secretarias de Saõde das unidades federadas.
O Decreto n° 6 9 . 5 0 2 / 7 1 reiterou que ao Ministerio da Agricultura
caberiam o registro , a padronização e a inspeção de produtos ve_getais
e animais , inclusive na fase de industrialização , em consonância com
os obj etivos da política de desenvolvimento industrial . Este mesmo diploma legal estabelecia ainda que , em se tratando de produtos
vegetais e animais " in natura" ou industrializados , destinados ã
alimentação humana , a inspeção a cargo do Ministério da Agricultura deveria .observar tambem as prescrições estabelecidas pelo Ministerio da Saàde , quanto aos aspectos de defesa da saàde individual ou coletiva .
No mesmo ano , a Lei n° 5 . 7 6 0 / 7 1 fixou que seria da União a
pri!via fiscalização sob o ponto de vista industrial e sanitãrio ,
inclusive quanto ao comercio municipal ou intermunicipal dos produtos de origem animal de que tratava a Lei n° 1 . 2 8 3 / 5 0.
O Decreto incumbindo o n° 7 3 . 1 1 6 / 7 3 Ministério da regulamentou Agricultura de a Lei_ n° proceder em 5 . 7 6 0 / 7 1 , todo o
território nacional a prévia fiscalização , sob o ponto de vista industrial e sani tã rio , dos produtos de origem anima 1 ( o Decreto extinguiu a duplicidade da ação do Ministério da Saõde ) .
A Lei n° 6. 2 2 7 / 7 5 reafirmou a competência do Ministério da Saàde
para fixar normas e padrões para alimentos , bem como efetuar o controle de alimentos destinados ao consumo humano.
Ainda em 1 9 7 6 e 1 9 7 7 surgiram dois decretos , o 7 9 . 0 5 6 / 7 6 e o 80. 8 3 1 / 7 7 dispondo sobre a estrutura bãsica dos Ministérios da Saàde e da Ag ricul tu ra .
Os decretos acima mencionados trazem de volta a situação regulada pelo Decreto-lei 2 0 0 / 6 7 , o qual distingue as ãreas de competência na Saàde e na Agricultura .
44
Ministerio da Saõde, no seu artigo 22, a Comissão Nacional de Normas
e Padrõe s para alimentos passou a chamar-se Câmara Tecnica de Alimentos do Conselho Nacional de Saâde .
Em 1 9 7 9 a Câmara Tecnica foi de sativada e suas funções foram
precariamente pree nchidas pela DINAL que passou a formular as normas e padrões e specí ficos para o setor, acarretando sérios pre juízos no setor normativo de alimentos.
A l".e forma administrativa implantada a partir de março de 1 9 9 0
talvez ve nha contribuir para o fim dessa multiciplicidade de órgãos responsãveis pela legislação do setor alimentí cio.
As ã re as de atuação dos dife re ntes órgãos pode se r melhor visualizada pelo quadro e squemãtico9 a seguir.