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3 FATORES INTERYENIENTES NA GERAÇAO/ATUALIZAÇAO DAS INFORHAÇOES As primeiras evidências coletadas na pesquisa de campo apontam

pa ra a desa tua 1 i zação das informações normativas legais , ou seja , da

leg islação.

Estas evidências deixam patente a necessidade de gerar novas

informações , compativeis com a evolução da base material da

existênc ia humana , e dos conflitos e dificuldades decorrentes desta mesma evolução.

A legislação não acompanha , por exemplo , o desenvolvimento do setor produtivo , deixando de legislar , de informar , sobre novos insumos , produtos , processos . Em outras palavras , não incorpora o estado da arte da tecnologia vigente no setor .

Esta situação pode ser exemplificada com o caso dos adi ti vos ,

tão usados na fabricação de alimentos : até junho de 19�8 a legislação

que rege o assunto ê basicamente da dêcada de 60 ( Decreto 55871/ 65 ;

63 526 /68 e a Resolução 5/ 78 da Câmara Técnica de Alimentos ) .

"Nossa legislação sobre aditivos . . .

defasada em relação aos avanços se acha bastante cienti ficos e alimentos nos

tecnológicos observados na àrea de Ültimos anos"•.

O medico sanitarista Ricardo Oliva , diz :

"o Estado sozinho não tem condições de exercer um controle total sobre a qualidade dos produtos fabricados no Pais , mesmo se capacitando completamente para isso , porque a legislação que rege o assunto é falha"2 .

A reformulação da legislação em vigor

e

pleiteada também pelo ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de

Alimentos , Luis Eduardo Ca rvalho3.

Cunha:

" A leg i s l a ção q u í m i cos p e l a d ua s d é c a d a s . neste pe r í odo . p io r

e

q ue a m e s m o , m u i t os p ro i b i da " 4 . 38 b ra s i l e i ra s ob re o uso de a d i t i v os i nd us t r i a a l i me n t í c i a d a t a de m a i s de A t e c n o l og i a do s e t o r e vo l u i u m u i to , O p rob l e m a , e nt re t a nto , não é só e s t e : l e g i s l a ção não e c u mp r i d a . Se v a l esse p rod u t os te r i a m de te r sua f a b r icação

Out ro a specto d a l e g i s l ação d i z respe i t o a se u f e c h a me nto f re nte ao i mp re v i s í ve l , como a p os s i b i l i da d e de a c i d e ntes e a s i mp l i cações da i deco r re ntes . Da i s ua i ncoe rê nc i a , q u e pode s e r e x e mp l i f i cada com as d i f i c u l d a des que os cons u m i d o res têm em c o m p ro v a r " f ra udes " ou " i mp u re z a s nos a li m e n t os .

Pa ra s e p roced e r ã a n ã l i s e e s e constata r a lgo de " e r rado" , é

necessã r� o q ue a e mb a l a g e m d o a l i me n t o não t e n h a s i do v i o l a d a . I sso

f icou c l a ro n o a rt i go d o J o r n a l d o B ra s i lS , que se rep o rta a u m

cons u m i d o r q u e i ng e r i u u m g u a ra nã , d o q u e res u l tou q ue i ma d u ra e m s ua

ga rga nta e c o rd a s voca i s . O M i n i s t e r i o d a A g r ic u l t u ra , ó rgão de

f isca l ização pa ra b e b id a s , s õ p od e r i a ace i t a r o m a t e r i a l p a ra e xa me

se a ga r ra f a e s t i vesse fec h a d a ( l a c ra d a ) . O Se r v i ç o de F i sca l i zação do M i n i s t e r i o d a A g r ic u l t u ra recome ndou q u e o cons u m i do r p roc u rasse o

I nstituto " Ca r l os Ê bol i " , d a Sec reta r i a de Pol i c i a C i v i l p a ra ped i r

exame do l i q u i do e m l ab o ra t ó r i o .

E m 1 9 8 5 , o e ntão Sec retã r i o N a c i on a l de V i g i l â n c i a Sa n i tã r i a do M i nisté r i o d a S a ude , D r . L u i z Fe l ipe M o re i ra L i m a , j ã d i z i a que a

legis lação e s t a v a d e f a s a d a , con f u s a e a p rese n t a v a a l g u ma s

incong r uê nc i as6. E l e a s s i n a la q ue no m o m e n t o esta v a fa z e ndo u m est udo

v isando a u m a re v i são d a l e g i s lação v ig e n t e d o s e t o r a l i me n t i c i o , pa ra a t e n d e r ã s neces s i d a d es d o a v a nço tec n o l óg i co d a s i nd us t r i a s com a p reoc up a ç ã o d a defesa do con s u m i d o r7. N o e nt a n t o , n o m o m e n to q ue se

de u a pesq u i s a d e � a mpo deste e s t udo ( 1 9 8 9 ) , a s i t uação desc r i t a p o r todos o s e n t re v i s t a dos n o s d i v e rs os s e g m e n tos f o i e xa t a me nte a m e s m a

- legislação de fasada, confusa e algumas vezes incoerente.

Os fatores intervenientes na incorporação dessas e de outras

informações para atualizar a legislação de alimentos são analisados a

seguir.

Os fatores interve nie nte s na geração foram considerados como: institucionais/organi zacionais, culturais, politicos e econômicos.

F - -+ - -

J

- - -

.l .... l - ... il.t..Q.O:.� ... l..D.�:t..l. .. ,.,,.U.Ç.l..Qf.lil.l..� ... QC..9ª.0.l..Z.ª.Ç·J..QO.ª.l,.�

Os fatores institucionais/organizacionais dizem respeito aos conflitos decorre ntes do e maranhado de órgãos e atribuições dai

decorre ntes, que interferem na questão de vigilância e controle sanitãrió dos alimentos.

P ara me lhor e ntendime nto desse s fatores, sua anãlise é precedida de um breve histórico da le gislação de alimentos no Brasil.

3.1_1 - O quadro instituciona1 da 1egis1ação de a1imentos

Tomando como re ferência o primeiro semestre de 1990, pode- se afirmar que a organização administrativa brasileira sobre controle de alimentos é mui to complexa. Existem órgãos e entidades que atuam sobre o mesmo assunto e m diferentes pastas: Ministério da Saüde, Agricultura, Industria e Comércio, Minas e Energia.

A competência de estabe lecer as normas legais sobre o controle e vigilância sanitãria de alimentos destinados ao consumo humano tem sido disposta de forma sistemãtica desde 1923, com regulamento do

Depa rta me nto Nacional de Saude, então integrante da estrutura

organizacional do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, onde foi criada a Inspetoria de Fiscalização de Gêneros Alimentlcios; sua

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incumbência: fiscalizar a produção, venda e consumo dos gêneros

destinados ã alimentação humana.

Cabia tambem ã Inspe toria impor pe nas administrativas cominadas pelo Regulamento, na parte relativa ao serviço que lhe cumpria

superinte nder. O artigo 658 do

alimentício: "todas as substâ ncias, ao consu,mo humano"ª .

Regulamento sólidas ou

considerava ge ne ro liquidas, destinadas O decreto n° 19. 402, de 14 de novembro de 1930 , criou o

Hiniste rio dos Negócios da E ducação e Saõde PÕblica, mantendo- lhe a competência generica para o controle de alime ntos. A ãrea de Saude sai assi m da órbita da Justiça, passando a se constituir em um

Hinisterio próprio, junto com a E ducação.

Quatro anos depois, e m 1934 ,

e

aprovado o Regulamento da Defesa S anitãria Ve getal ( De cre to n° 24 114, de 12 de abril).

A Lei n° 1. 283, de 18 de dezembro de 1950 � estabeleceu a obrigatoriedade da previa fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitãrio, de todos os produtos de origem animal. Previa tambem, a inspeção dos animais de stinados ã matança, se us produtos e subprodutos e materias-primas, do pescado e se us derivados.

A inspe ção ai prevista foi at ribuida a um órgão ( Divisão de

I nspeção de Produtos de Origem Animal DIPOA, do Departamento

Nacional de Produtos de Origem Animal - DNPA) de outro Ministério, o d a Agricultura. lambem foi criada a denominada Inspeção Fe deral

Permanente dos estabelecime ntos: que abatem e industrializam carne s e derivados; que recebem ou beneficiam leite e o de stinam, no todo ou em parte , ao consumo publico; que recebem, armaze nam e distribuem o pescado; que re cebem e distribuem ovos; e que recebem carnes de estabelecimentos situados em outros E stados.

dos produtos de origem animal, a cargo do Ministério da Agricultura, fa r- se-ia tendo e m vista: a higie ne dos e stabelecimentos ; a

utilização de ãgua; o e xame "ante " e post-morte m" dos anima is de

açougue ; as dive rsas fase s de processame ntos dos alimentos; as

embalagens e rotulagem de produtos do processamento de alimentos; os

meios de transporte dos animais v i vos e produtos de rivados e suas

materias,primas; a classificação de produtos e subprodutos, de acordo

com os padrõe s previstos. Previa também a obrigatoriedade de re gistro de estabe lecimento e de rõtulos, bem como a aprovação de embalagens dos produtos de orige m animal de stinados ã alimentação humana.

O Dec reto n° 30.691, de 2 9 de março de 1952 aprova o Regulamento

da Inspeção Industrial e Sanitãria dos produtos de origem animal.

Em 1953, pela Lei n° 1 • 9 2 O , a Saude se constitui e m um