O discurso da Ciência da Informação jã não tem colocado tanta ênfase nos aspectos de organização/ processamento, sem dõvida fundamentais.
Jã existe uma grande preocupaçao com o ambie nte em que a informação ê utilizada, e como e le atua nos padrões de acesso, geração, comunicação e transferência.
O quadro re ferencial desses estudos tem sido o da
disponibilidade de informações factiveis de organização/ utilização. Alguns atê se ampliam, quando incluem informações que não fluem pelos canais tradicionais (bibliotecas, base de dados, etc. ) e m que se encontram registradas, mas que fluem no plano mais geral da comunicação humana.
Mas é literatura não registra investigações empi ricas como a que aqui se apresentou. Uma investigação que se move no plano das ausências, das carências no âmbito da geração da informação.
Ausência de e xperiência prêvia e m que e la pudesse pautar-se, ausência de condiçõe s propicias ã geração/atualização das informaçõe s obje to de e studo a informação normativa le gal no setor de alime ntos.
A informação sõ pode ser transformada e m energia para o
dese nvolvimento, se ela for gerada, e utilizada para tal finalidade . Ê. ela ro que ta 1 pe rspe ctiva
disponibilidade de bibliotecas, informação.
não pode bases de
ser reduzida a simple s dados e sistemas de Se olhassemos ape nas por esse prisma, ce rtame nte concluiriamos que a organização das informações normativas legais em alimentos repre sentaria um importante passo para a fiscalização do setor e para subsidiar o confronto entre produtores, consumidores e o Estado.
70 Claro que sua organização ê importante . Mas, pelo que se mostrou neste estudo, a finalidade da fiscalização/confronto jamais pode ser alcançada.
Sua organização no estado em que se e ncontra serã õtil para os estudiosos da história e para o aprendizado social, ao olhar, criticame nte, seu passado. E ela poderã igualme nte subsidiar a dramaturgi a nacional - e fazer rir a população - ao incorporar seus aspe ctos pitorescos. Entre as "pêrolas" da legislação na ãrea de transporte que ainda vigia no limiar do sêculo X XI, um decreto da dêcada de 50 de terminava que, para embarcar em vagão fe rroviãrio, as vacas deve riam ter as unhas aparadas, e o boi apre se ntar-se de brinco.
Das , ausências relatadas neste estudo pode- se e xtrair três
" recados" para a Ciência da Informação e seus profissionais.
Primeiro, ante s de organizar ê necessãrio indagar para quê, e para quem. O como ê consequência disso.
Segundo, em paíse s d� industrialização tardia, como ê o Brasil, a Ciência da Informação deve preocupar- se também com a geração do conhe cime nto/informação e os fatores que ai intervêm. SÕ assim sua base de conhecime nto se ampliarã, e sua natureza social, e não apenas instrume ntal, se re forçarã.
Terceiro, a informação, enquanto registro, docume nto, não
altera, não transforma nenhuma situação.
A força transformadora origina- se da socie dade , dos grupos sociais, na medida e m que se constituem em grupos de pressão.
A informação/registro ê importante pois ela direciona, baliza, altera, na medida em que se contrapõe ã informação/experiência do aprendizado social, mais vivida que documentada.
de De fe sa do Consumidor" , e m meio a um clima de grande e x pectativa e euforia.
Ê certo que o código darã mais respaldo aos organismos de de fesa do consumidor que ganham legitimidade para ajuizar ações. Mas é
necessã rio ir além da sua ampla divulgação.
Para que haja uma mudança no quadro atual, não basta apenas vontade poli tica, nem a organização dos consumidores em associações ou sindicatos. O problema é muito mais complexo. Ê necessãrio que todos governo, e mpresãrio e consumidores atinjam um e stãgio de conscientização de suas responsabilidades para que as normas sejam, efetivamente , cumpridas.
Mas a verdadeira prote ção do consumidor virã a acontece r através d a e ducação, {mico caminho que permite ã s pessoas plena e madura consciência sobre o que lhes
e
justo,construção de sua cidadania.
em ultima instância, a
"o povo vai construindo a cidadania e aprendendo a ser cidadão num proce sso de construção. O povo
e
agente de sua constituição como sujeito histórico" 1 .Respondendo ã indagação sobre se e xiste uma cidadania e e ducação, registra o mesmo autor:
relação entre
" Hã e mui ta, no sentido de que a luta pela cidadania, pelo le gitimo, pelos direitos,
e
o espaço pe dagógico onde se dã o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A e ducação nãoe
uma precondição da democracia, mase
parte, fruto e expressão do processo de sua constituição" 2 .No momento atual em que a sociedade brasileira clama por melhorias na qualidade do produto nacional, em razão das cre scentes
72
reclamações dos consumidores e das comparações com os produtos estrangeiros , as considerações apresentadas neste estudo , referentes ao setor industrial de alimentos, representam apenas um estimulo ao
debate e reflexão sobre o assunto. A modernização que se deseja na
indõstria brasileira para que possa atingir niveis de competitividade com os similares estrangeiros , necessita , na mesma proporção , de
atualização das normas brasileiras compativeis com os padrões
existentes no mundo em que o Brasil necessita inserir-se.
Sem dõvida alguma esse e um processo que não se faz sem o apoio em uma ampl a base de conhecimentos e informações .
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