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Academic year: 2021

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HISTÓRIA DA FARMÁCIA SOB A ÓTICA

ANATÔMICA

PHARMACY HISTORY UNDER ANATOMIC VIEW

Ita de Oliveira e Silva1; Nabiha Haddad Simões Machado2;

Geraldo Magela de A.Cortes3; Leonardo Patryc3; Luiz Carlos dos Santos3;

Luiz do Couto Júnior3 & Marcos Fabiano B. Magalhães3.

RESUMO – Poucos termos possuem história tão longa como a palavra anatomia. Coincidentemente, longa também é a história da Farmácia, datada de mais de 30 anos atrás. Vários foram os precursores e os estudiosos que uniram os conhecimentos anatômicos e farmacêuticos: Galeno, Homero, Hipócrates de Cos, Teofrasto, Dioscorides, Rhazes, Avicena e Paracelso. Resgatando a figura do médico farmacêutico da Antiguidade, o perfil do novo profissional generalista necessita do conhecimento anatômico como base de sua formação.

PALAVRAS-CHAVE – Anatomia, Farmácia, História.

SUMMARY – Few terms have such long history as the word anatomy.Coincidently Pharmacy history is long as Anatomy history is, dated more than 30 years old. Many were the precursors and studious that united the pharmaceutical and anatomic knowledge: Galeno, Homero, Hipócrates de Cos, Teofrasto, Dioscorides, Rhazes, Avicena e Paracelso. Rescuing antiquity’s figure of pharmacist physician, the profile of new generalist professionals requires anatomic knowledge as base of his academic formation. KEYWORDS – Anatomy, Pharmacy, History.

INTRODUÇÃO

Poucos termos possuem história tão longa como a palavra anatomia. O termo grego anatomé, aplicado à Ciência Anatomia há 2300 anos atrás, significa cortar em pedaços, dissecar – método que tornou possível o estudo dos organismos vivos (1,2). Tendo sido um dos mais antigos objetos da curiosidade humana, esta Ciência desenvolveu-se em um dos mais amplos setores do conhecimento. Sendo assim seu conceito expandiu-se de forma a promover o estudo macro e microscópico da constituição e do desenvolvimento dos seres organizados (2,3).

O objetivo deste trabalho é reconhecer, historicamente, a importância da Anatomia Humana para a formação do profissional farmacêutico.

1Profª Mestre de Anatomia Humana e Tutora da FARMPLAC; 2 Profª Especialista de

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DESENVOLVIMENTO

FARMÁCIA NA PRÉ-HISTÓRIA

Desde o começo do recente passado da humanidade, a Farmácia tem sido parte do dia a dia da vida humana. Escavações datadas de mais de 30 mil anos atrás, registram que pessoas do período pré-histórico colhiam plantas com propósitos medicinais. Os conhecimentos de cura foram adquiridos através de tentativas de erro e acerto e as doenças eram sempre atribuídas a fenômenos sobrenaturais (6).

Quando os povos sedentários chegaram nos vales férteis adjacentes aos rios Nilo, Tigre e Eufrates, mudanças ocorreram gradualmente, influenciando os aspectos de cura. Enquanto estes povos foram ganhando o controle sobre a natureza através da agricultura, a crença de que doenças eram associadas a deuses e fenômenos sobrenaturais, ia desaparecendo. O maior avanço neste campo do conhecimento ocorreu quando o homem passou a ter tempo de observar seu próprio corpo e de comparar sua estrutura e funcionamento com os de outros animais. Algumas técnicas de dissecação e conservação do corpo além do uso racional de drogas surgiram aí. Estas evidências são encontradas nos registros de grandes civilizações como a Mesopotâmica e a Egípcia. Uma maior análise destes dados revela uma gradual separação entre a cura empírica, baseada em experiências, e a cura puramente espiritual (4,6).

GALENO E A EVOLUÇÃO DOS CONHECIMENTOS ANATÔMICOS

As raízes das ciências médicas, no Ocidente, remetem à Grécia Antiga, onde se identifica a interação entre várias áreas do conhecimento, dentre elas a Medicina, a Farmácia e a Filosofia. Nesta época ainda existia um conceito confuso entre droga e pharmakon (fármaco). A tradição racional dentro das ciências médicas gregas, evidenciada em Homero (800a.C.), foi refinada por Hipócrates de Cos (425 a.C.), que desenvolveu uma explicação racional para as doenças. Outros nomes se destacam nesta intersecção de conhecimentos como Teofrasto, Galeno e Dioscorides (4,5,7).

Dentre estes homens, cujos nomes são conhecidos nas áreas da Farmácia e Medicina, Galeno (130-200 d.C.), é o que mais se destaca. Praticou e ensinou

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Farmácia e Medicina em Roma e seus princípios na preparação de compostos foram utilizados no mundo Ocidental por 1.500 anos. Galeno aprofundou-se no saber anatômico adquirindo prestígio e autoridade. A dissecação do corpo humano era considerada ilegal, por isso, utilizava porcos e macacos-de-Gibraltar em suas demonstrações de anatomia e fisiologia. A primeira coisa que recomendava aos médicos era o profundo conhecimento da Anatomia, seguido da Filosofia. Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades, sendo, portanto, precursor da alopatia. Descreveu detalhadamente: os ossos do crânio, o sistema muscular, a importância da medula espinhal para os movimentos, as válvulas do coração e o sistema nevoso simpático. Galeno contribuiu para a ciência médica e farmacêutica mais do que qualquer outro homem, pois seu nome ainda é associado à classe de farmacêuticos que produzem medicamentos por métodos mecânicos aplicados diretamente a ingredientes vegetais e animais, os Galênicos; e sua filosofia médica ainda persiste e constitui a base filosófica da medicina atual (5,7).

A SEPARAÇÃO DA FARMÁCIA E DA MEDICINA

Na Idade Média, durante o florescimento da civilização Islâmica, surge a Farmácia. Enquanto no Ocidente, a terapia racional utilizando drogas declinou devido à influência da Igreja, que pregava a relação íntima entre sina e doença, os conhecimentos médicos e farmacêuticos continuavam a se desenvolver na cultura Islâmica nos nomes de Rhazes (860-932 d.C.) e Avicena (980-1063 d.C.). Com a sofisticação da medicina oriental, a necessidade de se preparar substâncias mais elaboradas e a influência árabe nos países europeus, farmácias públicas começaram aparecer no Século XI. Contudo, foi somente em 1240, na Sicília e no sul da Itália que a Farmácia separou-se da Medicina. Frederick II de Hohenstaufen, Imperador da Alemanha bem como Rei da Sicília, viveu conectado entre os mundos Ocidental e Oriental. Em seu palácio em Palermo ele apresentou decreto separando completamente as responsabilidades do profissional farmacêutico daquelas do médico, regulamentando ainda esta nova prática profissional (5).

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REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA

A Renascença iluminou também novos conceitos para doença e drogas. No entanto, mesmo com a regulamentação da prática farmacêutica, a intersecção dos conhecimentos médicos, farmacêuticos e filosóficos permanecia na formação do profissional de saúde. Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, o Paracelso (1493-1541 d.C.) é um exemplo disto. Estudou Química na Universidade da Basiléia, mas se doutorou em Medicina na Itália. Opunha-se à Medicina escolástica e às teses de Galeno e Avicena, achava que a Medicina e a Farmácia deveriam se basear em leis físicas e químicas, utilizando-se da observação e da experiência. Sua teoria médica era uma estranha mistura de ciência com o sobrenatural, sendo considerado o Pai da Homeopatia, pois seus remédios obedeciam ao princípio "igual por igual" (5).

No século XVI, a Química ocupou uma posição de vanguarda no ensino das ciências farmacêuticas, permanecendo assim até o início do século XIX, quando emergiu como uma outra profissão. Durante este mesmo período, a Farmácia deu sua maior contribuição para a Ciência, bem como se tornou firmemente estabelecida como uma profissão no continente europeu. Este foi o pontapé inicial para que as disciplinas científicas da Farmácia se tornassem mais profissionalizantes em colégios, com o subseqüente declínio da "Ciência da venda de medicamentos" (5).

Mesmo com a inclusão de outras áreas do conhecimento no ensino das ciências farmacêuticas, como a Química, a Anatomia permaneceu como disciplina básica na formação deste profissional. Isto ficou evidente quando, em l868, o Dr. Albert B. Prescott lançou o curso de Farmácia na Universidade de Michigan, despertando a atenção da crítica ao abandonar o currículo tradicional de aprendizagem. Inseriu mudanças nesta proposta curricular incluindo as ciências básicas e programas que exigiam atenção e tempo integral dos estudantes, como a Farmácia Laboratorial. Devido a estes avanços, o curso de Michigan foi pioneiro e o Dr. Prescott teve a satisfação de ver suas inovações revolucionárias adotadas por várias Faculdades de Farmácia (4,5).

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CONCLUSÃO

FARMÁCIA HOJE E AMANHÃ

A Farmácia, que possui uma das bagagens históricas mais antigas da humanidade, assim como a Medicina, tem resistido a várias mudanças e se adaptado às novas situações, alterando antigos hábitos. Quando o profissional de hoje atende a uma prescrição médica, ele presta um serviço resultante do trabalho de muitos farmacêuticos em todos os ramos da profissão - Educação, Pesquisa, Desenvolvimento, Produção e Distribuição.

Com a perspectiva de ampliação do campo de trabalho do farmacêutico, aumentando sua responsabilidade em relação à saúde do paciente, torna-se necessária uma formação acadêmica ainda mais abrangente, o que de forma alguma exclui o ensino de Anatomia. O perfil deste novo profissional generalista resgata a figura do médico-farmacêutico da Antiguidade, para o qual o conhecimento anatômico constituía a base de sua formação e saber.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Basmajian, J V. Anatomia de Grant. 10 ed. São Paulo: Manole, 1993. 683p. 2. D’Angelo, J G ; Fattini, C A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2 ed.

São Paulo: Atheneu, 2000. 363p.

3. Gardner, W D; Osburn, W A. Anatomia do Corpo Humano. 2 ed. São Paulo:

Atheneu, 1980. 571p.

4. Martin, E. W. Remington’s Pharmaceutical Sciences. Pensilvânia: Mack-

Publishing, 1965.

5. History of Pharmacy in College of Pharmacy Home. Disponível em:

<http://www. pharmacy.wsu.edu> Acesso em: Abr. 2002.

6. Pharmacy: A look back at the past and a vision for the future. Disponível em:

<Http://www.psa.org.au> Acesso em: Abr. 2002.

7. História da Farmácia. Disponível em:

<Http://www.ufba.br/~euvelozo/historia.htm> Acesso em: Abr. 2002. __________________

Endereços para correspondência: Profª Ita de Oliveira e Silva

Faculdade de Farmácia do Planalto Central / União Educacional do Planalto Central Campus II – Gama – DF

SIGA – Área Especial nº 2 – Setor Leste – CEP 72460-000 E-mail: itabio@pop.com.br

Profª Nabiha H. S. Machado

Faculdade de Farmácia do Planalto Central / União Educacional do Planalto Central Campus II – Gama – DF

SIGA – Área Especial nº 2 – Setor Leste – CEP 72460-000 E-mail: bihahsm@ig.com.br

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