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(1)

CONTRATO DE TRABALHO

1

A RELAÇÃO DE TRABALHO (GÊNERO)

• Como já se viu, o vínculo de emprego é só uma das espécies de

contrato de trabalho existentes.

• Embora a Justiça do Trabalho, após a Emenda Constitucional

45, tenha competência para dirimir vários conflitos derivados

desses contratos de trabalho, a importância do vínculo de

emprego continua sendo muito grande, porque só a esse tipo de

relação são aplicáveis as regras previstas pela CLT.

• Daí a necessidade do estudo mais atento dessa relação que

existe entre o empregado e o empregador, tradicionalmente

denominada de contrato de trabalho (embora, quando se use

essa denominação, estejamos, em verdade, nos referindo, em

regra, a um contrato de emprego).

2

NATUREZA JURÍDICA DO

VÍNCULO DE EMPREGO

O artigo 442 da CLT é o registro da controvérsia que

existe na doutrina sobre a natureza jurídica do vínculo de

emprego (em especial, sobre a presença, dentre os

membros da comissão elaboradora da CLT, de Rego

Monteiro, adepto da teoria da relação de trabalho como

situação objetiva):

CLT, Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo

tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

NATUREZA JURÍDICA DO

VÍNCULO DE EMPREGO

Isso porque, para muitos doutrinadores, o vínculo entre empregado

e empregador se caracterizaria pela situação jurídica objetiva

(daí a expressão “relação de emprego”) onde o “trabalhador não

promete nada ao empregador, mas antes se incorpora em sua

organização, estabelecendo com ele vínculos de subordinação e

fidelidade mútua que mais se assemelham aos da organização da

família” (Pothoff apud Magano).

Como se conceber um contrato entre empregado e empregador

se o primeiro, no mais das vezes, não abre a boca quando começa

a trabalhar, não impõe qualquer condição, nem mesmo dá palpite

na forma como o pseudo-contrato será realizado?

O contrato é ato de vontade (negócio jurídico), enquanto a relação

de trabalho é mais semelhante a um fato jurídico, uma mera

(2)

NATUREZA DE CONTRATO

A teoria que prevalece na doutrina, porém, é que o

pacto entre empregado e empregador

tem

natureza jurídica de contrato (acordo de

vontades onde as partes ajustam direitos e

obrigações recíprocas).

Embora a vontade das partes sofra grandes

restrições em razão da enorme quantidade de

regulamentação e das rigidez de algumas normas

que limitam quase que totalmente a atuação dos

contratantes, parece indiscutível que o vínculo só

existe porque as partes têm a intenção (vontade)

de que o pacto persista.

5

NATUREZA DE CONTRATO

Parte da doutrina vislumbra no contrato de

trabalho uma espécie de contrato de adesão

(Cesarino Júnior e AMB, que informa que

Sussekind também vê no contrato de trabalho

fortes traços dessa espécie contratual), mas

algumas

especificidades

do

contrato

de

trabalho – como os reflexos das negociações

coletivas e as normas que devem ser

respeitadas por empregado e empregador, em

razão das CCTs e Sentenças Normativas –

tornam difícil considerar esse contrato como

um contrato de adesão típico.

6

DEFINIÇÃO

A natureza jurídica de contrato, juntamente com os

requisitos encontrados no art. 3o da CLT, formam os

principais alicerces das definições de contrato de trabalho

encontradas na doutrina. Eis o exemplo: Contrato de

trabalho é o negócio jurídico expresso ou tácito

mediante o qual uma pessoa natural obriga-se perante

pessoa natural, jurídica ou ente despersonificado a

uma prestação pessoal, não eventual, subordinada e

onerosa de serviços (Godinho).

7

AS SEIS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

DO CONTRATO DE TRABALHO

1. Sinalagmático

2. Onerosidade

3. Comutativo

4. Consensual

5. Consensual no sentido informal

6. Trato Sucessivo

(3)

AS SEIS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

DO CONTRATO DE TRABALHO

SINALAGMÁTICO

1 – Sinalagmático (bilateral) ou Unilateral?

• O contrato de trabalho é sinalagmático, posto que é

composto de obrigações recíprocas, ou seja, ambas

as partes têm deveres para com a outra (não uma

única parte, como ocorre no contrato unilateral).

9

SEGUNDA CARACTERÍSTICA:

ONEROSIDADE

2) Oneroso ou Gratuito?

• O contrato de trabalho é sempre oneroso (art. 3º da

CLT), sendo que no caso da ausência desse requisito

estaremos diante de outra espécie de contrato de

trabalho, como, por exemplo, o serviço voluntário

regulado pela Lei 9.608/98.

10

TERCEIRA CARACTERÍSTICA:

COMUTATIVO

3) Comutativo ou Aleatório?

• O contrato de trabalho é comutativo, vale dizer, “a estimativa

da prestação a ser recebida por qualquer das partes pode

ser efetuada no ato mesmo em que o contrato se

aperfeiçoa” (Magano).

• No contrato aleatório, as partes não têm certeza a respeito

da prestação a ser oferecida. No contrato de seguro, por

exemplo, as partes não sabem se a prestação será o

pagamento do prêmio, caso venha a ocorrer o sinistro, ou

apenas a “segurança” durante um determinado lapso

temporal.

QUARTA CARACTERÍSTICA

CONSENSUAL

4) Consensual ou Real?

• O contrato de trabalho é consensual porque não

depende de entrega de coisa para se aperfeiçoar

(como ocorre com os contratos reais), bastando a

manifestação de vontade das partes para que ele

exista (expressa ou tácita, lembremos sempre).

(4)

QUINTA CARACTERÍSTICA

CONSENSUAL

5) Consensual ou Solene?

• Consensual (aqui no sentido de informal), porque, em

regra, o contrato de trabalho não depende de nenhuma

forma especial prescrita em lei para existir. Havendo a

prestação de serviços nos termos do artigo 3o da CLT, a

regra é a conseqüente existência do contrato de

trabalho.

13

SEXTA CARACTERÍSTICA

TRATO SUCESSIVO

6) Trato Sucessivo ou Instantâneo?

• O contrato de trabalho é de trato sucessivo (ou

execução continuada), porque não se resolve com o

cumprimento de uma única prestação (como a

entrega de um bem, v.g.). “As prestações centrais

desse contrato (trabalho e verbas salariais)

sucedem-se

continuamente

no

tempo,

cumprindo-se

e

vencendo-se, seguidamente, ao longo do prazo

contratual” (Godinho).

14

OUTRAS CARACTERÍSTICAS....

7) Intuito Personae – O contrato de trabalho é feito com apenas

um específico empregado que, por conseguinte, não se pode

fazer substituir, salvo esporadicamente e com a aquiescência do

empregador (AMB, pág. 231). Essa mesma condição não existe

em relação ao empregador, conforme art. 10 e 448 da CLT.

8) Alteridade – A alteridade consiste na prestação de serviços por

conta alheia, consagrando-se na doutrina do espanhol Manoel

Alonso Olea. Aqui a idéia é que o contrato de trabalho se

caracterizaria sempre que existisse o trabalho com alteridade, vale

dizer, sob as ordens e risco de outrem que, por sua vez, se

apropriaria dos frutos do trabalho, remunerando-o.

9) Com Subordinação – Sem dúvida, um dos traços mais

marcantes do contrato de trabalho é o fato de que o empregado se

subordina, isto é, coloca a força de trabalho à disposição e

obedecendo as ordens e direções fixadas pelo empregador.

15

MORFOLOGIA: O ESTUDO DOS

ELEMENTOS COMPONENTES DO

CONTRATO DE TRABALHO.

A doutrina divide os elementos que compõem o contrato de trabalho em três

espécies:

A) Elementos Essenciais – Imprescindíveis à existência do negócio jurídico;

B) Elementos Naturais – Segundo Venosa (op. cit.), são as consequências que decorrem do próprio ato, sem necessidade de expressa menção, como, por exemplo, na compra e venda, a garantia que presta o vendedor pelos vícios redibitórios. São aqueles que, normalmente, estão presentes nos contratos, embora não essenciais à existência destes.;

C) Elementos Acidentais – Ocorrências circunstanciais e episódicas na existência dos contratos, que se acrescentam ao ato para modificar alguma de suas características naturais (normalmente são o termo, a condição e o

encargo) .

(5)

ELEMENTOS ESSENCIAIS

1 – Agente Capaz;

2 – Objeto Lícito;

3 - Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei;

4 – Higidez da Manifestação de Vontade.

17

CAPACIDADE

1) Capacidade Trabalhista – “Aptidão reconhecida pelo Direito do

Trabalho para o exercício de atos da vida laborativa”. (Godinho,

pág. 500).

2) O trabalhador é considerado plenamente capaz para todos

os atos do contrato de trabalho com 18 anos. Relativamente

incapaz entre 16 (ou 14, quando aprendiz) e 18 e absolutamente

incapaz antes de completar 14.

3) Enquanto relativamente capaz dependerá de assistência para a

prática de alguns poucos atos, tais como, assinar o TRCT (art.

439 da CLT) e requerer emissão de CTPS.

18

OBJETO LÍCITO

1) A Doutrina faz distinção entre o contrato de trabalho que tem objeto

ilícito (aquele que compõe um tipo penal, ou concorre diretamente para ele) e o trabalho irregular (ou proibido), que seria aquele que desrespeitaria

norma que proíbe o trabalho em certas circunstâncias (geralmente, essa proibição visa, de alguma forma, proteger o trabalhador) .

2) A distinção se justifica pelos resultados diversos:

a) para o trabalho ilícito, a doutrina indica a impossibilidade de reconhecimento de efeitos contratuais, isto é, o trabalhador que

atuasse como apontador do jogo de bicho, treinador de animais em rinhas de galo, ou médico em clínica de aborto não teria nenhum direito trabalhista, em razão da ilicitude do objeto do contrato de trabalho; b) b) já o trabalho irregular geraria efeitos até a declaração judicial da

existência da irregularidade, como, por exemplo, poderia ocorrer

FORMA PREVISTA

OU NÃO PROIBIDA EM LEI

1) O contrato de trabalho, regra geral, é contrato

não solene, informal e, por isso mesmo, não tem

forma prevista em lei, podendo ser pactuado

verbalmente e até tacitamente.

2) Poucas são as exceções para essa regra. Dentre

elas, temos:

a) o contrato do atleta profissional;

b) do aprendiz;

(6)

HIGIDEZ DA VONTADE

1) A vontade deve ser entendida como o interesse pela prestação do

trabalho, não pela existência do contrato. Por isso é possível dizer-se que

o contrato de trabalho existe mesmo contra a vontade das partes, desde que presentes os requisitos do artigo 3º da CLT. Havendo a vontade de prestar

o serviço, de um lado, e o interesse nessa prestação de trabalho, haverá a vontade hígida, necessária à formação do contrato.

2) A doutrina aponta que é a ausência dessa liberdade de escolha a razão pela qual o trabalho prestado pelo presidiário, com a finalidade de reeducação e reinserção na vida social, não se configura em um contrato de trabalho. O artigo 28, § 2º da Lei 7.210/84 dispõe: “o trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva....” § 2º “O trabalho do preso não está

sujeito ao regime da CLT.”

ATENÇÃO essa exclusão existe mesmo presente remuneração paga pelo Estado ao preso, sustentando a doutrina que não se trata de salário, mas de pecúlio indispensável à readaptação do preso à vida social após o cumprimento da pena

21

A CAUSA (O MOTIVO)

Causa (ou motivo) é um elemento do negócio

jurídico

indicado

pela

doutrina

brasileira

(especialmente no Direito Civil), mas que não está

listada entre os elementos descritos pelo artigo 104

do Código Civil.

Na doutrina trabalhista, poucos autores (dentre

eles AMB e Orlando Gomes) fazem referência a

esse elemento.

22

MAS ELA ESTÁ PRESENTE

(MESMO NA LEGISLAÇÃO)

Sem embargo dessa ausência – que alguns autores,

como Venosa, indicam ser proposital, visando, o

legislador, evitar a polêmica sobre o ponto -- no artigo

104 do CC, é comum vermos decisões dos tribunais

onde são analisados os motivos que levaram às partes

ao negócio jurídico (especialmente quando se discute a

existência de algum vício de vontade, sendo certo que o

artigo 140 do CC dispõe: “O falso motivo só vicia a

declaração de vontade quando expresso como razão

determinante”), ou referências explícitas a questões

como o enriquecimento sem causa, ou, no universo

trabalhista, a justa causa para o término do contrato

de trabalho.

23

APROFUNDANDO O CONCEITO DE CAUSA

1) Conforme Antônio Junqueira de Azevedo (Negócio Jurídico,

Existência, Validade e Eficácia, SP, Saraiva, 2002), a causa,

modernamente, é vista como a função prático-social, ou

econômico social do negócio, ou seja, não é qualquer motivo,

mas o motivo com relevo jurídico que leva as partes à prática

do negócio;

2) Nesse sentido, nos contratos sinalagmáticos “a causa

consiste, naturalmente, na dupla realização da prestação e da

contraprestação”

(pág. 155), pois é isso que as leva ao contrato. Assim, para o

empregado, no contrato de trabalho padrão, a causa é o

salário e para o empregador a prestação de serviços.

(7)

A ideia de causa – definida por Venosa como “o motivo do negócio com relevância jurídica” – pode ser útil quando se tenta distinguir o contrato de emprego do contrato de estágio, v.g., onde estão presentes todos os requisitos do artigo 3º da CLT e só o motivo “educação” o distingue do contrato de emprego (v. acima a legislação sobre o trabalho do presidiário, que também pode ser exemplo interessante, onde a causa do trabalho envolve a reintegração, reeducação, etc).

Se, como se disse, nos contratos bilaterais prestação e contraprestação são a causa do negócio, a contraprestação, no estágio, não é preponderantemente a remuneração, mas, além dela (ou em alguns casos, no lugar dela...) a educação e a oportunidade de vivenciar conceitos teóricos. Em alguns trabalhos religiosos ela (a causa) pode, também, ser um elemento que mereça análise.

E pode ser útil ao Direito do Trabalho

25

LEGITIMAÇÃO

1) Parte da doutrina trabalhista (AMB, Orlando Gomes e Magano, v.g.), assim como ocorre no Direito Civil, indica a legitimação como um outro elemento essencial ao negócio jurídico (ou contrato de trabalho).

Esse elemento (que segundo Venosa – in Direito Civil, SP, Atlas, 2003 – é noção que deriva do direito processual e encontra, também no direito

material, ressonância na doutrina moderna, transcrevendo ensinamento de

Emílio Betti:

“A distinção entre capacidade e legitimação manifesta-se com toda a evidência: capacidade é a aptidão intrínseca da parte dar vida a atos jurídicos; a legitimidade é uma posição de competência, caracterizada

quer pelo poder de realizar atos jurídicos que tenham um dado objeto, quer pela aptidão para lhes sentir os efeitos, em virtude de uma relação em que a parte está, ou se coloca, com o objeto do ato.”

Como se percebe, a legitimidade depende da particular relação do sujeito com o objeto do negócio ) se caracterizaria como “uma impossibilidade circunstancial para agir, tendo-se em vista a situação em que se encontra determinada pessoa em relação a um tipo de contrato de trabalho” (AMB).

26

LEGITIMAÇÃO

2) O exemplo, citado pela doutrina, seria o trabalhador

estrangeiro sem visto adequado para o trabalho. Nesse

caso haveria capacidade, mas faltaria outro elemento

(chamado de legitimação) para que o trabalho pudesse

ocorrer.

Outros exemplos seriam os contratos em que o trabalhador

precisaria de um diploma universitário (médico, advogado,

etc), mas não possuísse esse requisito.

Finalmente, poder-se-ia vislumbrar situação semelhante em

casos como o do motorista com carteira de habilitação

suspensa em razão de excesso de multas de trânsito.

LEGITIMAÇÃO

3) Pergunta-se: é possível considerar as hipóteses indicadas

no item precedente como formas de desrespeito à forma

prescrita em lei?

4) A conseqüência do contrato sem legitimação seria a

nulidade do contrato (no caso do estrangeiro sem visto,

v.g., sendo que AMB descreve dois acórdãos de MG onde

numa decisão foram deferidos apenas os salários do

trabalhador e na outra todos os direitos.

Nesse caso temos trabalho proibido ou ilícito?

Prepondera o interesse particular ou público? Há acórdãos

do TST – v. material de apoio – dando conta de que se

trataria de trabalho proibido, não ilícito.)

(8)

ESTRANGEIRO

CLT, Art. 359 - Nenhuma empresa poderá

admitir a seu serviço empregado estrangeiro

sem que este exiba a carteira de identidade

de estrangeiro devidamente anotada.

29

PUBLICAÇÃO: DJ - 29/09/2006

PROC. Nº TSTRR750.094/01.2C: A C Ó R D Ã O 6ª TURMA RECURSO DE REVISTA -EMPREGADO ESTRANGEIRO IRREGULAR NO BRASIL INEXISTÊNCIA DO DOCUMENTO DE IDENTIDADE DE QUE TRATAM OS ARTIGOS 359 DA CLT E 21, § 1º, DA LEI Nº 6.815/80 NULIDADE DA CONTRATAÇÃO INEXISTÊNCIA ARTIGO 3º

DO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO E ASSISTÊNCIA JURISDICIONAL EM MATÉRIA CIVIL, COMERCIAL, TRABALHISTA E ADMINISTRATIVA DO MERCOSUL,

INCORPORADO AO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO NOS TERMOS DO DECRETO Nº 2.067/1996. Trata-se a presente controvérsia de se saber se h á ou

não nulidade d a contratação d e estrangeiro decorrente do fato d e não ser ele portador de documento d e identidade previsto pelos artigos 359 d a CLT e 21, § 1º, da Lei nº 6.815/80. Com efeito, são fundamentos da República Federativa do Brasil,

dentre outros, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, III e IV, da Constituição Federal de 1988), bem como consta dentre seus objetivos fundamentais promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, IV), sendo

ainda mais contundente a enunciação do princípio constitucional da isonomia, que se refere expressamente aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País (art. 5º, caput) e igualdade em direitos e obrigações, salvo expressa disposição em lei (incisos I e II daquele mesmo artigo). Feitas essas considerações, e tendo-se em

vista que seria absolutamente inconcebível que um contrato de trabalho envolvendo trabalhador brasileiro pudesse vir a ser judicialmente declarado nulo por causa da mera inexistência de um documento de identidade, é inequívoca a conclusão de que assiste razão ao Reclamante.

30

PUBLICAÇÃO: DJ - 26/10/2001 A C Ó R D Ã O SBDI- RECURSO DE

EMBARGOS - ESTRANGEIRO - VISTO TEMPORÁRIO - EXERCÍCIO DEATIVIDADE REMUNERADA - PROIBIÇÃO LEGAL. Segundo a interpretação do art.98, c/c o art. 13 da Lei nº 6.815/80, a vedação do exercício de atividade remunerada ao estrangeiro que se encontra no Brasil limita-se às seguintes condições: visto de turista, visto de trânsito, visto temporário na condição de estudante e dependente de titulares de quaisquer vistos temporários. Segundo o quadro fático registrado pela Turma, o e. Regional declarou apenas que a reclamante prestou serviços nas dependências da reclamada, como professora, ministrando aulas, e que possuía visto temporário, mas não definiu especificamente a espécie de visto temporário que lhe foi concedido, entre aquelas previstas no art. 13 da Lei nº 6.815/80. Revela-se, portanto, inviável o enquadramento da reclamante na exceção legal proibitiva da prestação de serviços, uma vez que envolve o reexame do quadro fático não definido, quer pela Turma, quer pelo e. Regional. Incólume o art. 896 da CLT. Recurso de embargos não conhecido

31

ELEMENTOS NATURAIS

Godinho indica como um elemento normalmente presente

aos contratos de trabalho – embora não essencial – a

jornada de trabalho, indicando que raramente esse item

não faz parte do ajuste entre as partes (ressalvando, é

claro, aquelas hipóteses previstas pelo artigo 62 da CLT,

onde a própria lei exclui a questão do horário).

(9)

ELEMENTOS ACIDENTAIS

1 – A Condição – Cláusula que subordina os efeitos do negócio

jurídico a um evento futuro e incerto (arts. 121 do CC). Trata-se

de hipótese rara nos contratos de trabalho. Godinho indica (pág.

508) a hipótese do art. 475, par. 2º da CLT (§ 2º - “Se o

empregador houver admitido substituto para o aposentado,

poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem

indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da

interinidade ao ser celebrado o contrato”), como sendo condição

resolutiva (quando o empregado titular é afastado por

questões de aposentadoria por invalidez, o substituto terá o

contrato de trabalho rescindido se o titular retornar);

2 – O Termo – Quando as partes fixam um momento para o início

ou término do negócio jurídico como, v.g., como ocorre com o

contrato a prazo determinado, onde todos sabem o dia em que o

contrato chegará ao final, desde o início do pacto.

33

A CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA

1) AMB destaca que Cesarino Jr. Indicava como condição do contrato de trabalho a cláusula de não concorrência. Embora a classificação seja discutível, a cláusula em questão merece estudo, posto que polêmica, tanto na doutrina, quanto jurisprudência. Basicamente, essa cláusula

pode ser entendida como uma restrição à liberdade de contratação do empregado que, por alguma razão, se comprometeria a não trabalhar para a concorrência, durante um determinado período.

2) Alguns países tem legislação específica a respeito desse tipo de cláusula, não sendo esse o caso do Brasil.

Os pontos favoráveis à admissão dessa restrição são:

a) é justo que o empregador se proteja, guardando segredos que podem ser vitais para o sucesso do negócio;

b) com essa segurança, o empregador poderá investir no empregado, patrocinando cursos e outras formas de aperfeiçoamento, sem temer que, depois, esse investimento reverta em favor dos concorrentes.

34

A CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA

Os pontos contrários seriam:

a) o empregado só tem a força de trabalho como forma de

obtenção do sustento, sendo que a proibição de trabalho

equivaleria, de certa forma, a sujeitá-lo a uma situação que

poderia coloca em risco até a sobrevivência do trabalhador;

b) b) ainda que o afastamento do mercado seja apenas

temporário, em alguns segmentos, onde as alterações são

muito grandes e rápidas, essa restrição poderá significar o fim

da carreira do trabalhador.

"Será nula a cláusula do contrato de trabalho que determinar a

não-concorrência se não atender cumulativamente aos

seguintes requisitos: não conter indenização pela possibilidade

do exercício da atividade, for estabelecida por prazo excessivo,

não for fixada a região e a atividade em que é vedada a

concorrência".

Sérgio Pinto Martins, Direito do Trabalho, Ed. Atlas, 19ª ed.,

p.160).

(10)

ACÓRDÃO Nº: 20071056976 Nº de Pauta:064 PROCESSO TRT/SP Nº: 01344200207802007 RECURSO ORDINÁRIO - 78 VT de São Paulo RECORRENTE: YON MOREIRA DA SILVA JUNIOR RECORRIDO: TELEFONICA EMPRESAS SA

EMENTA CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA. VALIDADE. É válida a inserção de cláusula de não concorrência no contrato de trabalho, desde que

restrita a determinado segmento de mercado e estabelecida por tempo razoável, além de prever indenização compensatória. Não há que se falar

em alteração contratual lesiva (CLT, art. 468) na medida em que as normas contratuais decorreram de mútuo consentimento e não acarretaram prejuízo ao Reclamante, observando os princípios e normas legais. Referida cláusula

tem como justo objetivo proteger segredos industriais entre empresas concorrentes, procurando evitar a quebra de sigilo. Na verdade, tal

dispositivo contratual visa preservar os princípios da lealdade e da boa-fé (art. 422 do Código Civil), inexistindo mácula a respaldar a pretendida nulidade.

37

SOBRE A ADAPTAÇÃO DA TEORIA

CIVILISTA AO DIREITO DO TRABALHO

Como

facilmente

se

percebe,

essa

adaptação

(consagrada na doutrina) da teoria do elementos

essenciais, naturais e acessórios do contrato – do direito

civil -- para o universo do Direito do Trabalho não ocorre

de forma exata.

Essa dificuldade fica ainda mais clara quando se

consideram os efeitos que podem decorrer da ausência

ou imperfeições desses elementos, ou seja, quando se

estuda a questão das nulidades (como se verá a seguir).

38

NULIDADES DO CONTRATO

DEFINIÇÃO

Nulidade, em sentido amplo, pode ser definida como a imperfeição que

impede que o negócio venha a fazer parte do universo jurídico.

Geralmente, a doutrina a classifica em duas (ou três, quando se considera o ato inexistente, ou seja, aquele que existe no mundo dos homens, mas que não consegue, em razão de algum revés, penetrar no universo jurídico) espécies, de acordo com a gravidade do defeito que macula o negócio: A) Ato Nulo – Existe no mundo real e jurídico, mas não tem validade (não está de acordo com o ordenamento) e, por conta disso, não produz efeitos. Geralmente é nulo o ato quando não há agente capaz, objeto lícito ou respeito à forma prevista em lei, estando envolvidos interesses da sociedade e matéria de ordem pública.

B) Ato Anulável – É aquele que é válido e continuará valendo (e produzindo efeitos) até que venha a ser anulado. Em regra, a nulidade está ligada a um vício de vontade (erro, dolo, etc), envolvendo apenas o interesse das partes.

39

NEM SEMPRE A MESMA COISA...

As nulidades são estudadas de formas diferentes em diferentes campos do direito.

É comum dizer-se, em Direito Civil, que as nulidades nunca prescrevem Essa é a disposição expressa do artigo 169 do CC:

O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

Já em direito processual civil todas as nulidades prescrevem:

Quanto à nulidade absoluta, tem lugar uma distinção: na maioria dos casos, passando em julgado a sentença de mérito, a irregularidade torna-se irrelevante e não se pode mais decretar a nulidade do ato viciado; mas há certos vícios que o legislador considera mais graves e que mesmo após o trânsito em julgado podem ser levados em conta, para determinar a anulação.

No processo civil isso se dá nas hipóteses que, segundo o artigo 485, autorizam a ação rescisória (incs. I, II, III, IV, e VIII).

Passado o prazo de dois anos para a propositura desta, porém, também essas irregularidades não podem mais conduzir à anulação do ato (art. 495)”.

(11)

NULIDADES NO DIREITO DO TRABALHO

A CLT não tem expressa regulamentação sobre as nulidades de

direito material, salvo o artigo 9º da CLT, onde se lê:

“Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o

objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos

contidos na presente Consolidação”.

41

BRIGA DE CONCEITOS

Por conta disso, o intérprete se vê obrigado a tentar a aplicação dos artigos do código civil sobre nulidades, embora, estes não se adaptem aos princípios que regulam as relações trabalhistas, de forma tranquila. No direito comum, por exemplo, a nulidade absoluta produz efeitos ex tunc. Já no direito do trabalho o critério, em regra, é da irretroatividade da nulidade decretada (efeito ex nunc).

Verificada a nulidade comprometedora do conjunto do contrato, este, apenas a partir de então, é que deverá ser suprimido do mundo socio-jurídico.

“Segundo a diretriz trabalhista, o contrato tido como nulo ensejará todos os efeitos jurídicos até o instante de decretação de nulidade – que terá, desse modo, o condão apenas de inviabilizar a produção de novas repercussões jurídicas, em face da anulação do pacto viciado” (Godinho).

42

A REGRA TRABALHISTA

No universo trabalhista a regra seria a constatação da

nulidade, mas o reconhecimento dos efeitos do

contrato.

“Na medida em que a prestação obreira já foi

efetivamente quitada com o cumprimento dos serviços,

surgiria como imoral enriquecimento sem causa do

tomador a negativa de incidência sobre ele do

reconhecimento de direitos trabalhistas do obreiro

prestador de serviços” (Godinho)

TODAVIA...CADA CASO É UM CASO...

“A teoria justrabalhista especial de nulidades nem sempre, contudo, é passível de plena aplicação aos casos concretos colocados a exame do operador jurídico.

(...) Na verdade, o tipo de defeito emergente do ato jurídico e o bem jurídico afrontado por este defeito são aspectos que tendem a ensejar uma gradação relativa no que toca à aplicação dessa teoria especial de nulidades. Essa gradação pode estender-se desde a aplicação plena da teoria justrabalhista especial de nulidades até a inteira rejeição, no caso concreto, à aplicabilidade dessa teoria especial (prevalecendo, assim, a teoria civilista clássica). Entre esse dois pólos, podem ser encontrados casos que ensejam uma

(12)

EXEMPLOS SOBRE A GRADAÇÃO FEITA

POR GODINHO

1 – A teoria trabalhista se aplicaria integralmente aos casos

dos menores (de 14 anos) trabalhadores, onde estes teriam

direito a todas as verbas derivadas do contrato (Carrion, no

mesmo sentido, ao comentar o art. 9º da CLT);

2 – No caso da contratação sem concurso público, por

aqueles entes que a CF obriga a realizar o concurso, a

presença do interesse público superaria o interesse das

partes, afastando, assim, a aplicação da teoria trabalhista

especial das nulidades.

45

TRABALHO ILÍCITO

X

TRABALHO PROIBIDO

Em razão disso, a doutrina trabalhista criou a

distinção a respeito do trabalho ilícito – envolvido

no ilícito penal (contra o interesse público) – e o

proibido (como uma proteção ao trabalhador),

gerando, cada um deles, diferentes efeitos.

46

EXEMPLOS ENCONTRADOS NA DOUTRINA

• Proibido

• Artista, aprendiz e outros

contratos formais em que

a formalidade seja

desrespeitada.

• Ilícito

• Meretriz em prostíbulo

47

TST “O autor sustenta a necessidade de reforma da decisão de 1ª instância porque não houve prova da ilicitude do empreendimento reclamado. Aduz ainda que, mesmo que tivesse existido atividade ilegal, a ré é uma empresa regular, com documentação contábil e alvará de funcionamento, não havendo falar em invalidade do contrato de trabalho. Data máxima vênia, a decisão objurgada não merece nenhuma espécie de reparo já que, de fato, o Poder Judiciário não pode legitimar uma atividade prevista no código penal como crime: a exploração da

prostituição. O argumento de que não houve demonstração da atividade ilícita da

reclamada é absolutamente inconsistente porquanto tal prova abunda nos autos, inclusive com participação direta do autor na exploração da atividade de

prostituição. Há nos autos cópia do processo penal instaurado contra a

proprietária da empresa-ré e o autor em face da exploração da prostituição de menor. Os depoimentos das partes são recheados de detalhes sobre a atividade ilícita da ré, tendo o autor gerenciado o negócio, inclusive com as chaves dos quartos para que os clientes pudessem valer-se da atividade por ele desenvolvida.

Não é possível legitimar tal espécie de trabalho, dada a ilicitude do objeto, notadamente pela participação direta do autor que entregava as chaves dos quartos aos clientes da casa noturna. Em razão dessa participação foi

denunciado pelo Ministério Público como incurso na pena prevista no artigo 230 do Código Penal. Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: O Colendo Tribunal Superior do Trabalho editou a Orientação Jurisprudencial nº 199 a fim de não permitir fossem as atividade ilícitas agasalhadas pela proteção do Poder Judiciário, verbis: Jogo do Bicho. Contrato de48

(13)

OJ 199 SDI-1 TST

Jogo

do

Bicho.

Contrato de Trabalho.

Nulidade. Objeto Ilícito.

Art. 82 e 145 do Código

Civil.

49

NÚMERO ÚNICO PROC: RR - 2095/2002-311-06-00

PUBLICAÇÃO: DJ - 07/12/2007.

A C Ó R D Ã O 2ª Turma.

RECURSO DE REVISTA .

JOGO

DO

BICHO.

CONTRATO

DE

TRABALHO.

NULIDADE. OBJETO ILÍCITO . OJ 199 DA SBDI-1/TST .

Quem presta serviços em banca de "jogo do bicho" exerce

atividade ilícita, definida por lei como contravenção penal.

Nessa hipótese, o contrato de trabalho celebrado não gera

direitos, porque ilícito o objeto e ilícitas as atividades do

tomador e do prestador dos serviços (Inteligência da OJ

199 da SBDI-1/TST). Recurso de Revista conhecido e

provido.

50

OJ 199 SDI-1 TST

Jogo do Bicho. Contrato de Trabalho. Nulidade.

Objeto Ilícito. Art. 82 e 145 do Código Civil.

Mas a orientação não foi, destaque-se, capaz de

elidir a discussão acerca da matéria, eis que os

Tribunais

Regionais

continuam

a

proferir

decisões

com

entendimento

contrário

ao

observado pelo TST

.

OJ 199 SDI-1 TST

Jogo do Bicho. Contrato de Trabalho. Nulidade.

Objeto Ilícito. Art. 82 e 145 do Código Civil.

Notícias

Links:

• Turma declara nulidade de contrato de trabalho ligado ao

jogo do bicho

(14)

EMENTA: Banca do bicho. Vínculo empregatício.

Revendo o meu posicionamento anterior, estou hoje

convencida da possibilidade de reconhecimento do

vínculo empregatício entre o cambista e a banca de

jogo de bicho. Isto porque, muito embora se trate de

atividade considerada ilícita pela legislação penal

vigente, é amplamente

tolerada não só pelas

autoridades constituídas, que fazem vistas grossas ao

ilícito, como também pela sociedade de um modo

geral. (RO 4038/2002. Decisão da 3ª Turma do TRT 6ª

Região. Rel. Juíza VIRGÍNIA MALTA CANAVARRO.

Publicado no DOE em 16/01/2003.)

53

NULIDADE ABSOLUTA, RELATIVA E A

PRESCRIÇÃO DOS ATOS NULOS NO

DIREITO DO TRABALHO.

Para Carrion, “inexiste distinção entre ato nulo e anulável

no direito do trabalho brasileiro (Orlando Gomes,

Questões), em face da lei vigente, que aplica

a

prescrição ‘a qualquer ato infringente de dispositivo’

contido na CLT; tal generalidade se estende a qualquer

outro direito trabalhista, posto que o título primeiro da

Consolidação é verdadeira lei de introdução a todo o

direito laboral do país”.

54

NULIDADE ABSOLUTA, RELATIVA E A

PRESCRIÇÃO DOS ATOS NULOS NO

DIREITO DO TRABALHO.

Não conhecimento, pelo empregado, da atividade ilícita:

“Se a nulidade, entretanto, decorre da ilicitude do objeto

do contrato, a menos que o empregado tenha agido de

boa-fé, ignorando o fim a que se destinava a prestação

de trabalho, já não poderá reclamar o pagamento do

serviço prestado: nemo de improbitate sua consequitur

actionem.(MARANHÃO, 1997, 257).”

55

NULIDADE ABSOLUTA, RELATIVA E A

PRESCRIÇÃO DOS ATOS NULOS NO

DIREITO DO TRABALHO.

Trabalho indiretamente vinculado ao objeto ilícito:

“Há quem distinga a atividade ilícita, por si mesma,

daquelas outras que não o seriam se se fizesse

abstração da finalidade do empreendimento a que se

destinam. A prostituta que exerce o comércio carnal

subordinada à proprietária da casa de tolerância é

exemplo da primeira atividade; a arrumadeira ou o

garçom da mesma casa é exemplo das segundas. Estas

últimas atividades teriam a proteção laboral. (Carrion,

1999, 283).”

(15)

Considerando as assertivas abaixo e a legislação vigente, assinale a alternativa correta:

I – Quando o trabalho é proibido, de regra visa-se a proteção do trabalhador; II – O estagiário tem equivalência de direitos e obrigações com o aprendiz; III – Para efeito da CLT, considera-se menor o trabalhador de 14 até 18 anos; IV – A faixa etária do aprendiz vai de 14 até 24 anos, sendo garantido o salário mínimo hora, não podendo ser contratado por mais de dois anos; V – De regra, a nulidade do contrato de trabalho gera efeitos “ex tunc”.

(A) Todas as assertivas estão corretas; (B) Apenas quatro assertivas estão corretas; (C) Apenas três assertivas estão corretas; (D) Apenas duas assertivas estão corretas; (E) Apenas uma assertiva está correta

57

Considerando as assertivas abaixo e a legislação vigente, assinale a alternativa correta:

I – Quando o trabalho é proibido, de regra visa-se a proteção do trabalhador; II – O estagiário tem equivalência de direitos e obrigações com o aprendiz; III – Para efeito da CLT, considera-se menor o trabalhador de 14 até 18 anos; IV – A faixa etária do aprendiz vai de 14 até 24 anos, sendo garantido o salário mínimo hora, não podendo ser contratado por mais de dois anos; V – De regra, a nulidade do contrato de trabalho gera efeitos “ex tunc”.

(A) Todas as assertivas estão corretas; (B) Apenas quatro assertivas estão corretas; (C) Apenas três assertivas estão corretas; (D) Apenas duas assertivas estão corretas; (E) Apenas uma assertiva está correta

58

Marque a opção correta relativa às características do contrato de

trabalho:

A) Bilateral, consensual, oneroso, das classe dos comutativos e de

trato sucessivo;

B) bilateral, gratuito, sinalagmático, real e de trato sucessivo;

C) Unilateral, comutativo, oneroso e de trato sucessivo;

D) Bilateral, solene, consensual, oneroso, sinalagmático e de trato

sucessivo;

E) bilateral, tácito, oneroso, solene e de trato sucessivo.

Marque a opção correta relativa às características do contrato de

trabalho:

A) Bilateral, consensual, oneroso, das classe dos comutativos e de

trato sucessivo;

B) bilateral, gratuito, sinalagmático, real e de trato sucessivo;

C) Unilateral, comutativo, oneroso e de trato sucessivo;

D) Bilateral, solene, consensual, oneroso, sinalagmático e de trato

sucessivo;

(16)

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO

DO CONTRATO DE TRABALHO

61

INTRODUÇÃO

Fenômenos que

impedem licitamente e

provisoriamente a prestação do trabalho

(ausência de trabalho) e ainda certos efeitos

(totais ou parciais) de cláusulas do contrato

de trabalho, sem acarretar a ruptura da

relação

de

emprego.

62

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

CONCEITO

São institutos que tratam da sustação lícita,

restrita ou ampliada, dos efeitos contratuais

de trabalho durante certo lapso temporal, em

face

da

ocorrência

de

determinadas

situações na vida laboral, sem cessação da

relação

de

emprego.

63

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

CONCEITO

SUSPENSÃO

Sustação temporária dos principais efeitos

recíprocos

do

contrato

de

trabalho

(prestação do trabalho e pagamento de

salários),

em

virtude

de

certos

fatos

juridicamente relevantes, sem que

haja

ruptura

da

relação

contratual.

64

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

(17)

CONCEITO

INTERRUPÇÃO

Sustação temporária da principal obrigação

contratual do empregado (prestação do

trabalho),

em

virtude

de

certos

fatos

juridicamente relevantes, mantendo-se as

obrigações do empregador (pagamento de

salários

e

consectários

legais)

65

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

SÍNTESE

Nas duas figuras o trabalhador não presta

serviços mas:

Suspensão

não há obrigação de pagar salário.

Interrupção

permanece a obrigação de pagar salários e

acessórios.

66

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

SÍNTESE

Suspensão

 trabalhador: não há trabalho empregador:

não paga salários

Interrupção

 trabalhador: não há trabalho mas

empregador: paga salários

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

VARIAÇÕES DE DENOMINAÇÃO

SUSPENSÃO

 suspensão contratual

 suspensão total do contrato

INTERRUPÇÃO

 interrupção contratual

 interrupção da prestação de serviços

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

(18)

BASE LEGAL

CLT, arts. 471 a 476

 A lei não explica os institutos.

 A interpretação das figuras jurídicas é

feita pela hermenêutica jurídica.

 Base doutrinária

 Base jurisprudencial.

69

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

Interrupção

• Cessação temporária e parcial dos efeitos do contrato de trabalho.

• São produzidos efeitos em seu contrato de trabalho.

• O empregado recebe salário e o tempo de serviço é contado, embora o empregado não trabalhe.

Suspensão

• Cessação temporária e total da execução e dos efeitos do contrato de trabalho.

• São suspensas as obrigações e os direitos.

• Não recebe salário e nem conta-se conta-seu tempo de conta-serviço.

70

EFEITOS DA INTERRUPÇÃO E DA

SUSPENSÃO NO CONTRATO A TERMO

• O período não influenciará no término do contrato a prazo

• O contrato cessará no último dia acordado entre as partes

71

Características

1. É ampla e bilateral.

 O trabalhador não presta serviços

 O empregador não paga salários

2. Não abrangem regras omissivas do

contrato.

Ex.: Concorrência desleal do empregado;

respeito à integridade moral pelo empregador.

72

SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

(19)

Características

3. Não há ruptura contratual.

4. Não é possível romper o contrato

durante a suspensão, salvo justo

motivo tanto do empregado como do

empregador.

73

SUSPENSÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

Características

1. É restrita e unilateral

 O trabalhador não presta serviços.

 O empregador mantém obrigações.

2. O contrato continua plenamente

em vigor.

74

INTERRUPÇÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

Características

3. Não é possível romper o contrato

durante a interrupção, salvo justo

motivo tanto do empregado como do

empregador.

INTERRUPÇÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

SINOPSE

DAS CARACTERÍSTICAS

INTERRUPÇÃO • Sustação da prestação de serviços. • Unilateral

• Mantidas as demais obrigações contratuais

• Impede a resilição unilateral pelo empregador (CLT, art. 471)

SUSPENSÃO • Amplitude dos efeitos • Bilateral

• Suspensão das principais obrigações contratuais • Impede a resilição unilateral pelo

(20)

EXEMPLOS

1) Aborto (art. 395, CLT)

a) natural – interrupção

- 2 semanas de descanso, pagas ela Previdência

Social

- conta-se o tempo de serviço

b) criminoso – suspensão

- não gera efeitos para a empregada

77

EXEMPLOS

2) Auxílio-doença (art.476 da CLT)

a) 15 primeiros dias – interrupção

- pagamento do salário pelo empregador;

- computa-se o tempo de serviço

b) 16 dia em diante – interrupção

- conta-se o tempo para férias

- pagamento realizado pelo INSS

c) suspensão – auxílio-doença por mais de 6 meses, pois

não há contagem de tempo para férias

78

EXEMPLOS

3) Acidente do trabalho

a) 15 dias – interrupção

b) 16º dia em diante – interrupção

- pagamento pelo INSS

- conta-se o tempo de serviço para fins de

estabilidade, FGTS e férias, exceto se tiver percebido

prestações por acidente por mais de 6 meses (art. 134,

IV, CLT)

79

EXEMPLOS

4) Aposentadoria por invalidez – art. 475 da CLT –

suspensão

5) Aviso prévio – interrupção

- 2 horas por dia

6) Empregado eleito para o cargo de diretor

-suspensão

(21)

EXEMPLOS

7) Encargo público – suspensão (art. 472 da CLT)

- ex.: vereador, ministro, senador, etc.

8) Faltas ao serviço

a) justificadas – interrupção ( = previstas em lei, norma

coletiva, regulamento de empresa ou no contrato de

trabalho)

81

EXEMPLOS

Observações:

• Art. 473 da CLT

• Professor – art. 320, § 2º, da CLT

• Atestados médicos – médico da empresa, de convênio

médico firmado pela empresa ou de médico da Previdência

Sociais (§ 4º do art. 60 da Lei 8.213/91 e Súmula 15 e 282

do TST)

• Testemunhas (art. 822 da CLT)

82

EXEMPLOS

9) Férias – interrupção

10) Greve – suspensão

11) Intervalos

a) alimentação – suspensão

b) digitação – interrupção (art. 72 da CLT)

EXEMPLOS

12) Salário-maternidade – interrupção, pois conta-se o tempo de

serviço

13) Serviço-militar – interrupção (art. 472 da CLT)

- não há pagamento de salário pelo empregador - é contato o tempo de serviço, havendo depósito do FGTS 14) Suspensão disciplinar - suspensão

(22)

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

1) Empregado sofre acidente de trabalho e fica afastado do

emprego por 20 dias. Nem empregado, nem empregador,

comunicaram o acidente ao órgão próprio.

Qual a natureza e efeito deste afastamento?

Resposta: suspensão, não obstante a ausência de

comunicação ao INSS (CLT, art. 476); trata-se de suspensão

atípica, mantidas as seguintes obrigações contratuais:

A) Contagem do tempo de serviço (CLT, art. 4º, § único).

B) Mantém-se o recolhimento de FGTS (Dec. 99.684/90, art.

28).

85

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

2) Empregado afastado em virtude de serviço militar deu baixa em 20.11.13. Requereu seu retorno ao emprego em 27.12.13, tendo seu empregador se negado a recebê-lo de volta. Ajuizou o empregado Reclamação Trabalhista objetivando o restabelecimento do contrato de trabalho, o recolhimento do FGTS do período de afastamento, além da contagem do tempo anterior para fins de férias, cujo período aquisitivo estava quase se completando até seu alistamento militar. Quais as chances de sucesso do pleito?

Resposta:

a) o empregado perdeu o direito a ter o emprego de volta (CLT art. 472, § 1º), mas durante a suspensão contratual é devido o recolhimento ao FGTS (art. 28, I, do Decreto n. 99.684/90); b) o tempo de serviço anterior ao afastamento é computado para todos os fins (art. 4º, § único, da CLT), mas como o empregado não demonstrou seu interesse em retornar, perderá o emprego e as férias incompletas do período anterior (CLT, art. 132)

86

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

3) Empregada entra em gozo de licença-maternidade e seu

empregador se recusa a pagar o benefício, sob o argumento de

que a obrigação é do INSS. Este, por sua vez, só aceita conceder

o benefício até o teto pago pela previdência. Comente.

Resposta: O beneficio é de obrigação do INSS e a limitação ao

teto da previdência viola o art. 201, § 11, com redação da EC. N.

20/98.

4) Empregado é eleito Vereador no município em que reside.

Qual o efeito desta eleição no contrato de trabalho?

Resposta Não há impedimento na manutenção do contrato,

respeitada a compatibilidade de horário.

87

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

5) Empregado estável é suspenso pelo prazo de 31 dias para

apuração de infração contratual grave. No 31º dia, ainda no curso

da suspensão, o empregador ajuizou inquérito para apurar falta

grave, na forma do art. 853 da CLT. Qual será o efeito desta ação

no contrato de trabalho.

Resposta: Rescisão Indireta, CLT, art. 474.

6) Empregada, no curso da licença-gestante, se submeteu a uma

intervenção cirúrgica que provocou o parto prematuro, cujo bebê

nasceu morto. Quais as consequências no contrato de trabalho?

Resposta: Afastamento por duas semanas (CLT, art. 395), com

direito ao salário maternidade neste período (art. 93, § 5º, do

(23)

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

7) Empregado solicita licença para fins de estudo, diante de

programa implementado pelo empregador, pleiteando o pagamento

de bolsa para custeio de sua formação neste período de

afastamento. O empregador está obrigado a conceder a bolsa?

Trata-se de hipótese de suspensão ou interrupção do contrato?

Resposta: A bolsa é facultativa e não tem natureza salarial

(art. 476-A, §3º, CLT)

89

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

8) Empregado se ausenta ao trabalho para participar do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Sua ausência será abonada pelo empregador? Resposta: sim. Art. 473, VII, analogicamente.

9) Empregado se ausenta ao trabalho para comparecer como testemunha em processo trabalhista, a convite do autor da ação. Seu empregador descontou o dia de trabalho. Foi correta a atitude do empregador, sabendo-se que o empregado perdeu toda a manhã na audiência, e que seu horário de trabalho é de 9:00 às 18:00 horas?

Resposta: O empregado só tem abonado parte do dia. Poderia o empregador ter descontado a parte da tarde, mas não o dia inteiro (CLT, art. 822 e S. 155 do TST).

90

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

10) Um empregado adotou um filho ainda bebê e, no exato dia em

que lhe foi concedida a guarda da criança, solicitou dispensa do

trabalho. Além deste dia, também postulou afastamento por mais 5

dias a titulo de licença paternidade. O empregado terá atendidos

seus requerimentos?

Resposta: em parte; art. 473, III, da CLT e art. 10, § 1º, do

ADCT/CF/88.

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

11) Dirigente Sindical pediu dispensa de duas semanas

para participar de um evento, em Londres, da

Confederação Internacional de Trabalhadores da qual o

sindicato que representa é filiado. Tem direito à

dispensa?

Sua

ausência

será

remunerada

pelo

empregador?

Resposta: sim, para ambas as indagações (CLT, art.

473, IX).

(24)

HIPÓTESES – CASOS ESPECIAIS

12) Determinada agremiação esportiva resolve suspender seu

empregado, atleta profissional de futebol, em razão de sua prisão

cautelar determinada por autoridade judicial. Diante desta situação

hipotética e considerando-se que o empregado foi denunciado por

delito cuja pena, se condenado, será privativa de liberdade, como

ficará a situação de seu contrato de trabalho enquanto estiver

preso? Responda, ainda, se, ao final do processo, o empregado

for absolvido por não ter sido provada sua autoria?

Resposta: suspensão (art. 472, § 1º e 483, § 1º, ambos por

analogia), durante o afastamento; a absolvição é fato futuro e

incerto que não interfere na tomada de decisão atual.

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