A MARCA DAS EXPRESSÕES EMOCIONAIS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA EMOÇÃO.
ALUNO: SARA OLIVEIRA ORIENTADORA: JUNIADE VILHENA Introdução
De acordo com Root e Denham (2010), apesar das emoções possuírem base biológica e evolutiva inquestionável, sendo fundamentais para a sobrevivência da espécie, o manejo e a expressão das emoções não depende somente do aparato fisiológico do corpo humano. O entendimento e atribuição de significados às emoções, assim como a expressão emocional dependem de um processo de aprendizagem das características sociais e culturais e do que é considerado adequado ou inadequado por determinado grupo social (Mendes & Pessôa, 2013; Root & Denham, 2010). Assim, o processo de socialização emocional envolve os aspectos sociais que influenciam o modo como as crianças vivenciam e expressam as emoções, assim como a forma como as regulam e o modo como entendem as emoções expressadas por outras pessoas no entorno social (Denham et al., 2008; Zahn-Waxler, 2010).
Como agentes de socialização primários, os pais têm um papel de destaque no processo de socialização emocional dos filhos. Em decorrência, alguns modelos têm sido propostos para explicar como os pais socializam as emoções dos filhos.
O corpo, nos dizia Levi Strauss, é a melhor ferramenta para aferir a vida social de um povo. Ao corpo cabe algo muito além de ocupar um espaço no tempo. Cabe a ele uma linguagem que se institui antes daquilo que denominamos “falar”, que se exprime, evoca e suscita uma gama de marcas e falas implícitas.
Dessa forma, verifica-se que o processo de socialização das emoções dos filhos pode ocorrer de forma indireta ou de forma direta (Silk et al., 2011). A socialização indireta se refere ao modo mais geral como a família interage em diferentes situações, enquanto a
socialização emocional direta se diferencia pelo fato de envolver situações de interação entre pais e filhos mais específicas, nas quais os pais adotam práticas de socialização emocional para manejar as expressões emocionais dos filhos, especialmente as mais difíceis, como a raiva, a tristeza e a ansiedade. Nessas situações, os pais adotam práticas de socialização emocional que visam a ajustar ou reduzir as expressões emocionais dos filhos consideradas inadequadas ou mais difíceis de lidar.
O estudo das metas de socialização das emoções e expressões emocionais remetem necessariamente à investigação daquilo que os pais almejam para os filhos em termos de experiências emocionais e do quanto desejam que se tornem indivíduos com maior ou menor independência nas relações interpessoais e na forma como se ligam à cultura a que pertencem.
Objetivos
O tema tem sido pouco explorado pela literatura científica. Este trabalho teve a proposta de realizar um levantamento bibliográfico de estudos nacionais que investiguem a relação entre as metas parentais de socialização da emoção e as possíveis formas de evidenciar no corpo as expressões emocionais dos sujeitos em desenvolvimento.
Metodologia
Está sendo realizada uma revisão integrativa de literatura dos últimos 10 anos em periódicos científicos nacionais de estudos que relacionem a temática expressões corporais e trajetórias de socialização da emoção nas etapas iniciais do desenvolvimento (infância 0-11 anos), articulando os achados com a fundamentação teórica do referente projeto.
Segundo Chaplin et al. (2010), grande parte dos estudos a respeito das estratégias parentais para socializar as emoções dos filhos tem sido realizada com famílias brancas, de classe média, provenientes de culturais ocidentais o que dificulta ou impossibilita a generalização dos achados para outros contextos socioeconômicos e culturais. Assim, os autores, além de considerar a necessidade de as pesquisas abordarem outros contextos, destacam que é essencial a realização de estudos com famílias de baixa renda. Dessa forma, é necessário que novos estudos sejam realizados, considerando grupos socioculturais distintos de forma a ampliar o conhecimento a respeito das interações entre pais e filhos e sobre como os pais ensinam os filhos a descrever, a lidar e a expressar emoções consideradas difíceis, como a tristeza, a raiva e medo. Os estudos encontrados refletem o papel crucial dos cuidadores nesse processo.
Acredita-se que o estudo contribuirá, de forma significativa, para à área da psicologia do desenvolvimento humano, destacando características importantes das crenças parentais, expressões emocionais e de trajetórias específicas de socialização da emoção.
Atividades realizadas pela bolsista
Participei das reuniões semanais do grupo de pesquisa, que ocorreram, esse semestre, nas tardes de segundas-feiras, iniciando às 14h.Minha participação no grupo se deu pela leitura e discussão crítica dos textos indicados pela orientadora e demais membros do grupo, que abordavam temas relacionados com a base teórica deste estudo e assuntos correlacionados. Tive a oportunidade de traçar metas acadêmicas e pessoas para o semestre em curso, assim como participar da elaboração de metas semestrais do grupo de pesquisa. Assim como, iniciar a organização de um evento científico que acontecerá em setembro de 2019.
Avaliação de experiência como bolsista de iniciação científica
Minha participação como bolsista de iniciação científica dentro deste projeto vem sendo muito proveitosa. As atividades, em geral, proporcionaram maior entendimento sobre os procedimentos de pesquisa e o aprofundamento teórico dos temas relacionados a fundamentação do projeto. O papel da minha orientadora foi fundamental nesse processo de iniciação científica. A experiência como bolsista de iniciação científica tem me possibilitado grande crescimento profissional e proximidade com o meio acadêmico, sendo imensamente positiva.
Avaliação do orientador
Sara foi uma boa bolsista. Realizou satisfatoriamente todas as suas atividades enquanto bolsista com dedicação. Acredito que esse período tenha aprimorado e enriquecido seus conhecimentos. Agradeço a bolsa concedida que muito beneficiou e auxiliou o trabalho da bolsista Sara Oliveira.
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