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boca que o nordeste b uma regiáo O PREFEITO SERIA O INTER- PRKTE DA SAUDAÇÃO DO cem, aos duzentos mil, se lhe dessem munições.

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UMA SECÇÃO

O JORNAL

EDIÇÃO DE 14 PAGINAS

ANNO XII

RIO DE JANEIRO — QUARTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 1930

N. 3.669

Juarez Tavora arrematou hontem gloriosamente o seu grande

"raid"

militar do extremo Norte á capital da Republica

situação do paiz sob o dominio revolucionário

A chegada tríumpkl ao Campo dos Afíonsos e apotheotíca a passagem pela Avenida Rio Branco do chefe

dos Exércitos Libertadores do Noite. - O general Juarez Tavora no Palácio do Cattete

¦»^*vyv^^^^^^^^*>,*>*******

O presidente Getulio Vargas é esperado hoje na capital paulista, — A chegad

do general Miguel Costa e sous companheiros de jornada a S, Paulo,—

Palavras do commandante da Força Publica paulista e do coronel João

Alberto a O JORNAL

Foi empossado hontem no governo do Estado do Rio de Janeiro, o sr, Piinio Casado,

— O general Isidoro no commando geral das forças paulistas, — O dia de

hontem no Palácio do Cattete, — O sr, Washington Luis continua

incommuni-cavei no Forte de Copacabana

Desde hontem, á tarde, se

cn-contra no Rio o heróico comman-dante do sector norte tia Revolu-ção Brasileira — o general Juarez Tavora. Não vamos tentar lazer o «eu elogio. Todos lhe conhecem a indomita bravura que o destacou tntre os genernes tia Revolução. Numa acção enérgica c efflclente, elle, em vinte e dias depoz os go-vernadores de oito Estados — cio Maranhão á. Bahia, commandando tini troço de guerreiros como elle ealdcados pelo sol ardente do nor-te. Não ha epopéa mnis gigante?-ca em nossa historia. 13, na Uni-versai, poucos guerreiros se apre-sentarão com tanta galhardia Como a língua humana 6 pobre para qualificar os grandes homens: Do general Juarez Tavora podemos apenas dizer que elle é um heroe. embora sintamos que é muito mais!

A CHEGADA

A's 16 horas, o avião da Nyrba cm que vinjava o general Juarez Tavora, surgiu no horizonte com-holado por uma esquadrilha de iicroplanos do Excrctlo que, pur determinação da Junta Governati-va, fora receber fora da barra o lieroe do norte.

No Campo dos Affonsos, não obstante a hora da chegada ser conhecida pouco antes deste, era grande o numero de pessoas que aguardavam o distineto viajante. Logo que aterrissou o apparelho, todos se encaminharam para este c quasi arrancaram, aos abraços, do seu interior o bravo general.

O PRESTITO

Debaixo de grande delírio de enthusiasmo, .formou-se o presti-to de aupresti-tomóveis para conduzir o general Juarez á residência de seu tio, o tabcllião Belizario Tavora. E, numa desfilada célere o cor-te.io rumou para o seu destino, sob a acclamação do povo posta-do cm alguns pontos de passagem.

OS PREPARATIVOS RARA A

RECEPÇÃO

A cidade toda se alvoroçou, hontem, com a noticia da parti-da do general Juarez Tavora de Victoria com destino ao Rio. Mal se soube da próxima chegada do valente cabo de guerra a esta ca-pitai, todos cuidaram de prestar-lhe' uma significativa homenagem. preparandó-lhe movimentada ma-nifestação.

A Avenida encheu-so de gente logo depois dns sirenes dos jor-naes annuncinrem a aterrissagem do avião no Campo doa Affonsos. Homens, senhoras, senhoritas e crianças, todos, estiveram a pos-tos para saudar com palmas e vi-vas o heroe do norte.

E, nesse propósito, enfrentaram o temporal que cala sobre a ei-dade.

Entretanto, correu pela Aveni-da que o bravo general nãc pas-saria por esta artéria e sim pelo Largo da Lapa visto haver

des-, .

_z

chefe do executivo municipal, quando j;'i o povo havia* conse-guido do bravo do norte que elle, em pessoa, desfilando pela Ave-rida não fizesse, como se sup-punha obrigado, mus recebesse a saudação da população da cl-dade.

O AVIÃO EM QUE VIAJOU O GENERAL

O apparelho em quo viajou pa-ra esta capitai o genepa-ral Juarez Tavora, foi por elle requisitado ó. Latecòerc, em Recife e velu pilo-tado pelo commandanU' Cordovll Pcttlt, da nossa Marinha do Guerra e antigo revolucionário.

Acompanharam o bravo general o seu ajudante de ordens e o seu secretario.

O general Juarez cido pela Avenida Mem de Sá. In-contlricnti o Largo da Lapa en-cheu-se. O povo transferiu-se para ali.

UM ITINERÁRIO IMPREVISTO Modesto, porem, o general .lua-rez Tavora quiz furtar-se ao en-thuslasmó popular, ao em vez de seguir o trajecto previsto do Cam-po dos Affonsos A suu residência, foi pelo tuniícl do Rio Comprido, passando para Laranjeiras, de onde tomou o rumo da casa dfi

.*««•:-.•.¦. ..-..*..-.w.v. —,—...—

—~-Tavora, cm pose especial para O JORNAL, no hangar da Latccoere, logo após n sua chegada ao Tampo dos Affonsos

O PONTO DE VISTA DE

JUA-REZ TAVORA SOBRE OS

NOVOS GOVERNADORES

REVOLUCIONAROIS

BAHIA, 28 (O JORNAL)— O general Junrcz Tavora con-cedeu uma entrevista á Im-prensa bahiana sobre os tiltl-mos acontecimentos.

Nella aborda o Illustre culto de guerra n questão da go-vcriiniiçn dos Estados sol) o (lomliii» revolucionário,

Na Bahia, disse o general, Juarez Tavora, só poderá rc-solver o sen enso «pós n ml-nlia volta do Rio, ou se de lá enviar Inslruceões do que fl-var resolvido.

E' prematuro, a meu ver, qualquer pronunciamento a

respeito.

Presidente Gcluilo vargns

(Illuslrnclío do urtlsta Manoel Bandeira, para O JORNAL)

seu tio, (o tabcllião Belizardo Ta-vora, a." rua Marquez de Abran-tes, 1C5.

O POVO RECLAMA A PASSA-GEM DO HEROE PELA

AVENIDA

Na casa de seu tio, o general Juarez Tavora teve pouco tempo para repousar. Aos poucos as pessoas que o esperavam no inte-rlor da casa — amigos da fami-lia c jornalistas — c o povo que estacionava nas proximidades foi augmentando. Em dado momen-to, a multidão que ovacionava o grande general, passou a recla-mar a sua passagem pela Aveni-da. E. no seu enthusiasmo,. ma-nifestou-se com tal ânsia que os parentes do intrépido cabo de guerra começaram a advogar a causa do povo. Ante a insistência dos seus, o general exclamou:

E' rmiis fácil combater ho-mens do que satisfazer o povo!

Afinal cedeu, mas ainda num requinte de modéstia, procurando esquivar-se, teve esta phrase:

Depois de vinte dias sem dormir, este arremate!

Delirantes applausos seguiram-se a essas palavras.

O povo gritava:

— Viva o grande Idealista da Revolução Brasileira!

A PASSAGEM PELA AVENIDA Rapidamente se organizou um prestito de vários automóveis em frente da residência do sr. Bellsa-rio Tavora. No primeiro carro,, o bravo commandante de sector norte da Revolução Brasileira e, nos outros, militares e povo.

A chuva lavava a Avenida. Mas grande parte do povo persistia no seu posto de espera.

E. á passagem do heroe. ova-clonou-lne o nome e bateu enthu-ciasticas palmas. Em certos mo-mentos a massa popular se aden-sava de tal modo que Impedia a marcha do prestito. De todas as partes surgiam innumeras pessoas para applaudir o bravo comman-dante do sector norte c elle, com-movido c acanhado, passava gl-gantesco na sua grande modesta.

SA CASA DO TABELLIAO

TAVORA

O JORNAL apresentou os votos de boas vindas ao general Juarez Tavora, por Intermédio do um do seus rednetores que esteve em casa do tabe|lláo Reltsarlo Tavora. Pedimos ao bravo soldado quo

nos concedesse uma entrevista. Elle, porém, allegando o seu enor-me cansaço, de vinte noites indor-midas, escusou-se delicadamente. Ouvimos, entretanto, de sua boca que o nordeste b uma re-giáo formidável, onde um povo admirável pegaria em armas aos cem, aos duzentos mil, se lhe des-sem munições.

A CHEGADA DO GENERAL

JUAREZ TAVORA AO PALÁCIO

DO CATTETE

cução do um . simples plano de manobras de uma força composta de unidades regulares, poderá avaliar o valor militar de um chefe que conduziu, através de longas distancias, sem um revés, um poderoso destacamento.

Já eram quasi 1S horas e co-meçava a chover, quando Irrom-peram as primeiras acclamações da rua. Era Juarez Tavora que chegava, ncclamado pela multi-dão. O automóvel em que viajava,

de vários acompanhado de vários outros Foi de grande animação a tardei officiaes. entrou com difflcuUladc de hontem no palácio do Cattete,

onde era esperada a visita do ge-neral Juarez Tavora, comman-dante das torças revolucionárias que operaram no 'Norte do palz. Desde cedo, antes mesmo que houvesse noticia da chegada deste chefe libertador no campo dos Affonsos, já se agglomcrava um elevado numero de pessoas junto á entrada do lado esquerdo do edifício.• Formando duas alas, os populares, entre os quaes se viam diversas senhoras e senhoritas, trazendo flores nas mãos, espera-ram longamente o momento de applaudir o famoso offlcial nor-tista.

No interior do parque, desde o portão em que se fizera o ajunta-mento popular atê a entrada pos-terlor do edifício, formara, tam-bem em duas alas, um pelotão de alumnos da Escola Militar, por entre os quaes deveria passar o carro conduzindo o general Ta-vora.

Entretanto, foi longa a espera. No interior do edifício, todo guar-dado por alumnos da Escila Ml-litar, postados Juntos âs portas de communicação, viam-se numero-sos officiaes, que vieram ao pa-iacio, seguramente, no objectivo de abraçar o antigo e estimado companheiro de armas. Os com-mentarios, entre estes elementos, eram plenamente favoráveis ao valor militar de Juarez Tavora. Os officiaes a quem interrogámos consideram que todo elogio ao commandante do Exercito de Nor-te será merecido, principalmente no que respeita ao seu valor mi-litar, que não se considera mais um assumpto para Impressões, mas um facto fundado no exem-pio recente da actividado desen-volvida pelo Exercito sob seu commando. Quem conhece o ri-gor das exIgencliiB de especializa-ção que hoje acompanham a fun-cção de commando de uma tropa militar nos seus menores movi-mentos e quem sabe dns grandes

dlííleuIdades que surgem na1

exc-no portão, por entro vcheméntês applausos da massa popular quo o envolvera totalmente e tornava quasi impossível os seus movi-mentos. Senhoras e senhoritas | lançavam flores sobro o bravo g neral revolucionário, populares | batiam palmas e gritavam, em-quanto outros procuravam subir ao carro para cumprlmcntal-o.

A todos o capitão Tavora agra- ! decia, cum satisfação. Desde que o automóvel conseguiu se des-embaraçar da multidão, trans-pondo a entrada, [oi rápida a sua marcha, por entre as fileiras de cadetes. Parando o automóvel .junto á entrada posterior, o ca-pitào Juarez desceu, com sua co-initiva e entrou para a sala ahi existente, onde o esperavam os membros da Junta e diversos of-ficiaes superiores do Exercito, além de vários antigos câmara-das do chefe revolucionário. Sc-suiu-se um momento de airope-los, ,pols todos queriam abra çal-o. U general 'lasso Fragoso o recebeu de braços abertos, chf. mando-o de general. Os outros membros da junta o receberam cordialmente.

Não se demorou, porém, o II-bert.idor do norte. Logo depois dos primeiros cumprimentos an nunciou o propósito em quo es-tava de se retirar Immediata-mente, pois viera somente fazer uma visita ao governo provisp-rio. Algumas pessoas insistiram em dcmo'raJ-o, mas o general Tasso Fragoso Intervclu em seu favor, aconselhando-o a se reli-rar para o necessário repouso,

Houve quem lhe convidasse a apparecer na sacada, afim de satisfazer o desejo da multidão agglomerada na rua, que o de-seja ver. .Mas elle se negou c chegou mesmo a dizer, quando lhe Insinuaram a possibilidade de falar, "quo declararia gucr-rsJi-a quem lhe fizesse um dls-curso. Em seguida, no melo do atropelo, voltou ao automóvel, onde tomou logar com as pes-*

Doas que o acompanhavam, su-liindó ao estrilío do carro vários soldados do Exercito.

A' sua snida. repetiram-se as mesmas demonstrações de en-thuslasmó da parte da multidão. O PREFEITO SERIA O

INTER-PRKTE DA SAUDAÇÃO DO GENERAL AO POVO

CARIOCA

Por delegação expressa do ge-nerti.l .luarez Tavora, o prefeito Adolpho, Bergaminl seria o in-terprete 'da sua saudação ao va-loroso povo carioca. Essa

com-0 PRESIDENTE GETULIO

VAR--

GAS CHEGARA' HOJE

A S, PAULO

S. TAULO, 28 (Da succursal d'0 JORNAL — Pelo tolephonc) Não se realizou, hoje, confor-mo estava annunciada, a chegada do dr. Getulio Vargas, a esta ca-pitai.

Ao que parece, s. cx. chegara amanhã, depois do meio-dia, náo ae podendo ainda se precisar a hora.

A PASSAGEM DO CHEFE GAU-CHO EM ITARARÉ' S. PAULO, 28 (Da succursal d' OJORNAL — Pelo telephone) O enviado especial do "Diário da Noite" assim descreve a estada do presidente gancho na cidade paulista de Itararé:"Itararé,

2S — Chegámos a Itararé As 14 o 20 minutos, tendo o presidente (letiillo Vargas re-cebldo formidável manifestação. Falaram nos viajantes os srs. LIndolpho Veiga e capitão liar-bosa Lima, este, em nome do Ixercito. Representando a

cida-(Continua na 2* pag.)

munlenção nos foi feita officlal-mento, á noite, pelo gabinete do

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Photographia tirada por oceasião du partida do sr. Getulio Vargas parti o Paraná, quando ia assumir o

commando da Revolução

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SABONETE.£OM ÓLEOS VEGETAES

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O Jüivwiúu — quarca-íeira, ia ae üutuoro de iyau

00 If'0 SOTiO

XIV

"^\

'az e liberdade

Ribas CARNEIRO (Para O JORNAL) Esse admirável movimento de

reacc&o popular, que do norte ao sul do paiz, tal como um venda-Va! desencadeado, destruiu todo o sctnarlo de uma falsa política, atirando longe os postiços do re-gimen, foi esplendida demonstra-çao da vitalidade brasileira.

Soturnamente andávamos para um destino Ignorado, na resigna-ção de um negativismo desolador, eob a auto-suggestao da des-crença, Intimidados, vaclllantes. cablsbaixos, emquanto em torno, na America, sentia-se o brotar incontido de uma energia nova, o repontar de uma selva rica. Tropeçávamos em esperanças.

A palavra "Revolução™ figu-rava-se-nos como vocábulo in-expressivo, qualquer coisa dc abstracto, imponderável.

Afundávamos por um escuro tunnel, onde nao vislumbrávamos nem mesmo ralo furtivo de luz. Uma espécie de fadiga moral nos derreava, fadiga mórbida, que viera nos tolher o animo sem que tivéssemos feito qualquer es-íorço.

Cerrava-se-nos a garganta e «6 em sonho é que imaginávamos » fonte, que desalterasse a sede devoradora. Um triste entorpeci-mento de faculdades lntellectuaes e moraes achanava os espíritos; uma displicência extrema annul-lava as forças.

Os problemas nacionaes se apresentavam como problemas meramente burocráticos e o Bra-sil da Independência, da Menor!-dade, do movimento abolicionista sf* parecia renegar-se.

Onde a palpltação das ruas 7 - Até mesmo a revolta popular «om o Imposto do "vintém" se as aomelhava um episódio lendário. Onde a vibração da intellectua-lidade?

Parecia mentirosa a chronlca da campanha a favor da libertação dos escravos. Uma atmosphera dc dia de mormaço embotava o es-plrlto nacional. Respirava-se a custo.

Olivolra Vianna — esse alto es-plrlto de sociólogo—lnsuspeltlssl-mo, denunciava a "tendência aml-guelra" da política e mostrava que o regime — tal como era appllcado — dopendia das Indi-gestões • das nevralglas dos chefes.

Pouco a pouco se foi sentindo que esse ar parado era o aviso de uma tempestade: nuvens co-meçavam a se reunir, colorindo-se de um tom plúmbeo.

O horizonte toldava-se e dos confins do nordeste e das co-chlllas do sul rolou surdo o trovSo.

Afinal a scentelha electrlca: começa a cair a chuva para fe-cundar o terreno reseccado.

Quem assistiu a Jornada revo-luclonarla no Rio ficou surpre-hendldo: fazia a rua, irmanada ao Exercito, a revolução alegre-mente,

DIr-se-ia que a cidade se en-galanava. Um ar de festa. Um espontâneo contentamento. Dos lábios de homens e mulheres sala a exclamação "Que belle-ra!"

Era como se estivesse a pro-clamar a Republica.

Festejavam-se as bodas do re-glme com a Nação.

Liberdade! Paz!

Cada coração de mãe, que es-tava transido de angustia deante da sinistra perspectiva de con-templar o cadáver de seu filho — ref.lorlu de súbito.

Noivas, que, lacrimosas, olha-vam sua capella de flores de laranjeiras, estremeceram de cs-peranças.

Esposas que sentiam rodar em torno de seus lares o fantasma negro da morte, sorriram des-cansadas.

Paz!

Paz fecunda desceria sobre os corações. A foice trágica que jâ estava a ceifar uma esbelta més-se, fazendo tombar espigas ai-tanclras, parava de repente.

Paz e liberdade! Anjos tutela-res da Pátria Brasileira estendei as azas protegendo essa terra lmmensa, irmanando a gente to-da, do valle amazonense aos cam-pos ondulados do sul; do nor-ãéste abrazado de sol, ás cata-ratas do Iguassu'; das margens do Mamoré ao recôncavo bahla-no!

Paz e liberdade Ergamos o Brasil unido e forte, Inspirado no amor á Justiça, dedicado ao trabalho, attento ao CBtudo, ai-tanelro nas armas.

Paz e liberdade!

AS COBERTURAS CAMBIAES

Godofredo FRANCO DE FARIA

(Para O JORNAL) Esta resoluc5o da Junta

Provi-¦orla, obrigando aos portadores dc letras de exportação a sô vende-rem-nas ao Banco do Brasil e a, mais nenhum banco nacional ou estrangeiro, é uma Iniqüidade. Fere em cheio o direito mais ele-mentar, mais rudimentar do cl-dadão brasil 'ro ou estrangeiro, entre nôs, domiciliado: q direito de propriedade. Que esta resolu-ção viesse do governo transa"to, ¦va lá.. Foi um governo de des-potISmo, ante o qual nlnguom se s"ntla seguro. E caracterizou-se mesmo pela suppressão da Hber-dade de commercio sobre o enfé e o cambio. Agora, só por um descuido poderia ser encampada pela Junta. Ninguém de bôa fé pode deixar dc reconhecer os pro-posltos de paz o do absoluto res-peito aos direitos dos cidadãos que animam os actuaes domlnndorea provisórios do palz. Aliás, a pro-pria Intensão da Junta, dc so considerar provisória, já, Importa na renuncia ao arbítrio.

A medida, porém, está Incluída na ultima parte do artigo Io do decreto" n". 19.387, de 27 do cor-rente. EBta restrlcção aos porta-dores das referidas "coberturas" de sõ poderem ncgoclal-as com o Baneo por uma taxa arbitraria-mente fixada pelo governo, além de constituir um prejuízo certo, pois ellas fatalmente terão pie-ços mais bem romuneradores se no mercado cambial houver Hber-dade commerclal, é contraria, tal medida, ás leis econômicas

natu-raes.

Com effeito, nestas occaslõcs de crise econômica que se ca-racterlzam pela baixa do cam-blo, este é effeito e não causa da diminuição das importações, emflm, dc uma maneira gorai, do decrescimento da9 nossas obrl-gações externas. A causa ê a re-tracção do nosso credito cxtc*no, ou do nosso poder aciiuislttvo em virtude da pouca confiança que nestes momentos inspiramos nos exportadores para o Brasil. Não havendo probabilidade áa suecesso âs vendas das merca-dorlas Importadas pelo nosso commercio, os produetores. IA fó-ra, restringem-nos as suaB re-messag. Desfarto o cambio cm baixa nunca podo ser tão no-eivo, assim, A nossa economia. Agora, encarando este phenomo-no pelo lado da exportação, a

Drs, Affonso Penna Junior

Salvador Pinto Junior

i Olímpio Carvalho

ADVOGADOS

rRAVKBSA DO OUVIDOR SU

a* — Tele. 4-8380 • 3-0400

baixa do cambio sfi pode ser benéfica a nós.

De facto, quem conhece o menelo commerclal sabe que a circulação das mercadorias se fazem em geral, a credito. Do maneira que o exportador tem, na baixa cambial, a compensação dos* seus compromissos anteriores "cm "mllreis" vendendo pelas ta-xas baita-xas do cambio as refe-ridas letras. Apurando mais "milréis", solvem-so, em melhoreB condições, os respectivos com-promlssos anteriormente feitos em nossa moeda, custo da producção da mercadoria exportada.

Assim pois, achamos que aquella parte do referido decreto foi um cochilo da Junta, e, supprlmin-do-a, isto é, dando-se aos pro-'prlctarios

das letras a liberdade de commerclal-as com quaesquer bnncos, o simples jogo dos fa-ctores da offerta e da procura mcdlr-lhes-á, com justiça e pie-na legalidade, o verdadeiro pre-ço. Isto Importa no encoraja-mento das nossas exportações que, Incontestavelmente, são um dos elementos do nosso futuro reajustamento econômico. D-íssa maneira, ns leis naturaes eco-nomiens deixam de ser contra-rladns pela medida e tenderão, fatalmente, a reconduzir o cam-blo para a alta,

Releva, notar que tal restrf. cção aos proprietários das lc-trás tinham por fim munir o governo passado de coberturas para os seus saques ás praças estrangeiras em pagamento de material bellico encommondado.

Assim, os exportadores que não pudessem conservar os seus créditos no estrangeiro seriam, por isso, forçados a vendel-cs A taxa R 5|16 arbitraria do Banco do Brasil. A medida, além de afu-gentndora das letras coberturas, deprimindo os nossos recursos camblaes, é em tudo, prejudicial A conectividade econômica. E' In-justificável na situação actual cm que a Junta recebe a consagra-ção publica.

Desceu em Tablada uma

esquadrilha de aviões

francezes

MADRID, 2S (H.) — Procedente de Rabat, desceu hoje no acrodro-mo de Tablado, As 11 horas, uma esquadrilha de avlOes francezes, sob o commando do general Ar-mengoud. Pelos euus collegas nes-panhoes foi offerecido um almoço nos aviadores francezes, quo foram naudados em nomo da aviação hes-panhola pelo goneral Halmes.

AWM^WMWWVWVWSiWWWWM^AAA,

Condemnação de um

depu-tado socialista da Polônia

VAHSOVIA, 2S (H.) — O ex-deputado soclallstn Kwapluskl foi hoje julgado em primeira Instância e condemnado a um anno de prl-silo por manejos subversivos e In-cltamento á revolta contra o go-verno.

Bonificação aos nossos assigaantes

A todos os nossos leitores que tomarem uma

assi-gnatura annual, em nosso balcão ou com os agentes

do Interior, concederemos a bonificação dos últimos

dois mezes deste anno, ficando o vencimento da

mes-ma mes-marcado para 31 de dezembro de 1931.

A GERENCIA,

••i.—«*"*""" "¦'"•' '¦•-*<" *••• t9**rmr+*9pr*t*yf» __ 1

A revogação do

"feriado"

A redacção d'0 JORNAL, com certa malícia, fechou entre as-pas esta denominação de "fe-riado", com que o presidente destituído teimou em designar a moratória que determinara conceder, usurpando, — um po-der constitucional, que alardea-va governar dentro da Constl-tuição — funcçõss posltlvamen-te legislativas. Se, de facto, o Governo entendesse, aliás com excesso de seus poderes, decla-rar feriados os dias que decor-reram de 6 a 20 de outubro, toda a vida dos negócios fica-ria completamente paralysada: não só os bancos cerrariam as portas; era o commercio em peso, eram os trlbunaes que cessariam a sua actlvldade. E o texto da lei era tão explicito, que os trlbunaes de S. Paulo, sem immedlato contacto com os os salOes e as saletas do Mi-nisterio da Justiça, suspendeu desde a primeira hora os seus trabalhos. Aqui no Rio de Ja-nelro, porém, não faltaram os agente de lialson, os leva e traz. que se incumbiram de revelar naquelle pallmpsesto, por de-baixo da escrlpta deBptclenda, que se Ha, o verdadeiro pen-samento presidencial, que não se podia formular. Ao mesmo tempo práticos e complacentes: práticos, porque compreende-ram o absurdo de se pôr em execução o que estava escrlpto, e complacentes com as ordens secretas, mais veneraveis que a letra clara dos diplomas le-glslatlvos, os trlbunaes abriram de par em par os seus pórticos e cancellos. Os actos judlclaes continuaram sossegadamente a praticar-se, máo grado o feriado durante o qual se determinava ficassem suspensos os actos lm-praticavels nos dias feriados nacionaes, No mundo dos ne-goelos, das curues da Associa-ção Commerclal, o "língua", correio e trombeta, do Governo, o infatlgavel e inexaurlvcl sr. Costa Pires, informava nos seus dignos pares o que era o "fe-rlado".

O "feriado" acabou com o decreto hontem publicado, em que a Junta Governativa Pro-vlsoria não esqueceu a cláusula de se tornar elle exeqüível a contar da própria data de sua publicação. E o decreto, que tem pelo menos o mérito de chamar as coisas pelo seu no-me, procurou attender ás clr-cumstanclas do momento, pre. parando o regresso á-HBorfnali-dade. T^J_-peV-Tstõ, penso eu, jjue—sueelevou a 33% a

per-centagem eriglvel dos depósitos bancários, que vençam juros. Ha quem argumente contra isto com um raciocínio que não me parece procedente.

Confronta-se o pouco e min guado que se arrecada, devido á crise, com os 33 % dus rctl-radas autorizadas. O argumen-to não tem maior valia, por-que estes 33 % asslgnàlam ape-nas um limite que na grande maioria dos casos não será attingldo. De outro lado, com a paz que se Instaura, a ordem que se restabelece e a con-fiança que resurge, cria-se uma atmosphera grandemente pro-plcla á renascença e ao desen-volvlmento dos negócios. A con-stltulção definitiva do novo Governo, com a próxima che-gada do dr. Getulio Vargas, dará logar seguramente a me-dldas que virão corroborar « acção destas forças psycholo-glcas quo têm na vida eco-nomica uma acção multo mais efflcaz do que talvez se stip-ponha.

Um outro ponto que, ao que ouvi, deu logar a certa duvida foi a disposição do art. 6o, que. para compensar de certo modo o prejuízo da moratória, esti-pulou o juro de 10 % ao anno em beneficio dos títulos, que não vencerem juros convenclo-naes, durante o prazo da pro-rogação concedida. Ha quem sustente que estes Juros se computam a partir da data do decreto. Mas o texto não se presta a esta cavlllRÇão. Basta que se attente nas palavras "durante o prazo da prorogação ora concedida". Ora. a prnro-gação concedida se appllca assim aos títulos que se ven-cerem da data do decreto até / 30 de novembro, como aos ven-cldos de 3 a 27 de outubro, contando-se do vencimento de enda um a prorogação de 30 dias. Logo, os juros são devi-dns, quanto aos títulos venci-dos neste período, desde a data do respectivo vencimento, e não a contar dn d.itn do derreto que criou esta obrigação. E' o que se me afigura indisputável.

Interino

|A situação do paiz sob o domínio revolucionário

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o "dox** r.vRTinA'

brevemen-TE PARA .NOVA V0U1C BERLIM, 28 (H.) — a Agencia Wolf annuncia que, ja tendo ter-minado os v6os de experiência, o liydroavl&o gigante "Dox" partirá, por estes dias, pura o seu "raid" ri. Nova Vork, via Amsterdam, In-glaterra, Açores o Bermudas. A cqulpagem do "Dox" 6er4 de 12 iiomens.

0 antigo deputado Alfredo

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activida-de política .

BUENOS A1KES, 2S (H.) — O ex-chefo socialista sr. Alfredo Pa-lacios, ha multo afastado das lides políticas, aceitou o convite para reincorporar-so no partido socla-lista argentino.

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BUENOS AIRES, 28 (H.) — Fo-ram os seguintes os resultados dos Jogos de hojo do campeonato In-ternacional de Tennis.

O Irlandez Rogers venceu o ar-gentlno Zappn, por C|3, 3jC e 8|6,

Duplas mlxtas:

Lill Alvarez — Del Castlllo. Ven-ceram sra. Obarrlo Agulrro-Ro-bsoon, por 8|0, S|10 e í|3.

0 PRESIDENTE GETULIO

VAR-GAS CHEGARA' HOJE

K S. PAULO

(Continuação da 1". pag.i de falou o ir. Alceu Machado, produzindo patriótica allocução. O presidente Getulio Vargas desceu â plataforma da estação coberto com a bandeira nacional entre filas dc senhoritas. No pa-teo da estação, literalmente to-mado pelo povo, em nome do chefe civil da revolução vlctorlo-sa, o deputado Antunes Maciel agradeceu a manifestação.

Não podemos precisar a hora da chegada ahi. Acredito que nas primeiras horas de amanha. A PARTIDA PARA S. PAULO

S. PAULO, 28 (Da succursal d'0 JORNAL — Pelo telephone) — O seguinte telegramma do commandante João Pio Almeida, chefe do serviço de informações do controle do commando geral das Forças Nacionaes, diz que a chegada do dr. Getulio Vargas a esta capital, se dará á noite. Este despacho está assim redigi-do:

PIRAHT, 27 — Está iniciando sua marcha em direcção ao Rio, marcha que. não seria abandonada mesmo que os acontecimentos da capital da Republica não houves-sem notificado a victoria revolu-clonarla, o presidente Getulio Var-gas, cercado de seu estado maior, trazendo cm sua comitiva os emls-sarlos da Junta Governativa que chegaram hontem, vindos de avião, Deixou Ponta Grossa hojo, âs 16 horas, recebendo na par-tida da "gare" da estação enthu-Elástico bota-íôra. As cercanias da estação e a "gare" estavam totalmente oecupadas pela massa popular, senhoras e autoridades que victoriaram o presidente.

Manifestações de enthusiasmo vêem-se realizando no transcur-so do trem, mesmo nas povoaçõòa onde era impossível deter a mar. cha do trem especial. Prosegue viagem sobre calorosas provas de enthusiasmo do povo paranaense libertado, ouvlndo-se commumcn-te victorlar Oswaldo Aranha, con-siderado em todo o palz, a alma dynamica da Revolução. Em vir-tude de ordem dc desmoblllzação dos batalhfics civis, estão regres-sando ao Sul, dando motivo a ca-da encontro com o trem preslden. ciai a novas e enthuslastlcas de-monstrações de apreço ao presl-dente, notaildo-se cm todos os semblantes dos nobres soldados cl-vis serena satisfação pelo dever cumprido e contentamento dc vol-lárem ft, terra gaúcha. Provável-mente o presidente chegará em São Paulo amanhã â noite, onde sua demora serft pequena sem, en. tretanto, poder-se fixar o tempo — João Pio Almeida, chefe do ser-viço de Informações do controle do commando geral das forças nacio-naes."

A HORA UA CHEGADA DO DR.

GETULIO VARGAS A S. PAULO

S. PAULO, 28 (Da Succursal do JORNAL — Pelo telephone) — Se-gundo. alguns telcgramniat*; vln-dos-de Itararé o combolo^tie cnn-duz o presidente gaúcho testa ca. pitai teria partido daquella local!-dado As 17 horas; Desta forma, se as paradas forem as communs o dr. Getulio Vargas deverá shegar a esta capital áj 7 horas da ma-rhã.

Todavia, chegaram mais tarde novos despachos, annunclando que o referido comboio havia soffrido um atrazo relativamente pequeno, na occaslão em que ia deixar a cl-dade da fronteira paulista. Nn es-tação da Sorocabana nos Infor-muram que o presidente Getlillo Vnrpas chegaria fts 7 horas da manhã.

Nüo se podo portanto fixar com segurança qual a hora cm nnc s. ex. estará nesta ciriacle nté ás 10 horas da manhã, o mais tar-dar, po:3 rcsume.se que o trem em que s. cx. viaja não tem que fazer paradas muito prolongadas porque passará na grande maioria das cidades do trajecto cm horas altas.

AS FORÇAS GOVERNISTAS DE ITARARÉ'

Vamos agora transpondo a fronteira do grande Estado de São Paulo, a qual esteve na immlnen-cia de ser sacrificada pela crimi-nosa obstinação do déspota do Cattete.

Itararé, a posição dc reslsten-cia das forças i erreplstas, acha-va-sc guarncclda com as seguln-tes forças, sob o commando do coronel Paz de Andrade: o 4.° B. C o 4.° B. C. D., o 5." R. C. D., restos do 4." R., que escapa-ram de Uruguayana, 3 baterias, sendo duas de 75 e uma de 125, 1." R. I., tres baterias da Força Publica de São Paulo, um esqua-drão da Força Publica de São Paulo, num total de quatro mil e quinhentos homens.

Esta força dispunha de oitenta metralhadoras pesadas, cento e sessenta fuzis metralhadoras, trln-cheiras abertas na extensão de quatro kilometros c quinhentos metros.

A RENDIÇÃO DO CORONEL PAZ

As nossas forças, com um effe-ctlvo de doze mil homens appro-xlmadamente, já envolviam a. po-sição dos pcrrcplstas, aguardando a ordem dc ataque definitivo, quando o coronel Paz sentldo-se isolado entregou com vida as suas forças, declarando que não podia adherlr porque estava vlctorlosa a revolução, mas que prestaria seus serviços sempre fossem jul-gados necessários.

A ENTRADA EM ITARARÉ' Estamos chegando a Itararé. Ae baterias começam a salvar. A gare está repleta de forças c ban-das de musica, (a.) João Pio Al-melda, chefe do serviço offlclal de Informações e controle do com-mando geral das forças nacio-naes."

ECOS DA REVOLUÇÃO

O funcclonario da Inspectória dc Mattas e Jardins, e ex-snrgen-to da Policia, Benex-snrgen-to Monteiro Guedes, que, tendo occtlpado o edifício dos Correios e se empos-sado no cargo de director foi, hontem, deposto o substituído pe> lo sr. Scverlno Nelva.

A Revolução triumphante e a

pala-vra de seus

"leader?

COMO 0 DEPUTADO LINDOLFO COLLOR SE REFERE AO 6RANDE

ACONTECIMENTO POLÍTICO

No Hotel Gloria, onde se acha hospedado cm companria do sr. Oswaldo Aranha, o sr. Lindolpho Collor teve a gentileza de trans-mlttlr, ligeiramente, algumas lm-pressões a O JORNAL, mesmo no atropcllo das primeiras horas. EM PHASE DE ORGANIZAÇÃO

Torna-se difflcil fixar atra-vês de uma palestra rápida — dis-sc-nos o vibrante parlamentar — os contornos do momento politl- v co. A hora é de trabalho intenso, \ vivo, perseverante, para repor a' ordem das causas. -E estou certo dc que o conse-gulremos rapidamente, apoiada como se sente a Revolução pela solidariedade Impressionante do Povo Brasileiro.

HARMONIA ABSOLUTA DE VISTAS

Não ha que resaltar elemen-tos de victoria. A' lndomlta co-ragem civlca de meu Estado res-ponderam as demais unidades da Federação. Minas, a gloriosa e in-vlcta, esteve extraordinária.

Norte e Sul unidos no mesmo anseio de liberdade, pelo mesmo ideal de reivindicação repuhllca-na, bem cumpriram a sua mtSBão, na mais perfeita harmonia de vis-tas.

A CAMPANHA DA MENTIRA E DA CALÜMNIA

Passando a outra ordem de ldêas, o eminente parlamentar gaúcho, entrou a se roferlr ainda

á sua missão na Argentina: A minha estadia no vizinho paiz platino teve como objecto annullar a campanha de mentiras e de calumnias que Ji prevíamos fosse feita pelo antigo governo. Não fui comprar munições, nem procurei entendimentos com as figuras de responsabilidade da Ar-genttna, das quaes discretamente me afastei. Servlndo-me do ra-dlo, procurei organizar um servi-ço completo de informações, dan-do a conhecer aos demais pnl» zes objectivos da Revolução Bra-sllelra e ao povo ludibriado a marcha do glorioso movimento. Vale a pena accentuar ainda o ambiente de sympathia desperta-do na Imprensa platina pela revo-lução triumphante.

Todos os órgãos de responso bl-lidade daquelle paiz acompanha-ram com real interesso o movi-mento reivlndlcador. Quanto wals noticias eu fornecia mas me pe-dlam.

PAZ, ORDEM E TRABALHO Ainda algumas considerações geraes e o sr. Lindolpho Collor concluiu, Jâ solicitado por outras pessoas:

Triumphante a Revolução, lntegrndo o Brasil na posse de si mesmo, assegurado os seus direi-tos postergados pelos exploradores do reglmen, num ambiente de paz, ordem e trabalho, dentro em pouco, teremos consolidada de-finitlvamente a obra gigantesca da restauração nacional.

No Ministério da

üuerra

OS ACTOS DO GENERAL LEITE DE CASTRO O general Leite de Castro ml-nistro da Guerra, durante a ma-nha. de hontem deteve-se no seu gabinete a providenciar sobre questões urgentes.

Depois deixou o Ministério, voltundo ás 14 horas.

Os officiaes c o qjefe do ga-Unete do ex-ministro Sezefrcdo <iue embora dispensados da com-missão que exerciam, continuam a- disposição do actual ministro, também compareceram, entre-gando-so á tarefa de regularizar os papeis que se encontravam em andamento.

A's 14 horas o general Leite de Castro voltou ao seu gabinete de trabalho, tendo conferenciado com vários chefes de serviço e oommandantcs de unidades.' O CASO DO DIRECTOR DA I

DA GCERRA

Na. Directorla du Intendenela ;la Guerra occorreu um facto In-teressanté no primeiro dia da re-voluçao. O general Pedro cie Alcântara, que fora afastado j.i ha multo da sua direcção devido aos commentarios, que não sn na Imprensa, como no meio militar se faziam em torno da suu ad-mlnlstração e que logo que ir-rompeu o movimento no sul, cor-ren a se apresentar ao então ml-nistro ria Guerra, offerecendo os seus serviços, entendeu de pren-der o actual director general Xn-vier de Barros, assumindo a res-pecüva direcção.

As autoridades militares fica-ram surprohendidas cum o gCL-to daquelle general, nSo so pelo fa-cio do general Xavier não exercei-nenhum commando de tropa como por não ter tido o general Alcântara nenhuma intorfereri-cia no movimento revolucionário. Além dc prender o general Xavier, o general Alcântara aln-da lnflingiu vexames á sua fã-mllla.

Informado do procedimento Irregular, o ministro da Guerra reintegrou o general Xavier e or-denou ao gcncra.l Alcântara para justificar o acto que commetteu. O PRAZO PARA

APRESENTA-ÇAO DE SORTEADOS O ministro mandou publicar no Boletim do Exercito, pura conhecimento dos contmandantes das regiões comprehendldas na 1* zona militar que fica proroga-do por 15 dias o prazo para a apresentação dos sorteados con-vocados para o serviço do Exer-cito.

SUSPENSAS AS VANTAGENS DE CAMPANHA Em aviso ao chefe do Depar-tamento da Guerra o ministro ordenou que seja publicado nn Boletim do Exercito que ficam suspensas, a partir de 24 do cor-rente, inclusive, todas as vanta-gens de campanha, mandadas abonar aos officiaes e praças.

ACTOS DO MINISTRO O capitão Achlllcs Lima de Moraes Coutlnho foi dispensado (lo logar de instruetor de equl-tação da Escola de Estado-Maior,

Por ordem da Junta Go-vernatlva foi posto á sua dispo-Bicão o coronel Itaymundo Bar-bosa Rodrigues.

O 15° regimento de ca-vallarla independente foi man-dado ficar subordinado A 1* re-gião militar, sendo desligado da Escola dc Cavallarla.

Foram transferidos os 1°' tenentes Alnta Clair Peixoto Paes Leme do 7° para o lo resimento de artilharia montada (Villa Mi-lltar) e Abílio Lopo Mendes, da 4* bateria Independente de àrtl-lharia de costa (Lage), para o quadro supplementar.

O CORONEL PAULO DE OLI-VEIRA

Tendo tido nlta do Hospital Central do Exercito, onde se achava recolhido desde que se apresentou á prisão, apresentou-se ao chefe do Departamento da Guerra o coronel Paulo do OU-veira.

0 REGRESSO DO

GENERAL

NEPOMUCENO COSTA

SUA APRESENTAÇÃO AO MINISTRO DA GUERRA O general Ncpoinuceno Costa nomeado pelo governo deposto

pa-ra commandar as tropas que de-viam operar cm Santa Catharlna, Estado que, a cxccpçao da capital, estava completamente occup.uio pelas tropas revolucionárias, che-sou ante-hontem, á noite a esta uapltr.1.

O general Nepomuceno veiu acompanhado dos officiaes do seu listado Maior e viajou a bordo do "Itassuoé"

que fora Incorporado A esquadra, para servir como trans-pjrte do guerra. Por determinação das autoridades militares o "Itas-sü;é." fundeou ao largo, de meto que só hontem pela manhã ocoor-ren o desembarque daquelle gene-ral e seus auxiliares.

A's 14 ' ras o general Nepo. muceno Costa foi ao Ministério da Guerra dirtgindo-se logo para as dependências do gabinete mlniete-rial. Como o gene.ai Leltt» oe Castro estivesse atarefado, o com-mandante das tropas que não pu-deram realizar a missão que lhes fora confiada, entreteu-se a palcs-trar com officiaes que estavam nas •i. '."-salas do gabinete do mlnis-tro.

O general Nepomuceno mostra.-va-se rlsonho e conversador.

Depois de algum tempo ile es-peru. foi o general Nepomuceno Costa recebido pelo ministro da ( u, :•:•.-.

O "ITAPVHY" TROUXE CERCA DE 600 CONTOS De. bordo do vapor. "Itapuhy", também procedente do sul e che-gado ante-hontem, á noite, foi re-movido para bordo do "Itassucé" um caixote com a quantia de 550:000^000 juc foram confiados Aquelle general para oceorrer ás despesas com o seu destacamento.

COMO O CORONEL MEIRA LI .MA TRATAVA OS OFFICLAES

REVOLUCIONÁRIOS Do boletim do commandante da 1." região militar, general Flr-mino Borba, na parte relativa á apresentação do officiaes ao seu Quartel General, transcrevemos o .seguinte:

..." Capitão Luso Alves Garrido, do 5." B. C, por ter sido mettldo no xadrez da Penitenciaria pelo coronel Meira Lima (director) e posto em liberdade pelo tenente-coronel Sotero de Menezes com a victoria da revolução pacifica-dora."

FOI PRESO O BACHAREL DJALMA ROCHA A policia prendeu, hontem, o bacharel Djalma Rocha, organl-zador de batalhões patrióticos para a defeBa do governo deposto. A prisão do dr. Djalma Rocha foi effectuada no edifício do Fo-rum, dc onde foi elle levado para a Repartição Central de Policia, sendo apresentado ao coronel Ber-tholdo Klingcr.

O EXPEDIENTE DA 3.' DELE-GACIA AUXILIAR O dr. Francisco de Paula San-Hugo, 2." delegado auxiliar, foi designado pelo coronel chefe de Policia para despachar o expe-diente da 3.' delegacia auxiliar até que seja nomeado o respcctl-vo delegado.

REASSUMIU O CARGO DE DELEGADO DE POLICIA O dr. João José de Moraes, de-legado do 7.» districto policial, reassumiu hontem o seu cargo na referida delegacia.

Nesse sentido aquella autorlda-de officlou ao 1.* autorlda-delegado auxl-liar interino.

0 GOVERNO PROVISÓRIO DE

GOYAa

Como já noticiámos, o tenente-coronel Antônio Pyrlneus de Souza foi designado pela Junta Governativa para assumir o go-verno provisório do Estado dc Goyaz.

O coronel Pyrineus de Sou*» ê um offlclal de nome feito no Exercito, tendo antes de deixar esta capital, commandado a Ea-cola de Sargentos de Infantaria. O seu commando foi um dos mais proveitosos que já teve aquella Escola, quer pela orien-tação technlca que lhe Imprimiu como pelos melhoramentos In-troduzldos em aua sede,

O tenente-coronel Pyrineus de Souza exercia agora o comman-do comman-do 6« B, C. »m Ipamery.

0 FUNCCI0NAMENT0 DA CASA

OE DETENÇÃO

Verificou-se na Casa de Deten-çâo, domingo ultimo, um episódio que traduz na singeleza da scena que offereceu o cuidado com quo as novas autoridades zelam p>-x socego da população e o enthu-slasmo com que se lançam nu cumprimento das missões de sé-rios perigos.

A attitude dos presidiários do via, forçosamente, soffrcr o re-ileso do movimento triumphante na sexta-feira da semana passada. E assim occorreu, logrando os de-tentos, a certo Instante, partir os, fechos dos cubículos e vir agglo-merar-se no longo quadrilátero em que tres ordens de gradil os separam do mundo. Ora, se :i falta disciplinar constituía motivo para repressão, o ajuntamento, podendo de súbito transformar-.-c em núcleos dc ataque, represe:;-tava uma forte ameaça. Foi o que comprehendcu o major Villa..a Guimarães, commandante geríil dos presídios, encontrando por parte do funccionallsmo quo o a>-sistia a collaboraçâo necessária par» o rápido desdobramento de providencias efflcazes.

Penetrando no Interior do qua-drllatero, o major Vlllaça Guima-ráes, apôs a formatura dos re-clusos em duas ordens de fileira, dirigiu-lhes a palavra, proferindo um enérgico discurso cm que lhes mostrou a posição em que ae achavam perante o corpo social e as normas de Justiça que o pre-servam e defendem. Mas, não é tudo; o tenente Archanjo, perte:t-cente 1 Policia Militar, resolveu,' espontaneamente, conservar-se en-tre os presos, zelando pela ordem que fora restabelecida. E' fácil avaliar o risco a que se expo; risco que avulta, desdo que con-sldercmos que uma tentativa de Insubordinação fatalmente o vlrti-maria, quer pela impossibilidade para rcfuglnr-se, quer pelos odt..;. que naturalmente o visariam.

Foi a seguir realizada a pos.-e do dr, Octavio Pestana de Aguim-, achando-se a Casa de Petençfni em perfeito funcclonamento, com todo o pessoal a postos, Inclusl-e a encarregada da dactylographi.i e o corpo medico.

0 REGRESSO DO DR, PEDRO

ERNESTO E DOS SEUS DOIS

ASSISTENTES EM CAMPANHA

Telegramnia do nosso corres-pondente em JuIí de Fora an-nuncla a chegada, hoje, a csia capital, ás 14 horas do dr. Po-dro Ernesto, director do conh-fido estabelecimento hospitalar deste nome. e dos dra Jonas Ru-cha e Hugo Guimarães, que fo-ram assistentes do primeiro nos serviços de cirurgia das forças mineiras em operações.

Como é de todos cabido, o II-lustre facultativo é um revolu-clonarlo convicto, tendo abraçado desde 1924 a causa daquellcs qua pugnam por um Brasil me-lhor.

Desde aquella época que o mi -dlco patrício auxiliava, de vários modos, a caum. revolucionaria.

Explodindo o movimento cie agora e avisado em tempo, conm leal batalhador que era, partiu o dr. Pedro Ernesto para Minasincorporando-se

ás forças revo-lucionarlafl. onde lhe foi deferido o posto d* tenente-coronel chefe do corpo de saude.

Na chefia deste corpo prestou relevantes serviços á causa na-clonal, deeompenhando-Be da missão que lhe foi confiada com o desvelo e a competência que to-dos lhe reconhecem.

Foram seus auxiliares Immc-olatos, tornando-se também mu-recedores de elogios e da > ra-tldfto dos soldadOB mineiros os seus assistentes drs. Jonas *Ru-cha e Hugo Guimarães.

De volta de Minas, onde a actl-vidade que desenvolveram nunca será esquecida,'' é que chegam hoje, a esta capital, preparando-lhes os seus amigos e admirado-res festiva recepç&o.

A

CENTRAL DO BRASIL, A

OESTE DE MINAS E 0

DEPAR-TAMENTO NACIONAL DE SAUDE

TÊM NOVOS DIRECTORES

A Junta Governativa Proviso-ria resolveu, hontem, declarar sem effeito o aoto pelo qual foi nomeado o dr. Luiz Carlos da Fonseca para director da Central do Brasil, nomeando, para sub-stltull-o o engenheiro Caetano Lopes,

Também, por actos de hon-tem, a Junta Revolucionaria no-meou o dr. José Bhering para director da Estrada de Ferro Oeste de Minas e o dr. Alberto Vieira da Cunha para director do Departamento Nacional dc Saude Publica.

0 sr. Pires e

Albuquer-que, ministro

procura-dor da Republica pediu

demissão

Com o «r. general Tusso Fra-Bfoeo esteve, honlem, no Cnltete o ministro Pires « Albuquerque. demornndo.se em conferência repra de 20 minutos. No correr desta o sr. ministro Pires e AI-buqntrqoe depoz nas mSos da Jonta Provlsorin o cargo do Yrocnn&or Geral da Republica

O sr, general Tnsso Fragoso solicitou que se mantivesse no carjfo, curando os Interesses da Faisenda M6 a definitiva organl-**0«o do governo,

(Continua na 3'. pag.)

Dr. Haroldo Valladão

Advogado, Urre Docente Dlr. Internnc. Privado na ünlver-d-dadt. Qn-ntÔes sobre direito do •straocelro, ele. — Ouvidor 6», 2* — a Postal 1083 — Phone: i»bB6S,

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