• Nenhum resultado encontrado

Património e urbanismo com difícil articulação Pág 3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Património e urbanismo com difícil articulação Pág 3"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4257• Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 10 PATACAS

3

0

anos ao serviço

de Macau

Subsídios crescem

para reduzir turmas

O Governo vai aumentar os sub-sídios por turma às escolas par-ticulares do ensino não superior. A meta é melhorar as condições de ensino. Pág 5

Banquete provoca

demissão humilhante

Um dirigente chinês foi afas-tado da gestão de um parque industrial por ter oferecido um banquete. A fúria da população acabou com a festa.

Pág 13

Esperança persiste

no 25 de Abril

No IPOR, voltaram a ouvir-se as palavras que há 39 anos li-bertaram Portugal da opressão. Sessões de cinema revivem a Re-volução dos Cravos. Pág 9

Comissariado do MNE na RAEM

acusa EUA de ingerência

O relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre os Di-reitos Humanos em Macau ignora a verdade e representa uma ingerência em assuntos internos, criticou o Comissariado do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM. Em co-municado, o Comissariado frisou ainda que a política “um país, dois sistemas” está bem implementada em Macau e a Lei Básica assegura os direitos e a liberdade dos residentes. No relatório, Washington apontou algumas falhas à RAEM, em áreas como o sistema laboral ou a liberdade de imprensa e de expressão.

“Tri-Decade” envia carta de protesto

contra visitas a santuário japonês

A “Tri-Decade Action Union”, associação de jovens de Macau, enviou ontem uma carta ao Consulado do Japão em Hong Kong, protestando contra as recentes visitas de membros do Governo e deputados nipónicos ao santuário de Yasukuni, que a China considera como um símbolo da opressão japonesa durante a pri-meira metade do século XX. O vice presidente da associação, Lai Man Fai, salientou que o comportamento dos políticos de Tóquio ignora a História e prejudica a amizade entre o Japão e a China. A carta é destinada ao Primeiro Ministro nipónico, Shinzo Abe.

Património e urbanismo

com difícil articulação

Pág 3

FOTO JTM

Descargas de água

minam “confiança”

na DSPA

A situação do tratamento das águas residuais é muito “preocupante” em Macau, adverte Kwan Tsui Hang. Para a deputada, a DSPA fiscaliza mal e tardiamente.

Pág.2

DEPUTADOS QUEREM OBRAS DE GRANDE IMPACTO SEMPRE COM CONSULTA

Pág 11

Campanha por Sichuan

aumenta em Macau

(2)

Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 JTM | LOCAL 03

02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 25 de Abril de 2013

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Helder Almeida (editor), Fátima

Almeida, Pedro André Santos, Sandra Lobo Pimentel e Viviana Chan • Secretária Redacção: Susana Diniz • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo), Rui Rey e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção

e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

DIFICULDADES EM ARTICULAR LEI DE SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO E PLANEAMENTO URBANÍSTICO

Obras de grande impacto sempre com consulta

D

a Lei de Salvaguarda do Património Cultural consta a hipótese de obras de grande impacto serem submetidas a consulta pública. Mas os de-putados querem a certeza. Durante a discussão em sede de comissão, houve quem sugerisse que essa prática seja obrigatória. As cotas altimétricas estabelecidas no novo diploma podem colidir com a Lei do Planeamento Ur-banístico também a caminho. Os assessores da Assem-bleia Legislativa e do Governo estão a tentar encontrar soluções.

Na reunião de ontem da 3ª Comissão Permanente, deputados e membros do Executivo debateram três artigos da Lei de Salvaguarda do Património Cultural durante três horas. O diploma prevê que “os estudos e os projectos de obras de grande impacto de iniciativa pública ou privada devem ser apreciados pelo Institu-to Cultural e ser submetidos a parece do Conselho do Património Cultural”. E prevê ainda que estes projectos possam ser submetidos a consulta pública, por decisão do Chefe do Executivo.

No entanto, um deputado deseja que o artigo 44.º vá mais longe. Segundo o porta-voz da comissão, Cheang Chi Keong, foi levantada a “hipótese de ser obrigatória e não facultativa. Um membro pediu para que a consulta pública seja obrigatória”. Isto de modo a garantir a “par-ticipação do público”.

Se o Executivo vai abraçar a sugestão, o porta-voz da comissão não sabe. “O Governo tomou nota, mas não sei como vai decidir. Cabe ao Governo analisar as suges-tões”, respondeu, interpelado pelos jornalistas.

Segundo o diploma, são entendidas por obras de grande impacto, “nomeadamente os edifícios, as obras hidráulicas, as infra-estruturas, as vias de comunicação e outras obras de urbanização”. E que, esclareceu Cheang

A Lei de Salvaguarda do Património Cultural

continua a ser analisada em sede de comissão.

Um deputado defendeu ontem que as obras de

grande impacto devem ser sempre submetidas

a consulta pública. O Governo ficou de pensar.

Difícil está a ser articular este diploma com

o planeamento urbanístico também em

elaboração. As cotas altimétricas podem saltar

fora de uma destas leis

Chi Keong, envolvam edifícios classificados ou zonas de protecção

Várias cotas altimétricas

Em discussão estiveram também as cotas altimétri-cas. O artigo 43.º prevê que, por despacho do Chefe do Executivo, “podem ser estabelecidas cotas altimétricas para obras de construção, reconstrução ou ampliação nas áreas periféricas das zonas de protecção, com vista a proteger a contemplação e a vista dos imóveis classifica-dos, bem como preservar o seu enquadramento urbanís-tico ou paisagísurbanís-tico”. Um artigo que poderá colidir com a Lei do Planeamento Urbanístico. “Como podemos articular esta norma com o planeamento urbanístico?”, questionou Cheang Chi Keong.

“Perguntámos qual é a intenção legislativa do Go-verno”. A resposta remeteu para casos ainda por resol-ver. O prédio que ameaçou tapar o Farol da Guia foi a principal razão para se criar esta regra, recorda o mesmo responsável.

De acordo com explicações de membros do Gover-no, a lei em causa começou a ser elaborada antes da Lei do Planeamento Urbanístico. “Por isso, actualmente, podem existir problemas de harmonização e articulação entre estas propostas de lei. (...) Há uma grande margem para fazer ajustamentos”. Em termos hierárquicos, ex-plica Cheang Chi Keong, “a lei do património é uma lei

especial, enquanto que a lei do planeamento é uma lei geral. A lei do património está acima da lei do planea-mento e, por isso, têm de harmonizar-se”. Os assessores da Assembleia Legislativa e do Governo estão a traba-lhar nesse sentido, garante.

Segundo lembra o mesmo responsável, a lei do “pla-neamento urbanístico deverá definir cotas altimétricas em planos de pormenor”, consoante as zonas. Em causa podem estar várias cotas altimétricas. “Por exemplo, nas novas zonas ou bairros a cota altimétrica pode ser maior. Isso é uma decisão que só pode ser tomada em trabalhos posteriores”.

Por enquanto, ainda está tudo em aberto, observa Cheong Chi Keong. “Provavelmente este artigo vai ser eliminado. Tem de haver uma articulação. Não é escre-ver uma coisa aqui e depois no outro diploma escreescre-ver outra. (...) Depende do trabalho da nossa assessoria. Pode acontecer tudo. Pode ser retirado daqui e ser colo-cado no planeamento urbanístico ou vice-versa”.

O artigo 45.º referente à suspensão e alteração de li-cenças foi igualmente abordado no encontro de ontem. “Pedimos para saber se vale ou não a pena melhorar o mecanismo de indemnização”, relatou Cheang Chi Keong. Este ponto deverá voltar a ser discutido na pró-xima reunião, uma vez que o artigo 49.º define os con-tornos da “indemnização compensatória”. Estão dois encontros agendados para a próxima semana.

Raquel Carvalho

Leis do património e do planeamento “têm de harmonizar-se”, frisa Cheang Chi Keong

FOTO ARQUIVO

As conclusões sobre o caso que envolve o edifício Sin Fong Garden vão ser divulgadas ainda este mês, prometeu ontem Jaime Carion

O

director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) voltou ontem a salien-tar que foram detectados problemas ao nível da resistência do betão no edifício Sin Fong Garden, mas remeteu mais pormenores para o relatório final, docu-mento que prometeu divulgar ainda este mês, ou seja até terça-feira.

“Isso é já um facto concreto demons-trado por fotografias e demonsdemons-trado com base em análises técnicas sobre o betão em si e sobre todo o comportamento da estrutura do edifício. A equipa de peritos não fez apenas uma recolha de amostras, fez um exame a toda a estrutura do edifí-cio”, disse Jaime Carion, citado pela Rá-dio Macau.

Relativamente “à perda de

qualida-de” do betão, o director da DSSOPT res-salva que essa conclusão é baseada num relatório da equipa de peritos. “Há per-da de qualiper-dade per-da resistência do betão, apenas nesse segundo andar. É apenas uma parte de todo o relatório. Claro que pode haver outros factos que, eventual-mente, tenham contribuído para a situa-ção”, disse.

Por outro lado, Carion escusou-se a comentar a acusação feita pelo emprei-teiro no sentido de que o Sin Fong Gar-den teria sido afectado pelas obras no terreno vizinho.

“Que fique bem claro que não com-pete ao Governo pôr esse assunto em tribunal. Estamos neste momento a dar uma ajuda técnica e de perícia aos mora-dores. Compete aos próprios moradores,

caso não haja solução em consenso com o construtor, apresentar o assunto ao tribunal. Não compete ao Governo, não compete às Obras Públicas”, acrescentou o mesmo responsável.

Jaime Carion recordou ainda que os moradores recusam regressar ao Sin Fong Garden e querem um edifício novo. “O que eles pretendem é um edifício novo e nós compreendemos. Quem vai fazer esse novo edifício? São os mora-dores? É o empreiteiro? Esse é o grande problema. Temos de encontrar os factos que indicam quem é o responsável”, sa-lientou.

A polémica também mereceu ontem um breve comentário do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, com Lau Si Io a garantir que o relatório final

vai “esclarecer a verdade”.

Não renovações com compensações

As declarações de Jaime Carion fo-ram proferidas à margem de mais uma reunião da Comissão da Assembleia Le-gislativa que está a analisar na especia-lidade a proposta de revisão da Lei de Terras.

Segundo a Rádio, os deputados de-fenderam ontem que o Governo deve indemnizar os proprietários de terrenos que sejam recuperados através da não renovação do prazo de concessão. A pre-sidente da 1ª Comissão Permanente da AL, Kwan Tsui Hang, sublinhou ainda que a não renovação só pode ser decidi-da caso o Governo alegue “interesse pú-blico relevante”.

Relatório do Sin Fong Garden até terça-feira

KWAN TSUI HANG APONTA FALHAS AOS SERVIÇOS DE PROTECÇÃO AMBIENTAL

Tratamento de águas residuais “é preocupante”

A falta de fiscalização levou Kwan

Tsui Hang a tecer duras críticas à

actuação da Direcção dos Serviços

de Protecção Ambiental, sobretudo

no domínio do tratamento de

águas residuais. Para a deputada,

a população está a perder

confiança no organismo

Viviana Chan

K

wan Tsui Hang considera que o trabalho desenvolvido pela Di-recção dos Serviços de Protec-ção Ambiental (DSPA) está repleto de falhas, nomeadamente em matéria de fiscalização.

Para a deputada e membro da Fe-deração das Associações dos Operá-rios de Macau (FAOM) a postura da DSPA sobre o recente caso de descar-gas de água poluída na Estação de Tra-tamento de Águas Residuais (ETAR) de Coloane “não é aceitável”. As crí-ticas de Kwan assentam desde logo no facto do organismo ter admitido – e só depois de pressionada pela imprensa - que a água poluída não foi submetida durante algum tempo a um bio-trata-mento biográfico, que permite filtrar o óleo e resíduos sólidos, antes de ser descarregada para o rio.

A avaria das peças de uma linha de bio-tratamento na ETAR de Coloane foi descoberta em Março e denunciada no próprio mês pela “Macau Concea-lers”, mas a DSPA garantiu que a

espu-ma detectada na água é norespu-mal e que a qualidade da água satisfaz os critérios do Continente, pelo que as descargas não afectaram o ambiente.

No entanto, numa interpelação es-crita, Kwan Tsui Hang recorre a da-dos estatísticos ambientais entre 2009 e 2011 para advertir que a situação do tratamento das águas residuais é “preocupante” em Macau. Segundo salienta a deputada, três entre seis itens de testes de água na ETAR de Coloane em 2011 não satisfizeram os critérios. Além disso, acrescenta, três itens relacionados com a qualidade da água descarregada na ETAR da Penín-sula de Macau também não atingiram os padrões recomendados durante três anos consecutivos.

“Esta situação significa que 80 mil metros cúbicos de água foram para o rio todos os dias, passando apenas pelo tratamento mais simples”, avisa Kwan Tsui Hang, ao estimar que

“ape-nas 48 por cento da água residual des-carregada satisfaz os critérios”.

Os dados estatísticos ambientais já estão a causar muito desagrado jun-to do público e a contribuir para uma perda de confiança na acção fiscaliza-dora da DSPA, critica a deputada, que se mostra especialmente preocupada com os atrasos verificados ao nível da capacidade de reacção do organismo.

“Já passou mais de um mês desde a avaria da peça, mas a imprensa conti-nua a captar fotografias com água mui-to poluída e espuma a ser descarrega-da para o rio”, denunciou Kwan Tsui Hang, apontando ainda o dedo à DSPA por ter dado explicações demasiado simples e não apresentar medidas con-cretas para eliminar o problema.

Nesse contexto, a responsável da FAOM questionou as autoridades na expectativa de saber se o Governo admite impor penalizações face ao in-cumprimento dos padrões ambientais.

A deputada manifesta ainda o seu descontentamento relativamente à au-sência de fiscalização dos serviços am-bientais e às falhas evidenciadas em casos como os dos aterros de cinzas em Ka-Hó ou de “má gestão da Central de Incineração”.

No início deste mês, a DSPA indi-cou, em comunicado, que a ETAR de Coloane teve de suspender, com ur-gência, em Março, o seu funcionamen-to e proceder à substituição de peças e componentes avariados de um gru-po de linhas do sistema de tratamento biológico de águas residuais. Após a activação imediata do sistema de linha de tratamento de águas residuais de reserva, apareceu espuma nas águas, mas o organismo assegura que “trata--se, de facto, de um fenómeno comum na fase inicial, resultante da aplicação de tratamento biológico”, e que “não está a produzir impacto notável sobre o ambiente das zonas adjacentes”.

Espuma nas águas de Coloane começou a ser detectada em Março

DST APOSTA NA MELHORIA DOS SERVIÇOS NO 1º DE MAIO

Turistas recebem SMS e guia gastronómico

Visitantes do Interior da China que planeiem

vir a Macau no Dia do Trabalhador vão receber

uma mensagem por telemóvel da DST com

indicações sobre a reserva de quartos

T

endo em vista o feriado prolongado, no Interior da China, do dia 1 de Maio, a Direcção dos Ser-viços de Turismo de Macau (DST) elaborou um guia para divulgar os estabelecimentos de restauração e bebidas que estarão em funcionamento no feriado. Além disso, os visitantes do Continente que estejam a planear visitas à RAEM nesse período também irão receber uma mensagem da DST via telemóvel, aler-tando-os para a necessidade de efectuarem as reser-vas de quartos com antecedência e, se necessário, con-sultarem as tabelas de preços de hotéis e pensões na página electrónica do organismo.

Estas são duas das medidas implementadas para “responder às necessidades dos visitantes e melhorar a qualidade dos serviços prestados”, sublinhou a DST,

em comunicado.

Na sua página electrónica, a DST já tem vindo a disponibilizar de forma permanente a tabela de pre-ços das diferentes categorias de quartos de hotel e pensões em Macau, fornecidas pelos operadores do sector. A partir do site, é possível também estabele-cer-se uma ligação à Plataforma de Informação em Tempo Real dos Postos Fronteiriços, lançada pela PSP para permitir aos visitantes, através do telemóvel ou computador, conhecer “a situação em tempo real do movimento nas alas de entradas e saídas e corredores para entradas e saídas de veículos dos postos frontei-riços das Portas do Cerco, Porto Exterior e do Cotai”. O objectivo é ajudá-los a escolher o horário de passa-gem mais conveniente.

Por outro lado, os Serviços de Turismo irão trans-mitir aos agentes turísticos conselhos e orientações para a prevenção da infecção humana pela gripe aviá-ria H7N9, para “salvaguardar a saúde dos operadores turísticos, visitantes e residentes”. “Foram enviados também pela DST avisos por escrito a alertar os opera-dores turísticos sobre os aspectos a ter em atenção nos

cuidados com a higiene, segurança contra incêndios, horário de funcionamento, capacidade de acolhimen-to, entre outros”, acrescenta o comunicado.

(3)

04 JTM | LOCAL Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 JTM | LOCAL 05

Viviana Chan

2ª Vez “JTM” - 18 de Abril de 2013

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

Processo: Execução Ordinária nº CV3-12-0049-CEO 3° Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, SA, com sede em Macau, na Av. Almeida Ribeiro nº.22;

Executados: LEONG KAM HOU e mulher LEI FONG SIO, resi-dentes em Macau, na Travessa do Mata-Tigre,n.º 9, Edifício Loen Tai,1.º andar “D”.

FAZ-SE SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclama-rem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte:

BEM PENHORADO Denominação: “D1”, do 1º andar D. Fim: Para habitação.

Situação: nºs 7 a 9B da Travessa do Mata-Tigre, em Macau. Número de matriz: 23201.

Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 11845, a fls. 196v do Livro B-31.

Número de inscrição na Conservatória do Registo Predial: 20713G. Macau, 13 de Março de 2013

A Juiz, a) Ip Sio Fan O Escrivão Judicial Principal,

a) Aníbal Gonçalves

SUSPEITO APANHADO COM RELÓGIO NO PULSO

Ofereceu dormida

e foi roubado

Um jogador ofereceu o seu quarto de hotel a um

indivíduo que conheceu num casino, mas quando

acordou deu pela falta de um telemóvel, um relógio

de luxo e algum dinheiro. O suspeito foi identificado

e detido quando entrou novamente no território

U

m residente de

Hong Kong de 43 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por ter alegadamente furtado um relógio, um telemóvel e dinheiro de um jogador que lhe ofereceu o quarto de hotel onde estava hos-pedado.

O caso remonta a 13 de Abril, quando o jogador, também residente de Hong Kong, se deslocou ao terri-tório e conheceu o suspeito num casino da Taipa.

Algumas horas depois, o suspeito pediu ajuda, pois não tinha sítio onde dormir. A vítima, como ti-nha vindo soziti-nha, ofere-ceu o quarto onde estava alojado para que o suspeito pudesse descansar,

Contudo, quando acor-dou, não havia sinais do suspeito nem de um tele-móvel de luxo no valor de 95.500 dólares de Hong Kong, bem como de um re-lógio no valor de 330.000 e de 10.000 dólares de Hong Kong em dinheiro.

A PJ conseguiu inter-ceptar o suspeito no Termi-nal Marítimo do Porto Ex-terior na terça-feira quando regressava ao território.

No pulso trazia o relógio da vítima, mas o indivíduo não adiantou o que fez ao telemóvel nem ao dinheiro.

Testemunha persegue suspeito de furto

Um jovem de 21 anos com passaporte da Mongó-lia foi perseguido por um homem e detido pela Po-lícia de Segurança Pública (PSP), por ter alegadamen-te furtado a caralegadamen-teira a uma estudante num autocarro.

Segundo declarações da testemunha, a estudante estava na fila para entrar no autocarro número 12 quan-do o suspeito lhe abriu a mochila e retirou a carteira. De seguida, entregou a car-teira a outro jovem.

A testemunha iniciou a perseguição aos dois e alertou a PSP, mas os dois suspeitos aperceberam-se e separaram-se.

O homem resolveu se-guir o suspeito, que acabou detido pela PSP. Na sua posse tinha dois telemó-veis, um dos quais perten-cia a uma estudante que, entretanto, também se ti-nha apercebido do furto e seguiu o homem.

S.D.

ATROPELAMENTO CAUSOU DOIS MORTOS

Empresário de Macau

arrisca prisão em Zhuhai

Dois jovens namorados morreram em

Zhuhai depois de terem sido atropelados

por um carro conduzido por um empresário

de Macau. O condutor, que segundo a

polícia seguia em excesso de velocidade e

alcoolizado, poderá ser condenado a uma

pena entre três e sete anos de prisão

A

Polícia de Zhuhai anunciou na terça-feira que está a investigar um caso de acidente de viação envolvendo um empresário de Macau, de 36 anos. De acordo com o jornal “Ou Mun”, o acidente ocorreu na noite de segunda-fei-ra, quando uma viatura da marca Audi atropelou dois jovens, que acabaram por falecer.

Identificado com o apelido Wong, o empresário de Macau não passou o exame de álcool, indicou ainda a Polícia de Zhuhai, acrescentando que a viatura circulava a uma velocidade de 120 km por hora, o dobro do limite máximo autorizado naque-la zona.

O condutor poderá vir a ser condenado a uma pena de prisão entre três e sete anos, bem como ao cancelamento permanente da carta de condução e pagamento de uma indemnização elevada.

Segundo o jornal em língua chinesa, Wong tem interesses no sector imobiliário, tanto na RAEM como em Zhuahi. O carro do empresário tem duas matrículas, pelo que pode circular nas duas cidades.

O acidente aconteceu por volta das 23:30, tendo as vítimas – um casal de namorados – sido atingi-das pela viatura quando atravessavam a Rua de Zhuhaidadao, embora sem usar a passadeira. Os jovens, ele com 26 anos e ela de 24, eram ambos provenientes da Província de Hunan.

As autoridades de Zhuhai salientaram ainda que a via ficou com uma marca de travão com 86

metros de comprimento. Os resultados do teste de sangue mostraram que Wong tinha uma taxa de alcoolemia de 194,5 mg, muito acima do limite (80). O suspeito explicou às autoridades que, nas horas que antecederam o acidente, jantou na sua casa de Macau e conduziu até um clube nocturno em Zhuhai, onde bebeu na companhia de amigos. De acordo com o jornal “Ou Mun”, desde 2011 registaram-se 22 acidentes em Zhuhai envolven-do condutores de Macau e seis de Hong Kong. Es-ses acidentes causaram nove mortos e 36 feridos.

Condutores de Macau envolveram-se em 22 acidentes em Zhuhai desde 2011

FOTO ARQUIVO

Chefe na AL para

abordar questões sobre

“a vida da população”

O Chefe do Executivo vai regressar hoje à Assembleia Legislativa (AL), para par-ticipar numa reunião plenária durante a qual responderá a perguntas dos depu-tados. Segundo o Governo, Chui Sai On abordará “assuntos relacionados com a administração e a vida da população”, aos quais tem sido dada recentemente “mais atenção” por parte dos residen-tes. O Executivo salienta ainda que, para além da apresentação no final de cada ano do relatório das linhas de acção go-vernativa, as deslocações de Chui Sai On à AL em Abril e Agosto, visam “melhorar o conhecimento dos deputados e dos ci-dadãos sobre a evolução dos trabalhos do Governo, assim como promover a trans-parência da actuação governativa”. Com início agendado para as 15:00, o Plenário de hoje terá transmissão em directo pela TDM (Televisão e Rádio), e poderá ser vi-sionado através dos sites da Assembleia Legislativa (www.al.gov.mo), Governo (www.gov.mo), Gabinete do Chefe do Executivo (www.gce.gov.mo) e do Gabi-nete de Comunicação Social (www.gcs. gov.mo).

O

director da Polícia Judiciária (PJ), Wong Sio Chak, terá “mentido ao restantes membros da Assembleia Legis-lativa (AL) sobre a detenção arbitrária de Jason Chan”, em Fevereiro. No debate que aconteceu segunda-feira da se-mana passada, o director da PJ comentou os acontecimentos que levaram à detenção de Jason Chao por algumas horas. O activista entregou ontem uma petição ao Ministério Público (MP) e garante que colaborou sempre com as autoridades.

“Os três indivíduos começaram a distribuir panfletos du-vidosos”, cujo título indicavam “‘exigir fortemente a Wu Ban-gguo a iniciação imediata de alteração do processo eleitoral’” da Assembleia Nacional Popular, descreveu Wong Si Chak na AL. Os agentes seguiram o “protocolo de segurança”, no en-tanto os activistas recusaram-se a “terminar as suas activida-des”. Tudo aconteceu durante a vista do presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular e número dois na hierarquia do Estado, Wu Bangguo

Com Jason Chao a alegar que esteve na Torre de Macau como jornalista, o director da PJ observou que a distribuição de panfletos não é consentânea com esse estatuto. Na petição entregue ontem ao MP, a Associação Novo Macau considera que dizer que Chao não cooperou é uma observação “infun-dada”, tendo em conta que ele passou 10 horas no edifício da PJ no Cotai para ser interrogado.

É reiterado que as autoridades retiraram a câmara de filmar das mãos de Jason Chao, sem uma prévia autorização, algo que “constitui crime”. Enquanto que o director da PJ garante que a câmara esteve selada num saco, como prova, enquanto que Chao garante a câmara quando lhe foi devolvida não esta-va nessas condições.

MEMBRO DA NOVO MACAU ENTREGOU PETIÇÃO AO MP

Chao desmente director da PJ

Jason Chao entregou ontem uma petição ao Ministério Público. O membro da Associação Novo

Macau refuta as declarações proferidas pelo director da Polícia Judiciária na semana passada. Na

petição, a associação compara a acção das forças polícias de Macau aos hábitos da PIDE, durante

o Estado Novo

FOTO ARQUIVO

GOVERNO AUMENTA SUBSÍDIOS DE ESCOLAS PARTICULARES

Mais dinheiro para incentivar turmas menores

O Conselho Executivo concluiu a

discussão do regulamento que

prevê o aumento até 6,9 por cento

do subsídio a atribuir por turma

às escolas particulares do ensino

não superior. Esta medida, que

pretende reduzir o número de

alunos por classe, poderá melhorar

as condições de ensino, acredita

Leong Heng Teng

O

s subsídios atribuídos por tur-ma às escolas particulares vão aumentar entre os 6,1 e os 6,9 por cento, constituindo uma despesa global de mais de 1,2 mil milhões de patacas com efeito neste ano lectivo. O Conselho Executivo apresentou ontem as linhas gerais do regulamento admi-nistrativo de “alteração ao regime de subsídio de escolaridade gratuita”, que acredita ser benéfico para melhorar a qualidade do ensino.

Desde 2000/2001 que o Governo sub-sidia as escolas particulares calculando o montante por turma, ao invés de o fazer por aluno, de modo a que as salas tenham menos estudantes e seja assegurado um

melhor ambiente de aprendizagem. “Es-tas medidas já estão em curso, uma vez que tivemos uma boa comunicação com o sector do ensino. Consideramos que esta revisão permitirá elevar a qualidade do ensino”, referiu o porta-voz do Conse-lho Executivo.

Leong Heng Teng frisou que esta re-visão em alta “tornou-se necessária” para que haja uma “aceleração do processo de ensino em turmas reduzidas e o esforço de garantia de financiamento das respec-tivas despesas”. O objectivo do Executivo é que cada classe seja constituída por me-nos de 35 alume-nos.

A alteração ao regime prevê que o ensino infantil receba por turma 605.000

patacas ao invés das 570.000 patacas, ou seja mais 6,1 por cento. Já no ensino pri-mário o aumento é de 6,7 por cento pelo que por cada classe é atribuído à escola 640.000 patacas.

No ensino secundário geral o mon-tante é elevado em 6,5 por cento (de 770.000 para 820.000 patacas) e no com-plementar sobe 6,9 por cento (de 870.000 para 930.000 patacas).

O Governo quer incentivar os estabe-lecimentos de ensino para que as turmas de todos os anos escolares tenham entre 25 a 35 alunos. Por isso, com o novo re-gime prevê-se que a fórmula de cálculo já aplicada ao ensino infantil e primário seja extensível ao ensino secundário, que

faz com que as turmas que excedam 35 não recebam mais por ter um número de alunos superior. “De acordo com es-tas medidas, o subsídio de escolaridade gratuita, para as turmas cujo número de alunos entre os 25 e 35 vão ser divulga-das para todo o ensino geral no ano lec-tivo 2014/2015 , abrangendo no leclec-tivo 2017/2018, todos os níveis do ensino se-cundário complementar”, referiu o Con-selho Executivo.

Porém, para as classes com menos de 25 alunos o subsídio atribuído será me-nor, uma vez que a Administração faz um cálculo diferente: divide o montante correspondente a cada nível de ensino pelo número mínimo por turma (25) e multiplica posteriormente o resultado daquela operação pelo o número de alu-nos da turma.

Para esta medida, o Governo alocou mais 85 milhões do que em 2011-2012, ano lectivo em que foram despendidos mais de 1,1 mil milhões de patacas, ou seja registou-se um aumento de 7,3 por cento.

O porta-voz do Conselho Executivo enfatizou ainda que além de “criar me-lhores condições para aumentar a qua-lidade do ensino” este incremento no subsídio “é um reforço de garantia de fi-nanciamento”. Este medida poderá levar as escolas a constituir mais turmas em vez de turmas maior, uma vez que quan-tas mais turmas formarem maior será o orçamento que recebem.

Subsídios por cada turma do ensino infantil crescem 6,1 por cento

Fátima Almeida

Jason Chao foi detido em Fevereiro, durante uma visita do então presidente do Comité Permanente da ANP

“Chao sente-se magoado com o tratamento e mentiras subsequentes da PJ, que visam descredibilizá-lo”, diz a carta, entregue ontem. “Entre os cidadãos que mostraram apoio a Chao, alguns expressaram medo perante a tendência das for-ças policias agirem em Macau como a PIDE durante o Estado Novo em Portugal (ou a GuoBao/ GongAn no Continente)”.

O activista pede que o MP seja “vigoroso” na análise das evidências apresentadas pela PJ, tendo em conta direitos hu-manos e de Justiça. Recorde-se que Jason Chao já havia apre-sentado uma queixa ao MP sobre o alegado abuso de poder por parte das autoridades.

(4)

06 JTM | PUBLICIDADE Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 JTM | LOCAL 07

BREVES

Rede empresarial lusófona

vai abranger Macau

Portugal e Brasil deram o primeiro passo para a criação de uma rede empresarial dos países de língua portuguesa, com a assinatura de um acordo de cooperação económica entre entidades empresariais dos dois países. Além dos países da CPLP, a rede será extensiva a Macau. “Trata-se de criar uma rede empresarial que irá pro-mover cada país da CPLP e usar esses paí-ses como porta de entrada para projectos de integração regional, como o Mercosul, no caso do Brasil, e a União Europeia, no caso de Portugal”, explicou à Lusa o pre-sidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e para a Cooperação.

Inscrições no Politécnico

atingiram novo recorde

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) registou mais de 5.000 pré-inscrições de alunos finalistas de escolas secundárias locais para o próximo ano lectivo, núme-ro que representa um novo recorde de candidatos. De acordo com o IPM, a esse número juntam-se mais de 300 alunos que foram recomendados por directores das escolas secundárias de Macau. Os exame de admissão começaram a 22 de Março e prolongam-se até 30 de Abril.

Despiste na Ponte de Sai Van

deixou condutora ferida

Uma residente de 52 anos foi hospitali-zada com ferimentos ligeiros depois da viatura que conduzia se ter despistado na Ponte de Sai Van. Segundo o jornal “Ou Mun”, a condutora ficou presa no interior da viatura, o que obrigou à intervenção dos Bombeiros.

Dia das Carreiras na USJ

junta 27 entidades e empresas

Pelo menos 27 organismos públicos e em-presas privadas vão participar no próxi-mo “Dia das Carreiras” propróxi-movido pela Universidade de São José (USJ). O evento decorrerá hoje, entre as 14 e as 17 horas, nas instalações da USJ no NAPE, e visa apresentar oportunidades profissionais aos estudantes.

Macau Water distinguida

pela “responsabilidade social”

A Macau Water anunciou ter conquista-do o “Prémio de Empresa da Indústria de Água da China Mais Socialmente Responsável”, uma distinção atribuída pela organização do 11º Fórum Estraté-gico do Sector da Água. O evento decor-reu em Pequim e abordou temas relacio-nados com a situação actual e desafios futuros do sector.

250 participaram em seminário

sobre papel da auditoria

Cerca de 250 pessoas, entre membros da União das Associações de Profissionais de Contabilidade de Macau (UAPCM) e téc-nicos da Direcção dos Serviços de Audi-toria, participaram num seminário sobre a auditoria de resultados e o funcionamento das instituições empresariais. Organizado pelo Comissariado da Auditoria e UAP-CM, o evento centrou-se na “análise apro-fundada sobre o papel e a importância da auditoria de resultados na promoção da melhoria da governação e do funciona-mento das instituições”.

COUTINHO PEDE FISCALIZAÇÃO DE DONATIVOS À UNIVERSIDADE DE MACAU

Donativos de operadoras

exercem “pressão invisível”

P

ereira Coutinho volta a colocar em causa a transparên-cia de apoios recebidos pela Universidade de Macau, parte deles vindos de concessionárias de Jogo. O depu-tado questiona mesmo se o Governo tem “alguma política ou medida para não ficar sujeito à pressão invisível das ope-radoras”.

“Alguns cidadãos dirigiram-se ao meu escritório, quei-xando-se de que a Fundação para o Desenvolvimento da Universidade de Macau, criada em 2009, recebe apoios, doa-ções, heranças, legados ou donativos”, relata Pereira Couti-nho, em interpelação escrita. Saltam à vista os donativos da Wynn. “Esta fundação recebeu apoios num valor superior a 500 milhões de patacas e que, em 2011, a Wynn Resorts es-colheu, de entre as diversas instituições de ensino superior locais, a Universidade de Macau para apoiar, tendo doado à referida fundação 200 milhões de patacas, bem como prome-teu doar nos próximos 11 anos, anualmente, 80 milhões de patacas”, descreve o deputado.

Segundo Pereira Coutinho, a fundação ainda não publi-cou o seu relatório financeiro. Ora, o “Comissariado de Au-ditoria e os residentes não têm meios para fiscalizar a sua situação financeira, levando indirectamente à possibilidade de haver conluio de interesses e negócios debaixo da mesa”.

O deputado questiona quais as medidas que o Governo pretende implementar para que haja uma maior transparên-cia. “O Governo vai pedir à referida fundação para publicar o seu relatório financeiro, nele incluindo, nomeadamente,

José Pereira Coutinho questiona a transparência

dos donativos de empresas de Jogo à Fundação

para o Desenvolvimento da Universidade de Macau.

Segundo o deputado, esta é uma forma de “pressão

invisível” sobre o Governo

as despesas e a descrição das áreas abrangidas pelos apoios conferidos?”, questiona, em interpelação escrita.

Por outro lado, “dado que todas as operadoras de Jogo de Macau estão sob a fiscalização da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, pelo exposto, o Governo tem alguma política ou medida para não ficar sujeito à pressão invisível das operadoras, com vista a obter tratamentos especiais de-vido ao avultado montante que possam doar ao Governo?”, interroga Pereira Coutinho.

Recorde-se que Steve Wynn foi processado pelo ex-par-ceiro de negócios, Kazuo Okada, por causa da doação feita pela Wynn à Fundação para o Desenvolvimento da Univer-sidade de Macau. As intenções de Steve Wynn, que ganhou o processo, foram questionadas em tribunal.

A

entidade de saúde de Taiwan informou ontem os Serviços de Saúde de Macau sobre um caso importado de gripe aviária H7N9 proveniente da China Conti-nental, elevando para 109 o número de infecções, das quais resultaram 22 óbitos.

As autoridades sanitárias da RAEM indicaram que o caso ocorreu em Suzhou ou Xangai, tendo o perío-do de infecção siperío-do registaperío-do antes ou depois da adopção das medidas de controlo de infecção contra as aves, não havendo por isso alargamento da área infectada.

O caso confirmado diz respeito a um doente de Taiwan, de 53 anos de idade, que trabalhou na cidade de Su-zhou, na Província de Jiangsu, entre 28 de Março e 9 de Abril. Os primei-ros sintomas da vítima foram regis-tados a 12 de Abril, tendo o caso de infecção de gripe aviária H7N9 sido confirmado por teste laboratorial uns dias depois.

Antes do aparecimento de

sin-Caso de H7N9 em Taiwan

não aumenta risco em Macau

Os Serviços de Saúde foram ontem notificados de um caso de gripe aviária H7N9 em Taiwan, mas

“importado” da China Continental. Macau não estará em risco devido ao período de infecção registado

tomas o doente não teve historial de contacto com aves, e encontra-se em estado grave. De acordo com a averiguação epidemiológica, a en-tidade de saúde de Taiwan consi-derou a ocorrência como um caso importado.

Até às 17 horas de ontem os Ser-viços de Saúde de Macau não tinham

sido notificados de circunstâncias suspeitas com necessidade de serem submetidos a teste laboratorial de gri-pe aviária H7N9. Para além disso não foi detectado qualquer caso de febre na medição de temperatura corporal destinada aos passageiros entrados pelo aeroporto, referiu o organismo em comunicado.

Coutinho salienta que a Fundação para o Desenvolvimento da Universidade de Macau ainda não publicou relatório financeiro

FOTO ARQUIVO

(5)

08 JTM | LOCAL Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 JTM | LOCAL 09

FOTO ARQUIVO

MARIA ANTÓNIA ESPADINHA JÁ ASSINOU A PETIÇÃO

“Merece uma rua com dignidade”

A professora Maria Antónia Espadinha

apoia a petição promovida pelo JTM,

porque considera que Manuel Vicente

merece ser relembrado

A

poio incondicionalmente a homenagem”, afirmou a professora da Universidade de Macau Maria Antónia Espadinha, que con-firmou a sua assinatura na petição lançada pelo JTM para que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) conceda o nome de Manuel Vicente a uma rua do território.

Maria Antónia Espadinha acha “muito bem” que se homenageie o arquitecto, que não chegou “a conhecer pessoalmente”, mas pelo qual tem “o maior apreço”.

Das obras de Manuel Vicente, Maria Antónia Es-padinha destacou o Fai Chi Kei, mas no geral a sua opinião é de que “eram obras boas, bem integra-das” no espaço urbano de Macau. “Manuel Vicente é alguém que merecer ficar com uma rua ou uma praça na cidade”, defende.

Na opinião da docente da Universidade de

Ma-Maria Antónia Espadinha elogia a qualidade do trabalho do arquitecto

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=JTM

cau, a rua com o nome de Manuel Vicente deve ter “dignidade e não ser uma ruela qualquer”. E ficaria melhor localizada “mais no centro do coração da ci-dade”, para que seja mais visível.

Manuel Vicente chegou a Macau nos anos 60, após a independência de Goa e ao longo de três dé-cadas de trabalho no território - de forma descontí-nua –projectou diversas obras que, embora possam ser consideradas por alguns como marcos da arqui-tectura, não geram ainda consenso.

Para além do Plano de Fecho da Baía da Praia Grande, o arquitecto natural de Lisboa concebeu também as obras do complexo habitacional do Fai Chi Kei, e que já foi demolido, do Orfanato Helen Liang, do Edifício dos Bombeiros da Areia Preta e da CEM em Coloane, assim como, mais recentemen-te, o World Trade Center, na Avenida da Amizade.

Tem obra construída, para além de Macau, em Goa, no Funchal e em Lisboa. Na capital, foi respon-sável também pela recuperação da Casa dos Bicos, e pelo pavilhão da Realidade Virtual, na Expo 98.

Até ao fecho desta edição, a petição contava com 706 assinaturas. A iniciativa é apoiada por outros ór-gãos de comunicação social, como a revista Macau Business, os jornais Business Daily, o Macau Daily Times, Ponto Final, Hoje Macau e o programa da Rádio Macau Rua das Mariazinhas. O documento

pode ser assinado em http://www.peticaopublica. com/PeticaoVer.aspx?pi=JTM

R.C.C.

IPOR COMEMORA DIA DA LIBERDADE

Esperança do 25 de Abril continua a florescer

No corredor do Instituto Português do Oriente

voltaram a ouvir-se as palavras que há 39 anos

libertaram Portugal da opressão. O director

daquela instituição frisou ao JTM a importância

de celebrar a data para que as novas gerações

conheçam a história do país e não se esqueçam

de quem lutou para que, entre adversidades,

a esperança ainda persista. Laurentino das

Neves e Manuel de Almeida recordam um dia

marcado por um sonho

D

e repente começaram a construir-se janelas para o diálogo dentro das salas de aula, como se os cravos vermelhos da Revolução se convertessem em cadernos de Amor e Liberdade. Manuel de Almeida era adolescente quando a alegria estremeceu nas ruas de um Portugal adormecido pela ditadura. Com o 25 de Abril de 1974 a romper pelas ruas não preciso ir à escola, mas essas 24 horas e muitas outras que se passaram com canções, movimentos e lutas sem armas, devolver-lhe--iam uma sala fraterna e aberta a novas ideias.

“A grande mudança foi ao nível do ensino - não es-tou a discutir a qualidade - mas os moldes [do antigo regime] eram fechados e no ano imediatamente a seguir houve uma muito maior abertura, maior diálogo, frater-nidade, descoberta. A introdução à política, de uma série de realidades que mudaram a minha maneira de estar”, recordou ao JTM o responsável da biblioteca do Instituto Português do Oriente (IPOR) que ontem assinalou esta data marcante para Portugal com uma sessão cinemato-gráfica que se repete amanhã.

Fátima Almeida

A

chuva não tem dado tréguas a Macau nas últimas semanas mas não estragou a estreia do “Macau Special Olympics Golf Masters”, para satisfação dos res-ponsáveis. “Estamos muito satisfeitos com o tempo, com sol e um céu fabu-loso. O primeiro dia correu muito bem, tivemos resultados fantásticos”, disse Paulo Azevedo ao JTM.

O promotor do evento participou na parte da manhã, tendo destacado também a estreia do sul-africano Thomas Lugg, tricampeão mundial em provas dedicadas a portadores de deficiência intelectual. “Teve uma excelente prestação, com seis tacadas acima do par, e logo na primeira vez que jogou neste campo”, referiu.

A parte da manhã foi dedicada ao nível 5 da competição, enquanto de tarde foram os restantes níveis, “mais para iniciados”, com as competições de “driving range” e “putting”.

Stefan Kuhen, director do torneio, mostrou-se também bastante satisfeito com a estreia, destacando as partidas entre os jovens e os guardiões que foram “muito bem disputadas”. “Surpreendeu toda a gente!”, disse ao JTM, acrescentando que alguns jogadores afirmaram mesmo terem feito “um amigo para a vida”.

A sessão fotográfica conjunta, que decorreu à hora de almoço, foi outro dos pontos altos do dia, juntando atletas, família, promotores, treinadores e patrocinadores.

Hoje a competição prossegue com novos duelos nos “greens” do campo de golfe do “Caesar’s”, mas o ponto alto estará marcado para o final. “Amanhã [hoje] será o segundo dia da competição e vai haver uma surpresa. Vamos todos jantar mais cedo e ver o espectáculo do ‘The House of Dancing Water’, no City of Dreams”, revelou Paulo Azevedo.

“SPECIAL OLYMPICS” ARRANCOU ONTEM NO CAMPO DE GOLFE DO “CAESAR’S”

Estreia com “resultados fantásticos”

A segunda edição do “Macau Special Olympics Golf Masters”

conheceu ontem o seu primeiro dia de competição e os

responsáveis do evento não poderiam estar mais satisfeitos. Para

além da competitividade nos “greens”, contaram ainda com um

“reforço” de peso, com “sol e um céu fabuloso”

FOTOS GONÇALO LOBO PINHEIRO

João Laurentino das Neves ainda era criança quando o medo se converteu numa esperança, que apesar das fases difíceis que o país tem atravessado, se mantém na essência do ser Português. “Temos uma Democracia só-lida, serviços no país que evoluíram de forma notória e notável. Estamos num período difícil que exigiu de-cisões difíceis e algumas não vão ao encontro daquilo que era do sonho de todos (...). Temos de nos reorganizar para podermos cumprir esse sonho que nunca termina”, acredita o director do IPOR.

Esse sonho começou aos nove anos quando a agita-ção - que ainda lhe está viva nas memórias - procurou as ruas e as pessoas que, ainda, com receio da polícia que tentava dispersar a multidão, batiam à porta de sua casa para se esconder. Imagens que não se apagam desta película do passado. “Vivia perto do edifício da Legião Portuguesa [em Aveiro] e lembro-me das pessoas

ain-da com alguma precaução, porque as notícias de Lisboa chegavam mais tarde. Mas também tenho presente o cli-ma de festa nesse edifício”, referiu João Laurentino das Neves.

Conhecer a força da Liberdade

Por conhecerem desde jovens o que custou às velhas gerações esta luta vermelha, sem armas, é que estes res-ponsáveis acreditam ser necessário continuar a comemo-rar este dia junto dos mais pequenos. Os filmes alusivos à data foram a fórmula encontrada pelo IPOR para que os alunos que percorrem os corredores conheçam a His-tória que marcou a viragem de um país. “Faz todo o sen-tido relembrar as gerações mais novas - mesmo aqueles que estão aprender a história, cultura e língua de Por-tugal como são os alunos do IPOR - relembrar este dia marcante que redefiniu o nosso país como um país de-mocrático”, frisou o responsável do IPOR.

Por outro lado, acredita Laurentino Neves, faz tam-bém “sentido [comemorar este dia] pelas gerações mais velhas, porque é uma forma de lhes dizer que estamos bem lembrados da sua participação activa nesses aconte-cimentos e porque Portugal hoje é um país moderno que está no concerto das nações com uma voz legitimamente igual ao que são as nações multilaterais e instituições de-mocráticas”.

Embora a “classe política” possa não ter tomado “as rédeas ao acontecimentos” de acordo com “os objectivos que o povo português tanto ansiava” com o 25 de Abril, Manuel de Almeida também reconhece que o país deu “um salto qualitativo, que apesar dos defeitos é de ad-mirar”. Por isso, acredita que a esperança que brotou há precisamente 39 anos ainda persiste na determinação de cada português. “O povo português tem essa faculda-de... tem sempre esperança e mesmo nas adversidades consegue, por si só, dar a volta às coisas, mesmo sem um novo 25 de Abril as pessoas podem ter uma nova pers-pectiva para o futuro”. Até porque há valores que não desvanecem.

Pedro André Santos

Sessão cinematográfica continua amanhã no IPOR

(6)

JTM | LOCAL 11

10 JTM | PUBLICIDADE Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 Quinta-feira, 25 de Abril de 2013

EM HONG KONG DEPUTADOS OPÕEM-SE A DOAÇÃO DIRECTA A GOVERNOS PROVINCIAIS

RAEM empenhada em ajudar Sichuan

A Associação da Nova Juventude

Chinesa de Macau dedicou o dia de

ontem à solidariedade envolvendo

mais de 100 voluntários numa

campanha de recolha de fundos

para ajudar os sobreviventes

do terramoto em Sichuan. Uma

operadora de jogo e uma empresa

de telecomunicações também

avançaram com doações. Já

em Hong Kong, os deputados

rejeitaram ontem que fossem

entregues 100 milhões nas mãos

do Governo provincial, temendo

que o dinheiro não seja aplicado

no apoio às vítimas

Fátima Almeida

E

mpurrando carrinhos de bebidas, por detrás de bancas com bola-chas ou segurando caixas para donativos, mais de 100 voluntários uni-ram-se ontem no Largo do Senado para angariar fundos para ajudar os sobrevi-ventes de Sichuan. A iniciativa partiu da Associação da Nova Juventude Chi-nesa de Macau que pediu a colaboração de várias lojas ao nível da doação de produtos para serem vendidos.

Os fundos serão entregues ao Ga-binete de Ligação do Governo Popu-lar Central na RAEM, que entregará o dinheiro às autoridades dos locais mais afectados pelo sismo de mag-nitude 7, disse ao JTM Jessica Tam, da organização. “Juntámo-nos com a União dos Estudantes Chineses de Macau para ajudar as vítimas do ter-ramoto”, referiu. “O dinheiro será entregue ao Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM para que seja doado directamente às vítimas”, acrescentou.

Esta acção decorreu entre as 9h e as 21h, terminando com uma homenagem às vítimas num palco que tinha como pano de fundo a mensagem “Rezar por Ya’an”, zona que fortemente devastada pelo terramoto de sábado. “O objecti-vo é fazermos um minuto de silêncio e depois termos alguns discursos sobre o incidente e cantarmos algumas canções para chamar a atenção das pessoas para esta causa”, explicou Jessica Tam.

No Largo de Senado estiveram montadas quase uma dezena de tendas com vários produtos - desde balões,

re-frigerantes, bolachas - para aumentar a possibilidade de conseguir mais doa-ções para Sichuan.

Os apoios têm-se multiplicado com as empresas locais a associarem-se a

esta causa. A Galaxy Macau, por exem-plo, anunciou que entregou ontem ao Gabinete de Ligação do Governo Cen-tral chinês um cheque de dois milhões de patacas.

A CTM também emitiu um comu-nicado a anunciar que além de doar 500.000 patacas uniu esforços com a Cruz Vermelha permitindo aos opera-dores fazerem um donativo através do telemóvel. Este sistema de doação - que implica que os clientes marquem #139# para reverter 30 patacas para esta causa - estará operacional até 31 de Maio.

Apoios contestados em Hong Kong

Enquanto em Macau os apoios a Sichuan vão aumentando, em Hong Kong são as contestações que sobem de tom. Ontem, os deputados da região vizinha opuseram-se ferozmente à doa-ção de dinheiro ao Governo da

provín-cia chinesa para apoiar as vítimas do terramoto, sublinhando as preocupa-ções dos cidadãos com a corrupção no Continente.

Segundo o “South China Morning Post” os deputados querem ajudar as vítimas, mas rejeitam que os 100 mi-lhões de dólares de Hong Kong – verba proposta pelo líder da região, Leung Chun-Ying – sejam entregues nas mãos do Governo chinês. “O que a China pre-cisa não é de dinheiro, mas um Gover-no limpo”, disse a deputada Claudia Mo, notando ainda que a “confiança nos governos provinciais faliu”.

O chumbo do pedido de doação reflecte também a desconfiança dos ci-dadãos de Hong Kong no poder chinês devido à corrupção que existe no país e a qual já foi identificada como um problema para resolver pelo novo Pre-sidente, Xi Jinping.

Solidariedade mobilizou muitos jovens em Macau

Sobrevivente de 102 anos comove a China

Um idoso de 102 anos que sobreviveu ao terramoto de sábado tornou-se uma celebridade na China e aproveitou a ocasião para tentar encontrar o filho. Segundo o “Dahe Daily”, jornal de Sichuan, Luo Caifa, ainda hospitalizado devido aos ferimentos sofridos quando foi obrigado a gatinhar para se livrar dos escombros da sua casa, tem recebido manifestações de solidariedade de todo o país, especialmente quando se soube que nenhum familiar o visitou. Luo contou aos jornalistas que o filho, que emigrou para a cidade, não fala com ele há 30 anos. “Não quero incomodá-lo”, disse o idoso. Porém, após conhecerem a história, muitos cibernautas tentam agora encontrar o filho de Luo, que aparentemente vive e trabalha na província de Hubei. O idoso confessou ainda estar muito contente com a comida que lhe dão no hospital e sobretudo por ser gratuita.

(7)

Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 JTM | ACTUAL 13 Quinta-feira, 25 de Abril de 2013 12 JTM | ACTUAL

VOLTA AO

MUND

CHINA/PORTUGAL

O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Alimentar de Portugal visitará a China de 7 a 10 de Maio, anun-ciou fonte diplomática portuguesa. Além de conversações com autoridades do sector, Nuno Vieira e Brito participará na abertura da 14ª Feira Internacional Alimentar de Xangai, que reúne mais de 2.000 expositores de dezenas de países, incluindo Portugal.

COREIAS

A tensão na península coreana fez dimi-nuir os habituais envios privados de aju-da humanitária aju-da Coreia do Sul para o Norte, denunciaram organizações não--governamentais em Seul. O governo sul-coreano não aprovou vários envios de produtos básicos como alimentos para bebés e produtos médicos essen-ciais.

BAHREIN

Duas mulheres do Bahrein foram deti-das e acusadeti-das de planearem um aten-tado contra o circuito de Sajir, junto a Manama, durante o Grande Prémio de Fórmula 1 disputado no domingo. Se-gundo a polícia, uma das mulheres es-condia uma almofada no vestido com a intenção de testar o dispositivo de se-gurança da prova visando um atentado.

SÍRIA

Centenas de famílias palestinas proce-dentes de campos de refugiados na Síria chegaram à Faixa de Gaza em busca de refúgio devido à guerra civil que come-çou em 2011, e causou a morte de cerca de mil palestinianos. Os conflitos entre as forças do regime e os rebeldes já dei-xaram mais de 70 mil mortos na Síria.

RÚSSIA

O julgamento de Alexei Navalny, prin-cipal opositor de Vladimir Putin, foi re-tomado ontem em Kirov, a cerca de 900 quilómetros de Moscovo. Acusado de desviar o equivalente a cerca de quatro milhões de patacas de uma empresa pú-blica da região de Kirov, Navalny arrisca uma pena de 10 anos num campo de trabalho.

ITÁLIA

Um tribunal de Milão confirmou 110 con-denações contra membros da Ndranghe-ta, a poderosa máfia calabresa, por activi-dades criminosas na Lombardia, norte da Itália. A pena mais pesada - 15 anos e três meses - foi imposta a Alessandro Manno, chefe da máfia em Pioltello.

ESTADOS UNIDOS

A Justiça Federal dos EUA ordenou a li-bertação do homem acusado de enviar cartas com veneno a um senador e ao Presidente Barack Obama na semana passada. Como não foram encontradas provas, foi retirada a acusação contra Paul Kevin Curtis, de 45 anos.

COLÔMBIA

O Presidente da Venezuela advertiu que “os fascistas” devem estar a pensar eli-miná-lo “fisicamente”. Numa cerimónia transmitida pelo canal estatal, Nicolás Maduro denunciou que “entre Miami e a América Central há quem esteja a pagar para ver quem se atreve a fazê-lo”.

TURQUIA

Deputadas já podem usar calças

O Parlamento turco revogou uma norma que

impedia as deputadas de vestirem calças

P

ela primeira vez, as deputadas turcas foram autoriza-das a usar calças, depois do Parlamento ter modificado uma norma que as obrigava a vestir saias, noticiou o jornal “Hÿrriyet”.

Desde a fundação da República que o regulamento par-lamentar obrigava os homens a vestirem fato e as mulheres saias pela altura do joelho e casaco. A norma foi agora aboli-da e será substituíaboli-da por um articulado que permitirá que as mulheres também possam vestir calças.

A iniciativa de reforma do regulamento foi lançada há dois anos e recebeu a “luz verde” da comissão constitucional do Parlamento em Outubro de 2011, mas só agora passou a fazer parte das normas, precisou o jornal turco, citado pela agência EFE.

A proposta de mudança foi motivada pela presença da deputada Safak Pavey, membro do Partido Republicano do Povo (CHP), na oposição, que foi obrigada a passar a usar uma prótese na perna depois de ter sofrido um acidente aos 19 anos.

Após conquistar um dos lugares no Parlamento nas

elei-ARÁBIA SAUDITA

Enfermeiras assediadas e rejeitadas

Os sucessivos casos de assédio e a rejeição social de que são alvo estão a provocar crescente

frustração nas enfermeiras sauditas

R

ihab entrou no curso de Enfer-magem cheia de sonhos e com a convicção de que iria cumprir uma nobre missão, mas hoje, aos 26 anos, já se arrependeu de ter decidido ser enfermeira na Arábia Saudita.

Segundo salienta uma reportagem da agência EFE, Rihab e muitas das suas colegas sentem-se frustradas com o facto de serem “rejeitadas” pela con-servadora sociedade saudita e pelos constantes casos de assédio dentro dos hospitais.

“Desde que comecei a trabalhar, so-fro permanentemente o assédio verbal e os olhares perversos dos homens que visitam o hospital”, explicou à agência Efe Rihab, que preferiu não revelar o apelido.

O problema desta jovem, que tra-balha num hospital privado, não é um caso isolado. “Não temos uma solução para conter o assédio e as provocações, a não ser afastarmo-nos”, disse Rihab, que concluiu a licenciatura há cinco anos. Até agora, nem ela nem as cole-gas se atreveram a apresentar queixas formais contra os maus tratos.

“Um protesto só nos prejudicaria mais, já que a notícia chegaria até às nossas famílias e a maioria das enfer-meiras já sente problemas em con-vencer os parentes a deixá-las exercer esta profissão”, disse outra enfermeira, Rasha, de 29 anos, ao sublinhar que essa situação ocorre porque a socie-dade saudita não está habituada a ver essa profissão ser desempenhada por uma mulher.

“A maioria das enfermeiras na Ará-bia Saudita é de nacionalidade filipina. As sauditas só entraram nesta

profis-Cerca de 50% das sauditas formadas em Enfermagem deixaram a profissão em 2011

ções de Junho de 2011, Pavey teve de usar saia na cerimónia de juramento da Constituição. A foto da deputada correu o país e causou indignação, levando o Partido Justiça e Desen-volvimento (AKP), no poder, a apresentar uma proposta de reforma.

A deputada agradeceu a iniciativa, mas lembrou que con-tinuam por cumprir várias leis e normas urbanísticas elabo-radas com o propósito de facilitar a integração de pessoas deficientes na sociedade turca.

Safak Pavey esteve na base da revisão da regra do vestuário

são nos últimos anos. A sociedade pre-cisa de algum tempo para se habituar”, disse.

Recordando que as enfermeiras devem cobrir o rosto com um véu en-quanto trabalham, Rasha atribui parte da culpa do seu desprestígio aos meios de comunicação locais, por publicarem notícias sobre “relações pecaminosas” nos hospitais entre enfermeiras e mé-dicos, ou entre elas e pacientes.

Essa reputação dificulta a possibi-lidade de se casarem. “Os jovens afas-tam-se imediatamente quando sabem que sou enfermeira. Ninguém quer que a sua esposa sofra diariamente fal-tas de respeito”, assumiu Rihab, sem esconder alguma angústia.

Rasha revela que um jovem estava

entusiasmado com a ideia de se casar com ela, mas foi tão criticado por ami-gos e familiares que o namoro acabou por acabar.

Face a esses estigmas, muitas mu-lheres já trocaram a enfermagem por outras profissões. “Três das minhas co-legas não suportaram o que viveram e decidiram procurar outro trabalho ou ficar em casa”, contou Rasha.

A área da medicina é a única na qual é permitido que uma mulher sau-dita trabalhe junto a um homem, já que a legislação nacional proíbe a mistura de sexos em instituições, fábricas e lo-jas.

Números oficiais publicados re-centemente pelo jornal “Al Sharq Al Awsat” indicam que cerca de 50% das sauditas formadas em Enfermagem abandonaram a profissão em 2011. O número total de enfermeiras sauditas atingiu 18.911, segundo o jornal árabe “Al-Hayat”.

“O meu pai e irmãos tentam con-vencer-me a abandonar este trabalho, mas eu insisto em continuar e desafiar as circunstâncias. Nós somos a primei-ra e a segunda geprimei-rações que tprimei-rabalham nesta profissão, por isso, este desprezo em relação a nós mudará com o tem-po”, antecipou Maram, de 24 anos.

Apesar dos casos não serem abun-dantes, algumas famílias apoiam as jo-vens enfermeiras, como acontece com Salma, cujo pai até a encoraja a prosse-guir com a carreira. “Não se opôs total-mente à minha entrada na Faculdade de Enfermaria, porque é um homem de mente aberta e consciente, embora continue a aconselhar-me e a preocu-par-se”, destacou.

FOTO ARQUIVO

F

rançois Hollande inicia hoje uma visita de dois dias à China, tornando-se o primei-ro Chefe de Estado de um grande país ocidental recebido em Pe-quim pela nova liderança chinesa. O Presidente francês viaja com vários ministros e líderes de meia centena de empresas, e além de Pequim, visitará Xangai.

“Desejamos que a visita apro-funde a cooperação e a confiança mútuas, elevando a as boas rela-ções sino-francesas para um nível ainda mais alto”, disse ontem a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

A França é um dos maiores parceiros comerciais da China na União Europeia e o seu segun-do fornecesegun-dor de tecnologia. Em 2012, o comércio bilateral aumen-tou 9,3% em relação ao ano ante-rior, para 51.020 milhões de dóla-res.

A França é também um dos destinos preferidos dos turistas chineses, estimando-se em “mais de um milhão” o número de

via-CHINA/FRANÇA

Hollande em Pequim

para reforçar confiança

O gestor de um parque industrial localizado na província de

Jiangsu foi demitido depois de violar as regras de austeridade

impostas por Xi Jinping, com um banquete para potenciais

investidores. A fúria da população acabou com a festa e com a

carreira de Zhang Aihua

U

m dirigente chinês foi afastado do seu cargo na segunda-feira por ter realizado um grande ban-quete que provocou uma onda de críticas na internet, anunciou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Desafiando as novas regras anti-cor-rupção definidas pelo Presidente da Chi-na, Xi Jinping, para combater as posturas de ostentação por parte de membros do Governo e do Partido Comunista Chi-nês (PCC), Zhang Aihua, gestor de um parque industrial em Taizhou, cidade da Província de Jiangsu (leste da China), decidiu oferecer a potenciais investido-res um jantar com um menu de luxo na sexta-feira, mas a iniciativa acabou por contar com uma forte e determinada opo-sição de populares.

De acordo com a imprensa oficial, cer-ca de 100 residentes da zona invadiram o salão de banquetes do parque industrial e descobriram que estavam a ser servidos dispendiosos pratos de peixe, bebidas

al-coólicas e cigarros.

A recepção promovida pela admi-nistração da Zona Industrial “violou os regulamentos relevantes”, sublinhou o departamento de informação do Gover-no da cidade de Taizhou, citando os re-sultados da investigação que concluíram que Zhang Aihua “é o responsável”. Por isso, o comité local do PCC decidiu demi-tir Zhang do cargo de director do Comi-té Administrativo da Zona Industrial de Binjiang, indicou o departamento.

As autoridades confirmaram ainda que Zhang pediu à população para que saísse do salão, que fica no segundo an-dar, salientando que o edifício não teria capacidade para acolher tantas pessoas. No entanto, acabou por ser humilhado publicamente. Ao ver que os residentes filmavam o evento, Zhang ajoelhou-se junto a uma mesa e fez um pedido públi-co de desculpas, mas não públi-conseguiu evi-tar que o vídeo fosse publicado na inter-net, provocando “reacções sarcásticas da

população”, segundo salienta a Xinhua. Incluindo três mesas, o repasto terá custado 6.830 yuans, sendo que o gestor terá pago 5.430 yuans por 20 pessoas ins-taladas em duas mesas. O restante

mon-tante foi suportado por uma empresa local.

A factura da festa organizada por Zhang traduziu-se em mais de 250 yuans por pessoa, valor que, embora seja o pre-ço médio de uma refeição em Xangai ou Pequim, ainda é considerado embaraço-samente elevado para um funcionário público gastar num jantar.

“Olhem para todos esses pratos de topo, licores e cigarros. São pelo menos 10.000 yuans para cada mesa”, acusou um administrador de um fórum de dis-cussão “online” que foi uma das primei-ras pessoas a filmar o evento e a publicar imagens “online”. “Sem a tecnologia ou a internet, há 20 ou 30 anos não teríamos conseguido isto. Hoje em dia, as pessoas usam a internet para combater a corrup-ção”, acrescentou.

Lançada por Xi Jinping no final do ano passado, a campanha contra a cor-rupção e extravagância no seio do Partido Comunista parece estar a ter um impacto significativo. Gerentes de restaurantes garantem mesmo que os funcionários do Governo estão a apoiar os seus estabele-cimentos com menos frequência.

Dados estatísticos oficiais indicam que as receitas dos restaurantes de luxo caíram 2,6 por cento no primeiro trimes-tre deste ano. Além disso, as receitas ge-rais da restauração na China aumenta-ram apenas 4,8% por cento.

Gestor público ajoelhou-se para pedir desculpa, mas não travou a fúria popular

CHINA

Dirigente humilhado e demitido devido a banquete

O Presidente francês vai protagonizar hoje a primeira grande

visita à China de um Chefe de Estado ocidental na “era” Xi

Jinping

VEJA VÍDEO NO JTM ONLINE www.jtm.com.mo

jantes oriundos da China que visi-tam anualmente o país, indicou a agência noticiosa oficial Xinhua.

O Presidente chinês, Xi Jinping, foi eleito em Março passado pela Assembleia Nacional Popular chi-nesa. Na altura, Hollande telefo-nou ao homólogo chinês, felicitan-do-o pela eleição, e afirmou que a França e a China “advogam ambos a multi-polaridade” e “partilham as mesmas ou idênticas posições acerca de muitas importantes questões”, disse a Xinhua numa antecipação da visita do Presiden-te francês.

JTM/Lusa

CHINA/JAPÃO

Tóquio mantém aberta

“janela de diálogo”

Os Governos do Japão e

China estão a preparar

um encontro para

discutir questões da

área da Defesa

O

Japão disse ontem que tem uma “janela de diálogo” aberta com a China e que espera realizar uma reunião de alto nível com responsáveis de Defesa, apesar de prometer expulsar pela força qualquer desembarque chinês nas disputadas ilhas Senkaku/ Diaoyu.

“Nós temos uma janela de diálogo com a China cer-tamente aberta através dos canais diplomáticos”, disse o ministro porta-voz do Japão Yoshihide Suga, numa confe-rência de imprensa.

O responsável confirmou que as duas partes estão a tentar agendar conversações, na sequência de uma notícia do jornal Asahi Shimbun, que indicou que os dois gi-gantes asiáticos estavam a

planear uma reunião de de-fesa para o final deste mês, não obstante o impasse sobre o arquipélago administrado por Tóquio e reivindicadas por Pequim no Mar da China Oriental.

“Estamos a organizar o encontro. É certo que o Japão está em conversações com a China”, disse.

Oito navios chineses entraram na terça-feira nas águas territoriais das Senkaku/Diaoyu, adminis-tradas de facto pelo Japão, o que provocou manobras dis-suasoras da guarda costeira japonesa e a queixa formal de ambos países.

A tensão foi elevada com a visita, também na terça-fei-ra, de algumas autoridades do governo japonês ao po-lémico templo de Yasukuni, considerado na região como símbolo da opressão japone-sa durante a primeira metade do século XX.

A visita a Yasukuni, que homenageia os milhões de soldados mortos nos con-flitos armados entre 1853 e 1945, incluindo 14 criminosos da Segunda Guerra Mundial,

provocou também o cancela-mento da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Yun Byung-se, a Tóquio e o protesta da China.

“A China continua a ser um importante vizinho para o Japão”, afirmou Suga, que considerou que Tóquio e Pe-quim sempre “mantiveram uma postura de melhorar as relações numa perspectiva ampla”.

Na terça-feira, o Primeiro--Ministro japonês Shinzo Abe prometeu “expulsar pela for-ça” qualquer desembarque chinês no arquipélago, depois de oito navios do governo chinês terem entrado nas suas águas territoriais.

A tensão nas Senkaku/ Diaoyu disparou no passado mês de Setembro, quando o Japão comprou a um proprie-tário privado três das cinco ilhas do arquipélago desabi-tado, situado no Mar da Chi-na Oriental e com apeChi-nas sete quilómetros de extensão.

Estima-se que as ilhas po-derão ter importantes reser-vas de hidrocarbonetos

Referências

Documentos relacionados

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

Colhi e elaborei autonomamente a história clínica de uma das doentes internadas no serviço, o que constituiu uma atividade de importância ímpar na minha formação, uma vez

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como

O número de desalentados no 4° trimestre de 2020, pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que vão encontrar uma vaga, alcançou 5,8 milhões

Costa (2001) aduz que o Balanced Scorecard pode ser sumariado como um relatório único, contendo medidas de desempenho financeiro e não- financeiro nas quatro perspectivas de

O objetivo deste trabalho foi estudar a evaporação por meio da transferência de massa no solo, em uma barragem subterrânea submetida às diferentes profundidades do lençol

Por outro lado, os dados também apontaram relação entre o fato das professoras A e B acreditarem que seus respectivos alunos não vão terminar bem em produção de textos,