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Fórum Social Mundial Memória FSM memoriafsm.org

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Fórum Social Mundial

Memória FSM

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Jornal: CARTA MAIOR Data: 29/01/09

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Gestores públicos ratificam compromisso com a Cultura

Sérgio Mamberti, Célio Turino e Edilson Moura da Silva fazem importantes sínteses da elaboração, diretrizes e aplicação das políticas públicas de cultura no âmbito nacional e paraense. Falam também de FSM e das lições altermundistas para um mundo em crise. "Estou achando ótimo que ninguém esteja com o discurso do ‘eu disse, bem que eu avisei!’ Pelo contrário, a postura aqui no fórum é a de muita seriedade para apontar alternativas de superação", diz Mamberti.

Eduardo Carvalho

BELÉM – Carta Maior convidou representantes dos setores públicos de cultura a dividirem o diálogo sobre as políticas públicas do setor com seus espectadores e leitores nesta cobertura do FSM2009. Estiveram em nosso estúdio, falando ao vivo pela TV Carta Maior nesta quarta-feira, 28, o presidente da Funarte, Sérgio Mamberti, o Secretário Estadual de Cultura do Pará, Edilson Moura da Silva, e o Secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura – SPPC/MinC, Célio Turino. Além de interessantes sínteses sobre as plataformas públicas, também foi avaliado o acréscimo do debate sobre cultura nesta edição do fórum, ratificando impressões que já anunciávamos (leia mais aqui).

Sérgio Mamberti

CLIPPING

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Sérgio Mamberti, até há pouco Secretário da Diversidade e da Identidade Cultural do MinC, assumiu há menos de dois meses a presidência da Funarte que vem de um tumultuado processo de reformulação. Ele afirmou que está assustado com a crise econômica, não por ser alguma novidade, já que amplamente anunciada e esperada, mas pelos efeitos que desencadeará em todos os setores, inclusive no orçamento da Cultura e nos aportes de empresas que financiam atividades na área. “Nós que somos frequentadores habituais do FSM, sabemos que sempre apresentamos um modelo completamente diferente. Os caminhos historicamente apontados pelo fórum poderiam ter corrigido muita coisa que aflora com esta crise. Estou achando ótimo que ninguém esteja com o discurso do ‘eu disse, bem que eu avisei!’ Pelo contrário, a postura aqui no fórum é a de muita seriedade para apontar alternativas de superação. É uma grande oportunidade de mudança no momento em que o mundo se reorganiza.” – disse o ator, militante e gestor público.

O presidente da Funarte declarou que “a Cultura ocupará papel de centralidade nos debates deste fórum, pelo mesmo motivo que a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO, de cujo Comitê Intergovernamental o Brasil é membro efetivo desde 2006, também coloca a cultura no centro do conceito de desenvolvimento, pois considera em primeiro lugar o homem e não o mercado ou a produção ou o dinheiro. Com as políticas públicas seguindo esta diretriz, pela primeira vez, comunidades como por exemplo as indígenas, quilombolas ou ciganas são contempladas com políticas culturais no Brasil”. Ressaltou ainda que os frutos já colhidos neste caminho são muitos e visíveis, principalmente no sentido de uma grande articulação nacional, respaldada pelo Fórum Permanente de Secretários Estaduais de Cultura, o que garante que as diretrizes culturais estão, enfim, sendo compartilhadas por todos.

Célio Turino

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É o Estado reconhecendo que quem faz cultura é a sociedade. O Programa credencia entidades jurídicas, os pontos de cultura, que se tornam, assim, intermediários entre o Estado e a sociedade, e lhes oferece um convênio no valor de R$ 180 mil por três anos para que o trabalho possa ser feito na própria comunidade, com autonomia e atendendo às necessidades específicas de cada uma delas. Há pontos de cultura em todos os cantos do Brasil: no alto Xingu, na fronteira com o Peru, em favelas, em comunidades quilombolas, em acampamentos rurais, nos interiores e nos grandes centros urbanos. Já são 850 pontos ativos e mais 1500 em processo de seleção nos editais.

Uma das principais preocupações do programa é garantir o acesso aos meios de produção e difusão cultural, por isso, o MinC está no FSM lançando o edital dos Prêmio Pontos de Mídia Livre, direcionadas aos pontos que mantém blogs, rádios ou TVs comunitárias, fanzines, publicações em geral. Na verdade, todos os pontos são pontos de mídia digital, ao passo que recebem um equipamento suficiente para dar vazão à sua produção e às suas necessidades de estar operando em rede cooperada, inclusive para a gestão do próprio ponto dentro do programa. Alguns, porém, atuam mais marcadamente na área. Há pontões de cultura que servem de laboratórios de mídia livre para a articulação e capacitação dos demais pontos da rede.

O secretário considerou uma série de atuações e resultados do programa, entre elas, a ação griô, que é a direcionada à preservação e compartilhamento dos saberes populares e ao respeito e valorização da cultura tradicional e oral do Brasil. Avaliou o alcance social do Programa Cultura Viva e sua contribuição para a construção do sentimento de cidadania e pertencimento social alicerçado em desenvolvimento econômico. “O ponto de cultura, em sua comunidade, funciona como um centro atrator, aglutinador, gregário, por isso acaba reunindo diferenças e se tornando também um ponto de tolerância. Entre outros resultados, também há os reflexos econômicos” – afirmou e ilustrou com o exemplo de um Ponto de Cultura, Casa Grande, na Chapada do Araripe, no interior do Ceará, numa cidade de 8 mil habitantes, “onde surgiu uma iniciativa de protagonismo infantil e juvenil sem paralelos em nenhum lugar do mundo.

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O ponto mantém uma emissora de televisão e uma de rádio feita pelos meninos, que também tem uma banda de jazz, uma editora, tem produção audiovisual... tudo gerido pelas crianças inclusive com práticas de orçamento participativo”. O desenvolvimento deste ponto gerou um fluxo de turismo na cidade correspondente a um terço de sua população por mês; assim, as casas das mães destes meninos convertem-se em hospedaria para visitantes que compram o artesanato local, ali se alimentam, fazem passeios ecológicos ou culturais pelos sítios arqueológicos, compram moldes de fósseis de dinossauros feitos em gesso e movimentam a economia da cidade toda, com acréscimos consideráveis no bem-estar coletivo.

Edílson Moura da Silva

Edilson de Moura Silva fez um balanço de dois anos de gestão no Pará ressaltando a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que no caso do governo do Pará, passa necessariamente pelo desenvolvimento por meio da Cultura, já que um dos principais patrimônios deste estado do tamanho de uma Espanha inteira é sua diversidade também no campo cultural. Sua secretaria está empenhada na criação e implantação de um Plano Estadual de Cultura, o primeiro urdido em terras paraenses.

Para tanto, um profundo diagnóstico foi feito por meio das Conferências Intermunicipais de Cultura que reuniu 107 dos 143 municípios das 12 regiões do estado, o que culminou em uma Conferência Estadual que deu voz também aos indígenas, aos remanescentes quilombolas, às comunidades tradicionais, aos artistas, aos produtores e gestores culturais. Uma das vertentes da nova política em implantação é o deslocamento de prioridade de tratamento ao patrimônio que antes era velado só em seu aspecto material e quase exclusivamente na capital. “Apenas o patrimônio material e, mesmo assim, só o de Belém, era visto pelas autoridades. Estamos olhando o patrimônio material de todo o estado, pois temos muitas cidades históricas, mas fundamentalmente estamos dando ênfase ao patrimônio imaterial, à cultura popular, ao saber dos mestres” - afirmou o secretário.

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Um dos debates esperados por Edilson no FSM é a potencialização do debate de políticas públicas de cultura fora dos cânones elitizados e elitizantes. “O próprio ambiente de profunda diversidade é propício para que governantes inteligentes, no contato com as diversas culturas presentes, consigam tirar lições e aprendizados e soluções para os problemas que o mundo vive, que o Estado vive, que a sociedade vive. O FSM deixará alternativas e precisamos aprender com elas.”

Referências

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