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INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA HIURY GEORGE GARCIA

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CARATINGA 2019

INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA

HIURY GEORGE GARCIA

O USO DA RECICLAGEM DE RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL:

PROPOSTA DE RENOVAÇÃO DAS CALÇADAS DE CARATINGA-MG, ULTILIZANDO PLACAS CIMENTÍCIAS PRODUZIDAS COM AGREGADO

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CARATINGA

HIURY GEORGE GARCIA

FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA

O USO DA RECICLAGEM DE RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL:

PROPOSTA DE RENOVAÇÃO DAS CALÇADAS DE CARATINGA-MG, ULTILIZANDO PLACAS CIMENTÍCIAS PRODUZIDAS COM AGREGADO

RECICLADO

Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Doctum de Caratinga, como requisito para a obtenção do título de Bacharel.

Orientadora: Marine Luiza de O. Mattos Coorientadora: Camila Alves da Silva

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Dedico a Deus, e toda espiritualidade maior por sempre me guiar por bons caminhos, trazendo possibilidades para modificar meu ser e transformando meus sonhos em realidade, a minha família e amigos pelo apoio dedicado a mim, me ajudando a superar os obstáculos de cada dia.

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho foi possível devido ao apoio dos professores e orientadores que não mediram esforços para seu êxito, aos amigos que se empenharam nesse momento assim como a família pelo apoio, não esquecendo da Faculdade Doctum de Caratinga MG, onde seu laboratório e funcionários foram de extrema importância para a conclusão desse, a todos e a Deus só posso dizer o meu muito obrigado por tudo!

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 A calçada e seus vários donos ... 20

Figura 2 Projeto calçada sustentável ... 22

Figura 3 O agregado reciclado ... 23

Figura 4 Locais com calçadas danificadas em Caratinga-MG ... 25

Figura 5 Procedimentos para determinação da distribuição granulométrica ... 27

Figura 6 Procedimentos para ensaio de resistência à compressão ... 30

Figura 7 Aplicação da carga até a ruptura dos corpos de prova ... 30

Figura 8

Produção das placas cimentícias ...

31

Figura 9

Procedimentos para ensaio de absorção de água...

32

Figura 10 Mapa dos locais com calçadas danificadas em Caratinga-MG ... 33

Figura 11

Calçadas danificadas na cidade de Caratinga-MG ...

34

Figura 12

Locais com calçadas danificadas na área central Caratinga-MG

35 Figura 13 Mapa enumerando os locais das calçadas danificadas na área central de Caratinga-MG ... 35

Figura 14 Imagem das calçadas danificadas em quarteirão no centro de Caratinga- MG ... 36

Figura 15 Processo de reciclagem dos resíduos de costrução e demolição ... 37

Figura 16

Medidas vias e calçadas Rua Raul Soares ...

45

Figura 17 Medidas vias e calçadas Rua João Pinheiro ... 46

Figura 18

Medidas vias e calçadas Travessa João Coutinho ...

46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Estimativa do total de resíduos gerado no município de Caratinga ... 17

Quadro 2 Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras ... 27

Quadro 3 Dosagem da argamassa do estudo de silva ... 28

Quadro 4 Proporções utilizadas na produção das argamassas ... 28

Quadro 5 Identificação dos locais estudados ... 34

Quadro 6 Distribuição granulométrica da areia natural ... 38

Quadro 7 Distribuição granulométrica da areia reciclada ... 39

Quadro 8 Resistência à compreensão dos corpos de prova 100% reciclada ... 39

Quadro 9 Resistência à compreensão dos corpos de prova 50% reciclada ... 40

Quadro 10 Resistência à compreensão dos corpos de prova 25% reciclada ... 40

Quadro 11 Resistência à compreensão dos corpos de prova 100% natural ... 41

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LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas BR Brasil

CIB Comissão Intergestores Bipartites

IPEA Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas

hab Habitante

Mpa Megapascal m Metro

m² Metro quadrado MG Minas Gerais

RCD Resíduos de Construção e Demolição

t Tonelada

USP Universidade de São Paulo % Porcentagem

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RESUMO

O descarte dos entulhos na construção civil na cidade de Caratinga-MG, é um dos fatores contribuintes de danos ao meio ambiente local. Frente a isso, este trabalho traz uma forma de reduzir em parte esses impactos, com a criação de uma placa cimentícia que na sua produção foi substituído 50% da areia natural por areia de reciclagem de entulhos de obras, avaliando sua resistência à compressão através de métodos de ensaios, com traços pré-definidos conforme os requisitos para argamassas de revestimento. O resultado obtido com a metodologia utilizada tornou- se compatível a utilização do agregado reciclado nas argamassas para placas cimentícias, que poderão ser aplicadas nos revestimentos de calçadas. Trazendo assim uma forma sustentável para a redução de impactos causados pela geração de entulhos de construção civil.

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ABSTRACT

The disposal of construction debris in the city of Caratinga-MG, is one of the contributing factors of damage to the local environment. Given this, this work provides a way to partially reduce these impacts, with the creation of a cementitious slab that in its production was replaced 50% of the natural sand by sand debris recycling, evaluating its compressive strength through test methods with predefined traces as required for coating mortars. The result obtained with the methodology used became compatible with the use of recycled aggregate in mortars for cementitious slabs, which can be applied in sidewalk coatings. Bringing in a sustainable way to reduce impacts caused by the generation of construction debris.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 14

2.2 SUSTENTABILIDADE AO CONSTRUIR ... 14

2.3 PERDA E DESPERDÍCIO E PRODUÇÃO DE ENTULHO NAS CIDADE ... 15

2.4 REUTILIZAR E RECICLAR ... 16

2.5 QUANTIDADE DE RESÍDUOS GERADOS ... 17

2.6 CONCRETOS E ARGAMASSAS PRODUZIDOS COM RESÍDUOS ... 18

2.7 CALÇADAS E SUAS DIMENSÕES ... 18

3 REFERENCIAL PROJETUAL ... 20

3.1 A CALÇADA E SEUS VÁRIOS DONOS... 20

3.2 PROJETO CALÇADA SUSTENTÁVEL ... 21

3.3 O AGREGADO RECICLADO E A CIDADE DEMOCRÁTICA... 22

4 METODOLOGIA ... 24

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 24

4.1 Procedimentos metodológicos ... 25

4.1.1 Caracterização dos materiais ... 26

4.1.2 Definição dos traços das argamassas ... 27

4.1.3 Ensaio de resistência a compressão ... 29

4.1.4 Ensaio de absorção de água ... 31

5 RESULTADOS E ANÁLISE ... 33

5.1 ANÁLISE FOTOGRÁFICA E MAPEAMENTO DAS CALÇADAS DANIFICADAS ... 33

5.2 VISITA TÉCNICA À USINA DE RECICLAGEM ... 36

5.3 PROGRAMA EXPERIMENTAL ... 38 5.3.1 Granulometria ... 38 5.3.2 Resistência à compressão ... 39 5.3.3 Absorção de água ... 41 6 PROPOSTA PROJETUAL ... 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ... 49

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1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade tem importância relevante na arquitetura, pois traz métodos viáveis para construir e a preocupação em edificar sustentavelmente contribuindo de forma que os centros urbanos que produzem edificações, pavimentações impermeáveis, tenham uma reavaliação sobre seu processo construtivo. Materiais e formas construtivas alternativas são importantes para amenizar os impactos causados por consumo excessivos dos recursos naturais, já que o setor da construção tem uma intensa produção de resíduos nas cidades e que diversas vezes são dispensados inadequadamente, trazendo assim a preocupação que afeta diversas áreas envolvendo ordem ambiental, social e financeira. Em função disto as alternativas construtivas têm como objetivo minimizar esses impactos (LEITÃO, 2018).

Também no processo construtivo, o alto índice de perdas é a principal causa geradora de entulho. Já nas obras de reformas, e cultura local e não reciclagem são as principais causas do entulho gerado pelas demolições durante o processo. Os entulhos das demolições representam mais de 50% nos aterros, o qual reciclado iria diminuir os locais de ocupação destes aterros (PINTO, 1999).

O entulho gera uma montanha de resíduos diariamente e é formada por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc. tal fato acarreta diversos problemas nas cidades brasileiras. A partir de 2004, com a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras ficaram proibidas de receber os entulhos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano integrado para gerenciar os a produção dos entulhos na construção.

Existem alguns métodos importantes para reutilizar e reciclar os resíduos, fazendo uma classificação, que é fundamental para garantir um produto final de melhor qualidade e homogeneidade começando da obra até a reciclagem.

Este trabalho se desenvolve na cidade de Caratinga, cidade localizada na Zona Leste de Minas Gerais. A mesma passa por problemas intensos relacionados ao despejo desses entulhos, a deposição clandestina de entulho, que no momento é preocupante, pois a cidade é cortada ao centro por um rio que em seu arredores são depositado esses resíduos com o intuito de aterrar lotes para uma nova construção,

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não se preocupando com as chuvas que podem gerar novas enchentes, já que ocorreram no passado.

O presente trabalho tem por objetivo geral verificar a possibilidade do uso de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) na produção de placas cimentícias, visando a utilização destas na renovação das calçadas da cidade de Caratinga-MG. Priorizando a análise dos aspectos visuais das placas produzidas bem como seu desempenho quanto a resistência mecânica e absorção de água.

Cabe destacar que essa proposta partiu tanto da questão da sustentabilidade na construção quanto da observação de que boa parte das calçadas de Caratinga- MG se encontram deterioradas. Sendo assim, viu-se a possibilidade de, com a participação da prefeitura no recolhimento dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD), e também na fabricação dessas placas com os agregados obtidos da reciclagem, promover o restauro das calçadas, melhorando a mobilidade ao passo que promove a sustentabilidade.

Neste contexto, este trabalho pode ser entendido como uma pesquisa exploratória, que se desenvolveu a partir dos seguintes objetivos específicos:

 Revisar bibliografia sobre sustentabilidade na construção e usos de resíduos na produção de materiais construtivos;

 Observar diretamente o processo de produção de agregados reciclados mediante visita a uma usina;

 Identificar a quantidade de entulho gerado e descartado na cidade de Caratinga-MG;

 Estudar e fazer mapeamento de danos das calçadas de Caratinga-MG;  Produzir placas cimentícias e corpos de prova com uso de agregado de

reciclagem.

 Realizar ensaios de resistência à compressão dos corpos de prova produzidos;

 Realizar ensaio de absorção e inspeção visual das placas cimentícias produzidas com agregado reciclado.

Espera-se que a presente pesquisa possa apresentar uma alternativa viável do uso de resíduos de construção e demolição gerados em Caratinga-MG, ao propor a produção de placas cimentícias com uso de agregados produzidos a partir destes entulhos, trazendo métodos e técnicas alternativas viáveis em relação à produção

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convencional. É uma solução capaz reduzir diversos problemas, e essa prática traz o equilíbrio entre a forma de construir e o meio em que vivemos, além de ser extremamente viável para a arquitetura local.

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14 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na tentativa de solucionar as problemáticas relacionadas a poluições, após os mesmos terem sidos originados, o melhor é procurar reduzir, de todas as formas a poluição, procurando promover mudanças ou modificações, práticas e hábitos incluindo atividades que protejam recursos naturais. A prevenção pode ser obtida por vários processos como a substituição de materiais e insumos, a mudança de procedimentos, melhor organização, programas educacionais de conscientização etc.

O denominado lixo, em função de sua proveniência variada, pode ter diversos tipos de tratamentos, satisfazendo assim diversos setores como o econômico, ecológico e social (BRAGA et all, 2005).

A falta e o custo de locais apropriados para a destinação dos entulhos das obras levam ao descarte inadequado, alguns são descartados em terrenos abandonados, aterros clandestinos, margens de rios entre outros. Originando excessivos gastos aos órgãos governamentais, através da limpeza e remoção desses resíduos e da construção de locais apropriados para recebê-los (PEREIRA, 2015).

Sendo assim, este trabalho se dispõe a estudar o uso de agregado reciclado na produção de placas cimentícias para o revestimento de calçadas. Para tanto, é necessário primeiro conhecer um pouco mais sobre a sustentabilidade na construção e como este tipo de material é produzido e como ele pode ser utilizado.

2.2 SUSTENTABILIDADE AO CONSTRUIR

Propor uma gestão sustentável dos resíduos urbanos priorizando sempre a redução da produção de resíduos. No entanto, quando existir a geração dos resíduos, deve-se buscar a reutilização. Somente quando não existir possibilidade de reciclá-los é que devem ser incinerados (com recuperação de energia) ou aterrados. É essencial processo minucioso para obter um resíduo de qualidade, o que implica segregar os resíduos junto à fonte geradora, ou seja, nos próprios canteiros de obra. E necessário que ciclo da reciclagem se estabeleça, por isso é

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fundamental que o construtor/gerador tenha consciência da importância do seu papel neste processo.

Segundo Corrêa (2009) o mundo era dividido em norte e sul, isto segundo as concepções financeiras. Sendo o norte tecnicista e extremamente desenvolvido e o sul, subjugado ao norte, fornecia-lhe a mão-de-obra. O mesmo autor afirma que no pós-guerra com a crise de desenvolvimento, com o crescimento populacional desequilibrado e a imposição tecnológica dos setores dominantes o conhecimento ficou restrito somente a analistas específicos de cada setor.

Neste período uma reflexão sobre a abrangência e o alcance do conceito de sustentabilidade, sendo apresentado pela primeira vez na década de 80 (CORRÊA, 2009). No entanto Pinto (1999) assegura que no Brasil, a quantidade de entulhos nos meio urbanos atinge contornos gravíssimos, não deixam de ser um quadro típico dos países em desenvolvimento.

[...]O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) define a construção sustentável como “o processo holístico para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica (CIB, 2002, p.8).

2.3 PERDA E DESPERDÍCIO E PRODUÇÃO DE ENTULHO NAS CIDADES

É preciso adotar uma postura racional e criativa, que facilite a evolução das técnicas construtivas e de administrar os recursos, viabilizando assim a redução de diferentes formas de desperdício.

Alguns anos atrás não havia indicadores que evidenciavam a ocorrência de perdas nas obras, e muito pouco se conhecia sobre a intensidade do descarte do entulho de construção e demolição, senão a frequência com que iam se formando as “montanhas” de entulho nos ambientes urbanos (PINTO,1999).

No Brasil, as informações hoje disponíveis permitem confirmar a significância das perdas nas construções e quantificar a geração dos resíduos, em cidades de médio e grande porte. A falta de informações se estendia também à natureza das atividades construtivas, desconhecendo-se a participação dos diversos agentes na produção das edificações urbanas e a origem dos entulhos gerados (BRASIL, 1995 apud PINTO,1999).

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A classificação de entulhos proposta pela The Solid Waste Association of North

America (SWANA, 1993 apud PINTO, 1999) é bastante útil para a quantificação de

sua geração:

 material de obras viárias;  material de escavação;  demolição de edificações;

 construção e renovação de edifícios;  limpeza de terrenos.

A composição dos resíduos originados em cada uma dessas atividades é diferente em cada país, devido a diversidade de tecnologias construtivas utilizadas. Comparativamente a países do primeiro mundo, a reciclagem no Brasil com materiais de construção é pouco usada, com a exceção da intensa reciclagem praticada pelas indústrias de cimento e de aço.

Este atraso tem vários componentes. Em primeiro lugar, os repetidos problemas econômicos e os prementes problemas sociais ocupam a agenda de discussões políticas (ÂNGULO et all, 2000).

2.4 REUTILIZAR E RECICLAR

Usar métodos e práticas de sustentabilidade nas obras de construção e reformas cresce cada dia mais. Essa prática vem se tornando um hábito, onde todos podem contribuir assim como os governos, consumidores, investidores e associações, que acabam por influenciar o setor da construção que incorporaram essa prática em suas obras (CORRÊA, 2009).

O setor da construção civil precisa usar mais essa prática, mudando a forma de construir e gerenciar suas obras, buscando soluções sustentáveis que sejam relevantes economicamente e que possa ser viável na construção reutilizando e reciclando (CORRÊA, 2009).

Reutilizar é o aproveitamento de produtos sem que estes sofram quaisquer tipos de alterações ou processamento complexos. Antes de um produto ser jogado fora, ele ainda tem muitos usos sem ter que passar por uma restauração ou reciclagem (CORRÊA, 2009).

É preciso ser criativo, e inovar, usar um produto de várias maneiras. O reuso dos materiais é normalmente muito simples, trata-se da execução de um desmonte.

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Para isso seria necessário um programa para organizar a demolição seletiva ou desconstrução de forma que os materiais não sejam danificados e que não sejam misturados a ponto de não poderem ser separados. Os elementos estruturais, caixilhos, porta, piso, painéis, etc., podem ser reutilizados simplesmente retirando-os e recolocando-os. Se o material estiver em bom estado, basta removê-lo com cuidado para não o danificar e reinstalá-lo em seu novo lugar de uso (CORRÊA, 2009).

O importante da reciclagem na é o aproveitamento dos restos de alvenaria e revestimento, pois estes são utilizados na esmagadora maioria das construções: trata-se de entulho. O entulho é geralmente constituído por: areia, cimento, concreto, aço, blocos e tijolos (CORRÊA, 2009).

2.5 QUANTIDADE DE RESÍDUOS GERADOS

A quantidade de entulho calculado em alguns estudos foi levando em conta por habitante, os resíduos sólidos urbanos das cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte per capita é entre 0,4 e 0,76 t/hab./ano (OLIVEIRA, 2008, p. 04).

Quadro 1: Estimativa do total de resíduos gerado no município de Caratinga

Indicador dos resíduos em novas edificações (t/dia) Indicador dos resíduos em reformas, ampliações e demolições (t/dia) Indicador dos resíduos em deposições irregulares (t/dia) Estimativa da geração de RCD (t/dia) População atual (mil habs.) Taxa (t/ano por hab.) 45,67 44,68 3,32 93,67 85,239 0,34 Fonte: FREITAS, 2013.

Esse método de quantificação vem sendo aplicado em diversas cidades por ser útil para verificar a quantidade do RCD e sua origem, e também para demonstrar sua eficiência na a implantação do gerenciamento de resíduos de construção civil. (FREITAS, 2013).

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De acordo com os resultados obtidos no diagnóstico da situação dos RCD em Caratinga/MG, observa-se que a cidade se enquadra aos levantamentos estimados no país, tendo uma geração de 0,34 t/ano por hab. de RCD, que demonstra uma geração razoável, se comparando a outros municípios brasileiros. Sua origem é balanceada, sendo metade oriunda de novas edificações e metade de reformas, demolições e ampliações, já sua composição apresenta grande porcentagem de concreto, materiais cerâmicos, solo e argamassa o que prevê possibilidades de práticas para controle de perca e reutilização para grande parte dos resíduos (FREITAS, 2013 p.65).

2.6 CONCRETOS E ARGAMASSAS PRODUZIDOS COM RESÍDUOS

Agregados reciclados possuem características físicas diferentes dos agregados naturais, influindo diretamente no desempenho das argamassas.

Portanto, substituir parcialmente agregados naturais pelos reciclados traz um desempenho satisfatório (LEITE et al., 2000; MIRANDA, 2000; CORINALDESI; MORICONI, 2009).

O uso da fração de agregado reciclado para produzir argamassa já teve estudos que comprovam a viabilidade desse material para produzir diversos produtos como: concreto não estrutural; blocos; meio fio e argamassas para uso na construção civil, feitos por alguns autores (CORINALDESI, 2005; MIRANDA, 2000; LIMA, 2005; MORICONI et al., 2003).

Por falta de um parâmetro que sirva de índice de qualidade para os agregados reciclados, estudos têm abordado diferentes formas de utilizá- los. Uma delas é a sua utilização apenas como substituto de parte do agregado natural (miúdo e/ou graúdo), de forma a não afetar tanto as propriedades do concreto. Outra forma vem a ser a investigação do efeito de várias composições do agregado sobre as propriedades do concreto, como que buscando uma composição ideal, ótima (TENÓRIO, 2007). 2.7 CALÇADAS E SUAS DIMENSÕES

A calçada ideal precisa garantir um caminhar livre, seguro e confortável à todos, é onde os pedestres se movimentam para lugares nas cidade e faz parte de sua rotina cotidiana.

A calçada precisa ser feita de forma adequada e ser bem conservada valorizando seu acesso para todos os indivíduos, possuir acessibilidade e assegurar a completa mobilidade dos usuários. Menezes (2016) assegura que a Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou o

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Estatuto das Cidades, dando à União a competência de promover junto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção e melhoria das calçadas e dos demais espaços de uso público. Desta forma a calçada deve possuir medidas adequadas para atender às dimensões mínimas na faixa livre além de possuir fluidez e continuidade, o piso precisa ser liso e antiderrapante e também uma declividade para escoamento de água que não ultrapasse 3%, não podem possuir obstáculos dentro do espaço livre para evitar quedas e tropeços garantindo segurança e contribuir com o conforto visual (DANTAS, 2009).

No entanto, em relação ás diretrizes para elaboração e manutenção das calçadas não foi encontrado nenhum relato alusivo ao assunto no Código de Obras Municipal de Caratinga. Tendo como referência a ABNT NBR 9050:2015, que fala sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbanos.

A Constituição Federal prevê que cabe aos municípios legislar sobre o uso e ocupação do solo urbano, por meio do Plano Diretor

A Lei Brasileira de Inclusão, Estatuto da Pessoa com Deficiência Lei nº 13.146/2015, trouxe algumas alterações no Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001, onde foi incluído como competência da União a promoção, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para a melhoria das condições das calçadas e dos passeios públicos. 1

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20 3 REFERENCIAL PROJETUAL

Devido a dificuldade de encontrar projetos para obras análogas, foi feito uma pesquisa sobre calçadas e o uso de material reciclado para a confecção das mesmas.

3.1 A CALÇADA E SEUS VÁRIOS DONOS

Planejamento, construção e manutenção. Esses são os passos importantes para garantir a vida longa de uma calçada. Mas que dificilmente são aplicados corretamente, pois a responsabilidade por essas tarefas não é clara. Lembrando que não acontece só nas cidades brasileiras. Essa incerteza da responsabilidade desse espaço é um assunto que atravessa o tempo onde a cada dia o trânsito é saturado no mundo todo como mostra na figura 1 abaixo.

Figura 1 A calçada e seus vários donos

Fonte: SANTOS, 2015.

Todos somos pedestres. Alguns de nós durante poucos instantes do dia, outros por horas. Por opção ou por necessidade, 22% da população brasileira se desloca exclusivamente a pé até seus destinos diários. Esse número poderia ser ainda maior se as condições para a prática fossem mais favoráveis nas nossas cidades. Boas iniciativas devem, no entanto, ser contadas e replicadas. São Paulo, Curitiba e Joinville merecem ser lembradas pela adoção de políticas que incentivam o caminhar (TANSCHEIT 2016).

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Algumas cidades brasileiras estão adaptando seus espaços de uso púbico visando o conforto dos pedestres, a cidade de São Paulo esta investindo na mudança do desenho urbano, para mudar diversas situações onde o pedestre é prejudicado por falta de mobilidade urbana e o uso das vias onde diversos acidentes acontecem diariamente visando a proteção dos pedestres e ciclistas.

Em Joinville foi determinado como metas estabelecer parâmetros para a qualidade dos espaços de caminhada. Os objetivos prevêem estabelecer alguns critérios como segurança aos usuários de calçadas e vias cicláveis, estabelecendo padrões de infraestrutura, propondo uma rede urbana de caminhabilidade e

cicloviária na cidade.

Em Curitiba um plano estratégico foi elaborado para garantir maior

acessibilidade e segurança aos pedestres, Curitiba é referência em mobilidade no Brasil e no mundo inovando e priorizando a qualidade de vida da população (TANSCHEIT 2016).

Foi instituído no ano de 2012 um plano de mobilidade, a Política Nacional de Mobilidade lei nº 12.587/2012, onde estipulou um prazo para os municípios onde população for superior a vinte mil habitantes elaborar seus planos. Mas em 2015, o prazo foi alterado pela lei 13.406/2016. Onde esses municípios terão que adequar os planos de mobilidade urbana e ser compatibilizados com os planos diretores municipais. 2

3.2 PROJETO CALÇADA SUSTENTÁVEL

No sentido de projetar uma calçada sustentável são necessários alguns pontos de extrema importância que estão listados a seguir:

Permeabilidade do solo. Usar pavimento permeável, piso composto em cerca de 80% por pedriscos, favorecendo a drenagem de água de chuva e a reabsorção da água pelo solo diminuindo os alagamentos.

Reciclagem do entulho. O uso de parte dos materiais reciclados na composição da argamassa (SANTOS, 2015).

Acessibilidade. A Calçada com qualidade, contendo rampas de acesso em inclinação adequada, nivelada entre lotes e ao longo do seu perímetro, respeitando

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inclinação máxima da faixa de circulação e sinalização para pessoas com deficiência visual (SANTOS, 2015).

Arborização. Usar espécies de árvores adequadas, com raízes que cresçam verticalmente para baixo, para que sua as mesmas não atrapalhem a locomoção dos pedestres e evitem causar danos ao espaço da calçada.

Usando os conceitos de sustentabilidade a figura 2 mostra o antes e o depois da renovação da calçada feita com agregado reciclado (SANTOS, 2015).

Figura 2 – Projeto calçada sustentável

Fonte: SANTOS, 2015..

3.3 O AGREGADO RECICLADO E A CIDADE DEMOCRÁTICA

O caminhar é um hábito ao qual o ser humano pratica regularmente, pois o mesmo sempre está indo para algum lugar, desta forma é necessário que este percurso se torne adequado para as pessoas com dificuldades de mobilidade.

O material reciclado pode ser utilizado no pavimento de calçadas e vias de trafego baixo ou leve.

Para obter redução no custo das construções de calçadas e ciclovias, seria interessante o uso do agregado reciclado nessas obras, pois é extremamente mais barato e sustentável.

Segundo levantamento do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP – Universidade de São Paulo, de cada trinta atendimentos de pronto socorro, um está relacionado a queda em vias urbanas. E segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas) o custo com internação nos leitos públicos devido a acidentes nas calçadas está na ordem de R$ 3,5 bilhões de reais.

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Calçadas podem trazer riscos dependendo da má execução e o material utilizado como mostra a figura 3 (TORRES, 2010).

A cidade democrática é aquela que permite que todos possam acessar os serviços públicos, trabalho, cultura e entretenimento sem nenhuma burocracia e se possível sem ajuda de terceiros (TORRES, 2010)

Figura 3 – O agregado reciclado

Fonte: TORRES, 2010.

Segundo a ABRECON, (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição), existem diversas aplicabilidades do agregado reciclado em uma construção como: A utilização em pavimentação que é o uso mais simples da reciclagem do RCD, a sua utilização em pavimentação sendo com base ou sub-base em revestimento primário, ou em forma de brita corrida esse uso o mais simples pela menor utilização de tecnologia e permitir o uso de todos os componentes minerais, sem separação dos materiais. Também pode se utilizado como agregado para o concreto, com o uso entulho processado pelas usinas de reciclagem, isso para concreto não estrutural, em substituição em parte de areia e brita. Pode ser usado como agregado na confecção de argamassas de assentamento e revestimento, em granulometrias semelhantes as de areia natural.

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24 4 METODOLOGIA

Para elaboração deste estudo, diversas etapas foram realizadas para a obtenção dos dados e dos resultados e, para que também fosse possível a compreensão das sondagens e experimentos feitos de maneira lógica e racional. Portanto, neste capítulo são descritos a metodologia e os procedimentos metodológicos utilizados.

4.1 Classificação da pesquisa

Segundo Prodanov e Freitas (2013), uma pesquisa científica deve ser sistemática, metódica e crítica, uma vez que se objetiva a conhecer mais aspectos sobre determinado tema. Deste modo, é preciso que os métodos adotados se alinhem a proposta do trabalho.

Partindo do objetivo de estudar o uso de resíduos de construção e demolição (RCD) na produção de placas cimentícias, visando a utilização destas em calçadas da cidade de Caratinga-MG, pode-se dizer que esta pesquisa é exploratória. De acordo com Prodanov e Freitas (2013), este tipo de pesquisa tem como finalidade obter mais informações sobre determinado assunto.

Neste contexto, escolheu-se como métodos de coleta de dados a revisão bibliográfica, o estudo de caso e a realização dos ensaios em laboratório para análise da resistência à compressão e da absorção de água das placas produzidas com agregado reciclado.

Conforme Fontelles et al.(2009), a pesquisa com experimentos onde o pesquisador age na causa ativamente no processo avaliando e definindo a forma de controle para obter uma conclusão com confiabilidade em seus resultados. Ainda cita a importância da pesquisa laboratorial em ambiente controlado utilizando instrumento específico para coleta e análise de material.

O processo de análise dos resultados envolveu todos estudos cientifico com base dos dados da pesquisa bibliográfica dos trabalhos acadêmicos, material fotográfico, sondagens regional, visita técnica e para análises e mapeamento de danos das calçadas, e análises em dos resultados obtidos em laboratório,

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abordando diretamente o assunto a ser desenvolvido, detalhando com precisão os resultados (LEITÃO, 2018).

4.1.1 Procedimentos metodológicos

A realização do presente trabalho pode ser dividida em quatro etapas básicas: revisão bibliográfica; estudo de caso através de visitas e análises fotográficas, execução dos procedimentos experimentais e, por último, análise dos resultados.

A pesquisa começa com a revisão bibliográfica para aprofundar os conhecimentos sobre o tema. Logo, foram coletados trabalhos acadêmicos e outros documentos técnicos sobre: a geração de entulhos devido as atividades da construção civil, sustentabilidade ao construir e formas de reciclar e reutilizar os resíduos de construção e demolição.

Posteriormente, procedeu-se o mapeamento das calçadas que apresentam danos. Nesta etapa foram realizadas visitas ao local e análises fotograficas, utilizando como recurso o Google Earth, como pode ser observado na Figura 4.

.Figura 4 – Locais com calçadas danificadas em Caratinga-MG.

(27)

26

Identificado os locais, procedeu-se a montagem dos mapas para melhor visualização e compreensão do objeto de estudo. O mapeamento obtido é apresentado no capítulo que é destinado aos resultados do presente trabalho.

A próxima etapa realizada foi a visita técnica a usina de reciclagem de resíduos que fica localizada na região metropolitana de Belo Horizonte as margens da BR-040, km 531, no bairro Jardim Filadélfia. Referência no Programa de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil, a visita a esta usina teve como finalidade promover maior familiarização com o processo de reciclagem e também coletar material para produção das placas cimentícias com agregado reciclado.

De posse do agregado reciclado, que para este estudo trata-se de areia reciclada, foi elaborado e executado o programa experimental que contempla: caracterização dos materiais e os ensaios de resistência à compressão e absorção de água, visto que estas características estão relacionadas ao bom desempenho das placas utilizadas para revestimento.

É importante dizer que não existe norma técnica brasileira para a produção de placas cimentícias, portanto, definiu-se que seria produzido um traço padrão com areia natural para que este sirva de referência. Também se produziu argamassas com substituição total da areia natural pela areia reciclada, além de dois traços com substituição parcial de 50% e 25% da areia natural pela reciclada.

4.1.2 Caracterização dos materiais

A ABNT NBR NM 248: 2001 normatizam os procedimentos necessários a realização do ensaio para determinação da distribuição granulométrica dos agregados. Este ensaio foi realizado para caracterização da areia natural e da areia reciclada que foi colhida na usina de reciclagem, onde foi separada e seca devidamente com as normas estabelecidas para obtenção da qualidade do material. A distribuição granulométrica interfere na resistência mecânica e também na absorção de água, por isso realizou-se esse ensaio tanto para a areia natural quanto para a areia reciclada.

Os equipamentos e utensílios utilizados foram: balança, estufa, peneiras, agitador mecânico, bandejas, escova e fundo avulso de peneira. As etapas realizadas para

(28)

cada amostra dos agregados, natural e reciclado, são apresentadas no fluxograma da Figura 5.

Figura 5 – Procedimentos para determinação da distribuição granulométrica.

Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

4.1.3 Definição dos traços das argamassas

Não existe uma norma específica para placas de argamassas cimentícias, portanto, tomou-se por referência parâmetros relativos ao uso da argamassa como revestimento e para assentamento de blocos. Sendo assim, conforme Caraseck (2007), tem-se alguns traços recomendados que podem ser vistos no Quadro 2.

Quadro 2: Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras.

Tipo de argamassa Traço em volume Referências

Cimento Cal Areia

Revestimento 1 2 9 a 11 NBR7200;(ABNT, 1982)

Alvenaria estrutural

Alvenaria em

contato com o solo 1 0 – 1/4

2,25 a 3 (volume de cimento + cal) ASTM C270 Alvenaria sujeita a esforços de flexão 1 1/2 Uso geral, sem

contato com o solo 1 1 Uso restrito,

interno/baixa resistência

1 2

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28

Além disso, buscou-se referências de traços em estudos semelhantes, como o desenvolvido por Silva et al (2014), que investigou a influência da adição de fibra de coco na resistência à compressão de argamassas. Estes autores utilizaram os traços apresentados no Quadro 3.

Quadro 3: Dosagem da argamassa do estudo de Silva et al (2014).

Mistura da

argamassa Traço

Consumo de materiais (g)

cimento areia água fibra de coco

(FC) Referência 1:2,3:0,55 400 920 220 - FC 12,5 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24 FC 25,0 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24 FC 37,5 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24 FC 50,0 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24 FC 62,5 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24 FC 70,0 mm 1:2,3:0,55 400 920 220 3,24

Fonte: Silva et al, 2014.

Sendo assim, escolheu-se como traço referência o mesmo adotado pelos autores supracitados, ou seja, o traço de 1:2,3:0,55 (cimento:areia:água). E para os traços com areia reciclada, definiu-se a substituição de 25%, 50% e 100%. Contudo, no momento da realização da produção das argamassas, verificou-se a necessidade de alterar a quantidade de água a fim de ser possível a moldagem dos corpos de prova. As proporções de cimento e agregado utilizadas para o presente trabalho podem ser vistas no Quadro 4.

Quadro 4: Proporções utilizadas na produção das argamassas.

Mistura da argamassa

Traço (cimento:agregado)

Consumo de materiais (g)

cimento areia natural (AN) areia reciclada (AR) água Referência 1:2,3 400 920 - 220 25% AR 1:1,725:0,575 400 690 230 220 50% AR 1:1,15:1,15 400 460 460 220 100% AR 1:2,3 400 - 920 220

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4.1.4 Ensaio de resistência a compressão

Para cada traço foram produzidas as argamassas e moldados três corpos de prova cilíndricos com 50mm de diâmetro e 100mm de altura. A ABNT NBR 5739: 2018 que determina os procedimentos para realização do ensaio de resistência à compressão, de modo que esta norma foi utilizada como referência para os procedimentos adotados.

Os equipamentos utilizados para a produção de corpo de prova cilíndricos foram: molde de corpo de prova cilíndrico, espátula, colher e régua. Foram pesados os materiais e medido a água para o preparo da argamassa. Após o procedimento de mistura da argamassa foram moldados 3 corpos de prova cilíndricos para cada traço de argamassa contendo as proporções 100%, 50%, e 25% de agregado reciclado e 3 corpos com 100% de areia natural.

O preenchimento dos corpos de prova cilíndricos com argamassa foi realizado em diversas camadas, com o auxílio de uma espátula. Cada camada recebeu golpes homogêneos distribuídos sobre a superfície para diminuir os possíveis vazios. Por fim, foi realizado o arrasamento da argamassa na superfície dos corpos de prova, com ajuda de uma régua foi retirado o excesso de argamassa na borda do molde com pequenos movimentos.

Em seguida, os corpos de prova permaneceram submersos em um tanque com água potável por um período de sete (07) no sentido de permitir o alcance do processo de cura, após uma secagem superficial dos mesmos, todos foram medidos e submetidos à prensa até o momento de ruptura, objetivando obter uma análise de sua força de compressão e capacidade de resistência.

Na Figura 6 pode ser visto todo o processo realizado para obtenção da resistência à compressão, desde a separação dos materiais (Figuras 6.a e 6.b), passando pela mistura da argamassa (Figura 6.c), pela moldagem dos corpos de prova (Figura 6.d), pela cura por imersão (Figura 6.e), escoamento do excesso de água (Figura 6.f), medição dos corpos de prova (Figura 6.g e 6.h) e finalmente a montagem da pressa e aplicação da carga até a ruptura (Figura 6.i).

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Figura 6 – Procedimentos para ensaio de resistência à compressão.

Fonte: acervo do autor, 2019.

A ruptura dos corpos de prova, realizada após o sétimo de dia de cura em tanque de água, foi realizada com auxílio do equipamento Prensa Hidráulica da marca Paviteste/Contenco, do Laboratório de Materiais de Construção e Mecânica dos Solos da Faculdade DOCTUM de Caratinga.

Na Figura 7 pode ser visto o processo de aplicação da carga até a ruptura dos corpos de prova. O processo inicia-se com o posicionamento do corpo de prova (Figura 4.a) e segue com o travamento do equipamento e aplicação da carga (Figura 7.b). Atingido o colapso, verifica-se o valor da carga de ruptura (Figura 7.c). Na (Figura 7.d) pode ser visto os corpos de prova após o rompimento.

Figura 7 – Aplicação da carga até a ruptura dos corpos de prova.

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Obtidas as cargas de ruptura para todos os corpos de prova, procede-se o calcula da resistência a compressão conforme a equação 1, apresentada pela norma ABNT NBR 5739: 2007. A força (F) deve ser dada em newton e o diâmetro (D) em milímetros, para que a resistência calculada (fc) seja expressa em mega pascal.

(1)

4.1.5 Ensaio de absorção de água

Para realização do ensaio de absorção de água, tomou-se como referência as diretrizes constantes na norma ABNT NBR 8492:2012, onde utilizou-se como objeto de análise duas placas produzidas com argamassa cujo traço apresenta 50% de substituição da areia natural pela areia reciclada.

Na Figura 8 apresenta-se as etapas para fabricação das placas, começando pela separação dos materiais (Figuras 8.a e 8.b), passando pela mistura da argamassa (Figura 8.c), pela moldagem da placa (Figura 8.d) e finalizando com a desforma após o endurecimento da placa (Figura 8.e).

Figura 8: Produção das placas cimentícias.

Fonte: acervo do autor, 2019.

Com as placas prontas procedeu-se a realização do ensaio de absorção de água, cujo primeiro passo é a secagem em estufa do material por 24 horas (Figuras

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9.a e 9.b). Na sequência realiza-se a pesagem da placa seca (Figura 9.c) e depois deixa-se a placa em imersão por 24 horas (Figura 9.d).

Figura 9 – Procedimentos para ensaio de absorção de água.

Fonte: acervo do autor, 2019.

Após o período de imersão, as placas foram retiradas do tanque. Foi retirado o excesso de água superficial e posteriormente foi feita a pesagem (Figura 6. E). A absorção de água (A), dada em porcentagem, foi calculada conforme a equação 2, onde m1 é a massa seca da placa e m2 é a massa saturada.

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Segundo DOMENICO (2018) em suas análises feitas com idade de 3,7,14 e 28 dias a resistência a compressão e absorção tiveram resultados positivos para o uso de RDC para produção de concreto não estrutural e é extremamente viável apesar de não haver normas técnicas que não mencione o uso de RDC, o uso desse material poderia solucionar diversos problemas ambientais e econômicos e ajudar nas construções de edificação e pavimentação.

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5 RESULTADOS E ANÁLISE

Pode-se entender como resultados deste trabalho os conceitos apresentados no referencial teórico, o mapeamento das calçadas danificadas na cidade de Caratinga-MG, a experiência adquirida com a visita a usina de reciclagem e os dados gerados nos ensaios de laboratório.

5.1 ANÁLISE FOTOGRÁFICA E MAPEAMENTO DAS CALÇADAS DANIFICADAS

O mapa da Figura 10 mostra que em diversos bairros da cidade de Caratinga-MG, foram identificadas calçadas danificadas que necessitam de manutenção e reparo. Foi verificado também que em alguns locais nem existem calçamento adequado onde o tráfego de pessoas fica inviabilizado devido a inexistência de calçamento adequado.

Figura 10 – Mapa dos locais com calçadas danificadas em Caratinga-MG

Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

Os números dispostos no mapa (Figura 10) correspondem aos locais visitados, para a coleta de informações fotográficas. No Quadro 5 estão relacionados os locais com a identificação numérica adotada

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Quadro 5 – Identificação dos locais estudados.

Identificação

Numérica Local

01 Praça da estação 02 Avenida Olegário Maciel 03 Rua João Pinheiro 04 Rua Santa Cruz 05 Morro Caratinga 06 Bairro Santo antônio 07 Bairro Limoeiro 08 Bairro Santa Zita 09 Bairro Esplanada

Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

Foi identificado em diversos pontos da cidade calçadas que necessitam de manutenção e em alguns a falta delas trazem transtornos aos usuários. Tem-se o trajeto dificultado e até mesmo expõe as pessoas a riscos de acidentes, seja pelo obstáculo que o dano na calçada oferece, seja pela exposição ao tráfego de veículos por, ao evitar a calçada, transitar na via.

Como pode ser visto na Figura 11, os danos das calçadas variam de gravidade. Assim como os motivos dos danos também são variáveis. Possível ausência de projeto da calçada nos locais 04, 05 e 07. Falta de manutenção nos locais 01, 03, 06, 08 e 09. E, presença de árvores com raízes radiais no local 02.

Figura 11 – Calçadas danificadas na cidade de Caratinga-MG

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Na Figura 12 é apresentado o mapeamento de um quarteirão na área central de Caratinga-MG, onde o fluxo de pedestres é constante devido ao comércio, órgãos públicos, hospitais, clínicas e faculdades.

Figura 12 – Locais com calçadas danificadas na área central Caratinga-MG

Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

No mapa da Figura 13 foi pontuado e enumerado os locais com calçadas danificadas no quarteirão central estudado. A identificação numérica usada neste mapa está relacionada diretamente a identificação numérica utilizada na Figura 14, que apresenta as fotos identificando essas calçadas.

Figura 13 – Mapa enumerando os locais das calçadas danificadas na área central de Caratinga-MG.

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36

A área central mapeada possui grande número de calçadas danificadas por diversos fatores como raízes de arvores, descolamento das placas, quebra das placas por veículos pesados dentre outros.

Figura 14 – Calçadas danificadas em quarteirão no centro de Caratinga-MG.

Fonte: acervo do autor, 2019.

As fotos das calçadas do quarteirão central localizado entre as ruas Raul Soares, João Pinheiro, Travessa João Coutinho e Travessa Coronel Ferreira Santos.

5.2 VISITA TÉCNICA À USINA DE RECICLAGEM

Essa visita foi de suma importância para o conhecimento sobre o reaproveitamento dos entulhos gerados nas construções.

Numa ação pioneira no país, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da SLU, implementou o Programa de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil, no início dos anos 90. O trabalho inclui alternativas para o recolhimento e a disposição adequada do entulho com a opção de reaproveitamento, a usina fica localizada na região metropolitana de Belo Horizonte as margens da BR-040, km 531, no bairro Jardim Filadélfia.

A experiência de Belo Horizonte na gestão dos resíduos de construção e demolição foi utilizada como referência para a elaboração da Resolução Conama nº

(38)

307, de 5 de julho de 2002, que estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil em todo o território nacional. 4

Na Figura 15 apresenta-se o processo de reciclagem praticado na usina visitada. O recebimento do entulho na usina de reciclagem é mostrado na (Figura 15.a). Posteriormente tem-se o espalhamento do entulho com uma carregadeira para separação de impurezas (Figura 15.b). Separa-se os materiais recicláveis, de modo manual (Figura 15.c). Na (Figura 15.d) vê-se o entulho já separado pronto para ir para o britador.

Os resíduos são levados pela pá-carregadeira até o alimentador vibratório do britador de impacto e, por gravidade, para a calha simples e ao transportador de correia. Após a britagem, há eliminação de pequenas partículas metálicas ferruginosas pela ação de um eletroímã sobre o material reciclado conduzido pelo transportador de correia (Figura 15.e).

Tem-se o material britado grosso (Figura 15.f), o material britado médio (Figura 15.g), o material britado fino – brita zero (Figura 15.h) e o material britado superfino – areia (Figura 15.i) como produtos da reciclagem desta usina. Cerca de 90% de todo o material recolhido são utilizados em obras públicas e 10% são vendidos para empresas privadas.

Figura 15 – Processo de reciclagem dos resíduos de construção e demolição.

(39)

38

O Decreto nº 45.181 de 25/09/2009, que regulamenta a Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009, estabelecendo diretrizes para PERS/MG Política Estadual de Resíduos Sólidos de Minas Gerais, que poderá ser seguida tendo em vista que Caratinga-MG, não possui normas específicas para RCD.5

Nesta usina de reciclagem de resíduos de construção e demolição foi obtido o material, que é o agregado super fino (areia), para análise e produção de placas cimentícias tendo em vista a elaboração do projeto de revitalização das calçadas do município de Caratinga-MG.

5.3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

5.3.1 Granulometria

De acordo com a norma ABNT NBR NM 248:2013, que determina o método para averiguar a composição granulométrica de agregados miúdos e graúdos. Assim foram feitos a granulometria da areia natural (Quadro 6), e também da areia reciclada (Quadro 6), obtendo assim os resultados abaixo.

Quadro 6: Distribuição Granulométrica da Areia Natural

Peneira (mm) Amostra 1 Amostra 2 % retida média % retida acumu- lada Peso Retido (g) % retida Peso Retido (g) % retida 2,000 8,65 1,7% 11,35 2,3% 2% 2% 1,180 64,88 13,1% 75,80 15,1% 14% 16% 0,600 142,88 28,9% 165,26 33,0% 31% 47% 0,425 92,83 18,8% 86,08 17,2% 18% 65% 0,300 60,60 12,3% 43,02 8,6% 10% 75% 0,075 121,25 24,5% 116,62 23,3% 24% 99% Fundo 3,43 0,7% 2,68 0,5% 1% 100% Total 494,52 100,0% 500,81 100,0% 100% -

Fonte: Acervo do autor, 2019

É importante saber a distribuição granulométrica do agregado miúdo, pois ela influencia diretamente no desempenho da argamassa e interfere na trabalhabilidade,

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consumo de água e aglomerantes, no estado fresco; e no revestimento acabado influencia na fissuração, rugosidade, permeabilidade, resistência, e aderência.

Quadro 7: Distribuição Granulométrica da Areia Reciclada

Peneira (mm) Amostra 1 Amostra 2 % retida média % retida acumu- lada Peso Retido (g) % retida Peso Retido (g) % retida 2,000 23,38 4,7% 17,81 3,6% 4% 4% 1,180 84,10 16,8% 88,54 17,8% 17% 21% 0,600 111,50 22,2% 106,38 21,4% 22% 43% 0,425 54,25 10,8% 58,13 11,7% 11% 54% 0,300 40,64 8,1% 40,69 8,2% 8% 63% 0,075 164,03 32,7% 160,48 32,3% 32% 95% Fundo 24,06 4,8% 24,66 5,0% 5% 100% Total 501,96 100,0% 496,69 100,0% 100% - Fonte: Acervo do autor, 2019

5.3.2 Resistência à compressão

O quadro 8 apresenta os resultados obtidos no ensaio de resistência à compressão.

Quadro 8: Resistência à compressão dos corpos de prova 100% reciclada

ARGAMASSA COM AREIA 100% RECICLADA MÉDIA MÍNIMA

CP1 Fc1 6,6 MPa

6 MPa 4,7 MPa

CP2 6,8 MPa

CP3 4,7 MPa

Fonte: Acervo do autor, 2019

O resultado da areia 100% reciclada obteve a média de 6 MPa na resistência à compressão e a mínima de 4,7 MPa

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40

Quadro 9: Resistência à compressão dos corpos de prova 50% reciclada

ARGAMASSA COM AREIA 50% RECICLADA MÉDIA MÍNIMA

CP1 6,3 MPa

6,1 MPa 5,1 MPa

CP2 5,1 MPa

CP3 6,9 MPa

Fonte: Acervo do autor, 2019

O resultado do uso de 50% de areia recicla obteve a média de 6,1 MPa e mínima de 5,1 MPa na resistência à compressão.

Quadro 10: Resistência à compressão dos corpos de prova 25% reciclada

ARGAMASSA COM AREIA 25% RECICLADA MÉDIA MÍNIMA

CP1 5,5 MPa

5,8 MPa 5,3 MPa

CP2 5,3 MPa

CP3 6,7 MPa

Fonte: Acervo do autor, 2019

O uso de 25% de areia reciclada obteve a média de 5,8 MPa e apresentou uma mínima de 5,3 MPa na resistência a compressão.

Comparando os três resultados da areia reciclada o que obteve o melhor resultado foi o uso de 50% de areia reciclada.

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A resistência à compressão da areia natural serviu de parâmetro para os testes com areia reciclada, já que a mesma não há normas estabelecidas.

Quadro 11: Resistência à compressão dos corpos de prova 100% natural

ARGAMASSA COM AREIA 100% NATURAL MÉDIA MÍNIMA

CP1 P 10,5Ma

8 MPa 6,9 MPa

CP2 6,6 MPa

CP3 6,9 MPa

Fonte: Acervo do autor, 2019

Os resultados apresentam valores muito próximos considerando o desvio padrão. Estes valores estão adequados para argamassas de assentamento e revestimento de paredes e tetos conforme os requisitos da NBR 13281 (2005).

5.3.3 Absorção de água

Quadro 12: Analise de absorção de água em placas cimentícias

PLACA MASSA SECA (M1) MASSA SATURADA (M2) ABSORÇÃO A 3893,64 4659,90 g 19,7% B 2569,64 3050,30 g 18,7%

Fonte: Acervo do autor

O quadro anterior apresenta o ensaio de absorção de água realizado na placa os traços com 50% de areia natural e 50% de areia reciclada em substituição ao agregado natural apresentando um resultado em % após 24 horas submersas em tanque d’água.

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42

Segundo DOMENICO (2018) em suas análises feitas com idade de 3,7,14 e 28 dias a resistência a compressão e absorção tiveram resultados positivos para o uso de RDC para produção de concreto não estrutural e é extremamente viável apesar de não haver normas técnicas que não mencione o uso de RDC, o uso desse material poderia solucionar diversos problemas ambientais e econômicos e ajudar nas construções de edificação e pavimentação.

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6 PROPOSTA PROJETUAL

Com base nos estudos e resultados obtidos, este o presente estudo propõe- se a revitalização das calçadas do quarteirão central da cidade de Caratinga-MG, no qual foi identificado diversas patologias que causam transtornos ao usuários. Usando o objeto de estudo material reciclado para produzir as placas cimentícias de forma sustentável e econômica, possibilitando o projeto ser replicado em diversas partes da cidade trazendo conforto, segurança e qualidade de vida para os usuários. A calçada ideal é aquela que garante o caminhar livre, seguro e confortável de todos os cidadãos. A calçada é o caminho que nos conduz ao lar. Ela é o lugar onde transitam os pedestres na movimentada vida cotidiana. É através dela que as pessoas chegam aos diversos pontos do bairro e da cidade. A calçada bem feita e bem conservada valoriza a casa e o bairro.

A calçada ideal deve oferecer:

• Acessibilidade – assegurar a completa mobilidade dos usuários.

• Largura adequada – deve atender as dimensões mínimas na faixa livre. • Fluidez – os pedestres devem conseguir andar a velocidade constante. • Continuidade – piso liso e antiderrapante, mesmo quando molhado, quase horizontal, com declividade transversal para escoamento de águas pluviais de não mais de 3%. Não devem existir obstáculos dentro do espaço livre ocupado pelos pedestres.

• Segurança – não oferece aos pedestres nenhum perigo de queda ou tropeço.

• Espaço de socialização – deve oferecer espaços de encontro entre as pessoas para a interação social na área pública.

• Desenho da paisagem – propiciar climas agradáveis que contribuam para o conforto visual do usuário.

Definições:

• Calçada – Parte da via não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins (Código de Trânsito Brasileiro).

• Passeio – Parte da calçada livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas (DANTAS, 2009).

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44

• Pessoa com mobilidade reduzida – Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante, entre outros (ABNT NBR 9050:2004).

Placas pré-fabricadas

Placas de micro-concreto de alto desempenho, para aplicações: assentada com argamassa sobre base de concreto ou removível, diretamente sobre a base ou como piso elevado.

Especificação Resistência à tração na flexão da placa – f ctm > 3,5 MPA. Espessura da placa para tráfego de pedestres. Placas fixas > 2,5 cm.

Placas removíveis > 3,0 cm. Base • Placas fixas – utilizar concreto magro com espessura de 3 a 5 cm.

• Placas removíveis – brita graduada simples ou bica corrida compactadas sobre subleito também compactado.

• Armadura de base – somente para tráfego de veículos – CA-60 (4,2 mm, malha 10 x 10 cm) Assentamento

• Placas fixas – assentadas com argamassa de consistência seca (“farofa”) sobre a camada de base.

• Placas removíveis – assentadas sobre uma camada de pó de brita com 3 a 4 cm de espessura sobre a base. Junta

• Placas fixas – podem ou não ser rejuntadas.

• Placas removíveis – não devem ser rejuntadas. Acabamento superficial – diversidade de cores, formatos e texturas.

Características Durabilidade – elevada durabilidade, desde que respeitadas as características do produto, o modo de instalação e de manutenção.

Conforto de rolamento – adequado ao tráfego de cadeirantes e deficientes visuais. Antiderrapante – o acabamento superficial deve apresentar rugosidade adequada para evitar escorregamentos.

Placas pré-moldadas de concreto Drenagem – mediante projeto específico para esta finalidade, utilizando-se placas drenantes. Tempo para liberação ao tráfego

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• Placa removível – imediato. Limpeza – jato de água e sabão neutro. Consertos

• Placa Fixa – pontual, podendo ser necessária a substituição da placa. • Placa removível – fácil remoção e reaproveitamento das placas.

Dimensões mínimas de faixa livre Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incorporar faixa livre com largura mínima de 1,20 m.

• Possuir superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição.

• Ser contínua, sem qualquer emenda, reparo ou fissura. Portanto, em qualquer intervenção o piso deve ser reparado em toda a sua largura seguindo o modelo original. Recomendações

• Faixa de serviço > 0,75 m • Faixa livre > 1,20 m

O proprietário de imóvel é responsável pela construção do passeio em frente a seu lote e deverá mantê-lo em perfeito estado de conservação.

O Decreto nº 5.296/04, que regulamenta as Leis n° 10.048/00 e n° 10.098/00, que estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Enfoque na mobilidade urbana, construção dos espaços e nos edifícios de uso público e legislação urbanística (DANTAS, 2009).

Foram coletadas medidas das vias através de visitas locais.

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Rua central com maior fluxo de pedestre e transito intenso, possui uma via de 7,9 m de largura, estacionamento de 2 m de cada lado e calçadas com 2,60 de cada lado.

Figura 17 – Medidas vias e calçadas Rua João Pinheiro

Fonte: Acervo do autor, 2019

Rua central possui transito intenso em diversos horários via de 5,50 m de largura, estacionamento somente de um lado da via de 2 m, e uma calçada de 2,60 e outra de 2,10.

Figura 18 – Medidas vias e calçadas Travessa João Coutinho

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Travessa que liga a Rua Raul soares a Rua João Pinheiro possui uma via de 5 m estacionamento dos dois lados da via medindo 2 m e calçadas de 2,30 de cada lado.

Figura 19 – Medidas vias e calçadas Travessa Coronel Ferreira Santos

Fonte: Acervo do autor, 2019

Travessa que liga a Rua João Pinheiro a Rua Raul Soares possui uma via de 4,10 m estacionamento de um lado da via medindo 2 m e calçadas de 1,5 de cada lado.

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48 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio dos resultados foi avaliado que a areia reciclada proveniente dos entulhos de construção civil, possui características favoráveis para a criação de placas cimentícias, com possibilidade de serem usadas para o revestimento de calçadas, de acordo com a relação à propriedade de resistência à compressão nas proporções estudadas.

As metodologias utilizadas para a verificar a resistência e absorção de umidade, foi de suma importância para obter bons resultados e avaliar a viabilidade da questão do uso do material reciclado.

Esses resíduos apresentam um excelente potencial para criação de produtos e subprodutos que podem agregar de certa forma o setor da construção civil.

Entretanto o uso dessa areia reciclada tem grande probabilidade de contribuir de certa forma para a redução do desperdício de material em obras, já que parte desses entulhos possui formas de reaproveitamento.

Assim sendo as placas cimentícias objeto de estudo, produzidas no laboratório possuem características consideráveis para a produção de placas cimentícias, e seu uso no revestimento de calçadas poderá contribuir de forma econômica e sustentável.

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