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Crise da indústria começa a afetar o emprego, diz CNI

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Boletim 556/14 – Ano VI – 04/07/2014

Crise da indústria começa a afetar o emprego, diz CNI

Fonseca, da CNI, afirma que estagnação da produtividade é o principal problema Por Lucas Marchesini e Lorenna Rodrigues | De Brasília

A crise enfrentada pela indústria está chegando ao emprego e se não for revertida pode criar uma espiral negativa na economia, avaliou o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, ao apresentar ontem os "Indicadores Industriais" de maio. "É muito difícil uma empresa manter seu quadro de funcionários se está há quatro anos sem crescer. Se começar a aumentar o desemprego, aí as expectativas vão cair ainda mais", disse ele.

De acordo com a pesquisa, todos os indicadores, com exceção do faturamento,

recuaram em maio ante junho deste ano no dado dessazonalizado. A entidade patronal ressaltou que esse é o terceiro mês consecutivo de queda em todos os indicadores, com exceção do faturamento.

O emprego caiu 0,3% em maio ante abril. No acumulado do ano, porém, ainda registra aumento de 1,1% sobre o mesmo período de 2013 e em relação a maio do ano

passado o indicador avançou 0,6%. O mesmo ocorreu com o indicador das horas trabalhadas na produção, com um recuo de 0,4% em maio ante abril. As horas

trabalhadas também caíram frente a maio de 2013, registrando uma retração de 2,4%. A massa salarial real, por sua vez, recuou 0,9% ante abril e cresceu 0,5% na

comparação com maio de 2013. Já o rendimento médio real caiu 0,2% entre o quarto e o quinto mês deste ano e permaneceu estável na comparação de maio deste ano com maio de 2013.

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A utilização da capacidade instalada da indústria brasileira caiu 0,2 ponto percentual entre abril e maio, com ajuste sazonal, chegando a 80,7%. O indicador era de 80,9% em abril. Na comparação com maio de 2013, quando o uso da capacidade foi de 82,5%, na série com ajuste sazonal, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria recuou 1,8 ponto percentual. Sem o ajuste, o índice de maio ficou em 81%. O faturamento real da indústria - que contrariou a tendência dos demais indicadores - subiu em maio ante abril 0,3%. Já na comparação com maio de 2013, esse indicador recuou 1,9%.

De acordo com Fonseca, o problema principal não é conjuntural, mas estrutural. Ou seja, juros altos e inflação no teto atrapalham, mas a principal questão é a falta de competitividade da indústria brasileira, causada, segundo ele, principalmente pela estagnação da produtividade nos últimos anos. "Você tem hoje um cenário por causa dessa falta de competitividade em que a confiança da indústria é muito baixa e isso se espalha por toda economia. Isso leva a um investimento menor", explicou. Apesar de as medidas pontuais anunciadas pelo governo nas últimas semanas - como a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e do IPI reduzido para automóveis - ajudarem, Fonseca diz que é necessário reduzir o "custo Brasil" com ações como

desoneração do investimento, diversificação de fontes de financiamento para a

indústria e devolução do crédito à exportação mais rapidamente. "Não é uma agenda nova, mas é preciso acelerar essas medidas", completou o gerente-executivo da CNI. No fim deste mês, representantes da confederação entregarão 42 estudos com

propostas e recomendações do setor para os candidatos à presidência da República. "Luz [no fim do túnel] sempre tem se a gente acertar a política. O quadro é desolador, mas já tivemos crises piores", acrescentou Fonseca.

Segundo a CNI, a pesquisa "mostra que a indústria segue com dificuldade de

intensificar seu ritmo de operação". As indústrias de veículos automotores e metalurgia registraram as maiores quedas no faturamento em maio. No caso dos automóveis, a pesquisa da confederação mostrou que a queda no faturamento real foi de 15,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. As horas trabalhadas caíram 15,9% e o emprego 4,8%, enquanto a utilização da capacidade instalada foi 5,4% menor no mesmo período. Já o ramo de metalurgia registrou um recuo de 12,9% no faturamento nesse mesmo período, com redução de 3,7% no uso da capacidade instalada, de 4,2% no emprego e de 1,2% nas horas trabalhadas na produção. De acordo com a pesquisa, houve retração também do faturamento nos segmentos de borracha e plástico (12,1%), couros e calçados (9,8%), móveis (8,7%), bebidas (8,4%), produtos de metal (7,8%) e máquinas e equipamentos (5%). Por outro lado, a CNI apontou que houve crescimento no faturamento de vestuário (18,9%), químicos (10,2%), impressão e reprodução (6,8%), têxteis (5,5%) e celulose e papel (5,5%).

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Destaques

Bem de família

A 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a impenhorabilidade de um imóvel de empregadores por conta da declaração do oficial de justiça de que o bem serve de residência aos executados. A reclamação do empregado foi ajuizada na 1ª Vara do Trabalho de São Caetano do Sul (SP). Ele informou que começou a trabalhar na empresa dos empregadores (Remonte & Remonte) em setembro de 1991 como soldador de manutenção e, no mês seguinte, sofreu acidente de trabalho, sendo demitido sem justa causa logo após receber a alta médica, em dezembro do mesmo ano. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) manteve a penhora do imóvel para pagamento das verbas trabalhistas reconhecidas na sentença, sob a justificativa de que não ficou devidamente comprovado que o bem servia de residência aos

executados nem de que se tratava de bem único do casal. Eles recorreram ao TST. Segundo o relator, ministro Walmir Oliveira da Costa, a declaração do oficial de justiça do Juízo de Execução é suficiente para afastar a impossibilidade de reexame de fatos e provas, uma vez que o oficial de justiça goza de fé pública. O ministro acrescentou ainda que os executados são proprietários de outros imóveis, sobre os quais pode recair a penhora. A decisão foi unânime.

Vale-cerveja

Um ex-empregado da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) pediu, mas não ganhou, indenização por alegar ter sido induzido ao alcoolismo ao receber

vales-cerveja. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) confirmou decisão a favor da empresa, por não poder analisar provas. O TRT de Santa Catarina e a 2ª Vara do Trabalho de Lages negaram o pedido por entender que não há comprovação de que tenha

desenvolvido dependência ao álcool. O vale-cerveja foi adotado pela empresa para premiar as equipes de trabalhadores que atingissem metas nas linhas de embalagem. Em sua defesa, a Ambev alegou que os vales eram fornecidos no máximo seis vezes ao ano, na quantidade de 24 latas por vez - o que foi confirmado por testemunhas.

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Projeto de Lei pode esvaziar 'lista suja' do trabalho escravo

Abnor Gondim / BRASÍLIA

O projeto de lei do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que proíbe a inclusão de pessoas físicas e jurídicas antes de sentença definitiva da Justiça sobre a prática do crime de trabalho análogos a escravidão, se aprovado, pode esvaziar a "lista suja". O cadastro de exploradores de mão de obra análoga à de escravo atualizado, nesta semana, pelo Ministério do Trabalho conta com 609 empregadores, sendo que chegam a 80 os processos concluídos. Há também ameaças de esvaziamento da lista por conta de liminares obtidas por empresas na Justiça para a retirada de seus nomes, a exemplo do que aconteceu nesta semana com a multinacional brasileira OAS e a GEP, empresa do setor têxtil que inclui as marcas famosas Emme, Cori e Luigi Bertolli. O risco de reduzir a lista suja foi prevista pelo coordenador da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, vinculado ao Ministério Público do Trabalho, frei Xavier Plassat.

Representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), Plassat afirmou a reportagem do DCI que, "não há um levantamento preciso do número exato de condenações definitivas, mas não devem somar 10% dos casos autuados". São inseridos no cadastro negativo os empregadores autuados por operações realizadas por fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As pessoas físicas e jurídicas incluídas na lista são impedidas de obter crédito junto a bancos públicos, além de estarem submetidas a restrições comerciais por parte de

empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. A proibição de inclusão antes de sentença definitiva é um dos trechos polêmicos da proposta de Jucá para regulamentar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, promulgado no final de maio.A PEC estabelece a desapropriação de imóveis de quem for constatado o crime.

Autuações

De acordo com a ONG Repórter Brasil, que integra a Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a construtora OAS foi incluída no cadastro negativo sob a acusação de haver colocado em condições análogas à de escravo 124 pessoas na construção da torre comercial do Shopping Boulevard (MG). Além disso, a construtora também responde à autuação sobre condições de trabalho oferecidas a 111 operários na ampliação do

Aeroporto Internacional de Guarulhos, (SP). A GEP, por sua vez, foi incluída por manter em situação degradante 28 trabalhadores bolivianos na produção de peças das grifes Emme e Luigi Bertolli. As empresas obtiveram a exclusão junto ao MTE com base em decisões preventivas.

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Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para cassind@fiesp.org.br, solicitando exclusão.

Referências

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