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EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE OU NECESSIDADE. UMA ANÁLISE DA MOTIVAÇÃO EMPREENDEDORA NA CIDADE DE BIGUAÇU/SC

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EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE OU NECESSIDADE. UMA ANÁLISE DA MOTIVAÇÃO EMPREENDEDORA NA CIDADE DE

BIGUAÇU/SC

Dilvo José Marçal Júnior Luciana Ronchi

Resumo

Entendendo a necessidade de compreender o empreendedorismo na cidade de Biguaçu/SC, este trabalho teve como objetivo identificar a motivação dos empreendedores do município de Biguaçu/SC. Quando os empreendedores identificam uma oportunidade através da inovação, do aperfeiçoamento e de análises de mercado, lançando assim seu empreendimento, sua motivação é uma oportunidade. Em contrapartida, temos o empreendedor por necessidade, que empreende com o intuito de manter equilibradas as despesas da casa. Ele empreende através de produtos e serviços já existentes, entretanto, vê ali a oportunidade de ofertar algo de qualidade e assim manter-se no mercado e obter suas receitas necessárias. Para atingirmos os objetivos propostos foi realizada uma pesquisa descritiva, tendo como base o trabalho desenvolvido por Vale, Corrêa e Reis (2014). Como resultado identificamos que, na amostra da pesquisa, os empreendedores em sua maioria têm como motivação o desejo intrínseco de tornar-se dono do próprio negocio. Visando autonomia na tomada de decisões, realização profissional e pessoal, além do aumento de renda.

Palavras-chave: Empreendedor. Biguaçu/SC. Oportunidade. Necessidade. Motivação

Empreendedora.

Abstract

Understanding the need to understand entrepreneurship in the city of Biguaçu / SC, this work aimed to identify the motivation of entrepreneurs in the municipality of Biguaçu / SC. When entrepreneurs identify an opportunity through innovation, improvement and market analysis, thus launching their enterprise, their motivation is an opportunity. On the other hand, we have the entrepreneur by necessity, who undertakes in order to keep the expenses of the house balanced. He undertakes through existing products and services, however, he sees there the opportunity to offer something of quality and thus remain in the market and obtain his necessary revenues. To achieve the proposed objectives, a descriptive research was carried out, based on the work developed by Vale, Corrêa and Reis (2014). As a result, we identified that, in the research sample, most entrepreneurs are motivated by the intrinsic desire to become the owner of their own business. Aiming at autonomy in decision making, professional and personal fulfillment, in addition to increasing income.

Key words: Entrepreneur. Biguaçu / SC. Opportunity. Need. Entrepreneurial Motivation.

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É importante demonstrar que a prática do empreendedorismo é algo que potencializa uma região por meio do indivíduo. De acordo com Giovanela; Maske e Cardoso (2017, p.03), “Conceituar o empreendedorismo parece tarefa simples, mas não há um consenso entre os pesquisadores sobre este conceito, tampouco a primeira utilização.” Haja vista que, ao longo da história o conceito de empreendedorismo vem se reformulando constantemente. O senso comum tem grande influência sobre o termo, por isso, tentar definir com exatidão este conceito se torna um grande desafio.

Ainda com base nas pesquisas de Giovanela, Maske e Cardoso (2017, p.03): Há um consenso no primeiro registro do uso do termo “empreendedorismo”. Segundo Hashimoto (2006), em 1755, Richard Cantillon utilizou o termo para explicar o risco de comprar algo em um determinado preço e procurar vendê-lo sem a certeza do êxito. Em 1803, Jean-Baptiste Say, segundo Hashimoto (2006), ampliou essa definição afirmando que o empreendedorismo estava relacionado àquela pessoa que transferia recursos econômicos de um setor de baixa produtividade para um setor de alta produtividade e maior rendimento. Corroborando com isto, Farah et al. (2013, p. 1) apontam que Say denominava empreendedorismo a pessoa que era remunerada pelo lucro com uma definição centrada nos negócios, definia então o empreendedor como “o indivíduo que recombina capital, recursos físicos e mão de obra de alguma maneira original ou inovadora”. Ficando convencionado o empreendedor como aquele que abria seu negócio.

Por tanto, um negócio não necessita iniciar sendo líder em seu segmento. Manicure, fast food, produtos naturais, doces caseiros, ou ainda a criação de uma nova tecnologia, a implantação de algo nunca visto no mercado, ou mesmo, o aperfeiçoamento de produtos já existentes. Pois o empreendedorismo, parte do desejo intrínseco de realizar um sonho e poder viver dele através da geração de receitas.

Neste sentido, o objetivo deste trabalho é identificar a motivação dos empreendedores do município de Biguaçu em Santa Catarina.

Apesar de tal atitude estar presente desde os primeiros registros de nossa sociedade. O termo “empreendedorismo” vem sendo definido há pouco tempo. Tendo em vista que, pouco se pode agregar a este conceito, devido ao grande número de pesquisas e obras publicadas a respeito do assunto. Neste artigo tentaremos elucidar de maneira simplificada os conceitos de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade, e sua aplicabilidade no cotidiano. Assim, por meio de uma pesquisa bibliográfica, nosso estudo levantará de maneira teórica suas definições, conceitos e sua evolução ao longo dos últimos anos.

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Este estudo foi realizado de forma quantitativa. Trazendo em primeiro momento um levantamento bibliográfico sobre obras de referência do tema de empreendedorismo, tanto por oportunidade, quanto por necessidade. E, posteriormente, elaborando um questionário com intuito de levantar dados referentes aos motivos que levaram as pessoas a empreenderem no município de Biguaçu/SC.

A pesquisa quantitativa tem como foco um levantamento estatístico descritivo. Tendo em vista que, estatística é o “conjunto de técnicas que permite, de forma sistemática, organizar, descrever, analisar e interpretar dados oriundos de estudos ou experimentos, realizados em qualquer área do conhecimento” (MAGALHÃES, 2010 ,1 apud BRANDT, 2014, p. 03).

2 O MUNICÍPIO

Biguaçu é um dos municípios mais antigos de Santa Catarina. Tendo sua origem no século XVIII, fundado com a chegada dos portugueses vindos do arquipélago dos açores e da ilha da madeira, sendo nomeado inicialmente Freguesia de São Miguel da Terra Firme. Durante a invasão espanhola em 1777, Por um breve período, de 10 de outubro de 1777 até 2 de agosto de 1778, serviu como capital da Capitania de Santa Catarina, na época chamada de Desterro (atual Florianópolis). Posteriormente elevado à Vila de São Miguel da Terra Firme. Que no início do Século XIX Torna-se município e ao final do século, tem sua sede transferida para as margens do rio Biguaçu. Porém, seu nome só é mudado no início do século XX (IBGE, 2019; CMB, 2015; THE CITIES; SANTOS, 2018).

O município de Biguaçu está localizado na região da grande Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, distante 28km da capital. Seus habitantes são denominados biguaçuenses (IBGE, 2019; CMB , 2015).

Segundo IBGE, no último Censo, realizado em 2010, a população era de 58.238 habitantes. Sendo 52.806 residentes nas áreas urbanas e 5.432 residindo em áreas rurais. Mas, uma estimativa mais atual do IBGE em 2019, nos apresenta o número de 68.481 habitantes. Um aumento estimado de mais de 10 mil habitantes em aproximadamente uma década. Sua cultura local é muito forte e semelhante à cultura presente na capital devido à colonização açoriana. (IBGE, 2019; CMB, 2015).

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Na área do ensino, o município conta com, além das escolas de nível fundamental e médio, escolas profissionalizantes e campus universitários particulares, sendo essas, a Uniasselvi, Univali e Unicesumar, com dezenas de cursos.

2.1 ECONOMIA

A economia tem por base a agricultura, turismo e o comércio. Em meados do século XX, a agricultura, a pesca e a pecuária eram os pilares económicos da região. Entretanto, as áreas da indústria e comércio atualmente são as maiores responsáveis pelos empregos na região. A pesca atualmente é praticada de forma mais artesanal. A agricultura ainda tem sua parcela considerável na economia, estando voltado principalmente para a produção de legumes e de plantas para jardinagem, como grama e palmeiras, O turismo é composto por festas típicas, ecoturismo e esportes de aventura como o off-Road, artesanato, patrimônio histórico açoriano tombado, reservas indígenas, museus, casas de cultura, memoriais, e pela gastronomia açoriana (SANTUR, 2019; IBGE, 2019; SANTOS, 2015).

E esses fatores de desenvolvimento econômico foi um dos motivos condutores ao nosso interesse na elaboração deste artigo.

3 A ARTEDEEMPREENDER

O conceito de empreendedorismo por tempo instiga os estudiosos da área da gestão por ocupar um papel central em qualquer atividade humana que fomente o desenvolvimento. Neste sentido, o empreendedorismo é algo de nosso cotidiano que diz respeito às nossas relações com novas perspectivas. Este conceito está relacionado ao ato de liderar, de ser hábil e flexível, superar barreiras pessoais e de mercado. Ser empreendedor é ter visão inovadora, aproveitando-se das mudanças econômicas, é estar preparado para as incertezas e mesmo assim arriscar. Empreender tornou-se sinônimo de atitude e de sobrevivência, mediante inovação dentro do mercado capitalista. O empreendedorismo é acima de tudo buscar o sucesso em meio à adversidade e competitividade de mercado. Nos dizeres de Hashimoto (2014), “Empreender é ter autonomia para usar as melhores competências para criar algo diferente e com valor, com

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comprometimento, pela dedicação de tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, físicos e sociais.”

Estudiosos do assunto vêm desenvolvendo o conceito do empreender como elemento essencial do indivíduo. Considerando-o como diferencial de competitividade. Em sua grande maioria, eles afirmam que o profissional empreendedor precisa potencializar suas habilidades empreendedoras para agregar tanto ao processo de sucesso profissional quanto pessoal. Entretanto, não basta apenas entender os conceitos de empreendedorismo, pois, o sujeito empreendedor, além de ter suas habilidades exaltadas, precisa também ter a capacidade motora e cognitiva de pô-las em prática. Vislumbrando assim um projeto de vida ideal.

Ele surge como uma consequência das mudanças tecnológicas, das sofisticações da economia e dos meios de produção que exigem que conhecimentos antes obtidos empiricamente sejam formalizados e que os empresários adotem modelos diferentes, eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando conceitos econômicos, criando novas relações de trabalhos e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas. (DORNELAS, 2001, p. 20 apud LAPOLLI et al., 2011, p. 23).

A dinâmica de mercado e competitividade empresarial são fatores que nos induzem a ser o que chamamos de “ser empreendedor”. Adotando comportamento empreendedor não apenas no sentido empresarial, mas também no sentido de indivíduo como parte de um contexto. “Promover a inovação por meio do empreendedorismo requer uma cultura própria e um ambiente propício que sustente essa cultura” (FALTIN, 1999 apud LAPOLLI et al., 2011, p.148). Ser empreendedor não se trata de ter alta tecnologia disponível ou mesmo ter conhecimento absoluto sobre algo. Mas sim, de como iremos nos comportar diante das oportunidades e adversidades. Trata-se da desconstrução de tudo o que é habitual, para a partir daí construirmos ou reconstruirmos algo de forma criativa e inovadora (HASHIMOTO, 2006; SERTEK, 2011; VALENTE 2018).

Empreender é, sobre tudo, sair do comodismo. É levantar da cadeira e dar uma volta olhando ao seu redor. É buscar novas ferramentas, tanto na área de conhecimento quanto na prática. O bom empreendedor não identifica apenas as novas oportunidades, mas também as falhas e deficiências empresariais e pessoais. Ou seja, ele busca brechas. Fazendo algo bom ficar ainda melhor ou, melhorando algo que não funciona tão bem

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quanto o esperado. Seja ele um processo complexo ou absurdamente simples. (BUSHNELL, 2014; LAPOLLI et al, 2011, 2015).

Vivemos em um mundo em constante mudança. E por consequência, nós como indivíduos, mudamos e nos adaptamos, nem sempre na mesma velocidade. Entretanto, temos sempre que considerar o cenário atual do mercado, o “ser empreendedor” buscará ter uma visão mais ampla de tudo. Pois não basta apenas ter uma boa ideia. Você terá que se valer do conhecimento adquirido, seja ele prático ou teórico (COSTA, 2018; GIOVANELA, 2017; SCHNEIDER, 2012).

3.1 A NECESSIDADE DE EMPREENDER

Empreender por necessidade e oportunidade possuem pontos distintos, mas mesmo assim possuem um ponto em comum: ser dono do próprio negócio. Dentre as mais diversas áreas, uma das que mais tem pessoas dispondo seu tempo e conhecimento prático nos últimos anos, muitas vezes sem nenhum tipo de formação técnica ou acadêmica, é a do empreendedorismo. Pessoas comuns, com conhecimentos de senso comum. Pessoas que tendem a abrir empresas aplicando o conhecimento prático adquirido através do mercado de trabalho (SCHNEIDER, 2012; REVISTA EXAME, 2018).

Sabe aquele cidadão comum, que acabou de perder o emprego? Pois é, ele é um forte candidato a se tornar um empreendedor por necessidade. Aliás, um dos maiores fatores que implicam na sua existência é a falta de emprego. A falta de renda cria a necessidade. E nesse caso, esse cidadão não teve uma ideia brilhante, inovadora e única. Ele não está identificando um problema para, a partir daí oferecer uma solução. Não, muito pelo contrário, neste cenário o empreendedor por necessidade usará apenas do conhecimento adquirido através das próprias experiências de trabalho para poder ter renda e manter as despesas em dia (BRITO, 2011; FONSECA, 2018).

Quando falamos em empreendedorismo por necessidade, a criação de um negócio segue em pauta, mas a necessidade trata de acelerar um processo que, ao menos em tese, seria gradual. O principal fator de aceleração, por assim dizer, é justamente o desemprego. Sem renda, muitas pessoas acabam buscando por opções que possam trabalhar e tentar pagar as próprias contas. E o próprio negócio surge como uma tentativa (REVISTA EXAME, 2018, s.p.).

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Em um cenário de crise econômica e alta de desemprego, empreender se tornou a solução ideal. Nos últimos anos tivemos um crescimento considerável na abertura de empresas por pessoas desempregadas. Geralmente em formato de microempreendedor individual (MEI), perfil esse que, com base no ano de 2019, não pode superar o faturamento de 81 mil reais por ano (GIMENEZ, 2010). Muitos autônomos optam pela formalização, mas temos também os que optam por trabalharem na informalidade ou fazerem os famosos “bicos”, vendas de porta em porta, vendas de doces, manicure, jardinagem, etc.

Em resumo, a maior diferença está no motivo para empreender. Conforme vimos anteriormente, o empreendedor por oportunidade é alguém que enxerga uma oportunidade de lançar um novo produto, conquistar um novo nicho ou até levar para uma região algo que já vem dando certo em outras localidades. Por outro lado, o empreendedor por necessidade, como o próprio nome diz, é alguém que se vê sem muitas opções. Ao passar por dificuldades financeiras e não conseguir oportunidade no mercado de trabalho, ele se arrisca no mundo dos negócios em busca de estabilidade financeira e realização pessoal (BRITO, 2011. FONSECA, 2019. SCHNEIDER, 2012).

4 LEVANTAMENTO DE DADOS

Nesta etapa trataremos de analisar, de forma descritiva, a pesquisa que foi feita

através de um formulário de pesquisa disponibilizado aos empresários do município de Biguaçu/SC. A fim de elaborar um questionário de forma simples e clara, nos baseamos no trabalho desenvolvido por Vale, Corrêa e Reis (2014), conforme Anexo A.

A pesquisa contou com 49 respondentes, que a partir de agora serão considerados 100% da nossa amostra. Neste sentido, todos os dados descritos a seguir terão por base esses mesmos respondentes.

Ao serem questionados sobre o ramo de atuação da empresa, 67,3% dos respondentes atua no segmento de comércio, seguido do segmento de serviços com 34,7%. Agricultura e pesca em terceiro lugar com 6,1% e os segmentos de indústria e construção estão empatadas com 4,1%. Conforme podemos verificar na figura 1.

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FIGURA 1 – SEGMENTO DE ATUAÇÃO

FONTE: Dados da pesquisa (2020)

A cerca do tempo de empresa, 32% possuem entre 3 a 5 anos de mercado. Seguidos de 28,6% estão empresas com mais de 10 anos e 18,4% constituídas entre 6 a 10 anos. Empresas entre 1 a 2 anos representam 12,2% da amostra e 8,2%, estão atuando a menos de um ano. Conforme podemos verificar na figura 2.

FIGURA 2 - TEMPO DE ATUAÇÃO

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Sobre o porte das empresas, 53,1% estão registradas como microempresa (ME) e 46,9% como microempreendedor individual (MEI). Conforme podemos verificar na figura 3.

FIGURA 3 - PORTE EMPRESARIAL

FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Sendo que, 53,1% dos empreendedores que responderam a pesquisa ainda estão em seu primeiro empreendimento, e 46,9% declararam que já tiveram outras empresas (ver figura 4).

FIGURA 4 – PRIMEIRO EMPREENDIMENTO

FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Na escala de motivos relevantes para empreender, 73,4%, declaram o desejo de ter seu próprio negócio. Seguido por aumento de renda com 69,3% e identificação de uma oportunidade de negócio com 48,9%. Em contra partida, na escala de motivos menos

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relevantes, aproveitamento de demissão voluntária com 93,8%. Seguido por desemprego ou convite para participar como sócio com 83,6% e demissão com FGTS com 79,5%.Conforme podemos verificar na figura 5.

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FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Quanto aos benefícios que o município oferece 71,4% dos empreendedores responderam que o município não oferece nenhum benefício. Já, 14,3% responderam que, oferece facilidade no processo de abertura da empresa e 6,1% que oferece isenção de taxas e concessão gratuita de alvarás e parcerias com empresários da região. Feira de negócios e baixa tributação foram a resposta de 4,1% dos respondentes. E, além das respostas sugeridas, 2% acredita no crescimento económico da cidade. Conforme podemos verificar na figura 6.

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FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Na questão faixa etária, 40,8% dos empreendedores respondentes estão entre 18 e 34 anos, 30,6% estão entre 45 e 64 anos e 28,6% de 35 a 44 anos (veja figura 7).

FIGURA 7 – FAIXA ETÁRIA

FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Quanto ao grau de instrução, 32,7% dos respondentes concluiu o ensino médio, 26,5% têm ensino superior incompleto e 10,2% têm ensino médio incompleto e ensino fundamental incompleto. Dos empreendedores respondentes 8,2% possuem ensino fundamental completo e 6,1% possuem ensino superior completo e pós-graduação, conforme podemos observar na figura 8.

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FONTE: Dados da pesquisa (2020)

No quesito rendimento mensal, 55,1% ganham entre 2 a 5 salários mínimos. 32,7% acima de 5 salários mínimos e 12,2% alcançam até 2 salários mínimos (Figura 9).

FIGURA 9 – RENDIMENTO MENSAL

FONTE: Dados da pesquisa (2020)

Quanto ao gênero do empreendedor, 65,3% dos respondentes são do gênero masculino e 34,7% são o gênero feminino (Figura 10).

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FONTE: Dados da pesquisa (2020)

A partir desta análise descritiva é possível fazer algumas considerações para conseguirmos responder aos objetivos desta pesquisa, estas considerações serão feitas na próxima seção desta pesquisa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para atender o objetivo deste trabalho e identificar a motivação dos empreendedores do município de Biguaçu em Santa Catarina, foi realizada uma pesquisa com empreendedores no período de novembro de 2019 a janeiro de 2020. O questionário foi elaborado com base no trabalho de Vale, Corrêa e Reis (2014).

O trabalho de Vale, Corrêa e Reis (2014, p. 139) e na pesquisa feita com os empresários de Biguaçu/SC, que apesar de uma amostra inferior se comparada à amostra de Vale, Corrêa e Reis (2014, p. 139), que foi de 170 respondentes, trouxe um resultado bastante parecido. Pois os empreendedores do munícipio partiram para o mundo dos negócios impulsionados principalmente pelo desejo ter seu próprio negócio (73,4%). Buscando a concretização do sonho de ser seu próprio chefe. Tendo em mãos a liberdade e a satisfação de tomar decisões e traçar metas e objetivos. Enquanto na pesquisa dos Vale, Corrêa e Reis (2014) 74% dos empreendedores pesquisados considerou o motivo desejo de ter o próprio negócio muito importante. Em seguida, como por consequência, visando o aumento de renda (69,3%).

Pode-se observar também que, mesmo em um momento onde existe uma alta taxa de desemprego, este foi um dos pontos que menos teve influência (83,6%), sobre os empresários entrevistados de Biguaçu. Reforçando ainda mais a ideia do desejo intrínseco do “ser empreendedor”.

Dentre os aspectos, dois merecem destaque. O primeiro trata-se da faixa etária dos empreendedores respondentes do munícipio, que em sua maioria está entre seus 18 e 34 anos (40,8%). Tratando-se de uma geração que desde cedo já vêm buscando empreender e satisfazer esta necessidade. Como segundo aspecto, é importante ressaltar o tempo de atuação dessas empresas no mercado. Pois, segundo o SEBRAE de São Paulo (2017), uma pesquisa feita a nível nacional em 2013, mostrou que o índice de mortalidade prematura das empresas nos primeiros 2 anos é de 24,4% podendo chegar à um

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percentual de até 50% em empresas com menos de 4 anos. Esses dados nos mostram que, mesmo que empresas biguaçuenses (47%) já tenham sido constituídas num período entre 6 e 10 anos ou mais, ainda temos um grande percentual (53%), de estabelecimentos na área de risco do fechamento prematuro. Por tanto, as “[...] empresas que costumam, com frequência, aperfeiçoar produtos e serviços, estar atualizada com respeito às tecnologias do setor, inovar em processos e procedimentos e investir em capacitação, tendem a sobreviver mais no mercado” (SEBRAE SP, 2014).

Ainda segundo a pesquisa do SEBRAE de São Paulo (2014), o planejamento prévio, a gestão empresarial e o comportamento empreendedor são apontados como os principais fatores entre o sucesso e mortalidade prematura das empresas.

Mesmo considerando o baixo incentivo, ou mesmo a falta dele em alguns casos, por parte da prefeitura do munícipio, como aponta nossa pesquisa, as empresas de Biguaçu/SC vêm se mantendo no mercado e desempenhando um papel importantíssimo no desenvolvimento econômico da cidade.

Referencias

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO APLICADO

1. Qual o ramo de atuação da sua empresa?

( ) Indústria ( ) Serviço ( ) Comércio ( ) Agricultura e pesca ( ) Construção

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2. Há quanto tempo sua empresa está em atividade?

( ) menos de um ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) mais de 10 anos

3. Qual o porte da sua empresa?

( ) Microempreendor individual (MEI) – (até 1 empregado para comércio e serviço) ( ) Microempresa (ME) - (até 9 empregados para comércio e serviço e até 19

empregados para indústria)

( ) Empresa de pequeno porte (EPP) - (de 10 a 49 empregados para comércio e serviço e de 20 a 99 empregados para indústria)

( ) Empresa de médio porte - (de 50 a 99 empregados para comércio e serviço e de 100 a 499 empregados para indústria)

( ) Grande empresa - (100 ou mais empregados para comércio e serviço e 500 ou mais empregados para indústria)

4. Este é o seu primeiro empreendimento?

( ) sim ( ) não

5. Em uma escala de 1 a 5 - sendo 1 menos importante (motivo irrelevante) e 5 muito importante (motivo mais relevante), classifique os motivadores que levaram você a empreender.

6.

Pergunta 1 2 3 4 5

Capital disponível para investir Insatisfação com emprego Influência de outras pessoas Ocupação a membros da família Desemprego

Demissão com FGTS

Aproveitamento programa de demissão voluntária Desejo de ter próprio negócio/tornar-se independente Identificação de uma oportunidade de negócio Aumento da renda

Facilidade ou possibilidade de usar os conhecimentos, relacionamentos e contatos na área

Presença de tempo disponível

Continuidade/ Ampliação dos negócios da família Experiência/ influência/ relacionamentos familiares Convite para participar como sócio da empresa

6. Quais benefícios o município de Biguaçu/SC oferece à sua empresa? (Pode escolher mais de uma).

( ) Facilidade no processo de abertura da empresa ( ) Incentivos como Isenção de taxas

( ) Baixa tributação

( ) Concessão gratuita de alvarás

(19)

( ) Consultoria / Palestras

( ) Feiras de negócios com empresários da região ( ) Parcerias com outros empresários da região ( ) Não oferece nenhum benefício

( ) Outros. Quais________________________ .

1. Qual sua faixa etária?

( ) menos de 18 ( ) de 18 a 34 anos ( ) de 35 a 44 anos ( ) de 45 a 64 anos ( ) mais de 64 anos

1. Qual seu grau de instrução?

( ) Sem instrução ( ) Fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo ( ) Pós graduação

1. Qual o seu rendimento mensal (considerando um salário mínimo R$ 998,00)?

( ) Até 2 salários mínimos ( ) de 2 a 5 salários mínimos ( ) Acima de 5 salários mínimos

1. Qual o seu gênero?

Referências

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