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Capítulo 7 Orçamento de Investimentos e Financiamentos

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Academic year: 2021

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Capítulo 7

Orçamento de Investimentos e

Financiamentos

Este seg men to do plano orça men tá rio tem por fina li da de fazer a orça men ta ção dos demais com po nen tes do balan ço patri mo nial e da demons tra ção de resul ta dos, que não foram con tem pla dos no orça men to ope ra cio nal. Na abor da gem da teo ria de finan ças, refe re-se ao orça men to dos ele men tos não-ope ra cio nais da demons tra ção de resul ta dos.

O enfo que bási co é ela bo rar o orça men to dos gas tos pre vis tos com inves ti men -tos que serão ati va dos como ativo per ma nen te, bem como dos finan cia men -tos neces sá rios para fazer face à neces si da de de fun dos para sua aqui si ção.

Uma carac te rís ti ca des ses orça men tos é que sua ela bo ra ção e sua aná li se ten dem a ficar res tri tas às áreas de Finanças e Controladoria, além da cúpu la dire ti va da com pa nhia. Outra carac te rís ti ca é que eles exi gem pou cas peças orça men tá rias e, por tan -to, seus núme ros são de mais fácil obten ção.

7.1 Os Segmentos do Plano Orçamentário

nos Demonstrativos Contábeis Básicos

A base da seg men ta ção do plano orça men tá rio segue a lógi ca da estru tu ra dos demons tra ti vos con tá beis bási cos, a demons tra ção de resul ta dos e o balan ço patri mo nial. Apresentamos nos qua dros a seguir a indi ca ção de cada linha dos demons tra ti -vos con tá beis e em qual seg men to do plano orça men tá rio os itens são tra ba lha dos.

Na demons tra ção de resul ta dos, fica evi den te que o orça men to ope ra cio nal é res -pon sá vel pela maior parte de seus ele men tos. Da Receita Operacional Bruta até a rubri ca Lucro Operacional, todos os com po nen tes da demons tra ção de resul ta dos fazem parte do Orçamento Operacional. O Orçamento de Investimentos inclui ape nas os Resultados NãoOperacionais. O Orçamento de Financiamentos inclui o orça men to das des pe sas finan cei ras e das recei tas finan cei ras que não estão vin cu la das às apli -ca ções finan cei ras.

Os demais itens são obti dos pelo Orçamento de Caixa, que, em nosso tra ba lho, deno mi na mos de Projeção dos Demonstrativos Contábeis. Quando fala mos que alguns ele men tos são orça dos no Orçamento de Caixa, que re mos dizer que esse é um méto do mais prá ti co de fazer o orça men to de tais itens os quais, nor mal men te, se carac te ri zam por terem seus dados obti dos após a con clu são de outros orça men -tos. Assim, só é pos sí vel obtê-los com um grau razoá vel de acu rá cia, ao fechar mos as pro je ções dos demons tra ti vos con tá beis, que são inter li ga dos. O exem plo mais sig -ni fi ca ti vo é o das Receitas Financeiras decor ren tes das Dispo-nibilidades (Aplicações Financeiras). Só é pos sí vel iden ti fi car essa recei ta com o fecha men to, em con jun to, do balan ço patri mo nial e da demons tra ção de resul ta dos, como mos tra re mos no pró xi mo capí tu lo.

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164MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

DEMONS TRA ÇÃO DE RESUL TA DOS Segmento do Plano Orçamentário

RECEI TA OPE RA CIO NAL BRUTA II Orçamento Operacional (–) Impostos sobre Vendas IPI – ISS Orçamento Operacional RECEI TA OPE RA CIO NAL BRUTA I Orçamento Operacional (–) Imp. das Vendas – ICMS – PIS – Cofins Orçamento Operacional RECEI TA OPE RA CIO NAL LÍQUIDA Orçamento Operacional CUSTO DOS PRO DU TOS VEN DI DOS Orçamento Operacional . Materiais Diretos Orçamento Operacional . Materiais Indiretos Orçamento Operacional Consumo de Materiais Total Orçamento Operacional Mão-de-Obra Direta Orçamento Operacional Mão-de-Obra Indireta Orçamento Operacional

Despesas Gerais Orçamento Operacional

Depreciação Orçamento Operacional

(+/–) Variação dos Estoques Industriais Orçamento Operacional

LUCRO BRUTO Orçamento Operacional

DES PE SAS OPE RA CIO NAIS Orçamento Operacional

Comerciais Orçamento Operacional

. Mão-de-Obra Orçamento Operacional

. Despesas Orçamento Operacional

. Provisão Devedores Duvidosos Orçamento Operacional

Administrativas Orçamento Operacional

. Mão-de-Obra Orçamento Operacional

. Despesas Orçamento Operacional

. Depreciação Orçamento Operacional

LUCRO OPE RA CIO NAL I Orçamento Operacional Receitas Financeiras de Aplicações Orçamento de Caixa* Outras Receitas Financeiras Orçamento de Financiamentos Despesas Financeiras Orçamento de Financiamentos Equivalência Patrimonial Orçamento de Caixa* LUCRO OPE RA CIO NAL II

Outras Receitas e Despesas Orçamento de Investimentos . Valor de Venda de Imobilizados Orçamento de Investimentos . (–) Valor da Baixa de Imobilizados Orçamento de Investimentos LUCRO ANTES DOS IMPOS TOS

Impostos sobre o Lucro Orçamento de Caixa LUCRO LÍQ. DEPOIS DO IMP. RENDA

(–) Dividendos Propostos Orçamento de Caixa LUCRO DO PERÍODO RETI DO

* Projeção dos Demonstrativos Contábeis.

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ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM165

Tabela 7.2 – Balanço patrimonial e segmentos do plano orçamentário

BALANÇO PATRIMONIAL Segmento do Plano Orçamentário

ATIVO CIRCULANTE

Caixa/Bancos Orçamento de Caixa *

Aplicações Financeiras Orçamento de Caixa Contas a Receber de Clientes Orçamento Operacional (–) Provisão Devedores Duvidosos Orçamento Operacional (–) Titulos Descontados Orçamento Operacional . Contas a Receber – Líquido Orçamento Operacional

Estoques Orçamento Operacional

.. De Materiais – Bruto Orçamento Operacional ..(–) Provisão Retificadora Orçamento Operacional . De Materiais – Líquido Orçamento Operacional

. Em Processo Orçamento Operacional

. Acabados Orçamento Operacional

. Adiantamentos a Fornecedores Orçamento de Caixa Impostos a Recuperar Orçamento de Caixa Despesas do Exercício Seguinte Orçamento de Caixa ATIVO NÃO CIRCULANTE

Realizável a Longo Prazo Orçamento de Caixa Depósitos Judiciais Orçamento de Caixa Incentivos Fiscais Orçamento de Caixa Investimentos em Controladas Orçamento de Investimentos . Imobilizado Bruto Orçamento de Investimentos

. Terrenos Orçamento de Investimentos

. Reavaliação de Terrenos Orçamento de Investimentos . Outros Imobilizados Orçamento de Investimentos . (–) Depreciação Acumulada Orçamento de Investimentos Imobilizado Líquido Orçamento de Investimentos

Intangível Orçamento de Investimentos

ATIVO TOTAL PASSIVO CIRCULANTE

Fornecedores Orçamento Operacional

Salários e Encargos a Pagar Orçamento de Caixa

Contas a Pagar Orçamento de Caixa

Impostos a Recolher – sobre Mercadorias Orçamento Operacional Impostos a Recolher – sobre Lucros Orçamento de Caixa Adiantamento de Clientes Orçamento de Caixa Empréstimos Orçamento de Financiamentos Dividendos a Pagar Orçamento de Caixa

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Os prin ci pais itens ope ra cio nais do balan ço patri mo nial devem ser orça dos jun -ta men te com as peças orça men tá rias que lhes dão ori gem. É o caso dos esto ques, dupli ca tas a rece ber dos clien tes, dupli ca tas a pagar a for ne ce do res, adian ta men tos e impos tos a reco lher ou a recu pe rar sobre ven das. Eventuais impos tos a recu rar de impos tos sobre o lucro deve rão ser obje to de orça men to no fecha men to das pro je ções dos demons tra ti vos con tá beis.

O Orçamento de Investimentos liga-se com o Ativo Permanente. O Realizável no Longo Prazo pode ser tanto loca li za do no Orçamento de Investimentos, se for rele -van te, como dei xa do como um item da pro je ção, se não for sig ni fi ca ti vo.

As entra das e saí das de capi tal e os finan cia men tos são obje to do Orçamento de Financiamentos. Os demais itens são mais facil men te tra ba lha dos no fecha men to das pro je ções, ou Orçamento de Caixa, como é deno mi na do mais comu men te. Alguns itens ope ra cio nais, se não forem rele van tes, tam bém pode rão ser tra ba lha dos no fecha men to das pro je ções.

7.2 Orçamento de Investimentos

Essa peça orça men tá ria não se liga ape nas aos pla nos de curto prazo. Parte dos inves ti men tos neces sá rios para o pró xi mo exer cí cio é fruto dos pla nos ope ra cio nais que decor rem do pla ne ja men to estra té gi co. Exemplificando, os inves ti men tos neces -sá rios para supor tar os pro je tos de inves ti men tos em novos pro du tos, em novas plan tas ou em novos canais de dis tri bui ção serão gas tos efe tua dos no pró xi mo perío -do, mas que, pro va vel men te, serão para pro du tos e ati vi da des a serem pro du zi dos em exer cí cios futu ros, e que resul tam de deci sões do pas sa do.

166MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Tabela 7.2 – Demonstrativos con tá beis bási cos e seg men tos do plano orça men tá rio (continuação)

BALANÇO PATRIMONIAL Segmento do Plano Orçamentário

PASSIVO NÃO CIRCULANTE EXIGÍVEL NO LONGO PRAZO

Financiamentos Orçamento de Financiamentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social Orçamento de Financiamentos Reservas de Capital Orçamento de Caixa Reservas de Reavaliação Orçamento de Caixa Reservas de Lucros/Lucros Acumulados Orçamento de Caixa

Lucro do Período Orçamento de Caixa

PASSIVO TOTAL

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Essa é uma das razões por que esse orça men to não está liga do intrin se ca men te ao orça men to ope ra cio nal, porém mais liga do aos pla nos ope ra cio nais e estra té gi cos, e tam bém por que as suas peças orça men tá rias ficam res tri tas à alta admi nis tra ção da empre sa.

É óbvio que, em um mode lo de ges tão empre sa rial no qual a res pon sa bi li da de dos inves ti men tos é dele ga da ao res pon sá vel pelo cen tro de inves ti men to ou uni da de de negó cio, este é que deve rá ela bo rar as peças orça men tá rias.

O orça men to de inves ti men tos com preen de, por tan to, os inves ti men tos dos pla nos ope ra cio nais já defla gra dos no pas sa do e em exe cu ção no perío do orça men tá -rio, bem como aque les neces sá rios detec ta dos para o perío do em curso. Exemplos des ses inves ti men tos defi ni dos em hori zon te de curto prazo, e não liga dos neces sa -ria men te a pla nos ope ra cio nais maio res, são os inves ti men tos para manu ten ção e refor mas de equi pa men tos ope ra cio nais, refor mas de obras civis, troca de máqui nas da atual estru tu ra de ope ra ções, aqui si ção de equi pa men tos meno res como com pu -ta do res, softwares, móveis, veí cu los etc.

Análise das Alternativas de Investimentos

É con di ção intrín se ca do orça men to de inves ti men tos a apli ca ção das téc ni cas de aná li se de alter na ti vas de inves ti men tos e ren ta bi li da de de pro je tos. Cada inves ti -men to ou plano de inves ti -men to a ser feito será obje to de um estu do espe cí fi co de sua ren ta bi li da de e das alter na ti vas pos sí veis. Os prin ci pais cri té rios estão abor da dos no Apêndice 1 deste capí tu lo.

Finalidades e Principais Orçamentos de Investimentos

A prin cí pio, todos os ele men tos do Ativo Permanente deve rão ser aten di dos por uma peça orça men tá ria. A fina li da de des ses orça men tos, além de serem um dado natu ral para o orça men to de caixa, é tam bém com ple men tar o orça men to das depre cia ções por cen tro de cus tos (já apre sen ta do no Capítulo 6), bem como dar sub sí dios para o orça men to de finan cia men tos.

É sua parte inte gran te a pre vi são dos desin ves ti men tos. Os desin ves ti men tos – ven das ou dis po ni bi li za ção de ati vos per ma nen tes – podem acon te cer de forma natu ral, por troca ou reno va ção tec no ló gi ca, ou podem fazer parte de pla nos ori gi -nais de inves ti men tos, como ele men tos para redu zir a neces si da de de inves ti men to finan cei ro.

Podemos, então, ter as seguin tes peças orça men tá rias:

1. Orçamento de aqui si ção de inves ti men tos em outras empre sas. 2. Orçamento de venda de inves ti men tos em outras empre sas. 3. Orçamento de aqui si ção de imo bi li za dos.

4. Orçamento de venda de imo bi li za dos.

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5. Orçamento de des pe sas geradoras de intangíveis. 6. Orçamento de baixa de intangíveis.

7. Orçamento de depre cia ções, exaus tões e amor ti za ções das novas aqui si ções e bai xas.

Exemplo

Apresentamos a seguir, na Tabela 7.3, um exem plo de orça men to de inves ti men tos. No nosso exem plo, bas tan te sim ples, nos limi ta re mos a inves ti men tos em imo bi li za dos. Lembramos que a depre cia ção des ses novos imo bi li za dos já cons tou no orça -men to de des pe sas gerais por cen tro de custo.

Tabela 7.3 – Orçamento de inves ti men tos – imo bi li za dos 168MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Discriminação Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Unidade Fabril X 0 0 0 0 0 500.000 0 0 0 0 0 0 500.000

Administração 0 0 0 0 0 200.000 0 0 0 0 0 0 200.000

Total Geral 0 0 0 0 0 700.000 0 0 0 0 0 0 700.000

7.3 Orçamento de Financiamentos

Tem por fina li da de orçar tudo que é rela cio na do com a área de obten ção de fun dos, os gas tos para manu ten ção des ses fun dos, bem como os paga men tos pre vis tos.

A obten ção dos novos fun dos, fun da men tal men te, deve ria estar liga da às neces -si da des de inves ti men tos em ati vos per ma nen tes. Contudo, outras neces -si da des de fun dos podem ocor rer, como fun dos para pro ver neces si da des de aumen to de capi -tal de giro, pro gra mas estra té gi cos de pro pa gan da, ins ta la ção ou atua li za ção dos canais de dis tri bui ção, atua li za ção de sis te mas de infor ma ção, intro du ção de novas tec no lo gias de infor ma ção neces sá rias, pro je tos de rees tru tu ra ções orga ni za cio nais, fusões, rees tru tu ra ção do per fil das dívi das, refor mu la ção da estru tu ra de capi tal etc.

Principais Orçamentos e Informações Necessárias

As seguin tes peças orça men tá rias fazem parte do con jun to do orça men to de finan -cia men tos:

1. Orçamento dos novos finan cia men tos ou fon tes de fun dos, suas des pe sas finan -cei ras e desem bol sos.

2. Orçamento das des pe sas finan cei ras e desem bol sos dos finan cia men tos já exis -ten tes.

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3. Orçamento de outras des pe sas finan cei ras. 4. Orçamento de outras recei tas finan cei ras.

Para a cor re ta ela bo ra ção des sas peças orça men tá rias, prin ci pal men te as rela cio -na das com os fi-nan cia men tos, há neces si da de da iden ti fi ca ção e cole ta de todas as infor ma ções que per mi tam o ade qua do cál cu lo para o orça men to.

Em linhas gerais, as infor ma ções neces sá rias para a ela bo ra ção do orça men to para todos os finan cia men tos exis ten tes ou pre vis tos são as seguin tes:

T K@GF;<=@E8E:@8D<EKF<JL8DF<;8;<FI@><D T @E;<O8;FI:FEKI8KL8C J<?FLM<I

T K8O8;<ALIFJ

T spread <:FD@JJj<J98E:`I@8J

T @DGFJKFJ @E:@;<EK<J %+"  %+  %.." S %DGFJKF JF9I< +G<I8dj<J "@E8E:<@I8J Impos to sobre Operações de Câmbio, Imposto de Renda Retido na Fonte sobre I<D<JJ8J8F<OK<I@FI

T GI8QFJ;<:8IfE:@8<:IFEF>I8D8;<8DFIK@Q8dcF;FGI@E:@G8C<;FJALIFJ  Normalmente, há a neces si da de de um sis te ma de infor ma ção que apóie esse orça men to. É o Sistema de Informação de Financiamentos, de res pon sa bi li da de do setor de tesou ra ria. O mais usual tam bém é o for ma to de pla ni lha para cada emprés -ti mo, com uma tota li za ção para fins orça men tá rios.

As taxas de moeda estran gei ra, pre vi são de taxas exter nas (Libor, Prime Rate), taxas inter nas (TJLP, Copom, TR, IGPM) a serem uti li za das nos orça men tos são as que cons tam no qua dro de pre mis sas gerais orça men tá rias, apre sen ta das no Capítulo 3 (Quadro 3.3).

Orçamento de Novos Financiamentos

As neces si da des de inves ti men tos podem ser finan cia das de várias manei ras. O mais comum é a obten ção de finan cia men tos, sejam eles de ori gem nacio nal ou do exte -rior em moeda estran gei ra. A empre sa, outros sim, pode-se uti li zar de outras for mas de finan cia men tos, como a entra da de capi tal pró prio dos acio nis tas, ou o levan ta -men to de fun dos em forma project finan ce e uma com po si ção de ori gens. Assim, pode mos resu mir as três fontes de fun dos mais comuns para finan cia men to das neces si da des de inves ti men tos:

T =@E8E:@8D<EKFJ <DDF<;8E8:@FE8CFL<JKI8E><@I8

T I<:LIJFJ8GFIK8;FJG<CFJ;FEFJ;F:8G@K8CJh:@FJ<8:@FE@JK8J T ;<9fEKLI<J:FEM<IJgM<@JFLEcF :FEM<IJgM<@J<D8dj<J 

Nosso exem plo con tem pla ape nas novos fun dos pro ve nien tes de novos finan cia -men tos. Assumimos um exem plo tipo moeda estran gei ra, que apre sen ta mos na Tabela 7.4.

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170

MM

P

LANEJAMENTO

ORÇAMENTÁRIO

Tabela 7.4 – Orçamento de novos finan cia men tos

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Saldo Inicial – Moeda Estrangeira - US$ 0 0 0 0 0 560.000 560.000 572.825 585.622 590.161 603.347 616.576

Carência – 6 meses Prazo – 5 anos Amortização – Semestral

Indexação – US$ – Taxas Previstas 3,23 3,25 3,25 3,28 3,28 3,30 3,35 3,40 3,40 3,45 3,50 3,50 3,50 Variação Cambial 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8.485 8.358 0 8.612 8.553 0 34.008 Juros – 6% aa 0,0050 am 0 0 0 0 0 0 2.800 2.864 2.928 2.951 3.017 3.083 17.643

Spread – 20% 0,0010 am 560 573 586 590 603 617 3.529

IOF/IOC 0,0010 560 573 586 590 603 617 3.529

IRRF – 15% sobre juros 0,1500 420 430 439 443 453 462 2.646

Despesas Financeiras Totais 0 0 0 0 0 0 12.825 12.798 4.539 13.186 13.229 4.778 61.354

Amortizações 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 61.658 0

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O RÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS MM 171

Tabela 7.5 – Orçamento dos finan cia men tos exis ten tes

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Saldo Inicial – Moeda Nacional 6.000.000 5.998.790 5.997.580 5.996.371 5.995.161 5.993.952 5.992.744 5.984.404 5.976.075 5.967.759 5.959.454 5.951.160 Carência – 0 meses Prazo – 5 anos Amortização – Mensal Indexação – TJLP – Taxas Mensais Previstas % 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Juros 36.000 35.993 35.985 35.978 35.971 35.964 29.964 29.922 29.880 29.839 29.797 29.756 395.049 Spread – 20% 0,2000 am 7.200 7.199 7.197 7.196 7.194 7.193 5.993 5.984 5.976 5.968 5.959 5.951 79.010 IOF/IOC 0,0010 6.000 5.999 5.998 5.996 5.995 5.994 5.993 5.984 5.976 5.968 5.959 5.951 71.813 Despesas Financeiras Totais 49.200 49.190 49.180 49.170 49.160 49.150 41.949 41.891 41.833 41.774 41.716 41.658 545.872 Amortizações 50.410 50.400 50.390 50.380 50.369 50.359 50.289 50.219 50.149 50.079 50.010 49.940 602.994 Saldo Final 5.998.790 5.997.580 5.996.371 5.995.161 5.993.952 5.992.744 5.984.404 5.976.075 5.967.759 5.959.454 5.951.160 5.942.878

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Apresentamos o qua dro orça men tá rio no for ma to de pla ni lha de emprés ti mo, bem como colo ca mos todas as infor ma ções neces sá rias para o cál cu lo e seu enten di men to. Além do cál cu lo dos juros e outros encar gos finan cei ros, que fazem o con -jun to das des pe sas finan cei ras com os finan cia men tos, tam bém o orça men to de finan cia men tos já deve con tem plar os sal dos men sais pre vis tos para todos os meses do perío do orça men tá rio.

Orçamento dos Financiamentos Existentes

O pro ce di men to é o mesmo, só que os sal dos não par tem das neces si da des de inves -ti men tos atuais, mas do saldo do balan ço ini cial do perío do orça men ta do. Na Tabela 7.4, pro cu ra mos exem pli fi car finan cia men tos em moeda nacio nal, seguin do o mesmo for ma to ante rior.

Orçamento Total de Financiamentos

A seguir apre sen ta mos, na Tabela 7.6, um resu mo de todos os orça men tos de finan -cia men tos, con si de ran do ape nas os valo res das des pe sas finan cei ras e seu con jun to, evi den cian do a movi men ta ção geral des ses ele men tos patri mo niais.

Orçamento de Outras Despesas Financeiras

Além das des pe sas finan cei ras com os finan cia men tos e emprés ti mos, a empre sa tam -bém incor re em outros gas tos finan cei ros que não são oriun dos espe ci fi ca men te dos finan cia men tos. São gas tos neces sá rios para as ati vi da des nor mais junto aos esta be le -ci men tos ban cá rios, decor ren tes de outras ope ra ções finan cei ras ou ser vi ços pres ta dos pelos ban cos, ou des pe sas finan cei ras mar gi nais a outras ope ra ções e que, nor mal men -te, são con si de ra dos como des pe sas finan cei ras pela con ta bi li da de.

Esses gas tos devem ser orça dos da melhor forma pos sí vel. A obser va ção do pas sa -do, sua ten dên cia, os valo res abso lu tos e a veri fi ca ção de se há ou não sazo na li da des são ele men tos impor tan tes para o pro ces so de orça men ta ção dos gas tos. O apoio das áreas de tesou ra ria, con tas a rece ber e a pagar é muito impor tan te para a ela bo ra ção dessa peça orça men tá ria.

A Tabela 7.7 apre sen ta um exem plo desse orça men to, incor po ran do os tipos de des pe sas mais fre qüen tes, e que devem mere cer con tas espe cí fi cas no sis te ma de con ta bi li da de. Ressaltamos que esses gas tos, ape sar da nomen cla tu ra finan cei ra, devem ser con si de ra dos como gas tos das ati vi da des ope ra cio nais da empre sa, pois, na rea li da de, são resí duos finan cei ros de tran sa ções de com pra e venda, impos tos ou ser vi ços ban cá rios. As despesas bancárias de cobrança e com serviços bancários são claramente despesas operacionais e não despesas financeiras, pois referem-se a prestação de serviços dos bancos para a empresa. Em nosso entendimento, a melhor classificação dessas despesas é como despesas departamentais, de responsabilidade do departamento financeiro da empresa.

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O RÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS MM 173

Tabela 7.6 – Orçamento total dos finan cia men tos

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Saldo Inicial 6.000.000 5.998.790 5.997.580 5.996.371 5.995.161 5.993.952 6.552.744 6.557.229 6.561.698 6.557.920 6.562.800 6.567.736 6.000.000

Novos Financiamentos 560.000 560.000

Despesas Financeiras Totais 49.200 49.190 49.180 49.170 49.160 49.150 54.774 54.688 46.371 54.960 54.945 46.437 607.227 Amortizações 50.410 50.400 50.390 50.380 50.369 50.359 50.289 50.219 50.149 50.079 50.010 111.598 664.652 Saldo Final 5.998.790 5.997.580 5.996.371 5.995.161 5.993.952 6.552.744 6.557.229 6.561.698 6.557.920 6.562.800 6.567.736 6.502.575 6.502.575

. Curto Prazo 1.220.093 1.240.879 1.262.394 1.284.677 1.307.771 1.387.721 1.469.524 1.496.219 1.522.211 1.550.938 1.580.742 1.653.629 . Longo Prazo 4.778.697 4.756.702 4.733.977 4.710.484 4.686.181 5.165.023 5.087.704 5.065.479 5.035.709 5.011.862 4.986.994 4.848.946

Tabela 7.7 – Orçamento de outras des pe sas finan cei ras

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Juros c/ Atraso Fornecedores 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1.200 Var. Cambial pós-embarque – Fornecedores 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800 9.600 Descontos Concedidos 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1.200 Ajuste a Valor Presente Obrigações 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 3.600 Juros s/ Impostos em Atraso 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1.200 Despesas Bancárias – Cobrança 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 6.000 Serviços Bancários 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 4.800

IOF Diversos 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 3.000

IOC Diversos 350 350 350 350 350 350 350 350 350 350 350 350 4.200

IMF /CPMF 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 6.000 72.000 Total 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 8.900 106.800

(12)

174

MM

P

LANEJAMENTO

ORÇAMENTÁRIO

Tabela 7.8 – Orçamento de outras recei tas finan cei ras

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Juros de Atraso de Clientes 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 36.000 Var. Cambial pós-embarque – Exportações 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 12.000 Descontos Obtidos 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 2.400 Ajuste a Valor Presente Créditos 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 6.000 Juros de Outros Créditos 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1.200 Juros de Impostos a Recuperar 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 500 6.000 Juros de Depósitos Judiciais 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 4.800 (-) PIS/Cofins sobre

Receitas Financeiras 9,25% (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (527) (6.327) Total 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 5.173 62.073

(13)

Orçamento de Outras Receitas Financeiras

As recei tas finan cei ras com exce den tes de caixa (apli ca ções finan cei ras) só podem ser cal cu la das após o orça men to de caixa ou a demons tra ção do balan ço final e demons -tra ção de resul ta dos, razão por que serão obje to do Capí tu lo 9.

Contudo, exis tem outras recei tas even tuais carac te ri za das tam bém como recei tas finan cei ras. Esta peça orça men tá ria segue o mesmo racio cí nio que a ante rior. São outras recei tas finan cei ras, que não liga das a apli ca ções finan cei ras dos exce den tes de caixa, e que decor rem de outras ope ra ções mas lhe são mar gi nais. A Tabela 7.8 apre sen ta um exem plo des sas recei tas. Como tam bém veri fi ca mos no orça men to de outras des pe sas finan cei ras, elas devem ser con si de ra das como decor ren tes das ati -vi da des ope ra cio nais, pois são resí duos finan cei ros das tran sa ções de com pra e venda, de outros cré di tos e impos tos.

Apêndice 1: Critérios de

Avaliação dos Investimentos

Os mode los para deci são de inves ti men tos e para men su ra ção do valor da empre sa com preen dem fun da men tal men te as mes mas variá veis. Todos levam em con si de ração o valor a ser inves ti do ou atual men te inves ti do, os flu xos futu ros de bene fí cios, a quan -ti da de de tempo em que esses flu xos futu ros ocor re rão e o custo do dinhei ro no tempo. Os mode los para deci são de inves ti men tos par tem da idéia de veri fi car a via bi li -da de eco nô mi ca de um inves ti men to antes de sua imple men ta ção. Os mode los de deci são de men su ra ção do valor da empre sa cen tram-se em deter mi nar o valor de uma empre sa em anda men to. Como uma empre sa em anda men to é fruto de um con jun to de inves ti men tos em ope ra ção, já deci di dos no pas sa do, os cri té rios de ava -lia ção devem ser os mes mos. Em outras pala vras, os mes mos cri té rios ado ta dos para a deci são de inves tir devem ser uti li za dos para a men su ra ção do valor des ses mes -mos inves ti men tos em ope ra ção.

Para a Controladoria é fun da men tal a apu ra ção do valor da empre sa. A Contro -ladoria tem como foco os resul ta dos empre sa riais e ava lia a efi cá cia da empre sa por meio dos resul ta dos perió di cos obti dos. O obje ti vo de qual quer empreen di men to é criar valor para os acio nis tas, valor que é gera do pelas ope ra ções e men su ra dos e evi -den cia dos con ta bil men te pela demons tra ção de resul ta dos. Os resul ta dos obti dos refle tem as deci sões de inves ti men tos do pas sa do e, con se qüen te men te, são ava lia do -res do desem pe nho dos -res pon sá veis pela deci são. Dessa manei ra, a Controla doria deve con ti nua men te men su rar o valor da empre sa para moni to rar o pro ces so de cria -ção de valor e ava lia -ção do desem pe nho dos inves ti men tos.

(14)

Modelo Básico para Decisão de Investimento:

Valor Presente Líquido (VPL)

Um inves ti men to é feito no pres su pos to de gerar um resul ta do que supe re o valor inves ti do para com pen sar a troca de um valor pre sen te certo por um valor futu ro com risco de sua recu pe ra ção.1Esse resul ta do exce den te é a ren ta bi li da de do inves ti men

-to e é o prê mio por inves tir, con cei -to que fun da men ta a exis tên cia dos juros como paga men to pelo ser vi ço pres ta do ao inves ti dor pelo ato de empres tar dinhei ro para um ter cei ro.

Outrossim, no mer ca do exis tem inú me ras pos si bi li da des de inves ti men tos e, den tre elas, algu mas em que não há risco nenhum, como os títu los gover na men tais. Portanto, o inves ti dor tem infor ma ções das ren ta bi li da des pos sí veis de inú me ros inves ti men tos e, quan do vai apli car seu dinhei ro, está dian te de várias pos si bi li da des de inves ti men to e res pec ti vas ren ta bi li da des. Denominamos essas pos si bi li da des de opor tu ni da des de inves ti men to.

Dessa manei ra, ao se deci dir por um inves ti men to, o apli ca dor deixa de rece ber ren ta bi li da des dos demais inves ti men tos aban do na dos. Portanto, o gran de parâ me tro para o mode lo de deci são do inves ti dor são as ren ta bi li da des dos outros inves ti men -tos, as quais deno mi na mos de inves ti men tos con cor ren tes de custo de opor tu ni da de. A ren ta bi li da de dos demais inves ti men tos deter mi na qual será a ren ta bi li da de que o inves ti dor vai que rer obter do inves ti men to sob o pro ces so de deci são. Ele pode dese jar a ren ta bi li da de média dos demais inves ti men tos, como pode dese jar ren ta bi li da des supe rio res. Dificilmente, ele admi ti rá ren ta bi li da des infe rio res à média, se bem que, em teo ria, isso é pos sí vel.

A ren ta bi li da de dese ja da, que será incor po ra da no mode lo de deci são de inves ti -men tos, é deno mi na da juros remu ne ra tó rios. Em con di ções nor mais de mer ca do, o juro é expres so de forma anual, e, nas eco no mias esta bi li za das, com preen de o custo de capi tal mais uma taxa espe ra da de infla ção, redun dan do em uma taxa única ou pre fi xa da. Em eco no mias com ocor rên cia de infla ção crô ni ca, o con cei to mais uti li za -do é o de ren di men to pós-fixa -do, que com preen de uma taxa de juros pre fi xa da, que se soma rá à infla ção que acon te cer no futu ro.

176MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

1Não podemos dizer que há incerteza do retorno, porque a incerteza caracteriza-se pelo

total desconhecimento do futuro. No caso de um investimento, denomina-se essa lacuna de conhecimento do futuro de risco, uma vez que é possível associar probabilidades de êxito ao retorno do investimento. Ou seja, quando faz um investimento, o investidor tem uma série de informações que lhe permitem vislumbrar algo do futuro e associar probabili-dades de êxito ao seu investimento, caracterizando-se, dessa maneira, como risco e não como incerteza.

(15)

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM177

Valor Presente Líquido

O cri té rio de valor pre sen te líqui do é o mode lo clás si co para a deci são de inves ti men -tos e com preen de as seguin tes variá veis:

T FM8CFI;F@EM<JK@D<EKF

T F M8CFI ;FJ =CLOFJ =LKLIFJ ;< 9<E<=g:@FJ ;< :8@O8  ;< CL:IF  ;< ;@M@;<E;FJ  ;< ALIFJ

T 8HL8EK@;8;<;<G<IgF;FJ<DHL<?8M<I`FJ=CLOFJ=LKLIFJ T 8K8O8;<ALIFJ;<J<A8;8G<CF@EM<JK@;FI

Exceto com rela ção ao valor do inves ti men to, todas as demais variá veis apre sen -tam algu ma difi cul da de para incor po ra ção ao mode lo deci só rio.

A obten ção das infor ma ções sobre o valor dos flu xos futu ros depen de de estu dos ante ci pa tó rios das pro ba bi li da des de ocor rên cia de ven das, mer ca dos, cus tos, infla -ção etc., que fatal men te con du zem a difi cul da des de pre vi si bi li da de.

O mesmo acon te ce com a quan ti da de de perío dos a serem uti li za dos no mode -lo. Excetuando-se casos como apli ca ções em renda fixa, con tra tos de remu ne ra ção pre fi xa da com perío do certo etc., difi cil men te se sabe com pre ci são quan to tempo o inves ti men to pro du zi rá flu xos futu ros.

A taxa de juros sem pre depen de rá das expec ta ti vas de infla ção, tanto do país como do exte rior, bem como das taxas bási cas de juros exis ten tes no mer ca do, como a do Banco Cen tral do país, dos títu los do tesou ro norte-ame ri ca no, do Banco Central Europeu, da Libor, da Prime Rate etc.

Fundamento do VPL: o Valor do Dinheiro no Tempo

O fun da men to do VPL é o custo do dinhei ro no tempo. Um bem ou direi to, hoje, tem um valor para as pes soas dife ren te do valor desse mesmo bem ou direi to no futu ro. Essa dife ren ça tem como base o custo do dinhei ro. Ou seja, sem pre have rá uma pos -si bi li da de de empres tar o dinhei ro, que será remu ne ra do por uma taxa de juros. Portanto, o valor de um bem ou direi to que não acom pa nhe o juro míni mo exis ten -te no mer ca do perde valor eco nô mi co.

Adicionalmente, quan to mais tempo for neces sá rio para que haja retor no do inves ti men to, mais ris cos exis tem e, por tan to, a taxa de juros a ser incor po ra da ao mode lo deve ser ade qua da para cobrir o risco decor ren te da exten são do tempo.

Conceito do VPL: Valor Atual

Valor pre sen te líqui do sig ni fi ca des con tar o valor dos flu xos futu ros, a uma deter mi -na da taxa de juros, de tal forma que esse fluxo futu ro apre sen te-se a valo res de hoje, ou ao valor atual. O valor atual dos flu xos futu ros con fron ta do com o valor atual do inves ti men to a ser feito indi ca a deci são a ser toma da:

(16)

178MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

1. Se o valor atual dos flu xos futu ros for igual ou supe rior ao valor atual a ser inves -ti do, o inves -ti men to deverá ser acei to.

2. Se o valor atual dos flu xos futu ros for inferior ao valor a ser inves ti do, o inves ti -men to não deve rá ser acei to.

Exemplo

Investimento a ser feito (Ano 0 ou T0) – $ 1.000.000

Rentabilidade míni ma exi gi da (taxa de juros) 12%

Fluxo Futuro de Benefícios

T EF0  

T EF0  

T EF0  

Total 1.500.000

Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros

Fluxo Futuro Índice da Taxa de Desconto Valor Atual do Fluxo Futuro

A B C (A : B)

Ano 1 500.000 1,12 446.429

Ano 2 500.000 1,2544 398.597

Ano 3 500.000 1,404928 355.890

1.500.000 1.200,916

Pelos dados apu ra dos no exem plo, o inves ti men to deve rá ser acei to, uma vez que a soma do valor atual dos flu xos dos pró xi mos três anos, des con ta dos à taxa de 12% a.a., é de $ 1.200.916, supe rior ao valor de $ 1.000.000 a ser inves ti do.

Note que o fluxo futu ro de cada ano é dife ren te em ter mos de valor atual. O fluxo futu ro do Ano 1 foi des con ta do pela taxa de 12% para um ano, e o seu valor atual equi va len te, 12 meses antes, é de $ 446.429. Ou seja, $ 446.429 hoje equi va lem a $ 500.00 daqui a um ano.

O valor atual do fluxo do segun do ano equi va le, a pre ços do Ano 0, a $ 398.597. Ou seja, se apli cás se mos hoje $ 398.597 a uma taxa de 12% ao ano, tería mos $ 500.000 daqui a dois anos ($ 398.597 x 1,12 x 1,12).

Taxa Interna de Retorno (TIR)

O mode lo de deci são com base na Taxa Interna de Retorno é uma varia ção do cri té -rio do VPL. Nesse mode lo, em vez de se bus car o VPL do fluxo futu ro, busca-se a taxa de juros que igua la o total dos flu xos futu ros des con ta dos a essa taxa de juros, com o valor do inves ti men to ini cial. A fór mu la é a seguin te:

(17)

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM179 FF(1) FF(2) FF(n) I (0) = + + ... + 1 2 n ( 1 + i ) (1 + i ) (1 + i) onde:

I (0) = Investimento ini cial no perío do 0 FF = Fluxos Futuros dos perío dos 1 a n i = taxa de juros que igua la a equa ção

Utilizando os dados do nosso exem plo, a taxa de juros anual que igua la o inves ti men to ao fluxo futu ro des con ta do é de 23,3752% a.a. Para o cál cu lo da TIR, uti li za -mos esta fun ção no Excel. O Excel exige que o inves ti men to ini cial este ja com sinal nega ti vo. Este valor está na célu la B2, enquan to os três flu xos futu ros estão nas célu -las B4, B5 e B6. A fór mu la exi gi da pelo Excel para cal cu lar a TIR com essas célu -las é = TIR (B2 : B6). O resul ta do é ime dia to, 23,3752%, que é a taxa anual.

Utilizando essa taxa para des con tar os flu xos futu ros, e apli ca do no mode lo de VPL, temos que o valor atual dos flu xos futu ros, des con ta dos a 23,752% a.a, é de $ 1.000.000, com pro van do a TIR.

A B

1 Taxa Interna de Retorno

2 Investimento a ser feito (Ano 0 ou T0) –- $ (1.000.000) 3 Fluxo Futuro de Benefícios

4 . Ano 1 (T1) 500.000

5 . Ano 2 (T2) 500.000

6 . Ano 3 (T3) 500.000

7 Total 1.500.000

8 = TIR (B2 : B6) 23,3752 %

Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros com Taxa de 23,3752%

Fluxo Futuro Índice da Taxa de Desconto Valor Atual do Fluxo Futuro

A B C (A : B)

Ano 1 500.000 1,233752 405.268

Ano 2 500.000 1,5221438 328.484

Ano 3 500.000 1,8779479 266.248

(18)

180MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Períodos de Retorno do Investimento (

Payback

)

Esse cri té rio apli ca do ao con cei to VPL indi ca em quan tos perío dos (nor mal men te anos) há o retor no do inves ti men to ini cial. É uma infor ma ção com ple men tar ao pro ces so deci só rio, e even tual men te impor tan te quan do, além do retor no do inves ti -men to, o tempo de recu pe ra ção é impor tan te.

No nosso exem plo, con si de ran do a taxa de 12% aa, o payback médio é de 2,43 anos.

PAY BACK – Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros a 12% aa

Fluxo Futuro Índice da Taxa Valor Atual do Investimento Inicial de Desconto Fluxo Futuro $ 1.000.000 A B C (A : B) Saldo a recu pe rar

Ano 1 500.000 1,12 446.429 553.571

Ano 2 500.000 1,2544 398.597 154.974

Ano 3 500.000 1,404928 355.890

1.500.000 1.200.916

O saldo do inves ti men to de $ 1.000.000 só será recu pe ra do no últi mo e ter cei ro ano. Esse saldo de $ 154.974 equi va le a 43% do fluxo do ter cei ro ano, que repre sen -tam 5,2 meses.

$ 154.974 : 355.890 x 12 meses = 5,2 meses

Somando esse perío do aos dois pri mei ros anos, o retor no do inves ti men to dar-se-á em 2 anos e 5,2 meses.

Payback

Nomi nal

Muitos auto res e admi nis tra do res finan cei ros uti li zam o cri té rio do payback com os valo res dos flu xos futu ros nomi nais, sem o des con to por um custo de capi tal, com o obje ti vo de sim pli fi ca ção e para obter uma infor ma ção do tempo de recu pe ra ção de forma mais rápi da. Para pro je tos em que o retor no espe ra do é de pou cos perío dos ou o retor no espe ra do ocor ra subs tan cial men te nos pri mei ros perío dos, a infor ma ção, mesmo não sendo cien tí fi ca, torna-se uti li zá vel.

No nosso exem plo, como os dois pri mei ros anos terão flu xos futu ros iguais de $ 500.000 e o valor do inves ti men to foi de $ 1.000.000, o perío do de recu pe ra ção é exa ta men te de dois anos.

(19)

Apêndice 2: Projetos de Investimento

e Fluxo de Caixa Descontado

O pla ne ja men to finan cei ro de longo prazo com preen de um ou mais pro je tos de inves ti men to. Cada pro je to tem de ser ana li sa do e ava lia do em rela ção ao seu retor -no, pelos cri té rios do valor pre sen te líqui do ou pela taxa inter na de retor no. Serão acei tos os pro je tos de inves ti men to a) com valor pre sen te líqui do posi ti vo ou igual a zero, ou b) os que tive rem maior taxa inter na de retor no, de acor do com a meto do -lo gia de deci são ado ta da pela empre sa.

Em linhas gerais, os pro je tos se clas si fi cam em:

T @E;<G<E;<EK<J T ;<G<E;<EK<J

T DLKL8D<EK<<O:CL;<EK<J

Os pro je tos inde pen den tes são ava lia dos iso la da men te e, por não incor po ra rem nenhu ma depen dên cia com outros pro je tos, a deci são pode ser toma da ape nas em fun ção de que satis fa çam a ren ta bi li da de dese ja da. Os pro je tos depen den tes envol -vem a aná li se con jun ta de dois ou mais pro je tos, já que a acei ta ção de um pro je to pode afe tar sig ni fi ca ti va men te a ren ta bi li da de de outro, e vice-versa, ou mesmo às vezes, pelo grau de depen dên cia, ambos devem ser acei tos con jun ta men te. Projetos mutua men te exclu den tes são aque les em que a deci são de acei ta ção de um pro je to impe de a acei ta ção con jun ta de outro pro je to con cor ren te.

Fluxos de Caixa, Fluxos de Lucros e Fluxo de Caixa Descontado

Como já vimos, todos os flu xos de lucros se trans for mam em fluxo de caixa ao longo do tempo. Dessa manei ra, uma vez que se con si de rem hori zon tes de longo prazo, em teo ria ambos os flu xos seriam acei tos para a aná li se de via bi li da de eco nô mi ca dos pro je tos. Contudo, uma vez que um inves ti men to sig ni fi ca um desem bol so finan cei -ro, reco men da-se a ado ção do fluxo de caixa como o mode lo con du tor para esse tipo de deci são.

Em ter mos prá ti cos, exis te a neces si da de de se ela bo rar os dois flu xos. Primeiramente, há a neces si da de de pro je ção dos flu xos de lucros, já que eles con -têm dados fun da men tais para men su rar os impos tos sobre o lucro. Como a demons tra ção de resul ta dos com preen de a depre cia ção con tá bil, e essa des pe sa não-finan cei ra é aba ti da para cál cu lo dos impos tos sobre o lucro, é pre ci so pro je tar os flu xos de lucros futu ros.

Em segui da, jun ta men te com as pro je ções dos balan ços patri mo niais de cada perío do futu ro, ela bo ra-se o fluxo de caixa. O fluxo de caixa não leva rá em conta

(20)

182MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

as depre cia ções con tá beis, mas os impos tos sobre o lucro, onde essas des pe sas foram con si de ra das.

Genericamente, um fluxo de caixa com preen de um resu mo de todas as recei tas oriun das do pro je to, menos as des pe sas neces sá rias para pro du zir, ven der e rece ber as ven das dos pro du tos e ser vi ços que geram essas recei tas. Os flu xos de caixa líqui -dos do pro je to (recei tas do pro je to (–) des pe sas do pro je to) devem ser des con ta -dos a um custo de capi tal e con fron ta dos com o valor dos inves ti men tos. Essa meto do -lo gia bási ca é deno mi na da de fluxo de caixa des con ta do e é, na rea li da de, o mesmo mode lo deci só rio do valor pre sen te líqui do.

Representação Gráfica do Fluxo de Caixa

É comum a repre sen ta ção do fluxo de caixa em um grá fi co, evi den cian do o resu mo das entra das e saí das do pro je to de inves ti men to:

a) todos os perío dos (nor mal men te anuais) das entra das e saí das ao longo da vida ;FGIFA<KF HL<e8C@E?8;FK<DGF;FGIFA<KF

9 FM8CFI;<:8;8<EKI8;8<D:8;8G<IgF;F c) o valor de cada saída em cada perío do.

Com esses dados e a incor po ra ção do custo de capi tal, cal cu lase o valor pre sen -te líqui do do pro je to, ou seja, o seu fluxo de caixa des con ta do. As Figuras 7.1, 7.2 e 7.3 apre sen tam exem plos de flu xos de cai xas. A pri mei ra figu ra mos tra o mode lo mais sim ples, no qual o inves ti men to (a saída) é feito em um perío do ini cial (o perío -do 0) e as entra das acon te cem regu lar men te nos três perío -dos sub se qüen tes.

Entradas $ 40.000 $ 40.000 $ 40.000

Tempo

Períodos 0 1 2 3

Saídas $ 100.000

Figura 7.1 – Representação grá fi ca de um fluxo de caixa – desembolso único. Não neces sa ria men te o inves ti men to é feito de uma só vez. Na rea li da de, pro va -vel men te na maior parte dos pro je tos de inves ti men tos, os desem bol sos são fei tos em várias par ce las e vários momen tos. A Figura 7.2 mos tra um exem plo em que as saí das para os inves ti men tos ocor rem nos perío dos 0 e 1, enquan to as entra das come çam a exis tir a par tir do perío do 2.

(21)

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM183

Figura 7.2 – Representação grá fi ca de um fluxo de caixa – mais de um.

Também não neces sa ria men te os retor nos ou as entra das do pro je to devem ini -ciar ape nas após os inves ti men tos. É pos sí vel que alguns retor nos acon te çam antes da con clu são total dos inves ti men tos. A Figura 7.3 mos tra essa pos si bi li da de de forma resu mi da.

Entradas $ 40.000 $ 40.000 $ 40.000 Tempo Períodos 0 1 2 3 4 Saídas $ 50.000 $ 50.000 Entradas $ 30.000 $ 50.000 $ 40.000 Tempo Períodos 0 1 2 3 4 Saídas $ 50.000 $ 50.000

Figura 7.3 – Representação grá fi ca de um fluxo de caixa – desembolso ao longo do projeto.

Fluxo de Caixa Descontado ou Valor Presente Líquido

de um Projeto de Investimento

A men su ra ção das entra das de um pro je to pro va vel men te é o que traz maior difi cul -da de para sua obten ção, pois, pela pró pria carac te rís ti ca de inves ti men to, li-da com a men su ra ção dos retor nos futu ros e com as incer te zas ine ren tes a qual quer futu ro. De um modo geral, a men su ra ção das saí das (os inves ti men tos) não apre sen ta difi cul da -des em dema sia, pela mesma ques tão. Os admi nis tra do res ope ra cio nais e finan cei ros sabem o que deve ser adqui ri do ou inves ti do agora, ou seja, o grau de incer te za é muito menor por que, basi ca men te, o tempo é o pre sen te.

As entra das dos flu xos futu ros de caixa devem ser obti das pelas pro je ções das demons tra ções de resul ta dos perió di cas e dos balan ços patri mo niais futu ros, dos perío dos de bene fí cios que os pro je tos de inves ti men tos tra rão. Faremos dois exem -plos, con si de ran do ape nas as demons tra ções de resul ta dos, no pres su pos to de que

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184MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

os balan ços ini ciais e finais não con tem plam nenhum inves ti men to ini cial ou valor resi dual do inves ti men to.

Tabela 7.9 – Demonstração de resul ta dos para os perío dos futu ros de um pro je to de inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total Receita de Vendas

Quantidade de Produtos 50.000 50.000 50.000 150.000

Preço Médio Unitário 6,00 6,00 6,00

Receita de Vendas 300.000 300.000 300.000 900.000

Custos e Despesas

Custo das Vendas (180.000) (180.000) (180.000) (540.000) Despesas Operacionais (76.566) (76.566) (76.566) (229.697)

Depreciações (33.333) (33.333) (33.333) (100.000)

Lucro Operacional 10.101 10.101 10.101 30.303 Impostos sobre o Lucro (34%) (3.434) (3.434) (3.434) (10.303)

Lucro Líquido 6.667 6.667 6.667 20.000

Considerando o pro je to de inves ti men to como inde pen den te (como se a empre -sa tem seu iní cio por esse pro je to e ope ra cio na li ze ape nas ele), temos de trans for mar o fluxo de lucros em fluxo de caixa. Nessa demons tra ção de resul ta dos, temos as depre cia ções (simu la mos depre ciar todo o inves ti men to ini cial de $ 100.000 em três anos, com uma taxa de depre cia ção de 33,33% a. a.), que, em ter mos de caixa, não repre sen tam desem bol sos finan cei ros, mas são aba ti das para fins de impos tos sobre o lucro.

Assim, para trans for ma rmos o fluxo de lucros em fluxo de caixa, adi cio na mos ao valor do Lucro Líquido o valor das depre cia ções de cada perío do, e obte mos o fluxo de caixa de entra das para cada perío do futu ro do pro je to de inves ti men to, como mos tra do na Tabela 7.10.

Tabela 7.10 – Fluxo de caixa de um pro je to de inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Lucro Líquido 6.667 6.667 6.667 20.000

(+) Depreciações 33.333 33.333 33.333 100.000

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ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM185

Com os dados do caixa gera do em cada perío do, con fron ta dos com o total do inves ti men to, des con tan do a um custo de capi tal dese ja do ou neces sá rio, pode mos ela bo rar o fluxo de caixa des con ta do. Os núme ros das entra das e saí das do pro je to de inves ti men to são os cons tan tes da Figura 7.11. Adotamos, para o exem plo da Tabela 7.11, um custo de capi tal de 8% a. a.

Tabela 7.11 –Fluxo de caixa des con ta do

Período 0 Período 1 Período 2 Período 3 Total

Investimento (Saídas) (100.000) 0 0 0 (100.000)

Retornos (Entradas) Nominais 0 40.000 40.000 40.000 120.000 Fluxo de Caixa Nominal (100.000) 40.000 40.000 40.000 20.000 Taxa de Desconto – 8% a.a. 1,00 1,08000 1,16640 1,25971

Fluxo de Caixa Descontado (100.000) 37.037 34.294 31.753 3.084

Os flu xos futu ros de caixa do pro je to, des con ta dos a 8%, capi ta li za dos anual men -te, resul tam em um valor pre sen te líqui do de $ 3.094, que é a soma tó ria dos flu xos des con ta dos dos três perío dos futu ros, de $ 103.084, menos o valor de $ 100.000 inves ti dos ini cial men te. Nessas con di ções, esse pro je to deve rá ser acei to.

Fica clara, no exem plo, a impor tân cia do custo de capi tal ou da taxa de juros. Ele é o ele men to que une as deci sões de inves ti men to com a deci são de finan cia men to. Com des ses dados, a empre sa vai bus car fun dos para finan ciar os inves ti men tos, cujo custo deve rá ser infe rior, no máxi mo igual, aos 8% con si de ra dos no fluxo de caixa des con ta do.

Outrossim, se o custo de capi tal neces sá rio ou dese ja do for maior, diga mos 10%, o valor pre sen te pas sa rá a ser nega ti vo. Quanto maior o custo de capi tal, maior a difi -cul da de para jus ti fi car cada pro je to de inves ti men to.

Projeto de Investimento Considerando Fundos

de Capital de Terceiros

O exem plo ante rior de fluxo de caixa des con ta do não faz refe rên cia a quem finan cia -rá o pro je to de inves ti men to, poden do ser tanto de capi tal pró prio quan to de capi tal de ter cei ros, pois con si de ra o retor no ope ra cio nal. Outra alter na ti va para ava liar pro -je tos de inves ti men to é fazê-lo da ótica do capi tal pró prio, con si de ran do o capi tal de ter cei ros como entra das e saí das a serem cober tas pelos flu xos futu ros.

Partindo dos dados do exem plo ante rior, vamos ima gi nar que 50% dos fun dos serão obti dos por meio de emprés ti mos ban cá rios, a uma taxa de juros de 10%, pagos em cada perío do, sendo que o prin ci pal, $ 50.000, serão pagos no últi mo perío -do. Os juros são aba ti dos para fins de impos tos sobre o lucro. Os demons tra ti vos fica rão como segue.

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186MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Tabela 7.12 –Demonstração de resul ta dos dos perío dos futu ros – pro je to com recur sos de ter cei ros

Período 1 Período 2 Período 3 Total Receita de Vendas

Quantidade de Produtos 50.000 50.000 50.000 150.000

Preço Médio Unitário 6,00 6,00 6,00

Receita de Vendas 300.000 300.000 300.000 900.000

Custos e Despesas

Custo das Vendas (180.000) (180.000) (180.000) (540.000) Despesas Operacionais (76.566) (76.566) (76.566) (229.697)

Depreciações (33.333) (33.333) (33.333) (100.000)

Lucro Operacional 10.101 10.101 10.101 30.303 Juros sobre os Empréstimos (5.000) (5.000) (5.000) (15.000)

Lucro Antes dos Impostos 5.101 5.101 5.101 15.303 Impostos sobre o Lucro (34%) (1.734) (1.734) (1.734) (5.203)

Lucro Líquido 3.367 3.367 3.367 10.100

Note que a demons tra ção de resul ta dos con tem pla agora as des pe sas de juros sobre os emprés ti mos, após o lucro ope ra cio nal. Essas des pe sas finan cei ras redu zem o lucro líqui do, mas tam bém redu zem os impos tos sobre o lucro. O lucro líqui do final é menor do que o lucro líqui do obti do no exem plo ante rior.

Tabela 7.13 – Fluxo de caixa do pro je to de inves ti men to

Período 1 Período 2 Período 3 Total

Lucro Líquido 3.367 3.367 3.367 10.100

(+) Depreciações 33.333 33.333 33.333 100.000

= Caixa Operacional Gerado no Período 36.700 36.700 36.700 110.100

(–) Pagamento dos Empréstimos 0 0 (50.000) (50.000)

= Caixa Líquido Gerado 36.700 36.700 (13.300) 60.100

O fluxo de caixa, nesse exem plo, con tem pla tam bém uma nova linha, que é o paga men to dos emprés ti mos (ao final do Período 3), uma vez que fize mos a pre mis -sa de que os juros serão pagos tam bém den tro do ano, e já estão den tro do lucro líqui do. Temos um caixa líqui do gera do menor nos Períodos 1 e 2 e um caixa nega ti -vo no Período 3.

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ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOSMM187

Tabela 7.14 – Fluxo de caixa des con ta do

Período 0 Período 1 Período 2 Período 3 Total

Investimento (Saídas) (50.000) 0 0 0 (50.000)

Retornos (Entradas) Nominais 0 36.700 36.700 (13.300) 60.100 Fluxo de Caixa Nominal (50.000) 36.700 36.700 (13.300) 10.100 Taxa de Desconto – 8% a. a. 1,00 1,08000 1,16640 1,25971

Fluxo de Caixa Descontado (50.000) 33.981 31.464 (10.558) 4.888

Descontando o fluxo de caixa, temos um valor pre sen te líqui do de $ 4.888, supe -rior ao fluxo de caixa des con ta do do pri mei ro exem plo. Como o pro je to foi ava lia do da ótica dos acio nis tas (os donos do capi tal pró prio), que, no caso, inves ti ram ape nas $ 50.000 (o res tan te foi cap ta do em ban cos), o valor pre sen te líqui do jus ti fi ca tam bém o pro je to de inves ti men to nessa con di ção de finan cia men to par cial com recur -sos de ter cei ros.

É impor tan te res sal tar que, mesmo pagan do 10% ao ano de custo de capi tal dos emprés ti mos, há ala van ca gem finan cei ra para o capi tal pró prio. Isso ocor re por que os juros são aba ti dos do impos to de renda e o custo líqui do de capi tal do emprés ti -mo é 6,6% ao ano, ou seja, a taxa de 10% aa dimi nuí da da taxa de 34% de impos tos sobre o lucro.

Custo de capi tal de ter cei ros efe ti vo

Taxa nomi nal 10%

(–) 34% de aba ti men to de impos tos sobre o lucro (3,4%) (0,10 x 34%)

Taxa efe ti va 6,6%

Questões e Exercícios

1. Uma empre sa vai inves tir em um novo negó cio e tem duas opções de inves ti men to em infraestru tu ra já levan ta das pela equi pe de desen vol vi men to do pro -je to. A pri mei ra alter na ti va (A) con sis te em adqui rir um pré dio indus trial pron to e a segun da alter na ti va (B) con sis te na cons tru ção por conta pró pria do edi fí cio indus trial. A alter na ti va A impli ca um desen cai xe ime dia to de $ 20.000 ($ 5.000 para o ter re no e $ 15.000 para o edi fí cio), mais $ 25.000 de equi pa men tos cuja ins -ta la ção to-tal leva rá cerca de 12 meses. A par tir do ano seguin te, a empre sa já pode rá ope rar e os lucros esti ma dos anuais são da ordem de $ 13.500 por ano para os pró xi mos cinco anos.

A alter na ti va B impli ca a aqui si ção de um ter re no em outro local por $ 2.000 com desen cai xe ime dia to, gas tos préope ra cio nais no pri mei ro ano de $ 4.000, cons tru -ção do pré dio no segun do ano tota li zan do $ 16.000 e aqui si -ção de equi pa men tos

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no ter cei ro ano de $ 30.000. A par tir do quar to ano, a empre sa esti ma um lucro de $ 17.500 nos pró xi mos cinco anos.

8=8d8LDHL8;IF;<FId8D<EKF;<@EM<JK@D<EKF;<:8;88CK<IE8K@M8

b) cal cu le o valor pre sen te líqui do de cada opção, con si de ran do um custo de capi -tal de 12% ao ano, e veri fi que qual delas deve rá ser acei ta.

2. Com os dados do exer cí cio ante rior, faça um orça men to das novas depre cia ções e amor ti za ções para as duas alter na ti vas, con si de ran do as seguin tes taxas anuais: GIe;@FJ8 8 ;<JG<J8JGIe FG<I8:@FE8@J8 8 <HL@G8D<EKFJ8 8 3. Uma empre sa tem um endi vi da men to finan cei ro de $ 30.000 (valor ao final do

exer cí cio) cons ti tuí do por um finan cia men to em moeda estran gei ra com base em dóla res mais juros e encar gos finan cei ros de 8% ao ano (4% ao semes tre), fal tan do ainda 6 par ce las semes trais a serem pagas, ven cí veis em junho e dezem bro de cada ano. Fazer o orça men to de finan cia men tos para o pró xi mo exer cí cio, tendo como pre mis sa que a taxa de dólar subi rá 0,3% ao mês e os encar gos finan cei ros são pagos semes tral men te junto com a amor ti za ção do prin ci pal.

4. Tomando como base os dados da ques tão 1, ima gi ne que a opção esco lhi da per mi te um finan cia men to de 80% do seu valor total, libe ra dos pelo seu total no pri -mei ro exer cí cio do orça men to. Faça um orça men to de finan cia men tos em bases anuais, até sua liqui da ção, tendo como pre mis sa que o finan cia men to será res ga -ta do em qua tro par ce las anuais, ao final do ano. Os juros são pre fi xa dos de 10% ao ano e tam bém são pagos ao final do ano, junto com as par ce las de amor ti za ção. 188MMPLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Referências

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