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CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA PARA A PRODUÇÃO DA PRÁXIS PSICOLÓGICA NO CONTEXTO HOSPITALAR

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CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA PARA A PRODUÇÃO DA PRÁXIS PSICOLÓGICA NO CONTEXTO HOSPITALAR Rafael Barbosa da Silva de Oliveira* (Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil); Renata Heller de Moura (Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil).

contato: rafael_oliveirabs@hotmail.com

Palavras-chave: Psicologia sócio-histórica. Psicologia hospitalar. Práxis em saúde.

Introdução

Historicamente, o hospital surgiu com a função social de higiene, disciplina e isolamento da doença e do “desviante” (Camargo, 2012). Segundo Dacal (2012), o termo hospital é atribuído ao conjunto de serviços e atividades oferecidas na assistência à saúde, por meio de cuidado oferecido aos “pacientes” em regime de internação. Trata-se de uma instituição que se desenvolveu atrelada ao modelo biomédico, modelo hegemônico no campo da saúde até os dias atuais, que enfatiza os aspectos biológicos do adoecimento e concentra-se na atuação do médico. Esse modelo reforça uma visão individualista e fragmentada do processo saúde-doença, à medida que considera os médicos como detentores da verdade, cabendo ao paciente seguir as orientações dadas.

Os primeiros psicólogos brasileiros começaram a trabalhar em hospitais, na década de 1960, com a finalidade de informar os pacientes a respeito das atividades realizadas pelo médico, por exemplo, informar quando da realização de prescrição de medicamentos, solicitação de exames e encaminhamentos terapêuticos (Gorayeb, 2001). Em 1980, a instabilidade econômica gerou um mercado saturado que propiciou a oportunidade de inserção de profissionais da psicologia no contexto hospitalar (Fossi & Guareschi, 2004). Nesse momento, os psicólogos eram contratados para desenvolver atividades organizacionais, como recrutamento e seleção. Progressivamente, esse profissional passou a atuar na área clínica, dando suporte aos pacientes, às famílias e às equipes de saúde (Pereira, 2003).

Aliado a esses acontecimentos, a psicologia, enquanto ciência e profissão no Brasil, desenvolveu-se a partir de uma atuação principalmente de orientação psicanalítica, realizada tradicionalmente em consultórios (González-Rey, 1997). Sendo assim, a atuação do psicólogo nos serviços de saúde foi se desenvolvendo sob a inspiração da clínica médica, caracterizada por uma atuação individual, preocupada com o reconhecimento e descrição de sintomas, almejando a

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cura. Segundo Ferreira Neto (2011), esse modelo de psicologia propiciou uma relação hierárquica entre o profissional e o “paciente”, pois o foco encontrava-se nas intervenções a fim de sanar os sintomas da doença. Em síntese, essa atuação ficou associada ao desenvolvimento de intervenções privatistas, voltadas para avaliação psicodiagnóstica, para posterior ação psicoterapêutica e/ou preventiva.

Segundo Traverso-Yépez (2001), nas últimas décadas, ocorreram mudanças na compreensão do processo saúde-doença, sendo a interdisciplinaridade apresentada como uma proposta de trabalho, a fim de desenvolver um cuidado integral aos usuários dos serviços de saúde. Estes deixam de ser concebidos como meros “pacientes” das intervenções e passam a ser percebidos como sujeitos participantes da produção do cuidado. Desse modo, outros profissionais de nível superior foram sendo introduzidos no contexto hospitalar, tal como, o assistente social, o nutricionista, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, entre outros. Esse novo paradigma integral e psicossocial tem a finalidade de possibilitar uma atenção integral ao sujeito, levando em consideração os aspectos não só biológicos, mas também psíquicos e sociais (Pereira, 2003).

Nesse sentido, o desafio para o contexto hospitalar atualmente é lidar com a complexidade do processo saúde-doença, sem excluir as dimensões sociais e subjetivas. Para tanto, faz-se necessário uma perspectiva teórica que compreenda esse processo, superando o viés biologicista e fragmentado do modelo biomédico. Diante disso, o objetivo deste texto foi de investigar e analisar as contribuições da perspectiva sócio-histórica para produção de uma práxis psicológica no contexto hospitalar, condizente com o paradigma integral e psicossocial.

A perspectiva sócio-histórica fundamenta-se nos pressupostos do materialismo histórico e dialético, inspirando-se nos estudos desenvolvidos pela escola russa, representada principalmente por Vigotski, Leontiev e Luria. Mas, não somente nesses, inspira-se também em teóricos europeus como Politzer, Wallon, Heller e autores latinos como Lane, Rey e Martin-Baró. A perspectiva sócio-histórica, geralmente associada aos campos da psicologia escolar e da psicologia social, surgiu a partir de uma crítica a psicologia burguesa que se pautava em uma visão de homem ideologicamente associada aos interesses da classe dominante (Vigotski, 1996). Trata-se, portanto, de uma perspectiva crítica da psicologia, que busca a superação de concepções cindidas de homem e de mundo, bem como a superação de metodologias a-históricas

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e análises naturalizantes. A perspectiva sócio-histórica procura compreender o fenômeno psicológico como uma produção dialética que resulta do modo como o homem se relaciona com a sua realidade material, na qual se encontram todas as possibilidades de ser e seus limites, sem dissociar o mundo material e biológico, social e cultural do mundo psíquico. Essa perspectiva da psicologia se compromete em falar da vida vivida e em desvelar condições produtoras de sofrimento humano (Bock, 2009).

Nessa perspectiva, a constituição do psiquismo é formada, dialeticamente, na relação com a materialidade, isto é, a realidade social em que vive o indivíduo, e moldado pelas produções históricas elaboradas pelo gênero humano (Oliveira, 2005). Em outras palavras, o homem como produto dessa relação histórica com o mundo material supera a determinação de suas propriedades biológicas no desenvolvimento de sua atividade prática, sendo compreendido como um ser em constante transformação, capaz de atuar de forma crítica. (Tonet, 2011).

Singularidades metodológicas da produção da pesquisa

A partir da perspectiva sócio-histórica investigamos questões relacionadas aos interesses e circunstancias socialmente condicionadas e que são determinadas na inserção da vida real (Minayo, 2009). Com essa preocupação subjacente a nossa investigação, desenvolvemos uma pesquisa de caráter bibliográfico e exploratório com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito ou construindo hipóteses (Gil, 2002).

Para tanto, realizamos um levantamento bibliográfico nas bases de dados BVS-Psicologia Brasil, LILACS, SciELO, Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), nos arquivos do site da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), no Banco de Teses e Dissertações da CAPES e Google Acadêmico. O levantamento nos permitiu identificar 27 textos em consonância com a temática e com os objetivos da pesquisa. Conforme demonstramos na tabela abaixo, foram utilizados os seguintes descritores na busca textual: psicologia sócio-histórica (PSH), psicologia histórico-cultural (PHC), psicologia hospitalar (PH), prática em saúde (PTS), práxis psicológica (PP), práxis em saúde (PXS), com diferentes combinações.

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Tabela I – Relação de textos por descritores e bases de dados Descritores PP PH PXS PTS PH PSH PHC PSH PHC PSH PHC BVS-Psicologia Brasil 3 0 1 0 0 0 2 Google Acadêmico 3 1 1 0 0 2 1 LILACS 0 0 0 0 0 0 0 PePSIC 2 0 0 0 0 0 0 SBPH 0 0 0 0 0 0 0 SciElo 7 0 0 0 0 0 0 Banco da CAPES 0 1 0 0 1 0 2

Por fim, delineamos nossa análise do material bibliográfico pela construção de zonas de sentidos e significados na área hospitalar, a partir da perspectiva sócio-histórica, problematizando conceitos como saúde, trabalho em equipe, interdisciplinaridade, clínica ampliada e práxis em saúde. A seguir, apresentamos as três categorias que sintetizamos a partir desse processo analítico e reflexivo: a práxis atual da psicologia no contexto hospitalar; as possibilidades da práxis sócio-histórica no contexto hospitalar; proposições dialógicas numa perspectiva sócio-histórica sobre algumas teorizações do campo da saúde.

A práxis atual da psicologia no contexto hospitalar

Verificamos que a práxis atual da psicologia no contexto hospitalar ainda está relacionada com atividades organizacionais, tal como, seleção de funcionários, treinamentos, testes psicológicos, etc. Além disso, constatamos também a atuação do psicólogo voltada para o atendimento clínico da pessoa adoecida e de sua família sob influência do modelo biomédico. A prática do psicólogo nesse modelo tradicional caracteriza-se por uma atuação individualizada, curativista, cujo objetivo é a remissão dos sintomas (Zurba, 2011).

Segundo More et al (2009), os pressupostos epistemológicos do modelo biomédico (ciência tradicional) estão relacionados com a simplicidade, a estabilidade, a previsibilidade e a objetividade. Além dessas críticas, para Fossi e Guareschi (2004), os médicos são os

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protagonistas no hospital, pois decidem tudo, e a palavra final é deles. Diante disso, entre os profissionais ocorrem disputas de poder, e a multidisciplinariedade corre o risco de fragmentação dos setores e do paciente, sem contar a dificuldade na comunicação entre a psicologia e a medicina (Fossi & Guareschi, 2004). Em síntese, esse “modelo tradicional” carrega em si uma compreensão de saúde como ausência de doença, e até mesmo uma visão de homem fragmentada, com foco na patologia.

Em parte, o modelo tradicional permanece em hegemonia devido ao fato das Instituições de Ensino Superior (IES) manterem em suas grades curriculares os pressupostos desta perspectiva tradicional. Segundo Torezan et al (2013), a formação do psicólogo ainda é tecnicista, reducionista, marcada pela fragmentação das práticas e negligência dos aspectos e condicionantes sociais do adoecimento. Para esses autores, as grades curriculares dos cursos de psicologia não apresentam disciplinas que permitam a apropriação de conhecimentos da psicologia no contexto hospitalar.

O material levantado aponta que a formação clínica auxilia na escuta e observação do adoecimento, porém não auxilia na discussão e problematização das práticas no contexto da saúde e hospitalar. De acordo com Castro; Bornholdt (2004), o tratamento individual baseado no modelo clínico é a base da identidade profissional. Entretanto, o psicólogo tem que ter conhecimento das ferramentas necessárias para uma atuação coletiva de prevenção e intervenção. Para estes autores, a formação elitista distancia o aluno e o profissional das demandas sociais existentes.

Segundo Almeida e Malagris (2015), na atualidade, o contexto hospitalar, bem como a psicologia, busca superar o modelo biomédico centrado na patologia (tradicional). Em vista disso, o paradigma psicossocial emerge com a proposta de desenvolver práticas ampliadas, ou seja, um atendimento integral. Esse modelo supera o atendimento individual e foca no processo saúde-doença-cuidado, como um fenômeno coletivo, histórico e multideterminado. De acordo com Santos e Vieira (2012), esse modelo é mais adequado para a psicologia no hospital. Ele cria a possibilidade dos profissionais reconhecerem a necessidades da contribuição de diferentes profissionais no cuidado com a pessoa adoecida. Em outras palavras, o foco sai da doença e passa agora para a pessoa. Há um objetivo comum e um espaço para trocas de saberes entre usuários e profissionais (SANTOS; VIEIRA, 2012).

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Desse modo, compreendemos que a perspectiva sócio-histórica é condizente com o paradigma psicossocial, ao considerar que a subjetividade é constituída socialmente, ou até mesmo, ao conceber o homem, como um ser ativo, social e histórico (Lessa & Tonet, 2008), ou seja, multideterminado. Entretanto, nossa crítica não é ao atendimento individual, e sim, ao atendimento individualizante, no qual se desconsidera a pessoa em detrimento da doença. Argumentamos que a práxis psicossocial se desenvolve embasada numa análise e intervenção integral. Em outras palavras, a compreensão total do sujeito e do processo saúde-doença-cuidado perpassa pelos fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos e históricos que reverberam no ser humano (Oliveira, 2005). Dessa maneira, uma intervenção integral diante do sofrimento psíquico necessita da existência de equipe multidisciplinar em saúde, atuando inter e transdisciplinarmente (Fossi & Guareschi, 2004).

Nesse sentido, o papel do psicólogo hospitalar é de desenvolver uma escuta terapêutica e qualificada, buscando a compreensão da situação do adoecimento de maneira contextualizada e apresentando-se como um mediador no ambiente hospitalar entre: a equipe profissional, o usuário do serviço de saúde, a família deste e o entrono social. Argumentamos que o psicólogo no contexto hospitalar, ao estar engajado com os usuários, os profissionais, a família e o entrono social, deve ter em seu horizonte a noção de subjetividade. Isto implica que o psicólogo buscará considerar as singularidades de cada indivíduo. Segundo Dacal (2012), as demandas para a psicologia no hospital estão relacionadas a dificuldade de enfrentamento da doença, a ampliação da consciência e a psicoeducação, porém, na maioria das vezes, as solicitações dos atendimentos dizem respeito ao prolongamento da internação, a necessidade de estabelecer rede de apoio e “instabilidades” de humor e comportamento nas pessoas internadas.

As possibilidades da práxis sócio-histórica no contexto hospitalar

A ação profissional apoiada na perspectiva sócio-histórica, independente do contexto, deve ter um sólido embasamento teórico, filosófico e epistemológico, para que a práxis seja coerente. Nesse sentido, no contexto hospitalar a ação profissional apoiada na perspectiva em tela exige familiaridade com os conceitos e preceitos da psicologia sócio-histórica sobre:

subjetividade, linguagem, materialismo histórico-dialético, mediação, afetividade e

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A partir da teoria de Vigotski, Zurba (2011) discute que a subjetividade humana é síntese dialética do singular-particular-universal. Em outras palavras, significa compreender que o psicólogo (singular) media as relações (singulares) entre os usuários e os profissionais da saúde no contexto hospitalar (particular), em um sistema de saúde organizado socialmente (universal). Essa compreensão é utilizada para com os usuários que são atendidos pelo psicólogo respaldado na práxis sócio-histórica. A autora pontua que o processo de subjetivação, ou seja, de humanização é sempre um processo de intersubjetivação, que acontece por meio do nível cultural e social. Diante disso, cabe ao profissional buscar compreender o contexto da pessoa hospitalizada, a fim de perceber as influências culturais e sociais.

Em síntese, significa que o homem é produto/produtor social, sendo necessário que o psicólogo no contexto hospitalar procure entender o ser humano a partir do fator social (Dacal, 2012). Sobre essa relação entre a subjetividade e o adoecer, Zurba (2011) argumenta que os modos de subjetivação na vida cotidiana indicam os modos de produção e manutenção de sintomas. Concordando com isso, Martins (2011), apresenta que o psicólogo no contexto hospitalar necessita estar ancorado na visão de homem, como um ser ativo, social e histórico. Essa visão leva o psicólogo a não procurar as respostas para a queixa ou sofrimento psicológico somente em categorias universais, ou até mesmo, reduzir-se a uma explicação biológica. O psicólogo sócio-histórico se coloca a conhecer a história de vida da pessoa hospitalizada, as relações produzidas nessa história, somando com o interesse em conhecer a cultura e a inserção social desta pessoa e sua família.

Essa atitude de conhecer a pessoa hospitalizada, acontece por meio da fala, e nesse ponto Vigotski (1996) desenvolve uma árdua discussão sobre a linguagem e o pensamento. Para a perspectiva sócio-histórica, a linguagem é constituída por sentidos e significados. A respeito desse assunto, os sentidos referem-se aquilo que é singular e instável, e os significados tratam-se do que é universal e estável. A linguagem (sentidos e significados) organiza o pensamento e é por meio dela que os sujeitos se constituem e interagem (Dacal, 2012; Fontes, 2005; Zurba, 2011). Essa noção de linguagem oportuniza ao psicólogo lidar com a ressignificação, pois a medida que o profissional desenvolve uma conversa com o sujeito, este vai produzindo novos sentidos e significados para si. Por exemplo, a pessoa adoecida tem uma concepção de hospital, como um lugar que gera para si muita ansiedade, e essa situação acaba, por sua vez, atrapalhando

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o atendimento dos profissionais da saúde. O psicólogo solicitado pela equipe multiprofissional, atua por meio da linguagem, contribuindo para produzir uma ressignificação da noção de hospital juntamente com essa pessoa. Vale destacar, que no contexto hospitalar, ao intervir no setor pediátrico faz-se necessário que a equipe multidisciplinar medeie sua relação com a criança, por meio de uma linguagem lúdica.

O contexto hospitalar é gerador de várias emoções e sentimentos, como ansiedade e irritabilidade. Desse modo, o psicólogo no contexto hospitalar necessita estar preparado para lidar com a afetividade que emerge nas relações terapêuticas. Segundo Pinheiro e Bomfim (2009), a afetividade impregna a existência do ser humano, compreendendo as emoções e os sentimentos. Estes autores concebem a afetividade como resposta emocional e aspectos expressivos na experiência. Contudo é pertinente que o psicólogo sócio-histórico engajado no hospital, entenda que, assim como a subjetividade é social, a expressão e compreensão da afetividade será também social. Em outras palavras, a afetividade está relacionada com aspectos históricos e contextuais do indivíduo sobre suas emoções e sentimentos.

O psicólogo no contexto hospitalar deve estar preparado para lidar com vários sentimentos, por exemplos, a equipe profissional vivenciando experiências e emoções de onipotência e impotência, ou até mesmo o usuário ansioso ou nervoso, pela necessidade de ter que passar por um procedimento cirúrgico. Diante disso, Fontes (2005) propõem uma forma de entender as emoções. Para ele é por meio da subjetividade e da consciência, ou seja, ao ter acesso a linguagem, o psicólogo necessita compreender a subjetividade do paciente, e a sua forma de sentir e conhecer a realidade.

Respaldado na psicologia sócio-histórica e apoiando-se nos pressupostos do materialismo histórico-dialético, o profissional da psicologia pode se utilizar de técnicas e estratégias até mesmo de outras áreas do conhecimento cientifico (Fontes, 2005; Rodrigues, 2011). As técnicas são meios pelos quais é possível realizar o levantamento de informações ou até mesmo mobilizar os sujeitos e intervir no processo saúde-doença. A psicologia sócio-histórica tem a finalidade em demonstrar uma diferenciação em relação a essas estratégias, ou seja, o foco está na forma de análise e utilização das técnicas. Por isso, a proposta não é de utilização da técnica pela técnica, e sim como um instrumento de acesso, a partir de um viés sócio-histórico.

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Os textos analisados apresentaram algumas possibilidades de ação profissional com crianças hospitalizadas. Essa atuação pode acontecer, por meio da estimulação pelo brinquedo terapêutico (Fontes, 2005; Martins; Paduan, 2010). Percebemos a referência em várias pesquisas a resultados favoráveis na utilização do brinquedo, e até mesmo da brincadeira como recurso para contato com a criança no ambiente hospitalar. Fontes (2005) aponta que o brinquedo e o jogo é utilizado na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). O autor discute que é no brinquedo e no faz-de-conta que a criança pode imitar uma variedade de ações que estão muito além de seus limites de compreensão e de suas próprias capacidades. Argumenta sobre o papel do psicólogo como mediador, na produção de situações que possibilitem o estabelecimento de ZDP no hospital e com a equipe multiprofissional.

Outra possibilidade de ação profissional são os mapas afetivos, que não são necessariamente utilizados apenas com crianças, pois podem ser usados também com adultos. Segundo Pinheiro e Bomfim (2009), o mapa afetivo é uma técnica que permite o levantamento das características sociais do paciente, como nome, idade, escolaridade, profissão, tempo e frequência de tratamento e juntamente com a expressão emocional e afetiva vivenciada na situação de adoecimento e hospitalização. Além dos dados mencionados, solicita-se que a pessoa hospitalizada faça um desenho que represente a temática da hospitalização, por exemplo, a forma como ela vê e sente o hospital, com a finalidade de facilitar a expressão de suas emoções. Após isso, o psicólogo procura entender o significado do desenho, ou seja, compreender a representação do desenho no seu todo e levanta sentimentos e emoções mobilizados. Em uma relação dialógica, o psicólogo vai, por meio dessa técnica, produzindo juntamente com a pessoa adoecida uma elaboração oral sobre o ambiente hospitalar. Por fim, pede-se que a pessoa que faça comparações ou metáforas com o hospital, e fale sobre os espaços utilizados e sobre as pessoas que mais tem contato.

Constatamos que os conhecimentos produzidos até o momento evidenciam o uso da perspectiva sócio-histórica na atuação do psicólogo com crianças hospitalizadas. A partir disso problematizamos, que essas possibilidades não necessitam estar reduzidas para essa fase do desenvolvimento humano. Destacamos que é possível uma atuação sócio-histórica no hospital utilizando os jogos, a brincadeira lúdica e até mesmo o desenho como formas de intervenção e

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acesso às pessoas hospitalizadas como um todo. Ressaltamos que essas estratégias necessitam ser adaptadas a cada pessoa, conforme as suas necessidades e singularidades.

A ação profissional da psicologia no contexto hospitalar, em geral, está relacionada a possibilidade de uma atuação comprometida com a escuta e com a finalidade de acolher a pessoa acometida por sua doença, seja física ou mental (Fontes, 2005). Em síntese, criar um espaço de escuta e acolhimento com o adulto, e até mesmo com a criança, é a primeira e uma das principais possibilidades ação profissional para o psicólogo no hospital. Essa ação profissional, no entanto, requer do psicólogo uma compreensão ampliada de saúde, que pode se respaldar no referencial da psicologia sócio-histórica para filtrar, interpretar e intervir junto da pessoa adoecida.

Proposições dialógicas numa perspectiva sócio-histórica sobre algumas teorizações do campo da saúde

Segundo Pereira (2003), a terminologia “psicologia hospitalar” condiciona a atuação profissional aos limites locais, ou seja, à instituição. Diferentemente a psicologia que atua no contexto hospitalar relaciona-se ao conhecimento produzido e existente para uma atuação profissional no referido contexto, em um dado sistema de saúde. Segundo Castro e Bornholdt (2004), a proposta da psicologia hospitalar do Brasil aproxima-se da psicologia da saúde de outros países. A psicologia da saúde envolve uma ação profissional ampla em diversos serviços e contextos de intervenção sobre o processo saúde-doença (Yamamoto & Campos, 1997), incluindo, por exemplo, a psicologia no contexto hospitalar. A psicologia da saúde pode ser definida como uma prática que se utiliza de variáveis psicológicas para interferir no processo saúde-doença, por meio da promoção e prevenção da saúde (Almeida & Malagris, 2015; Torezan, Calheiros, Mandelli & Stumpf, 2013). De acordo com Carvalho (2013) a psicologia da saúde (clínica, pública e comunitária) pode ser guiada pelo modelo tradicional, ou pelo modelo psicossocial de saúde, com ênfase na investigação quantitativa ou no modelo crítico acerca da produção social da saúde, com ênfase na investigação qualitativa.

A discussão sobre a ação profissional do psicólogo no campo da saúde envolve uma discussão sobre os conceitos de saúde, apoio matricial, clínica ampliada e trabalho em equipe. O modelo tradicional e ainda hegemônico é o modelo biomédico, centrado na patologia, organizado no atendimento individual e na abordagem biológica do processo saúde-doença

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(Torezan, Calheiros, Mandelli & Stumpf, 2013). Esse modelo tradicional concebia a saúde como ausência de doença. Porém a partir de 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu a saúde como um estado completo de bem-estar biopsicossocial. Essa concepção oportunizou desenvolvimento de referenciais teórico-metodológicos e técnico-assistenciais voltados para a produção de um cuidado mais global, ou seja, biopsicossocial, por meio de práticas ampliadas, que considerem a saúde como um fenômeno coletivo, histórico e multideterminado (Torezan, Calheiros, Mandelli & Stumpf, 2013).

Em termos práticos, essa concepção biopsicossocial não apenas impregnou a definição de saúde, mas propôs uma nova visão de mundo e homem. O ser humano passa a não mais ser visto como um ser fragmentado, como discute Fossi e Guareschi (2004), porém considerado como inteiro, ou seja, biopsicossocial. Nesse mesmo caminho, Wallig e Souza Filho (2007) demonstram que essa noção de saúde exige dos profissionais da saúde articulação profissional interdisciplinar. Entretanto, é necessário evidenciar a crítica de Carvalho (2013) ao modelo biopsicossocial, à medida que não trabalha de forma integral, mas segmentar (bio-psico-social), ou seja, aproximando-se de uma atuação multidisciplinar e não inter e transdisciplinar (Luz, 2009).

Outro assunto relevante está relacionado ao trabalho em equipe. Em 1976, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) elaborou diretrizes para melhorar a formação das equipes de saúde, por meio de uma proposta de formação multiprofissional que ampliasse o entendimento do processo saúde-doença (Pereira, 2003). Em síntese o trabalho em equipe no contexto hospitalar está associado com o modelo biopsicossocial, em que envolve diferentes profissionais para atuar com os “pacientes”. De acordo com Pereira, Barros e Augusto (2011), esse paradigma biopsicossocial desenvolveu alguns princípios, dentre eles: 1- O ser humano como biopsicossocial; 2- Equilíbrio dinâmico entre saúde e doença; 3- Estudo biopsicossocial para o diagnóstico, prevenção e tratamento; 4- O cuidado é feito de forma integrada pela equipe de saúde; 5- A saúde não é patrimônio de um grupo ou especialidade profissional.

Para compreendermos os limites desse paradigma biopsicossocial, consideramos necessário recorrer a diferenciação discutida por Luz (2009) sobre multidisciplinariedade, interdisciplinaridade e transdisciplinariedade no campo da saúde coletiva. Historicamente, o modelo multidisciplinar desenvolveu-se no século XIX com a proposta de várias disciplinas, mas

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cada uma com seu conhecimento (Luz, 2009). Porém no século XX, na primeira década, desenvolveu-se a ideia da interdisciplinaridade com uma visão de diálogo entre os conhecimentos, com ações comuns entre os diferentes profissionais, mas ainda com especificidades demarcadas por cada área. Por fim, em 1980, iniciou-se a discussão em torno da proposta transdisciplinar que considera um rompimento com os modelos e paradigmas das disciplinas acadêmicas produzindo uma nova perspectiva de ação profissional, para a qual a troca de saberes é condição sinequanon.

Diante dessa discussão, o trabalho da equipe deve superar a multidisciplinariedade para alcançar interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. O modelo multidisciplinar, por si só, não garante a superação da fragmentação. É pertinente diferenciar a equipe multidisciplinar e da equipe interdisciplinar, sendo a primeira a que envolve todos os profissionais que trabalham no hospital, já a segunda, refere-se aos profissionais que produzem cuidado conjunto voltado às pessoas hospitalizadas (Dias & Radomile, 2006). De acordo com Fossi e Guareschi (2004), nas equipes ocorrem disputas de poder entre os profissionais, e isso acontece pela falta de superação dos limites da multidisciplinaridade. Vale acrescentar a discussão que Almeida e Malagris (2015) fazem sobre a produção de cuidado voltado aos profissionais de saúde, pois estes também sofrem psiquicamente, por exemplo. Os autores pontuam que esses profissionais vivenciam experiências de vida e morte, gerando sentimentos de onipotência e impotência (Camargo, 2012; Vecchia & Martins, 2009)

Toda essa discussão sobre a produção de cuidado inter e transdisciplinar está relacionada com o conceito de clínica ampliada. De acordo com Ferreira Neto (2008), a psicologia de forma hegemônica atua num modelo de clínica tradicional, individualizante e liberal-privatista. Essa clínica tradicional tem uma atuação hierarquizada e verticalizada, como também são as intervenções focadas na remissão de sintomas. Segundo Moreira, Romagnoli e Neves (2007), a psicologia clínica tradicional é herdeira do modelo médico (higienista, individual e curativista). A superação dessa clínica, assim como do modelo tradicional, se daria não pelo local de atuação, mas por uma ação profissional produtora de clínica ampliada. A clínica ampliada caracteriza-se pela compreensão ampliada do processo saúde-doença-cuidado, em que a equipe multidisciplinar procura superar as barreiras da disciplinaridade para produzir conjuntamente projetos terapêuticos singulares e condizentes com as situações e histórias de vida também singulares de

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cada usuário de saúde, num compromisso de co-gestão e co-responsabilização com os mesmos. Argumentamos que a psicologia sócio-histórica, ao considerar o ser humano como síntese de múltiplas determinações, como um ser singular, histórico e social, aproxima-se e é capaz de contribuir com a proposta da clínica ampliada.

Últimas considerações

Em síntese, a respeito da práxis atual da psicologia no hospital, constatamos que as atividades do psicólogo nesse contexto são de mediador, ou seja, de facilitador da comunicação na tríade “paciente”, família e profissionais da saúde (equipe multidisciplinar).

Para uma atuação na perspectiva sócio-histórica é imprescindível que o psicólogo desenvolva seu trabalho de uma forma psicossocial. Isso significa, que num contexto hospitalar, esse profissional deve superar essa ótica curativista, determinista e reducionista. Cabe ao psicólogo, considerar as necessidades subjetivas, contudo sem deixar de observar as fragilidades objetivas (físicas) da pessoa nesse contexto. Por isso, a práxis psicossocial contempla uma concepção ampliada, que visa atuar inter e transdisciplinarmente.

A psicologia da saúde, respaldada nos princípios do SUS, tem o objetivo promover uma atenção abrangente e universal, preventiva e curativa, por meio da gestão e prestação descentralizadas de serviços de saúde. A Psicologia da Saúde atua sobre diversas áreas da psicologia numa atuação ampla que considere diversas formas de intervenção sobre o processo saúde-doença (Yamamoto & Campos, 1997), por exemplo, apoio matricial, clínica ampliada e trabalho em equipe.

A pesquisa deixou evidente que preciso ampliar o debate e a produção de práxis psicológica no contexto hospitalar na perspectiva sócio-histórica. São poucos os profissionais da psicologia que se utilizam de referenciais dessa abordagem no contexto hospitalar. Entretanto, pelas categorias anteriormente apresentadas, esperamos ter demonstrado que essa abordagem tem muito a contribuir com a produção do cuidado em saúde numa perspectiva psicossocial, integral e coletiva no contexto hospitalar.

Referências

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Referências

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