Yoga
historiografia
e
religiosidade
Yoga
Vedas
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Daoismo Tai-chi Jainismo Chi-kung Tantras Agamas Samhitas Advaita Vedanta Nacionalismo Hindu Neo Vedanta
ayurveda Hatha yoga
moderno
Ocultismo(s)
Yoga(s): fruto de contexto histórico múltiplo e complexo
Movimento hippie, alternativo; “New age” Romantismo Danças indianas Artes marciais indianas Shatktísmo Shivaísmo Vaishnaísmo Budismo Zen Hatha yoga “Nath” Teosofismo (e similares)
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Contexto cultural oriental, múltiplo, interligado, complexo, contraditório
Como pegar num aspecto
cultural presente em variadas,
vastas e complexas tradições…
Nova religião no ocidente contemporâneo: “X Yoga” “XGuru Yoga”
…e criar
uma nova
“cultura”?
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Pode uma história ajudar a criar uma identidade religiosa, e a revelá-la?
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Escola de “Swásthya Yôga”, ou “Método DeRose”
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“A proposta deste livro é […] o resgate da imagem de um Yôga Ancestral que, fora da nossa linhagem, já não se encontra em parte alguma.”
“[…]quase nada há escrito sobre o Yôga Antigo, que é muito mais fascinante. O Yôga Pré-Clássico é uma peça viva de arqueologia cultural, considerada extinta na própria Índia, seu país de origem há mais de 5.000 anos.
O que é raro é mais valioso, mas, independentemente desse valor como raridade, o Yôga Pré-Clássico é extremamente completo e diferente de tudo o que você possa estereotipar com o cliché “Yôga”. Além disso tudo,
ao estudar essa modalidade, temos ainda a satisfação incontida de estar dedicando-nos ao Yôga original, logo, o mais autêntico de todos.
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Mas…
Negação do carácter religioso
Yoga:
filosofia; filosofia de auto-conhecimento; filosofia de vida;
filosofia prática; filosofia naturalista; cultura; espiritualidade;
arte; ciência; terapia; desporto; método; …
… tudo menos: religião!
“Em termos de classificação, Yôga é uma
filosofia. Filosofia de vida. Filosofia prática.”
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Porquê a negação do carácter religioso?
R: Questão de marketing, de posicionamento no mercado das consciências
ocidentais
1- A maioria da população já se diz seguidora de uma religião.
Evita-se o confronto e concorrência directa
2 – Conotação negativa das palavras
- Religião: inquisição; repressão; atraso; passado; fundamentalismo; corrupção;
- Seita: diferente; herege; demoníaco; heresia; perseguição, sectarismo, fanatismo, proselitismo; alienação; manipulação;
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O que caracteriza o ser religioso?
• Religião como modo de vida, como caminho Pensar, agir e sentir
Indícios, cumulativos e interligados, de religiosidade:
• Institucionalização – grupo organizado, com meios e fins
• Locais de culto: escolas onde se pratica, estuda, trabalha e convive
• Regulamentação: institucional; etiqueta; ética, moral, doutrinal, epistemológica, • Guru – inspiração, veneração, devoção, fidelidade, obediência a um líder-guia • Sangha – comunidade religiosa, reforço da identidade grupal
• Hierarquia religiosa, “clero” : instructores, devotos e/ou gestores
• Pensamento mágico- através da prática obtém-se um êxtase místico iluminador • Rituais: a pratica do yoga e o trabalho pelo guru e sua causa
• Existência de uma doutrina “filosófica” estabelecida e de dogmas de fé • Ideal utópico, visionário, uma causa
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Que tipo de história ajuda a conformar a religiosidade?
“A HISTÓRIA É SÓ ESTÓRIA:
NÃO ACREDITE NELA!
Os historiadores sabem-no bem: não é à toa que história e estória
(History & story) têm a mesma origem semântica. Em inglês é
etimologicamente muito significativo que a palavra History seja
composta de his+story (sua estória, sua versão). No fundo, é tudo
mitologia.”
DeRose, Yoga, mitos e verdades, página 313
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Visões diferentes da história:
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História construtivista
,Multidisciplinar, reproblematizante
História essencialista
,Mitológica, romântica e legitimadora
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“QUAL É O YÔGA MAIS AUTÊNTICO
Não há dúvida de que o Yôga mais autêntico é o original.
Todos concordam com essa premissa. O primeiro a surgir
é o mais legítimo. As outras variedades modificaram a
proposta e a estrutura inicial, conseqüentemente,
passaram a oferecer versões menos genuínas.”
DeRose, Origens do yôga antigo, página 46
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“UMA VIAGEM NO TEMPO E NO ESPAÇO O estudo do Yôga e da sua história é cativante por tratar-se de uma aventura no tempo e no espaço. Primeiramente, transportamo-nos ao Oriente, à Índia, região para nós misteriosa, […] Além dessa viagem ao Oriente, precisamos
realizar uma expedição no tempo, recuando mil, dois mil, três, quatro, cinco mil anos! Como seria o povo que viveu naquela época? Quais seriam seus valores e estrutura comportamental ? […]”
15 Eu no aqui e agora: inferno Transcendencia celeste Futuro “interior” Passado pré-histórico
Origem/salvação transcendentes. Heterotópia
Mito do eterno retorno
“algures num passado distante”
“O Yôga Antigo data de 5.000 anos, um período denominado proto-histórico, pois nem mesmo histórico ele chegava a ser, já que não foram encontrados textos escritos que registrassem a história. A questão é que não conseguimos sequer imaginar como era aquela civilização. Uma coisa parece certa: não eram religiosos. “
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Mito do eterno retorno
História: corrompe; deturpa, fragmenta, desune, torna impuro, caótico, infernal
Mito
Rito
O mito refere-se ao que é original, essencial, sagrado, puro, uno.
Um ideal de perfeição, que é, ao mesmo tempo, verdade, paz,
felicidade e liberdade, justiça, ordem, harmonia, salvação… o paraíso!
Rito é o sacrificio, seja isso a prática
técnica do yoga, um acto devocional, uma oferenda (puja); ou algo mais genérico, como o trabalho pela causa, cujo custo de realização, em nome do reviver do ideal de perfeição “original”, sacraliza o adepto
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Pode uma história ajudar a criar uma identidade religiosa, e a revelá-la?
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“[…]a verdadeira proposta do Yôga original é relativamente fácil de se demonstrar pelo estudo da Cronologia Histórica do Yôga.”
A função da história mitológica no contexto religioso:
O mito é cosmogónico, ontológico, escatológico,
“Um belo dia, descortinei uma modalidade que ficara perdida durante séculos, o Yôga Pré-Clássico. […]O resultado foi impactante e pode mudar a História do Yôga.”
DeRose, Origens do yôga antigo, página 30
Origem História Indivíduo
(Re)fazer a história torna-se o próprio fim e coloca o indivíduo como princípio, meio e fim da sua propria saga.
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O mito é o nada que é tudo
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Outras possibilidades de pensar a questão historiográfica do yoga
1- Historicidade construtivista:
as identidades são múltiplas, complexas e reconstroem-se constantemente 2 – Hipótese historiográfica progressista:
o conhecimento do yoga como ferramenta técnico-pratica vai aumentando
3 – O yoga fora do tempo-espaço:
yoga sou eu a responder a “quem sou”, a (re)conhecer-me a mim mesmo, ao “si mesmo”, Purusha/ Atman-Brahman, o real.
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“Aquele que vê vive no seu esplendor”
Yoga-sutra I,3
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro Ouvindo correr o rio e vendo-o.