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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MICROCRÉDITO E A FORMAÇÃO DE NOVOS

EMPREENDEDORES

ROBERTO REIS MAGALHÃES

ORIENTADORA:

Profª. Ms. Ana Cristina Guimarães

RIO DE JANEIRO 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MICROCRÉDITO E A FORMAÇÃO DE NOVOS

EMPREENDEDORES

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Estratégica e Qualidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, em especial, as colegas de classe Denise Schalom Kutwak e Susi Cristina Barbosa Amaral Cabral de Mello; ao colega de trabalho Leandro, que, indiretamente, contribuíram na elaboração desta monografia.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai, minha mãe (in memorian); a esposa Renata que tanto me apoiou e ao nosso filho Lucas, pela alegria que trouxe ao nosso lar.

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RESUMO

Aborda, através de pesquisa bibliográfica, onde foram levantadas as informações relacionadas ao microcrédito, desde o seu começo e todo seu desenvolvimento até a chegada do modelo de crédito acompanhado e usado nos dias atuais. Foi utilizado como exemplo a experiência do Gramenn Bank, a mais existosa no mercado das microfinanças conhecida até hoje.

Aborda as mais variadas formas de conceitos usados para o microcrédito: Como surgiu no Brasil e como vem se desenvolvendo; público alvo, principais características, crédito orientado e o papel do Agente de Crédito; modelos possíveis de organização na economia brasileira e princípios determinantes de uma organização de sucesso; o desinteresse dos bancos tradicionais pelos pequenos, instrumento de desenvolvimento econômico e social e o ano internacional do microcrédito; os desafios atuais, a realidade social e a formação de novos empreendedores.

Esta monografia expõe de modo geral o que é microcrédito, identificando suas fases mais importantes. O foco está voltado para o apoio daqueles pequenos empreendedores que, de certa forma, contribuem para o desenvolvimento em uma determinada região ou comunidade de baixa renda.

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METODOLOGIA

Utilizou-se como estratégia, a pesquisa junto às entidades como sites do SEBRAE; Revista Rumos; Livro Microfinanças; Cartilha do Microcrédito; site Página do Microcrédito; site fórum de microfinanças.

O objetivo está focado na gestão estratégica do aprendizado para empreendedores de micro e pequenas empresas (formais e informais) para obtenção de recursos.

Capacitar futuros empreendedores para obtenção de microcrédito.

A pesquisa delimitou-se acerca da capacitação de

microempreendedores nas classes de baixa renda no Estado do Rio de Janeiro.

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LISTA DE SIGLAS

1) BC: Banco Central

2) BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento;

3) BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social; 4) CEAPE: Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos Ana Terra; 5) CMN: Conselho Monetário Nacional;

6) FAT: Fundo de Amparo ao Trabalhador; 7) IAF: Inter-American Foundation;

8) ONGS: Organizações não-governamentais; 9) ONU: Organização das Nações Unidas;

10) OSCIPS: Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; 11) PDI: Programa de Desenvolvimento Institucional;

12) PNMO: Programa Nacional de Microcrédito Orientado; 13) SCM: Sociedades de Crédito ao Microempreendedor; 14) SCMS: Sociedades de Crédito ao Microempreendedor; 15) SEANES: Secretaria Nacional de Economia Solidária.

16) SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; 17) UNICEF: Fundo das Nações Unidas para Infância;

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...09

CAPÍTULO I - O Microcrédito...11

1.1 - Conceito...11

1.2 - Breve histórico ...12

1.3 - Como surgiu no Brasil ...14

CAPÍTULO II - O Mercado do Microcrédito...17

2.1 - Objetivo principal... ....17

2.2 - Público Alvo... ....17

2.3 - Principais características...,...19

2.4.- A importância do crédito orientado e o papel do Agente de Crédito...21

CAPÍTULO III – O Microcrédito e a economia brasileira...23

3.1 - Modelos possíveis de organização de microcrédito na economia brasileira...23

3.2 - Princípios que determinam o sucesso de uma organização de microcrédito...24

CAPÍTULO IV – O futuro do Microcrédito...28

4.1 - Por que os bancos não se interessam pelos pequenos....28

4.2 - O microcrédito como instrumento de desenvolvimento econômico e social...31

4.3 - 2005 – O Ano Internacional do Microcrédito...32

CAPÍTULO V – O Microcrédito e os desafios atuais...35

5.1 - A realidade social...35

5.2 - A formação de novos empreendedores...36

CONCLUSÃO...37

REFERÊNCIAS...38

ÍNDICE...40

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INTRODUÇÃO

Tendo em vista a expansão do Terceiro Setor, que está entre os setores público e privado, que provém de um movimento que visa lutar por causas sociais.

O Microcrédito vem tomando um espaço cada vez mais importante.

O grande número de desempregados no país propiciou a criação de microempreendimentos, pertencentes à economia formal e informal, visando gerar ocupação e renda. Hoje, os pequenos e microempreendimentos obtêm uma grande fatia do mercado. Podemos tomá-lo como pilar para transformação social, uma vez que através do acesso ao crédito, é possível diminuir gradativamente o número de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza.

Aos poucos, muitos destes microempreendedores foram tendo a necessidade de obter crédito para modernizar, expandir; comprar novos equipamentos, mercadorias ou capital de giro.

O apoio financeiro, neste caso, advinha de parentes, amigos ou até mesmo de agiotas. Estes oferecem crédito sem garantias, porém a juros exorbitantes. O mercado financeiro tradicional não atende a esse público, ou pelos menos a sua grande maioria, pois os trâmites são muitos burocráticos.

Esta pesquisa foi desenvolvida em 5 (cinco) capítulos, sendo:

Capítulo I – O Microcrédito: Trata-se de um capítulo introdutório, no qual consta a definição de Microcrédito e a metodologia utilizada para a sua concessão. Além disto, descreve um breve histórico do microcrédito no mundo, e seu surgimento no Brasil.

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Capítulo II – O Mercado do Microcrédito: Destaca o objetivo principal, o público-alvo, suas principais características e a importância do crédito orientado assistido pelo Agente de Crédito.

Capítulo III – O Microcrédito e a economia brasileira: Aborda os possíveis modelos de organização de microcrédito na economia brasileira, a legislação pertinente e os fatores determinantes de sucesso.

Capítulo IV – O Futuro do Microcrédito: Comenta sobre o total desinteresse dos bancos pelos pequenos empreendedores, o microcrédito como instrumento de desenvolvimento econômico e social. Falamos também sobre o ano internacional do microcrédito.

Capítulo V – O Microcrédito e os desafios atuais: Discorre sobre os desafios atuais do microcrédito e a capacitação de futuros empreendedores.

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CAPÍTULO I – O Microcrédito

1.1. Conceito

A palavra crédito, originária do verbo latim "credere" (crer, acreditar, confiar), tem, em sentido amplo, o significado de confiança, boa reputação. Na linguagem bancária, significa empréstimo, soma posta à disposição de alguém, sob certas condições, que, posteriormente, será restituída ao dono.

Já o prefixo grego "micro" significa pequeno e, conjugado à palavra crédito, nos remete à idéia de "crédito de pequena monta".

O Microcrédito possui características muito peculiares, com relação ao público apto a figurar como tomador do crédito - a população de baixa renda -, a sistemática de concessão e restituição do valor tomado por empréstimo, além da própria finalidade do sistema.

De uma forma geral, pode-se definir Microcrédito como sendo uma alternativa de crédito direcionada aos empreendedores dos setores formal e informal, que não têm acesso ao sistema de crédito bancário tradicional, e que desejam montar, ampliar ou melhorar seu negócio. Em outras palavras, é uma modalidade de financiamento que busca permitir o acesso dos pequenos empreendedores ao crédito.

Este sistema se utiliza de metodologia própria voltada ao perfil e as necessidades dos empreendedores, estimulando as atividades produtivas e as relações sociais das populações mais carentes, gerando, assim, ocupação, emprego e renda.

O Microcrédito, ou seja, um crédito de pequeno valor, pode ser concedido por ONGs – Organizações não-governamentais, sem fins lucrativos -, por OSCIPs – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que também são sociedades civis sem fins lucrativos – e por SCMs – Sociedades

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de Crédito ao Microempreendedor, que são entidades privadas, com finalidade de lucro.

É importante ressaltar, desde já, que a palavra Microcrédito não significa "doação", "filantropia" ou "transferência de renda". Ao contrário, o conceito opõe-se à idéia de assistencialismo ou tratamento paternalista, na medida em que pressupõe uma relação de confiança entre o tomador e a organização financeira, seja ela privada, pública ou da sociedade civil.

1.2. Breve histórico

A primeira manifestação de microcrédito da qual se tem notícia ocorreu no sul da Alemanha em 1846. Denominada Associação do Pão, ela foi criada pelo pastor Raiffeinsen. A região passou por um rigoroso inverno que levou os fazendeiros locais a contraírem dívidas e ficarem na dependência de agiotas. O pastor cedeu-lhes farinha de trigo para que, com a fabricação e comercialização do pão, pudessem obter capital de giro. Com o passar do tempo, a associação cresceu e transformou-se numa cooperativa de crédito para a população pobre.

Em 1900, um jornalista da Assembléia Legislativa de Quebec criou as Caisses Populaires que, com a ajuda de 12 amigos, reuniu o montante inicial de 26 dólares canadenses para emprestar aos mais pobres. Atualmente, estão associados às Caisses Populaires cinco milhões de pessoas, em 1.329 agências.

Nos Estados Unidos, em 1953, Walter Krump, presidente de uma metalúrgica de Chicago, criou os "fundos de ajuda" nos departamentos das fábricas, onde cada operário participante depositava mensalmente U$ 1,00 destinado a atender aos associados necessitados. Posteriormente, os fundos de ajuda foram consolidados e transformados no que foi denominado Liga de Crédito. Após esta iniciativa, outras se sucederam, existindo atualmente, a Federação das Ligas de Crédito, operadas nacionalmente e em outros países.

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Provavelmente, entre 1846 e 1976, muitas outras manifestações pontuais e isoladas devem ter ocorrido ao redor do planeta com características de microcrédito, porém o grande marco que desenvolveu, difundiu e serviu de modelo para popularizar o microcrédito foi a experiência iniciada em 1976 em Bangladesh, pelo Professor Muhamad Yunus.

Observando que os pequenos empreendedores das aldeias próximas à universidade onde lecionava eram reféns dos agiotas, pagando juros extorsivos e, mesmo assim, pagando corretamente, o professor Yunus começou a emprestar a essas pessoas pequenas quantias com recursos pessoais, a juros mais baixos, e sem exigência de garantias. Suas clientes iniciais eram mulheres pobres que usavam o empréstimo para melhorar seu desempenho no trabalho e se comprometiam a devolver o dinheiro, retribuindo a confiança nelas depositada.

Com o passar do tempo, obteve ajuda de bancos e instituições privadas, criando, em 1978, o Grameen Bank e o modelo atual de microcrédito, que atualmente pode ser definido como sistema de crédito diretamente relacionado ao combate à pobreza, através do financiamento aos micro-produtores, via grupos solidários, que prestam garantia mútua dispensando a garantia tradicional dos bancos.

O Grameen Bank foi criado para atender os deserdados da sociedade, os mesmos que, a primeira vista, não oferecem nenhuma garantia de recuperação dos empréstimos e, por isso, são rejeitados pelas instituições financeiras tradicionais.

Yunus (2003) diz que, no entanto, ficou comprovado que o microcrédito pode constituir-se numa estratégia eficaz para combater a pobreza, sem grande risco para o agende financiador e com grandes benefícios para os pobres.

Na concepção do Professor Muhamad Yunus, a pobreza seria criada como resultado da rejeição. Segundo ele, ela não estaria dentro do ser humano, na medida em que as pessoas não nascem com ela. A pobreza é

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uma coisa que se constrói com o tempo, por idéias, por conceitos, que passam para as pessoas. Por esta razão, o foco do combate à pobreza deveria ser melhorar o que cada pessoa já tem dentro de si.

Posteriormente, o Grameen Bank ampliou suas linhas de crédito e de serviços financeiros, o que acabou gerando uma verdadeira revolução do microcrédito no mundo. Hoje, existem programas nele espelhados em sessenta países, inclusive alguns considerados ricos, como o Canadá, França e Estados Unidos.

1.3. Como surgiu no Brasil

Assim como em diversos países em todo o mundo, o modelo de microcrédito utilizado no Brasil se baseia na experiência do Grameen Bank.

Esse tipo de microfinança ganhou força no Brasil a partir dos anos 80, mas, nos últimos anos, tem tido dificuldade para se desenvolver. Estimativas realizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, sobre o potencial mercado brasileiro de microcrédito, revelam a existência de 9,5 milhões de pequenos empreendedores e cerca de 13 milhões de pessoas que não possuem acesso ao crédito junto ao sistema financeiro tradicional.

O Microcrédito no Brasil é considerado como nascente, tendo em vista o reduzido número de instituições. Contudo o Microcrédito já tem a sua história.

A primeira experiência em microcrédito no Brasil data de 1973. Foi desenvolvida pela União Nordestina de Assistência e Pequenas Organizações, conhecida como Programa Uno. A UNO desapareceu em 1991 por não ter incorporado conceitos e práticas que permitissem sua autosustentabilidade.

A primeira organização formal em Microcrédito é datada de 1987, com o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos Ana Terra (CEAPE/RS), na cidade de Porto Alegre – Rio Grande do Sul. O Centro Ana Terra, fundado na

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forma de organização não governamental, contou com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Inter-American Foundation (IAF) que aportaram recursos para os financiamentos.

Nos anos 90, uma rede do CEAPE foi implantada em doze estados brasileiros.

Em 1989, O Banco da Mulher (Seção – Bahia), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do BID iniciou as suas atividades de microcrédito. Atualmente, o Banco da Mulher, além da Bahia, está representado nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No ano de 1995, a Prefeitura de Porto Alegre (RS), em parceria com entidades da sociedade civil, promoveu a criação da Instituição Comunitária de Crédito – PORTOSOL. Além da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, instituições nacionais e internacionais aportaram recursos financeiros, a exemplo do SEBRAE no Rio Grande do Sul, BNDES, Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) e Inter-American Foundation (IAF).

O VivaCred, localizado na favela da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro, teve sua criação em 1996, por iniciativa do Movimento Viva Rio. Atualmente possui quatro agências localizadas nas favelas da Rocinha, Maré, Rio das Pedras e na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em 1998, o Banco do Nordeste criou o Programa CrediAmigo para o financiamento diferenciado aos pequenos empreendimentos. Atualmente o CrediAmigo é o maior programa de Microcrédito do país, tendo realizado mais de 2,0 milhões de operações com financiamentos no valor de R$ 108 milhões e 167,4 mil clientes ativos (dados de março/2005).

No âmbito dos governos estaduais e municipais várias experiências também estão sendo implementadas, tanto por instituições de fomento (apoio às organizações independentes que operam Microcrédito) como por

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instituições governamentais que financiam diretamente o pequeno empreendimento, ambas com o propósito de gerar oportunidades de emprego e renda.

Face à importância do microcrédito como estratégia de desenvolvimento econômico e social, várias instituições brasileiras iniciaram apoio institucional e financeiro às instituições de Microcrédito. Em 1996 o BNDES criou o Programa de Crédito Produtivo Popular com o intuito de fortalecer a rede de instituições de microcrédito com financiamentos a longos prazos. Também passou a trabalhar para o fortalecimento institucional das instituições apoiadas e, para tanto, criou o Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI).

O Conselho da Comunidade Solidária também buscou desempenhar papel determinante no processo de desenvolvimento do Microcrédito no Brasil. O Conselho promoveu debates sobre o assunto resultando em importantes medidas, onde se destaca a edição da Lei nº 10.194/01 que autoriza a criação de Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – SCM. Tal matéria, que visa atrair maior participação do capital privado no setor, está regulamentada por norma do Conselho Monetário Nacional, através de Resolução do Banco Central do Brasil.

Outras medidas importantes foram a edição da Lei nº 9.790/99, que inclui as instituições não governamentais especializadas em microcrédito como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, e a edição da Medida Provisória nº 2.172-32, que isenta tais organizações da Lei da Usura, permitindo a prática de juros com taxas de acordo com as suas necessidades e condições de mercado.

O SEBRAE, com o Programa de Apoio ao Segmento de Microcrédito, lançado em outubro de 2001, passou a promover o desenvolvimento do Microcrédito no Brasil apoiando novas iniciativas e organizações já existentes.

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CAPÍTULO II – O Mercado do Microcrédito

2.1. Objetivo principal do Microcrédito

O Microcrédito é uma das iniciativas mais importantes de combate à pobreza, na medida em que é uma eficiente ferramenta para a inclusão social das populações empreendedoras mais carentes.

A dificuldade de acesso ao crédito é uma das principais restrições ao desenvolvimento dos pequenos empreendimentos, visto que 95% deles não têm acesso ao sistema oficial de crédito. Os principais entraves ao acesso geralmente são as garantias exigidas pelos bancos. As reciprocidades (saldo médio, compra de outros serviços, etc.), prazos, condições de financiamentos e a demora para liberar os recursos também dificultam o acesso. As instituições de microcrédito, levando em conta a realidade dos pequenos negócios, operam de forma mais simplificada, apostando na potencialidade econômica do empreendimento e nas relações de confiança entre o empreendedor e a instituição financiadora.

2.2. O público-alvo

Uma característica comum ao público do microcrédito é a exclusão social. Conceito difícil de definir, pois está atrelado ao modo de vida das sociedades de consumo ocidentais. Wolfe (DUPAS, 2000) conta uma anedota ilustrativa a esse respeito. Diz ele que a sociedade se divide em três segmentos: o grupo dos que têm cartão de crédito; o dos que não têm, mas gostariam de ter; e o dos que nunca ouviram falar em cartão de crédito. O segundo grupo, apesar de partilhar os padrões de consumo modernos, não conseguiu o visto de entrada para o paraíso do consumo. Isso o torna mais frustrado e relativamente mais excluído do que o terceiro, cujos membros nem sequer assimilaram os valores consumistas modernos. Por isso, apesar de importante, a característica de exclusão social pouco nos ajuda a compreender o público-alvo do microcrédito em termos práticos.

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A pobreza é outra condição típica que essa clientela tem em comum, mas também aqui se encontra um teor de relatividade e variabilidade, dependendo dos países e dos critérios adotados para defini-la. É que a maioria dos estudos sobre pobreza toma por base o conceito de "linha de pobreza", ou seja, o nível de renda a partir do qual uma pessoa é considerada pobre e passa a ser contada nas estatísticas populacionais na rubrica de "pobres". Por isso mesmo, assim como a exclusão social, a definição de pobreza mais se confunde do que colabora para esclarecer nossa questão. Até porque as diferentes causas da pobreza formam um círculo vicioso para o qual concorrem múltiplas dimensões e que nem sempre pode ser rompido apenas com políticas de microcrédito, requerendo intervenções multidisciplinares.

Os indicadores de baixa renda constituem um terceiro recurso utilizado para caracterizar o público-alvo do microcrédito. A condição de baixa renda nos permite uma aproximação aos conceitos de pobreza e exclusão social, mas embute uma importante conotação: a de incapacidade, por falta de meios, de obter renda minimamente aceitável para atingir bem-estar.

Dupas (2000), utiliza como enfoque de pobreza a dificuldade de acesso aos bens e serviços mínimos adequados a uma sobrevivência digna – acesso que, esclarece, pode ser facilitado pela renda do trabalho ou complementado por programas públicos de bem-estar social. Quanto à renda do trabalho, deve-se analisar não apenas o nível de renda, mas também a estabilidade no tempo tanto da renda quanto da atividade que permite auferi-la. Ou seja, diante disso, pode-se incorporar mais uma característica do público-alvo do microcrédito: a instabilidade da atividade econômica e da renda que ela gera.

A despeito de características tão desfavoráveis quanto as que acabamos de examinar, os microempreendedores têm mostrado uma faceta de intenso dinamismo, que os situa como clientela interessante para as atividades de microcrédito: mesmo sem o amparo de políticas governamentais, eles conseguem se reproduzir e gerar trabalho e renda para suas famílias competindo com certos nichos de mercado e funcionando como colchão amortecedor de crise e flutuações econômicas, políticas e sociais.

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A maioria dessas microempresas é criada com economias próprias – ou com a ajuda de parentes e amigos – como alternativa de ocupação e geração de renda e até como estratégia de sobrevivência. Após uma etapa inicial em que se registra grande mortalidade empresarial, os negócios que conseguem conquistar alguma estabilidade começam também a demandar crédito e, nesse momento, torna-se claro que o sistema financeiro convencional não lhes dará acesso aos serviços financeiros de que necessitam.

2.3 Principais características

Os financiamentos concedidos pelas instituições de microcrédito geralmente observam as seguintes características:

a) O microcrédito é um crédito especializado para determinado segmento da economia: o pequeno empreendimento informal e a microempresa. Portanto, está voltado para apoiar negócios de pequeno porte, gerenciados por pessoas de baixa renda, e não se destina a financiar o consumo.

b) O montante do financiamento é compatível com as necessidades do negócio e a sua capacidade de pagamento. Nas renovações de crédito os valores poderão ser crescentes.

c) As taxas de juros geralmente são as praticadas no mercado.

d) As garantias exigidas pelas instituições de microcrédito são as mais simples e de acordo com as condições dos pequenos empreendimentos. A concessão de crédito a empreendedores de baixa renda, que não têm garantias reais para respaldá-lo, tem sido atendida pelo microcrédito de duas maneiras: A primeira é o aval solidário (ou fiança solidária), que consiste na reunião, em geral, de três a cinco pessoas com pequenos negócios e necessidades de crédito, que confiam umas nas outras para formar um Grupo Solidário, com o objetivo de assumir as responsabilidades pelos créditos de todo o grupo.

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O processo de formação de Grupos Solidários é auto-seletivo, pois as pessoas buscam o "bom pagador" sabendo que o não pagamento de um faz com que todos respondam, pagando, pelo crédito concedido. Assim, estabelece-se uma rede de apoio e vigilância que tem como resultado a baixa inadimplência.

Outra opção para aqueles que não querem participar do aval solidário é a apresentação de um avalista/fiador que preencha as condições estabelecidas pela instituição de microcrédito

O fato de os tomadores de microcrédito serem pessoas empreendedoras, que têm uma atividade econômica de menor escala, porém viável economicamente, e o reconhecimento por parte dos tomadores do inestimável valor que o acesso a uma linha de crédito permanente representa para suas atividades econômicas, conformam as principais garantias das instituições de microcrédito. Agrega-se a esses fatores o acompanhamento realizado pelo Agente de Crédito junto a cada cliente, indispensável para a verificação da necessidade do crédito e para o sucesso da operação financeira.

e) Os prazos de pagamento geralmente são curtos e sempre ligados à finalidade do financiamento e ao fluxo de caixa da atividade empresarial. Exemplos: Financiamento de Capital de Giro, de acordo com o giro das mercadorias ou da produção e comercialização. Nos casos de investimentos em máquinas, os prazos poderão ser mais longos na medida da capacidade de retorno financeiro do investimento.

f) Os prazos para liberação dos recursos, variam de instituição para instituição. No entanto, o crédito é muito rápido, pois se busca permitir que o cliente aproveite a oportunidade do negócio.

g) Exigências de documentos e de outras burocracias dependem de normas de cada instituição. Porém, o microcrédito é caracterizado pela simplicidade e agilidade na análise, aprovação e liberação dos recursos.

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h) O microcrédito adota uma metodologia específica, que consiste, primeiramente, na concessão assistida do crédito. Ao contrário do que acontece no sistema financeiro tradicional, onde existe uma postura reativa (o cliente é que vai até o banco), nas instituições de microcrédito os Agentes de Crédito vão até o local onde o candidato ao crédito exerce sua atividade produtiva, para avaliar as necessidades e as condições de seu empreendimento, bem como as possibilidades de pagamento. Após a liberação do crédito, esse profissional passa a acompanhar a evolução do negócio.

2.4. A importância do crédito orientado e o papel do Agente de Crédito

O caráter informal de grande parte dos pequenos negócios, o valor reduzido das operações de microcrédito, a ausência de garantias reais nas operações e a formação sócio-cultural dos pequenos empreendedores requerem procedimentos específicos no processo de concessão de microcrédito.

O tomador de microcrédito nem sempre vislumbra o crédito como investimento no seu ramo de negócio e, em alguns casos, tem receio de se endividar. Assim, torna-se fundamental que o microcrédito seja concedido de forma assistida, o que é feito pelo Agente de Crédito. A postura do Agente de Crédito, suas atitudes, linguagem e abordagem devem levar aos pequenos empreendedores as informações e orientações essenciais para o êxito do negócio.

Ele é o elo entre a instituição de microcrédito e o tomador do empréstimo, sendo o responsável pelo estabelecimento de uma relação profissional e de confiança. Afinal, concedentes e tomadores precisam que os empréstimos sejam pagos e retornem à instituição de microcrédito, assegurando sua continuidade em bases sustentáveis.

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O Agente de Crédito é a pessoa responsável por fazer uma análise sócio-econômica do empreendedor e avaliar a intenção e a potencialidade do cliente. É com base nas informações por ele fornecidas que é feita a liberação do crédito pleiteado.

Sistematicamente o Agente de Crédito começa uma entrevista com o pretendente ao microcrédito, no local do empreendimento, muitas vezes sua própria moradia. No diálogo com o cliente, o Agente de Crédito faz o diagnóstico da situação financeira e dos aspectos gerenciais do negócio, dimensionando a viabilidade do crédito a ser concedido. A utilização de índices financeiros, planos de investimentos, fluxos de caixa e outros instrumentos, fazendo parte do processo de avaliação. De um modo geral, para empréstimos de valores muito baixos, essa análise quantitativa é simplificada, com destaque para a confiabilidade do empreendedor, o plano de investimento e o fluxo de caixa.

O Agente de Crédito está envolvido em todo o processo, desde a liberação até o recebimento do crédito. Diferentemente das práticas bancárias tradicionais, o Agente de Crédito vai até o cliente e não ao contrário. Assim, estabelece-se uma relação que deve pautar-se em uma série de contatos pessoais e na aplicação de vários instrumentos de conhecimento e análise da atividade econômica que está sendo fomentada.

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CAPÍTULO III – O Microcrédito e a economia brasileira

3.1 Modelos possíveis de organização de microcrédito na economia brasileira

O microcrédito é concedido no Brasil de várias formas, por meio de ações do Poder Público, da sociedade civil e da iniciativa privada, apresentando diferentes desenhos institucionais.

O Poder Público vem atuando com programas voltados diretamente para o tomador de microcrédito, por meio de bancos oficiais com carteiras especializadas, a exemplo do programa CrediAmigo do Banco do Nordeste. Há ainda os programas públicos de fomento a instituições de microcrédito da sociedade civil e da iniciativa privada. São as chamadas "instituições de segunda linha", a exemplo do Programa de Crédito Produtivo Popular do BNDES e do Programa SEBRAE de Apoio ao Segmento de Microcrédito.

No âmbito da sociedade, as disposições de Lei 9.790, de 23 de março de 1999, da Lei 10.194, de 14 de fevereiro de 2001, da Medida Provisória 2.172-32, de 23 de agosto de 2001, da Resolução CMN 2874, de 26 de julho de 2001, e de outros normativos específicos convergem para as seguintes possibilidades de organização:

A) Sem fins lucrativos:

A.1. OSCIP – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – São organizações não governamentais, de direito privado, reconhecidas pelo Ministério da Justiça como organizações de interesse público. Para tanto, as organizações precisam ser constituídas na forma da Lei nº 9.790/99. As OSCIPs não estão sujeitas à Lei da Usura, conforme determina a MP nº 2.172-32, podendo, desta forma, praticar taxas de juros de mercado.

A.2. ONG – Organizações Não Governamentais – São pessoas jurídicas de direito privado, que geralmente se formam como Associações. As ONGs

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estão sujeitas à Lei da Usura, devendo praticar juros não superiores a 12% ao ano.

B) Com objetivo de lucro:

B.1. SCM – Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – Uma SCM deve ser constituída como pessoa jurídica de direito privado, com fins lucrativos. Portanto, poderá ser uma sociedade de responsabilidade limitada (Ltda.) ou companhia fechada (S.A.). As SCM são regulamentadas pela Lei nº 10.194/01 e pelo Conselho Monetário, através da Resolução BC nº 2874/01, sujeitas à supervisão do Banco Central. Podem praticar taxas de juros de mercado, uma vez que não estão sujeitas a restrições quanto a estipulações usurárias.

B.2. Instituições pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional, que trabalham com oferta de crédito de pequeno valor junto ao público de baixa renda, embora nem sempre tais operações se caracterizem como microcrédito, visto que em várias situações são realizadas com base em procedimentos tradicionais de concessão do crédito.

Com a edição da Lei nº 10.110, de 25/04/2005, o Governo Federal criou o PNMPO – Programa Nacional de Microcrédito Orientado visando ampliar a oferta de recursos ao micro e pequenos empreendimentos. Pelo Programa, ampliam-se as oportunidades de integração das organizações de microcrédito ao sistema financeiro, podendo acessar recursos oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT e das exigibilidades de direcionamento de depósitos à vista junto às instituições bancárias, conforme previsto pela Lei nº 10.735, de 11 de setembro de 2003.

3.2. Princípios que determinam o sucesso de uma organização de microcrédito

Embora o microcrédito seja muito recente no Brasil, experiências muito representativas no mundo puderam ser observadas, a exemplo do mercado asiático (Bangladesh e Indonésia) e o sul-americano (Bolívia, Peru e Equador).

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Em todos os casos observa-se a prática de princípios e metodologias que determinaram o sucesso ou não das suas organizações. As experiências exitosas, no Brasil e no exterior, jamais prescindiram dos cuidados em manter as organizações independentes, profissionalizadas e auto-sustentáveis.

No Brasil, a aceitação destes princípios é unânime entre as instituições que vêem o microcrédito como uma ferramenta de promoção do desenvolvimento econômico e social com responsabilidade e sustentabilidade.

O uso do microcrédito de forma indevida, sobretudo como instrumento de assistencialismo (incluindo os subsídios), tem sido considerado por muitos como lição aprendida na medida em que essa prática estabelece vícios, tais como o clientelismo e a dependência (ao invés da liberdade), os quais não se coadunam como empreendedorismo e com propósito de se promover a responsabilidade e sustentabilidade econômica das populações mais pobres.

Assim, são preceitos básicos:

a) A Auto-sustentabilidade econômica – Deve-se buscar sempre a sustentabilidade econômica da organização de microcrédito e de seus clientes, mediante a adoção de uma escala adequada de operações, profissionalismo, produtividade e a prática de taxas de juros adequadas à necessidade da organização e às condições de mercado.

b) A independência – A dependência da organização de microcrédito a determinados grupos ou ao poder público restringe sua liberdade de atuação no mercado dentro de parâmetros profissionais. Isso, além de criar vícios do clientelismo, põe sua missão e seus recursos em risco, dificulta o seu desenvolvimento e afasta possíveis parceiros e doadores de recursos. O controle pela sociedade civil organizada e uma boa governança representam um bom caminho.

c) Governabilidade corporativa – Toda organização tem que ter instrumentos adequados para o cumprimento da sua missão, dos seus propósitos de atender bem a seus clientes, promover profissionalismo e

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eficiência, além de assegurar a independência e a sua sustentabilidade. Portanto, o controle por parte de um Conselho equilibrado (com representação das diversas forças da sociedade civil organizada), com forte senso de propriedade e responsabilidade social, tem se demonstrado como a alternativa de maior resultado.

d) O Profissionalismo – Crédito é uma atividade de risco que deve ser exercida com profissionalismo e dentro de metodologias testadas. Portanto, toda organização de microcrédito deve manter um programa permanente de capacitação de seu corpo diretivo, gerencial e operacional, em particular, os seus Agentes de Crédito e gestores de carteira de crédito.

e) A Transparência – A transparência de uma organização é resultado de sua responsabilidade com o seu público (interno e externo) e compromisso com a sua independência. Informações concisas e representativas ajudam significativamente na formação de novos parceiros e de doadores.

f) A Parceria – Parcerias ampliam as possibilidades de desenvolvimento da organização de microcrédito e da comunidade que atua. Todos ganham. Parcerias bem construídas não estabelecem dependência.

g) A Tecnologia – o uso de tecnologia microfinanceira adequada é imprescindível às instituições de microcrédito. Essa tecnologia consiste na utilização de ferramentas gerenciais e organizacionais atualizadas, com sistemas integrados de informações financeiras e contábeis, que elevam a sua eficiência e produtividade e reduzem seus custos administrativos e operacionais. O BNDES vem incentivando essa modernização, através do Programa de Desenvolvimento Institucional/PDI, e vem criando novos instrumentos para o setor, a exemplo de sistemas alternativos de pontuação de crédito e classificação institucional. O SEBRAE também atua nesse sentido, ofertando serviços destinados à reestruturação e expansão das

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instituições de microcrédito, capacitação profissional e sistema informatizado de gestão, que deverão resultar em crescimento e modernização das organizações. Espera-se com o ganho de escala e eficiência das instituições a consolidação de uma indústria microfinanceira no país.

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CAPÍTULO IV – O futuro do Microcrédito

4.1. Por que os bancos não se interessam pelos pequenos

Como visto anteriormente, existe uma grande quantidade de microempresários que não têm acesso a crédito. Foi dito também que muitos deles se financiam com membros da família, fornecedores e agiotas – estes últimos cobrando taxas de juros sobrelevadas. Apesar de as empresas apresentarem renda baixa individualmente, o segmento movimenta parcela significativa de renda como um todo. Além do mais, trata-se de um setor dinâmico. Por que, então, o sistema financeiro convencional não se interessa por atuar nesse segmento?

A primeira das razões para isso é a percepção de risco das instituições tradicionais em relação à microempresa. Vendo os pequenos negócios como empreendimentos aparentemente instáveis, afetados em seus resultados pela sazonalidade, caracterizados por transações informais e desprovidos de escrita que constituam base de informação confiável sobre a real situação das empresas e suas perspectivas de sucesso, elas não se sentem seguras para emprestar. O panorama é reforçado pela impressão generalizada de que os pequenos empreendedores não são bons administradores – adotam práticas de gestão que não se coadunam com as orientações dos manuais utilizados por médias e grandes empresas, tem baixo nível educacional e nada entendem de contabilidade. Não bastasse isso, a associação da falta de bens para garantir o empréstimo e o alto custo das transações de pequeno valor dá o golpe de misericórdia em qualquer intenção que os bancos tivessem de agir no segmento.

O conjunto desses fatores, que inviabiliza a concessão de empréstimos pelas instituições tradicionais do sistema, pode ser resumido em um só ponto: falta de informações confiáveis para fundamentar a tomada de decisões. Por

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que, então, as entidades de microcrédito se interessariam pelas microempresas?

Elimina-se, de pronto, a idéia de que elas emprestariam a esse público-alvo por não terem fim lucrativo. Primeiro, porque algumas das instituições da área são empresas privadas com fins lucrativos. Depois, porque, mesmo as de interesse público estão atreladas à sustentabilidade, que, se não é o mesmo que lucro, supõe retorno nas operações como condição de continuidade e crescimento da atividade. Portanto, não é para fazer caridade.

A resposta, neste caso, é dada pela adoção de novas tecnologias creditícias, que permitem às instituições microfinanceiras a partir de uma percepção de risco bem diferente da que paralisa os bancos convencionais ante a demanda do segmento microempresarial.

A falta de garantias e a falta de registros contábeis são substituídas por relações de confiança e solidariedade entre os clientes (grupos solidários, por exemplo) e entre estes e a organização. As informações são coletadas de maneira informal e no local de operação do microempresário por agentes de crédito que constituem uma das peças-chave dessa nova tecnologia financeira. Assim, ao contrário dos bancos convencionais, cuja política de crédito se baseia em registros contábeis, projetos formais e ativos reais como garantia dos empréstimos, as microfinanceiras ressuscitam o sentido original da palavra crédito e usam o capital social, aqui representado pelas relações de confiança mútua e solidariedade, como ativo valioso, capaz de substituir ativos patrimoniais (inexistentes na comunidade) e dar viabilidade às transações com seu público-alvo.

Por isso, quanto maior o nível de capital social e o controle social da organização microfinanceira, maior será a probabilidade de adequação dos produtos financeiros à realidade local.

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Como citado anteriormente, que custos elevados em operações de pequena monta são razão importante para explicar a afastamento dos bancos da modalidade do microcrédito. Convém esclarecer a lógica que subjaz a essa atitude, que pode ser resumida no seguinte raciocínio: operar com microcrédito dá muito trabalho, é muito arriscado e não compensa. De fato, tendo desenvolvido plataforma tecnológica moderna e dinâmica, os bancos convencionais preparam-se para uma base de clientes com bom nível educacional e para reduzir o uso de mão-de-obra direta, o que é incompatível com a metodologia necessária para atuar com sucesso em microcrédito. Dessa forma, preferem manejar grandes quantidades de recursos em um menor número de operações, auferindo maior receita.

Em suma, o sistema financeiro convencional não percebe o segmento microempresarial como capaz de gerar receitas suficientes para honrar empréstimos – e, portanto, além de não o considerar viável, não consegue enxergá-lo como um mercado potencialmente rentável. Mesmo que pudesse vislumbrar essa possibilidade, teria de transformar completamente suas estruturas organizacionais e de gestão para operar com microcrédito. Isso ocorre também com a maioria dos bancos públicos que, por maior que seja o comprometimento social de seus dirigentes e gestores, terminam seguindo o modelo da banca convencional em suas operações, mantendo pesadas estruturas de custos, processos operacionais burocratizados e estruturas organizacionais e de recursos humanos incompatíveis com as requeridas pelas tecnologias de microcrédito.

À medida que as tecnologias de microcrédito começam a demonstrar bons resultados, porém, parece pouco provável que a atual inércia das instituições financeiras tradicionais permaneça imutável por muito mais tempo. Por um lado, torna-se claro que não é impossível tentar o acoplamento entre as metodologias intensivas em capital humano e capital social do microcrédito com as infra-estruturas já instaladas de penetração no mercado e as tecnologias de informação dos grandes bancos. Por outro, dada a necessidade

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de ampliar sua base de negócios, alguns bancos e financeiras começam a se movimentar em direção a clientes de mais baixa renda, mesmo que por interesses distintos daqueles perseguidos pelas organizações de microcrédito (VALENZUELA, 1997).

É com esse pano de fundo que está ganhando forma a chamada “comercialização das microfinanças”, que se encaminha por dois processos distintos, ainda não suficientemente estudados na literatura. Em uma das vias, bancos convencionais, tanto públicos quanto privados, assim como novos atores da iniciativa privada, passam a olhar com interesse para o segmento, descobrindo nele um mercado promissor para negócios; na outra, organizações não-governamentais se especializam e ampliam suas operações, requerendo estruturas financeiras bancárias para viabilizar sua expansão (CHRISTEN, 2000).

4.2. O Microcrédito como instrumento de desenvolvimento econômico e social

O desafio mais premente do poder público e da sociedade brasileira é estabelecer políticas e meios que promovam o desenvolvimento econômico e social e que de fato propiciem a geração de emprego e renda para as populações mais pobres, preferencialmente baseados no fortalecimento dos pequenos empreendimentos, particularmente através do crédito produtivo.

Segundo dados apresentados pelo SEBRAE, no mercado brasileiro, cerca de 13 milhões de pequenos empreendimentos, representando 98,5% das empresas, são responsáveis por mais de 60% dos empregos e ocupações gerados e 8% do PIB.

Parte significativa desses empreendimentos (cerca de 2/3) é constituída de micro e pequenos negócios informais, produto da capacidade empreendedora brasileira e da busca da sustentabilidade econômica das pessoas e das comunidades.

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Por outro lado, 95% desse contingente de empreendimentos não têm acesso ao sistema oficial de crédito, sobretudo financiamento à produção. Tal exclusão é basicamente atribuída às dificuldades dos pequenos negócios em atender as exigências de garantia dos financiamentos e também pelas condições privilegiadas das instituições financeiras frente ao mercado de financiamento e de investimentos, sobretudo em papéis da dívida do setor público. Os bancos comerciais, por exemplo, na condição de agentes financeiros (regulados e fiscalizados pelo Banco Central), relutam em praticar políticas de crédito aos pequenos empreendimentos com critérios que estejam fora dos parâmetros do sistema financeiro tradicional, em particular os por eles definidos como de segurança e rentabilidade. Como resultado, observa-se que, as instituições têm privilegiado operações de maior volume e sistemas de garantias que não se ajustam às necessidades e às condições dos pequenos empreendimentos.

Sendo assim, o desafio que se apresenta é o desenvolvimento de instrumentos e estratégias adequadas às necessidades, características desses empreendimentos e que sejam efetivamente capazes de fornecer microserviços financeiros, especialmente crédito e oportunidades de poupança.

O Microcrédito, pelo uso de metodologias adequadas à realidade dos pequenos, bem como agente de incentivo à responsabilidade, à auto-estima e à auto-suficiência econômica das pessoas, tem sido sistematicamente reconhecido e enfatizado por organismos internacionais, particularmente pelo Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, UNICEF e outros, como o instrumento de maior alcance às comunidades mais pobres e, conseqüentemente, de promoção de mudanças sociais.

4.3 - 2005 - O Ano Internacional do microcrédito

O microcrédito tem se mostrado uma bem-sucedida alternativa de geração de empregos e desenvolvimento comunitário, capaz de formar um

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círculo de solidariedade e prosperidade. Sua importância para combater a pobreza nos países em desenvolvimento foi reconhecida na Assembléia Geral das Nações Unidas de 1998. Como resultado, ficou decidido na ocasião que 2005 seria um ano para difundir e consolidar esse importante instrumento de promoção do desenvolvimento local.

Assim, este é o Ano Internacional do Microcrédito, cujo lançamento oficial ocorreu em 18 de novembro de 2004. A ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece ainda o potencial desse tipo de iniciativa como ferramenta auxiliar na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, metas socioeconômicas a serem alcançadas pelos países-membros da instituição até 2015.

A organização espera que o Ano Internacional do Microcrédito seja visto não como um esforço isolado, mas como "parte de um processo contínuo para formular caminhos efetivos que levem a microfinanças sustentáveis". Segundo as diretrizes divulgadas pela entidade, toda a programação deve enfatizar o papel do financiamento dos pequenos negócios na implementação de políticas de governo em parceria com a sociedade.

Cabe, aqui, transcrever a mensagem do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, por ocasião do lançamento do Ano Internacional do Microcrédito:

"O microfinanciamento já provou a sua importância, em muitos países, como arma para combater a pobreza e a fome. Pode, de fato, mudar de uma forma positiva a vida das pessoas, em especial das que mais precisam disso.

A possibilidade de obter um empréstimo, de ter uma conta de poupança ou de enviar o salário para casa, sem que isso implique grandes despesas, pode ser crucial para uma família pobre ou de baixos rendimentos. Graças ao acesso ao microfinanciamento, podem ganhar mais, adquirir bens e proteger-se melhor contra reveses e perdas inesperados. Podem deixar de se concentrar na sobrevivência quotidiana e passar a fazer planos para o futuro. Podem investir numa melhor alimentação, habitação, saúde e educação para os filhos. Resumindo, podem quebrar o círculo vicioso da pobreza.

Se quisermos alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, serão justamente necessários progressos desse tipo.

Sejamos claros: o microfinanciamento nada tem que ver com caridade. É uma maneira de alargar aos agregados familiares com

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baixos rendimentos os mesmos direitos e serviços de que gozam todos os outros. Equivale a reconhecer que as pessoas pobres são a solução e não o problema. É uma maneira de levar mais longe as suas idéias, energia e visão. É uma forma de favorecer o crescimento de empresas produtivas e, assim, permitir que as comunidades prosperem.

Quando as empresas não se podem desenvolver, os países não prosperam. Utilizemos este Ano Internacional do Microcrédito para conseguir que milhões de famílias comecem a trilhar o caminho que conduz à prosperidade."

No Brasil, o Ano do Microcrédito começa com a esperança de que seja dado um novo impulso às iniciativas da sociedade civil que operam com esse sistema financeiro. O Programa Nacional de Microcrédito produtivo Orientado, anunciado pelo governo, também no último mês de novembro, deverá cobrir alguns vácuos na área de promoção do microcrédito, segundo Dione Manetti, diretor de Fomento à Economia Solidária da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Seanes). Os recursos do programa, que ainda falta ser regulamentado, serão provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da exigibilidade bancária, no montante de 2% dos depósitos à vista das instituições bancárias.

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CAPÍTULO V – O Microcrédito e os desafios atuais

5.1 - A realidade social

As conquistas alcançadas pelo setor de microcrédito no Brasil, nos últimos anos, são evidentes. Sua inserção e o impacto que provoca na realidade social das famílias o tornou um efetivo instrumento de combate à pobreza.

Entretanto, a oferta de microcrédito ainda é muito pequena face à demanda potencial no País. Estimativas atuais apontam que todos os programas de microcrédito atendem menos de 3% do mercado potencial. Existem, hoje, cerca de 13,9 milhões de microempreendimentos no Brasil, dos quais grande parte não tem acesso ao crédito oferecido pelo sistema financeiro tradicional.

Existem, em média, cerca de 67 OSCIPs de microcrédito e 24 SCMs em todo o País. O crescimento do número de instituições de microcrédito verificado nos últimos anos foi bastante significativo, embora ainda insuficiente para atender a demanda. De fato, as instituições brasileiras de microcrédito são, de um modo geral, muito jovens. À exceção da Rede CEAPE, que tem 15 anos de existência, a grande maioria das instituições foi criada nos últimos seis anos.

Apesar de estar em fase de estruturação, o setor de microcrédito vem sendo favorecido pela estabilidade econômica, que por si só é um fator indispensável ao seu fortalecimento. Além disso, as instituições existentes têm adquirido escala, novos atores têm ingressado no setor e o Poder Público tem atuado decisivamente na construção de um ambiente institucional favorável.

Entretanto, ainda são muitos os desafios para uma adequada consolidação e expansão do microcrédito no País. O montante dos recursos destinados ao setor, o número de operações e de instituições são pequenos se

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considerarmos o tamanho da economia brasileira, em especial do setor informal.

5.2 – A formação de novos empreendedores

O acesso da população de mais baixa renda ao microcrédito ainda é reduzido. Alega-se que essa população, na maioria dos casos, não possui condições educacionais, culturais e econômicas mínimas para utilização do crédito. Nesse sentido, coloca-se a importância da integração com as demais políticas sociais para que os resultados sejam positivos. O fato é que ainda não se conseguiu alcançar os mais pobres da pirâmide social, subutilizando o potencial do microcrédito para combater a pobreza.

O Microcrédito para a abertura do primeiro negócio sofre de limitações semelhantes. A alta taxa de mortalidade dos empreendimentos durante o primeiro ano de vida e as dúvidas sobre a capacidade empreendedora do tomador elevam o risco das operações voltadas para a abertura do primeiro negócio.

Como condição básica para se ter acesso ao microcrédito, o futuro empreendedor atenderá a um pré-requisito onde ele será submetido a uma capacitação com informações como implementar um novo negócio. O objetivo é de capacitar pessoas que desejam aprimorar seus conhecimentos conceituais, técnicos e instrumentais sobre empreendedorismo, mercado e finanças. A partir daí, o candidato a empreendedor estará apto a procurar o Agente de Microcrédito, ou seja, ele já tem o pleno conhecimento da sua necessidade e, portanto, saberá como interagir com o Agente. Isso também vale para os Grupos Solidários.

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CONCLUSÃO

Com este trabalho, procurou-se estabelecer a importância do microcrédito como estratégia para o desenvolvimento, tanto no aspecto social quanto no econômico.

No aspecto social, o microcrédito funciona, de forma efetiva, como instrumento de inclusão social, na medida em que proporciona às populações empreendedoras mais carentes – excluídas do sistema tradicional de crédito -, que desejam montar, ampliar ou melhorar seu negócio, uma alternativa viável de crédito.

No âmbito econômico, ele também merece destaque, pois, ao atender o pequeno empreendimento informal e a microempresa, o microcrédito possibilitou a geração de novos empregos e de renda. E tanto, sem dúvida, contribuiu para promover o desenvolvimento da economia do país.

O que se espera, ainda, é que, com o crescimento do Terceiro Setor, as instituições de microcrédito venham a promover ainda mais a acessibilidade daqueles que necessitam de apoio para o crescimento das suas atividades e para manutenção de suas famílias.

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REFERÊNCIAS

BARBOSA, Priscila de Oliveira. Apostila sobre microcrédito. Rio de Janeiro: Monografia, 2001.

BARONE, Francisco Marcelo: Introdução ao Microcrédito. Cartilha. Brasília, 2001.

FINANCIAMENTO. MICROCRÉDITO. Brasília, DF, 2005. Disponível em:

http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/microcrédito.asp.htm. Acesso em: 31 maio. 2005.

LEI. nº 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. Dispõe sobre a instituição de sociedades de crédito ao microempreendedor. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10194.htm>. Acesso em: 07 maio. 2005.

LEI. nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Brasília, DF, 2005. Disponível em:

http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm>. Acesso em: 07 maio.2005.

MEDIDA PROVISÓRIA. nº 2.172-32, de 23 de agosto de 2001. Estabelece a nulidade das disposições contratuais que menciona e inverte, nas hipóteses que prevê, o ônus da prova nas ações intentadas para sua declaração.

Brasília, DF, 2005. Disponível em:

http://www.presidencia.gov.br/ccvil_03/mpv/2172-32.htm>. Acesso em: 07 maio.2005.

MEDIDA PROVISÓRIA. nº 226, de 29 de novembro de 2004. Institui o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado – PNMPO. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/mpv/226.htm>. Acesso em: 07 maio.2005.

MICROCRÉDITO. Brasília, DF, 2005. Disponível em:

http://www.paginadomicrocredito.com/histmicro.htm>. Acesso em: 06 setembro.2005.

MICROCRÉDITO: fortalecimento dos pequenos negócios, geração de emprego e renda. Revista temática. Brasília, DF, p. 4-5, 2005.

O MICROCRÉDITO CONTRA A POBREZA. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: http://www.forumdemicrofinancas.org.br/Clipping/21-10-04-instituto-polis.htm>. Acesso em: 19 abril. 2005.

(39)

PARENTE, Silvana. Microfinanças: Saiba o que é um banco do povo. 1ª ed. Brasília: Coleção Prazer em Conhecer, 2002.

POUPANÇA, CRÉDITO E DÍVIDAS. Revista Rumos. Brasília, DF, ano 29, n. 220, p. 38-39-40-41, 2005.

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ÍNDICE

CAPA...01 APRESENTAÇÃO...02 AGRADECIMENTOS...03 DEDICATÓRIA...04 RESUMO...05 METODOLOGIA...06 LISTA DE SIGLAS...07 SUMÁRIO...08 INTRODUÇÃO...09 CAPÍTULO I - O Microcrédito...11 1.4 - Conceito...11 1.5 - Breve histórico ...12

1.6 - Como surgiu no Brasil ...14

CAPÍTULO II - O Mercado do Microcrédito...17

2.1 - Objetivo principal...17

2.2 - Público Alvo...17

2.3 - Principais características...19

2.4. - A importância do crédito orientado e o papel do Agente de Crédito...21

CAPÍTULO III – O Microcrédito e a economia brasileira...23

3.1 - A regulamentação da atividade no país...23

3.2 - Princípios que determinam o sucesso de uma organiza-cão de microcrédito...24

CAPÍTULO IV – O futuro do Microcrédito...28

4.1 Por que os bancos não se interessam pelos pequeno..s....28

4.2 - O microcrédito como instrumento de desenvolvimen-to econômico e social...31

4.3 - 2005 – O ano Internacional do Microcrédito...32

(41)

CAPÍTULO V – O Microcrédito e os desafios atuais...35

5.1 - A realidade social...35

5.2 - A formação de novos empreendedores...36

CONCLUSÃO...37

REFERÊNCIAS...38

ÍNDICE...40

FOLHA DE AVALIAÇÃO...42

(42)

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título: Microcrédito e Formação de Novos

Empreendedores

Data da Entrega:

Avaliado por: Grau:

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Referências

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