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BBB. Rating BANCO SEMEAR S.A. Bancos FUNDAMENTOS DO RATING

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Academic year: 2021

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Relatório Analítico

Rating

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada.

Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada

do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas

de funcionamento do banco. O risco é baixo. Data: 23/abr/2009 Validade: 31/mar/2010 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Histórico: Dez/08:Afirmação:BBB (estável)

Set/08: Afirmação:BBB (estável) Dez/07: Afirmação:BBB (positiva) Jun/07: Afirmação:BBB (estável) Dez/06: Afirmação:BBB (estável)

Data Base - Balanço Última Revisão: Dez/08

Analistas: Rodrigo Indiani Tel.: 55 11 3377 0704 rodrigo.indiani@austin.com.br Catia Mota Tel.: 55 11 3377 0718 catia.mota@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 – conj. 73 São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br FUNDAMENTOS DO RATING

O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião no dia 23 de abril de 2009, confirmou o rating de crédito de longo prazo BBB (“triplo B”) e a classificação A-3 de curto prazo para o Banco Semear. A perspectiva do rating é estável.

A nota está fundamentada na metodologia de avaliação de risco de instituições financeiras da Austin Rating e conjuga a análise de fatores qualitativos da instituição, a partir de informações obtidas em reuniões de diligência com a administração superior, e fatores quantitativos, que consistem na interpretação das demonstrações financeiras auditadas e relatórios gerenciais complementares fornecidos pela instituição.

O rating reflete o bom nível de capitalização, a baixa alavancagem da estrutura de capital e o menor risco de liquidez beneficiado pela composição do funding, com boa participação de recursos ligados aos acionistas - Grupo Seculus, com menor participação de fontes mais voláteis de captação. Da mesma forma, reflete a experiência nas operações que constituem o core business do banco, o conservadorismo da gestão de ativos e passivos e a adequada cobertura de provisão contra perdas da carteira de crédito.

Por outro lado, o rating incorpora as dificuldades inerentes a um banco de pequeno porte, com baixa escala operacional, atuando em um ambiente e em modalidades concorridas, com negócios pouco diversificados, funding mais restrito e mais suscetível à volatilidade de ciclos

econômicos. Tal vulnerabilidade pôde ser evidenciada no 2o semestre de 2008, com a

retração econômica e o aperto de liquidez no mercado doméstico. Pelo lado do funding observou-se forte restrição das cessões de carteira, que constitui um importante instrumento de captação utilizado pelo Banco Semear.

A descontinuidade do fluxo de cessão de crédito consignado impactou diretamente as operações do banco, que sofreu forte retração a partir de setembro de 2008. A média mensal de produção de crédito consignado, que havia sido de R$ 20 milhões nos primeiros seis meses de 2008, diminuiu para R$ 14,5 milhões no 3o trimestre e para apenas R$ 5 milhões no último trimestre de 2008. Combinado à queda na produção de crédito, que constitui a principal fonte de receita, o resultado foi prejudicado pelo aumento das despesas de provisão, exibindo aumento em 2008 em relação ao ano anterior. O lucro do 1o semestre de

2008, de R$ 2.911 mil, foi consumido pelo prejuízo de R$ 3.293 mil do 2o semestre,

acumulando prejuízo de R$ 468 mil em 2008 e reduzindo sua base patrimonial. Tendo em vista a redução da escala operacional e a perspectiva de que não se altere no curto prazo, o banco vem adotando medidas de redução de despesas, objetivando se ajustar a um novo patamar de operações. No longo prazo a sustentabilidade do banco continuará sendo pressionada pela tendência de redução das margens exigindo ganhos de escala.

Nas operações de crédito para pessoas jurídicas, financiada principalmente pelos depósitos, o banco passou a ser mais rigoroso nos critérios de concessão e nas garantias, reduzindo o volume de carteira em 2008. Entretanto, para 2009, a expectativa é de um aumento da participação do segmento de pessoa jurídica na carteira de crédito. No crédito consignado, a expectativa é de que haja uma recuperação em relação ao último trimestre, porém com uma produção inferior à média registrada no 1o semestre de 2008, privilegiando segmentos de

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A originação de crédito do Semear vem se dando conforme disponibilidade de funding. O total de créditos vencidos em relação ao saldo da carteira aumentou, puxado pelo atraso de alguns clientes pessoas jurídicas, passando de 2,3% em set/08 para 10,2% no final do ano, e o saldo de crédito declinou 17,7% no mesmo período, registrando R$ 193,1 milhões em dez/08 ante R$ 234,5 milhões em set/08.

No caso do Banco Semear, a Austin Rating destaca como atenuante do risco de liquidez a composição dos depósitos a prazo, beneficiada pela participação de 35% de recursos ligados aos acionistas, em detrimento de segmentos mais voláteis. O volume de depósitos a prazo declinou 14% no último trimestre de 2008.

A perspectiva estável incorpora a expectativa da Austin de que o banco conseguirá retomar o volume de produção de crédito, notadamente no consignado, mantendo uma carteira de crédito equilibrada, em termos de escala, qualidade e rentabilidade, proporcionando volume de receita compatível com sua estrutura de custos e utilização de adequadas fontes de funding. Acreditamos também que o banco preservará níveis seguros de liquidez.

Fatores Positivos

• Suporte do grupo econômico (Grupo Seculus), que exibe boa geração de caixa positiva e reduzido endividamento oneroso;

• Baixa alavancagem da estrutura de capital;

• Risco de liquidez é atenuado pela composição dos depósitos, com expressiva participação de recursos ligados aos acionistas e menor participação de fontes mais voláteis;

• Elaboração de Comitês para um melhor e mais eficiente gerenciamento das operações do banco.

Fatores em Observação

• Dificuldades inerentes a um banco pequeno, com baixa escala operacional, atuando em um ambiente e em modalidades altamente competitivas, com baixa diversificação dos negócios, mais restrito a funding e mais suscetível à volatilidade de ciclos econômicos;

• Os fatores mencionados anteriormente puderam ser evidenciados na piora do resultado no banco no exercício de 2008 em relação ao ano anterior e, de forma mais acentuada, nos dois últimos trimestres (3o e 4o). O banco vem adotando medidas de redução de custos, objetivando adequar-se ao novo patamar de produção de crédito; • Capacidade de retenção dos créditos produzidos é limitada pela reduzida base de capital.

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GRUPO ECONÔMICO – SECULUS

O Grupo Econômico ao qual pertence o banco atua em três segmentos específicos: i) Industrial, com a empresa Seculus da Amazônia Indústria e Comércio S/A; ii) Imobiliário, com as empresas Gran Viver Urbanismo S/A, Seculus Empreendimentos e Participações S/A, Seculus Empreendimentos Gerais S/A e Seculus Construções S/A; e iii) Financeiro, com o Banco Semear S/A, Seculus Negócios de Varejo e Serra da Moeda Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros S/A.

ESTRATÉGIA

A estratégia do Banco Semear é focada em crédito, ofertando para pessoas físicas crédito consignado em folha de pagamento para servidores públicos e beneficiários do INSS, além de crédito pessoal e crédito direto ao consumidor (CDC). Para pessoas jurídicas, concentra-se nos segmentos de pequenas e médias empresas, operando modalidades de curto prazo, como capital de giro, desconto de recebíveis e fiança bancária. O canal de distribuição se dá por meio de promotores de venda, no caso do consignado, e de parcerias com redes de varejo para o CDC. Já os créditos para pessoa jurídica são originados no próprio banco. Recentemente, contratou uma equipe para reforçar a carteira de pessoa jurídica, em operações de curto prazo com garantia de recebíveis.

A captação de recursos é centrada em títulos de renda fixa, notadamente por depósitos (CDB e CDI), cessões de créditos com instituições financeiras, fundos de direitos creditórios e mais recentemente pelos Depósitos com Garantia Especial do FGC – DPGE, onde o banco possui limite de R$ 146 milhões. O plano é dar continuidade ao crescimento dos depósitos captados com pessoas físicas e pessoas jurídicas, investidores institucionais e recursos ligados aos acionistas, e direcioná-los principalmente para o financiamento da carteira de pessoas jurídicas e para as modalidades mais curtas no segmento de pessoas físicas, como CDC e crédito pessoal. Para o crédito consignado, o plano é utilizar as cessões para bancos, via acordos operacionais, e o Programa de Aplicação de Recursos do FGC, cujo limite é de R$ 37 milhões. A estratégia é operá-lo de maneira seletiva, excluindo os convênios que não são atraentes, em termos de rentabilidade. A expectativa é manter uma produção mensal em torno de R$ 10 milhões/mês, mantendo saldo de carteira próximo ao patrimônio do banco.

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Face às mudanças ocorridas no ambiente bancário, com reflexo na redução do volume de crédito operado pelo Semear, o banco reduziu e otimizou estruturas, objetivando compatibilizar receitas e despesas e voltar a ser lucrativo, tendo em vista os prejuízos registrados no 3o e no 4o trimestres de 2008. A estratégia do Banco Semear é manter uma escala operacional mínima compatível com sua estrutura de custos. A participação do crédito direcionado à pessoa jurídica, menor que o de pessoa física nos últimos anos, deverá exibir aumento.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA

(Demonstrações Financeiras auditadas pela BDO Trevisan Auditores Independentes sem ressalvas – Valores em R$ Mil)

Balanço

ATIVO dez/07 set/08 dez/08

Ativo Circulante 142.692 141.512 122.880

Disponibilidades 545 473 912

Aplicações Interfinanc. Liquidez 22.983 3.055 1.223

Títulos e Valores Mobiliários 1.004 7.386 7.565

Relações Interfinanceiras 45 992 235

Operações de Crédito 104.452 115.137 97.002

Outros Créditos 8.909 8.566 10.132

Outros Valores e Bens 4.754 5.903 5.811

Realizável a Longo Prazo 92.130 144.128 130.184

Aplicações Interfin. Liquidez-LP 0 0 9.851

Títulos e Valores Mobiliários -LP 4.972 12.736 18.849

Operações de Crédito -LP 75.746 108.226 78.966

Outros Créditos -LP 7.118 9.124 9.808

Outros Valores e Bens -LP 4.294 14.042 12.710

Permanente 2.123 1.989 1.975

ATIVO TOTAL 236.945 287.629 255.039

O Banco Semear encerrou 2008 com R$ 255.039 mil de ativo total, saldo 11,3% inferior ao registrado em set/08, de R$ 287.629 mil e 7,6% maior, quando comparado com o final de 2007. Tal movimento está bastante relacionado com o saldo de crédito, que diminuiu 17,7% no último trimestre de 2008 e cresceu 4%, quando comparado com dez/07. O total das operações de crédito em dez/08 foi de R$ 193.087 mil ante R$ 234.538 mil em set/08 e R$ 185.716 mil em dez/07. O crédito pessoal (a maior parte na modalidade consignada em folha de pagamento), montando R$ 148.683 mil em dez/08 (R$ 191.438 mil em set/08 e R$ 124.410 mil em dez/07), participou com 77% do total da carteira (82% em set/08 e 67% em dez/07).

As aplicações interfinanceiras de liquidez com R$ 11.074 mil em dez/08 aumentaram 262,5% sob uma base de R$ 3.055 mil em set/08 e diminuíram 51,8%, quando comparado aos R$ 22.983 mil de dez/07. A carteira de títulos e valores mobiliários, no total R$ 26.414 mil em dez/08, cresceu 342,0% em relação a dez/07 e 31,3% comparativamente a set/08, sendo contabilizada em carteira própria e representada essencialmente por LFT, com uma parte menor de cotas de fundo de investimento e CDB. As LFTs foram classificadas como disponíveis para negociação, com o ajuste de mercado reconhecido na demonstração de resultado. Os CDBs, por sua vez, estão classificados como “mantidos até o vencimento”.

As cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) referem-se a cotas subordinadas dos fundos FIDC FX Multisegmentos e FIDC FG Multisegmentos para os quais a Instituição realizou operações de cessão de crédito.

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PASSIVO dez/07 set/08 dez/08

Passivo Circulante 47.853 83.148 70.908

Depósitos 27.772 63.984 55.193

Relações Interfinanceiras 3 331 0

Outras Obrigações 20.078 18.833 15.715

Exigível a Longo Prazo 112.196 126.486 112.382

Depósitos-LP 111.431 120.491 103.244

Outras Obrigações-LP 730 5.995 9.028

Receitas Antecipadas 35 0 110

Patrimônio Líquido 76.896 77.869 71.749

PASSIVO TOTAL 236.945 287.629 255.039

Em termos de funding, as principais fontes são os depósitos e as cessões de créditos. Os depósitos totais encerraram dez/08 com saldo de R$ 158.437 mil (R$ 184.475 mil em set/08 e R$ 139.203 mil em dez/07). A modalidade a prazo totalizou R$ 130.637 mil (R$ 152.062 mil em set/08 e R$ 123.788 mil em dez/07) e os depósitos interfinanceiros montaram R$ 25.387 mil (R$ 29.304 mil em set/08 e R$ 8.497 mil em dez/07). Cerca de 70% dos depósitos a prazo possuem vencimento superior a 360 dias e aproximadamente 1/3 é proveniente das empresas e pessoas físicas ligadas ao Grupo Seculus.

Além dos depósitos, realiza cessões periódicas de carteira. Em 2008, o saldo dos contratos cedidos com coobrigação totalizou R$ 179.460 mil (R$ 167.197 mil em set/08). A maior parte das cessões é de crédito consignado para outros bancos, com uma parte menor para o fundo de direitos creditórios.

O Patrimônio Líquido, cujo crescimento tem se dado por meio da incorporação dos lucros, decresceu nos dois últimos dois trimestres, fruto do prejuízo registrado neste período e pelo pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 4.798 mil, totalizando R$ 71.749 mil no final de 2008, uma redução de 7,9% em relação a set/08 e de 6,7% quando comparado com o final de 2007. A relação total de crédito / PL, de 2,7 vezes em dez/08 (2,4 vezes em dez/07) é considerada baixa. O índice da Basiléia declinou de 25,1% em dez/07 para 19,65% em dez/08.

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Resultado

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 2.007 set/08 2.008 Receita de Intermediação Financeira 60.253 54.813 73.132

Operações de Crédito 57.753 52.934 70.300

Títulos e Valores Mobiliários 2.589 1.788 2.665

Instrumentos Financeiros Derivativos -89 91 167

Despesa da Intermediação Financeira 16.828 23.966 37.745

Captação no Mercado 13.105 14.554 20.647

Provisões p/ Créd. Liq.Duvid 3.723 9.412 17.098

Resultado Bruto Interm. Financeira 43.425 30.847 35.387 Outras Receitas/Despesas Operacionais -31.730 -33.325 -43.704

Receitas de Prestação Serviços 1.522 1.730 2.333

Despesas de Pessoal 1.880 1.005 1.509

Outras Despesas Administrativas 34.040 28.219 36.674

Despesas Tributárias 831 634 848

Outras Rec. Operacionais 4.843 1.507

Outras Desp.Operacionais 1.344 5.197 8.513

Resultado Operacional 11.695 -2.478 -8.317

Resultado Não Operacional 3.072 3.274 4.006

Resultado antes do IR 14.767 796 -4.311

Imposto de Renda -354 -1.417 0

Ativo Fiscal Diferido -2.421 1.567 3.892

Participações -223 24 -49

Resultado Líquido 11.769 970 -468

O resultado do Banco Semear registrou piora em 2008 comparativamente a 2007, acumulando prejuízo de R$ 468 mil após os prejuízos registrados no 3o e no 4o trimestres de 2008, consumindo o lucro que havia sido obtido até o encerramento do 1o semestre. A piora decorre fundamentalmente da retração do volume de crédito produzido a partir do 2o semestre de 2008 e, de maneira bastante severa, no último trimestre associado à elevação do custo médio de captação e aumento da despesa de provisão para créditos em liquidação duvidosa.

Com isso, o resultado bruto de intermediação diminuiu 18,5%, de R$ 43.425 mil em 2007 para R$ 35.387 mil em 2008, uma vez que a receita financeira, no mesmo período de comparação, cresceu 21,4%, enquanto a despesa financeira cresceu 124,3%. A despesa com provisão saltou de R$ 3.723 mil em 2007 para R$ 17.098 mil em 2008. A maior parte da receita financeira advém de créditos direcionados para pessoas físicas, sendo uma parte retida no balanço e outra cedida para o mercado.

Uma outra parte da receita advém de créditos voltados para pequenas e médias empresas (capital de giro, conta garantida e desconto de títulos) e outras modalidades direcionadas para pessoas físicas (CDC e crédito pessoal). Os resultados obtidos a partir de operações com títulos e valores mobiliários e operações com derivativos são muito reduzidos e sua interferência no resultado é muito baixa.

Com relação às outras receitas (despesas) operacionais, houve crescimento de 37,7%, acumulando saldo negativo de R$ 43.704 mil em 2008 ante R$ 31.730 mil em 2007. Tal evolução pode ser atribuída à redução do volume de reversões de provisões operacionais, de R$ 2.797 mil em 2007 para R$ 116 mil em 2008, contabilizada em outras receitas operacionais, e ao aumento do volume de descontos concedidos, de R$ 1.307 mil em 2007 para R$ 8.445

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mil em 2008, contabilizado em outras despesas operacionais. As despesas, de pessoal e administrativa, não tiveram alterações relevantes.

O Banco Semear, de acordo com a Resolução 3.673/2008 do Conselho Monetário Nacional, que tornou facultativa e adiou o prazo para a adoção pelas instituições reguladas pelo Banco Central do Brasil até 1º de janeiro de 2010, quanto à adoção dos procedimentos para classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou de transferência de ativos financeiros de que trata a Resolução nº 3.533/2008, do Conselho Monetário Nacional, optando por manter durante o exercício a findar em 31 de dezembro de 2009, para fins de comparabilidade, os procedimentos de contabilização de suas operações de cessão de crédito realizadas com outras instituições financeiras, de acordo com a Circular 2.568/1995 do Banco Central do Brasil, adotadas uniformemente até 31 de dezembro de 2008.

AVALIAÇÃO DE RISCOS Crédito

A carteira de crédito é composta por operações de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas (Crédito Consignado, CDC e, secundariamente, Crédito Pessoal) e de Conta Garantida, Capital de Giro, Desconto de Recebíveis e Fiança Bancária para pequenas e médias empresas. Em 2008, observou-se um aumento do saldo da carteira até o 3o trimestre e um decréscimo no último trimestre, em virtude da forte redução do volume originado, dada a descontinuidade das cessões de créditos e a política de prevenção e resguardo de liquidez adotada pelo banco perante o cenário econômico desfavorável marcado por incertezas.

Em dez/08, quase

¾

da carteira de crédito consignado carregada pelo banco estava direcionada para servidores

públicos estaduais, com 38,6% de participação, e municipais com 35,5%. O restante referia-se a servidores públicos federais, beneficiários do INSS, fundações e órgãos do poder judiciário e crédito consignado para o setor privado. Os Estados mais representativos são Distrito Federal, Alagoas, Minas Gerais, Sergipe e Rio Grande do Norte. Em dez/08, detinha 38.526 contratos ativos (48.547 em set/08) distribuídos por 267 códigos. O ticket médio era de R$ 3,1 mil e o prazo médio encontrava-se em 56 meses.

A carteira de CDC do Banco Semear é direcionada ao financiamento de não duráveis e não inclui financiamento de veículos. Geograficamente, concentra-se em Minas Gerais. Em dez/08, mantinha 35.836 clientes ativos (44.322 em set/08). O ticket médio era de R$ 662 reais e o prazo médio de 10,5 meses.

As operações no segmento de pessoa jurídica são de prazo mais curto, com vencimento até 360 dias. As garantias são representadas por recebíveis, caução de títulos, alienação fiduciária e penhor mercantil.

Em dez/08, o Semear administrava um risco de crédito de R$ 193.087 mil (R$ 185.716 mil em dez/07), considerando a carteira bancada no balanço, com R$ 106.440 mil (R$ 107.651 mil em dez/07) vencendo no curto prazo e R$ 86.647 mil (R$ 78.065 mil em dez/07) com vencimento acima de 360 dias. Com a redução do saldo da carteira, a concentração entre os dez maiores tomadores aumentou, passando de 9,2% da carteira em set/08 para 12% no encerramento de 2008.

Valores em R$ Mil Dez/07 Set/08 Dez/08 Produtos Carteira Part. Carteira Part. Carteira Part.

Capital de Giro 48.795 26% 21.367 9% 16.547 9%

Conta Garantida 1.726 1% 2.963 1% 2.097 1%

Títulos Descontados 5.109 3% 928 0% 664 0%

Crédito Pessoal 124.410 67% 191.438 82% 148.683 77%

Crédito Direto ao Consumidor 5.676 3% 17.842 8% 25.096 13%

Total 185.716 100% 234.538 100% 193.087 100%

(8)

A qualidade da carteira de crédito registrou piora no decorrer de 2008, com aumento do volume e da participação de créditos vencidos, registrando um aumento de R$ 6.855 mil em dez/07 (3,7% da carteira) para R$ 19.691 mil em dez/08 (10,2% da carteira).

Dez/07 Participação Set/08 Participação Dez/08 Participação

Saldo de Crédito 185.716 100,0% 234.538 100,0% 193.087 100,0%

Vencidos 6.855 3,7% 5.461 2,3% 19.691 10,2%

Provisão 5.518 3,0% 11.174 4,8% 17.119 8,9%

Fonte: Banco Semear S/A

A participação dos créditos classificados entre os níveis de risco AA e C diminuiu de 94,6% em dez/07 para 82,9% em dez/08, enquanto a representatividade dos créditos classificados na faixa de risco “H” aumentou, totalizando 4,4% da carteira no final de 2008 (1% em dez/07). O aumento da participação dos créditos nas faixas de risco que exigem maior percentual (D – H) exigiu maior volume de provisão.

O volume de provisão cresceu de R$ 5.518 mil em dez/07 para R$ R$ 17.119 mil em dez/08, representando 8,9% do total da carteira (3,0% em dez/07). Em relação aos créditos vencidos, a provisão representou 86,9% em dez/08 ante 80,5% em dez/07.

Dez/07 Set/08 Dez/08

% Risco Saldo (*) Partic. (*) Prov. Saldo (*) Partic. (*) Prov. Saldo (*) Partic. (*) Prov.

AA - 24.456 13,2% - 19.413 8,3% - 18.862 9,8% - A 0,50% 130.576 70,3% 653 162.797 69,4% 814 116.336 60,3% 582 B 1% 14.508 7,8% 145 15.299 6,5% 153 13.369 6,9% 134 C 3% 6.083 3,3% 182 13.378 5,7% 401 11.562 6,0% 347 D 10% 1.490 0,8% 149 9.014 3,8% 901 9.484 4,9% 948 E 30% 4.637 2,5% 1.391 3.604 1,5% 1.081 7.372 3,8% 2.211 F 50% 1.634 0,9% 817 5.527 2,4% 2.764 4.633 2,4% 2.316 G 70% 503 0,3% 352 1.487 0,6% 1.041 2.961 1,5% 2.073 H 100% 1.829 1,0% 1.829 4.019 1,7% 4.019 8.508 4,4% 8.508 Total 185.719 100,0% 5.518 234.538 100,0% 11.174 193.087 100,0% 17.119

Fonte: Banco Semear S/A Mercado

Com foco em crédito, o Semear não foca sua atuação em operações de tesouraria, cuja atuação se restringe à geração de funding para as operações. Desde março de 2008, o Banco Semear não opera contratos na BM&F, dada a alta volatilidade do mercado. Posto isso, o Banco não tem margem requerida em operações nesse mercado. O Banco não possui exposição nos seguintes indexadores: Moeda estrangeira, Ações, Mercadorias e Índices.

O principal risco de mercado é o de indexador, onde mantém uma exposição pré no ativo e CDI no passivo. Em virtude do aumento da taxa básica de juros, a partir de abril de 2008, o Banco Semear realizou operações com instrumentos financeiros derivativos, na modalidade de Swap de taxas (Prefixado x CDI), que tem o objetivo de atenuar o risco de descasamento de taxas de parte do fluxo de caixa originado por operações de cessão de créditos com coobrigação realizadas com Instituições Financeiras não ligadas.

A exposição líquida por indexador pode ser evidenciada conforme quadro abaixo. De acordo com o cenário projetado pela Austin Rating para a taxa de juros básica, a postura da tesouraria do Semear, os volumes operados e a composição de seus ativos e passivos, o banco exibe baixo risco de mercado.

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Ativos (Dado) 31.12.2008 Passivos (Tomado) 31.12.2008

PRÉ 185.960.434 PRÉ 11.150.307

SELIC 18.577.622 SELIC 0

CDI 18.125.277 CDI 144.185.262

Fonte: Banco Semear S/A

O Banco Semear, para gerenciamento do risco de mercado, utiliza a metodologia de VaR (Value-at-Risk), com intervalo de confiança de 99% (normal padronizado), tendo como metodologia de obtenção das volatilidades históricas o EWMA com lambda =0,94. O risco do book trading e banking do Banco Semear, em 31 de dezembro de 2008, pode ser representado pelo valor de R$ 2.270,7 mil (2.313,82 mil em set/08).

Liquidez

O Banco Semear apresenta uma estrutura de captação de depósitos típica de um banco destituído de rede, exibindo concentração. Em dez/08, os 20 maiores aplicadores representavam 65% do total de depósitos, cuja evolução foi a seguinte:

Depósitos dez/07 set/08 dez/08

A vista 6.834 3.092 2.409 Interfinanceiros 8.497 29.304 25.387 Total a prazo 123.788 152.062 130.637 TOTAL DE DEPÓSITOS 139.119 184.458 158.433 Total CP 27.688 63.967 55.189 Total LP 111.431 120.491 103.244

Fonte: Banco Semear S/A

Apesar da concentração, o risco de liquidez é atenuado pela participação significativa de recursos ligados aos acionistas, no total de R$ 46.799 mil em dez/08. Tal característica assume maior importância em períodos de turbulência, como o vivenciado a partir de agosto/08, de redução da liquidez e maiores chances de ocorrência de resgates. No caso do Semear, os depósitos a prazo reduziram 14% no último trimestre de 2008, puxado pelos resgates de aplicadores pessoas jurídicas. Os vencimentos dos depósitos concentram-se em 65% da carteira por vencimentos acima de 360 dias, cujo fluxo é compatível com os vencimentos das operações ativas.

Apesar da menor exposição junto aos chamados investidores institucionais, a maior participação de investidores pessoas jurídicas o deixa mais suscetível em períodos de redução da oferta de crédito, como o ocorrido mais fortemente em setembro e outubro de 2008.

O Semear pactua com seus clientes condições para resgate antecipado, devidamente registradas junto à CETIP. Entretanto, apesar de formalmente estabelecidas, a Instituição informou que vêm praticando, por liberalidade, a adoção de liquidez diária para suas operações, excetuando as aplicações de institucionais, aplicações em DI e as prefixadas.

Além dos CDBs, possui recursos captados junto a uma instituição financeira, mediante emissão de CDI, no montante de R$ 22 milhões, com fluxo de realização vincendo em 31 meses. Trata-se de uma operação estruturada com garantia de carteira de crédito consignado, o que contribui para diminuir a perspectiva de resgate antecipado. O caixa é mantido em títulos públicos federais e uma parte menor de aplicações em depósitos interfinanceiros. Entre setembro de 2008 e março de 2009 manteve média de R$ 35 milhões de recursos equivalentes de caixa, representando entre 20% e 25% dos depósitos a prazo, incluindo os recursos ligados aos acionistas.

Além do fortalecimento das posições de caixa livre, mediante a aplicação em títulos públicos federais e redução do prazo médio de crédito, o Semear possui (a) limite de cessão de crédito com coobrigação aprovado de R$ 40 milhões (valor futuro) junto a um grande banco, proporcionando um aporte de recursos de cerca de R$ 30 milhões.

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Deste montante, já foi realizada uma 1a tranche no valor de R$ 16 milhões (R$ 13,3 milhões em 05/11/08 e R$ 2,7 milhões em 07/11/08), restando o limite de R$ 14 milhões a ser realizado oportunamente e (b) habilitou-se ao programa de aplicação de recursos do FGC, o qual possibilita adiantamento de recursos via CDB/LC para a produção de créditos. Este programa gera capacidade de produção de créditos no montante de R$ 3,6 milhões/mês.

Operacional

O Banco Semear vem se preparando para a implementação do Novo Acordo da Basileia II, que pode ser sumarizado como segue abaixo:

• No que tange aos Riscos Financeiros (Liquidez, Mercado e Crédito), o Banco Semear estruturou área específica (Gerência de Riscos Financeiros), que elaborou políticas e estabeleceu limites operacionais mínimos aceitáveis para a gestão destes riscos. Esta área tem objetivo de mitigar os riscos financeiros que impactam a instituição. Nesta direção, realizou aquisição de sistema informatizado de gerenciamento de riscos financeiros;

• Para o Risco Operacional, o Banco Semear também estruturou área com o aproveitamento da sinergia obtida entre a gestão deste risco e a área de controles internos. Posto isso, agregou-se a Superintendência de Controles Internos, uma área especifica para o gerenciamento do risco operacional. Dentro dos desdobramentos deste projeto, a instituição contratou consultoria especializada no gerenciamento deste risco, aprovou política de gerenciamento do risco operacional e adquiriu sistema informatizado para o gerenciamento deste.

Adicionalmente, na contratação de serviços de auditoria interna junto à ”Deloitte Touche Tohmatsu”, incluiu-se a certificação das políticas e dos processos de gerenciamento de riscos financeiros e operacional.

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Classificação da Austin Rating

Solidez Financeira

AAA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.

AA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.

A

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo.

BB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

B

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

CCC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto.

CC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.

C

O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.

Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.

Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou

inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.

As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos.

Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br

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