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BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE RESÍDUOS NAS INDÚSTRIAS DE PISO DE MADEIRA

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CURSO TÉCNICO

BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE RESÍDUOS

NAS INDÚSTRIAS DE PISO DE MADEIRA

2013

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Título da Publicação

BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE RESÍDUOS NAS INDÚSTRIAS DE PISO DE MADEIRA

Autores

Adriana Maria Nolasco Lis Rodrigues Uliana

Mariana Cerca

Coordenação Geral do Projeto PIMADS

Ariel de Andrade - ANPM

Ivaldo Pontes Jankowsky - ESALQ-USP

Coordenação Técnica do Projeto PIMADS

Natalie Ferreira de Almeida

Coordenação de Cursos do Projeto PIMADS

Julianne Oliveira Sbeghen Lima

Instituições Participantes

ANPM – Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira

ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo XYLEMA Serviços e Comércio de Equipamentos para Indústria da Madeira Ltda

Suporte Financeiro

ITTO – International Tropical Timber Organization

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida, total ou parcialmente, sem a permissão por escrito da ANPM, a partir de qualquer meio: FOTOCÓPIA, FOTOGRÁFICO, SCANNER e etc. Tampouco poderá ser copiada ou transcrita, nem mesmo transmitida a p a r t i r de meios eletrônicos ou gravações. Os infratores serão punidos conforme Lei 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.

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APRESENTAÇÃO

A Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira (ANPM) representa diversas empresas localizadas em diferentes regiões do país e busca o aumento da

competitividade e o desenvolvimento deste setor.

Sua missão está em promover a aplicação da tecnologia de processo e a

sustentabilidade dos recursos madeireiros, além de divulgar e fomentar a utilização de pisos de madeira.Esperamos que as ações da ANPM contribuam com todos os setores

envolvidos na produção, comercialização e utilização de pisos de madeira. Com o intuito de integrar e desenvolver a cadeia produtiva relacionada ao setor de

pisos de madeira, a ANPM desenvolveu o Projeto Piso de Madeira Sustentável (PIMADS), com recursos oferecidos pela Organização Internacional de Madeiras

Tropicais (ITTO).

A execução do projeto PIMADS conta com a colaboração do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (EMBRAPA/MAPA), Ministério do Meio Ambiente (LPF/SFB/MMA), Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Universidade de Brasília (EFL/UNB), Universidade do Estado do Pará (CCNT/UEPA) e Universidade de

São Paulo (ESALQ/USP).

O projeto PIMADS foi desenvolvido com o objetivo geral de contribuir para o uso sustentável dos recursos florestais e também aumentar a eficiência na sua utilização

desde a floresta até seu produto final.

Espera-se que o projeto consista em uma ferramenta eficiente para contribuir com o crescimento e desenvolvimento de todos os setores relacionados a piso de madeira. A presente publicação técnica consiste em uma das ações do projeto PIMADS com o

objetivo de contribuir com a melhor capacitação e aperfeiçoamento técnico dos profissionais que trabalham com produtos de madeira.

Manifestamos os nossos agradecimentos ao suporte financeiro disponibilizado pela ITTO e ao apoio das instituições colaboradoras, que foi fundamental para a execução do projeto. Também agradecemos às empresas, pesquisadores e demais profissionais

que contribuíram para o desenvolvimento do projeto.

Eng. Florestal Ariel de Andrade Gerente Executivo – ANPM

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 1

1. Práticas para reduzir a geração de resíduos ... 3

1.1 Controle de qualidade no recebimento da matéria-prima ... 3

1.2 Mudança de matéria-prima ... 12

1.3 Adequação de medidas matéria-prima e produto ... 12

1.4 Capacitação da mão-de-obra ... 12

1.5 Manutenção de máquinas e de ferramentas ... 13

2. Valorização de resíduos ... 14

3. Tratamento e disposição ... 15

4. Conclusão ... 17

INTRODUÇÃO

A indústria da madeira utiliza os recursos naturais de maneira ineficiente, tanto na extração de madeira, quanto no processamento mecânico da mesma e no descarte dos produtos no fim de sua vida útil. Isso resulta em uma grande exploração dos recursos madeireiros, especialmente, das florestas nativas, levando a grande devastação desses recursos. A grande geração de resíduos é a prova dessa ineficiência

Nas últimas décadas tem ocorrido uma grande mudança no ambiente em que as empresas operam. As empresas, que eram vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais têm incorporado novos papéis, com maior compromisso social e ambiental.

Entre as diferentes variáveis que afetam o ambiente de negócios, a preocupação ambiental tem ganhado destaque significativo por afetar a imagem das empresas e seus resultados econômicos.Gradativamente, as empresas vêm alterando sua postura

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2 em relação aos aspectos ambientais, num processo de reconciliação entre produção e ambiente, numa perspectiva de alcançar um desenvolvimento mais sustentável.

Alguns procedimentos começam a ser revistos, buscando novas alternativas de não geração ou valorização, atendendo aos requisitos legais e não descartando os resíduos da maneira mais fácil e econômica, chamadas de tecnologias de “Fim de Tubo”. Investir nos aspectos ambientais, especialmente na gestão de resíduos, anteriormente considerados custos sem retorno para a empresa, passam a ser vistos como investimento em melhoria tecnológica, de qualidade e imagem, que contribui para a melhoria do produto, da eficiência e da imagem, abrindo novos mercados.

A indústria de pisos, assim como boa parte da indústria de base florestal nacional, ainda não incorporou a gestão ambiental e a gestão de resíduos na sua administração. Isso se deve em parte às suas características: predominantemente de pequeno e médio porte, portanto, pouco visada pelos agentes ambientais; baixa tecnologia; empresa familiar; baixa capacitação administrativa e operacional; pouco exigente em relação aos aspectos ambientais.

Neste contexto, não há preocupação com procedência de matéria-prima nem com as perdas no processo produtivo, pois isso é repassado no preço para o consumidor; as soluções para os resíduos geralmente se

restringem à disposição junto com o lixo doméstico, a queima ou o descarte em áreas não autorizadas denominadas “Boca de Porco” ou em cursos d’água.

Isso trás consequências desastrosas para o ambiente, que são pouco consideradas devido aos impactos serem localizados (pontuais) e pouco estudados. Cabe considerar, ainda, que nem sempre os resíduos da indústria de pisos são Classe II. A queima de painéis, de peças coladas ou de peças que já receberam acabamento com verniz ou, ainda, de madeira tratada com produtos químicos, pode liberar substâncias altamente prejudiciais à saúde. Entretanto, isso é pouco valorizado.

A gestão das questões ambientais em uma empresa começa a ser reconhecida como uma função organizacional independente e necessária, com características próprias que a distingue das funções segurança, relações industriais, relações públicas e outras mais com as quais interage.

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3 Somente na última década, a preocupação ambiental começou a ser inserida na gestão ambiental de algumas empresas do setor de pisos de madeira, principalmente nas médias e nas grandes.

Assim, essa cartilha busca apontar alternativas para o gerenciamento de resíduos gerados pela indústria de pisos com base nos princípios da “Produção mais Limpa”, apontando as boas práticas no gerenciamento de resíduos que podem ser adotadas pelo segmento de pisos de madeira.

1. Práticas para reduzir a geração de resíduos

Os processos produtivos se baseiam em três componentes: I. Matéria-prima e insumos;

II. Equipamentos e processos de produção; III. Mão-de-obra operacional e gerencial.

A qualidade do produto final é depende desses três fatores e a falha em qualquer um desses fatores depreciará o seu padrão de qualidade ou irá fazer com que haja um gasto maior de matéria-prima, equipamento e mão-de-obra.

Esses três fatores influenciaram na geração de resíduos, pois são a base do processo produtivo. Logo, a observação de cada um deles pode indicar falhas no processo de produção que podem ser corrigidas. Além desses, outro fator que pode contribuir na determinação do tipo e volume de resíduos são as exigências do mercado.

1.1 Controle de qualidade no recebimento da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima é afetada por defeitos inerentes à espécie, condições de colheita, condições de processamento primário, condições de secagem, condições de empilhamento e estocagem (na floresta e nos demais locais ao longo da cadeia produtiva), relação entre as dimensões da peça de madeira serrada e medidas inadequadas para determinado tipo de produto ou componente.Devem ser adotados

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4 procedimentos para compra e seleção da madeira em função do tipo de produto/componente que será processado (dimensões e exigências físico-mecânicas).

Durante o recebimento da matéria-prima avalia-se como a madeira chega à fábrica, que tipos de defeitos ela apresenta. Nessa etapa a empresa confere se os requisitos necessários para um melhor aproveitamento da madeira foram obedecidos pela empresa fornecedora. Isto é, se a fabricante de pisos fez alguma exigência, especialmente com relação às medidas das peças brutas, à fornecedora de madeira bruta e se esses requisitos foram obedecidos. Se a produtora de pisos ainda não possui esses requisitos pré-estabelecidos, é de suma importância que se faça, pois essa etapa é a principal para que as perdas de matéria-prima durante o processo sejam minimizadas (Figura 1).

Figura 1 – Recebimento da madeira. Chegada da madeira (a), conferência de volume e defeitos da carga (b), conferência de tamanho de peças (c), tabicagem das peças (d)

É fundamental nesse processo a adoção de critérios de qualidade para compra e recebimento da madeira serrada bruta. Cada empresa de pisos necessita definir claramente quais as dimensões mais adequadas para o seu tipo de produto. Além disso, deve-se fazer o controle do armazenamento da madeira bruta. Sendo em local

a b

d c

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5 bem ventilado, seguindo as normas para empilhamento em função da espessura da peça de madeira, com boa distribuição dos separadores de pilhas (espaçamento de 1,0 a 1,5m entre esses separadores e sempre apoiar as pontas para minimizar o empenamento). Os separadores devem possuir dimensões uniformes e ser alinhados no sentido vertical da pilha; separar as peças por espessuras iguais entre si e colocá-las na horizontal, com as mesmas espessuras, para alinhar as peças. A variação na espessura das peças restringe o fluxo de ar e prejudica a secagem. O empilhamento adequado facilita o fluxo do ar através da pilha, contribuindo para uma secagem mais rápida e uniforme. (Figura 2).

Figura 2 – Empilhamento da madeira. Pátio de estocagem (a), madeira seca pronta para usinagem (b), peças tabicadas (c)

Fazer a separação e identificação das espécies na área de armazenamento. Classificar e separar o material de aproveitamento por espécie e por dimensões para o armazenamento.

Durante a secagem da madeira ocorre uma movimentação natural nos três planos (transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial). Tanto a secagem ao ar livre como a secagem em estufa, resultam em defeitos nas peças de madeira

a b

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6 (rachaduras de superfície, rachaduras de topo, rachaduras em favos, colapso, empenamentos). Os tipos de defeitos e a incidência variam com a espécie e com o programa de secagem, além do empilhamento e influenciam no rendimento final do produto. A secagem artificial é um procedimento fundamental para prevenir a decomposição e o aparecimento de manchas na madeira, e para permitir a penetração de aditivos.

É fundamental definir um programa de secagem adequado às características das peças e da espécie de madeira, uma vez que ocorre a retração induzida, podendo ocasionar aberturas de fendas e outros defeitos. O tempo necessário para uma secagem adequada depende das condições climáticas, da localização, do método de empilhamento, da dimensão das peças e das espécies de madeira.

A madeira é um tecido vegetal morto, portanto, possui defeitos, na concepção da produção nacional. Peculiaridades de algumas espécies são consideradas defeitos, quando poderiam ser valorizadas, como por exemplo um nó. Outros defeitos comprometem a qualidade do produto, tendo que se descartar a peça de madeira. Portanto, defeitos da madeira comprometem o seu rendimento, quanto maior a incidência e o volume dos defeitos, maior a geração de resíduos.

Os nós são consequência da ramificação da árvore e depreciam as peças, devido à presença de grã irregular no seu entorno, afetando a trabalhabilidade da peça no local, e a resistência. Normalmente, quanto menor o seu número melhor a qualidade estética, porém, em algumas situações, eles contribuem para reforçar a originalidade da madeira, como o caso da bracatinga, por exemplo (Figura 3).

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Figura 3 – Madeira com nós. Nó observado na lateral da prancha (a), descarte de material em função do nó (b e c), detalhe de nó em piso de bracatinga (d)

A madeira estrondada é uma rachadura interna que ocorreu durante a queda da árvore. Essa rachadura é imperceptível, num primeiro momento, após algumas operações de usinagem ela é notada e a peça deve ser descartada (Figura 4).

a b

d c

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Figura 4 – Madeira estrondada (seta)

As galerias feitas por insetos são perfurações escavadas na madeira. Desvalorizam a madeira quando as peças ficam aparentes, afetando sua estética. As manchas e as galerias são consequência da biodeterioração da madeira. A biodeterioração é o termo usado para indicar alterações indesejáveis originadas pela ação, direta ou indireta, de seres vivos, nos materiais utilizados pelo homem. Os fungos manchadores causam manchas profundas no alburno das madeiras. Porém, com a grande utilização de materiais em estilo demolição esses defeitos são considerados peculiaridades de cada peça de madeira, sendo desejáveis nesse tipo de produto. Assim, as empresas podem não descartar esse material que antes seria resíduo. (Figuras 5 e 6).

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Figura 5 – Material com manchas e galerias, pilha de cabreúva com madeira de alburno (seta), pilha de sucupira com madeira de alburno (seta), material com galerias (seta) (c), material com manchas no

alburno da madeira (d)

Figura 6 – Piso em estilo demolição, detalhe das manchas (setas) (Fonte: Indusparquet, 2012)

A grã pode afetar o desempenho, a maquinabilidade e a resistência da madeira. A madeira de sucupira apresenta esse defeito e pode gerar maiores quantidades de resíduos durante o processamento por apresentar maior descarte de peças com a grã revessa e por apresentar maior descarte em forma de cavaco quando submetida à máquina desengrossadeira (Figura 7).

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d c

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Figura 7 – Madeira de sucupira com grã revessa. Peça com a grã revessa (a), detalhe da grã revessa em madeira de sucupira (b)

Os denominados defeitos de secagem (rachaduras e colapsos) acontecem, principalmente, pela falta de cuidados no empilhamento e na ocorrência de tensões internas geradas durante a secagem. Para se diminuir a incidência de defeitos deve-se conduzir a secagem de uma maneira mais lenta, dependendo da espécie a ser seca.

As rachaduras em peças serradas de madeira ocorrem em função da diferença de retração nas direções radial e tangencial da madeira e por diferenças de umidade entre locais de uma mesma peça ao longo do processo de secagem (Figura 8).As rachaduras de superfície, quando mais amenas podem ser usadas como material em estilo demolição. Os empenamentos podem ser minimizados se serradas peças em menores dimensões.

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Figura 8 – Rachaduras. Rachadura de topo (a), detalhe da rachadura de topo juntamente com nó (b), rachadura de superfície (c), detalhe da rachadura de superfície (d)

Apesar da madeira apresentar inúmeros defeitos e desses defeitos serem mais ou menos frequentes em função da espécie, a indústria fabricante de pisos de madeira encontrou uma solução para se utilizar esse tipo de material e diminuir as perdas durante o processamento. Criou-se uma linha de produtos em estilo demolição, que imitam as madeiras retiradas de locais demolidos. Esse tipo de piso segue a tendência da decoração atual e favorece o melhor aproveitamento da madeira. Além disso, defeitos que antes eram causas de descarte de peças, hoje são procurados justamente por apresentar esses defeitos, que compõem o estilo demolição.

Assim, alternativas para o melhor aproveitamento do material surgem com tendências mais sustentáveis na decoração. E com a grande diversidade de produtos que a fábrica possui. Quanto maior o número de produtos, maior a chance de se aproveitar o material, pois se aumenta a gama de opções com relação às medidas e aos modelos utilizados.

a b

d c

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1.2 Mudança de matéria-prima

Espécies de madeira que apresentam grande frequência de defeitos inerentes à ela. Ou que em função da secagem apresentam grande incidência de rachaduras, devem ser analisadas. Se essa ocorrência de defeitos resultar em baixo rendimento, deve-se procurar espécies com características físico-mecânicas e visuais parecidas e substituir a espécie de baixo rendimento.

1.3 Adequação de medidas matéria-prima e produto

O desenvolvimento dos produtos deve ser feito em união com as condições da matéria-prima, além dos requisitos do mercado, pois isso permitirá maior modulação e a definição prévia de planos de corte, reduzindo as perdas.

A falta de critério no dimensionamento da matéria-prima, em função do produto resulta no aumento do número de operações, maior geração de resíduos, gasto de energia, de tempo e de mão-de-obra.

1.4 Capacitação da mão-de-obra

Os funcionários são peças-chave na produção. São eles os responsáveis por grande parte das decisões e ações que determinam o rendimento na produção, como a seleção das peças de madeira que serão processadas para um determinado componente/produto e o plano de corte. Se o operador da máquina regulá-la indevidamente, utilizar pedaços com defeitos ou superdimensionara peça a ser cortada, haverá um gasto desnecessário de matéria-prima, energia e tempo.

A capacitação da mão-de-obra e a satisfação do funcionário no ambiente de trabalho são fatores importantes para um bom aproveitamento da matéria-prima e para a eficiência na produção. Funcionários mais capacitados e satisfeitos com sua condição de trabalho tendem a tomar decisões mais acertadas quanto à seleção da madeira e do plano de corte.

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13 Uma forma de minimizar a ação do elemento humano no rendimento do processo é

estabelecer protocolos de ações que definam: a) atribuição de funções/responsabilidades; b) acompanhamento e treinamento constante;

c) aplicação de sistemas de gestão baseados na qualidade e no controle ambiental.

1.5 Manutenção de máquinas e de ferramentas

Programas de manutenção de máquinas e ferramentas devem fazer parte da rotina da empresa. Baseados em tempo de operação e características da matéria-prima processada, e não somente na opinião do operador.

Na empresa, a decisão de quando a afiação das serras deve ser feita, normalmente, é responsabilidade do operador da máquina. Como não há especialização do trabalho, muitas vezes, todos executavam todas as atividades. Portanto, ninguém se sente responsável pela manutenção de máquinas e ferramentas. Com isso, a afiação das ferramentas de corte pode ocorrer de maneira aleatória, no momento em que o funcionário sente que não há mais condição de operação. Isso também contribuiu para geração de resíduos, pois a deficiência na afiação aumenta a formação de cavaco (resíduo fino).O tempo de reposição de ferramentas das máquinas corresponde ao tempo efetivamente gasto por peça fabricada, e está ligado ao número de peças usinadas por vida da ferramenta, pois esse define a frequência das paradas da máquina para troca e colocação da ferramenta.

O plano de troca de ferramentas elimina a decisão arbitrária do operador da em relação à substituição das máquinas, resultando num melhor aproveitamento das ferramentas de corte e permitindo a redução dos tempos de parada para a máquina.

Para se aplicar o plano de troca das ferramentas deve-se ter um controle frequente das condições de usinagem, temperaturas atingidas, forças de corte, desgastes das ferramentas, acabamentos superficiais, etc. Rotinas para a afiação e a manutenção das máquinas devem ser estabelecidas, assim como a definição do(s) funcionário(s) responsável(is) pelo controle desse procedimento, para aumentar, inclusive, a produtividade por máquina.

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2. Valorização de resíduos

Para que se realize a valorização dos resíduos deve-se primeiramente saber a quantidade de resíduo gerada, a sazonalidade da produção, o tipo de armazenamento do mesmo, se há separação por tamanho e/ou por espécie, características de mercado da região. O aproveitamento de resíduos ocorre diretamente pela empresa ou em local próximo. A valorização de resíduos é influenciada, principalmente, pelo custo com transporte e pode, muitas vezes, inviabilizar o seu uso.

A classificação dos resíduos pode ser feita com base em suas características morfológicas, ou seja, forma e tamanho das partículas. Nesse caso, podem ser

classificados como finos e grossos.

O resíduo fino é formado por:

I. cavacos - resíduos com dimensões máximas de 50 X 20 mm; II. maravalha - resíduo com mais de 2,5 mm;

III. serragem - resíduo com dimensões entre 0,5 e 2,5 mm; IV. pó - partículas menores que 0,5 mm

O resíduo grosso é formado por peças de refugo, com defeito, com medidas inadequadas, etc. (Figura 9).

Figura 9 – Resíduos do processamento de pisos de madeira. Resíduo grosso (a), resíduo fino (b)

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15 A classificação quanto à composição química e à periculosidade do material também deve ser observada. Normalmente os resíduos do processamento mecânico da madeira em uma indústria de pisos é Classe IIA, podendo ser utilizados sem restrição. Porém os resíduos provenientes de pisos colados ou de material que recebeu acabamento podem ser classificados com resíduos Classe I ou Classe IIB, assim, esses devem seguir as normas para tratamento e disposição. Ou observar alternativas de valorização que contemplem a norma NBR 10.004 (Figura 10).

Figura 10 – Galpão de estocagem temporária de resíduos Classe I (Fonte: MARCA AMBIENTAL, 2012)

As diferentes formas de valorização dos resíduos nas indústrias de pisos de madeira são encontradas na “Cartilha de aproveitamento de resíduos”.

3. Tratamento e disposição

No tratamento e na disposição de resíduos da fabricação de pisos de madeira devem-se observar os resíduos da pintura e da colagem e do material contaminado por eles. Ou seja, além dos próprios produtos e embalagens, deve-se observar a classificação da madeira que foi submetida à pintura ou à colagem e que é resíduo no processo.

As ações técnicas são voltadas à redução de volume, periculosidade e riscos ambientais dos resíduos.

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16 Os tipos de tratamento são:

I. Físicos (separação de componentes, prensagem, decantação, tratamento por membranas, centrifugação);

II. Químicos (floculação, neutralização, decromatação, encapsulamento); III. Térmicos (incineração, tocha de plasma, combustão, esterilização, pirólise).

Na disposição deve-se observar a coleta, o transporte e a disposição final do resíduo em aterro industrial.

Nesse caso os resíduos da pintura e da colagem devem ser classificados de acordo com a classificação quanto à periculosidade da NBR 10.004 da ABNT (ABNT, 2004). Esses resíduos podem ser Classe I: Perigosos, apresentam periculosidade,ou seja, característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; ou uma das características: a) inflamabilidade, b) corrosividade, c) reatividade, d) toxicidade, e) patogenicidade; ou constem na norma NBR 10.004. Classe II: Não perigosos, podendo ser Classe IIA, não inertes e Classe IIB, inertes. Os resíduos Classe IIA: Não inertes possuem as propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água e que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B. Os resíduos classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando submetidos aos testes de solubilização (NBR 10.006) e não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma NBR 10.004.

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4. Conclusão

As soluções para o gerenciamento de resíduos:

I. Não devem representar uma única alternativa, mas a uma rede integrada de soluções capazes de satisfazer as necessidades da eliminação. Não só das correntes primárias de resíduos (geração na produção), mas também das correntes secundárias (geração pós-consumo).

II. Não devem ser selecionadas pensando somente no curto prazo, mas também a médio e a longo prazo. A responsabilidade deve ser compartilhada, ou seja, durante o ciclo de vida do produto as responsabilidades são se dividem com os produtores, fornecedores de materiais, comerciantes, consumidores e autoridades públicas. O fabricante tem o papel principal, visto que ele toma as decisões chaves acerca de seu produto, as quais determinam a maior parte do potencial de gerenciamento dos resíduos.

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