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PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR (PIM): UMA EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA PARA A ENFERMAGEM 1

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Academic year: 2021

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PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR (PIM): UMA

EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA PARA A ENFERMAGEM

1

CORREA, Aline Medianeira Gomes

2

; MORO, Adriana Subeldia dos Santos

3

;

COLOMÉ, Juliana Silveira

4

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência de acadêmicas de enfermagem como visitadoras do PIM, em caráter de estágio não obrigatório, desenvolvidas com famílias em situação de vulnerabilidade social, visando compartilhar a experiência de trabalho da enfermagem no cuidado integral. Trata-se de um relato de experiência vivenciada por acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Franciscano, na região oeste de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de agosto de 2011 a março de 2012. Foram realizadas visitas para cadastramento das famílias, ações educativas em saúde e conhecimento da realidade local, tendo como foco o crescimento e desenvolvimento integral das crianças. A vivência proporcionou uma experiência transformadora no processo de formação do enfermeiro, pois possibilitou inicialmente conhecer a realidade de uma comunidade vulnerável para o desenvolvimento de práticas pautadas no diálogo, no vínculo e na responsabilização de todos os envolvidos. Acredita-se que o trabalho de conquista do vínculo e as atividades educativas representaram importantes ferramentas para o cuidado integral com ênfase na promoção da saúde das crianças e de suas famílias.

Descritores: Saúde da Criança; Enfermagem; Saúde Coletiva.

1

Trabalho de Pesquisa. Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

2

Apresentador. Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: alinemgc@yahoo.com.br; drika_subeldia@hotmail.com.

3

Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil.

4

Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. Doutoranda em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande. E-mail:

(2)

ABSTRACT

The aim of this paper is to present the experience of nursing students as visitors of BCP, on a non-compulsory internship, developed with families in situation of social vulnerability, having the objective of sharing experiences of nursing work in comprehensive care. This is an account of experiences lived by nursing students from Centro Universitário Franciscano, in the west of Santa Maria, Rio Grande do Sul, from August 2011 to March 2012. There were visits in order to register families, health and educational activities and survey of local reality, focusing on growth and integral development of children. The experience provided a transformative experience in the process of nursing education, because it made it possible to know the reality of a vulnerable community to the development of practices based on dialogue, relationship and accountability of all the involved. It is believed that the work of gaining intimacy and educational activities represent important tools for comprehensive care with emphasis on health promotion of children and their families. Keywords: Children Health; Nursing; Public Health.

1. INTRODUÇÃO

Este relato apresenta as reflexões acerca das experiências de acadêmicas de enfermagem como visitadoras do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) na cidade de Santa Maria (RS), buscando dar visibilidade a experiências diversificadas que contribuem para o processo de formação do profissional enfermeiro.

O PIM foi criado no ano de 2003 no Rio Grande do Sul tendo como referência teórico-metodológica o programa "Educa a tu Hijo" de Cuba. Esse programa foi instituído como parte integrante da Política Estadual de Promoção e Desenvolvimento da Primeira Infância, por meio da Lei Estadual nº 12.544/06 de 03 de julho de 2006(1).

Cada cidade tem a sua forma de seleção de visitadores e na cidade de Santa Maria (RS) o Programa realiza capacitações, prova e entrevista com psicóloga com grupos de acadêmicos de diferentes cursos de graduação. Portanto, trata-se de um trabalho multiprofissional, no qual após a seleção dos alunos, ocorrem oficinas para aprendizado e aperfeiçoamento da atuação que será desenvolvida juntamente às famílias que fizerem parte do programa.

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Segundo a lei que oficializa o PIM, ele foi criado para atender gestantes e crianças desde o nascimento até os seis anos, englobando todas as políticas públicas voltadas para estas, tendo como objetivo orientar as famílias, a partir de sua cultura e experiências, para o estímulo e desenvolvimento das capacidades e potencialidades de suas crianças. Além disso, o programa propicia o fortalecimento do vínculo afetivo na família, trabalha valores, educação em saúde e busca transformar as crianças em futuros cidadãos responsáveis e conscientes.

Segundo a concepção do programa, acompanhar e estimular crianças desde a gestação é a melhor forma de prevenir complicações e promover a saúde da família e da criança, sendo que é nos anos iniciais da infância que ocorre a formação das habilidades e competências humanas que existirão ao longo de toda a vida e que influenciarão o indivíduo integrado à sociedade(2).

Esse programa está fortemente ligado à promoção e educação em saúde e ao cuidado integral e multiprofissional, tendo como especificidade o estabelecimento de vínculo como método fundamental para seu funcionamento efetivo. Tais questões são muito trabalhadas e refletidas no âmbito da enfermagem e nas ações do programa são planejadas de forma minuciosa, com acompanhamento e gerenciamento de ganhos.

A formação do enfermeiro exige uma educação mais flexível, crítica, reflexiva, versátil, constante e que busque respostas aos desafios da atenção à saúde da população, buscando o desenvolvimento de um profissional capacitado para atuar com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania(3). Para tanto, os estágios devem ser enriquecedores, uma vez que fazem parte de um processo pedagógico que tenta criar um elo entre a formação teórico-científica e a realidade do meio, fazendo com que o estudante estabeleça correlações entre o referencial teórico e as situações do cotidiano(4), crescendo ao longo deste percurso.

Desse modo, o objetivo deste trabalho é apresentar a experiência de acadêmicas de enfermagem como visitadoras do PIM, em caráter de estágio não obrigatório, desenvolvidas com famílias em situação de vulnerabilidade social, visando compartilhar a experiência de trabalho da enfermagem no cuidado integral.

2. METODOLOGIA

Este estudo consiste em um relato de experiência vivenciada por duas acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Franciscano, como

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visitadoras do PIM, na região oeste de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de agosto de 2011 a março de 2012. Foram realizadas visitas para cadastramento das famílias, ações educativas em saúde e conhecimento da realidade local, tendo como foco o crescimento e desenvolvimento integral das crianças.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O estágio não obrigatório oportunizado pela parceria entre a Instituição de Ensino Superior (IES) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), possibilitou a participação de acadêmicas no PIM. Essa experiência trouxe a possibilidade de vivenciar diferentes realidades e conhecer a atuação da SMS, agentes comunitários de saúde e Unidades de Saúde em regiões de vulnerabilidade social. Além disso, pode-se exercitar a comunicação para atuação em futuros cuidados com os mais diversos usuários, sendo que a comunicação é a base de todas as ações de enfermagem e por meio desta o enfermeiro busca aprofundar seus conhecimentos para uma ação terapêutica, a fim de prestar um cuidado singular à pessoa que está sob seus cuidados(5). A experiência das acadêmicas de enfermagem está relatada nas seções: Conquistando Vínculo e Sorriso de Criança, as quais estão apresentadas a seguir.

Conquistando Vínculo

As acadêmicas de Enfermagem começaram sua atuação no PIM, em agosto de 2011, após passarem pelo processo de seleção exigido. Considera-se que a inserção em uma comunidade exige muito compromisso, persistência e envolvimento. Após a capacitação inicial, a primeira ação para atuar na comunidade aconteceu com o cadastramento das famílias no programa, um processo trabalhoso que necessitou a realização de visitas nas residências da localidade. Estas visitas foram realizadas juntamente com o monitor que colaborou no primeiro contato com a família, auxiliando na apresentação e convite para a participação no programa. Após o consentimento da família, iniciou-se o processo de cadastramento dos dados da criança, gestante e família no censo - manual de informações da família. Durante o processo de cadastramento das famílias, o vínculo foi sendo conquistado por meio de conversas, trocas e sentimentos que surgiam, uma vez que as famílias começaram a sentir confiança nas acadêmicas e no trabalho que seria desenvolvido.

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Sorriso de Criança

Depois do cadastramento, as acadêmicas iniciaram as orientações e modalidades de atenção. As atividades foram desenvolvidas de acordo com os indicadores avaliados no Censo. Essas atividades foram realizadas com o envolvimento dos cuidadores para estimular nestes o compromisso de atuação no desenvolvimento das crianças e a consciência de que sem eles o trabalho não seria possível.

A cada visita eram marcados novos encontros e a cada encontro, ao ver o sorriso de uma criança, algo que motivava e alegrava as acadêmicas, foi sendo despertado o senso de responsabilidade social e vislumbrada a necessidade de um maior envolvimento de acadêmicos em ações desse gênero. Acredita-se que quanto mais variadas as oportunidades que estágios curriculares proporcionarem, maior segurança dará ao profissional em formação e com maior facilidade este saberá lidar com o ser humano que o espera em seu futuro campo profissional. A receptividade dos pais, responsáveis e demais familiares ao receber as visitadoras, apresentou-se como um parâmetro para a avaliação do trabalho conjunto desenvolvido, além dos saberes compartilhados e das trocas de vivências que se efetivaram no decorrer das ações do programa.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vivência das acadêmicas de enfermagem em um estágio não obrigatório no Programa PIM proporcionou uma experiência transformadora no processo de formação do enfermeiro, pois possibilitou inicialmente conhecer a realidade de uma comunidade vulnerável para o desenvolvimento de práticas pautadas no diálogo, no vínculo e na responsabilização de todos os envolvidos. Acredita-se que o trabalho de conquista do vínculo e as atividades educativas representaram importantes ferramentas para o cuidado integral com ênfase na promoção da saúde das crianças e de suas famílias.

REFERÊNCIAS

1 Rio Grande Do Sul. Secretaria Estadual da Saúde. Programa Primeira Infância Melhor. Guia de Orientação para GTM, Monitor e Visitador. Porto Alegre: Relâmpago; 2007.

2 Schneider A, Ramires VR. Primeira Infância Melhor: uma inovação em política pública. Brasília : UNESCO, Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul; 2007.

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3 Fernandes JD, Rosa DOS, Vieira TT, Sadigursky D. Dimensão ética do fazer cotidiano no processo de formação do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP; 2008; 42(2): 396-403.

4 Nascimento MS, Santos FPA, Rodrigues VP, Nery VAS. Oficinas pedagógicas: construindo estratégias para a ação docente. Rev.Saúde.Com; 2007; 3(1): 85-95.

5 Roehrs H, Maftum MA, Mazza VA, Borille DC. Entrevista de Ajuda: Estratégia para o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e família do adolescente no espaço escolar. Cienc Cuid Saúde; 2007; 6(1):110-119.

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