SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME
Sumário
EXPEDIENTE4
APRESENTAÇÃO6
ENTREVISTAMaria Gorete Marques de Jesus e Roberto Luiz Corcioli Filho entrevistam Bruno Paes Manso
8
ARTIGOS
1-) Dumping e o Direito Penal Danilo dos Santos Vasconcelos
2-) O pensamento abolicionista como solução para o problema do encarceramento: utopia ou realidade?
Janaína Fernanda da Silva Pavan
2-) A criminologia e o extermínio da população negra
Pedro Machado de Melo Romano 2-) Marcha da maconha: da
apologia ao exercício de direitos fundamentais
Felipe Figueiredo Gonçalves da Silva
3-) A problemática do exame criminológico
Rômulo de Souza Carvalhaes e Carlos Eduardo Adriano Japiassu
20
ESCOLAS PENAIS
1-) As mulheres e os feminismos nas criminologias
Juliana Frei Cunha
87
116
DIREITOS HUMANOS1-) Diversidade sexual e identidade “trans”: modificação do prenome e adequação do estado sexual como proteção jurídica à identidade de gêneroFernanda Darcie Cambaúva
148
INFÂNCIA1-) Direito a convivência familiar e comunitária entre a criança e o adolescente e mães privadas de liberdade
Priscila Coelho
2-) Para além da redução da
maioridade penal: análise ao sistema infracional brasileiro
Adriana Silva Gregorut e Victoriana Leonora Corte Gonzaga
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME
Sumário
RESENHA DE FILME“Te doy mis ojos”: o que veem as mulheres quando o direito as olha Camila Cardoso de Mello Prando
192
CONTO Gabriel
Carolina Guimarães Rezende
199
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME EXPEDIENTE
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
4
Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016Diretoria Executiva
Presidente:Andre Pires de Andrade Kehdi 1º Vice-Presidente:
Alberto Silva Franco 2º Vice-Presidente: Cristiano Avila Maronna 1º Secretário:
Fábio Tofic Simantob 2ª Secretária:
Eleonora Rangel Nacif 1ª Tesoureira:
Fernanda Regina Vilares 2ª Tesoureira:
Cecília de Souza Santos
Diretor Nacional das Coordenadorias Regionais e Estaduais:
Carlos Isa
Suplentes da Diretoria
André Adriano Nascimento da Silva Andrea Cristina D’Angelo
Bruno Amabile Bracco Daniel Zaclis
Danilo Dias Ticami
Roberto Luiz Corcioli Filho Rogério Fernando Taffarello
Conselho Consultivo
Carlos Vico Mañas Ivan Martins MottaMariângela Gama de Magalhães Gomes Marta Saad
Sérgio Mazina Martins
Ouvidor
Yuri Felix
Colégio de Antigos Presidentes e Diretores
Alberto Silva FrancoAlberto Zacharias Toron Carlos Vico Mañas
Luiz Flávio Gomes
Mariângela Gama de Magalhães Gomes Marco Antonio R. Nahum
Marta Saad
Maurício Zanoide de Moraes Roberto Podval
Sérgio Mazina Martins Sérgio Salomão Shecaira
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME EXPEDIENTE
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
5
Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 05 02 01 Coordenador-ChefeRoberto Luiz Corcioli Filho Coordenadores-Adjuntos Giancarlo Silkunas Vay João Paulo Orsini Martinelli Maíra Zapater
Maria Gorete Marques de Jesus Thiago Pedro Pagliuca Santos Vinicius Gomes de Vasconcellos Conselho Editorial
Alexandre Morais da Rosa Alexis Couto de Brito
Amélia Emy Rebouças Imasaki Ana Carolina Carlos de Oliveira Ana Carolina Schwan
Ana Paula Motta Costa Anderson Bezerra Lopes
André Adriano do Nascimento Silva
André Vaz Porto Silva
Antonio Baptista Gonçalves Bruna Angotti
Bruna Rachel Diniz
Bruno Salles Pereira Ribeiro Camila Garcia
Carlos Henrique da Silva Ayres Christiany Pegorari Conte
Cleunice Valentim Bastos Pitombo Dalmir Franklin de Oliveira Júnior
Coordenação da
Revista Liberdades
Daniel Pacheco Pontes Danilo Dias Ticami Davi Rodney Silva David Leal da Silva Décio Franco David
Eduardo Henrique Balbino Pasqua Fábio Lobosco
Fábio Suardi D’ Elia
Francisco Pereira de Queiroz
Fernanda Carolina de Araujo Ifanger Gabriel de Freitas Queiroz
Gabriela Prioli Della Vedova Gerivaldo Neiva
Giancarlo Silkunas Vay Giovani Agostini Saavedra Gustavo de Carvalho Marin Humberto Barrionuevo Fabretti Janaina Soares Gallo
João Marcos Buch
João Victor Esteves Meirelles Jorge Luiz Souto Maior
José Danilo Tavares Lobato Karyna Sposato
Leonardo Smitt de Bem Luciano Anderson de Souza Luis Carlos Valois
Marcel Figueiredo Gonçalves Marcela Venturini Diorio
Marcelo Feller
Maria Claudia Girotto do Couto Matheus Silveira Pupo
Maurício Stegemann Dieter Milene Cristina dos Santos Milene Maurício
Nidival Bittencourt Peter Schweikert Rafael Serra Oliveira
Renato Watanabe de Morais Ricardo Batista Capelli Rodrigo Dall’Acqua Ryanna Pala Veras Vitor Burgo
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO CONTO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME
6
APRESENTAÇÃO6
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências CriminaisEdição nº 23 setembro/dezembro de 2016
Apresentação
Maniqueísmos não têm vez na abordagem crítica e lúcida de um dos mais talentosos jornalistas – e também estudioso do fenômeno da violência urbana – da atualidade no Brasil. Bruno Paes Manso é o entrevistado desta edição da
Revista Liberdades, que fecha o ano de 2016, o ano que não terminou para a presente geração.
Na seção Artigos, temos a análise de Danilo dos Santos Vasconcelos sobre mais uma fronteira do Direito Penal na atual dinâmica do capitalismo globalizado, o tratamento direcionado ao dumping que é praticado no comércio internacional.
Felipe Figueiredo Gonçalves da Silva faz, em seguida, uma interessante reflexão sociológica a respeito das chamadas Marchas da Maconha, realizadas em diversas cidades brasileiras. Focando sua atenção entre os anos de 2008 e 2011, o autor lança luz sobre a racionalidade das instituições de direito criminal ao buscarem rotular como desviante um movimento em razão da aversão ao tema por ele lançado.
Fechando a seção, “A problemática do exame criminológico” é debatida por Rômulo de Souza Carvalhaes e Carlos Eduardo Adriano Japiassu por meio da análise do “permanente duelo entre a necessidade de se esvaziar o sistema prisional e a conveniência de salvaguardar à ordem pública e à paz social”.
Na seção Escolas Penais temos a análise de Juliana Frei Cunha acerca do “tratamento que as diversas escolas penais dispensaram, ao longo da história, à criminalidade feminina”, abordando o tema através das “teorias feministas da ciência e do Direito”, e também o artigo de Janaína Fernanda da Silva Pavan sobre “O pensamento abolicionista como solução para o problema do encarceramento”. E é justamente por meio do “pensamento abolicionista” que a autora “pretende familiarizar o leitor com o debate sobre a extinção do sistema penal, a fim de possibilitar uma análise crítica em relação à atual situação carcerária”.
A seção de Direitos Humanos conta com dois artigos: “Diversidade sexual e identidade ‘trans’: modificação do prenome e adequação do estado sexual como proteção jurídica à identidade de gênero”, por Fernanda Darcie Cambaúva, que aborda as dificuldades encontradas pelas travestis e transexuais nos procedimentos de alteração de prenome e adequação de estado sexual, defendendo a sua realização de forma extrajudicial; e “A criminologia e o extermínio da população negra”, escrito por Pedro Machado de Melo Romano, a partir das contribuições das criminologias crítica e de reação social, denuncia a seletividade do Direito Penal e das suas agências de controle, evidenciando seu racismo estruturante.
Na seara da Infância, são publicados também dois artigos. Em “Direito a convivência familiar e comunitária entre a criança e o adolescente e mães privadas de liberdade”, Priscila Coelho aborda o problema do exercício da maternidade no sistema penitenciário e os obstáculos enfrentados pela mãe presa e pelas crianças e adolescentes em seu direito à convivência familiar e comunitária. A segunda contribuição para essa seção é de Adriana Silva Gregorut e Victoriana Leonora Corte Gonzaga, com o artigo “Para além da redução da maioridade penal: análise ao sistema infracional
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME
7
APRESENTAÇÃO7
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências CriminaisEdição nº 23 setembro/dezembro de 2016
Esse número conta também com a resenha de filme escrita por Camila Cardoso de Mello Prando, “‘Te doy mis ojos’: o que veem as mulheres quando o direito as olha”, que relaciona a história de um relacionamento abusivo, violência doméstica, psicologia, arte e direito.
Por fim, Carolina Guimarães Rezende encerra a edição, na seção de Contos, com “Gabriel”, no qual escancara as injustiças do sistema penal, por meio da história de um adolescente, morador de rua, condenado por porte de arma. O ano se encerra, e o bastão da revista será passado na próxima edição, para mais dois anos de trabalho de idealistas comprometidos com mais e mais Liberdades.
Boa leitura!
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EXPEDIENTE Edição nº 23 setembro/dezembro de 2016 ARTIGOS 02 01 ENTREVISTA 02 01 INFÂNCIA 01 DIREITOS HUMANOS 02 02 01 ESCOLAS PENAIS 03 RESENHA DE FILME CONTO
199
Publicação do Instituto Brasileiro de Ciências CriminaisEdição nº 23 setembro/dezembro de 2016
Gabriel
Carolina Guimarães Rezende
Gabriel, 16 anos, acusado de porte de arma.
Conversamos antes da primeira audiência e, depois de ler a acusação, lhe perguntei o que tinha acontecido. Arredio, em poucas palavras ele disse que já há algum tempo estava em situação de rua. Naquele dia, a polícia tentou removê-lo, à força, do local onde habitualmente dormia, destruindo seu colchão e alguns dos seus poucos objetos. Resistiu. Pouco depois, os policiais afirmaram ter encontrado a arma entre seus pertences.
Expliquei que haveria uma próxima audiência, mas que, de todo modo, era extremamente importante que ele dissesse ao juiz o que acabara de me relatar.
Na segunda audiência, foram colhidos os depoimentos dos policiais, em muito desencontrados e inconsistentes. Feitas as alegações finais de acusação e de defesa, algumas horas depois Gabriel recebeu a sentença: considerado culpado por porte de arma, decidiu-se que permaneceria internado por prazo indeterminado, pelo tempo máximo de três anos.
Enquanto eu lhe dava a notícia, ele, maior que eu, nada disse. Ficou ali, parado diante de mim, enquanto de seus olhos grandes corria uma torrente contínua de lágrimas, muito grossas. Ele, altivo, frágil, desconfiado, violentado e sofrido, chorando em silêncio; eu, frustrada, impotente, cansada, tentando acolhê-lo como podia, e como se o pudesse, enquanto lhe tirava o chão.
Quando terminei, ele me perguntou se tinha recebido a sentença de internação por não ter casa ou família. Eu, que não conseguiria fitá-lo mentindo, não vi outra saída que não lhe dizer que sim, e o mais que pude, naquele momento, foi juntar minhas lágrimas às suas.
Naquela noite, não consegui jantar. Fiquei me perguntando se Gabriel, por sentir a fome de quem passou o dia no fórum sem qualquer alimento, ou a fome de quem já fez da rua sua casa, jantava na Fundação, ou se, como eu, tinha na garganta um imenso nó que só lhe permitia sentir o gosto de sal das lágrimas.