A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,
UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e
Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.
Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de
acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)
documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.
Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)
título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do
respetivo autor ou editor da obra.
Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito
de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste
documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por
este aviso.
[Recensão a] Prosodia et ars metrica Latina
Autor(es):
Medeiros, Walter de Sousa
Publicado por:
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos
Clássicos
URL
persistente:
URI:http://hdl.handle.net/10316.2/27058
Accessed :
7-Jun-2021 20:00:26
FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS
H Y M A N I T A S
VOLS. VI E VII DA NOVA SÉRIE (VOLS. IX E X DA SÉRIE CONTÍNUA)
C O I M B R A
c
que formulou as delicadas leis a que obedece o trímetro dos iambógrafos antigos
(The early iambus, «Philologus», 87 [1932], pp. 18-39): lacuna inexplicável, em espe-
ciai se pensarmos que a parte referente a esta matéria é estudada com certa pro- fundidade (nem falta sequer o recurso — precário, aliás — à estatística [pp.
116-. 2 [( 117 ־
Os versos eólicos são medidos segundo a escansão coriâmbica, embora bons metricistas (Thomson, Kikauka, Kolár) continuem a preferir a dactilica, e se possam mesmo aventar outras soluções (Del Grande). — Em todos os esquemas de versos helénicos (não assim nos latinos) se prescinde, e muito bem, do icto hermanniano. — Koster, que de resto cita, imparcialmente, as demais opiniões, vê no satúrnio um verso caracterizado pelo número de sílabas: em artigo recente (II verso saturnio, «Rivista di filologia e di istruzione classica», 35 [1957], pp. 47-60), Pighi considera-o «o representante latino de uma versificação baseada no puro ritmo verbal, que remonta sem dúvida a um período de comum ou vizinha cultura ítalo-céltico-germânica»; no satúrnio não interviria qualquer acento de intensidade, mas teria «parte notável a aliteração, como elemento fonético apto a isolar e realçar a palavra rítmica».
Revisão atentíssima em que raro se descobrem ligeiros senões; índices muito completos (geral, de autores, de termos técnicos, de versos citados). A edição, impressa em magnífico papel, é gráficamente primorosa: tem o esmero, o asseio e o bom gosto a que nos habituaram os livros publicados por A. W. Sijthoff.
Walterde Sousa Medeiros
Prosodia et ars metrica Latina
a PP. Valentino Carro et EmmanveleFlórez, S. I., conscripta. Editio sexta. Bibliotheca Comillen- sis. Santander, Editorial «Sal Terrae»,
1958. 47
pp.Parece letra morta, para alguns autores, o cabedal de factos apurados por um século e meio de gramática histórica: antes julgam que — no «interesse» dos alunos, disfarce do seu — tranquilamente devem prescindir da realidade científica e escogitar
2 É comprovadamente apócrifo o frg. 81 Diehl de Hipónax: mas há outros exemplos seguros de tríbraco no «poeta maldito»: frgs. 3,
2
; 14 A, !5; 30; 32; 36; 66.CI
o sucedâneo em meia dúzia de regras arbitrárias que só no quadriculado dos seus espíritos alguma vez puderam existir. Contra esta muralha de comodismo ou de ignorância não valem brados nem alegações; inútil deplorar o esperdício da memória ou a falência da razão: o mesmo seria, vendo bem, que lavrar o protesto na areia do deserto.
Assim, em vez de expor alguns factos (nada transcendentes) de fonética e de morfologia histórica, o Autor desta breve prosódia latina prefere recorrer a um punhado de abstracções: os «incrementos» nominais 1 e verbais, «próprios» e «comuns», «simples» e «duplos»... que não dispensam, claro está, as tabelas de excepções para cada uma das vogais (pp. 21-27)! E pensar que o P.e Valentín Carro nos dá exemplos de boa doutrina, ao informar (p. 15) que «eatque oacuta sunt breuia cum in lingua Hispana mutantur in iéet ué»,mas advertir cautelosamente em nota: «Non licet hanc regulam conuertere ita ut dicas: cum éuel óacutum non gignit iéuel uéHispano sermone, est longum. Hoc enim falsum est ut apparet in
espejo, s p e c u l u m , ojo, o c u l u m . Sunt aliquae cause in grammatica his- torica Hispana explicandae, quae impediant efformationem diphthongi.»! Porque não procedeu com igual lucidez no caso dos «incrementos»?...
Melhor a segunda parte do opúsculo, a métrica latina do P.e Manuel Flórez, que, embora sumaríssima, contém no geral boa doutrina. Estranha-se um pouco que o Autor, partidário da escansão coriâmbica dos metros eólicos (pp. 39-40), dê para o adónio uma escansão dactilica (p. 36) : mas também Koster, coriambista ferrenho, considera tetrapodia logaédica o decassílabo alcaico...
Walterde Sousa Medeiros
1 Causa arrepios 1er «normas» como esta (pp. 21-22): «Computatio incre- menti non incipit ab ultima syllaba, sed a paenultima: in uoceho-no-risincrementum est syllaba no,in ho-nori-bussyllabae nor i.»Entre outras desacertos registam-se: «Consona h[sic] non auget numerum consonantium.» (p. 11, n. 1) e «Iuuat memo- riam incrementa breuia in uoce incremGntum[sic] inuenire.» (p. 23, n. 1 : mas quem uma vez escandiu o famoso espondaico de Buc.4, 49 ficou a saber que é longo o primeiro ede incrementum...')