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CONTABILIDADE PÚBLICA PACOTE TEORIA E EXERCÍCIOS DNIT - ANALISTA ÁREA ADMINISTRATIVA PROF.: DEUSVALDO CARVALHO E MARCIO CECCATO

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Academic year: 2021

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1 AULA 01 - CONTABILIDADE PÚBLICA

CONCEITO, OBJETO, OBJETIVO, REGIME E CAMPO DE ATUAÇÃO PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

Caro concurseiro!

Prazer em estarmos iniciando este trabalho contigo nestas aulas para seu sucesso no concurso do DNIT.

Importante esclarecer que este curso será ministrado por dois professores: Deusvaldo Carvalho e Marcio Ceccato.

Acabamos de lançar um livro em conjunto pela Ed. Campus Elsevier (www.elsevier.com.br): Manual Completo de Contabilidade Pública – Teoria Descomplicada.

Trata-se de uma obra bastante completa e abrangente, com mais de 900 páginas e cerca de 750 questões de concursos, todas resolvidas e comentadas.

Em virtude dessa parceria bem sucedida, estaremos juntos aqui também para garantir seu sucesso neste concurso.

Segue nossa apresentação resumida: DEUSVALDO CARVALHO

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2 Atualmente ocupo o Cargo de Perito Criminal Federal – Departamento de Polícia Federal – ES;

Professor na Academia Nacional da Polícia Federal, FGV/RJ e em diversos cursos preparatórios para concursos em BH, Teresina, Campo Grande – MS, Vitória – ES etc.

Cargos ocupados:

Auditor Fiscal da atual Receita Federal do Brasil; Professor Efetivo – UFMS/UFES

Controlador de Recursos Públicos – Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo.

Entre outros, fui aprovado nos seguintes concursos: 1º. Lugar - Auditor do Estado de Mato Grosso;

1º. Lugar - Professor efetivo da UFMS; 2º. Lugar – Auditor Fiscal no ES;

2º. Lugar - Analista do TRF 4ª região - Florianópolis; 2º. Lugar - Analista TRE/AC;

4º. Lugar - AFC – CGU;

6º. Lugar – TRF 3ª Região – São Paulo;

6º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/PI; 7º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/ES; 7º. Lugar – Controlador de Recursos Públicos TCE/ES; 8º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCM/CE; 51º. Lugar - Perito Criminal Federal – DPF/MJ.

Obras editadas:

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3 Campus – Série provas e concursos;

LRF – Doutrina e Jurisprudência – 1ª Edição – Editora Campus – Série provas e concursos/2009;

Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus – Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos (CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas.

AFO e Orçamento Público na CF e LRF, Editora Campus – Série Questões, 1ª ed. 2011.

MARCIO CECCATO

Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo

Pós-Graduado em Gestão Industrial pela FDV/Findes Servidor público federal há aproximadamente 8 anos.

Atualmente ocupo o cargo de Analista Judiciário – Especialidade Contabilidade, no TRT 17ª Região.

Últimos concursos prestados:

1º Lugar - Analista Judiciário – esp. Contabilidade, TRT 17ª Região 10º Lugar – Perito Criminal Especial – Polícia Civil do ES

Obras editadas:

Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus – Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos (CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas.

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4 Nossa programação de aulas ficará assim:

AULA CONTEÚDO

01

Contabilidade Pública: Conceito, objeto e regime. Campo de aplicação.

Bens Públicos.

Princípios Fundamentais de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público.

(itens 1, 2, 3 e 16)

02

Receita: conceito, classificação e estágios, aspectos patrimoniais, aspectos legais, contabilização, deduções, renúncia e destinação da receita.

(parte do item 5)

03

Despesa: conceito, classificação e estágios, aspectos patrimoniais, aspectos legais, contabilização. Suprimentos de fundos.

(parte do item 6)

04

Dívida Ativa. Dívida pública. Operações de crédito. (parte dos itens 5 e 6)

05

Plano de contas da Administração Federal: conceito, estruturas e contas do ativo, passivo, despesa orçamentária, receita orçamentária, variações patrimoniais ativas e passivas, resultado e compensação.

Sistemas de contas. Sistemas de Informações Contábeis. Tabela de Eventos: conceito, estrutura e fundamentos lógicos. Registros contábeis de operações típicas na área pública. (itens 8, 9, 12, 14, e 15)

06

Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI: conceito, objetivos, principais documentos, usuários e segurança do sistema (princípios e instrumentos), subsistema de contas a pagar e a receber (CPR): conceitos, funcionalidades, módulos e transações, situação, documento hábil, documento de referência, documento de origem, deduções e encargos, fluxo de caixa.

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5 (itens 10)

07

Registros na contabilidade do setor público de aspectos patrimoniais: depreciações, amortização e exaustão; provisões; contingências passivas, reservas, perdas, ajustes de exercícios anteriores. (item 19) 08 Balanço Orçamentário. (parte do item 11) 09 Balanço Financeiro. (parte do item 11) 10 Balanço Patrimonial. (parte do item 11) 11

Variações Patrimoniais Ativas e Passivas: interferências, mutações, acréscimos e decréscimos patrimoniais.

Demonstração das Variações Patrimoniais. (item 7 e parte do item 11)

12

Tomada e Prestação de Contas. Diversos Responsáveis. Conformidade de Gestão e Conformidade Contábil. Procedimentos de Encerramento do Exercício. Auditores Contábeis no SIAFI.

(itens 20, 21, 22 e 23)

13

Inventário e Administração de Material. Métodos de avaliação. Contabilização.

Gestão patrimonial dos bens móveis, imóveis e intangíveis. (itens 17 e 18)

14

Conta Única do Tesouro Nacional. Conceito. Aspectos legais. Movimentação. Aplicação Financeira. Documentos de Movimentação.

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6 (itens 24 e 25)

Os itens 4 e 13 do edital constarão com conteúdo fracionado ao longo de todo o curso:

4. Legislação básica.

13. Manuais: Receita, Despesa, Dívida Ativa.

Importante! A Contabilidade Pública nacional sofreu importantes e significativas alterações de 2008 em diante. Tais modificações são oriundas da convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, processo esse que apenas se iniciou no Brasil. Muitas outras alterações ainda estão por vir. Dessa forma, em todas as nossas notas de aula serão abordados conteúdos de forma bastante atualizada, conforme as novas regras de Contabilidade Pública em vigor, de acordo, inclusive, com o novo manual de contabilidade pública da Secretaria do Tesouro Nacional - STN (5ª edição/2012) e outros instrumentos normativos do MPOG e CFC.

Amigo estudante! A conquista de uma das vagas depende praticamente de você: seu esforço, dedicação, planejamento, persistência, vontade de vencer e jamais desistir nos momentos difíceis.

Você se decidiu pela conquista de uma das vagas? Caso a resposta seja sim, por favor! Seja bastante rigoroso com você mesmo, cumpra rigorosamente seu planejamento de estudos, procure evitar contato com pessimistas ou derrotados e siga em frente à busca de suas metas.

O nosso objetivo é procurar “facilitar sua jornada de estudos”, ou seja, mostrar-lhes o caminho mais curto para o aprendizado e, em consequência, ajudá-lo a concretizar seus “SONHOS”.

Por favor! Procure estudar concentrado, se possível, quando estiver descansado, otimizando assim seus estudos.

O conteúdo e a forma com que temos abordado nossas aulas têm sido mais do que suficiente para o candidato realizar excelentes provas.

Procure focar basicamente nos conteúdos abordados. Repito! O conteúdo abordado em nossas aulas é suficiente para que você

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7 realize uma excelente prova, basta estudar razoavelmente a matéria e fazer bastantes exercícios.

Esta metodologia de curso “virtual” proporciona ao aluno bom método de estudo, em especial, através de questionamentos no fórum de dúvidas e respectivas respostas, tanto dos seus quanto de colegas.

Assim, você poderá tirar proveito deste método. Isso é importante e muitos candidatos obtiveram aprovação através dessa forma de ensino (interação com outros alunos).

Atenção! No fim de nossas notas de aula sempre apresentamos uma bateria de questões de concurso comentadas e, logo em seguida, a mesma lista de exercícios, todavia, sem resolução, para que o aluno, a seu critério, as resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes.

Sucesso em sua jornada! Bons estudos.

Nesta aula abordaremos o seguinte conteúdo: AULA CONTEÚDO

ZERO

Conceito, objeto, objetivo e campo de atuação. Princípios de Contabilidade.

Sumário da aula:

1. CONCEITO DE CONTABILIDADE PÚBLICA 2. REGISTRO DOS ATOS E FATOS

3. OBJETIVO

4. OBJETO: O PATRIMÔNIO PÚBLICO 5. CAMPO DE APLICAÇÃO

6. REGIME CONTÁBIL

7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 8. QUESTÕES DE CONCURSOS

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8 1. CONCEITO DE CONTABILIDADE PÚBLICA

O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, através da NBC T 16.1, conceituou a contabilidade pública como o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP, 5ª edição, Parte V, repete o mesmo conceito de contabilidade aplicada ao setor público do CFC. Observe:

“A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionadas ao controle patrimonial das entidades do setor público”.

Analisando o conceito acima, pode-se concluir que a contabilidade pública é o ramo da ciência contábil que aplica os conceitos, princípios e normas contábeis nos atos e fatos de gestão pública orçamentária, financeira, patrimonial, custos e de compensação, nos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta abrangidas em seu campo de atuação, fornecendo informações úteis, tempestivas, compreensíveis e fidedignas aos seus usuários.

A contabilidade pública possui caráter restritivo e conservador, e seus procedimentos são fundamentados estritamente em normativos legais. Assim, segue para análise alguns conceitos previstos pela legislação:

“A contabilidade pública estuda, registra, controla e demonstra o orçamento aprovado e acompanha a sua execução” (art. 78, do Decreto-Lei nº 200/67).

“A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a evidenciar os resultados da gestão” (art. 79, do Decreto-Lei nº 200/67).

“Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais a análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros” (art. 85, da Lei nº 4.320/64).

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9 “A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.” (Art.50, §3º, LC.101/00).

“A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados” (art. 83, da Lei nº 4.320/64).

2. REGISTRO DOS ATOS E FATOS

A Contabilidade Pública deverá evidenciar os fatos administrativos ligados à administração orçamentária, financeira e patrimonial, como também os atos administrativos. Estes, constituídos por bens, valores, obrigações e situações que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio, serão registrados nas contas de compensação (artigos 89 e 105, § 5º, Lei 4.320/64).

A padronização do registro contábil possibilitará aos usuários acesso a informações consistentes e confiáveis para a tomada de decisão. Esta uniformização deve abranger atos e fatos no âmbito do setor público dentre os quais se destaca a gestão do patrimônio público. Portanto, atenção! A contabilidade pública necessariamente registra e controla os atos e fatos administrativos (também conhecidos como atos e fatos contábeis), diferentemente da contabilidade privada, que controla necessariamente apenas os fatos administrativos. Assim, a contabilidade privada poderá efetuar controle dos atos que considerar relevantes. Essa diferença ainda persiste entre a contabilidade pública e a privada.

Em síntese:

CONTABILIDADE PÚBLICA:

DEVE controlar os ATOS administrativos; e DEVE controlar os FATOS administrativos.

CONTABILIDADE PRIVADA (EMPRESARIAL): PODE controlar os ATOS administrativos; e

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10 Portanto, a contabilidade pública, além de registrar todos os fatos contábeis (modificativos, permutativos e mistos), registra também os atos contábeis praticados pelo gestor, que potencialmente poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio.

O que são atos potenciais?

São os contratos, convênios, avais, planejamento orçamentário, previsão de receita e fixação da despesa, etc. São atos que, quando praticados pelo gestor e registrados pela contabilidade, não alteram o patrimônio, entretanto, futuramente poderão vir a afetá-lo.

Conforme a doutrina majoritária, os atos e fatos contábeis são também denominados como atos e fatos administrativos. Entretanto, observa-se que normalmente as questões de concursos públicos utilizam a denominação de atos e fatos administrativos. Seguem exemplos de atos administrativos (atos contábeis):

Exemplo 1: controle patrimonial – cessão de uso gratuito de bem: a) Em uma empresa privada essa cessão de uso não necessariamente será objeto de controle pela contabilidade. Poderá inclusive ser formalizada a cessão através de um contrato (termo de cessão), todavia, a contabilidade não necessariamente efetuará o registro dessa cessão.

b) Em uma entidade pública, a contabilidade pública deverá registrar e controlar tal ato administrativo através das contas de compensação.

Exemplo 2: controle orçamentário – previsão da receita anual:

a) A contabilidade privada não registra e controla o orçamento anual de uma empresa. O controle de faturamento previsto, despesas estimadas, etc., normalmente ocorre paralelo à contabilidade.

b) Em um ente público a contabilidade pública deverá efetuar os registros de previsão da receita e fixação da despesa para determinado exercício financeiro, conforme autorizado pelo Legislativo através da Lei Orçamentária Anual.

A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados (art.83, lei nº 4.320/64).

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11 Lembre-se! A contabilidade pública deverá registrar os atos e fatos administrativos, diferentemente da contabilidade privada, que geralmente não registra os atos. A contabilidade privada poderá efetuar controle de atos que considerar relevantes.

Foi cobrado em concurso!

(CESPE – Analista/ANAC – 2009) Na contabilidade aplicada ao setor público, além do registro dos fatos referentes à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos relativos à execução financeira e patrimonial. Desse modo, os fatos modificativos são levados à conta de resultado, e as informações contábeis permitem o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.

Resolução

Perfeito! A contabilidade pública registra os fatos relativos à execução orçamentária, financeira e patrimonial, de modo que possam ser prestadas informações da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros, ingressando os fatos modificativos para efeito de cálculos desses resultados.

Apesar da questão não mencionar o registro dos atos contábeis, o texto não foi excludente afirmando, por exemplo, que “são registrados APENAS os fatos”. Afirmativa CERTA.

3. OBJETIVO

O objetivo da Contabilidade Pública é fornecer informações confiáveis sobre o patrimônio da entidade pública, analisando e controlando não apenas o aspecto material do patrimônio, mas também sob a ótica financeira e econômica, acompanhando inclusive a execução do orçamento público (Lei Orçamentária Anual), demonstrando as mutações ocorridas e os resultados obtidos em determinado período. A Resolução CFC nº 1.128/08, que aprova a NBC T 16.1, didaticamente expõe que o objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão, para a adequada prestação de contas e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social.

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12 Cabe ressaltar que a função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social.

Dessa forma, a contabilidade pública tem como objetivo fornecer informações adequadas sobre o patrimônio público para:

Tomada de decisões, tendo como clientes da informação os gestores públicos;

Prestação de contas dos recursos públicos, sendo os clientes da informação os órgãos de controle do estado (tribunais de conta, controladorias ou auditorias internas, etc.);

Instrumentalização do controle social, propiciando que a sociedade organizada interfira e exija melhor administração do patrimônio público.

4. OBJETO: O PATRIMÔNIO PÚBLICO

Conforme estabelece o Princípio da Entidade, o objeto da Contabilidade é o patrimônio, aquele de determinada entidade que esteja sob a análise e estudo, formado por bens, direitos e obrigações.

Seguindo o conceito matriz, o objeto da contabilidade pública é o patrimônio público, também formado pelos bens, direitos e obrigações, públicos ou da fazenda pública.

CONTABILIDADE OBJETO

Contabilidade (privada) Patrimônio

Contabilidade Pública Patrimônio Público

Atenção! Não confundir o OBJETO com o OBJETIVO da Contabilidade Pública.

CONTABILIDADE PÚBLICA OBJETO: o patrimônio público.

OBJETIVO: fornecer informações confiáveis sobre o patrimônio da entidade pública, analisando e controlando não apenas o aspecto

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13 material do patrimônio, mas também sob a ótica financeira e econômica, acompanhando inclusive a execução do orçamento público (Lei Orçamentária Anual), demonstrando as mutações ocorridas e os resultados obtidos em determinado período.

Novidade! A doutrina entende que o objeto da contabilidade pública é o “patrimônio e o orçamento público”. Porém, a STN e o Conselho Federal de Contabilidade - CFC informam que o objeto é apenas “o patrimônio público”.

O CFC foi explícito ao informar em sua normatização de 2008 que o objeto da contabilidade pública é apenas o patrimônio público.

Resolução CFC nº 1.128/08, aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação:

5. O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público.

Portanto, atenção! Para fins de concurso, considere que o objeto da contabilidade pública é apenas o patrimônio público.

O objeto da Contabilidade Pública é o patrimônio público e a NBC T 16.2 informa seu conceito e estrutura:

PATRIMÔNIO PÚBLICO

3. Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.

CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O ENFOQUE CONTÁBIL

4. O patrimônio público é estruturado em três grupos:

(a) Ativos são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços;

(b) Passivos são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços;

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14 (c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos.

O objeto da contabilidade pública é apenas o patrimônio público, e este é formado por bens, direitos e obrigações, todavia, há exceção. Dizer que no objeto da contabilidade pública esta incluído todo e qualquer patrimônio público não é verdade. Como para quase toda regra existe exceção, aqui não poderia ser diferente. A exceção está nos bens públicos de uso comum do povo.

Observe como o Código Civil conceitua bens públicos - Código Civil (Lei nº 10.406/02):

CAPÍTULO III Dos Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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15 retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

(grifo nosso)

Os bens de uso comum ou bens do domínio público são os de uso indistinto das pessoas, como os rios, mares, praias, estradas, ruas e praças. Observe que os bens de uso comum do povo enumerados no inciso I do art. 99 são apenas exemplificativos.

Enfim, todos os locais abertos à utilização pública adquirem esse caráter de comunidade, de uso coletivo, de fruição própria do povo. Sob esse aspecto pode o domínio público definir-se como a forma mais completa da participação de um bem na atividade de administração pública.

Os bens de uso especial são os de propriedade do estado e que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso mesmo, são considerados instrumentos desses. Constituem o aparelhamento administrativo, tais como os edifícios das repartições públicas, os terrenos aplicados aos serviços públicos, os veículos da administração, os matadouros, os mercados e outras serventias que o Estado põe à disposição do público, mas com destinação especial. Os bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimônio fiscal ou bens do patrimônio disponível, são aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela administração pública, se assim o desejar. Daí por que recebem também a denominação de bens patrimoniais disponíveis ou de bens do patrimônio fiscal. Tais bens integram o patrimônio do Estado como objeto de direito pessoal ou real, isto é, sobre eles a Administração exerce poderes de proprietário, segundo os preceitos de direito constitucional e administrativo.

Novidade! Os bens públicos de uso comum do povo nunca foram objeto de registro pela contabilidade pública (nenhum deles). Todavia, a partir de 2011, aqueles que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, deverão ser objeto de registro contábil.

Resolução CFC nº 1.137/08, que aprova a NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público:

30. Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, devem

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16 ser incluídos no ativo não circulante da entidade responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional.

31. A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao valor de produção e construção.

Dica! Alterações recentes nos normativos legais são normalmente muito exigidas em concursos públicos. Fique atento!

A utilização do termo “absorveram” indica que o bem já foi adquirido, produzido ou construído, e “absorvem” especifica que o bem ainda está em fase de aquisição (parcelada), produção ou construção. Não há que se fazer confusão quanto às despesas ordinárias de manutenção. Não há dúvida de que tais despesas não deverão ser agregadas ao valor desses bens.

Portanto, quanto aos bens de uso comum, haverá registro obrigatório daqueles que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação.

Exemplo 1 - Os rios, mares e praias são bens de uso comum que NÃO são objeto da contabilidade pública, ou seja, NÃO são registrados contabilmente nos entes que possuem o seu domínio. Não foram gastos recursos públicos para aquisição, produção ou construção de tais bens.

Exemplo 2 - As estradas, viadutos, praças e pontes, são bens de uso comum que são objeto da contabilidade pública, ou seja, são registrados contabilmente nos entes que possuem o seu domínio. Foram, ou estão sendo, empregados recursos públicos para aquisição, produção ou construção de tais bens.

Novidade! Na 4ª edição (2011) do MCASP, a STN passou a segregar os bens de uso comum do povo em duas classes de ativos, divisão essa mantida na 5ª edição (2012) do MCASP, conforme segue:

Ativos de Infraestrutura: tais como redes rodoviárias, sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia e rede de comunicação, pontes, calçadas, calçadões, dentre outros.

Ativos de infraestrutura são ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente maior de anos do que a maioria dos bens de capital. Para serem classificados como ativos de infraestrutura, os mesmos deverão ser partes de um

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17 sistema ou de uma rede, especializados por natureza e não possuírem usos alternativos.

Bens do Patrimônio Cultural: Ativos descritos como bens do patrimônio cultural são assim chamados devido a sua significância histórica, cultural ou ambiental, tais como: monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos, áreas de conservação e reservas naturais.

Esses ativos são raramente mantidos para gerar entradas de caixa e pode haver obstáculos legais ou sociais para usá-los em tais propósitos.

O reconhecimento e a mensuração de “bens do patrimônio cultural” são facultativos e podem seguir critérios diferentes dos utilizados para os ativos imobilizados.

Lembre-se! Os bens públicos de uso comum do povo nunca foram objeto de registro pela contabilidade pública (nenhum deles). Todavia, a partir de 2011, aqueles que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, deverão ser objeto de registro contábil.

Resumindo o tópico – Objeto da Contabilidade Pública:

O objeto da Contabilidade Pública é o patrimônio público, o qual é constituído de bens, direitos e obrigações, públicos ou da fazenda pública;

Há exceção! Nem todos os bens públicos estão inseridos nesse objeto. Os bens de uso comum do povo não eram registrados pela contabilidade pública;

Mas isso mudou! Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, deverão ser contabilizados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a partir do exercício financeiro de 2011.

5. CAMPO DE APLICAÇÃO

O campo de aplicação informa quem deverá aplicar as regras da contabilidade pública. Quais pessoas, físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, da administração pública direta ou indireta, que deverão utilizar as especificidades da contabilidade pública, ao invés da contabilidade privada (geral ou empresarial).

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18 A priori, tende-se a inferir que a contabilidade pública será aplicada em toda a administração pública, e apenas nela. Entretanto, ambas as suposições estão incorretas.

Eis o esquema da estrutura organizacional administrativa do estado e qual ramo da Ciência Contábil que é utilizado:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA União; Estados; DF; Municípios. CONTABILIDAD E PÚBLICA INDIRETA Autarquias; Fundações Públicas. Empresas Públicas; *

Sociedades de Economia Mista. *

CONTABILIDAD E PRIVADA

* Há exceção.

Não há dúvida de que a contabilidade pública é aplicada para todos da administração pública direta, sem exceção.

Os entes da administração pública direta são constituídos administrativamente pelos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Exemplos: Departamento de Polícia Federal, Assembléia Legislativa do Estado do Acre, Supremo Tribunal Federal, Comando da Marinha do Brasil, Prefeitura Municipal de Vitória, etc.

As entidades da administração pública indireta possuem personalidade jurídica e patrimônio próprios, sendo vinculadas a órgãos da administração direta. São responsáveis por atividades ou negócios que o governo julga ser melhor ou necessita que sua execução seja de forma descentralizada.

Autarquia: desempenha serviço público de forma descentralizada; patrimônio inicial formado pela transferência de bens do ente criador; personalidade jurídica de direito público. Exemplos: INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e INSS – Instituto Nacional do Seguro Social;

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19 Fundação pública: criadas pela personificação do patrimônio público; podem ter personalidade jurídica de direito público ou privado; desenvolvem atividades de caráter social; natureza não lucrativa. Exemplos: IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Fundação Biblioteca Nacional;

Empresa pública: explora atividade econômica ou executa serviço público; capital exclusivamente público (100%); pode assumir qualquer forma jurídica (S/A, Ltda., etc.); personalidade jurídica de direito privado. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Correios - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

Sociedade de economia mista: explora atividade econômica ou executa serviço público; capital público e privado (misto); assume apenas a forma de sociedade anônima; personalidade jurídica de direito privado. Exemplos: Banco do Brasil S/A e Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A.

As autarquias e fundações públicas, sem exceção, devem aplicar as normas da contabilidade pública.

Importante! A fundação pública, seja ela de direito público ou privado, deve aplicar as normas da Contabilidade Pública, desde que recebam recursos públicos para o custeio de suas atividades.

O Governo Federal tem normalmente criado suas fundações públicas sob a natureza jurídica de direito privado.

Observe que são entidades distintas:

As fundações privadas são constituídas com patrimônio privado; As fundações públicas de direito privado são constituídas com patrimônio público.

Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, por serem empresas com personalidade jurídica de direito privado que exercem atividade econômica e objetivam lucro, a regra é que tais entidades devem aplicar a contabilidade privada, todavia, há exceções.

Se a empresa pública ou sociedade de economia mista for enquadrada como “empresa estatal dependente”, então também deverá aplicar as regras da contabilidade pública.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00), no inciso III do art. 2º, conceitua como empresa estatal dependente a empresa

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20 controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

Empresa Controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto (ações ordinárias) pertença a ente da federação (União, Estados, DF e Municípios). Tal controle pode ocorrer de forma direta ou indireta.

Controle direto: ocorre quando o investidor (poder público) possui em seu próprio nome mais de 50% do capital social com direito a voto (ações ordinárias).

Controle indireto: quando o investidor (poder público) exerce o controle através de outra empresa, sendo que esta também é controlada pelo estado.

Exemplo: PODER PÚBLICO 70% ON 10% ON SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA “A” SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA “B” 60% ON

CONTROLE DIRETO CONTROLE

INDIRETO ON = Ações Ordinárias.

O gráfico acima demonstra que:

1. O poder público possui 70% das ações com direito a voto da Sociedade de Economia Mista “A”. Controle direto do Poder Público sobre “A”.

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21 2. A Sociedade de Economia Mista “A” possui 60% das ações com direito a voto da Sociedade de Economia Mista “B”. Controle direto de “A” sobre “B”.

3. O Poder Público controla indiretamente a Sociedade de Economia Mista “B”, através de “A”. Ou seja, o Poder Público possui 52% do total das ações com direito a voto: 70% x 60% = 42% indiretamente, através de “A”, mais 10% em seu próprio nome.

Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

Assim, a empresa pública e a sociedade de economia mista serão classificadas como “empresa estatal dependente” apenas se o seu ente controlador estiver lhe entregando recursos financeiros para pagamento de:

Despesas com pessoal (salários, abonos, etc.), ou

Custeio em geral (despesas com manutenção de equipamentos, material de consumo, energia elétrica, etc.), ou

Despesas de capital (aquisição de bens de capital: veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, etc.).

Os recursos financeiros entregues à controlada pelo ente controlador, com o objetivo de aumentar sua participação acionária, não são considerados como pagamento de despesas de capital daquela (letra “c” acima), independente do destino que vier a ser dado a esses recursos recebidos. Dessa forma, o ente controlador poderá remeter recursos financeiros à controlada, com o pretexto de aumentar sua participação acionária, e ela não será enquadrada como empresa estatal dependente.

Foi cobrado em concurso!

(ESAF – APOF/SEFAZ-SP – 2009, adaptada). Ainda sobre a Responsabilidade Fiscal da gestão pública, enquadra-se no conceito de empresa estatal dependente a sociedade de economia mista estadual que captar os recursos necessários ao seu custeio da venda de mercadorias e serviços ao ente controlador.

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22 A sociedade de economia mista que efetue venda de mercadorias e serviços ao seu ente controlador, captando assim recursos financeiros através de suas atividades empresariais ordinárias, não está enquadrada no conceito de estatal dependente. Nessa situação, o ente controlador não está cobrindo as despesas da estatal, mas apenas realizando uma transação comercial de compra venda. Afirmativa ERRADA.

Lembre-se! A contabilidade pública é aplicada, sem exceção, para todos os entes da administração pública direta (União, Estados, DF e Municípios), como também para as autarquias e fundações públicas. Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, a regra é que apliquem a contabilidade privada, todavia, sendo classificadas como empresa estatal dependente, elas também deverão aplicar integralmente as normas de contabilidade pública. Exemplo 1: A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA é um bom exemplo de empresa pública que recebe recursos do orçamento geral da União para custeio de suas atividades, sendo, portanto, enquadrada como empresa estatal dependente, pois é dependente dos recursos estatais, devendo cumprir as normas da contabilidade pública;

Exemplo 2: A Caixa Econômica Federal – CEF é a empresa pública que não participa do orçamento geral da União, seja para custeio de pessoal, material de consumo, aquisição de bens de capital, etc. Portanto, não é dependente dos recursos públicos e não segue as normas da contabilidade pública, mas sim, da contabilidade privada. Para conclusão do estudo do campo de aplicação, segue a definição do CFC. A NBC T 16.1 define o campo de aplicação, das normas e técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, como o espaço de atuação do profissional de Contabilidade que demanda estudo, interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação de fenômenos contábeis, decorrentes de variações patrimoniais em:

(a) entidades do setor público (órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público ou que, possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na execução de suas atividades. Equiparam-se, para efeito contábil, as pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público); e

(b) ou de entidades que recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de suas

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23 atividades, no tocante aos aspectos contábeis da prestação de contas.

Após conceituar o “campo de aplicação” e “entidades do setor público”, a NBC T 16.1 expõe finalmente:

CAMPO DE APLICAÇÃO

7. O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas as entidades do setor público.

8. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo: (a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais;

(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social.

São pontos contidos nos conceitos acima até agora não analisados:

Aplicação da contabilidade pública integralmente pelos serviços sociais

Aplicação da contabilidade pública integralmente pelos conselhos profissionais;

Aplicação da contabilidade pública de maneira parcial, apenas para fins de prestação de contas;

Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público;

Análise dos conceitos acima:

1. Aplicação da Contabilidade Pública integralmente pelos serviços sociais:

Os serviços sociais, conhecidos como “sistema S” (SEBRAE, SENAI, SESI, SESC, SEST, etc.) são pessoas jurídicas de direito privado. Não fazem parte da administração pública (direta ou indireta), atuam como colaboradores do poder público e prestam serviços à sociedade, realizando atividades de interesse público, motivo pelo qual são destinatários de recursos públicos.

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24 Suas receitas são oriundas de contribuições sociais e dos serviços prestados de consultorias, assessorias, etc. Em virtude de serem financiados com recursos do estado (tributos), os serviços sociais devem aplicar integralmente as regras da contabilidade pública.

2. Aplicação da Contabilidade Pública integralmente pelos conselhos profissionais:

Os conselhos profissionais, federais ou regionais (CFC, OAB, CFM, etc.), são autarquias tidas como atípicas, pois defendem os interesses privados de determinado grupo, da respectiva categoria que representam, mas também são entidades de interesse público, na medida em que fiscalizam e normatizam o exercício profissional da categoria, possibilitando, assim, que sejam financiadas por contribuições instituídas pelo estado.

Diante da singularidade desse grupo de autarquias e da controvérsia jurisprudencial existente acerca de sua natureza jurídica, que o CFC foi explícito quanto à obrigatoriedade da aplicação das regras de contabilidade pública para os conselhos profissionais, assim como fazem as demais autarquias, a exemplo do INSS.

3. Aplicação da Contabilidade Pública de maneira parcial, apenas para fins de prestação de contas:

Aquele que receba pontualmente recursos públicos para aplicação em determinados projetos, deverá utilizar as regras de contabilidade pública de maneira parcial, ou seja, apenas para registro e posterior prestação de contas desses recursos específicos.

Portanto, uma entidade privada que receba recursos públicos nessa situação (para aplicação em determinados projetos específicos) deverá manter as normas da contabilidade privada como padrão de registro e análise de seu patrimônio, utilizando-se das regras da contabilidade pública apenas para registro e prestação de contas dos valores públicos recebidos.

Importante! A utilização parcial da contabilidade pública vale inclusive para as empresas públicas e sociedades de economia mista, a menos que elas estejam enquadradas como “empresa estatal dependente”, situação em que deverão aplicar as normas de contabilidade pública de maneira integral, para todos os atos e fatos, conforme já estudado.

4. Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público:

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25 As pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público equiparam-se, para efeito contábil, a entidades do setor público (órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público ou que, possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na execução de suas atividades).

Conceitos:

Subvenção: Do latim, subventio (socorrer, ajudar).

Refere-se a auxílio ou a ajuda pecuniária que se dá a alguém ou a alguma instituição, no sentido de protegê-los, ou para que realizem ou cumpram os seus objetivos.

Juridicamente, a subvenção não tem o caráter nem de paga nem de compensação. É mera contribuição pecuniária destinada a auxílio ou em favor de uma pessoa, ou de uma instituição, para que se mantenha, ou para que execute os serviços ou obras pertinentes ao seu objeto social.

Ao Estado, em regra, cabe o dever de subvencionar instituições que realizem serviços, ou obras de interesse público, o qual, para isso, dispõe em leis especiais, as normas que devem ser atendidas para a concessão, ou obtenção, de semelhantes auxílios, geralmente anuais.

Exemplo: subvenção a concessionárias de energia elétrica (tarifa de ICMS diferenciada) para proteger consumidores de baixa renda. Benefício/Incentivo Fiscal: Consideram-se benefícios fiscais as medidas de caráter excepcional instituídas para tutela de interesses públicos extrafiscais.

São exemplos de benefícios fiscais as isenções de impostos, as reduções de taxas, as deduções, etc.

Atenção! Não são benefícios fiscais as situações de não sujeição tributária. Os benefícios fiscais podem ser temporários ou permanentes.

Incentivo Creditício: Na prática funciona da seguinte forma: o governo financia e aplica parte de determinado imposto, que depois retorna para seus cofres. Essas facilidades garantem que as empresas mantenham seus empregados e possam se expandir. Teoricamente o governo recebe menos impostos, porém, na

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26 verdade ganha de outra forma, com a geração de novos postos de trabalho e a expansão das empresas.

UNIDADE CONTÁBIL

Por fim, a NBC T 16.1 informa ainda o conceito e classificações de “unidade contábil”, que nada mais é do que a delimitação do patrimônio público sob análise.

A soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais entidades do setor público resultará em novas unidades contábeis. Esse procedimento será utilizado nos seguintes casos:

Registro dos atos e dos fatos que envolvem o patrimônio público ou suas parcelas, em atendimento à necessidade de controle e prestação de contas, de evidenciação e instrumentalização do controle social;

Unificação de parcelas do patrimônio público vinculadas a unidades contábeis descentralizadas, para fins de controle e evidenciação dos seus resultados;

Consolidação de entidades do setor público para fins de atendimento de exigências legais ou necessidades gerenciais.

A Unidade Contábil é classificada em:

Originária Representa o patrimônio das entidades do setor público na condição de pessoas jurídicas; Descentralizada Representa parcela do patrimônio de Unidade

Contábil Originária;

Unificada Representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou mais Unidades Contábeis Descentralizadas;

Consolidada Representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou mais Unidades Contábeis Originárias.

Foi cobrado em concurso!

(CESPE – TRE/PA - 2007) Os tipos de entes a que se aplica a contabilidade pública incluem

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27 B) empresas públicas dependentes.

C) sociedades de economia mista.

D) associações beneficentes que tenham contratos com o poder público.

E) fundações privadas de utilidade pública. Resolução

a) Atenção para não confundir as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público com os serviços sociais (Sistema S). OSCIP é uma qualificação atribuída pelo Ministério da Justiça para associações ou fundações privadas e sem fins lucrativos, as quais aplicam a contabilidade privada. ERRADO.

b) A contabilidade pública é aplicada para toda a administração direta, autarquias, fundações públicas e empresas estatais dependentes. CERTO.

c) Empresas públicas e sociedades de economia mista aplicam as normas da contabilidade privada. ERRADO.

d) Associações beneficentes são instituições privadas que devem aplicar as normas da contabilidade privada. O fato de manterem contrato com o poder público não altera tal disposição. ERRADO. e) Fundações privadas são instituições que devem aplicar as normas da contabilidade privada, independente de seu objetivo social. ERRADO.

Opção B.

Resumindo o tópico - Campo de aplicação:

1- A contabilidade pública é aplicada integralmente para:

Administração pública direta: União, Estados, DF e Municípios, seus órgãos e fundos especiais;

Fundações públicas e autarquias (inclusive conselhos profissionais: CFC, CFM, etc.);

Empresas públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem no conceito de empresa estatal dependente;

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28 2- Pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público equiparam-se, para efeito contábil, a entidades do setor público.

3- A contabilidade pública é aplicada parcialmente (apenas para registro e posterior prestação de contas dos recursos públicos) para aqueles que recebam verbas públicas de maneira pontual, utilizadas em projetos específicos.

4- A Unidade Contábil delimita o patrimônio público sob análise, podendo ser classificada em Originária, Descentralizada, Unificada e Consolidada.

6. REGIME CONTÁBIL

O regime aplicado à contabilidade informa quando, em que momento, deverão ser identificadas e reconhecidas as alterações ocorridas no patrimônio. Para fins de registro e gestão do patrimônio, existem dois regimes: regime de caixa e regime de competência. Caso se queira analisar as receitas e despesas tendo por base apenas o fluxo de caixa, ingresso e saída de dinheiro, deve-se aplicar o regime de caixa.

Todavia, para que se tenha a perfeita avaliação de todo o patrimônio e suas mutações, analisando os atos e fatos não apenas pela simples movimentação financeira, mas também sob o aspecto econômico, deve-se aplicar o regime de competência, motivo pelo qual este é o regime utilizado na contabilidade, pública e privada.

Regime de Competência- As receitas despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, tendo por base o fato gerador, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Portanto, o Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

Foi cobrado em concurso!

(CESPE – Contador/Min. Saúde – 2009) Uma indústria farmacêutica realiza somente vendas a prazo, que variam de 90 a 180 dias. Em setembro de 2008, essa indústria recebeu uma encomenda de um lote de medicamentos avaliada em R$ 600.000,00. A entrega foi realizada em novembro de 2008, quando começou a contar o prazo

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29 para o recebimento. Nessa situação, para registrar a transação de venda, a contabilidade deveria registrar a receita no valor de R$600.000,00, em novembro de 2008.

Resolução

Isso mesmo! Segundo o regime de competência, utilizado pela contabilidade, pública e privada, a receita deve ser reconhecida no momento da ocorrência do fato gerador, o qual aconteceu com a entrega da mercadoria, em novembro de 2008. Item CERTO.

Fique atento! A emissão de nota fiscal não é fato gerador de receita, a qual somente ocorre com a entrega da mercadoria ou, no caso de serviços, com a prestação do serviço.

Regime de Caixa- Considera incorridas as receitas e despesas com a simples movimentação financeira, ou seja, o que for recebido ou pago, mesmo que se trate de receitas e despesa referentes a exercícios anteriores.

Repetindo! O regime contábil aplicado ao setor público é o da competência.

Foi cobrado em concurso!

(FCC – Contador/TRE/MS 2007) A entidade Iporanga apura seu resultado pelo regime contábil de caixa. Considerando as receitas e despesas abaixo, o resultado em 20X5 é:

Em R$ Receita de 20X4 recebida em 20X5 25.000 Receita de 20X5 recebida em 20X5 20.000 Despesa de 20X5 paga em 20X5 15.000 Despesa de 20X4 paga em 20X5 5.000 a) R$ 40.000 b) R$ 30.000 c) R$ 25.000 d) R$ 15.000 d) R$ 5.000

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30 Resolução

Segundo o regime de caixa, as receitas e despesas são consideradas quando recebidas ou pagas, mesmo que o fato gerador ocorra em outro momento.

Cálculo 1 – regime de caixa em 20X5 (solicitado na questão):

Total de receitas recebidas em 20X5 45.000

(-) Total de despesas pagas em 20X5 (20.000)

= Resultado em 20X5 pelo regime de caixa 25.000

Essa é a resposta da questão, R$25.000. Todavia, vamos aproveitar e calcular qual seria o resultado aplicando o regime de competência utilizado pela contabilidade pública.

Cálculo 2 – regime de competência em 20X5:

Receita de 20X5 20.000

(-) Despesa de 20X5 (15.000)

= Resultado (regime de competência) em 20X5 5.000

Pelo regime de competência, independe o recebimento ou pagamento, sendo consideradas as receitas e despesas pelo fato gerador.

Conforme o cálculo 1, o resultado em 20X5 considerando o regime de caixa foi de R$ 25.000, opção C.

Vale a pena frisar que para a contabilidade pública, assim como ocorre com a contabilidade privada, aplica-se o regime de competência na análise patrimonial, em função do Princípio de Contabilidade de Competência (art. 9º, Resolução CFC nº 750/93). A Resolução CFC nº 1.111/07, que aprova o Apêndice II da Resolução CFC nº. 750/93, Interpretação dos Princípios de Contabilidade sob a Perspectiva do Setor Público, observa que o Princípio da Competência aplica-se integralmente ao Setor Público.

A Secretaria do Tesouro Nacional, congruente com o entendimento do CFC, ratificou a aplicação integral do regime de competência para a contabilidade pública, através da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/2008, cujo caput do artigo 6º informa que a despesa e a receita

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31 deverão ser reconhecidas pelo regime de competência patrimonial, visando conduzir a contabilidade do setor público brasileiro aos padrões internacionais e ampliar a transparência sobre as contas.

Novidade! A aplicação do regime de competência para a contabilidade pública somente foi efetivado a partir do exercício de 2009, em virtude da Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/2008.

Até o ano de 2008 utilizava-se o regime misto, em virtude da interpretação doutrinária até então alcançada para o art. 35 da Lei 4.320/64, abaixo transcrito.

Denominava-se regime misto, pois eram aplicados os dois regimes: regime de caixa para as receitas e competência para as despesas. Lei 4.320/64:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas;

II - as despesas nele legalmente empenhadas. Observe como era cobrado em concursos!

(ESAF – ACE/TCU – 2006) De acordo com o que dispõe o art. 35 da Lei n. 4.320/64, conclui-se que o regime contábil adotado pela Contabilidade Pública em nosso País é

a) misto, sendo de caixa para as receitas e de competência para as despesas.

b) de competência, para receitas e despesas.

c) misto, sendo de competência para as receitas e de caixa para as receitas.

d) de caixa, para receitas e despesas.

e) misto, sendo de caixa para as receitas e despesas correntes, e de competência para as receitas e despesas de capital.

Resolução

O gabarito final divulgado pela ESAF foi letra “A”, em virtude da interpretação do texto legal naquela época. Mas atualmente aplica-se

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32 o regime de competência para as receitas e despesas na contabilidade pública.

O regime misto era o entendimento dominante e de fato assim eram registradas as receitas e despesas na contabilidade pública aplicada, em todos os entes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Todavia, a STN e o CFC, objetivando a padronização e aplicação integral dos Princípios de Contabilidade e a convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade, editaram as normas reguladoras acima citadas para esse efeito. Dessa forma, como qualquer outro ramo da Ciência Contábil, a contabilidade pública deve aplicar o princípio da competência em sua integralidade, ou seja, tanto para a receita quanto para a despesa.

Atenção! Atualmente, segundo entendimento da STN, a regra contida no artigo 35 da lei 4.310/64 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime contábil.

De fato o artigo 35 da lei 4.320/64 está inserido na parte do texto legal que disciplina regras orçamentárias e financeiras, ou seja, trata-se de uma regra de austeridade fiscal para fins de execução e controle do orçamento público.

Assim, sob o enfoque orçamentário, para fins de administração financeira e orçamentária, acompanhamento da arrecadação das receitas e autorização para execução de despesas e liberação de recursos financeiros, o administrador público deve observar as receitas efetivamente arrecadadas e não pela ocorrência do fato gerador. Já as despesas, seguindo a prudência fiscal, consideram-se realizadas no empenho (etapa de sua execução), momento ainda anterior ao do pagamento, conforme informa o art.35 da lei 4.320/64.

O empenho é a primeira fase de execução da despesa. É o momento em que o estado reserva recursos orçamentários, já prevendo que futuramente terá que cumprir com sua obrigação financeira de pagamento. Tal assunto será detalhadamente estudado no tópico de Despesa Pública.

Lembre-se! A contabilidade pública, que objetiva o controle e avaliação dos elementos patrimoniais e suas alterações, utiliza desde 2009 o regime de competência integralmente, ou seja, tanto para as receitas como para as despesas. Receitas e despesas públicas devem ser reconhecidas e registradas pela contabilidade no momento da ocorrência de seu fato gerador.

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33 Conforme mencionado, o art.35 da lei 4.320/64 está inserido na parte do texto legal que disciplina regras orçamentárias e financeiras. A contabilidade pública somente é tratada no Título IX, artigo 83 e seguintes, onde é informado claramente que as variações patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam elas resultantes ou independentes da execução orçamentária (art. 100 e 104 da Lei 4.320/64).

Lei nº. 4.320/64, Título IX, Da Contabilidade:

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial. Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Interpretando as regras acima se observa que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patrimonial, de forma que os fatos modificativos (aumentativos ou diminutivos) sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.

A contabilidade deve evidenciar, de forma tempestiva e oportuna, os fatos ligados à administração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros.

Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, deve haver o registro da receita e despesa em função do fato gerador, observando-se os Princípios da Competência e da Oportunidade.

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34 Resumindo o tópico – Regime Contábil:

A contabilidade pública aplica o regime de competência integralmente, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa pública;

Sob o enfoque orçamentário, ou seja, para fins de análise e acompanhamento da execução do orçamento anual e desembolso financeiro, objetivando prudência e austeridade fiscal, devem-se considerar as receitas apenas na arrecadação e as despesas no empenho (art.35, Lei 4.320/64);

Lembre-se! Existem exceções na aplicação do regime de competência na contabilidade pública.

7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, através da NBC T 16.1, conceituou a contabilidade pública como o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.

São resoluções do CFC que tratam sobre os Princípios:

Resolução CFC nº 750/93 (alterada pela Resolução CFC nº 1.282/2010): consagra os Princípios de Contabilidade, que são de observância obrigatória no exercício da profissão contábil, constituindo condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Resolução CFC nº. 1.111/07 (alterada pela Resolução CFC nº 1.367/2011): o apêndice II da Resolução CFC nº 750/93, informa a adequada interpretação a ser alcançada para os Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do setor público.

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades (art. 2º, Resolução CFC n.º 750/93).

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35 Atenção! Atualmente são denominados apenas de “Princípios de Contabilidade” e não mais de “Princípios Fundamentais de Contabilidade”.

Originalmente a Resolução CFC n.º 750/93 denominava os princípios contábeis de Princípios Fundamentais de Contabilidade. Todavia, a Resolução CFC n.º 1282/10 processou essa e outras alterações no conteúdo daquela resolução.

Outra novidade! A atualização monetária não é mais considerada um princípio contábil, sendo revogada pela Resolução CFC n.º 1.282/10.

Apesar de não possuir mais a envergadura de um Princípio de Contabilidade, a atualização monetária continua sendo uma técnica prevista no novo texto da Resolução CFC nº 750/93, todavia, agora inserida no contexto do Princípio do Registro pelo Valor Original. Portanto, agora existem apenas seis Princípios de Contabilidade:

ENTIDADE; CONTINUIDADE; OPORTUNIDADE;

REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; COMPETÊNCIA; e

PRUDÊNCIA.

Abaixo texto da Resolução CFC nº 750/93 modificado pela Resolução CFC nº 1.282/10:

Resolução CFC n.º 750/93

Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

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36 RESOLVE:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

AArt. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

o da ENTIDADE; o da CONTINUIDADE; o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA.

Referências

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