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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/ a PROVA: AMARELA 1

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 1 LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA

1 5 10 15 20 25 TEXTO 1

“Não lhes bastavam seis mil mannlichers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços, e o acalcanhar de doze mil coturnos; e seis mil revólveres; e vinte canhões, e milhares de granadas, e milhares de schrapnells, e os degolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de canhoneio contínuo; e o esmagamento das ruínas; e o quadro indefinível dos templos derrocados; e, por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços – sob a impassibilidade dos céus tranqüilos e claros – a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte...

Impunham-se outras medidas. Ao adversário irresignável as forças máximas da natureza, engenhadas à destruição e aos estragos. Tinha-as, previdentes. Havia-se prefigurado aquele epílogo assombroso do drama. Um tenente, ajudante-de-ordens do comandante geral, fez conduzir do acampamento dezenas de bombas de dinamite. Era justo; era absolutamente imprescindível. Os sertanejos invertiam toda a psicologia da guerra: enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota.”

CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Martin Claret, 2003, p. 520-521.

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Questão 11

Com base no TEXTO 1, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. O Texto 1 é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os

sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115.

02. A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e amparado pela crença religiosa.

04. Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 17), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranqüilos e claros” (linha 14).

08. Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens rotas e em pedaços.

16. A construção do texto por meio de parado-xos como “enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota” (linhas 27-29) confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de idéias antagônicas.

32. A correta “psicologia da guerra” (linha 27), aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam.

Comentário:

01. VERDADEIRA – A figura do sertanejo que resiste às inclemências naturais, que, diante do perigo, desperta do aparente marasmo e se transforma num Hércules – Quasímodo (mistura do herói épico com o deformado corcunda de Notre Dame), é a representação euclideana da mestiçagem que fortalece a raça.

02. VERDADEIRA – Aliando-se a essas condições físicas a energia do fanatismo religioso fica explicada a praticamente invencível coragem dos jagunços de Antônio Conselheiro.

04. FALSA – Quando se diz “todo aquele arsenal não lhes bastava”, o que se quer afirmar é que haverá um novo recurso utilizado pelo exército – “dezenas de bombas de dinamite”. A preposição “sob” esclarece que o termo é mera circunstância de lugar.

08. FALSA – O exército de São Sebastião não era do governo republicano que combatia os sertanejos, mas a ajuda celeste que o conselheiro prometera que viria para salvar Canudos.

16. VERDADEIRA – Os sertões tem como eixo condutor a apresentação dos contrastes entre o Brasil do litoral e do interior; Brasil urbano contra o sertão; a civilização contra o deserto. A abundância e a regalia em oposição à penúria e a fome. A força da riqueza contra a teimosia da miséria.

32. VERDADEIRA – ‘A correta “psicologia da guerra”’ é mais potencial bélico, mais força. Os sertanejos, no entanto, inverteram essa lógica, essa correta lógica da guerra.

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 3

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TEXTO 2

“É uma história muito triste, a história que eu vou contar: Um pai matou sua filha, com a tenção de se vingar. Foi lá na zona da Serra, lá bem distante do mar,

onde a riqueza é o pinheiro, que se transforma em dinheiro,

e no progresso do lugar. É uma história muito triste, vocês podem acreditar.”

SASSI, Guido Wilmar. Amigo velho. Porto Alegre: Movimento, 1982, p. 31.

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Questão 12

Levando-se em consideração a obra de Sassi e o TEXTO 2, assinale a(s) proposição(ões)

CORRETA(S).

01. Os pronomes que (verso 2), onde (verso 7) e que (verso 8) se referem, respectivamen-te, a eu (verso 2), mar (verso 6) e pinheiro (verso 7).

02. O poema narrativo menciona personagens, tempo e lugar que fizeram parte da história triste, contada pelo narrador, que confessa ser pai da menina.

04. O segundo verso do poema exerce a função de sujeito em relação ao primeiro, assim como o quarto verso indica finalidade em relação ao terceiro.

08. As palavras Serra (verso 5) e pinheiro (verso 7) são indicativas do local onde se passa a história. 16. Segundo o poema, o motivo do crime come-tido pelo pai foi a ambição, o fato de querer vender

mais pinheiros do que seus concorrentes e, assim, enriquecer mais rápido.

32. Os versos 8 e 9 constituem um exemplo da crítica à atitude gananciosa do homem em relação ao meio ambiente, desenvolvida na obra de Sassi.

Comentário:

01. FALSA – O primeiro “que” não substitui “eu” e sim “a história”; o “onde” não substitui “mas” e sim “zona da serra” e o segundo “que” (verso 8) realmente tem como antecedente “pinheiro”.

02. FALSA – O poema narrativo é apenas uma epígrafe que ilustra as trágicas cenas do conto. A narração é feita em terceira pessoa e não pelo personagem.

04. VERDADEIRA – Basta colocar na ordem natural os dois primeiros versos: “a história que eu vou contar é uma história muito triste.” e “Um pai matou a filha, com a tenção de se vingar” poderia ser lido como: para vingar-se, a fim de vingar-se.

08. VERDADEIRA – São claras as referências “Serra” e “pinheiro” como indicativas de montanhas ao sul do Brasil e, portanto, indicadoras de local.

16. FALSA – O motivo do crime (o pai corta as mãozinhas da filha de seis anos) foi o desespero do homem que está falindo ver seu dinheiro virar cinzas, queimado pela criança.

32. VERDADEIRA – Todos os contos deste livro e muitos outros do autor abordam a temática da destruição do meio ambiente e o castigo recebido por aqueles que se deixam levar ou envolver por essa destruição. RESPOSTA: 44 (04,08,32)

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 5

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TEXTO 3

“Meu povo trocou cauim por cachaça [...] E assim roubaram a alma do nosso povo. E sem sua alma, sem seu riso, sem sua terra, índio morreu. [...] Quando homem branco veio, disse que índios falavam com espíritos maus e índio deixou de escutar a voz de dentro.”

ZOTZ, Werner. Apenas um curumim. 20 ed. Rio de Janeiro: Editorial Nórdica, 1995, p. 21, 27, 38.

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Questão 13

Com base no TEXTO 3 e na obra de Werner Zotz, é CORRETO afirmar que:

01. na obra, há dois narradores (o pajé e o curumim). No excerto, aparece a voz do pajé que faz uma reflexão a respeito da aculturação de seu povo.

02. o trecho faz uma crítica à destituição da cultura indígena, que pode ser representa-da pela troca de

“cauim por cachaça”

(linha 1).

04. o narrador afirma que roubaram a alma do seu povo, como metáfora para explicar a perda de identidade do povo indígena.

08. a frase “E assim roubaram a alma do nosso povo” (linhas 1-2) pode ser reescrita, mantendo o significado, da seguinte forma: “E entretanto eles roubaram a alma do nosso povo”.

16. em “meu povo” (linha 1) e “nosso povo” (linha 2), os dois pronomes são de primeira pessoa e fazem referência aos indígenas.

32. a forma “Quando homem branco veio” (linhas 4-5) pode ser substituída por “Enquanto homem branco veio”, sem perda de valor semântico, já que as duas expressões são marcadores temporais de ação ocorrida no passado.

64. em “Quando homem branco veio, disse que índios falavam com espíritos maus e índio deixou de escutar a voz de dentro” (linhas 4-7), os verbos destacados indicam, respectivamente, uma ação concluída e uma ação habitual no passado.

Comentário:

01. VERDADEIRA – Os narradores, o velho e o menino, alternam-se capítulo a capítulo na obra inteira, apresentando os pontos de vista, às vezes conflitantes, do velho que procura reacender a alma de seu povo e do menino criado pelos brancos, o qual o velho procura reeducar, levando-o a reencontrar a voz interior e o espírito de seu povo.

02. VERDADEIRA – Bastante clara a inferência: cauim – cultura indígena e cachaça – cultura branca. 04. VERDADEIRA – Totalmente clara.

08. FALSA – Não é possível depreender qualquer relação de adversidade, de oposição. A coerência e a coesão poderiam ser estabelecidas por uma relação de conclusão, de conseqüência.

16. VERDADEIRA – Clara a inferência.

32. FALSA – ”Quando homem branco veio” traz um processo concluído no passado, o que resta demonstrado também pelo verbo “veio”; “Enquanto homem branco veio” estabelece idéia de ação contínua, ação que transcorre com duração no tempo e, nesse caso, caberia “Enquanto homem branco vinha”.

64. VERDADEIRA – Clara a necessidade do conhecimento de conceituação dos tempos verbais: “veio” – pretérito perfeito e “ação concluída”; “faltavam” – pretérito imperfeito: ação passada, mas com duração no tempo, “uma ação habitual no passado”.

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 7

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TEXTO 4

“Do alto tinham aguardado o socorro, o do exército encantado, e no alto voava o instrumento da morte. Entre o vôo espantado dos urubus, inclinavam-se as asas do aparelho que Setembrino de Carvalho tinha mandado para localizar redutos. O avião ia e vinha, subia, baixava, girava. Ria-se das pedradas, dos tiros, dos insultos. Navegava acima das espadas eriçadas e do fogo dos fuzis, um poder que tinha saído das mãos dos homens para aniquilar os homens.”

SCHÜLER, Donaldo. Império caboclo. 2 ed. Florianópolis: EdUFSC; Porto Alegre: Movimento, 2004, p. 210-211.

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Questão 14

A partir do TEXTO 4 e da obra de Schüler é CORRETO afirmar que: 01. Setembrino “ria-se das pedradas, dos tiros, dos insultos” (linhas 8-9).

02. o exército encantado (linha 2) é uma alu-são ao exército de São Sebastião, que retornaria para salvar os caboclos.

04. o uso do avião é um dos indícios do poder que o exército tinha em suas mãos. 08. ria-se, no contexto, pode significar: zomba-va, escarnecia.

16. nas expressões Do alto (linha 1) e no alto (linha 2) as palavras sublinhadas apresen-tam contração de preposição com artigo, relacionam-se à palavra alto e significam, respectivamente, procedência e localização.

32. o socorro que os caboclos tinham aguarda-do veio do alto, na forma de um avião.

Comentário:

01. FALSA – A ação “ria-se das pedradas, dos tiros, dos insultos” não é realizada por Setembrino, mas ao

avião, que “ia e vinha, subia, baixava, girava”, segundo o texto.

02. VERDADEIRA – Todos os beatos, guias e virgens que comandavam e inspiravam o exército do Império Caboclo, como Antônio Conselheiro, convenciam seus seguidores de que um exército desceria do céu para salvá-los e lavá-los à consolidação do Império Caboclo do Brasil Meridional.

04. VERDADEIRA – A desproporção entre as forças de Setembrino e a dos caboclos podia ser comprovada, inclusive, no uso do avião.

08. VERDADEIRA – Basta realizar a substituição do termo “ria-se” pelos termos propostos – “zombava” ,

“escarnecia” – para se perceber a correção da afirmativa, pautada na figura de linguagem da personificação

ou prosopopéia.

16. VERDADEIRA – “Do” (de + o) indica ponto a partir do qual se espera o socorro, portanto, denota procedência; “no” (em + o) se refere exatamente ao local em que se situava o avião – o céu.

32. FALSA – O avião representa justamente a força contrária aos caboclos, o seu inimigo. RESPOSTA: 30 (02,04,08,16)

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 9 Questão 15

Ainda com relação ao TEXTO 4, é CORRETO afirmar que:

01. em “Do alto tinham aguardado o socorro, o do exército encantado” (linhas 1-2) o vocá-bulo o, sublinhado, refere-se ao com-plemento do verbo da sentença anterior.

02. o vocábulo “e” (linha 2) inicia um período su-bordinado ao anterior, indicando uma adição. 04. em “Ria-se das pedradas” (linha 8), o se é indicativo de um sujeito indeterminado.

08. “O avião ia e vinha, subia, baixava, girava.” (linhas 7-8) constitui um período formado por cinco orações independentes entre si.

16. o que (linha 5) é um pronome relativo cujo antecedente é aparelho (linha 5).

Comentário:

01. VERDADEIRA – O pronome demonstrativo “o” substitui, por coesão, o termo “socorro”, complemento da locução verbal “ tinham aguardado”.

02. FALSA – O conectivo “e” estabelece, no trecho citado, uma relação de coordenação.

04. FALSA – Em “Ria-se das pedradas”, o sujeito é oculto, referindo-se semanticamente a “avião”. Nesse caso, o “se” funciona como um expletivo do verbo.

08. VERDADEIRA – O período é composto por coordenação, apresentando cinco orações, uma delas sindética

(“...e vinha”).

16. VERDADEIRA – Em “...asas do aparelho que”, o relativo “que” recupera o termo “aparelho” > “asas do

aparelho o qual”. Reescrevendo a oração em que figura o relativo teríamos: “Setembrino de Carvalho tinha mandado o aparelho para localizar redutos.”

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Questão 16

Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

01. Os acentos gráficos em corrupião, lá e baldeação são justificados pela mesma regra. 02. São classificadas como oxítonas: corrupião, poder e conduzi-lo.

04. As palavras beira, aérea e tédio possuem a mesma classificação quanto à posição da sílaba tônica. 08. Os acentos gráficos dos vocábulos você, protegê-los e contém seguem as regras de acentuação

das oxítonas.

16. Em idade, ainda e fluido temos três pala-vras com o mesmo número de sílabas. 32. As palavras gratuito, debaixo e implicou são trissílabas.

Comentário:

01. FALSA – Inadmissível imaginar o til como acento. O til indica tão somente nasalidade – veja-se, por exemplo, “ímã”.

02. VERDADEIRA – Veja-se: cor-ru-pi-ão, po-der e con-du-zi-(lo).

04. VERDADEIRA – Todas as palavras são paroxítonas: bei-ra, a-é-rea e té-dio.

08. VERDADEIRA – A regra que justifica a acentuação de vo-cê, pro-te-gê-(los) e com-tém é sim a das oxítonas (terminadas em o, e, a e em).

16. FALSA – Quando a “i-da-de” e “a-in-da”, nenhuma dúvida terá o candidato. Quando a “flui-do”, claro que poderia haver confusão com “flu-í-do”. “Flui-do” é dissílaba e “flu-í-do” é que seria trissílaba.

32. VERDADEIRA – Perceba-se que “gra-tui-to” (e não gra-tu-í-to), “de-bai-xo” e “im-pli-cou” são de fato trissílabas.

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 11 TEXTO 5

A flor e a náusea 1

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“Uma flor nasceu na rua!

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada

ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.

[...]

É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.”

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Questão 17

Quanto ao TEXTO 5, é CORRETO afirmar que:

01. Drummond afasta-se da poética modernista ao utilizar termos como “tédio”, “nojo” e “ódio”, expres-sões do cotidiano e em desacordo com o ideal estético da época.

02. em “É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto...” (verso 7), temos uma figura de linguagem denominada aliteração. Na utilização desse recurso, forma e conteúdo são aliados para construção de um significado.

04. em “É feia. Mas é uma flor”. (verso 7), a conjunção indica que ser flor é um elemento adicional ao fato de ser feia.

08. a exclamação no final do verso 1 encerra uma frase imperativa.

16. o nascimento da flor pode ser considerado uma metáfora para a possibilidade de existência de vida em condições adversas: “Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” (verso 7).

Comentário:

01. FALSA – Não se sustenta a idéia de que os vocábulos “tédio”, “nojo” e “ódio” estejam em desacordo com o ideal estético do Modernismo; pelo contrário, elas pertencem a um reduto lexical que já caracterizava, pelo tipo de dessacralização que propunham, a poesia da época.

02. VERDADEIRA – A aliteração no trecho se dá com a consoante fricativa f, que auxilia a criação de um efeito de sentido de fricção, movimento que rompe com algo, faz transpassar de um ponto a outro – justamente o que o verso enuncia.

04. FALSA – A conjunção “Mas” indica basicamente oposição. No caso, vê-se oposto o fato de ser feia à idéia de ser flor, idéia última que, culturalmente, carrega traços de beleza, daí a oposição.

08. FALSA – Não há no trecho em questão qualquer indício imperativo de ordem, pedido, sugestão, mas meramente uma constatação.

16. VERDADEIRA – “Flor”, no contexto em que se insere, contrapõe-se à rudeza e à agressividade do ambiente em que nasce; desse modo, é metáfora, sim, da possibilidade da vida.

RESPOSTA: 18 (02, 16)

Comentário: É corrente – e nos parece estéril – a discussão sobre o valor do conectivo “mas” no trecho

em questão do conhecido poema de Drummond. Inclusive isso já foi questionado em outros exames vestibulares. Queremos acreditar que, pelo perfil da prova e feição das afirmações, não fosse intenção do examinador enveredar pela discussão das camadas de sentido que o ‘mas’ poderia assumir nesse contexto. Pensando no raciocínio do aluno, é plenamente possível imaginar a idéia de oposição entre “ser feia” e “ser flor”, nessa ordem, e, se fosse o caso, pensar em adição se tivéssemos, por exemplo, “ser flor” e “ser feia.”

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 13 Questão 18

Podem-se estabelecer relações entre as obras indicadas para este Vestibular, o contexto sócio-cultural e outros textos.

Com base nesta consideração, assinale a(s) proposição(ões) abaixo que esteja(m) CORRE-TA(S). 01. Embora em contextos diferentes, os escrito-res se utilizam de recursos recolhidos dos costumes

populares para a composição de seus textos. Assim, Jorge de Lima, no poema “Xangô”, faz o apelo: “São Marcos, S. Manços / com o signo-de-salomão”, que pode ser comparado ao mesmo recurso utilizado por Franklin Cascaes, quando ensina os remédios contra as bruxas: “ervas, alho e a cruz de sino saimão”.

02. O romance O império caboclo, de Donaldo Schüler, utiliza-se da Guerra do Paraguai como tema principal. Da mesma forma, Euclides da Cunha utiliza-se da temática histórica da Guerra de Canudos para compor Os sertões.

04. A profecia, utilizada como anúncio de catás-trofes, pode ser lida tanto nas palavras de Antônio Conselheiro, personagem de Euclides da Cunha, como na figura do pajé, construída no texto de Werner Zotz. Os dois personagens alertam para o fim de um mundo, de um povo, de uma cultura. 08. Os imigrantes de diferentes nacionalidades constituem temática freqüente dos ficcio-nistas

brasileiros, que retratam as diferentes culturas formadas no Brasil por esse processo histórico. É assim que Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado, e O fantástico na Ilha de Santa Catarina, de Franklin Cascaes, retratam a cultura italiana no sul do Brasil.

16. Em 200 crônicas escolhidas, Rubem Braga confirma o gênero textual que dá nome à obra, por apresentar textos com assuntos do dia-a-dia relacionados à natureza, à mocidade, ao amor à vida simples, por meio de uma linguagem clara e com certo tom de informalidade.

32. Há uma notável intertextualidade entre os livros Novos poemas, de Jorge de Lima e A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade, pois os dois são compostos de poemas.

Comentário:

01. VERDADEIRA – Há uma coincidência nas invocações citadas.

02. FALSA – O Império Caboclo tem como tema a Guerra do Contestado, ocorrida à época da I Guerra Mundial, numa região próxima à divisa do Paraná e Santa Catarina, entre 1912 e 1916.

04. VERDADEIRA – A profecia, a ameaça de catástrofes é recorrente nas obras citadas.

08. FALSA – A obra de Alcântara Machado focaliza primordialmente a cultura italiana dos imigrantes, em São Paulo. Em Santa Catarina, Franklin Cascaes se dedica ao estudo e preservação da cultura açoriana.

16. VERDADEIRA – O enunciado se auto-define e se auto-explica.

32. FALSA – A intertextualidade não se baseia na forma de composição dos textos mas na referência analógica dos conteúdos.

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Questão 19

Assinale a(s) proposição(ões) que mantém (mantêm) o mesmo sentido do enunciado abaixo.

A escolha de uma profissão é inevitável. Ela costuma acontecer durante a adolescência. As boas conseqüências de uma escolha bem feita se refletem no sucesso do futuro profissional.

01. A escolha de uma profissão, que é inevitá-vel, geralmente ocorre na adolescência e, quando bem feita, é a base do sucesso do futuro profissional.

02. A escolha de uma profissão, que costuma acontecer na adolescência, é inevitável e suas boas conseqüências são refletidas no sucesso do futuro profissional.

04. Geralmente acontecendo na adolescência, a escolha de uma profissão, cujas boas conseqüências se refletem no futuro profissional, é inevitável.

08. As boas conseqüências de uma escolha bem feita se refletem onde o adolescente define o sucesso.

16. A escolha de uma profissão na adolescência cujas boas conseqüências são inevitáveis onde há sucesso, reflete o futuro profissio-nal.

32. A escolha da profissão, cujas boas conse-qüências se refletem no sucesso do futuro profissional, é inevitável e costuma aconte-cer na adolescência.

Comentário:

01. VERDADEIRA 02. VERDADEIRA 04. VERDADEIRA

08. FALSA – O uso do pronome “onde” quebra totalmente a coerência do período, invalidando-o em comparação com as proposições dadas como modelo.

16. FALSA – Novamente o pronome “onde” atrapalha o sentido da construção, além do que o outro relativo,

“cujas”, não define de modo claro a relação que estabelece - se entre “conseqüências” e “adolescência” ou

se entre “conseqüências” e “escolha de uma profissão”. 32. VERDADEIRA

RESPOSTA: 39 (01,02,04,32)

Comentário: Com muito boa vontade aceitam-se as três primeiras proposições, uma vez que,

rigorosamente, poderia haver um maior cuidado com o estilo na formulação das passagens citadas. A invalidação das proposições 08 e 16 se dá, portanto, pelo franco absurdo de suas construções.

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COPERVE/UFSC CONCURSO VESTIBULAR-UFSC/2006 1a PROVA: AMARELA 15 Questão 20

Dentre as proposições abaixo, algumas ferem a norma padrão. Assinale aquelas que não apresentam

desvio gramatical.

01. Se todos houvessem seguido as normas, não haveria tantas reclamações.

02. O desrespeito à natureza é tanto que, na-quele lugar, já não existem animais daquela espécie. 04. Havia apenas uma saída para o problema, mas outras poderiam haver caso analisás-semos o

problema com mais calma.

08. O desafio que me refiro implica em fazer escolhas.

16. Restabelecer-se-iam, de imediato, as liga-ções, se houvessem técnicos de plantão. 32. Hão de trazer o que me prometeram! Ora, se hão!

Comentário:

01. VERDADEIRA – Na primeira ocorrência, o verbo haver – “houvessem” – é auxiliar e, portanto, flexionável (corresponde a “tivessem seguido”). Já na segunda o verbo haver – “haveria” – é usado na acepção de ocorrer, acontecer, existir e, assim, é impessoal, permanece no singular.

02. VERDADEIRA – O verbo existir é pessoal. Seu sujeito é “animais daquela espécie” e, dessa forma, flexiona-se no plural estabelecendo a adequada concordância entre sujeito e verbo.

04. FALSA – Nesta construção o verbo haver, como sinônimo de existir, transmite sua impessoalidade ao verbo auxiliar da locução e, segundo o português-padrão, deveria ser: “poderia haver”.

08. FALSA – Duas inadequações ao português-padrão: primeira – regência do verbo “referir-se” que exige preposição “a” (O desafio a que me refiro/ao qual me refiro); segunda – regência verbal de “implicar” que não admite, no sentido de acarretar, a preposição “em” (...implica fazer escolhas.)

16. FALSA – Comentado o problema nas alternativas 01 e 04.

32. VERDADEIRA – Demonstrada a correção dos períodos na alternativa 01. Mais uma vez, “haver” é auxiliar e, assim sendo, flexiona-se (Eles têm de trazer o que me prometeram! Ora, se têm!).

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