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Ide também vós para a minha vinha!

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Academic year: 2021

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25º DOMINGO DO TEMPO COMUM

24 de setembro de 2017

“Ide também

vós para a

minha vinha!”

Leituras: Livro do Profeta Isaías 55, 6-9; Salmo 144 (145), 2-3.8-9.17-18; Carta de São Paulo aos Filipenses 1, 20c-24; Mateus 20, 1-16.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Nesta páscoa semanal de Jesus, o Pai, o mais justo e bom “patrão”, nos

chama a viver o sentido profundo de sua Aliança conosco. Essa aliança é dom gratuito de seu amor, selada em Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição. Neste dia nacional da Bíblia, lembremos que ela ilumina nossa vida e aponta o caminho do Reino de Deus.

1. Situando-nos brevemente:

Chegamos ao último domingo de setembro. Hoje a Igreja do Brasil celebra o Dia Nacional da Bíblia, colocado sempre para o último domingo do mês de setembro. Há 45 anos, no Brasil, o mês da Bíblia tem sido oportunidade para um mergulho mais profundo no conhecimento de um texto da Sagrada Escritura. Nesse ano, com o tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham Vida” e o Lema: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida (cf. 1Ts 2,8)”, são dadas pistas para compreender melhor a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses.

A liturgia é o lugar privilegiado da proclamação e da escuta da Palavra de Deus. O Evangelho de hoje nos leva a pensar no trabalho, na oportunidade de emprego, no sustento da família e na vida digna para todos. Angustia ao coração humano e sensível, muito mais à consciência dos cristãos, a multidão de desempregados, as pessoas que passam fome, a falta de moradias dignas, as injustiças sociais, e do outro lado, o número privilegiado de pessoas ricas e poderosas que pouco se importam com os que não têm pão, casa e emprego. É uma divisão complexa e fere profundamente o coração humano.

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2. Recordando a Palavra

O profeta Isaías fala com o povo como um vendedor ambulante que oferece uma “mercadoria” abundante e de excelente valor: água e pão do primeiro êxodo, leite da terra prometida, vinho do banquete, gordura do sacrifício de comunhão oferecida no Templo, a vida e a renovação de uma aliança perpétua (cf. Is 55,1-5).

O profeta pronunciou palavras tão magníficas que chegam a ser incríveis. O Senhor tem um modo de planejar e agir diferente do nosso. A perspectiva da humanidade está rente ao chão, mas o plano e o pensamento de Deus vão muito além. Os nossos caminhos não são os caminhos de Deus... o caminho de Deus é cheio de ternura e ele é pródigo em perdoar.

O capítulo 55 do Livro de Isaías, final do Dêutero-Isaías, insiste na conversão dos obstinados, na confiança, na ternura e no perdão de Deus, pois sua sabedoria ultrapassa a nossa, e sua Palavra não decepciona. É uma palavra de esperança para o povo que está no Exílio. Deus tem uma lógica diferente da nossa, não pensa como nós. A lógica de Deus é a lógica do amor que sempre acha um jeito de nos dar mais do que merecemos. O discípulo missionário de Jesus Cristo, da mesma forma, deve estar disposto a partilhar a vida, especialmente, com as pessoas mais carentes.

No Salmo 144 (145) rezamos que o Senhor é grande, merece louvor, por sua imensa misericórdia, paciência, compaixão, bondade e justiça! Sua ternura abraça toda criatura! O Senhor é justo em seus caminhos e fiel em todas as suas obras. Ele está perto de quem o invoca com lealdade. Louvemos o Senhor nosso Deus pelos sinais do Reino, criando raízes em nossas igrejas e na sociedade atual.

Paulo está preso e correndo o perigo de morte. Sua reflexão é “Uma só coisa importa: Viver à altura do Evangelho de Cristo!”. Para ele a vida é importante por causa da sua missão, e a morte é atraente pela fé no encontro com a bondade e a ternura de Deus. Morrer é estar com Cristo! A grande escolha é viver bem, ser uma força positiva no mundo, ter uma vida que faça sentido e seja anúncio da Boa Notícia de Jesus Cristo. A norma da vida aqui não é ditada pela polis grega, mas sim, pelo Evangelho. Paulo constata a estrita relação entre anunciar o Evangelho e doar a própria vida (1Ts 2,8). Mateus nos conta a parábola da videira que é a imagem tradicional de Israel. A parábola revela a situação de desemprego existente na Palestina no tempo de Jesus. A jornada costumava ser de sol a sol e era paga diariamente. Os últimos são pessoas necessitadas, sem trabalho e sem salário. A Primeira Aliança ensina que o salário de um trabalhador não deve permanecer nas mãos do patrão até o dia seguinte (cf. Dt 24, 15; Lv 19,13); o ensinamento de Jesus ultrapassa significativamente essa lei. Suas advertências e sua promessa incluem a todos, primeiros e últimos.

A parábola do bom patrão mostra que Jesus estava muito engajado e por dentro da vida e do sofrimento de seu povo. Mostra também que Ele é um profeta, porque, do cotidiano da vida Ele arranca a novidade de sua mensagem, indo além, da realidade. Com essa parábola, Jesus nos revela quem é Deus: Pai bondoso que age além da justiça e da compreensão humana. O importante é que todos tenham o necessário para viver bem e serem felizes. Na justiça do Reino de Deus, não há lugar para discriminações.

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3. Atualizando a Palavra

Para melhor compreensão da parábola do patrão justo, é bom ler Mateus de 19, 30 até 20, 16. Existe uma moldura para essa parábola: “Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros”. O versículo inicial anuncia a inversão de valores, e o final explica a relação correta entre Deus e a humanidade. É no trabalho cotidiano que Deus se revela e nós demonstramos nosso empenho pela justiça.

Na parábola, o trabalhador reclama da “injustiça” do patrão porque tem uma idéia da justiça distributiva, matemática. Orienta-se pela ideia de direitos e méritos que geram inveja e mesquinhez. A real justiça baseia-se na necessidade pessoal e na generosidade do “patrão”. Deus não é injusto ao ser generoso. A bondade de Deus ultrapassa os critérios humanos.

Jesus vem revelar a partilha e ensina a repartir de acordo com a generosidade do Pai. A frase que fecha a parábola aplica-se a judeus e cristãos em relação ao Reino. Alerta-nos para que não sejamos parte dos primeiros que se refugiam em suas próprias ações, em seus serviços prestados à Igreja desde cedo.

Sejamos dos que reconhecem e confiam na generosidade de Deus. Tudo dele recebemos! Tudo é de graça! Seu dom é sem medida e todos podem receber e participar da comunhão com Ele, não por merecimento pessoal, mas gratuitamente por sua graça e bondade.

O que importa não é o quanto fazemos, mas o como fazemos. Facilmente julgamos as pessoas que não se esforçam, não se engajam, não fazem o suficiente para participar do Reino. É necessário valorizar a boa vontade e o desejo de participação dos que sempre ficaram à margem, excluídos na Igreja e na sociedade: as mulheres, os pobres, as crianças...

Deus ultrapassa todas as nossas limitações e o nosso jeito de entender a vida. Tanto quanto as nuvens estão longe de nosso chão, assim são os planos de Deus com relação à nossa estreiteza de visão e de projetos. Mas Deus se deixa encontrar, está em nossos caminhos para transformá-los em caminhos de Deus. Isaías nos revela que Deus nos convida a abandonar nossas maquinações e assumir a generosidade de Deus. Assumindo o projeto de Jesus, nossos caminhos se aproximarão do caminho do único “Patrão” que devemos ter. “Patrão” que é o Pai de Jesus, Pai nosso!

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

O Pai, justo e fiel, cheio de bondade e misericórdia, renova conosco a Aliança, dom gratuito de seu amor. Ele não nos trata mesquinhamente, conforme nossa eficiência, mas na proporção da sua imensa ternura. Por isso, todos, indistintamente, somos convidados a ouvir sua Palavra e à participação do banquete da vida, por ele preparado e oferecido generosamente.

A comemoração do Domingo da Bíblia está em referência à memória de São Jerônimo, dia 30. Ele traduziu a Sagrada Escritura dos seus originais e revisou a antiga versão latina. Importa recordar que é na liturgia que a Sagrada Escritura adquire a sua maior expressão de verdadeira proclamação da Palavra de Deus. Procurar não fazer da Bíblia

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Recordar ainda que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, em comunhão com a Conferência de Aparecida e as últimas orientações do CELAM consideram a Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral. A finalidade da Sagrada Escritura, enquanto contém a Palavra de Deus, é animar e conduzir a vida da Igreja enviada a anunciar o Evangelho e doar a própria vida.

Fomentar, na comunidade, a Leitura Orante da Bíblia para se viver em atitude de diálogo e oração com o Senhor, é uma meta especial desse tempo. A oração com a Palavra por meio da lectio divina nos insere na vida de Cristo, que ilumina todos os âmbitos da vida de nossos povos, oferecendo-lhes vida nova. A Palavra de Deus na família, na escola, na cultura, no trabalho, no tempo livre e em todos os setores da vida social, faz florescer uma nova humanidade (BENTO XVI. Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini (VD). Documentos Pontifícios 6. Brasília: Edições CNBB, 2011, n.93)

Para facilitar uma escuta da Palavra que conduza ao seguimento de Jesus Cristo, se requer disposições que a Animação Bíblica da Vida e da Pastoral deve incentivar. Eis algumas delas:

a) Silêncio – “A Palavra só pode ser pronunciada e ouvida no silêncio interior e exterior” (Ibidem, n.66). Por isso é necessário educar o povo de Deus no valor do silêncio para descobrir o sentido do recolhimento e do sossego interior, seguindo o exemplo de Maria, que nos ensina a fazer silêncio deixando que a Palavra ressoe no coração (Lc 1, 26-38). b) Fé e abertura de coração – Junto com a necessária proximidade aos textos bíblicos por

meio da exegese, a chave para compreender cada texto bíblico e a busca da relação do texto com o plano de salvação de Deus para a toda a humanidade. Esta atitude a encontramos, por exemplo, no ministro etíope (At 8, 26-40).

c) Pureza de coração – Geralmente deparamo-nos com a leitura da Sagrada Escritura com ideias preconcebidas que é necessário deixar de lado para descobrir a novidade da Palavra que torna possível um diálogo sempre novo, fecundo e verdadeiro com o Senhor. Esta atitude a encontramos, por exemplo, em Lídia.

d) Docilidade ao Espírito de Deus – A Palavra se nos dá para encontrar a Cristo e aderirmos a Ele. A atitude própria do discípulo é a de deixar-se interpelar pelo Senhor e ordenar sua vida a partir dele. Para isso, é necessário ser dócil ao sopro do Espírito Santo para ser capaz de aceitar que há certos aspectos de nossa vida que e necessário converter a Cristo. Esta atitude a encontramos, por exemplo, em Maria de Betânia (Lc 10, 38-42).

Oração dos fiéis:

Presidente: O Senhor disse: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos e

os vossos caminhos não são os meus"; roguemos ao Senhor que nos conceda pedir o que corresponde à sua vontade e ao seu plano de amor.

1. Senhor, nesse dia da Bíblia, a Igreja, contando com tua graça, possa fazer o rebanho pensar com os teus pensamentos e caminhar nos teus caminhos, para que o teu Reino se faça presente entre nós. Peçamos:

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2. Senhor, neste dia da Bíblia, esteja sempre perto dos nossos governantes e faça com que se tornem disponíveis para atender o teu povo, principalmente os mais necessitados. Peçamos:

3. Senhor, neste dia da Bíblia, e que amais a cada um de nós, fique sempre ao lado do teu povo simples e marginalizado. Peçamos:

4. Senhor, neste dia da Bíblia, que plantastes a tua vinha no meio de nós, fazei que nossa comunidade possa sempre ser mais disponível para atender o convite de cultivá-la, construindo uma sociedade baseada na justiça, na paz e na fraternidade. Peçamos: 5. Senhor, neste dia da Bíblia, os nossos dizimistas possam se tornar cada vez mais disponíveis ao convite para trabalharem na vinha do teu Reino, que é nosso mundo. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Senhor nosso Deus, que amais todas as pessoas e fazeis brilhar o sol sobre

os bons e os maus, ajudai-nos a romper o círculo mesquinho da nossa avareza e a amar todos como irmãos e irmãs. Por Cristo nosso Senhor.

T.: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

Presidente: Acolhei, ó Deus, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que

possamos conseguir por este sacramento o que proclamamos pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus, auxiliai sempre os que alimentais com vosso sacramento para que

possamos colher os frutos da redenção na liturgia e na vida. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presid.: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós.

Presid.: O Deus, olhai com bondade para os teus filhos e filhas, para que compreendam

teu modo misericordioso de agir que ultrapassa a justiça humana. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

Presid.: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. T.: Amém.

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