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Relatório & Contas. Consolidadas. Um Mundo de Inspiração

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Academic year: 2021

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(1)

2014

Um Mundo de Inspiração

(2)
(3)

Capital Social: 204 635 695 euros Mat. na C.R.C. do Porto com o n.º 502 399 694

(4)

Europa

7

PAÍSES

179

EMPRESAS

Grupo Mota-Engil ou participadas

1.005

M€

milhões de euros CARTEIRA DE ENCOMENDAS

931

M€

milhões de euros VOLUME DE NEGÓCIOS

97

M€

milhões de euros EBITDA

América

Latina

4

PAÍSES

41

EMPRESAS

Grupo Mota-Engil ou participadas

1.984

M€

milhões de euros CARTEIRA DE ENCOMENDAS

537

M€

milhões de euros VOLUME DE NEGÓCIOS

37

M€

milhões de euros EBITDA

(5)

36

EMPRESAS

Grupo Mota-Engil ou participadas

275

M€

milhões de euros

EBITDA

Partilhar uma visão de futuro é crescer com valores e objetivos em comum em três continentes.

Mas é também evoluir com as comunidades que servimos. Juntos desenvolvemos, há quase

70 anos, relações que definem a história e a economia de um país, construindo infraestruturas

essenciais, operando em portos, estradas e ferrovia, melhorando a acessibilidade

e o saneamento ou tornando as cidades mais limpas, funcionais e modernas, graças a projetos

estruturantes e serviços fundamentais que transformam a vida das populações em 21 países.

(6)

Destaques

2014

Volume de negócios atingiu

2,4 mil milhões de euros,

dos quais 45% na região de África

EBITDA aumentou 13%

para 409 milhões de euros,

traduzindo-se numa margem de 17,3%

Resultado líquido de 51 milhões de euros,

em linha com 2013

Carteira de encomendas atingiu

4,4 mil milhões de euros, dos quais

45% e 32% na América Latina

e em África, respetivamente

Dívida líquida de 1.159 milhões de euros,

correspondendo a um rácio dívida

líquida/EBITDA de 2,8x

Admissão à cotação da subsidiária

Mota-Engil Africa em novembro de 2014

(7)

MILHARES DE EUROS

2014 % VPS D 2013 % VPS 4T14 % VPS D 4T13 % VPS

(auditado) (auditado) (não auditado) (não auditado)

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 2.368.155 2,4% 2.313.702 578.687 (11,1%) 650.925

Europa 931.483 2,2% 911.142 282.185 52,9% 184.611 África 1.061.673 5,2% 1.008.918 221.409 (26,9%) 302.896 América Latina 537.492 26,1% 426.105 162.059 31,2% 123.539 Outros & Intragrupo (162.492) (32.463) (86.966) 39.879

EBITDA 409.238 17,3% 12,8% 362.839 15,7% 95.910 16,6% (1,1%) 96.985 14,9%

EBIT 272.647 11,5% 12,3% 242.876 10,5% 77.551 13,4% 16,7% 66.446 10,2%

Resultados financeiros (131.222) (5,5%) (23,5%) (106.243) (4,6%) (46.393) (8,0%) (63,0%) (28.468) (4,4%) Ganhos/perdas em empresas associadas (18.693) (0,8%) - (1.451) (0,1%) (7.184) (1,2%) - (210) (0,0%) Resultados antes de impostos 122.732 5,2% (9,2%) 135.182 5,8% 23.974 4,1% (36,5%) 37.768 5,8%

Resultado líquido consolidado 83.089 3,5% (6,1%) 88.468 3,8% 10.163 1,8% (47,9%) 19.500 3,0% Atribuível:

a interesses que não controlam 32.538 1,4% (14,3%) 37.964 1,6% 9.356 1,6% 35,4% 6.911 1,1%

ao Grupo 50.550 2,1% 0,1% 50.505 2,2% 807 0,1% (93,6%) 12.589 1,9%

EBITDA = Resultado operacional + amortizações + provisões e perdas de imparidade; Endividamento líquido = Endividamento – caixa e seus equivalentes;

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

EBITDA

GRUPO (MILHÕES DE EUROS) GRUPO (MILHÕES DE EUROS) 280 83 170 311 98 287 409 363 118 2014 2012 2013 1.435 879 1.043 1.599 769 2.243 2.368 2.314 1.201 2014 2012 2013

(8)

Índice

Relatório

de Gestão

Consolidado

01

Informação

Financeira

Consolidada

02

Enquadramento macroeconómico 16 Análise da performance económico-financeira 20 Análise por áreas de negócio 27 Mota-Engil na bolsa 42 Gestão de risco 44 Gestão do capital humano do Grupo 52 Atividade desenvolvida pelos

membros não-executivos

do Conselho de Administração 53 Proposta de aplicação

de resultados 53 Perspetivas para 2015 54 Factos relevantes após o termo

do exercício 55 Nota final 56

Demonstrações consolidadas

dos resultados 61 Demonstrações consolidadas dos

resultados e do outro rendimento

integral 62 Demonstrações da posição financeira consolidada 63 Demonstrações das alterações

no capital próprio 64 Demonstrações dos fluxos de caixa

consolidados 66 Notas às demonstrações financeiras

consolidadas 67 Apêndice A 175

(9)

Relatório

sobre as Práticas

de Governo

Societário

03

Relatórios de

Fiscalização

04

Relatório sobre as Práticas

de Governo Societário 187 Anexos 239 Declaração nos termos do artigo

245.º do CVM 239 Artigo 324º do CSC 240 Artigo 447.º do CSC 240 Artigo 448.º do CSC 241 Decreto-Lei n.º 411/91 241 Artigo 66.º n.º 5 alínea g) do CSC 242 Participações qualificadas 243 Declaração sobre políticas de

remuneração aplicáveis aos dirigentes 243

Certificação Legal das Contas 258 Relatório e Parecer do Conselho Fiscal 260 Relatório de Auditoria 261

(10)

Somos um Grupo

coeso, com estratégias

bem definidas.

É essa UNIÃO que faz

da Mota-Engil uma

empresa forte.

Mensagem do Presidente

do Conselho

(11)

Exmos. Senhores,

Procedemos hoje à aprovação pelos Senhores Acionistas

das contas do exercício de 2014 que, apesar da crise de

preços das commodities, têm de ser consideradas como

boas, já que tivemos crescimento, mantivemos os níveis

de rentabilidade e conseguimos salvaguardar a nossa

carteira de encomendas em níveis aceitáveis.

A crise portuguesa provocada pela derrocada do Grupo BES fez-nos perder os timings de colocação em bolsa da Mota-Engil África em junho de 2014.

Posteriormente, a crise dos preços das commodities, não permitiu ainda o reforço do free-float. Esperávamos uma empresa cotada numa bolsa europeia, mas com um free-float significativo, o que até agora não foi possível.

Temos neste aspeto de estar atentos às soluções que o mercado venha a oferecer, porquanto a situação atual não é possível manter-se.

Como disse anteriormente, os níveis de resultados que obtivemos, e que considero muito aceitáveis, são fruto:

a) De uma estratégia de diversificação regional e de atividades que tem sido paulatinamente implantada.

b) Da nossa resiliência no mercado africano, onde a nossa tradição de muitas dezenas de anos e a elevada performance técnica, que demonstrámos recentemente, nos permite hoje atuar ao nível de grandes projetos, sem perder a caraterística de atender às necessidades nacionais em cada país onde atuamos (obras de menor dimensão).

c) Da expansão da nossa atividade na América Latina, um mercado que confirmou o elevado potencial que prevíamos, como é o caso do México.

d) Da capacidade para melhorar a atividade em Portugal e na Polónia, aguardando uma potencial retoma futura.

Mas muito mais do que tudo isto, porque somos um Grupo coeso, com estratégias bem definidas, com capacidade de adaptação às vicissitudes momentâneas e que não hesita em tomar as medidas que julga necessárias.

É essa UNIÃO de um GRUPO que faz da Mota-Engil uma empresa forte, mas com respeito pelos seus acionistas, quer sejam parceiros locais, quer sejam acionistas de empresas cotadas em bolsa. Não hesitaremos nunca na defesa desses princípios de união e de respeito pelos que acreditam em nós. Não posso terminar sem referir a importância de termos sido ganhadores da privatização da EGF e esperamos sinceramente que o processo seja concluído rapidamente.

Agradeço à administração executiva e aos colaboradores o excelente trabalho desenvolvido. Agradeço também aos nossos clientes e fornecedores, às entidades financeiras e a todos os acionistas o apoio que sempre sentimos.

Estamos em três continentes, em 21 países, somos 23.000 colaboradores, mas somos só um, o GRUPO MOTA-ENGIL.

António Mota

(12)

Com um crescimento

como o que alcançámos

em 2014, estamos

a capacitar o Grupo

de um maior nível de

competências técnicas e

de capacidade

de execução em

cada região.

Mensagem do Presidente

da Comissão

Executiva

(13)

Exmos. Senhores Acionistas,

No final de mais um exercício económico, e no cumprimento das obrigações legais e estatutárias, venho ao vosso contacto para, através do presente Relatório, apresentar os Resultados Consolidados Anuais de 2014.

Num exercício de reflexão e balanço, classifico 2014 como um ano marcante pela concretização de um conjunto de objetivos de dimensão estratégica, operacional e financeira com significativa relevância para o presente e futuro do Grupo.

Alicerçados nos valores fundacionais de quase 70 anos de história, mas conscientes das exigências que os tempos atuais nos colocam pela crescente dimensão e dispersão da organização multinacional que hoje somos, o ano de 2014 fica marcado pelo aprofundamento do modelo de governance, matéria em que reforçámos os níveis de autonomia operacional das regiões e consequentemente os seus níveis de responsabilidade.

Implementámos igualmente um reforço significativo das políticas corporativas para assegurar transversalmente uma maior uniformidade de atuação e os mesmos standards de qualidade operacional e de reporte aos órgãos de gestão.

Foi igualmente um ano que fica marcado pelo reforço de um portfólio já extenso mas a que acrescentámos em 2014 a conclusão das secções 3 e 5 do Corredor de Nacala, a maior obra ferroviária em África nos últimos 50 anos, cumprida com um nível de qualidade e segurança reconhecido com uma das melhores classificações a nível mundial, assim como o Porto de Paita e o contrato de Las Bambas no Peru, a obra em Portugal na região do Alqueva, entre outras obras muito relevantes.

Concluímos assim em 2014 o maior contrato até hoje realizado pela Mota-Engil, reforçando o reconhecimento e a posição ímpar que temos no continente africano, sendo hoje líder na região da SADC e em alguns mercados em que marcamos presença. Conscientes desta evolução, concretizámos em devido tempo a cotação da Mota-Engil Africa na bolsa de Amesterdão, processo que permitiu cumprir com a estratégia proposta e aprovada por unanimidade pelos Senhores Acionistas, e que permitirá, estamos certos, que a Mota-Engil África inicie um novo ciclo da sua história. O cumprimento do objetivo de cotar a Mota-Engil Africa na bolsa de Amesterdão, que, recordo, é a segunda praça financeira europeia e quinta maior do mundo, foi exigente para toda a estrutura, mas representou mais um marco para uma empresa que se tem afirmado de forma crescente no continente africano.

No entanto, o projeto de cotação da Mota-Engil Africa não retirou o foco do que são as metas operacionais da empresa e do cumprimento dos compromissos estabelecidos com cada um dos clientes para quem trabalhamos nos 21 países em que marcamos presença.

A comprovar o superior desempenho operacional do Grupo, destaco em seguida indicadores que fizeram de 2014 o melhor ano de sempre em termos operacionais:

Crescimento de 2,4% no Volume de Negócios para 2.368 milhões de euros;

EBITDA de 409 milhões, um crescimento de 13% face a 2013; Resultado Líquido atribuível ao Grupo

de 50,6 milhões de euros;

Carteira a um nível inédito de 4.413 milhões de euros.

O conjunto destes indicadores permite-nos fazer um balanço positivo, olhando para o futuro com uma ainda maior confiança. Confiança nas nossas capacidades, e que o ano de 2014 permitiu reforçar, e no potencial que o Grupo continua a evidenciar na sua capacidade transformacional de saber antecipar cenários e adaptar a sua estratégia em função das diferentes dinâmicas de desenvolvimento nas regiões prioritárias em que atuamos. Só desta forma, e apesar do difícil cenário que continuamos a verificar no contexto europeu, foi possível crescer em 2014 em todas as regiões, contribuindo assim para uma afirmação crescente de um grupo multinacional e com um nível de atividade cada vez mais equilibrado em cada região.

Com um crescimento como o que alcançámos em 2014, estamos a capacitar o Grupo de um maior nível de competências técnicas e de capacidade de execução em cada região, merecendo a América Latina uma referência especial pelo desenvolvimento exponencial que temos conseguido atingir.

Temos assim sabido construir operações de maior dimensão e mais rentáveis em cada região, tornando o Grupo com uma maior capacidade de resposta e com uma estratégia de gestão de risco mais consistente.

Para a concretização destes objetivos, merecem uma especial referência os nossos parceiros, fornecedores, clientes, e o sistema financeiro que, através da sua confiança, têm apoiado o crescimento da nossa atividade. A todos, uma palavra de profundo agradecimento.

Por último, gostaria de deixar uma mensagem de reconhecimento ao empenho coletivo de todos os que hoje fazem parte da Mota-Engil, e que contribuíram, com o seu talento e de forma decisiva, para o Resultado apresentado, e para fazer da empresa uma organização empresarial cada vez mais coesa, geradora de oportunidades, empreendedora, solidária e promotora do desenvolvimento económico e social dos países em que se insere. Gonçalo Moura Martins

(14)

AMÉRICA

LATINA

Peru

México

Brasil

Colômbia

EUROPA

Portugal

Polónia

Espanha

Irlanda

República Checa

Eslováquia

Hungria

ÁFRICA

Angola

Malawi

Moçambique

África do Sul

Cabo Verde

São Tomé e Príncipe

Zâmbia

Zimbabwe

Gana

Uganda

Liderar caminhos

de desenvolvimento

Cerca de 250 empresas trabalham diariamente em 21 países e três continentes,

a favor do bem-estar e qualidade de vida da população. Construímos e operamos

infraestruturas que impulsionam novos caminhos de desenvolvimento.

(15)

CONSOLIDADO

ÁFRICA

ANGOLA

BAÍA DE LUANDA

(16)

O ano de 2014 foi caraterizado por um crescimento da economia mundial de 3,3%, impulsionado não só pelos países emergentes, cujas economias apresentaram um crescimento de 4,4%, mas também pelos países de economias avançadas, cujo crescimento acelerou em 2014 face a 2013, atingindo os 1,8%. Já para 2015 estima-se, por um lado, uma aceleração da atividade dos países avançados com um crescimento estimado em 2,4% e, por outro lado, uma ligeira desaceleração dos países emergentes, onde se estima que o crescimento da economia abrande para 4,3%. Na China o crescimento da economia em 2014 situou-se nos 7,4%, o que representa um ligeiro abrandamento face aos 7,8% de 2013, mas, ainda assim, atingiu um nível que permitiu amainar os receios de um maior abrandamento daquele país, o que poderia conduzir a um impacte de contágio às restantes economias, tanto ao nível do investimento como das exportações. Para 2015, é estimado que prossiga o abrandamento do crescimento da economia chinesa mas, ainda assim, estimado em 6,8%.

A economia dos Estados Unidos da América (EUA) apresentou um crescimento de 2,4% em 2014, prosseguindo a recuperação já evidenciada em 2013, beneficiando de uma política monetária expansionista e de estímulo de liquidez por parte da Reserva Federal Americana com impactes positivos no investimento, no consumo interno e na taxa de desemprego. É expectável que a tendência se acentue em 2015, quando é esperada uma expansão da economia em 3,6%. Já a economia do Japão continuou débil e desacelerou em 2014 com um crescimento de 0,1%, tendo mesmo entrado em recessão técnica no final do ano, na sequência da implementação do aumento dos impostos sobre o consumo. Estima-se que em 2015, beneficiando das políticas monetárias do Banco Central do Japão, a economia japonesa apresente um crescimento acima do registado em 2014, ainda que moderado, de 0,6%.

Na zona euro, as economias saíram da recessão em 2014, a qual persistia desde 2012, com um crescimento de 0,8%, sendo de destacar pela positiva o comportamento das economias da Alemanha e de Espanha, que expandiram 1,5%, e 1,4%, respetivamente. Já a França e Portugal apresentaram um crescimento mais tímido de 0,4% e 1,0%, respetivamente. O crescimento ainda frágil continua a refletir a recente crise económico-financeira bem como as elevadas taxas de endividamento e de desemprego, que ainda permanecem em alguns países e que limita o investimento e condiciona a evolução da procura interna. Ainda assim, a recuperação teve o contributo positivo das ações do Banco Central Europeu (BCE), que atuou no sentido de estimular a economia através de uma política de taxas diretoras a níveis mínimos e de compra de ativos financeiros. A recuperação iniciada em 2014 deverá acentuar a tendência positiva, sendo estimado um crescimento na zona euro de 1,2%.

Em 2014, também Portugal saiu do contexto recessivo que caraterizava a sua economia desde 2011, com um crescimento estimado em 1,0%. Ainda assim, a atividade continuou a ser afetada pela implementação de medidas de austeridade no contexto do processo de consolidação orçamental, pelo alto endividamento público e privado e respetivo resgaste financeiro do país. O regresso ao crescimento, ainda que moderado, foi acompanhado em 2014 por uma descida de 3,4 pontos percentuais das yields das obrigações a dez anos da República Portuguesa e resultou da recuperação, nomeadamente da procura interna e das exportações. A par da tendência esperada para a zona euro, espera-se que em Portugal, em 2015, se acentue a tendência de recuperação, com um crescimento estimado em 1,5%.

Na Polónia assistiu-se a uma aceleração do crescimento da economia em 2014, sendo estimada uma expansão da atividade em 3,2%, o dobro da registada em 2013, na sequência do aumento do investimento e do aumento da procura interna, aliados a uma política monetária expansionista por parte do Banco Central Polaco. Para 2015 o crescimento da economia polaca está estimado em 3,3%.

Enquadramento

macroeconómico

01

(17)

O crescimento da economia na região da África Subsariana foi de 4,8% em 2014, com o crescimento em Angola, Moçambique e Malawi estimados em 7,5%, 5,7% e 3,9%, respetivamente. O crescimento naquela região foi suportado por procura interna, exportações de commodities, nomeadamente petróleo e metais industriais, produção agrícola e investimento em projetos de infraestruturas. De salientar que, em 2014, alguns países, como a Guiné e a Libéria, foram negativamente afetados pelo surto de ébola que alarmou a região. Em 2015 o crescimento da região da África Subsariana deverá acelerar ligeiramente para 4,9%, podendo ainda assim ser negativamente influenciado pelas economias exportadoras de algumas commodities, nomeadamente de petróleo, cujo preço tem apresentado uma tendência negativa, que se acentuou desde o início do quarto trimestre de 2014 e pela desaceleração do crescimento da economia chinesa.

Na região da América Latina e do Caribe, o crescimento da economia em 2014 foi de 1,2%, negativamente afetado pela desaceleração do crescimento no Brasil, bem como por menores exportações e menor procura interna em alguns países.

É de destacar o abrandamento do crescimento da economia no Peru para 3,6%, na sequência do menor investimento, não obstante a política de redução de taxas de juro que caraterizou o país. Em 2015, espera-se uma recuperação económica, estimando-se um crescimento de 5,1%, na sequência do retomar e aumento de produção de metais industriais, bem como dos efeitos da política monetária expansionista.

No México a política monetária em 2014 também foi no sentido da diminuição de taxas de juro de modo a mitigar o efeito da menor procura externa e do abrandamento da atividade de construção que caraterizou a primeira metade do ano. Ainda assim, o crescimento da economia mexicana conseguiu acelerar para 2,1% em 2014. Em 2015, espera-se uma aceleração do crescimento para 3,2%, refletindo os efeitos das reformas estruturais do país, nomeadamente no setor da construção.

Já no Brasil, em 2014 a política de aumento de taxas de juro para controlar as pressões inflacionistas contribuiu para um abrandamento do investimento e do consumo, tendo mesmo a economia entrado em recessão técnica no primeiro e segundo trimestres de 2014 depois de ter crescido 2,5% em 2013. Assim, o crescimento da economia brasileira foi de 0,1%, estimando-se em 2015 uma recuperação modesta, com um crescimento de 0,3%.

Crescimento

DA ECONOMIA MUNDIAL

3,3%

(18)

Na Colômbia o crescimento da economia de 4,8% em 2014 foi impulsionado pelo investimento nos setores de construção e infraestruturas, que se estima que continue em 2015, quando é esperado um crescimento da economia de 4,5%.

É de salientar que a segunda metade de 2014 foi caraterizada pela descida de preço de algumas commodities, sendo de destacar o petróleo, cujo preço desceu 50% para 55,8 dólares americanos por barril, na sequência do excesso de oferta e de capacidade instalada, tendo essa tendência continuado já no início de 2015.

Em termos cambiais destaca-se a valorização do dólar, principalmente face ao euro, refletindo a divergência de crescimento das economias de cada uma das regiões e também a expectativa da política de atuação futura dos bancos centrais de cada região. Assim, em 2014 o dólar valorizou-se 14% face ao euro, com a taxa de câmbio USD/EUR nos 0,83 no final de 2014.

ENQUADRAMENTO SETORIAL

Europa

De acordo com os dados da Euroconstruct, após sete anos em queda, o setor de construção na Europa apresentou uma recuperação de 1,0% em 2014, no seguimento principalmente de uma expansão da atividade dos países do Leste da Europa, onde o setor apresentou um crescimento de 4,8%, muito devido à contribuição dos fundos estruturais provenientes da União Europeia e principalmente investidos na construção de infraestruturas. É também de destacar o crescimento robusto verificado em alguns países do Norte da Europa, como o Reino Unido. O ano de 2015 será caraterizado por uma aceleração da atividade do setor, com um crescimento estimado em 2,1% e fomentado nomeadamente pela Polónia e pela Irlanda. É, no entanto, de salientar que a recuperação continuará a ser afetada pelo endividamento e fragilidade das contas públicas, pela restrição de acesso a crédito e por taxas de desemprego altas que ainda caraterizam alguns países europeus. De facto, o setor da construção na Europa foi afetado significativamente pela crise económica e financeira, o que conduziu a políticas adicionais para fomentar o crescimento das economias. Neste contexto, destaca-se o Fundo Europeu promovido pela União Europeia que conduzirá a um investimento estimado de €240 mil milhões em projetos estratégicos, nomeadamente nas áreas de infraestrutura de energia, transportes e telecomunicações, durante três anos e a ter início em meados de 2015. O montante recentemente anunciado acresce aos €450 mil milhões de fundos estruturais já disponíveis pela União Europeia para o período entre 2014 e 2020. Em Portugal o setor da construção e obras públicas continuou em queda. Embora em menor escala do que em anos anteriores, assistiu-se a uma contração de 5,0% em 2014, esperando-se que o ciclo recessivo seja interrompido em 2015, quando é estimada uma recuperação de 2,0%. Destaque-se que foi anunciado pelo Governo português um programa para o desenvolvimento

Portugal – Hotel da Música Portugal – Porto de Setúbal

(19)

de infraestruturas, nomeadamente rodoviárias, ferroviárias e marítimo-portuárias, no montante de cerca de €5 mil milhões, o qual poderá dinamizar o setor durante os próximos anos. Na Polónia, após dois anos de retração, a atividade no setor da construção recuperou em 2014 com um crescimento estimado em 3,3%, beneficiado pela construção de edifícios e por investimento em infraestruturas. Para 2015 as perspetivas continuam positivas, esperando-se a continuação da recuperação iniciada em 2013 com um crescimento estimado de 6,8% e fomentado nomeadamente pelos fundos estruturais europeus no montante de €83 mil milhões para o período entre 2014 e 2020, dos quais €24 mil milhões a serem investidos em projetos de infraestruturas.

África

O setor de construção na África Subsariana continua a ser fomentado por projetos de infraestruturas que permitam fazer face ao aumento da população e do respetivo poder de compra, ao nível de urbanização e ao dinamismo de relações comerciais, e que conduzam ao crescimento e diversificação das respetivas economias. É de destacar a necessidade premente de investimento em infraestruturas ferroviárias e rodoviárias, sendo que estas últimas são responsáveis pela maioria do transporte de mercadorias e passageiros em África – 80% e 90%, respetivamente –, sendo que naquela região apenas cerca de 25% da rede rodoviária é alcatroada. Com o intuito de fazer face à necessidade de infraestruturas foi criado o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura de África (PIDA), o qual prevê um investimento de 68 mil milhões de dólares em projetos específicos, nomeadamente nos setores de energia e transporte, até 2020, bem como 360 mil milhões de dólares no desenvolvimento de infraestruturas entre 2010 e 2040. É de salientar a evolução do financiamento destes projetos, nomeadamente no que respeita à contribuição positiva da existência de novas fontes de financiamento ao setor público, como sejam empréstimos por parte de instituições multilaterais e a emissão de empréstimos obrigacionistas.

América Latina

O crescimento do setor de construção no Peru continuou a abrandar em 2014, face ao pico registado no ano de 2012 quando o crescimento atingiu os 15,1%. Assim, o crescimento estimado para 2014 é de 8,1%, sendo estimado um crescimento de 7,1% em 2015, positivamente influenciado pelo investimento em projetos de infraestrutura. É de destacar que o país prevê um investimento de cerca de 20 mil milhões de dólares em projetos rodoviários e ferroviários entre 2012 e 2021. No México, após uma contração de 4,5% em 2013, na sequência de adiamento de investimentos por parte do governo, é expectável que, em 2014, o setor de construção entre numa fase de crescimento, o qual é estimado em 3,0%. Já para 2015, o investimento no setor está estimado em 4,1%, suportado pelo Plano de Infraestrutura Nacional, que prevê investimentos num montante acima de 600 mil milhões de dólares, entre 2014 e 2018, contemplando mais de 700 projetos. Na Colômbia, o investimento em construção em 2014 é estimado em 15,0%, esperando-se que esta tendência prossiga em 2015 com um crescimento do setor estimado em 9,6%, na sequência dos projetos de infraestrutura de transportes, nomeadamente rodoviários. É de destacar que o país tem um plano de investimento em infraestruturas, Quarta Geração (4 G), no montante de 26 mil milhões de dólares, que se destina a projetos de infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e marítimo-portuárias. Destaque-se a importância do estádio de desenvolvimento das parcerias público-privadas (PPP) no país no desenvolvimento daqueles projetos.

Em 2014, o setor da construção no Brasil foi caraterizado por uma contração estimada em 3,0%, devido, nomeadamente, ao abrandamento da construção residencial e ao efeito do evento Mundial de Futebol. É de destacar o efeito negativo no setor dos custos elevados e das condições de crédito mais restritivas. Já para 2015, espera-se um crescimento acima de 2,5%, com o setor a beneficiar do programa de concessões, nomeadamente daquelas que foram atribuídas nos anos de 2013 e 2014 e que começarão a ser construídas em 2015.

Crescimento

1%

Setor da Construção

na Europa

(20)

GRUPO (MILHÕES DE EUROS) 2.368 2.314 2.243 2014 2013

2012 AMÉRICA LATINA EUROPA - A&S

EUROPA - E&C ÁFRICA

2014 | POR REGIÕES

18%

14%

23%

45%

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Análise da

performance

económico-

-financeira

02

No ano de 2014 as vendas e prestação de serviços registaram um aumento de 2,4% face ao ano de 2013, tendo atingido €2.368 milhões. Este aumento deveu-se essencialmente à aceleração das atividades nas regiões de África e da América Latina. De facto, em 2014 as vendas e prestação de serviços aumentaram em África 5,2% para €1.062 milhões e na América Latina 26,1% para €537 milhões, enquanto na Europa aumentaram apenas 2,2% para €931 milhões.

597 613 790 1.772 1.701 1.453

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

MERCADO INTERNO (MILHÕES DE EUROS) MERCADO EXTERNO (MILHÕES DE EUROS) 2014 2013 2012 2012 2013 2014

De destacar que as regiões de África e da América Latina contribuíram para 68% do total das vendas e prestação de serviços em 2014, acima dos 62% registados em 2013, uma tendência em linha com a estratégia delineada pelo Grupo no sentido da diversificação e do balanceamento geográficos da atividade, tendo também em consideração o objetivo de alocação de capital a mercados com oportunidades de crescimento com maior potencial de criação de valor. Assim, em 2014 o volume da atividade externa, ou seja, fora de Portugal, foi de €1.772 milhões, representando um peso de 74,8% do total das vendas e prestação de serviços, face a 73,5% em 2013.

(21)

409

363

287

EBITDA

GRUPO

(MILHÕES DE EUROS) 2014 | POR REGIÕES

2014

2013

2012 AMÉRICA LATINA EUROPA - A&S

EUROPA - E&C ÁFRICA

10%

14%

9%

67%

Em 2014 o EBITDA registou um aumento de 12,8% face ao ano de 2013 para €409 milhões, na sequência do melhor desempenho de todas as regiões, tendo a região de África sido a maior contribuidora para aquele indicador com 67% do total. A margem EBITDA em 2014 foi de 17,3%, face a 15,7% em 2013, positivamente influenciada pela melhor performance operacional de todas as regiões. Na Europa, o EBITDA aumentou 13,2% para €97 milhões, tendo a margem EBITDA atingido 10,4%, acima da margem de 9,4% registada no ano de 2013, na sequência da melhor performance do negócio de Engenharia e Construção (E&C). Em África, o EBITDA aumentou 12,5% de €244 milhões em 2013 para €275 milhões em 2014, tendo a margem EBITDA aumentado ligeiramente de 24,2% para 25,9% entre os períodos. Na América Latina o EBITDA aumentou 2,9% para €37 milhões em 2014. Já a margem EBITDA diminuiu de 8,3% em 2013 para 6,8% em 2014, devido a um efeito não recorrente.

O EBIT em 2014 foi de €273 milhões, dos quais 64,6% na região de África, apresentando um crescimento de 12,3% face a 2013 devido ao melhor desempenho das regiões da Europa e da América Latina. De destacar que o EBIT foi negativamente afetado por um aumento nas amortizações e depreciações em €27 milhões, devido essencialmente à região de África no seguimento da amortização de ativos relacionados com o projeto do Corredor de Nacala no Malawi. Ainda assim, a margem EBIT do Grupo registou uma subida para 11,5% em 2014 face a 10,5% em 2013.

EBITDA

2014

409

M€

Angola – Barragem Hidroelétrica de Calueque

(22)

Investimento

Em 2014 o investimento foi de €220 milhões, um aumento de €54 milhões face a 2013, na sequência da intensificação da atividade nas regiões de África e da América Latina, as quais contribuíram com 82,9% do investimento total no período. Pela sua natureza, salienta-se que o investimento de expansão representou 51,4% do total, tendo sido maioritariamente alocado a projetos nas mesmas duas regiões. Já o investimento de manutenção atingiu €107 milhões, dos quais 66,1% em África e relativos principalmente à reposição de equipamento devido ao contexto de intensa atividade na região.

O investimento na Europa foi de €34 milhões, dos quais €13 milhões alocados ao negócio de E&C e concentrados em atividades de manutenção. A região de África foi responsável por 59% do investimento total, ou seja, €128 milhões, e maioritariamente orientados para Angola, Malawi e Zâmbia. De destacar que 55,4% do investimento em África foi relativo a operações de manutenção, na sequência da intensa atividade que tem caraterizado aquela região e que obrigou à substituição de equipamentos, nomeadamente em Angola e no Malawi. O investimento alocado às atividades de expansão em África atingiu os €57 milhões e foi destinado principalmente às operações em Angola, Malawi e Zâmbia.

INVESTIMENTO

EVOLUÇÃO INVESTIMENTO

2014 (MILHÕES DE EUROS)

220 166

2014

2013 AMÉRICA LATINA EUROPA - A&S

EUROPA - E&C ÁFRICA

6%

10%

25%

59%

31 17 119 186 21 13

ÁFRICA E AMÉRICA LATINA EUROPA - A&S EUROPA - E&C

220

M€

Peru – Projeto Via Parque Rímac

(23)

277

182

EVOLUÇÃO DÍVIDA LÍQUIDA TOTAL

EVOLUÇÃO MATURIDADE LÍQUIDA

TOTAL

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)

4T a mais de 5 anos 3T entre 3 e 5 anos 2T a 2 anos 1T a 1 ano 2014 Dez-2014 2013 Dez-2013 2012 1.200 1.000 800 600 400 29% 14% 33% 19% 50% 52% 3% 2% 276 487 401 559 25 10

Maturidade a 1 ano inclui dedução da rubrica “Caixa e seus equivalentes – Não corrente” e “Caixa e seus equivalentes – Corrente”

Já na América Latina o investimento foi de €55 milhões, um aumento de €35 milhões face ao ano de 2013, tendo 82,9% do total sido alocado a atividades de expansão, na sequência da aceleração e intensidade da atividade naquela região.

A dívida líquida a 31 de dezembro de 2014 era de €1.159 milhões, mais €187 milhões do que no período homólogo de 2013. A dívida líquida incluindo leasing e factoring era de €1.410 milhões, dos quais €173 milhões correspondentes a leasing.

De facto, apesar da melhor performance operacional, a dívida líquida em 2014 foi negativamente influenciada, essencialmente pelo investimento em fundo de maneio e em ativo fixo. De destacar que o investimento em fundo de maneio no segundo trimestre do ano foi influenciado por um efeito extraordinário relativo à atividade de E&C na Europa e no segundo e terceiro trimestres do ano pelo início de vários projetos, nomeadamente na Polónia, Moçambique e México. Já no quarto trimestre do ano, e não obstante o início de vários projetos neste período, nomeadamente no México, Brasil, Angola e Polónia, assistiu-se a um desinvestimento em fundo de maneio no montante de €157 milhões, fruto da sazonalidade que carateriza o setor e de uma eficiente gestão dos principais saldos, que contribuiu para a redução da dívida líquida em €88 milhões face a setembro de 2014.

De destacar que, do total da dívida líquida, €341 milhões não estão alocados à atividade operacional do Grupo, ou seja, são relativos a investimentos realizados em empresas que consolidaram pelo método de equivalência patrimonial (que, como tal, não contribuem para o EBITDA) e a ativos não estratégicos.

A dívida bruta no final de dezembro de 2014 era de €1.549 milhões, estando 81% contratada a taxa variável. O custo médio da dívida baixou de 6,6% a 31 de dezembro de 2013 para 6,2% no final de 2014 mas, ainda assim, influenciada pela dívida contratada fora da Europa, nomeadamente em África e na América Latina. Salienta-se que a estratégia financeira do Grupo tem como objetivo alinhar a alocação da dívida às três regiões de acordo com as respetivas

(24)

necessidades, permitindo assim uma cobertura natural em termos de moeda funcional e de geração de cash-flow. Ainda assim, a 31 de dezembro de 2014, 74,5% do total da dívida bruta estava denominada em euros.

A 31 de dezembro de 2014 a vida média da dívida era de 2,6 anos, acima dos 2,3 anos no mesmo período de 2013, refletindo a estratégia financeira do Grupo no sentido do aumento da maturidade média da dívida, de modo a alinhá-la melhor com a geração de cash-flow. Assim, do total da dívida líquida, 86% tinha maturidade a mais de um ano. De facto, durante o ano de 2014 foi dada continuidade a esta estratégia, nomeadamente através de emissões obrigacionistas e de papel comercial, com impacte também no custo da dívida, destacando-se uma emissão obrigacionista no montante de €110 milhões com prazo a cinco anos, a qual foi colocada junto de investidores internacionais. É intenção do Grupo continuar em 2015 a estender a maturidade da dívida, beneficiando também do contexto das baixas taxas de juro que caraterizam a Europa com potencial impacte positivo no re-pricing de dívida e no custo de novas emissões.

EVOLUÇÃO DÍVIDA LÍQUIDA TOTAL / EBITDA

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)

m ar -1 1 ju n-1 1 se t-1 1 de z-1 1 m ar -1 2 ju n-1 2 se t-1 2 de z-1 2 m ar -1 3 ju n-1 3 se t-1 3 de z-1 3 m ar -1 4 ju n-1 4 se t-1 4 de z-1 4 4T 3T 2T 1T 2014 2013 2012 2011 5,0 4,0 3,0 2,0 5,0 4,0 3,0 2,0 Moçambique – Ponte Base Kassuende

(25)

O rácio dívida líquida/EBITDA no final de dezembro de 2014 era de 2,8x, ligeiramente superior a 2,7x em 2013.

No final de dezembro de 2014, o Grupo tinha linhas de crédito contratadas e disponíveis de €357 milhões, conduzindo a um montante de liquidez efetiva total de €636 milhões.

-131 -106 -82 50,6 50,5 40,7

RESULTADO FINANCEIRO

RESULTADO LÍQUIDO

GRUPO

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)GRUPO

2014

2013

2012 2012 2013 2014

Os resultados financeiros em 2014 foram negativos em €131 milhões, o que representou um agravamento de €25 milhões face ao ano de 2013, essencialmente na sequência de mais-valias realizadas em 2013, relativamente à venda de participações financeiras, e do efeito de alteração do método de contabilização de diferenças cambiais (anteriormente registadas na sua totalidade em resultados financeiros e agora segregadas entre resultados financeiros e resultados operacionais). De salientar que, não obstante o aumento da dívida entre períodos, os juros suportados aumentaram apenas €3 milhões, na sequência da diminuição da taxa de juro média da dívida em 2014.

COMPOSIÇÃO RESULTADO LÍQUIDO

2014 | GRUPO (MILHÕES DE EUROS) 2013 | GRUPO (MILHÕES DE EUROS) 270 225 180 135 90 45 0 270 225 180 135 90 45 0

(26)

A contribuição das empresas associadas e conjuntamente controladas foi negativa em €19 milhões, na sequência da contribuição negativa de €42 milhões relativos à participação do Grupo no Grupo Martifer, fruto maioritariamente de write downs de ativos. Já a Ascendi contribuiu com €19 milhões para os resultados do Grupo, um valor semelhante ao verificado em 2013, uma vez que o impacte dos novos pressupostos resultantes da renegociação de algumas concessões em Portugal contabilizado no ano foi compensado pela melhoria da performance das restantes concessionárias.

A taxa efetiva de imposto, excluindo ganhos de empresas associadas, foi de 28% em 2014 face a 34% em 2013. O resultado líquido atribuível ao Grupo em 2014 manteve-se estável face ao ano de 2013 em €50,6 milhões.

A carteira de encomendas a 31 de dezembro de 2014 era de €4.413 milhões, o que corresponde a um rácio carteira de encomendas/Vendas e prestação de serviços de 1,9 anos, e com África e a América Latina a contribuírem para 77,2% do montante total. De salientar que o aumento de €543 milhões na carteira de encomendas deveu-se sobretudo à evolução positiva na América Latina de €641 milhões, onde o México e o Brasil contribuíram para 85,1% da carteira total desta região. Já em África, a carteira de encomendas foi de €1.423 milhões, com um perfil diversificado englobando projetos em países como Angola, Moçambique, Malawi, Zimbabwe e Zâmbia. Na Europa, a carteira de encomendas aumentou €100 milhões face a 2013, atingindo €1.005 milhões, dos quais 73,7% no negócio de E&C, na sequência principalmente da retoma da atividade no mercado polaco. O negócio de A&S (Ambiente & Serviços) contribuiu com €264 milhões para a carteira de encomendas, sendo de destacar que este montante não inclui as receitas previsíveis decorrentes dos contratos da exploração de terminais portuários.

Convém também salientar que o Grupo apenas contabiliza na carteira de encomendas projetos cujo contrato esteja assinado e o respetivo financiamento esteja concluído e garantido.

32%

6%

45%

17%

EVOLUÇÃO DA CARTEIRA

DE ENCOMENDAS

CARTEIRA DE ENCOMENDAS

GRUPO

(MILHÕES DE EUROS) 31 DE DEZEMBRO 2014

4.413 3.870 3.357 3.797 2014 2013 2012

2011 AMÉRICA LATINA EUROPA - A&S

EUROPA - E&C ÁFRICA

Carteira de

Encomendas

(27)

03

Análise

por áreas

de negócio

A região da Europa inclui os segmentos de E&C e de A&S que o Grupo tem em Portugal e na Europa Central, ou que são geridos pela estrutura de gestão desta região. No negócio de A&S são desenvolvidas atividades nos setores da Logística, dos Resíduos, da Água (contabilizada pelo método de equivalência patrimonial) e de Energia & Manutenção (E&M).

As vendas e prestação de serviços registaram uma subida de 2,2% para €931 milhões, que inclui também um comportamento idêntico no segmento de E&C com uma subida de 1,8% para €599 milhões. Já o segmento de A&S apresentou um crescimento de 2,9% para €338 milhões, dos quais 61,4% correspondentes ao negócio de Logística, que registou um crescimento de 3,6% para €207 milhões. O negócio de Resíduos manteve-se relativamente estável face a 2013, apresentando um volume de negócios de €82 milhões. Já o negócio de E&M apresentou um crescimento de 19,8% para €48 milhões.

EUROPA

931 911 1.232 97 85 120

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

EBITDA

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)

2014 2013 2012 2012 2013 2014 316 328 338 599 66 54 60 59 26 38 588 927

A&S E&C A&S E&C

Polónia – Via Rápida S8 Wroclaw

(28)

O EBITDA na Europa subiu 13,2% face ao ano de 2013 para €97 milhões, devido ao melhor desempenho do segmento de E&C, o qual apresentou um EBITDA de €38 milhões. A margem EBITDA na Europa foi de 10,4% em 2014, acima de 9,4% no período homólogo, na sequência da melhor performance operacional do segmento de E&C, o qual registou uma margem de 6,0% face a 4,4% em 2013. Esta evolução reflete a capacidade do Grupo em ajustar a sua estrutura de custos, beneficiar da posição de liderança em Portugal e da excelência na execução e avaliação de risco dos projetos, não obstante o contexto negativo que tem vindo a caraterizar o setor, tanto no segmento de obras públicas como nas privadas.

Em 2014, o segmento de A&S apresentou um EBITDA de €59 milhões, correspondendo a uma margem de 17,3%, face a 18,2% em 2013. O EBITDA do negócio de Resíduos aumentou 15,6% para €21 milhões, tendo a margem aumentado de 23,0% em 2013 para 25,8% em 2014. O negócio de Logística continuou a apresentar o maior peso no EBITDA do segmento de A&S, representando 57,2% do total. De destacar que a margem EBITDA deste negócio desceu para 16,1% em 2014 face a 18,7% em 2013, devido às instabilidades que caraterizaram o setor no princípio do ano, nomeadamente no porto de Lisboa. De salientar que este impacte, como esperado, foi sendo atenuado ao longo do ano, tendo a margem EBITDA atingido os 19,3% no quarto trimestre de 2014. No negócio de E&M o EBITDA foi de €4 milhões, representando uma margem de 8,3%.

Engenharia e Construção

O Grupo concentra a sua atividade do segmento de E&C na Europa, em Portugal e na Polónia, estando no entanto atualmente também presente em atividades na República Checa e na Irlanda. O Grupo é líder no setor de E&C em Portugal, mas ainda assim a evolução da sua atividade tem vindo a ser afetada nos últimos anos pelo contexto económico adverso que caraterizou o país e pela implementação de medidas de austeridade por parte do Governo português. O ano de 2014 não foi exceção e, como tal, a atividade de E&C continuou a não dar sinais de retoma, tanto ao nível do segmento privado como ao nível do segmento de obras públicas, o que se refletiu na evolução negativa da carteira de encomendas durante o ano. Ainda assim, convém destacar que no início do ano de 2014 foi apresentado pelo Governo português o estudo sobre as “Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado”, tendo sido identificado um plano de investimentos em infraestruturas consideradas prioritárias para o desenvolvimento económico

26 588

18

80

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

EBITDA

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)

A&S Energia & Man. A&S Energia & Man. A&S Logística A&S

Logística ResíduosA&S A&S Resíduos E&C E&C 2014 2014 2013 2013 38 599 37 200 21 82 33 207 4 40 48 4

(29)

e social do país. O estudo propõe a execução, até 2020, de projetos com um investimento global estimado em €5,1 mil milhões, dos quais cerca de 55% alocados a infraestruturas ferroviárias e 30% a infraestruturas portuárias, atividades nas quais o Grupo detém uma posição de liderança no país. É expectável que, após as eleições legislativas, a terem lugar no mês de outubro, se dê início aos concursos referentes a estes projetos, o que poderá concretizar-se na retoma do setor no país e consequentemente no ponto de viragem da carteira de encomendas do negócio de E&C em Portugal. Adicionalmente, para 2015 perspetiva-se a retoma do setor no segmento privado, na sequência da expectável continuidade da recuperação do crescimento económico do país que teve início em 2014.

Não obstante a diminuição da atividade do Grupo na região da Europa Central em 2014, na sequência do reduzido número de concursos públicos lançados no período de 2012 e 2013, assistiu-se a uma inversão da tendência no segundo semestre de 2014, em particular na Polónia. Esta inversão veio na sequência da conclusão, com sucesso, das negociações relativas aos fundos da União Europeia para o período de 2014 a 2020, que se traduziu num aumento de projetos a concurso. Assim, durante a segunda metade do ano assistiu-se à retoma da carteira de encomendas do Grupo, para a qual também contribuíram uma maior eficiência no processo de concurso e a diminuição significativa do número de concorrentes presentes em cada concurso. Neste contexto, convém salientar a aposta do Grupo na melhoria e desenvolvimento das competências da divisão técnica, nomeadamente competências de desenho de projetos, já que a maioria dos concursos é formulada com base em “desenho e construção”. Em 2014 o Grupo ganhou, entre outros, cinco projetos rodoviários na Polónia, de montante superior a €25 milhões, tendo também ganhado um projeto rodoviário de grande dimensão na República Checa no montante de €62 milhões, o primeiro daquela dimensão naquele país. Adicionalmente, durante o ano de 2014 foram concluídos e entregues ao cliente, de acordo com as condições contratuais estabelecidas, seis projetos relevantes, maioritariamente relacionados com infraestruturas rodoviárias.

É expectável que em 2015 se continue a assistir à tendência positiva iniciada no segundo semestre de 2014, dada a conjuntura favorável no contexto do quadro comunitário de apoio da União Europeia que prevê que a Polónia tenha acesso a €83 mil milhões, a serem investidos no período entre 2014 e 2020, nomeadamente no desenvolvimento de infraestruturas. De salientar que durante o ano de 2015 o Grupo continuará a reforçar o seu compromisso com o desenvolvimento do capital humano, uma vantagem competitiva crítica para ser bem-sucedido no contexto do novo ciclo de investimentos que carateriza a região.

Portugal

(30)

Logística

O segmento de negócio da Logística compreende as atividades de operação de terminais portuários, rodoferroviários, de logística integrada e de transporte ferroviário de mercadorias. O Grupo ocupa uma posição de liderança e de referência na operação de terminais portuários, designadamente através das operações nos terminais de Leixões, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal. O Grupo fornece serviços integrados de carga, transporte rodoviário e ferroviário, instalações logísticas intermodais, distribuição, transitários e outros serviços relacionados, destacando-se como primeiro operador privado português a entrar no setor do transporte ferroviário de mercadorias. A expansão internacional deu-se pela via da gestão de concessões portuárias no Peru (através da participação no consórcio Terminales Portuarios Euroandinos) e em Espanha (Terminal de Contenedores de Ferrol), e pela via da TRANSITEX, empresa transitária de cargas, que movimenta contentores, incluindo o porta-a-porta, e que está presente com estrutura própria em países como Espanha, Moçambique, México, Brasil, Colômbia, Chile, África do Sul e Peru.

É ainda de referir a presença do Grupo como operador ferroviário de transporte de mercadorias, desenvolvendo a atividade em Portugal e em Espanha através das suas associadas TAKARGO e IBERCARGO, confirmando-se em 2014 a consolidação desta área de negócio.

A estratégia do Grupo na vertente de diversificação tem assentado na procura de parcerias que potenciem a capacidade de investimento e expansão da sua atividade, principalmente replicando nos mercados externos as experiências de diversificação do mercado nacional. Destaca-se, pela sua importância estratégica, a apresentação de propostas, em parceria com players internacionais, para a construção e exploração de terminais portuários na Bulgária (projeto Varna) e em Timor-Leste (Tibar Bay Port), tendo a Tertir, nesta última, ficado pré-qualificada em conjunto com mais três concorrentes, num total de oito concorrentes inicialmente a concurso. A atividade nos terminais portuários nacionais caraterizou-se por um ligeiro decréscimo de cerca de 0,8% em termos de movimentação de carga contentorizada, passando de um movimento anual de cerca de 759 mil contentores em 2013 para cerca de 753 mil contentores em 2014. Em termos de carga geral, o crescimento foi considerável, tendo atingido 8,33%, ou seja, de 3,9 milhões de toneladas em 2013 para 4,3 milhões de toneladas em 2014.

Portugal Porto de Lisboa

(31)

Mota-Engil

é líder na gestão

de resíduos

em Portugal

A instabilidade verificada no início de 2014, relativa à negociação com o Sindicato dos Estivadores

de Lisboa, afetou a competitividade do terminal de Alcântara, em Lisboa, o que conduziu a uma diminuição na movimentação de contentores, com impacte negativo nas operações das concessões portuárias do negócio de Logística do Grupo, sendo expectável a sua estabilização em 2015. No início de 2014, o Tribunal Constitucional veio dar razão à Liscont no caso do contrato de prolongamento da concessão do terminal de contentores de Alcântara, confirmando e assegurando a prorrogação do prazo desta concessão até dezembro de 2042.

Resíduos

Durante o ano de 2014, o Grupo reafirmou-se como líder na atividade de gestão de resíduos em Portugal, fruto da visão estratégica de prossecução de uma política de crescimento sustentado, aliado a um sólido investimento na otimização dos serviços prestados e ao compromisso com a sustentabilidade.

De destacar, no ano de 2014, a proposta vencedora da Suma, subsidiária do Grupo no negócio de resíduos, relativamente ao concurso público de privatização de 95% do capital social da empresa portuguesa Empresa Geral do Fomento (EGF). Esta aquisição está em linha com a estratégia de diversificação do Grupo e de balanceamento da contribuição dos negócios entre regiões. A EGF é a empresa líder do mercado português do segmento de tratamento e reciclagem de resíduos, estando presente em 174 municípios e servindo 6,4 milhões de habitantes, o que representa 68% do negócio de tratamento de resíduos sólidos municipais. A aquisição, no montante de €147 milhões, estará concluída após a obtenção da declaração de não oposição da Autoridade da Concorrência, prevista para o primeiro semestre de 2015. De destacar que esta aquisição, com negócios complementares aos já existentes, permitirá à Suma deter uma base de ativos na gestão de resíduos durante todo o seu ciclo de vida e potenciar a experiência e conhecimento técnico em Portugal para reforçar o processo de internacionalização.

Em 2014 a carteira de contratos nacionais era composta por 41 municípios num total de prestação de serviços a dois milhões de habitantes. Durante o ano de 2014 foram adjudicados novos contratos num montante de cerca de €8 milhões, relativos nomeadamente à assinatura de contratos com 13 novos concelhos. De salientar que a taxa média de renovação de contratos nos últimos cinco anos foi de cerca de 80%.

Adicionalmente, durante o ano de 2014 deu-se continuidade à estratégia de internacionalização, tendo a Suma atualmente atividade em cinco países servindo um total de 2,5 milhões de habitantes, nomeadamente em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Brasil e Omã.

De destacar que no Brasil foi adquirida a empresa Consita, com mais de 40 anos de atividade e pioneira na prestação de serviços privados de limpeza urbana em cinco municípios. Já em Omã, a Suma passou à segunda fase de avaliação das propostas para operações de gestão de resíduos em Al Sharqiya Sul, entre outras propostas a diversos concursos para recolha e tratamento de resíduos, com expectativa de anúncio de resultados em 2015.

Por último, o ano de 2014 foi também marcado pela inauguração da primeira unidade de regeneração de óleos usados em Portugal com capacidade de tratamento de 20 mil toneladas por ano, transformando-os em bases lubrificantes e contribuindo assim para o cumprimento da meta comunitária no âmbito da regeneração de óleos usados fixada em 50%.

No âmbito da Educação e Sensibilização Ambiental, durante o ano de 2014 deu-se continuidade a atividades que visam a mobilização comportamental e pedagógica no contexto de educação ambiental no sentido da sensibilização para o exercício da cidadania ativa e do ambiente, focada nas questões da limpeza urbana, consumo sustentável, valorização por reciclagem e reutilização.

(32)

Água

O negócio da Água inclui as concessões de abastecimento de água e saneamento dos concelhos de Fafe, Santo Tirso, Trofa, Santa Maria da Feira, Matosinhos, Vila do Conde e Oliveira de Azeméis, através da empresa conjuntamente controlada Indaqua, a qual é consolidada pelo Grupo através do método de equivalência patrimonial. O negócio inclui também uma parceria público-privada com o município de São João da Madeira para a gestão do serviço público municipal de abastecimento de água e recolha de águas residuais e pluviais neste concelho. Estas concessões têm prazos que variam entre os 25 e os 50 anos, envolvendo a gestão de cerca de 216 mil clientes, uma população servida de 650 mil habitantes, 5050 quilómetros de redes de abastecimento de água e saneamento e 20,5 milhões de metros cúbicos de água vendida. No ano de 2014 destaca-se o início da atividade da concessão de Oliveira de Azeméis e o início da operação e manutenção da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Matosinhos. Durante o ano deu-se também continuidade à política de otimização de recursos e redução de custos que permitiu manter a tendência de diminuição, iniciada em 2011, do volume de água adquirida aos sistemas em alta e capturar economias de escala e sinergias entre as concessões. Durante o ano de 2014 concluíram-se em todas as concessionárias, à exceção da concessão de Oliveira de Azeméis, os trabalhos constantes dos respetivos planos de investimento. Assim, a gestão das concessionárias passou a estar focada na sua atividade principal, ou seja, na prestação de serviços no âmbito do fornecimento e distribuição de água e da recolha e tratamento das águas residuais.

De salientar no ano de 2014 a reestruturação acionista da Indaqua, na sequência da venda das participações acionistas detidas pela Soares da Costa e Hidrante, a um novo acionista, a Talanx, grupo segurador alemão. A transação deverá estar concluída no primeiro semestre de 2015 devido à necessidade de notificação das autoridades da concorrência em Portugal e em Bruxelas. A transação permitirá à Indaqua ter uma estrutura acionista sólida e focada num projeto de crescimento da empresa a longo prazo, bem como na avaliação de oportunidades que permitam o desenvolvimento internacional de novos negócios, beneficiando da experiência de vinte anos da Indaqua no setor em Portugal. Após o fecho da transação, a estrutura acionista da Indaqua será composta pelo Grupo Mota-Engil e pelo Grupo Talanx, com participações de 50,06% e 49,94%, respetivamente, sendo a empresa conjuntamente controlada.

De destacar por último que, no futuro, a Indaqua poderá beneficiar da futura reorganização do setor das águas em Portugal e das oportunidades que irão decorrer a médio prazo da implementação do plano delineado pelo Governo português para o Grupo Águas de Portugal. Perspetiva-se igualmente, num horizonte de médio prazo, o lançamento de novos concursos de concessões de água e saneamento por parte de alguns municípios, decorrente das limitações impostas ao financiamento dos investimentos necessários para atingirem os objetivos do novo plano estratégico para o setor das águas e saneamento, o PENSAAR 2020 (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais).

(33)

Vendas

e prestações

de serviços

em África

1.062

M€

Atualmente a Mota-Engil está presente em dez países, tendo durante o ano de 2014 continuado a reforçar a sua presença na região da África Subsariana e iniciado atividade em novos países, nomeadamente no Zimbabwe, Zâmbia e Uganda, em linha com a estratégia de diversificação geográfica.

As vendas e prestação de serviços em África apresentaram um crescimento de 5% face ao ano de 2013 para €1.062 milhões, na sequência principalmente do aumento da atividade na região da SADC (Southern African Development Community), nomeadamente em Moçambique e no Malawi, países que representaram 50,4% do total do volume de negócios em África e que mais do que compensaram a desaceleração verificada na atividade em Angola. De destacar que o volume de negócios no quarto trimestre de 2014 apresentou uma descida de 27% face ao quarto trimestre de 2013 para €221 milhões, na sequência principalmente da conclusão do projeto do Corredor de Nacala no Malawi. O EBITDA em 2014 aumentou 12,5% para €275 milhões, tendo a margem atingido 25,9%, na sequência dos melhores desempenhos de Angola e da região da SADC. De destacar o contributo positivo para a margem EBITDA do projeto do Corredor de Nacala no Malawi, dada a sua dimensão e a sua eficiente execução.

A carteira de encomendas em dezembro de 2014 atingiu os €1.423 milhões, dos quais 49,8% na região da SADC e com os países de África Ocidental e Oriental a representarem 10,1% do total face a 5,5% em 2013, refletindo a estratégia de diversificação delineada pelo Grupo. Do total da carteira de encomendas no negócio de E&C, 50,9% corresponde a clientes públicos. Relativamente à exposição por indústria, salienta-se que 33,4%, 23,2%, 14,9% e 10,8% correspondem a projetos de infraestruturas rodoviárias, construção civil, serviços de mineração e infraestruturas ferroviárias, respetivamente. Entre os principais projetos que contribuem para a carteira de encomendas encontram-se o projeto relativo à mina Hwange Colliery no Zimbabwe, a Barragem de Calueque em Angola, projetos de infraestrutura ferroviária em Moçambique e de infraestrutura rodoviária em Angola, Moçambique, Zâmbia, Uganda e Malawi.

Adicionalmente, o pipeline atual de projetos em África ascende a US$10 mil milhões, dos quais 55% são públicos e 45% de clientes privados. Os projetos de maior dimensão encontram-se nos novos países, como os Camarões, o Ruanda, o Quénia e o Gabão, e em países onde o Grupo

ÁFRICA

1.062 1.009 729 275 244 136

VENDAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

EBITDA

(MILHÕES DE EUROS) (MILHÕES DE EUROS)

2014

2013

(34)

tem atualmente atividade, como Moçambique, Zâmbia, Zimbabwe e Uganda. Em termos geográficos, 31% do pipeline corresponde a projetos em países da África Ocidental, 51% em países da África Oriental, 17% na região SADC e 1% em Angola. Deve ser realçado que a maioria dos projetos são grandes empreendimentos relacionados com infraestruturas e construção civil, que representam 58% e 7% do pipeline total, respetivamente.

De destacar que o montante do pipeline inclui o projeto Mbalam-Nabeba nos Camarões, anunciado em junho de 2014, no valor de US$3,5 mil milhões e que não se encontra incluído na carteira de encomendas.

Assim, a estratégia do Grupo para a região da África Subsariana tem como objetivo desenvolver um pipeline de projetos robusto, expandindo-o para novos setores e países e procurando oportunidades nos setores de atividade de maior potencial, nomeadamente energia, oil&gas, mineração, logística e agro-business, que permitam potenciar o desenvolvimento e construção de infraestruturas.

Angola, onde o Grupo tem atividade desde 1946, é um mercado crucial para o Grupo. Em 2014 deu-se continuidade à execução de projetos significativos, como a Barragem de Calueque, e concluiu-se, entre outros, o desenvolvimento da segunda zona da Zona Económica Especial em Luanda, trabalhos de reabilitação e reordenamento urbano na baía de Luanda e a estrada Lobito-Hanha. Durante o ano de 2014 o Grupo ganhou vários concursos no país relativos principalmente a obras de construção civil, nomeadamente a primeira fase do edifício Muxima e infraestruturas urbanas na baía de Luanda, ambos em Luanda, e infraestruturas rodoviárias, como seja a construção das estradas Cacolo/Cocumbi/Xassengue e Dala/Luma Cassai, numa extensão total de 160 quilómetros. Assim, continuam a ser executados projetos importantes, sendo que do montante total dos projetos atualmente em execução, cerca de 57% está contratualizado com empresas privadas e não relacionadas com o governo. Apesar do excelente desempenho do país, tendo em conta o perfil geográfico do pipeline atual e a estratégia de diversificação, é expectável que a contribuição de Angola para a atividade do Grupo venha a descer já em 2015. A região da SADC é atualmente a região de maior peso, tanto ao nível de volume de negócios como ao nível da carteira de encomendas, sendo de destacar neste último as contribuições de Moçambique, Zimbabwe, Zâmbia e Uganda, sendo expectável um aumento da contribuição destes países para a atividade da região em 2015. No Malawi a atividade em 2014 esteve maioritariamente relacionada com projetos rodoviários e ferroviários no contexto do objetivo do governo do país em melhorar e em manter uma eficiente rede logística para transporte de mercadorias. De destacar que em 2014 foi concluído com sucesso e em linha com os prazos definidos pelo cliente, a empresa brasileira Vale, o projeto do Corredor de Nacala. Este foi o maior contrato realizado pelo Grupo até à data, num montante final de US$820 milhões, tendo representado um grande desafio, mais do que superado, em termos de execução e logística,

EBITDA 2014 África

275

M€

(35)

para garantir o fornecimento de todos os materiais necessários aos equipamentos e fábricas que foram construídas para o efeito. Já em Moçambique, a atividade tem-se revelado um grande sucesso, tendo o Grupo fortalecido a sua posição em 2014, passando a deter a posição de liderança no setor de engenharia e construção no país. Atualmente o Grupo está envolvido em cerca de cinquenta projetos relativos a várias áreas de construção e em quase todas as províncias do país, refletindo a forma transversal de gestão do mercado. De salientar que o Grupo está envolvido na construção do maior edifício de Maputo e dar-se-á início à construção do maior hotel na província de Nampula. Em 2014, vários projetos foram concluídos em Moçambique, incluindo, entre outros, o Ponte Base Kassuende e a melhoria das infraestruturas rodoviárias de Milange Mocuba Fase I, Chimoio Espungabera. Novos contratos foram atribuídos ao Grupo que se relacionam sobretudo com estradas e infraestrutura ferroviária, bem como construção civil. Perspetiva-se que o ano de 2015 se traduza na aceleração da atividade no país.

As regiões de África Ocidental e África Oriental, apesar de ainda terem uma menor importância relativa para a região de África, apresentam indicadores que potenciam a intensificação da atividade, tanto ao nível da atual carteira de encomendas, nomeadamente no Uganda, como ao nível de projetos no pipeline. De destacar as elevadas perspetivas para projetos em pipeline, nomeadamente nos Camarões, Uganda, Quénia, Gabão e Ruanda, e maioritariamente focados em grandes projetos de infraestruturas e de construção civil. De salientar que o projeto anunciado em junho de 2014 nos Camarões no valor de US$3,5 mil milhões, não incluído na carteira de encomendas, se encontra na fase de obtenção de financiamento, sendo expectável um adiamento na conclusão desse processo, dado o contexto de queda do preço do ferro nos mercados internacionais. De destacar que o Grupo ganhou um contrato no Uganda de €65 milhões para aumentar a capacidade do bypass Kampala Norte.

De salientar por último que, no dia 24 de novembro se deu início à cotação da Mota-Engil Africa NV, subsidiária do Grupo para os negócios na região África, na Euronext Amsterdam, cumprindo-se assim a deliberação da Assembleia Geral de Acionistas de dezembro de 2013. Como consequência imediata, o Grupo passou a deter cerca de 82% daquela subsidiária. O Grupo reitera o objetivo de prosseguir com a operação de dispersão do capital da Mota-Engil Africa NV e consequente aumento do free-float da empresa, como forma de evidenciar o seu valor e potenciar o crescimento sustentado do negócio na região.

Referências

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