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ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO /

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  110  S3­C4T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA 

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 

TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10480.722541/2013­13  Recurso nº         Voluntário  Acórdão nº  3402­003.988  –  4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  29 de março de 2017  Matéria  IOF  Recorrente  BOMPREÇO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS  OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS ­ IOF  Ano­calendário: 2008, 2009  INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO.  Configurada a intempestividade da peça recursal, interposta após decorrido o  prazo  de  30  dias  contados  da  ciência  da  decisão  de  primeira  instância,  nos  termos  dos  artigos  33  e  42,  I,  do  Decreto  nº  70.235/1972  (Processo  Administrativo  Fiscal  ­  PAF),  não  é  possível  o  conhecimento  do  recurso  voluntário. 

DECADÊNCIA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.  

Por se tratar de matéria de ordem pública, a decadência pode ser conhecida  de ofício pelo julgador, a qualquer tempo do processo. 

IOF.  FATO  GERADOR.  OPERAÇÕES  DE  CRÉDITO.  SEM  PRAZO  OU  VALOR DEFINIDO. DECADÊNCIA 

O lançamento tributário calculado com base no artigo 7º, inciso I, alínea "a"  do Decreto n. 6.306/2007 utiliza como base de cálculo o somatório dos saldos  devedores diários apurado no último dia de cada mês. Este mesmo Decreto,  em seu artigo 3º, §1º, inciso I, estabelece que o fato gerador do IOF ocorre na  data da  efetiva  entrega,  total  ou  parcial,  do  valor que  constitua o  objeto  da  obrigação ou sua colocação à disposição do interessado. Pela leitura conjunta  dos  dois  dispositivos,  conclui­se  que  na  apuração  dos  saldos  devedores  diários,  base  de  cálculo  do  IOF,  a  Fiscalização  não  pode  computar  valores  que haviam sido transacionados anteriormente ao prazo decadencial.  

PRAZO  DE  DECADÊNCIA  SEM  ANTECIPAÇÃO  DO  PAGAMENTO.  REsp 973733/SC.  

Segundo  entendimento  do  Superior  Tribunal  de  Justiça,  em  se  tratando  de  tributo  sujeito  ao  lançamento  por  homologação  e  não  havendo  pagamento 

  

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antecipado, o prazo de decadência deve ser contado nos termos do art. 173,  inciso I, do CTN.  Recurso voluntário provido em parte.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. 

Acordam  os  membros  do  Colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  não  tomar  conhecimento  do  recurso  voluntário  por  ser  intempestivo  e,  por  maioria  de  votos,  reconhecer  de  ofício  a  decadência  em  relação  aos  fatos  geradores  ocorridos  antes  de  30/11/2007. Vencido o Conselheiro Jorge Freire quanto à decadência. O Conselheiro Rodolfo  Tsuboi participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que se  declarou impedido. Esteve presente ao julgamento o Dr. Ricardo Maito, OAB/SP 230.020.  (Assinado com certificado digital)  Antonio Carlos Atulim ­ Presidente.  (Assinado com certificado digital)  Thais De Laurentiis Galkowicz ­ Relatora.  

Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  Conselheiros  Antonio  Carlos  Atulim,  Jorge  Freire,  Diego  Diniz  Ribeiro,  Waldir  Navarro  Bezerra,  Thais  De  Laurentiis  Galkowicz,  Maria  Aparecida  Martins  de  Paula,  Maysa  de  Sá  Pittondo  Deligne  e  Carlos  Augusto Daniel Neto. 

Relatório

 

Trata­se  de  recurso  voluntário  interposto  em  face  da  decisão  proferida  pela  Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Brasília/DF, que julgou improcedente  a impugnação apresentada pelo contribuinte sobre a cobrança de Imposto sobre Operações de  Crédito,  Câmbio  e  Seguros  ou  Relativa  a  Títulos  ou  Valores  Mobiliários  (“IOF”),  consubstanciada no auto de infração em questão. Tal autuação versa, em apertada síntese, sobre  a concessão de empréstimos entre empresas do mesmo grupo, nos anos de 2008 e 2009, sem o  respectivo recolhimento do IOF. 

Por bem consolidar os fatos ocorridos até a decisão da DRJ, com riqueza de  detalhes, colaciono os principais trechos do acórdão recorrido in verbis: 

Em  atendimento  ao  Termo  de  Início  da  Ação  Fiscal,  em  22/03/2012, a empresa apresentou diversos contratos de mútuos  firmados  nos  anos  de  2008  e  2009  com  empresas  ligadas  (mutuarias):  WalMart  Brasil  Ltda  e  WMS  Supermercados  do  Brasil  Ltda;  e  em  27/02/2013  apresentou  mais  02  (dois)  contratos  de  mútuos  com  as  empresas  ligadas  (mutuarias):  Bompreço  Bahia  Supermercados  Ltda  (firmado  em  abril  de  2007)  e  Transportadora  Bompreço  Ltda  (firmado  em  01/09/2004). 

No exame da escrituração verificou­ se a existência de diversos  registros  de  mútuos,  no  período  fiscalizado,  com  as  empresas:  Bompreço  Bahia  Supermercados  Ltda  e  Transportadora 

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Bompreço  Ltda,  registrados  nas  contas:  112062  BOMPREÇO  BAHIA  C/C  ASSOCIADOS  e  112087  TRANSPORTADORA  CC  ASSOC. 

Na  análise  das  contas:  112099  WAL  MART  BRASIL  LTDA  e  112115  WALMART  BRASIL  C/C  ASSOCIADOS  verificou­se  a  existência,  além  dos  contratos  apresentados,  de  mais  02  (dois)  contratos  de  mútuos  (vide  lançamentos  contábeis).  Atendendo  solicitação  desta  fiscalização,  em  27/02/2013  veio  apresentar  planilhas internas de controle desses dois mútuos. 

A  partir  dos  contratos  de  mútuos  apresentados  pela  empresa  e  dos  valores  escriturados  em  sua  contabilidade  nas  contas  a  seguir  especificadas,  elaborou­se  demonstrativo  do  quantum  devido de IOF sobre os mútuos da fiscalizada e foi confrontado  com  os  valores  declarados  pela  empresa  nas  suas  DCTF  entregues à Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB. 

Nesse  cotejo,  foram  identificadas  diferenças  que  se  mostraram  como falta de recolhimento do IOF sobre mútuos realizados pela  fiscalizadas, foi lavrado o auto de infração de IOF no valor total  de R$ 23.393.877,10. 

Em  sua  impugnação  ao  lançamento  tributário,  a  Contribuinte  apresenta  os  seguintes pontos: 

i) A ilegalidade e inconstitucionalidade da tributação de operações realizadas 

fora do mercado financeiro pelo IOF, instituída pelo artigo 13 da Lei n. 9.779/99, uma vez que  se trata de tributo com caráter nitidamente extrafiscal, visando a regulação desse mercado.  

ii)  A  não­incidência  do  IOF  sobre  contratos  de  conta  corrente,  que  não  se 

confunde  com  os  contratos  de  mútuo,  citando  diversos  excertos  doutrinários  corroborando  a  diferenciação  dos  institutos.  Assim,  não  poderia  a  autoridade  fiscal  tributar  um  no  lugar  do  outro, sob pena de desrespeito ao artigo 110 e 108 do Código Tributário Nacional. Cita ainda o  Acórdão n. 340200.472 do CARF no sentido das suas alegações. 

iii) Pela análise do caso concreto, constata­se que os contratos firmados são 

típicos  contratos  de  conta  corrente  e,  portanto,  estão  fora  do  campo  de  incidência  de  IOF  estabelecido  pelo  artigo  13  da  Lei  9.779/99.  Não  teria  a  autoridade  fiscal  examinado,  como  deveria,  a natureza jurídica desses contratos, não se estacionando na imprecisa nomenclatura  que  lhes  foi  conferida  de  “contratos  de  mútuo”.  As  contas  do  livro  Razão  do  Contribuinte  ratificam tratra­se de contrato de conta corrente. 

iv) Excesso da autuação. Lembrando que a Fiscalização dividiu as operações 

realizadas  pela  Impugnante  em  dois  grupos:  (a) supostas  operações  de  crédito  realizadas  por  meio  de  conta  corrente  com  valor  de  principal  e  prazo  definido;  e  (b)  operações  de  crédito  realizadas  por  meio  de  conta  corrente  sem  definição  do  valor  de  principal  e  prazo  definido.  Para o primeiro grupo o IOF foi calculado com base no valor total do "empréstimo" previsto no  contrato, aplicando a alíquota de 0,0041% ao dia, mas a alíquota adicional de 0,38%. Porém, a  Fiscalização calculou o IOF por estimativa, considerando para o cálculo do imposto não os dias  de  efetiva  vigência  do  contrato,  mas  sim  o  prazo  máximo  estabelecido  pelas  partes  nos  "contratos de mútuo". 

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v) A multa de 75% aplicada é confiscatória; 

vi) É ilegal a incidência de juros Selic sobre a multa de ofício. 

Sobreveio  então  o  Acórdão  0353.978,  da  2ª  Turma  da  DRJ/BSB,  negando  provimento à impugnação do contribuinte, cuja ementa foi lavrada nos seguintes termos: 

OPERAÇÃO  DE  MÚTUO.  CONTA  CORRENTE  CONTÁBIL.  BASE  DE  CÁLCULO. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO.  Os mútuos de recursos financeiros realizados entre pessoas jurídicas, seja o  mutuante instituição financeira ou não, sujeitam­se à incidência de IOF, ainda  que os mútuos tenham sido operacionalizados por meio de contas correntes  registrados em conta do ativo realizável, sem formalização de contrato e sem  prazo fixado para o pagamento. 

CONSTITUCIONALIDADE  E  LEGALIDADE  DE  NORMAS.  COMPETÊNCIA  PARA  APRECIAÇÃO.  É  o  administrador  é  um  mero  executor  de  leis,  não  lhe  cabendo  questionar  a  legalidade  ou  constitucionalidade  de  comandos  normativos.  A  análise  de  teses  contra  a  legalidade  ou  a  constitucionalidade  de  normas  é  privativa  do  Poder  Judiciário, conforme competência conferida constitucionalmente.  JUROS DE MORA.  Consoante o art. 161 do CTN, é devida a exigência de juros de mora sempre  que não ocorrer o pagamento integral do crédito no vencimento.   Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido   Foi dada ciência eletrônica da decisão ao contribuinte em 11/09/2013 (15  dias após a disponibilização da decisão na Caixa Postal eletrônica do contribuinte, ocorrida em  27/08/2013).  

Em  seu  recurso  voluntário,  protocolado  em  11/11/2013,  irresignado,  o  contribuinte trouxe o caso a este Conselho, por meio de peça recursal de fls 679/723, repisando  os argumentos trazidos quando da sua impugnação ao lançamento tributário, além de pugnar  pela tempestividade do recurso, pela nulidade da decisão proferida pela DRJ por ausência da  apreciação das provas apresentadas.   O processo foi posto em pauta no dia 17 de março de 2016, dando origem à  Resolução n. 3402.000.766, por meio de qual este Colegiado decidiu converter o julgamento  em  diligência,  requerendo  que  a  repartição  fiscal  de  origem  apresentasse  os  documentos  pertinentes  para  a  comprovação  da  data  de  opção  pelo  Domicílio  Tributário  Eletrônico  pela  Recorrente, a fim de aferir a tempestividade da peça recursal.  

Em  resposta  à  Resolução,  a  DRF  Recife  trouxe  aos  autos  documentos  e  informações de fls 1130 a 1134, além de informações para a continuidade do julgamento em fls  1335,  pelas  quais  declara  e  atesta  que  foi  realizada  adesão  ao  DTE  em  26/06/2013,  cancelamento em 23/09/2013 e nova adesão na mesma data de 23/09/2013. 

A  seu  turno,  a  Recorrente  apresentou  petição  a  respeito  da  diligência  (fls  1137  e  seguintes),  alegando  em  síntese  que:  i)  estava  obrigada  à  adesão  ao  DTE  para  permanecer  operando  no  SISCOMEX;  ii)  o  artigo  1º,  §3º  da  Portaria  SRF  n.  259/2006  determina que a Receita Federal informe os contribuintes quais processos estão vinculados às  intimações  eletrônicas,  o  que  não  ocorreu  in  casu;  iii)  durante  o  decorrer  deste  processo,  sempre  fora  intimada  via  postal,  de  modo  que  a  mudança  desse  critério  implica  em  enorme 

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insegurança jurídica, a qual não pode ser tolerada pelo direito; iv) apresenta jurisprudência do  CARF  em  seu  socorro;  v)  até  23/09/2013  o  sistema  do  DTE  não  apresentava  o  nível  de  confiabilidade  necessário,  devendo  só  a  partir  dessa  data  ser  considerado  como  apto  para  a  transmissão de informações entre Fisco e contribuinte.  Posteriormente, a Recorrente trouxe aos autos petição de fls 1152 a 1158, na  qual, além de repisar seus argumentos quanto ao mérito do caso e da tempestividade do recurso  voluntário, apresenta questão de decadência dos fatos geradores anteriores a fevereiro de 2008,  que não havia sido anteriormente ventilada no processo.   Tendo em vista o conteúdo do artigo 10 do Novo Código de Processo Civil (Lei n.  13.105,  de  16  de  março  de  2015), propus  a  abertura  de  vista  dos  autos  à  Procuradoria  da  Fazenda  Nacional,  para  que  se  manifeste acerca da  novel  questão  da  decadência  apresentada  pela Recorrente,  por despacho de fls. 1171.  

A  Procuradoria  da  Fazenda  Nacional  apresentou  sua  manifestação  em  fls  1173  a  1191.  

No que tange à tempestividade do recurso, salientou que: “em atendimento à  resolução, a autoridade responsável apresentou documentação comprovando que o contribuinte  ‘possui  Domicílio  Tributário  Eletrônico  (DTE),  conforme  telas  dos  sistemas  fls.  1130/1134.  Sendo  realizada  a  adesão  em  26/06/2013,  cancelamento  em  23/09/2013  e  nova  adesão  em  23/09/2013.’  Desse  modo,  não  resta  dúvida  de  que  o  recurso  voluntário  não  deve  ser  conhecido, por ser intempestivo.”  

Já com relação à decadência, alega que “na realidade a questão aqui tratada  não é de decadência, mas sim de composição da base de cálculo utilizada para o primeiro mês  do  período  autuado.  Trata­se,  portanto,  de  uma  questão  que  deveria  ter  sido  levantada  no  recurso  voluntário,  qual  seja:  a base  de  cálculo  do  IOF  para  fevereiro  de  2008  não  pode  ser  composta de saldo inicial equivalente ao do mês anterior.”  

É o relatório. 

Voto       

 

1.  Tempestividade 

Conforme é possível perceber do relato acima, a Recorrente foi intimada do  acórdão  da  DRJ,  que  manteve  incólume  o  crédito  tributário  lançado  no  presente  auto  de  Infração, em 11 de setembro de 2013 (intimação de fls 1000 e informação fiscal de fls 1003).  A despeito disso, apresentou Recurso Voluntário em 11 de novembro de 2013, ou seja, trinta  e um dias após expirado o prazo para tal. 

Contudo, a Recorrente clama pela tempestividade de sua peça recursal. 

Em  seu  recurso  voluntário,  afirmou  ser  a  intimação  de  fls  1003  nula,  mediante  a  seguinte  argumentação:  “a  Recorrente  não  autorizou  que  a  Receita  Federal  utilizasse o Domicílio Tributário Eletrônico (DTE) para fins de intimação fiscal eletrônica. E a  legislação é expressa no sentido de que o contribuinte deve autorizar o procedimento eletrônico 

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de intimação. A recorrente somente se utilizou no DTE para fins de habilitação e operação no  SISCOMEX, de maneira que sua intimação, para todos os fins se deu apenas em 25/10/2013.” 

Sobre  esse  ponto,  como  confirma  a  repartição  fiscal  de  origem  (fls  1135),  “em consulta aos sistemas pertinentes, em especial ao §3º, inciso IV, art. 10 do Decreto 7574  de 2011, Manual do Aplicativo de  Opção pelo  Domicílio Tributário Eletrônico,  Informações  sobre o DTE do SISCAC, Nota Caixa Postal e DTE n. 001/2013, não há nenhuma menção a tal  modalidade  de  opção  do  DTE  só  para  o  SISCOMEX,  o  manual  do  DTE  também  não  faz  nenhum ressalva.” 

Com efeito, a Instrução Normativa nº 1.288, de 31 de agosto de 2012, vigente  à  época  dos  fatos,  "estabelece  procedimentos  de  habilitação  de  importadores,  exportadores  e  internadores  da  Zona  Franca  de  Manaus  para  operação  no  Sistema  Integrado  de  Comércio  Exterior  (Siscomex)  e  de credenciamento  de  seus  representantes  para  a  prática de  atividades  relacionadas ao despacho aduaneiro", dispondo: 

 

"DA  HABILITAÇÃO  DO  RESPONSÁVEL  POR  PESSOA  JURÍDICA 

Art.  3º A  habilitação  do  responsável  legal  pela  pessoa  jurídica  será  solicitada  mediante  requerimento,  conforme  o  modelo  constante  do  Anexo  Único  a  esta  Instrução  Normativa,  apresentado  em  qualquer  unidade  da  RFB,  instruído  com  os  seguintes documentos: 

I ­ (...). 

II ­ a prévia adesão ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE). 

Ou  seja,  a  adesão  ao  DTE  é  requisito  para  a  operacionalização  no  SISCOMEX, e uma vez efetuada serve para todas as comunicações entre a Receita Federal e o  contribuinte, vale dizer, inclusive para intimações a respeito de processos estranhos às questões  aduaneiras.   A questão para análise, então, passa a ser a data em que foi autorizada pela  Recorrente a utilização do DTE.  Efetivamente, o artigo 23, §5º do Decreto n. 70.235/72, com a redação dada  pela Lei n. 12.844, de 19 de julho de 2013, estabelece que:  Art. 23. Far­se­á a intimação:  I ­ pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão  preparador,  na  repartição  ou  fora  dela,  provada  com  a  assinatura  do  sujeito  passivo,  seu  mandatário  ou  preposto,  ou,  no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;   II ­ por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via,  com  prova  de  recebimento  no  domicílio  tributário  eleito  pelo  sujeito passivo;  

III ­ por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante:  

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b)  registro  em  meio  magnético  ou  equivalente  utilizado  pelo  sujeito passivo.  (...)  § 5º O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será  implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e  a administração tributária informar­lhe­á as normas e condições  de sua utilização e manutenção (grifei) 

Ademais,  o  §2º  do  mesmo  dispositivo  legal  apresenta  as  datas  em  que  são  consideradas feitas as intimações, da seguinte forma: 

§  1o  Quando  resultar  improfícuo  um  dos  meios  previstos  no  caput  deste  artigo  ou  quando  o  sujeito  passivo  tiver  sua  inscrição  declarada  inapta  perante  o  cadastro  fiscal,  a  intimação poderá ser feita por edital publicado:  

I ­ no endereço da administração tributária na internet;  

II  ­  em  dependência,  franqueada  ao  público,  do  órgão  encarregado  da intimação;  ou  (Incluído  pela  Lei  nº  11.196,  de  2005) 

III ­ uma única vez, em órgão da imprensa oficial local.   § 2° Considera­se feita a intimação: 

I  ­  na  data  da  ciência  do  intimado  ou  da  declaração  de  quem  fizer a intimação, se pessoal; 

II  ­  no  caso  do  inciso  II  do  caput  deste  artigo,  na  data  do  recebimento  ou,  se  omitida,  quinze  dias  após  a  data  da  expedição da intimação;  

III ­ se por meio eletrônico:  

a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante  de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo;  

b)  na  data  em  que  o  sujeito  passivo  efetuar  consulta  no  endereço  eletrônico  a  ele  atribuído  pela  administração  tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c)  na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado  pelo sujeito passivo; 

Assim,  é  imprescindível  saber,  para  fins  de  aferição  da  tempestividade  do  presente recurso voluntário, se o contribuinte optara ou não pelo domicílio tributário eletrônico,  pois,  se  a  resposta  for  positiva,  a  contagem  do  prazo  teve  início  em  11/09/2013  (15  dias  contados  da  data  registrada  no  comprovante  de  entrega  no  domicílio  tributário  do  sujeito  passivo),  já  que essa data  é anterior  à data  da  consulta  pelo  sujeito  passivo  no  seu  endereço  eletrônico (25/10/2013, conforme informação de fls 1008). 

Pelas informações  e documentos apresentados pela DRF não há dúvidas  de  que adesão ao DTE foi feita em 26/06/2013, seu cancelamento em 23/09/2013 e nova adesão  na  mesma  data  de  23/09/2013.  Portanto,  desde  26/06/2013  a  opção  pelo  DTE  encontrava­se 

(8)

formalizada.  Justamente  por  essa  razão  é  que  os  atos  processuais  ocorridos  no  início  do  processo  em  apreço  foram  apresentados  em  papel,  via  postal  (e.g.  Termo  de  Início  da  Ação  Fiscal,  datado  de  22/03/2012),  já  o  ato  que  sobreveio  à  opção  pelo  DTE  foi  feito  eletronicamente  (disponibilização  da  decisão  da  DRJ  na  Caixa  Postal  eletrônica  do  contribuinte, em 27/08/2013). 

Disto já concluir­se­ia pela intempestividade do recurso voluntário, feito nos  termos da legislação em vigor, e, por conseguinte, sem margem de espaço para se falar em falta  de  segurança  jurídica.  Afinal,  havendo  opção  pelo  DTE,  deve­se  contar  o  início  do  trintídio  recursal  nos  moldes  do  artigo  23,  §2º,  inciso  III,  alínea  “a”  do  Decreto  70.235/72,  ou  seja,  desde o dia 11/09/2013.  

Entretanto,  antes  de  alcançar  tal  conclusão,  cumpre  averiguar  o  argumento  central  da  manifestação  da  Recorrente  de fls  1137  e  seguintes,  qual  seja:  o  artigo  1º,  §3º  da  Portaria  SRF  n.  259/2006  determina  que  a  Receita  Federal  informe  os  contribuintes  quais  processos  estão  vinculados  às  intimações  eletrônicas,  o  que  não  ocorreu  in  casu.  Destaco  o  conteúdo da norma em questão: 

Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos  processuais  pelo  sujeito  passivo  ou  pela  Secretaria  da  Receita  Federal  do  Brasil  (RFB)  será  realizado  conforme  o  disposto  nesta Portaria. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de  10 de fevereiro de 2009)  

(...) 

§  3º  Para  efeito  do  disposto  no  caput,  a  RFB  informará  ao 

sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de  atos  de  forma  eletrônica.  (Incluído(a)  pelo(a)  Portaria  RFB  nº 

574, de 10 de fevereiro de 2009) 

Entendo que não assiste razão à Recorrente.  

Isto porque a Receita Federal cumpriu o citado mandamento. Foi informado o  âmbito  de  aplicação  do  encaminhamento  de  atos  e  termos  processuais  eletronicamente  por  meio do Termo de Opção ao DTE. Explico. 

Sobre a opção do domicílio tributário eletrônico, o artigo 4º da Portaria SRF  nº 259, de 13 de março de 2006, possui a seguinte redação, conferida pela Portaria RFB nº 574,  de 10 de fevereiro de 2009: 

Art.  4º  A  intimação  por  meio  eletrônico,  com  prova  de  recebimento, será efetuada pela RFB mediante: 

I  ­  envio  ao  domicílio  tributário  do  sujeito  passivo;  ou  II  ­  registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito  passivo.  § 1º Para efeito do disposto no inciso I, considera­se domicílio  tributário do sujeito passivo a Caixa Postal a ele atribuída pela  administração tributária e disponibilizada no e­CAC, desde que  o sujeito passivo expressamente o autorize. 

§  2º  A  autorização  a  que  se  refere  o  §  1º  dar­se­á  mediante 

envio pelo sujeito passivo à RFB de Termo de Opção, por meio  do  e­CAC,  sendo­lhe  informadas  as  normas  e  condições  de  utilização e manutenção de seu endereço eletrônico. (grifei) 

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Disto  já  se  pode  concluir  que  é  necessária  expressa  opção  do  contribuinte  para que o seu domicílio eletrônico passe a ser utilizado pela Receita Federal para intimações.  Esta opção é feita formalmente, mediante o Termo de Opção citado no §2º do artigo 4º acima.  Tal Termo de Opção foi objeto de regulamentação detalhada pela Instrução  Normativa SRF n. 664, de 21 de julho de 2006, in verbis:  Aprova o Termo de Opção por Domicílio Tributário Eletrônico e  o  Termo  de  Cancelamento  de  Opção  por  Domicílio  Tributário  Eletrônico, para efeito de comunicação de atos oficiais por meio  eletrônico no âmbito da Secretaria da Receita Federal. 

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição  que lhe confere o art. 230 do Regimento Interno da Secretaria da  Receita  Federal,  aprovado  pela  Portaria  MF  nº  30,  de  25  de  fevereiro de 2005, e tendo em vista o disposto nos arts. 2º e 23  do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, com a redação do  art. 113 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, e no art.  4º da Portaria SRF nº 259, de 13 de março de 2006, resolve:  Art.  1o  Ficam  aprovados  o  Termo  de  Opção  por  Domicílio  Tributário Eletrônico e o Termo de Cancelamento de Opção por  Domicílio Tributário Eletrônico constantes, respectivamente, dos  Anexos I e II. 

§  1º  Os  Termos  a  que  se  refere  o  caput  estão  disponíveis  no  Centro  Virtual  de  Atendimento  ao  Contribuinte  (e­CAC),  na  página  da  Secretaria  da  Receita  Federal  na  Internet,  no  endereço § 2º Para acesso ao e­CAC é obrigatória a utilização  de  certificado  digital  válido,  conforme  disposto  no  art.  1º  da  Instrução Normativa SRF nº 580, de 12 de dezembro de 2005.  Art. 2o Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua  publicação. 

ANEXO I 

TERMO  DE  OPÇÃO  POR  DOMICÍLIO  TRIBUTÁRIO  ELETRÔNICO NI  

(dados  de  identificação  do  sujeito  passivo  obtidos  automaticamente) 

Nome/Nome Empresarial  

Autorizo a Secretaria da Receita Federal a enviar comunicação  de  atos  oficiais  para  minha  caixa  postal  eletrônica  disponibilizada  no  Centro  Virtual  de  Atendimento  ao  Contribuinte  (e­CAC),  no  endereço,  a  qual  será  considerada  domicílio tributário eletrônico. 

Fico ciente de que o prazo para ser considerado intimado é de  15  (quinze)  dias  contados  da  data  em  que  a  comunicação  for  registrada  em  minha  caixa  postal  eletrônica,  a  qual  ficará  disponível  pelo  prazo  de  5  (cinco)  anos,  salvo  se  apagada  manualmente. 

(10)

Responsável  legal  perante  a  SRF  <dados  de  identificação  obtidos automaticamente>:  NOME CPF Local e Data Fundamentação Legal: arts. 2º e 23,  III, “a”, e § 4º, II, do Decreto nº 70.235 de 6 de março de 1972,  com a redação do art. 113 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro  de 2005; e Portaria SRF nº 259, de 13 de março de 2006.  Pela leitura do artigo 4º, §2º da Portaria RFB nº 574/2009 não há dúvida de  que uma das funções do Termo de Opção do DTE é justamente informar os contribuintes sobre  seus  termos  e  condições  de  uso.  Nesse  sentido,  o  texto  do  Termo  de  Opção,  instituído  pelo  Anexo  I  da  Instrução  Normativa  SRF  n.  664/2006  expressamente  coloca  que  todos  os  atos  oficiais serão comunicados pela postagem na caixa eletrônica do contribuinte no e­CAC. Em  outras palavras, o Termo de Opção ao DTE informa que todos os atos, de todos os processos  que  relacionam  o  contribuinte  à  Receita  Federal,  ocorrerão  eletronicamente.  O  contribuinte  autoriza  que  assim  seja  e  fica  ciente  dos  prazos  estabelecidos  pela  legislação  para  tais  intimações eletrônicas.  

Por essas razões, não há que se falar em descumprimento do artigo 1º, §3º da  Portaria SRF n. 259/2006.  

Saliento  que  jurisprudência  (Processo  n.  19515.722061/2012­00,  Acórdão  2301­004.260) apresentada pela Recorrente em sua manifestação de fls 1137 e seguintes, que  em tese lhe socorreria, na realidade ratifica a posição tomada por essa relatora. 

De  fato,  no  Processo  n.  19515.722061/2012­00,  Acórdão  2301­004.260  foi  formalizado e publicado com a ementa abaixo colacionada: 

TEMPESTIVIDADE.  NULIDADE  DA  INTIMAÇÃO  DA  DECISÃO  SINGULAR  PELO  MEIO  ELETRÔNICO,  e;  DA  OMISSÃO  QUANTO  À  PRÉVIA  INDICAÇÃO  AO  SUJEITO  PASSIVO  DOS  PROCESSOS  SUBMETIDOS  AO  REGIME  DO  PROCESSO DIGITAL (e­processo) 

Para  ser  intimado  pelo  meio  eletrônico  é  necessário  que  o  contribuinte  tenha  autorizado  tal  comportamento,  segundo 

inteligência  do  artigo  23,  §  4°,  I  e  II  e  §  5°  do  Decreto  70.235/72. 

Compulsando os autos não se verifica autorização expressa por  parte  do  Recorrente  nenhuma  autorização  de  receber  intimação por meio eletrônico. Aliás, não há nem mesmo oferta 

de  tal  endereço,  razão  pela  a  data  inicial  da  intimação  da  decisão  de  piso  o  dia  03  de  junho  de  2013  e  a  data  da  protocolização o dia 29 do mesmo mês e ano, o que deságua na  tempestividade. 

Do voto do Conselheiro Relator Wilson Antônio de Souza Corrêa, destaco o  seguinte trecho: 

Assim,  não  havendo  autorização  expressa  para  ser  intimado 

pelo meio eletrônico, a Recorrente não se enquadra item III do  artigo  23  do  Decreto  70.235/72,  bem  como  por  não  haver  intimação  de  permissão  de  atos  da  forma  eletrônica  da  SRF  para o Contribuinte, foi violado o que dispõe sobre a prática de  atos  e  termos  processuais,  de  forma  eletrônica,  no  âmbito  da  Secretaria  da  Receita  Federal.  Vejamos  então  a  data  da 

(11)

intimação  por  outros  meios,  conforme  determina os  itens I  e II  do  supramencionado  artigo.  Além  da  objurgada  intimação  por  meio  eletrônico,  consta  nos  autos  uma  petição  protocolizada  pela Recorrente com data do dia 06 de junho de 2013, alegando  que  não  recebe  intimações  por  meio  eletrônico  e  que  somente  teve  acesso  aos  autos,  após  a  decisão  singular,  nesta  data.  De  fato,  como  alhures  dito,  a  intimação  por  meio  eletrônico  realizada no presente feito não guarda sintonia com a legislação  de  regência,  mormente  porque  não: i)  não  há prévia  indicação  autorizadora da Recorrente para ser intimada por meio digital;  e, ii) não há oferta de endereço eletrônico da Recorrente, por ela  indicado. 

Pela leitura da ementa e do voto do julgamento fica clara a diferença entre o  caso  e  o  presente  processo:  naquele  não  havia  autorização  expressa  do  contribuinte  para  as  intimações ocorrerem pela via eletrônica, como impõe o artigo 23, §5º do Decreto 70.235/72;  neste há.  

É  por  essa  razão  que  lá  o  descumprimento  do  artigo  1º,  §3º  da  Portaria  n.  259/2006  de  fato  se  deu,  lesando  o  direito  do  contribuinte,  pois  não  fora  feita  a  opção  pelo  DTE, nos termos e na forma do artigo 4º, §2º da Portaria RFB nº 574/2009 e do Anexo I da  Instrução Normativa SRF n. 664/2006, que, como visto acima, cumprem a função de informar  o contribuinte sobre os atos e processos que correrão eletronicamente.  

No  processo  sub  judice,  a  opção  em  26/06/2013  pelo  DTE  foi  perfeita,  conforme demonstrado alhures.  

Por  conseguinte,  a  contagem  do  prazo  se  iniciou  em  11/09/2013  (15  dias  contados  da  data  registrada  no  comprovante  de  entrega  no  domicílio  tributário  do  sujeito  passivo),  uma  vez  que  essa  data  é  anterior  à  data  da  consulta  pelo  sujeito  passivo  no  seu  endereço  eletrônico  (25/10/2013,  conforme  informação  de  fls  1008),  tendo  sido  interposto  Recurso  Voluntário  em  11  de  novembro  de  2013,  sessenta  e  um  dias  após  a  intimação  do  julgamento da DRJ. 

Pois  bem.  O  Decreto  nº  70.235/72,  que  regula  o  processo  administrativo  fiscal, estabelece que o prazo para a propositura de Recurso Voluntário é de 30 (trinta) dias:  Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial,  com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência  da decisão.  Assim, tendo o contribuinte apresentado Recurso Voluntário fora do trintídio  legal, não há dúvidas que o presente Recurso é intempestivo, razão pela qual voto no sentido de  não conhecê­lo.  2.  Decadência 

Embora  não  tenha  apresentado  qualquer  questão  relativa  a  decadência  do  auto  de  infração  em  seu  recurso  voluntário,  a  Recorrente  apresenta  tal  ponto  em  petição  de  1137 a 1142.  

Uma vez que a decadência constitui matéria de ordem pública, conhecível a  qualquer tempo do processo, é de se  admitir a sua análise.  Isto porque o artigo 63 da Lei n. 

(12)

9.784/19991 aparta o problema da intempestividade (preclusão temporal) das demais hipóteses  de preclusão, admitindo, no seu parágrafo segundo, a revisão de ofício de questões de ordem  pública,  que  não  precluem.  Ademais,  é  preciso  lembrar  que  o  processo  administrativo  fiscal  deve ser regido pelo princípio da eficiência e da informalidade moderada, o que também leva à  conclusão pela necessidade de análise da decadência. 

Entretanto, a PFN, instada a se manifestar sobre o ponto, alega que se trataria  de discussão a respeito da base de cálculo, e não de decadência tributária, de modo que este  Colegiado  não  poderia  conhecê­la,  uma  vez  que  preclusa.  Vejamos  como  a  questão  se  apresenta.  

2.1. Fato Gerador, base de cálculo e decadência tributária do IOF 

A notificação da lavratura do auto de infração ocorreu em 28/02/2013 (fls 4),  exigindo  valores  do  Contribuinte  no  período  compreendido  entre  29/02/2008  a  31/12/2009.  Nesse contexto, a Recorrente clama pelo reconhecimento da decadência dos valores referentes  aos  fatos  geradores  (operações  financeiras)  anteriores  a  fevereiro  de  2008,  cujo  prazo  decadencial teria expirado. Em suas palavras (fls 1154 e 1155):      Com razão a Recorrente sobre a tese a respeito da decadência do IOF, como  já decidiu por unanimidade este Colegiado no Acórdão 3402­003.018. 2 Lembremos o que foi  lá decidido.          1 Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:  I ­ fora do prazo;  II ­ perante órgão incompetente;  III ­ por quem não seja legitimado;  IV ­ após exaurida a esfera administrativa.  § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo­lhe devolvido o prazo  para recurso.  § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não  ocorrida preclusão administrativa.    2 Assunto: IOF 

ÔNUS  DA  PROVA.  LIVROS  COMERCIAIS.  ESCRITURAÇÃO  CONTÁBIL.  PRESUNÇÃO  DE  VERACIDADE. 

Em  se  tratando  de  processo  de  auto  de  infração,  cabe  à  fiscalização  o  ônus  da  prova  dos  fatos  jurígenos  da  pretensão fiscal e cabe à defesa o ônus da prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da pretensão  fazendária. 

(13)

O lançamento tributário foi calculado com base no artigo 7º, inciso I, alínea  “a”, do Decreto n. 6.306/2007, in verbis: 

Art. 7o A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF 

são: 

I ­ na  operação  de  empréstimo,  sob  qualquer  modalidade, 

inclusive abertura de crédito: 

a) quando não ficar definido o valor do principal a ser utilizado 

pelo  mutuário,  inclusive  por  estar  contratualmente  prevista  a 

reutilização do crédito, até o termo final da operação, a base de  cálculo é o somatório dos saldos devedores diários apurado no 

último dia de cada mês, inclusive na prorrogação ou renovação: 

Este  mesmo  Decreto,  em  seu  artigo  3º,  §1º,  inciso  I,  estabelece  que  o  fato  gerador  do  IOF  ocorre  na  data  da  efetiva  entrega,  total  ou  parcial,  do  valor  que  constitua  o  objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado. Veja­se: 

Art.  3o  O  fato  gerador  do  IOF  é  a  entrega  do  montante  ou  do  valor que  constitua o  objeto da  obrigação,  ou  sua  colocação à  disposição do interessado (Lei no 5.172, de 1966, art. 63, inciso  I). 

§ 1o Entende­se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre 

operação de crédito: 

I  ­  na  data  da  efetiva  entrega,  total  ou  parcial,  do  valor  que  constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição  do interessado; 

Pela  leitura  conjunta  dos  dois  dispositivos,  conclui­se  que  na  apuração  dos  saldos  devedores  diários,  base  de cálculo  do  IOF,  a  Fiscalização  não  pode computar  valores  que  haviam  sido  transacionados  (fatos  geradores)  anteriormente  ao  prazo  decadencial.  Em  outros termos, a dívida acumulada no passado não pode ser computada na base de cálculo do  IOF. 

       IOF. MÚTUO ENTRE EMPRESAS LIGADAS. INCIDÊNCIA.  

As  operações  de  crédito  correspondentes  a  mútuo  de  recursos  financeiros  entre  quaisquer  pessoas  jurídicas  ou  entre qualquer pessoa jurídica e pessoa física sujeitam­se à incidência do IOF, nos termos do artigo 13 da Lei n.  9.779/99. 

IOF. CONTA CORRENTE ENTRE EMPRESAS LIGADAS. NÃO INCIDÊNCIA. 

Não  provando  o  Fisco  que  as  operações  escrituradas  na  contabilidade  do  Contribuinte  devem  ter  sua  natureza  jurídica reavaliada, porque teriam, na realidade, características de "operação de crédito correspondentes a mútuo",  deve  prevalecer  a  presunção  de  veracidade  e  legitimidade  dos  livros,  não  havendo  a  incidência  do  IOF  sobre  operações comerciais lançadas na conta­corrente entre empresas ligadas. 

DECADÊNCIA. IOF. FATO GERADOR. OPERAÇÕES DE CRÉDITO.  

O  lançamento  tributário  calculado  com  base  no  artigo  7º,  inciso  I,  alínea  "a"  do  Decreto  n.  6.306/2007  utiliza  como base de cálculo o somatório dos saldos devedores diários apurado no último dia de cada mês. Este mesmo  Decreto, em seu artigo 3º, §1º, inciso I, estabelece que o fato gerador do IOF ocorre na data da efetiva entrega,  total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado. Pela  leitura conjunta dos dois dispositivos, conclui­se que na apuração dos saldos devedores diários, base de cálculo do  IOF,  a  Fiscalização  não  pode  computar  valores  que  haviam  sido  transacionados  anteriormente  ao  prazo  decadencial.  

(14)

Nesse  sentido,  o  Relator  Bernardo  Leite  de  Queiroz  Lima  proferiu  os  seguintes dizeres em caso com questão análoga:  

Para  que  exista  saldo  devedor  no  mês,  é  necessário  que,  antes  disso,  tenham  sido  disponibilizados  recursos  ao  mutuário.  O  saldo devedor nada mais é do que o valor que o mutuário deve  ao mutuante e que ainda não foi amortizado. Isto porque o IOF é  apurado  considerando  o  prazo  em  que  o  recurso  fica  à  disposição do tomador do crédito, sendo este prazo um critério  para  definir  o  valor  do  tributo,  mas  não  a  ocorrência  do  fato  gerador,  que  se  dá  no  momento da  disponibilização.  (Processo  15504.010425/2010­11, Acórdão 3401­002.877) 

Traçadas  tais  premissas,  e  antes  de  adentrar  na  existência  ou  não  de  decadência de valores no presente  caso  concreto (tópico 2.2. abaixo), faz­se necessário tecer  algumas  observações  com  relação  ao  pedido  da  Procuradoria  da  Fazenda  pelo  não  conhecimento da matéria, haja vista que se trataria de discussão sobre “base de cálculo” e não  sobre “decadência”. 

Como  bem  se  sabe,  a  decadência  consiste  na  perda  do  direito  do  fisco  em  constituir o crédito tributário, de modo que sua verificação culmina justamente na extinção  do mesmo crédito3 (artigo 156, inciso V do Código Tributário Nacional ­ "CNT").4 Ou seja,  uma vez que o contribuinte efetua determinado ato ou negócio jurídico (fato gerador ­ artigo  114 do CTN),5 o qual se subsume à hipótese de incidência traçada pela legislação como apta a  desencadear a relação jurídica tributária (direito do Fisco receber o objeto, em contrapartida ao  dever  do  contribuinte  adimplir  tal  obrigação),  caso  o  contribuinte  não  efetive  o  devido  recolhimento  do  tributo  aos  Cofres  Públicos,  poderá/deverá  a  Administração  Tributária  promover  o  lançamento  tributário,  para  constituir  o  crédito  e  cobrar  a  importância  devida  a  título de tributo. É o que preceitua o artigo 142 do CTN, in verbis: 

Art.  142.  Compete  privativamente  à  autoridade  administrativa  constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido  o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência 

do  fato  gerador  da  obrigação  correspondente,  determinar  a 

matéria  tributável,  calcular  o  montante  do  tributo  devido,  identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da  penalidade cabível.  

Em outros termos, é justamente a diferença entre o fato gerador da obrigação  tributária  e  crédito  tributário  constituído  através  do  lançamento  que  permite  falar  em  decadência do direito do Fisco lavrar auto de infração, realizando o lançamento tributário. 

Tendo  isto  em  vista,  já  adianto  que  verifica­se  a  decadência  in  casu  pela  análise conjunta do artigo 7º, inciso I, alínea “a”,  6 e do artigo 3º, §1º, inciso I, do Decreto n. 

       

3 Não se deve olvidar que é impróprio usar a nomenclatura “extinção do crédito tributário”, tendo em vista que na 

verdade também pode ocorrer e extinção da obrigação tributária pela subtração de outro de seus elementos, que  não  seja  o  crédito  tributário,  como  por  exemplo,  o  débito,  o  sujeito  ativo  ou  o  sujeito  passivo.  Foi  por  essa  percepção que o Professor Paulo de Barros Carvalho destacou que “lamentavelmente, disso não se apercebeu o  legislador do Código, que resolver sistematizar a disciplina jurídica da matéria em torno do conceito de extinção  do crédito, quando cumpriria fazê­lo levando em conta a obrigação, que é o todo." (Carvalho, Paulo de Barros.  Direito Tributário, Linguagem e Método, 1ª Ed., Noeses, São Paulo, 2008, p. 468).  4 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...)  V ­ a prescrição e a decadência;  5 Artigo 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua  ocorrência.  6 Art. 7o A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF são: 

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6.306/2007. Este último dispositivo cuida justamente da determinação do fato gerador do IOF,  o  qual  ocorre na  data  da  efetiva  entrega,  total  ou  parcial,  do  valor  que constitua o  objeto  da  obrigação ou sua colocação à disposição do interessado.  

É,  portanto,  do  preciso  momento  em  que  os  valores  transacionados  como  mútuo  são  disponibilizados  que  se  reputa  ocorrido  o  fato  gerador  do  IOF,  culminando  na  contagem do prazo decadencial nos termos do CTN.  

Recorde­se  que  a  base  imponível  (ou  base  de  cálculo)  é  “uma  perspectiva  dimensível do aspecto material da hipótese de incidência que a lei qualifica com a finalidade de  fixar  critério  para  a  determinação  em  cada  obrigação  tributária  concreta,  do  quantum 

debeatur.”7 Com  isso  Geraldo  Ataliba  evidencia  que,  o  aspecto  material  da  hipótese  de  incidência, que tem caráter abstrato e genérico, é sempre passível de mensuração. Disto já se  conclui  a  íntima  relação  entre  base  de  cálculo  e  aspecto  material  da  hipótese  de  incidência 

tributária,  o  qual,  não  custa  recordar,  nada  mais  é  do  que  a  descrição  normativa  do  fato  gerador do tributo in abstracto.  

Nesse sentido Paulo de Barros Carvalho apresenta três funções distintas para  a  chamada  base  de  cálculo,  quais  sejam:  i)  medir  as  proporções  reais  do  fato  (função  mensuradora),  ii)  compor  a  específica  determinação  da  dívida  (função  objetiva)  e  iii)  confirmar, infirmar ou afirmar o correto elemento material do antecedente normativo (função  comparativa).  

De tudo quanto exposto, confirma­se que a presente análise visa discutir se a  tributação pretendida pela Autoridade no auto de infração em questão abarcou fatos geradores  decaídos  pela  forma  com  que apresentou  a  base  de cálculo  do  IOF,  sendo  que  a esta  última  cumpre  justamente  mensurar  a  dimensão  dos  primeiros,  confirmando­os  comparativamente.  Assim se dá a relação indissociável entre os institutos. Efetivamente, se fato geradores do IOF  (artigo 3º, §1º, inciso I, do Decreto n. 6.306/2007) forem indevidamente cobrados no cálculo da 

base de cálculo, cumpre reconhecer a decadência desses fato geradores, dever de ofício deste 

Colegiado,  uma  vez  que  se  trata  de  matéria  de  ordem  pública,  que  faz  valer  o  objetivo  do  instituto da decadência: "garantir a desejada estabilidade das relações jurídicas",8 nas palavras  de Luis Eduardo Schoueri.  2.2. Aferição da decadência in casu  Antes de adentrar propriamente na questão da decadência, é preciso destacar  que o auto de infração que inaugurou o presente processo administrativo foi dividido em dois  tópicos, quais sejam:   (i) 0001 IOF – falta de recolhimento do imposto sobre operações de crédito  realizadas por meio de contas correntes sem definição do valor de principal e  prazo (fatos geradores de 29/02/2008 a 31/12/2008). Estes valores autuados,  que  abrangem  as  Contas  Contábeis  126062  e  122087,  foram  indicados  no  tópico 2.2 do Termo de Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls 11); 

       I ­ na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: 

a) quando não ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, inclusive por estar contratualmente  prevista  a  reutilização  do  crédito,  até  o  termo  final  da  operação,  a  base  de  cálculo  é  o  somatório  dos  saldos  devedores diários apurado no último dia de cada mês, inclusive na prorrogação ou renovação" 

7 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária, São Paulo, Malheiros Editores, 2005. 

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(ii) 0002 IOF – falta de recolhimento do imposto sobre operações de crédito 

realizadas por meio de contas correntes com definição do valor de principal e  prazo  (fatos  geradores  de  31/10/2008  a  28/10/2008),  vide  fls  5  e  6.  Os  valores autuados  constam do tópico 2.1 do Termo de Encerramento Parcial  da Ação Fiscal (fls 11). 

A  Recorrente  somente  clama  a  decadência  parcial  dos  valores  cobrados  a  título de IOF, referentes às operações sem definição de valores e prazos definidos, indicadas no  item (i) acima, nos moldes descritos no tópico 2.1. Assim, tendo a notificação da lavratura do  lançamento  ocorrido  em  28/02/2013,  segundo  a  Recorrente  estariam  decaídos  os  valores  referentes aos fatos geradores anteriores a fevereiro de 2008, pela aplicação do artigo 150, §4º  do CTN. 

Como é consabido, para fins de aferição do prazo decadencial a ser utilizado  (artigo  150,  §4º  ou  artigo  173  do  CTN),  deve­se  avaliar  se  houve  ou  não  antecipação  de  pagamento do tributo devido, segundo pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal de  Justiça em sede de recurso repetitivo (REsp 973.733/SC). 9  

In  casu,  a  fiscalização  comprova  que a  Recorrente  efetuou  o  recolhimentos 

de IOF (código 1150) somente no que se refere aos meses de novembro e dezembro de 2008. É  o que se constata pela leitura de fls 13 e 14 do Termo de Encerramento de Ação Fiscal e do  DOC 7 do auto de infração, cuja tela de consulta de pagamentos segue abaixo colacionada: 

 

A  Recorrente,  quando  afirma  ter  efetuado  pagamento,  refere­se  ao  mesmo  documento, de modo que não contesta o  fato de serem  esses os únicos  meses em que foram  recolhidos valores a título de IOF. Assim, para o período de apuração do IOF que pode haver  decadência no presente caso (fevereiro de 2008 para trás, segundo a Recorrente), não há prova  de pagamento, nem mesmo parcial, nos autos.  

Dessa  forma,  não  pode ser  reconhecida  na plenitude  a decadência  aventada  pela Recorrente, pela simples aplicação da regra de contagem do prazo em questão.  

       

9 Por conta disso, deve­se aplicar ao presente caso o art. 62, §2º do Regimento Interno do CARF, o qual prescreve 

a  necessidade  de  reprodução,  pelos  Conselheiros,  das  decisões  definitivas  de  mérito  proferidas  pelo  Superior  Tribunal de Justiça, na sistemática dos recursos repetitivos: 

§  2º  As  decisões  definitivas  de  mérito,  proferidas  pelo  Supremo  Tribunal  Federal  e  pelo  Superior  Tribunal  de  Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543­B e 543­C da Lei nº 5.869, de 1973 ­  Código  de  Processo  Civil  (CPC),  deverão  ser  reproduzidas  pelos  conselheiros  no  julgamento  dos  recursos  no  âmbito do CARF 

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Afinal, deve ser utilizado, isto sim, o prazo do artigo 173, inciso I do CTN, e  não o do artigo 150, §4º. Por conseguinte, o dia 1º/01/2013 foi o prazo final para que os fatos  geradores  do  IOF  ocorridos  até  novembro  de  2007  (e,  por  óbvio,  todos  os  fatos  geradores  anteriores  a  isso)  pudessem  ser  cobrados.  Em  outras  palavras,  somente  fatos  geradores  ocorridos  a  partir  de  dezembro  de  2007  poderiam  ser  cobrados  pelo  presente  lançamento  tributário, cuja notificação ao contribuinte aconteceu em 28/02/2013.  

Ocorre  que  é  possível  verificar  que  operações  de  crédito  anteriores  a  dezembro  de  2007  foram  inseridas  na  base  de  cálculo  do  IOF,  tanto  em  relação  à  Conta  Contábil n. 126062 como a de n. 122087. Quanto à primeira Conta, foi utilizado o saldo inicial  acumulado R$ 63.675.826,75 (conforme cópia do Razão de fls 140). Já na segunda, constata­se  a  utilização  do  montante  de  R$  6.639.382,75  (conforme  cópia  do  Razão  de  fls  343).  Tais  valores, claramente, foram transportados dos exercícios anteriores para o primeiro dia do ano  de 2008. 

Portanto,  há  crédito  tributário  extinto  pela  decadência  no  presente  lançamento, crédito esse referente a todas as operações ocorridas antes de dezembro de 2007,  razão pela qual devem ser expurgadas da base de cálculo do IOF devido pela Recorrente.  

3. CONCLUSÃO 

Ex  positis,  voto  pelo  não  conhecimento  do  recurso  voluntário,  porque 

intempestivo.  Quanto  à  questão  da  decadência,  por  ser  matéria  de  ordem  pública,  deve  ser  conhecida, e parcialmente provida para cancelar a cobrança do crédito tributário referente aos  valores transacionados antes de 30/11/2007, inseridos na base de cálculo do IOF por meio da  utilização dos saldos iniciais acumulados em 01/2008.  Thais de Laurentiis Galkowicz ­ Relatora   

      

 

      

   

Referências

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