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A R E F O R M A D O I R S : F A M Í L I A, M O B I L I D A D E E S I M P L I F I C A Ç Ã O F I S C A L

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TAX & BUSINESS

A presente Informação Fiscal destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta. Não deve servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O conteúdo desta Informação Fiscal não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte contacto@rffadvogados.pt.

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N º 2 1 / 1 4

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A R E F O R M A D O I R S :

F A M Í L I A , M O B I L I D A D E E S I M P L I F I C A Ç Ã O

F I S C A L

S S S

Sumárioumárioumárioumário

1. INTRODUÇÃO ... 2

2. SIMPLIFICAÇÃO ... 2

2.1. O alargamento da dispensa das obrigações declarativas ... 2

2.2. A uniformização dos prazos de entrega da declaração anual de rendimentos ... 3

3. CONSIDERAÇÃO DA FAMÍLIA ... 3

3.1. O regime de tributação separada dos cônjuges ... 3

3.2. O quociente familiar ... 3

3.3. O aumento das deduções personalizantes em função dos membros do agregado familiar e o “ticket escola” ... 4

4. MOBILIDADE SOCIAL ... 4

4.1. Os rendimentos de trabalho ... 4

4.2. A retenção na fonte ... 5

4.3. Os rendimentos de capitais e as mais-valias 5 4.4. A aproximação das pensões a rendimentos do trabalho dependente ... 6

4.5. Os rendimentos prediais ... 6

5. RESIDÊNCIA ... 6

5.1. A residência parcial... 6

5.2. A análise separada da residência de cada sujeito do agregado familiar ... 7

6. A DELIMITAÇÃO DO REGIME DA AVALIAÇÃO INDIRECTA E DAS MANIFESTAÇÕES DE FORTUNA ... 7

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1.

1. 1.

1. IIIINTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃO

No passado dia 18 de Julho de 2014, a Comissão de Reforma do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (doravante IRS) apresentou o anteprojecto de reforma do IRS. O anteprojecto apresenta como principais objectivos, de acordo com o seu mandato:

• a simplificação do imposto, em especial do regime das obrigações declarativas;

• a mobilidade social, com o fim de valorizar o mérito e o esforço ao avaliar a tributação que incide sobre os rendimentos de trabalho; e

• a protecção da família, considerando a importância da natalidade e reforçando as políticas fiscais familiares, com vista a contribuir para a inversão do défice demográfico na sociedade portuguesa.

Pretendemos dar a conhecer, de entre as inúmeras alterações que o anteprojecto visa promover em sede de IRS, aquelas que consideramos serem as medidas principais e mais inovadoras.

2. 2. 2.

2. SSSSIMPLIFICAÇÃOIMPLIFICAÇÃOIMPLIFICAÇÃOIMPLIFICAÇÃO

2.1. O alargamento da dispensa das

obrigações declarativas

Como principal medida de simplificação das obrigações declarativas, e sem prejuízo de outras igualmente relevantes, a Comissão do IRS propõe a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos dos sujeitos passivos que aufiram os seguintes rendimentos:

• rendimentos tributados a taxas liberatórias, quando o contribuinte não tenha optado pelo respectivo englobamento;

• rendimentos do trabalho dependente, ou pensões, com o montante anual igual ou inferior a € 8.150 (em substituição do actual limite de, apenas, € 4.104);

• subsídios ou subvenções atribuídos no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), cujo valor anual seja inferior a 4 vezes o IAS (419,22€), desde que os contribuintes, simultaneamente, apenas aufiram, isolada ou cumulativamente, menos de € 4.104,00 de rendimentos do trabalho dependente ou pensões. No entanto, não estarão dispensados de apresentação da declaração de

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rendimentos os contribuintes que optem

pela tributação conjunta, aufiram rendas temporárias e vitalícias que não se destinem ao pagamento de determinadas pensões, e/ou aufiram rendimentos que não tenham sido sujeitos a retenção na fonte, excepto, neste último caso, se o contribuinte solicitar à entidade pagadora que efectue essa retenção.

2.2. A uniformização dos prazos de

entrega da declaração anual de

rendimentos

A Comissão propõe a eliminação da existência de prazos distintos para a entrega das declarações de rendimentos, consoante as mesmas sejam entregues em suporte papel ou por transmissão electrónica de dados, principalmente devido à forte adesão pelos contribuintes da entrega da declaração via internet. A Comissão propõe, ainda, a prorrogação desse prazo até 31 de Dezembro, relativamente aos contribuintes que tenham obtido rendimentos no estrangeiro com direito a crédito de imposto para eliminação da dupla tributação internacional, nas situações em que o Estado da Fonte ainda não tenha determinado o imposto aí devido.

Por outro lado, a Comissão do IRS alarga o prazo durante o qual é obrigatória a

conservação dos registos contabilísticos e documentos de suporte para 12 anos.

3. 3. 3.

3. CCCCONSIDERAÇÃO DA FAMÍLONSIDERAÇÃO DA FAMÍLONSIDERAÇÃO DA FAMÍLONSIDERAÇÃO DA FAMÍLIAIAIAIA

3.1. O regime de tributação separada

dos cônjuges

Propõe a Comissão do IRS acabar com a actual situação de discriminação, em que existe, apenas, a opção pela tributação separada no caso dos unidos de facto. Na sequência do objectivo referido, a Comissão propõe que o IRS seja apurado individualmente por cada sujeito passivo, independentemente do seu estado civil. Assim, a regra será a da tributação separada dos cônjuges, cada um terá de declarar os rendimentos de que é titular e, apenas, 50% dos rendimentos dos dependentes do agregado familiar. Contudo, quer os sujeitos passivos casados, quer os unidos de facto, poderão optar pela tributação conjunta.

3.2. O quociente familiar

A Comissão propõe que, para além da divisão por dois do rendimento colectável, nos termos do actual quociente conjugal, seja feito um ajustamento em função do número de dependentes. Assim sendo, propõe que o rendimento colectável seja ajustado pelo quociente familiar, determinado em função do regime de

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tributação e do número de dependentes,

prevendo-se que a cada sujeito passivo seja atribuído o factor 1 e, a cada dependente, o factor 0,3 (sendo este factor de 0,15, no caso dos dependentes considerados em duas declarações separadas, quando os cônjuges ou unidos de facto não optem pela tributação conjunta).

A redução da colecta, pela consideração dos dependentes no quociente familiar, está limitada, porém, até: € 750,00 por cada sujeito passivo, em situações de tributação separada; € 1.500,00 por cada agregado familiar que opte pela tributação conjunta; e € 800,00 para cada sujeito passivo, no caso das famílias monoparentais.

3.3. O aumento das deduções

personalizantes em função dos membros do agregado familiar e o “ticket escola” A Comissão do IRS propõe deduções com valores fixos, isto é, valores independentes da prova efectiva da realização das respectivas despesas e que passarão a ser aferidos em função do número dos membros do agregado familiar (e não, como actualmente sucede, em função do agregado familiar considerado no seu todo). A fixação de uma dedução global, por membro do agregado, incorporará as deduções pessoais, as despesas de saúde,

as despesas de formação e de educação e os encargos com lares e imóveis.

A consagração de deduções per capita de montante fixo permitirá dispensar obrigações de comunicação relativas, por exemplo, aos encargos suportados pelos sujeitos passivos relacionados com saúde ou habitação.

Além disso, a Comissão prevê a admissibilidade de as entidades patronais poderem passar a pagar parte dos vencimentos aos seus trabalhadores dependentes em vales sociais de educação, que serão excluídos de tributação em sede de IRS e que poderão ser usados para efectuar o pagamento de serviços e materiais escolares para filhos. 4.

4. 4.

4. MMMMOBILIDADE SOCIALOBILIDADE SOCIALOBILIDADE SOCIALOBILIDADE SOCIAL

4.1. Os rendimentos de trabalho

A Comissão do IRS defende que se deve excluir de tributação, em sede de rendimentos de trabalho dependente, valores atribuídos como compensação pela mudança de residência, motivada pela alteração do lugar habitual de prestação do trabalho. Além disso, pretende consagrar a dispensa de obrigações declarativas relativamente às situações pontuais de trabalho por conta de outrem, com o objectivo de facilitar a integração no mercado de trabalho.

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Quanto à categoria dos rendimentos de

trabalho independente, a Comissão propõe, entre outras alterações, a redução da tributação dos empreendedores que iniciem actividade, pela primeira vez, no âmbito do regime simplificado.

Ademais, entende ser primordial iniciar, progressivamente, uma eliminação, após reunidas as condições necessárias, da sobretaxa existente actualmente nos rendimentos derivados do trabalho, por conta de outrem ou por conta própria, e de pensões e bem assim, da taxa adicional de solidariedade.

4.2. A retenção na fonte

Outra das medidas propostas pela Comissão é a da simplificação do regime das retenções, começando, desde logo por incorporar as regras relativas à retenção na fonte (DL n.º 42/91, de 22 de Janeiro) no articulado do próprio Código do IRS. O objectivo da Comissão será, não apenas o de atingir uma alteração meramente formal, mas, antes, delimitar a intervenção administrativa nesta matéria. 4.3. Os rendimentos de capitais e as mais-valias

Tendo em conta que a categoria dos rendimentos de capitais abrange, actualmente, um conjunto de rendimentos cuja natureza se encontra próxima da do

regime das mais-valias, a Comissão entendeu ser necessária uma reestruturação das normas de incidência de ambas as categorias, com o intuito de corrigir os referidos desajustamentos e de garantir, neste sentido, uma tributação mais justa. Esta maior proximidade ao regime das mais-valias deve-se, essencialmente, ao facto de a sua obtenção implicar a extinção da fonte geradora.

Neste sentido, a Comissão do IRS propõe que passem a ser tributados de acordo com o regime das mais-valias, os rendimentos provenientes de:

• reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;

• resgate de unidades de participação em fundos de investimento e da liquidação destes fundos;

• cessão de créditos;

• cedência de prestações acessórias e de prestações suplementares;

• liquidação de estruturas fiduciárias, nomeadamente, “Trusts”, a favor do instituidor (“settlor”).

A Comissão propõe, ainda, a uniformização da taxa de tributação dos rendimentos destascategorias, para 28%, aplicável a residentes e a não residentes.

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4.4. A aproximação das pensões a

rendimentos do trabalho dependente A Comissão do IRS propõe, ainda, a uniformização das regras de tributação aplicáveis às categorias de trabalho por conta de outrem e das pensões. A razão alegada é a de ambas as categorias serem constituídas por rendimentos de natureza equivalente. Apesar de pretender atingir esta harmonização dos regimes de tributação dos rendimentos referidos, a Comissão opta pela não integração formal das duas categorias. Para além disso, propõe a manutenção da dedução específica da categoria das pensões, em € 4.104, podendo ser deduzidas as contribuições obrigatórias para regimes de protecção social e para subsistemas legais de saúde, na parte que exceda este valor.

Por fim, propõe a revogação da regressividade progressiva, vigente no regime actual, da dedução específica para rendimentos brutos da categoria das pensões de valor anual superior a € 22.500,00, por titular.

4.5. Os rendimentos prediais

Também os rendimentos prediais são alvo de importantes alterações, desde logo, motivados pelo crescente recurso ao arrendamento. O actual regime consagra

uma sobretributação deste tipo de rendimentos, não só devido à cumulação da sujeição dos prédios arrendados a IMI com a sujeição a IRS das rendas, como também à reduzida consideração fiscal dos gastos incorridos nesta actividade económica. Na sequência da análise destes aspectos, a Comissão do IRS propõe a integração, como rendimentos de trabalho independente, dos rendimentos que decorram da prática reiterada de arrendamento de imóveis, enquanto actividade económica principal de um sujeito passivo. Além disso, prevê uma ampliação da dedução dos gastos fiscalmente admitidos e que sejam efectivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendimentos.

5. 5. 5.

5. RRRRESIDÊNCIAESIDÊNCIAESIDÊNCIAESIDÊNCIA

5.1. A residência parcial

A Comissão do IRS propõe também, com vista a adequar o regime a situações, cada vez mais comuns num mundo globalizado, de alteração de residência no decurso do ano fiscal, a admissibilidade da residência fiscal parcial. Com esta medida visa acabar com a complexidade das situações decorrentes do actual regime e que não permite considerar simultaneamente um

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sujeito passivo como residente e não

residente, no mesmo ano fiscal.

Com a referida alteração, será possível que alguém, no ano em que muda a sua residência para outro Estado, passe a ser qualificado como seu residente fiscal, a partir da data em que efectivamente passou a residir no seu território. Por outro lado, quem se ausente para passar a residir noutro Estado, continuará a ser residente fiscal até à data da respectiva partida. Ademais, a presente alteração permite que o regime português se adeqúe à política fiscal da OCDE.

5.2. A análise separada da residência de

cada sujeito do agregado familiar

Ainda quanto à residência, a Comissão do IRS propõe que a mesma passe a ser aferida de forma separada, relativamente a cada sujeito passivo do agregado familiar. Desta forma, a qualificação da residência dos sujeitos passivos que constituem um agregado familiar poderá ficar mais em harmonia com as actuais dinâmicas familiares.

6. 6. 6.

6. AAAA DELIMITAÇÃO DO REGIMDELIMITAÇÃO DO REGIMDELIMITAÇÃO DO REGIMDELIMITAÇÃO DO REGIME DA E DA E DA E DA

AVALIAÇÃO INDIRECTA

AVALIAÇÃO INDIRECTA

AVALIAÇÃO INDIRECTA

AVALIAÇÃO INDIRECTA E E E E DAS DAS DAS DAS

MANIFESTAÇÕES DE FOR MANIFESTAÇÕES DE FOR MANIFESTAÇÕES DE FOR MANIFESTAÇÕES DE FORTUNATUNATUNATUNA

A Comissão do IRS pretende reforçar as garantias dos contribuintes através,

nomeadamente, de uma mais rigorosa delimitação da aplicabilidade da avaliação indirecta, estabelecendo critérios mais exigentes para permitir correcções ao rendimento ou às despesas.

Para tal, afasta-se do anterior regime do rendimento-padrão, pois entende que o mesmo é redutor em face das várias possibilidades pelas quais os desvios de rendimento podem surgir.

Além disso, reforça os meios de defesa dos contribuintes, permitindo ao contribuinte que não tenha recorrido da decisão de avaliação, contestar os pressupostos e a quantificação da avaliação indirecta em sede de reclamação ou de impugnação do acto de liquidação.

Por fim, a Comissão do IRS elimina a taxa especial de tributação de 60% destes acréscimos.

7. 7. 7.

7. CCCCONCLUSÃOONCLUSÃOONCLUSÃOONCLUSÃO

A serem aprovadas, estas alterações vigorarão a partir de 1 de Janeiro de 2015. Pretende-se que a Reforma do IRS permita uma maior justiça, eficiência e equidade na tributação dos contribuintes pessoas singulares e que a torne mais simples e fácil de entender e de cumprir. Em simultâneo, a Comissão pretendeu deixar para o futuro algumas alterações mais profundas, com o intuito de não

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colocar em causa compromissos

internacionais e a confiança crescente na estabilidade fiscal que Portugal pretende atingir nos mercados internacionais, o que torna premente e necessária uma quantificação rigorosa das implicações na receita que a reforma introduzirá.

Lisboa, 30 de Julho, de 2014 Rogério M. Fernandes Ferreira Mónica Respício Gonçalves Filipa Belchior Coimbra

Referências

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