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ASFIC/PJ COMUNICADO. Relativamente ao nosso caderno reivindicativo fomos informados do seguinte:

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DN 14/2010

2010-12-16

COMUNICADO

A Direcção Nacional da ASFIC/PJ reuniu anteontem 14Jan., no Ministério das Finanças e da Administração Pública, com o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública, Dr. Castilho dos Santos e o Sr. Chefe de Gabinete do Ministro da Justiça, Dr. Nuno Silva e restante equipa governamental.

Não podemos deixar de começar por salientar que esta reunião foi praticamente uma repetição de reuniões anteriores ocorridas no Ministério da Justiça, variando apenas os interlocutores, ou seja, não contribuiu em nada, antes pelo contrário, para renovar a nossa esperança num genuíno empenho do Governo na resolução dos problemas mais prementes da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária e da própria instituição.

Relativamente ao nosso caderno reivindicativo fomos informados do seguinte:

1. É intenção do Governo negociar o estatuto de Pessoal da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária, no hiato de tempo compreendido entre Janeiro/Abril de 2011.

2. CONTUDO, a prioridade do governo é a aprovação com a maior celeridade possível de um SIADAP adaptado à carreira de investigação Criminal.

3. Quanto às reivindicações da ASFIC/PJ, constante do seu caderno reivindicativo, o Ministério das Finanças divide – as em dois grupos (nada, diga-se de passagem, que já não tivesse sido efectuado anteriormente pela equipa do Ministério da Justiça):

a. As reivindicações que não implicam impacto financeiro em relação às quais existe a maior disponibilidade governamental para uma resolução rápida;

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b. As reivindicações que implicam impacto financeiro que atendendo à actual política de austeridade do Governo terão que ser «empurradas lá mais para a frente» (SIC) e

remetidas para posterior legislação, mas sem qualquer definição de «timing» para a sua

negociação e aplicação (estatuto remuneratório; suplementos de disponibilidade, piquete e prevenção, trabalho extraordinário, etc.)

1º ASPECTO A RETER: foi notória a apetência por parte do representante do Ministério das Finanças,

justificada, inclusive, pelas suas responsabilidades pessoais na implementação do SIADAP, em toda a administração pública, para iniciar uma negociação, não centrada na resolução dos problemas essenciais

da Polícia Judiciária, mas TÃO-SOMENTE na aprovação de um SIADAP, que considera uma imposição legal

incontornável.

De facto não conseguimos deixar de ocupar 80% do tempo da reunião a falar do SIADAP.

2º ASPECTO A RETER: ficou claro que uma maior ou menor disponibilidade por parte do Governo para a

resolução das reivindicações da ASFIC/PJ, fica dependente da aprovação célere de um SIADAP adaptado à carreira de investigação Criminal: «a negociação do estatuto será tanto mais rápida quanto mais rápida

for a aprovação do SIADAP» (SIC)

3º ASPECTO A RETER: ou a ASFIC/PJ colabora [rapidamente] na construção e na adaptabilidade do SIADAP

à Polícia Judiciária ou este acabará por ser imposto, tal como estiver, apesar de todo o nosso esforço de sensibilização para as clivagens, distorções e perversões que a sua implementação inevitavelmente vai provocar na qualidade da investigação criminal, ditadas por uma inevitável degradação do relacionamento interpessoal e hierárquico [veja-se o que está a suceder em muitos sectores da administração pública no respeitante ao clima laboral e às múltiplas situações detectadas de autêntico «cambão» com as notas máximas a rodar sempre entre os mesmos funcionários …).

Ora, sobre este aspecto é bem conhecida a posição pública da ASFIC/PJ que é, aliás, totalmente

coincidente com a posição do Senhor Director Nacional da Polícia Judiciária: este SIADAP não tem

qualquer hipótese de aplicabilidade/adaptabilidade à Polícia Judiciária, tal como não é aplicável/adaptável às Magistraturas e às Forças Armadas, pese as diferenças existentes entre estas diversas realidades.

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Não acreditando desde já na seriedade deste processo, a ASFIC/PJ prontificou-se, apesar disso, a entregar ao Ministério das Finanças, no espaço de 10 dias, um documento com a fundamentação técnica e jurídica da sua posição e espera que a Direcção Nacional da Polícia Judiciária tome, por sua vez, uma posição similar e muito firme sobre esta matéria.

Pelo exposto, o que ficou bem patente no discurso do responsável do Ministério das Finanças foi um total desconhecimento, indiferença e insensibilidade relativamente aos problemas reais da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária, constantes do caderno reivindicativo da ASFIC/PJ.

Contrariamente ao que seria expectável, em cenários de luta sindical, tendo em atenção, também, os sinais externos e internos que nos foram enviados por pessoas próximas do poder político, a verdade é que não se vislumbrou na intervenção do Senhor Secretário de Estado da Administração Pública, a mais ínfima

intenção e o mais pequenino esforço no sentido de criar as condições para a interrupção da greve em

decurso, o que devemos ler como um sinal extremamente preocupante.

Perante o entusiasmo e a convicção que o Senhor Secretário de Estado da Administração Pública evidenciou na abordagem do SIADAP, em FLAGRANTE CONTRASTE com a indiferença que mostrou relativamente às reivindicações centrais da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária, se juntarmos a isso a experiência e a visão que adquirimos nestes anos de relacionamento com este e outros governantes, temos honestamente e com toda a humildade de equacionar como CENÁRIO PROVÁVEL

chegarmos a Abril de 2011, com o SIADAP aplicado e sem nenhuma reivindicação laboral satisfeita.

Isto se enquanto colectivo – Direcção da ASFIC/PJ e associados – não tivermos capacidade de união, de luta e força anímica para enfrentar uma «guerra prolongada».

Depois de sair desta reunião ficamos cientes, mais do que nunca, da NECESSIDADE e da PREMÊNCIA, de uma RESPOSTA COESA, FORTE E CORAJOSA, EM LEGÍTIMA DEFESA, de todos os investigadores criminais, contra a forma como temos vindo a ser maltratados por este Governo, o que nesta fase só pode ser conseguido e corporizado através da adesão / participação de todos, sem excepção, em todas as medidas de luta preconizadas pela ASFIC/PJ.

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A Direcção da ASFIC/PJ não tolerará mais «NOITES BRANCAS»

Já estávamos preparados para reagir contra acções irresponsáveis e ardilosas por parte de alguns

pouquíssimos responsáveis da polícia, no sentido de boicotar esta justíssima luta dos investigadores

criminais da Polícia Judiciária. Mas, não tão cedo e antes mesmo da greve se iniciar…

Infelizmente, a verdade é que assistimos anteontem (dia 14) a mais uma tentativa de replicar um triste e traumático episódio que marcou a célebre «Operação Noite Branca» (2007), com a arregimentação de dezenas de inspectores, pelo país inteiro, COM RECURSO AO EMBUSTE, para uma operação a decorrer, no Porto, em período de recusa ao trabalho extraordinário (recusa legítima não greve).

Esta acção imperdoável do passado dia 14 teve o seu epicentro, MAIS UMA VEZ, na Directoria do Norte. E com o protagonista do costume. Se tivesse sido concretizada, teria merecido da parte da ASFIC/PJ, a resposta mais dura que se pode imaginar, desta vez, sem qualquer indulgência.

FELIZMENTE, ALGUÉM COM PODER DE DECISÃO TRAVOU A TEMPO TAMANHO DISPARATE.

Não podemos deixar de lamentar, publicamente, que o dirigente responsável por uma decisão que poderia ter trazido danos irreparáveis à coesão da Directoria do Norte, não tenha tido, durante o incidente, a coragem de assumir tal decisão, OPTANDO PELA ATITUDE ESQUIVA E COBARDE de fazer recair a responsabilidade em cima de um subordinado.

Curiosamente, no mesmo dia dessa lamentável decisão rapidamente anulada, o Senhor Secretário de Estado da Justiça, Dr. José Magalhães dizia o seguinte:

«É uma greve às horas extraordinárias e há outros mecanismos para garantir a vigilância e intervenção da PJ no combate ao crime, sobretudo ao crime violento. Seria impensável o contrário e a sua direcção

[da PJ] está muito atenta… os operacionais sabem distinguir a sua acção reivindicativa, nos termos da

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José Magalhães lembrou ainda o «sucesso da operação Noite Branca, no Porto, desencadeada num

contexto similar».

Senhor Secretário da Justiça, Dr. José Magalhães:

 O poder político [com a cumplicidade das sucessivas direcções da Polícia Judiciária] tem teimado, ao longo dos anos, em não reconhecer que 80% do trabalho da Polícia Judiciária (e do seu sucesso no combate ao crime) é realizado fora do horário normal de trabalho, dos piquetes, das prevenções e dos turnos;

 DE UMA FORMA ABSOLUTAMENTE ARDILOSA, INJUSTA E INACEITÁVEL O PODER POLÍTICO NÃO

DEIXA CLASSIFICAR ESSE TRABALHO COMO «TRABALHO EXTRAORDINÁRIO», PARA NÃO TER DE O PAGAR COMO TAL;

 Os mecanismos de organização do trabalho legalmente previstos para a investigação criminal são quatro: piquete, prevenção, turnos e horas extraordinárias;

 Pode-se inferir das declarações do senhor Secretário de Estado que o «trabalho extraordinário» será sempre excluído para a investigação criminal;

 Na prática tem razão: em simples provas de fiscalização de concursos de recrutamento / promoção na PJ, os investigadores nomeados para essas tarefas «administrativas» têm sido pagos através da modalidade da «prevenção» (uma modalidade, por sinal, também ilegal, destinada a pagar trabalho de escala, em tarefas de investigação e repressão criminal); já os funcionários administrativos requisitados para a mesma função foram sempre pagos através da modalidade de trabalho extraordinário…

 RESULTADO: PELA MESMÍSSIMA TAREFA, OS INVESTIGADORES CRIMINAIS SÃO PAGOS A 1,50 € /

HORA E OS FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS A 10 € E MAIS POR HORA! (VALOR HORA MAJORADO)!

 Esta incongruência leva-nos a concluir que NO CONCEITO DO GOVERNO E DOS SUCESSIVOS

DIRECTORES NACIONAIS DA PJ, A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL É UMA TAREFA MENOR, COMPARADA COM A «VIGILÂNCIA DE PROVAS ESCRITAS» e que os investigadores criminais são também funcionários «menores», relativamente aos funcionários administrativos, mesmo os dos patamares mais «baixos».

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 Excluída artificiosamente a modalidade de horas extraordinárias para a investigação criminal, prevista na lei mas nunca aplicada, resta o piquete, a prevenção e os turnos.

 É óbvio que os serviços de piquete e de prevenção não estão legalmente vocacionados para o tipo de serviço a que se referiu o Senhor Secretário de Estado [vigilância e intervenção da PJ no combate ao crime, sobretudo ao crime violento].

 A não ser que o Senhor Secretário de Estado pretenda instruir ou já tenha instruído a Direcção da

Polícia Judiciária para esta proceder A MAIS UMA SUBVERSÃO DA LEI E DOS REGULAMENTOS.

 Resta, por conseguinte, a modalidade de turnos, uma opção que nunca foi implementada na organização da investigação criminal, que desperta nos investigadores criminais, passe a expressão, alguma curiosidade e nenhuma reserva especial.

Senhor Secretário da Justiça, Dr. José Magalhães:

 MAIS UMA VEZ AFIRMAMOS a total disponibilidade dos funcionários de investigação criminal

para trabalhar fora do seu horário normal de trabalho, desde que esse trabalho seja realizado nas modalidades previstas na lei e nos regulamentos e pagos em conformidade.

 MAIS UMA VEZ AFIRMAMOS QUE NÃO EXISTE NENHUMA RAZÃO PARA UMA ÚNICA OPERAÇÃO

POLICIAL OU DILIGÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DEIXAR DE SER EXECUTADA, pois basta que o senhor Director Nacional recorra à modalidade de turnos ou de trabalho extraordinário para activar o número necessário de funcionários de investigação criminal.

 Se a Direcção da Polícia [e o Governo deixar] recorrer aos mecanismos legais à sua disposição esta greve deixa automaticamente de ter razão de existir

 O QUE NÃO PODE ACONTECER DORAVANTE E VAI DEIXAR DE ACONTECER É QUE O GOVERNO E A

DIRECÇÃO DA POLÍCIA NÃO ASSUMAM AS SUAS RESPONSABILIDADES GESTIONÁRIAS, NO PRESSUPOSTO DE QUE DISPÕEM DE 1462 «TOTÓS» A TRABALHAR VOLUNTARIAMENTE, HORAS A FIO, TODOS OS DIAS, POR UMA NINHARIA QUE ALÉM DE RIDÍCULA É ILEGAL OU A TRABALHAR MESMO SEM QUALQUER RETRIBUIÇÃO!

Senhor Secretário da Justiça, Dr. José Magalhães:

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 A Operação NOITE BRANCA (2007) realizada durante a recusa ao trabalho extraordinário só foi possível, porque meia dúzia de responsáveis da polícia ludibriaram os seus funcionários de forma concertada, um pouco por todo o país, com o argumento de que os «COLEGAS DA PJ DO PORTO

ESTAVAM AFLITOS E NECESSITAVAM DESESPERADAMENTE DO SEU APOIO»

 A verdade é que na Directoria do NORTE a esmagadora maioria dos Inspectores, Inspectores-Chefes tinham recusado participar na Operação Noite Branca» [a não ser, como sempre dissemos e reiteramos mais uma vez, que fosse cumprida a lei. Leia bem: a não ser que fosse cumprida a lei…]  O logro global em que caíram dezenas de «Inspectores» por todo o país conduziu a uma ruptura

traumática e violenta no relacionamento entre funcionários da polícia, cujos efeitos perduram até hoje.

Senhor Secretário da Justiça, Dr. José Magalhães:

 Esta é a verdade histórica que tornou possível a OPERAÇÃO NOITE BRANCA

 Mas não conte mais – nem o seu Governo, nem o próximo que está para vir – com a colaboração voluntária e gratuita ou se quiser «escrava» dos funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária.

 E LEMBRE-SE: no contexto presente, o ÓNUS e a RESPONSABILIDADE da não resposta a qualquer crime ou prejuízo para uma qualquer investigação, é MORAL e POLITICAMENTE imputável ao Governo em geral e aos Ministérios da Justiça e das Finanças e Administração Pública em particular;  E, sobretudo, NUNCA esqueça: os funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária não

servem uma Administração ou uma Tutela... SERVEM ORGULHOSAMENTE A SOCIEDADE.

Mais cedo ou mais tarde, será feita JUSTIÇA. Senhor Secretário da Justiça, Dr. José Magalhães:

As suas próprias palavras, aquelas que transcrevemos para este comunicado, somadas à irresponsabilidade do Director da Directoria do Norte da Polícia Judiciária tiveram pelo menos um mérito:

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100% de adesão à greve deixou de ser um objectivo

inatingível.

Agradecemos o seu contributo, mesmo que inconsciente, para o fortalecimento desta luta justíssima dos funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária.

Referências

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