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Súmula sobre as mesas-redondas do IV Colóquio da Geografia de Coimbra.

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Academic year: 2021

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Súmula sobre as mesas-redondas do IV Colóquio da Geografia de Coimbra

Autor(es):

Almeida, António Campar de

Publicado por:

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

URL

persistente:

http://hdl.handle.net/10316.2/40404

Accessed :

9-Jun-2021 13:52:10

digitalis.uc.pt

impactum.uc.pt

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Codernos de Geogrofio, N• 21123 • 2002·2004 Coimbro, FLUC · pp. 351·353

Sumula sobre as mesas

-

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de Almeida

Ce.ltro de Estudos GeogrMicos

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A fim de auscultar a opiniao

e

sensibilidade de outras personalidades influentes na comunidade citadina de Coimbra, para alem das pessoas que se apresentaram com comunical):6es neste col6quio, foram organizadas duas mesas-redondas com os temas propostos, respectivamente, de Coimbra sentida e vivida, na tarde de 10 de Outubro, e de Coimbra: uma ideia em continua construr;iio, na tarde de 11 de Outubro.

Na primeira mesa-redonda, com moderal):aO da Prof• Fernanda Delgado Cravidao, participaram a Dr• Adilia Alarcao, o Dr. Cristovao de Aguiar e o Prof. Carlos Amaral Dias. Na segunda, moderada pelo Prof. Fernando Rebelo, participaram o Magnifico Reitor Prof. Fernando Seabra Santos, o Eng• Joao Rebelo, o Prof. Jose Manuel Pereira de Oliveira e o Prof. Gonl):alo Byrne.

A Prof• Fernanda Cravidao abriu a primeira mesa-redonda salientando que a diferente formal):ao e vivencia dos tres intervenientes permitiam um olhar transdisciplinar do espal):o em causa, ou seja, como estava subjacente no titulo proposto, uma abordagem cultural sobre um territ6rio sentido e vivido, de certo modo um olhar sobre o seu passado, mas nao esque-cendo que este passado so e importante porque existe futuro. Coimbra, apesar de ser das cidades mais deba-tidas e reflecdeba-tidas, ainda nao esgotou a necessidade de novas reflex6es e esta seria outra possivel.

A Dr• Adilia Alarcao encaminhou a sua interven -c;ao em torno do desequilibrio que nota no processo de urbanizac;ao da cidade de Coimbra nas ultimas deca-das. Desequilibrio que e fruto de um crescimento de certo modo ca6tico, apesar da cidade, no seu nucleo central, possuir uma volumetria equilibrada com a topografia. Salientou, tambem, a falta de qualidade de vida que pode ser usufruida em predios que sao construidos em sitios com fracas condic;oes naturais para habitac;ao, exemplificados com a base de ver-tente do Monte da Esperanl):a, Santa Clara, e a ver-tente norte da Conchada que sao autenticos atentados urbanisticos.

Em homenagem, de certo modo, aos cantores de Coimbra e, em especial, do Mondego, as margens deste rio deveriam ser praticamente intocadas, man-tendo, assim, parte da coroa verde que ate ha poucos anos rodeava a cidade e lhe emprestava um certo encanto.

Pensa que a criac;ao de varios centros urbanos veio baixar o sentimento de pertenc;a da cidade; este fenomeno, alias, parece estar a verificar-se tambem ao nivel do bairro, da rua e mesmo do predio. Esta sensac;ao ajuda a tornar as ruas em lugares in6spitos.

Numa intervenl):ao com forte cariz literario, timbre a que nos habituou, Crist6vao de Aguiar trans· portou-nos ate aos anos sessenta, aos momentos em que ele, ilheu ainda atonito, contacta pela primeira vez com um mundo tao diferente da sua ilha longinqua.

Apoiando-se sempre na sua vivencia pessoal, mostrou as contradil):6es por que passava Coimbra, num tempo em que conviviam as tradic;oes anquilosan-tes de uma praxe academica dura e castradora, com a efervescencia de uma academia onde se preparava, e mais tarde efectuava, uma luta de cariz politico-cultu· ral que viria a desencadear a primeira das chamadas crises academicas, abaladoras da estabilidade do regime politico ha muito vigente no pais.

Muita da discussao, alimentada na insatisfac;ao social que grassava pelo pais, tinha por palco as tradi-cionais estruturas academicas coimbras das Republi· cas, onde tambem viveu, assim como, exigindo mais algum cuidado, as tertulias de cafe que, a partir de certo momento, frequentou. Nestas, onde se salien· tam as da Brasileira, pontificavam nomes sonantes da cultura portuguesa, por norma associados

a

Universi-dade de Coimbra.

Nesse tempo, em que as comunicac;oes eram mais morosas, os estudantes, oriundos de outras ban -das, quedavam-se por aqui mais tempo e acabavam por se impregnar mais da propria cidade e do que ca se produzia. Destarte, "dir-se-ia que Coimbra, que

tambem faz parte do meu roteiro afectivo e sobre

-tudo cultural, me forneceu a ferramenta sem a qual 351

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nao poderia carpinteirar a minha escrita nem ordenar o meu desordenado pensamento ... "

0 Prof. Amaral Dias, por seu lado, abordou Coimbra pelas suas rela~6es com os movimentos cultu·

rais e no papel que ela pode ter no desenvolvimento

dessa mesma cultura. Apesar de ser um filho desta cidade, aproveita o facto de desde ha muito se ter deslocado e trabalhado noutras cidades, mais cosmo· politas, para poder vera sua do lado de fora.

Na sua opiniao, Coimbra, apesar de ser uma cidade universitaria, estagnou, atrasou-se, ao longo do sec. XX, porque nao foi varrida pelos movimentos da modernidade, do surrealismo, por exemplo, como o foi Lisboa, nao obstante ter tido algum protagonismo no neo-realismo.

Por outro lado, usou a cidade de Jerusalem como metilfora para a de Coimbra, ja que ali tudo o que ha e memoria do passado. Nesse sentido, mesmo sabendo que nao tem condi~oes para produzir outra coisa que nao seja saber, ela necessita de ser reinve n-tada, precisa de produ~ao de riqueza e diferen~a, para se implantar no tempo; se nao o fizer arrisca-se a estiolar e morrer.

Na segunda mesa-redonda, cujo tema geral era

"Coimbra: uma ideia em continua constrw;ao", o Prof.

Fernando Rebelo abriu a discussao tecendo algumas

considera~oes sabre a area de influencia da Universi·

dade de Coimbra, a fim de contestar algumas ideias

que par vezes sao propaladas acerca da pretensa

regionaliza~ao da nossa Universidade. Chamou a sua

interven~ao "0 poder de atracr;ao da Universidade de Coimbra- dados de 2001-2002- e a analise de um caso concreto - a origem dos licenciados pe/a Facu/dade de tetras em 1998".

Para o ano de 2001-2002 verificou que, dos

quase 22.000 alunos da Universidade, cerca de 6%

eram alunos estrangeiros, principalmente da CPLP, mas tambem da Uniao Europeia e de outros paises. Como cerca de 1 5% dos alunos portugueses nasceram

no estrangeiro, conclui-se que mais ou menos um em

cada 5 alunos da Universidade nasceu no estrangeiro.

Mas dos licenciados em Letras no ano de 1998

regista-se uma influencia ainda mais longinqua. Cerca de 25% sao nascidos no estrangeiro; naturais de

Coim-bra, 20%; ate uma distancia de 100 km, 26%; entre 100

e ZOO km, 20%;

e

para alem de 200 km, 9%. Ou seja,

juntando os alunos de origem estrangeira, mais de um

ter~o deles sao de uma proveniencia exterior a Regiao

Centro, o que contraria a ideia do localismo ou

regio-nalismo da Universidade de Coimbra.

0 Prof. Seabra Santos fez incidir a sua

interven-~ao sabre o importante papel que a Universidade

Antonio Campar de Almeido

continua a ter na cidade de Coimbra, mesmo nos seus aspectos estruturais. Nao so pelo peso populacional dos seus 20.000 estudantes, mas tambem por cerca de 70% destes serem de areas afastadas, de tal modo que

tem necessidade de se alojarem na cidade. Este facto,

alias, tem incentivado a Reitoria a procurar aumentar,

dentro das possibilidades, o numero de residencias

universitarias que sao, ainda, claramente insuficientes face aquela elevada procura.

De seguida, centrou a sua exposi~ao sabre as beneficia~oes, altera<:6es e constru~oes que estao a ser ou serao, em breve, levadas a cabo nos tres princi· pais polos da Universidade e que, em conjunto, aju· dam a alterar a fisionomia e a dinamica desta cidade. Na Alta universitaria, Polo I, salientou a requalifica~ao do Laboratorio Quimico com vista a instalac;:ao do Museu das Ciencias; a limpeza e remodela<:ao do Colegio da Trindade, um edificio do sec. XVI, que estava em grande degradac;:ao; a demolic;:ao de um

edificio anexo ao Colegio de S. Jeronimo e construc;:ao

de outro entre este colegio e o das Artes, para alem da reorganizac;:ao dos servic;:os academicos e de Facul-dades.

No Polo II ira ser iniciada a construc;:ao das faculdades de Psicologia e de Ciencias do Desporto,

para alem da construc;:ao dos acessos principais por

parte da Camara Municipal.

No Polo das Ciencias da Saude, Polo 111, irao ser

continuados os edificios da Faculdade de Medicina, a

que se acrescentarao mais quatro edificios para a Biblioteca Central, a Faculdade de Farmacia, uma residencia universitaria e um restaurante universita· rio. Preve-se, tambem, a constru~ao de um reactor

nuclear, unico no pais, para apoio as ciencias da

saude.

0 Engo Joao Rebelo, vereador da Camara Muni·

cipal de Coimbra, procurou mostrar a forc;:a, as

poten-cialidades e as alterac;:oes estruturais que estao a ser

projectadas para a cidade e municipio. Comer;:ou por

salientar a capacidade atractiva de Coimbra ao

rece-ber diariamente cerca de 49.000 pessoas enquanto

dela saem 11.000 e, destas, essencialmente quadros.

Tambem tentou contrariar a ideia de que tem sido

construida habitac;:ao a mais em Coimbra, ja que se

registam mais cerca de 2000 familias do que de

alojamentos familiares.

Para si, as gran des referencias que and am asso

-ciadas a Coimbra sao as de: cidade do conhecimento,

cidade com rosto humano, saudavel, cidade empreen·

dedora, centro do Centro e modele cultural. Sublinhou

que o facto de Coimbra ser conhecida no mundo e de

ser uma cidade do conhecimento podem ser alavancas

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Sumula sobre as Mesas-Redondas do IV Col6quio da Geografia de Coimbra n• 21123-2002/04

a sua forte capacidade turistica cultural e de eventos,

podem ser vias e catalizadores do seu desenvol vi-mento.

0 forte crescimento do espac;:o construido veio salientar as deficiencias de circulac;:ao na cidade que apenas serao debeladas com a conclusao, para breve,

da circular externa, assim como da construc;:ao da variante sul do IC2. Tambem em termos estruturantes,

acha muito importante a construc;ao do n6

rodo-ferro-viario de Coimbra-B que apenas esta parade por terem

side reprovados projectos de alargamento da ferrovia no troc;:o que abrange esta estac;:ao.

0 Prof. Gonc;:alo Byrne, como professor de Arqui

-tectura, desenvolveu algumas reflexoes em torno da

problematica da construc;:ao da cidade.

Comec;:ou per acentuar que Coimbra, como

qual-quer cidade, tem vida propria

e

e fruto de uma ideia,

mas, enquanto um edificio depois de construido fica

entregue a si proprio, sujeito a um processo de tempo, a cidade e uma entidade em continua constrw;:ao. A maneira como essas ideias se plasmam nessa constru-c;:ao, e a hist6ria da propria cultura da cidade e da sua

vida, como e o caso de Coimbra, com os seus mais de

2000 anos. Hoje, aqui, ha demasiadas ideias em cons

-truc;:ao.

Depois de fazer um breve trac;:ado da evoluc;ao

morfol6gica da cidade, desde os tempos medievais ate ao sec. XX, considerou que o boom academico dos anos 60 levaram a uma periferizac;:ao de Coimbra, com

o aumento das infra-estruturas rodoviarias, passando a ser uma cidade dos tempos curtos, dos movimentos

pendulares.

Considerou que o grande problema que se poe agora e saber que ideias estao

em

construc;:ao e como

t::stas podem ser vistas no ambito de uma cidadania que deve ser exercida de modo a ter um papel activo

sobre a qualidade dos projectos que interferem sobre a qualidade do territorio e da paisagem.

0 Prof. Pereira de Oliveira fechou as apresenta-c;:oes iniciais dos intervenientes com uma autentica aula de Geografia Humana cujo tema-base era a re gio-nalizac;:ao. Nao deixou de fazer apelo as suas mem6rias sobre Coimbra

e

a sua Alta em demolic;ao e rec onstru-c;ao, lembrando que esta cidade, alem de ser hist6ria

e geografia, tambem e uma intenc;:ao.

Ao deambular em torno dos conceitos de regiao,

que procurou clarificar, lamentou que muitas vezes as

regi6es sejam definidas

e

delimitadas em func;:ao de

razoes ou intenc;:oes politicas, portanto de poder,

e

nao das dinamicas s6cio-econ6micas e biofisicas. A

metodologia mais correcta deve basear-se no

levanta-mento de todas as condicionantes fisicas

e

humanas do pais, ou seja, a elaborac;:ao de um verdadeiro atlas que seria a base importante para todo o planeamento do pais. Passaria, tambem, pela definic;:ao de valores--padrao que teriam uma primeira base demo-geogra-fica

e

depois uma interligac;:ao o mais completa possi-vel com parametres de posic;:ao como os fisiogrcificos,

climatol6gicos, geol6gicos, etc.

Recordou que as regi6es

se

organizam em fun

-c;:ao de uma evoluc;ao historica e, por isso, os seus limites ou fronteiras sao sempre dinamicos e com funcionalidades mutaveis, fruto das vicissitudes sociais e/ou politicas, sendo o exemplo mais flagrante o das fronteiras dos paises da Uniao Europeia nos ultimos tempos.

Depois destas intervenc;:oes seguiu-se um debate

com o auditorio, com a emissao de opinioes distintas e o pedido de clarificac;:ao de algumas das ideias entre

-tanto expostas.

Referências

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