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Manhanelli - Estrategias eleitorais

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Academic year: 2021

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Carlos Augusto Manhanelli

ESTRATÉGIAS

ELEITORAIS

M a r k e t i n g

P

o l ít ic o

■ l i . : ■

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Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Manhanelli, Carlos Augusto.

M244e Estratégias eleitorais : marketing político / Carlos

Augusto Manhanelli. — São Paulo : Summus, 1988. (Coleção novas buscas em comunicação : v. 25)

1. Campanhas eleitorais 2. Campanhas eleitorais —

Brasil 3. Propaganda política I. Título. II. Série : Novas buscas em comunicação, v. 25.

CDD-324.7

88-0032 -324.70981

índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Campanhas eleitorais : Ciência política 324.70981

2. Brasil : Marketing político : Ciência política 324.7 3. Campanhas eleitorais : Técnicas : Ciência política

324.7

4. Marketing : Campanhas políticas : Ciência política 324.7

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ESTRATÉGIAS ELEITORAIS — Marketing Político Copyright © 1988

by Carlos Augusto Manhanelli

Capa de:

Roberto Strauss

Ilustrações de:

Camila C. Costa

Conselho Editorial da Coleção:

Adisia Sá

Francisco Gaudêncio Torquato do Rego José Marques de Melo

Luis Fernando Santoro M uniz Sodré

Sérgio Caparelli

Tereza Lucia Halliday Levy

Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por qualquer meio e sistema, sem o prévio consentimento da Editora.

Direitos desta ediçíio reservados por

SUMMUS EDITORIAL LTDA. Rua Cardoso de Almeida, 1287 05013-001 - São Paulo, SP Telefone (011) 3872-3322

Caixa Postal 62.505 - CEP 01214-970 http://www.summus.com.br

e-mail: summus@summus.com.br

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NOVAS BUSCAS EM COMUNICAÇÃO

O extraordinário progresso experimentado pelas técnicas de co­ municação de 1970 para cá representa p ara a H um anidade um a con­ quista e um desafio. Conquista, na medida em que propicia possibi­ lidades de difusão de conhecimentos e de informações num a escala antes inimaginável. Desafio, na medida em que o avanço tecnológi­ co impõe um a séria revisão e reestruturação dos pressupostos teóri­ cos de tudo que se entende por comunicação.

Em outras palavras, não basta o progresso das telecom unica­ ções, o emprego de métodos ultra-sofisticados de armazenagem e re­ produção de conhecimentos. É preciso repensar cada setor, cada m o­ dalidade, mas analisando e potencializando a comunicação como um processo total. E, em tudo, a dicotom ia teórica e prática está pre­ sente. Impossível analisar, avançar, aproveitar as tecnologias, os re­ cursos, sem levar em conta sua ética, sua operacionalidade, o bene­ fício p ara todas as pessoas em todos os setores profissionais. E, tam ­ bém, o benefício na própria vida doméstica e no lazer.

O jornalism o, o rádio, a televisão, as relações públicas, o cine­ m a, a edição — enfim , todas e cada um a das m odalidades de com u­ nicação — , estão a exigir instrum entos teóricos e práticos, consoli­ dados neste velho e sempre novo recurso que é o livro, para que se possa chegar a um consenso, ou, pelo m enos, para se ter um a base sobre a qual discutir, firm ar ou rever conceitos. N ovas Buscas em Comunicação visa trazer para o público — que já se habituou a ver na Summus um a editora de renovação, de form ação e de debate — textos sobre todos os campos da Comunicação, para que o leitor ainda no curso universitário, o profissional que já passou pela Faculdade e o público em geral possam ter balizas p ara debate, aprim oram ento profissional e, sobretudo, inform ação.

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Dedico este livro a meus pais, irmãos, esposa e filh o s

e, principalmente, a m eu irmão M arcos A n to n io Manhanelli, pelo apoio e incentivo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a: A ntonio de Pádua P rado Jr., Carlos Estevam M ar­ tins, Neysa Furgler, P rof. M ário Sérgio de Cam argo e W aldir Vec- chio pelo incentivo; aos senhores: Am auri Parreira e José Costa (Es­ pírito Santo), W anda Torres (M aranhão), M aninho (Ceará), Ronei Orsini e Dr. Leopoldo Justino G irardi (Rio G rande do Sul), Tadeu Com erlato (Santa C atarina e Curitiba), Sr. Francisco M aia e Tom Eisenlohr (Brasília), Prof. Cid Pacheco (Rio de Janeiro), Dra. Gláucia (Amazonas), Prof. Francisco Gracioso e Emmanuel Publio Dias (Es­ cola Superior de Propaganda e M arketing), que não deixaram m or­ rer um bom projeto, e ao amigo e com panheiro Ronald Kuntz.

Na 3? Edição, a Paulo Guimarães (Teresina-PI), por ter-me pro­ porcionado a oportunidade de se desenvolver um bom trabalho no Nordeste; aos companheiros de luta: Elias Azulay (S. Luis-MA), Ge- nival Ribeiro (J. Pessoa-Paraíba), M auro Bonna (Belém-PA), Mon- talvão (Aracaju-SE)r Públio O. Souza (Natal-RN), P roff M aria Nilza (Belo Horizonte-M G ), Lauro Letzow (Curitiba-PR), Ailso B. C or­ rêa (Goiânia-GO), Tales A. Lima (Recife-PE), Zilmar Silveira (Salvador-BA) c a orientação para m inha form ação acadêmica efe­ tuada pelo amigo Prof. José Roberto W hitaker Penteado Filho (Es­ cola Superior de Propaganda e M arketing-RJ).

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ÍNDICE

Prefácio à 3? e d iç ã o ... ... 11 P r e fá c io ... ... 13 1. E stratégia... 15 2. Definição Estratégica... ... 17 3. Eleição é G u erra... 21 4. Estratégia Inicial... 33 5. Avaliação da C a m p a n h a ... 37

6. Previsão e P lan ejam en to ... 41

7. Orçamento da C am panha... 45

8. Cronogram a de A tiv id ad es... ... 51

9. Recursos H um anos nas Cam panhas E leitorais... 53

10. Plataform a e Program a de Ação P a rla m e n ta r... 59

11. O C an d id ato ... 63

12. A M ídia em Cam panhas E leitorais... 69

13. O Palanque Eletrônico ou a Televisão E leito ral... 73

14. O utdoor or not o u td o o r? ... 79

15. Práticas para um Cabo E leitoral... 81

16. Cam panha Eleitoral no N o rd e ste... 85

17. P e sq u isa s... ... ‘>7 18. O M arketing Político P ó s-E le ito ra l... 11'

19. Modelo de Instruções para Fiscais de “ Boca de Urmi" e Mesa A p u ra d o ra ... 129 20. H istórias que a Política Escreveu... 1 " Bibliografia... 1 '7 O A u t o r ... 1,19

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PREFÁCIO À 3? EDIÇÃO

Após 14 anos de m ilitância em cam panhas eleitorais no sul do país, resolvi acom panhar de perto campanhas eleitorais no nordes­ te, pois m uito se fala destas campanhas e sobre as diferenças exis­ tentes nas técnicas e táticas empregadas no Sul e no Nordeste.

A proveitando um convite que me foi feito p ara assumir a supe­ rintendência com ercial/M arketing de um a emissora de televisão no Nordeste (em Teresina/PI), começei a pesquisar e a participar de cam­ panhas eleitorais nesta região.

Nesta terceira edição, procuro descrever o processo eletivo que vem sendo empregado no nordeste do país e posso garantir aos lei­ tores que as diferenças são m uito poucas a nível estratégico. Respei­ tando-se a regionalidade, somos levados a acreditar que as ações e estratégias empregadas no sul do país são as mesmas usadas no nor­ deste do país.

Q uanto à m udança de paginação, ouvi muitos leitores e críticos sobre a dificuldade de se acom panhar o raciocínio exposto nos capí­ tulos do livro quando começávamos a explanar sobre pesquisas elei torais, que é um a m atéria mais técnica. Isto posto, aloquei este capí­ tulo (“ Pesquisas” ) no final do livro.

Espero que esta am pliação e nova paginação sejam de seu ugin do.

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PREFÁCIO

O em pirism o e a desorganização, que n o rm alm ente têm carac­ terizado as cam panhas políticas, ta n to p ara cargo m a jo ritá rio com o p a ra d ep u tad o e vereador, en co n tram nesse livro de C arlos A ugusto M anhanelli o seu extertor.

C om m aestria, o au to r indica o clim a e a atm o sfera que devem presidir u m a cam panha: trata -se de u m a guerra. E, assim sendo, são necessárias estratégias e organização.

O receituário vem lúcido, ao m o strar que h á técnicas p ró p rias para a venda do produto: o candidato. O m arketing político desponta, p o rtan to , com o um setor específico, com características próprias, que exigem análise do p ro d u to den tro do q u ad ro p olítico, ab ran gen do o desejo dos eleitores, os concorren tes, os segm entos a serem atin g i­ dos, os m ateriais de p ro p a g an d a,, as condições finan ceiras, a co la­ b o ra ção da fam ília do ca n d id a to etc.

O au to r revela, p o r exem plo, a necessidade de um tra b a lh o em uníssono de assessores e cabos eleitorais em to rn o d a p latafo rm a, devendo, m o rm ente os can d id ato s a cargos p ro p o rcio n ais, atu ar so­ bre determ inado s segm entos nos quais ten h am respaldo.

M as a prim eira g rande m eta do au to r diante da consagraçao da privação n a cam p an h a política é a de vender o p ró p rio markctiny, político, ou seja, m o strar sua im p o rtân cia e seus resullados, puni o que lança m ão de interessante relato de experiências passadas, com o a cam p a n h a do P T em V itória, no E spírito Sanlo.

Im p o rtan te s são tam b ém as indicações sobre o 01 p.anogi ama ilr um com itê de cam p an h a eleitoral e sobre os recursos humanos ¡1sc

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rem arregim entados; políticos, sim patizantes, cabos eleitorais, bem com o o trein a m e n to a que devem ser subm etidos.

P o r fim , resta p ro d u z ir o p ro d u to — o can d id a to — , ten d o em vista sua p o stu ra , seu m o d o de ser, suas qualidades e suas d ificulda­ des.

A idéia-força, o slogan, o m ote da cam p an h a são o u tro desafio. A cam p a n h a eleitoral exige, p o rta n to , saber e arte , e o m a rke­

ting político é essencial à p rá tic a d em o crática da persu asão , com o

técnica que se vale de idéias e de sensações, d a organ ização e d a av a­ liação acerca do p ró p rio ca n d id a to , do eleitorado em geral, dos seg­ m entos a serem atingidos, dos concorrentes e das pesquisas de o p i­ nião pública.

H á u m a relação entre a elevação do nível de civism o, consciên­ cia política do eleitorado e a exigência de que as cam panh as eleito­ rais se estribem nos conhecim entos e técnicas do m a rketin g político.

N a m edida em que o coronelism o, os-currais eleitorais, o clien- telism o p erdem fo rça, o eleito rad o , liberto das a m arras do o bscu ­ ran tism o e da subserviência, requer a p rá tic a do m a rketin g político com o técnica de co o p tação e de persuasão.

G a n h a a dem ocracia, que significa, antes de tu d o , exercício a ti­ vo de cidadania.

A cam p an h a eleitoral é um a gu erra, m as que fortalece a d em o­ cracia e deve ser en fre n ta d a com arm as e estratég ia dem ocráticas.

É isso que nos ensina C arlos A ugusto M anhanelli.

M ig u el R eale Jú n io r

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1. ESTRATÉGIA

D efinição de A urélio B uarque de H o la n d a F erreira, em seu N o ­

vo D icionário da L ín g u a P o rtu g u esa :

E stratégia: arte de aplicar os meios disponíveis com vistas à co n ­ secução de objetivos. A rte de ex plorar condições favoráveis com o fim de alcançar objetivos específicos.

D efinim os as estratégias utilizadas em m a rketin g político com o sendo a arlc de im p etrar ações com o in tu ito de d estacar um nom e e suas qualidades ju n to aos eleitores da fo rm a m ais clara e definitiva possível, levando, nestas ações, inform ações de con teú d o que façam o eleitorado assimilá-las com o objetivo de, no prim eiro instante, eleger o dono do nom e a um cargo eletivo, e posterio rm en te alim entar este conceito e defendê-lo.

No tópico eleições, d a m atéria m arketin g político, à qual p assa­ rem os a nos dedicar, as estratégias dividiram -se em: inicial, av alia­ ção da cam p a n h a, previsão, p lan eja m e n to , finan ças, p la ta fo rm a e program a de ação parlam en tar, recursos h um anos, am enizar ataques sofridos, atac ar e prever co n tra -ataq u e s, destacar-se nos órgãos in fo rm ativ o s, posicionar-se p eran te problem as atu ais, alianças, im a­ gem pós-eleitoral, com posições pós-eleitorais e tod as as ações que dem andem um re to rn o esperado.

C om param os a estratégia com a natureza no ciclo botânico, onde tod as as ações têm o tem po certo p ara serem acionadas, ou seja, se m ear, reg ar, ra re a r, ad u b a r, p o d ar, e, se tu d o fo r efeluad o no seu tem po , colherem os bons fru to s; caso co n trário , cnconlnirom os ilifi culdades em fazer vingar o que foi p lan tad o .

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]

E n tre o plan tio e a colheita, algum as correções en tra m em ação

p a ra resolver problem as que não fo ram previstos e, se aplicadas cri­ teriosam ente, colocam em segurança as p lantas.

A ssim é um a cam p a n h a eleitoral. Sem eam os um a idéia, rega­ m os com discussões e conversas com am igos e assessores, raream os e deixam os os bons conselhos, ad u b am o s com ações no sentido de direcionarm os a estratégia co rreta, p o d am os as arestas d o que possa estar fugindo ao controle, e, se tu d o fo r feito co rretam en te, tem os u m a cam p a n h a a ser lançada.

1 E n tre o lançam ento d a cam p a n h a e a ap u raçã o dos votos, algu ­ m as correções en tram em ação p a ra resolver pro blem as que não fo ­ ram previstos e, se aplicadas criterio sam ente, colocam em segurança e no m esm o cam inho a cam p an h a.

N as estratégias aplicadas em cam panhas eleitorais, o m ais im p o rta n te são as inform ações, às quais tecerem os m aiores co m en tá­ rios no capitulo “ P esq u isas” .

A tra n sfo rm a ç ã o das in form ações ad quirid as em ação efetiva é a fam o sa estratégia.

C oncluindo, qu an to mais precisas forem as inform ações usadas p ara se m o n tar um a estratégia, m enor chance de erro na estratégia de ação p ro p o sta.

N ão pretendo com este livro esgotar a m atéria, m as iniciar um raciocínio logico e técnico sobre tem a tão subjetivo com o as estra té­ gias utilizadas em cam panhas eleitorais.

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2. DEFINIÇÃO ESTRATÉGICA

Em política, a estratégia deve ser utilizada como se utilizam os generais em tem po de guerra, pois a única ação vergonhosa em cam ­ panha eleitoral é perdê-la.

Farem os pois, nesta fase, a definição estratégica da cam panha, que nada mais é do que decidir a form a de com bate a ser considera­ da na batalha pelos votos.

O processo eleitoral

O processo eleitoral é regido por três leis básicas: a lei da indife­ rença, a da procrastinação e a da efemeridade. O “ estrategista elei­ to ra l” tem que ter em mente o tem po todo estas regras que terá que combater.

Na lei da indiferença, estão inseridos os indecidos e indiferentes que não notam , ou fazem força para não notar, o que se passa ao seu redor. O que aconteceria se no Brasil o voto fosse facultativo? Nos EU A apenas 30% da população votam , o resto é indiferente.

Lei da procrastinação: dizem que o brasileiro costum a deixar tudo para a últim a hora (entrega da declaração do Imposto de Rcn da, com pra de ingressos para eventos etc.). Nas eleições, ele não lo ge à regra. A grande m aioria dos eleitores deixa para decidir eni quem votar no último m om ento.

Lei da efemeridade: durante as campanhas eleitorais, as pesquisas dem onstram as oscilações que existem na opinião do eleitorado. Is to m ostra o quanto m uda a intenção de voto. Qualquer

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acontcci-m ento, fala ou ação do candidato pode influir na decisão final. Cito como exemplo o ocorrido na zona Leste de São Paulo, na cam pa­ nha p ara prefeito. No dia 15 de novembro, em um a das avenidas que dá acesso aos m aiores conglom erados habitacionais da cidade, apa­ receu durante a m adrugada, próxim o a um sem áforo de passagem de pedestres, um corpo coberto por um lençol com duas velas acesas a seu lado e um policial tom ando conta. Rapidamente formou-se um a “ ro d a ” de curiosos para saber o que havia acontecido. Os carros que transitavam pela avenida andavam lentamente ou paravam para saber o ocorrido. O guarda não deixava ninguém se aproxim ar do corpo e explicava que o m orto era um a senhora que atravessava a rua com seu filho e fora atropelada, m orrendo im ediatam ente, e a criança estava no hospital entre a vida e a m orte.

Isto durou até às 17 horas, e as pessoas que estavam ao lado com entavam o “ tipo de cidade que vivemos” , “ onde está o rabecão p ara levar o corpo” e “ a adm inistração da cidade está abandona­ d a” . Conclusão: ao final do dia, verificou-se que o “ corpo” não pas­ sava de um m anequim (boneco), que estava embaixo do lençol. Só para lem brar, existiu tam bém o Plano Cruzado em 1986, nas cam­ panhas governam entais.

O eleitor

Conform e veremos nos capítulos seguintes, devemos identificar o eleitor e procurar suas necessidades, anseios, desejos e p autar o candidato dentro destas expectativas. As form as para se fazer isto devem seguir os exemplos m encionados e através das pesquisas efe­ tuadas ju nto a estes eleitores-alvo (target).

O concorrente

Devemos orientar nossa cam panha, fazendo um minucioso es­ tudo dos concorrentes, averiguando suas possibilidades de sucesso, segmentos que penetra, tipo de ação que é levado em sua cam panha e a estratégia de abordagem utilizada.

Um bom planejam ento de m arketing eleitoral sempre leva em consideração um tópico sobre concorrentes. Norm alm ente, no final do plano, incluímos o tópico “ avaliação competitiva” , onde, de posse de dados sobre todos os concorrentes e sobre a nossa própria cam ­ panha, analisarem os e concluiremos qual a estratégia de com bate a ser utilizada em nossa cam panha.

A principal parte do planejamento de marketing eleitoral diz qual o eleitor-alvo, seus segmentos e dados estatísticos retirados das pes-18

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quisas, reuniões de assessores e lideranças, painéis de testes e testes de conceito.

Plano estratégico a ser utilizado

Neste tópico estudarem os m uito mais a concorrência.

Este plano acentuará em cada concorrente um a lista de pontos competitivos fortes e fracos, bem como um plano de ação para explorá-los ou defender-se deles.

Começaremos estudando os principais assessores do candidato concorrente e o próprio candidato, no que diz respeito às suas táti­ cas favoritas e estilo de operação.

Isto é o início do planejam ento estratégico para o combate, tão utilizado nas guerras por militares especializados na área.

O planejamento estratégico tornar-se-á cada vez mais importante para delinear a espinha dorsal da cam panha e a form a como acio­ ná-la.

Os candidatos e assessores terão que aprender como atacar pela frente e pelos flancos, defender suas posições, quando e onde usar a sua artilharia (publicidade massificante através de veículos de co­ municação) e sua infantaria (militantes que vão às ruas para o corpo- a-corpo), como e quando fazer guerrilha. É um jogo de inteligência, astúcia e audácia, onde precisarão prever os movimentos com petiti­ vos e, ao nível pessoal, equiparar-se a um general com coragem, leal­ dade e perseverança nas ações im petradas na luta pelos votos.

O profissional de marketing político eleitoral

E ntre as profissões mais ingratas que se pode abraçar, um a é a de técnico de time de futebol, outra a de profissional de m arketing político eleitoral.

Se não, vejamos: o que interessa eni um a partida de futebol são os gois que levam o time à vitória. Em marketing político, interessa apenas vencer as eleições.

No futebol, o bom técnico sabe que não deve fazer um confronto direto com o time adversário. Ganha-se a partida enganando, flan queando e jogando m elhor que o outro adversário. Quando se perde um a partida ou cam peonato, a culpa recai sempre sobre o lòenieo, que não soube aplicar corretam ente a estratégia e a tálicn ne,sic ou naquele período da partida. Ninguém questiona se o time c i iiím ou se os jogadores acom panharam a tática preestabeleciiln pelo Iccuico

Igualmente em marketing político, só interessa a vilói ia, c qiiaiulo isto não ocorre, o prim eiro culpado é aquele que Iraçou a eslra

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tégia de ação durante a cam panha, não questionando se o candidato com portou-se como orientado, os assessores e cabos eleitorais “ jo ­ garam ” conform e a tática preestabelecida, ou se realmente o “ can­ didato é ruim ” .

Nas ações de m arketing político, devemos levar o conceito de guerra quando sairmos à batalha p ara angariar votos, ou seja, lo­ grar, flanquear e dom inar os concorrentes, pois a natureza das ações de m arketing envolve conflitos entre partidos e candidatos, tentan­ do, através destes conflitos, orientar a cam panha no sentido de sa­ tisfazer as necessidades e desejos dos eleitores.

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3. ELEIÇÃO É GUERRA

Tudo o que foi m encionado alocando ações de guerra no pro ­ cesso eleitoral pode parecer demasiado, m as, em todas as eleições que já vivenciei, foram aplicados estes conceitos, cientes ou não de que se estava aplicando.

O puritanism o não tem lugar nem hora em um a guerra e nem em um a eleição, pois o que está em jogo é m uito im portante para quem se dispõe a enfrentá-las.

Alguns candidatos podem até dizer que nunca aplicaram estes conceitos em suas vitoriosas cam panhas, mas estarão enganando a si mesmos e ao povo, que já não é mais o mesmo. P o r isso, se você se dispuser a se candidatar a um cargo eletivo, leve em consideração que na guerra, no am or e nas eleições vale tudo para se alcançar o objetivo final.

Se eleição é guerra, então...

Já que colocamos o processo eleitoral em pé de igualdade com as guerras, nada m elhor do que estudá-las e aprender com elas o que nos for útil.

Vamos procurar as m anobras efetuadas por grandes y.cnei ais nos campos de batalha que, com astúcia, venceram com movimentos pie cisos e no tem po certo.

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Trabalhar em uníssono e m anter as forças concentradas

Quando temos um a eleição a ser vencida, este princípio nos alerta a m anter todos os assessores e cabos eleitorais cientes da plataform a e dos projetos do candidato, p ara que possam trabalhar em unísso­ no, assim como conhecer todas as ações externas que serão levadas à efetivação, p ara que m antenham as forças concentradas no intuito de conseguir levar a term o a ação estratégica.

Flanquear

Um dos conceitos mais usados cm política, do qual o sr. Jânio Q uadros c mestre: evite sempre que possível o ataque frontal, pois mesmo que vença, as seqüelas serão maiores.

O flanqueamcnlo consiste na teoria da “ aproximação indireta” . Exemplificando: na cam panha à Prefeitura de São Paulo de 1985, o sr. Jânio Quadros evitou ao máximo o ataque frontal com o sr. Fernando Henrique Cardoso, preferindo atacar o sr. Franco Mon- to ro , que representava uma linha de m enor resistência, ou um dos flancos da cam panha Fernando Henrique Cardoso com certa vulne­ rabilidade.

Este conceito é utilizado para m inar as bases do concorrente e consolidar as posições conquistadas.

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AT A Q U E F R O N T A L

Trincheiras

Se o candidato consegue se fixar era um a posição, deve perm a­ necer quieto e esperar os ataques, fazendo apenas o trabalho de m a­ nutenção desta posição e prevendo sua defesa em caso de ataque. Exemplificamos: o sr. Erasm o Dias lançou em sua cam panha

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eleitoral o conceito de campos de concentração para presos de alta periculosidade. Automaticamente ele se entrincheirou por detrás desta posição, que tem forte segmento de acordo, e aguardou os ataques para se defender. Até o m om ento tem dado certo.

Artilharia e infantaria

N a guerra, como nas eleições, o problem a prim ário é conquis­ tar e ocupar o m aior núm ero de espaços possíveis, tan to geografica­ mente como nos meios de comunicação.

No caso das eleições, o uso da artilharia é o uso das mídias, out­ doors, cartazes, espaços na im prensa etc. A infantaria é o trabalho

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dos militantes no corpo-a-corpo eleitoral. Com o diz Carlos Figuei­ redo em seu livro Técnicas de Campanhas Eleitorais, compal ibilizá- los em doses certas evita o risco do desperdício de artilhai ia, onde não temos infantes. Ou, por outro lado, tentar ocupar espaço sem qualquer propaganda.

O princípio da força

“ Antecipe-se a todos o quanto puder e concentre o m aior nú­ m ero possível de soldados nos pontos decisivos” (Claurewits).

Conceitua-se que o candidato que está no topo das intenções de voto tem vulnerabilidade m aior que os outros.

N ão acredito neste conceito, pois, a partir do m omento em que o candidato tenha força de intenção de votos a seu favor (o topo da m ontanha), o seu trabalho consiste apenas em se defender, visto que seria absurdo lançar ataques nesta posição (só atirem quando virem o branco dos olhos dele).

Pode-se então “ concentrar forças” p ara prever contra-ataques e defesas.

Q uanto mais concentrarm os as forças existentes na cam panha e quanto m aior for o núm ero de elementos trabalhando nestd con­ centração, mais facilmente aplicaremos nossa estratégia.

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O que os candidatos a cargos proporcionais devem fazer é dei­ xar que sua equipe trabalhe com m aior ênfase dentro do segmento que lhe dá respaldo, e não colocando-a na frente de batalha em seg­ m entos que ainda não têm penetração, deixando a base desguarne- da. Deve-se expandir a cam panha, mas deixando sempre o m aior tra ­ balho na base.

Bater em retirada

Os senadores da antiga Rom a já sabiam que política é a arte de negociar. Quando você não puder com seu inimigo, negocie o que tem, da melhor m aneira possível.

Isto quer dizer que tanto o candidato como os assessores devem ter sensibilidade para vislumbrar a realidade em tem po hábil na cam­ panha, p ara sentir que não vai conseguir passar pela “ boca de u r­ n a ” e, a partir disto, procurar os mais cotados para negociar seu eleitorado.

A retirada estratégica deve ser efetuada com o tem po certo, não m uito depressa p ara não parecer fuga ou covardia, e nem m uito de­ vagar para não parecer provocação.

Só existe vantagem para quem se retira de um a cam panha elei­ toral sabidam ente perdida: melhor um pouco do que nada.

É dentro destes conceitos que devemos p autar nossa cam panha eleitoral, tentando aplicá-los e adequá-los às nossas necessidades eleitorais.

Exemplifico aqui um a estratégia usada pelo P artido dos T rab a­ lhadores de Vitória, no Espírito Santo, em que ficará fácil perceber que tipo de ação estratégica foi e ainda será usada por este partido. 26

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A valiação política — Estratégia da cam panha do Partido dos Tra­ balhadores — P refeitura de Vitória

“ Com panheiros:

Nossa cam panha à Prefeitura de Vitória vem crescendo de fo r­ ma anim adora e constante até aqui. A estratégia adotada por nós de refazer a imagem distorcida que a opinião pública tinha de nosso partido já é vitoriosa. Conseguimos m udar a impressão do ‘partido do n ã o ’, do ‘partido do fu tu ro ’, do ‘partido dos derrotados’ etc. So­ mos o partido de propostas, o partido da afirm ação, o partido da m udança. Conseguimos adquirir a imagem do partido viável e con­ seqüente.

Privilegiamos até aqui a tática de concentrar esforços nas ca­ m adas médias da população, onde éramos temidos e m enospreza­ dos. As pesquisas de opinião pública, as reações dos populares, as manifestações espontâneas de simpatizantes antes hostis, os comen­ tários e análises da imprensa local e nacional dão-nos a certeza de que-nossa tática foi eficaz e vitoriosa. Aparecemos já em muitas pes­ quisas em segundo lugar, e, naquelas em que aparecemos em tercei­ ro, estamos muito próximos do segundo colocado. Se considerarmos o dinheiro, a estrutura p artidária e a agressividade de cam panha de nossos adversários eleitorais, só podemos estar satisfeitos com nos­ so desempenho.

D entro da estratégia de cam panha adotada, estamos agora ini­ ciando a segunda etapa tática de nossa ação. Passam os esta semana a "apresentar e a trabalhar mais concretam ente nossas propostas político-administrativas, dando destaque às nossas lideranças e à ação efetivamente popular.

Em termos ideais, esta etapa deveria estender-se até o final des­ te mês, quando iniciaríamos a etapa final onde o corpo-a-corpo ga­ nharia peso e destaque.

Um a cam panha eleitoral, no entanto, não é definida apenas pe­ la avaliação e pelo. ritm o de um único partido. Ela tem ritm o pró­ prio, determinado pela relação interpartidária e pelas respostas e rea ções da população. A conjuntura, o ‘clima’, a pressão e a reação po pular, além das táticas e estratégias adotadas pelos diversos partidos e candidaturas, são determ inantes das ações a serem adotadas, mm tas vezes sobrepondo-se às análises ideais.

Assim, considerando este quadro geral, nossa avaliaçao pn· .m ir

é de que as duas últimas etapas da campanha têm qnr sei levada·, < <m

juntam ente. Ou seja, o corpo-a-corpo tem que sei intensificado iin< diatamente. Temos que conjugar propostas e açAo diieta. m m ioda·,

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T em os que cum prir com o m esm o b rilh an tism o (reconhecido e elogiado até p o r nossos adversários) as etapas finais.

N ossos adversários eleitorais, p o r terem o g ran de p o d er eco nô­ m ico ao seu lad o , além da m áq u in a do E stad o e estru tu ra s m ais co n ­ solidadas que nós, têm , de princípio, m aior facilidade de ação e m aior eficácia n a o b tenção de resu ltad o s eleitorais. O ‘clientelism o eleito- r a l/8 5 ’ está aí, ã frente de nossos olhos. São inúm eros com itês elei­ torais nos bairros, são m ilhares de camisetas, adesivos, outdoors, car­ tazes, carros, com ícios fab ulo sos, m aio r tem po g ra tu ito em rá d io e TV etc., além d a tro c a de favores, de rem unerações fan tásticas a ca­ bos eleitorais e o u tras práticas m u ito m enos decentes utilizadas in ­ tensam ente. N ós n ão tem os recursos, nem vocação ou estôm ago p a ­ ra isso. M ais ain d a, nós, politicam ente, tem os consciência de que a tra n sfo rm a ç ã o social deve ser co n stru íd a através de u m a p rá tic a p o ­ lítica conscientizadora e lim pa, sem concessões às b arg an h as e às p o ­ liticagens. C om isso, saím os, eleitoralm ente, em desvantagem .

T em os, p o r o u tro lad o , forças políticas extrem am ente p o d e ro ­ sas que, bem tra b a lh a d a s e n u m a ação efetiva, po dem nos trazer, inclusive no p lan o eleitoral, ganhos significativos, se acio nadas efi­ cientem ente. N ós tem os o que nen h u m o u tro g ran de p a rtid o tem : m ilitantes conscientes e com lideranças efetivas nas áreas dos m ov i­ m ento sociais. T em os com panheiros na ação de base e de direção em inúm eros m ovim entos p o p u lares, religiosos, sindicais e de m e­ lhorias u rb a n as. C om eles, n a ação d ireta e efetiva em seus setores próprio s de m ilitância, poderem os com pensar nossa desvantagem ini­ cial, im p o n d o à ca m p a n h a eleitoral (inclusive dos o u tro s p artid os) um a n o v a e superior qualid ad e, fazendo-os vir ‘b rig ar a d esc o b erto ’ e em ‘nossa á r e a ’. E, nós to d o s sabem os e tem os certeza, em ‘nosso c a m p o ’ e sob ‘nossas re g ras’ (m uito m ais lim pas e hon estas, inclusi­ ve), nós som os adversários duros.

É chegada a hora decisiva — É a hora da virada

Tem os que p a rtir, com tod as as forças, p a ra o corp o-a-co rp o. A cam p an h a no rádio e na TV , daq u i p a ra a frente, sem perder a im p o rtân cia de penetração e de vciculação, servirá tam b ém com o se diz em linguagem dc T V , com o ‘p lan o de c o b e rtu ra ’ p a ra a ação direta. E sta ação, daqui p a ra a frente, co n ju g ad a com a p ro g ra m a ­ ção de rá d io e de TV , será fu n d a m e n tal e decisiva. D ela dependerá a am pliação de nosso percentual de votação em 15 de novem bro. C o ­ m o n ão podem os com petir com o po d er econôm ico, e nem q u ere­ m os, ou devem os, com petir no p lano d a co rru p ção eleitoral, tem os que p rio riza r a ação de nossos m ilitantes e o peso de suas lideranças.

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No corpo-a-corpo têm que entrar os sindicalistas trabalhando efetivamente e sem pudores jun to às suas categorias. O mesmo tem que ser feito pelas lideranças com unitárias de movimentos religiosos e pelos movimentos de reivindicação. Isto pode e tem que ser feito sem atrelar as entidades e sem m anipulá-las. Isto, no entanto, em absoluto, quer dizer que nossas lideranças não possam enviar notas e moções às suas bases em seu próprio nom e, aparecer, trabalhar e falar nos comícios, m utirões, arrastões, panfletagens, boca de urna etc. etc. etc. Pelo contrário. A participação clara e abertam ente en­ gajada é necessária, fundam ental e salutar p ara todos: para o parti­ do, p ara as categorias, para as bases e p ara os próprios militantes. Resulta em votos, no fortalecim ento do partido, na ação transfor­ m adora e na própria conscientização, tanto das bases quanto do pró­ prio m ilitante.

Estamos ‘competindo em galhardia’, temos que competir para vencer A frase do barão de Coubertine: ‘O im portante é com petir’ não é verdadeira nem nos esportes olímpicos, p ara onde foi cunhada. Quem entra num jogo, entra p ara ganhar, ou não entra. É claro que devemos e precisamos ter um a visão clara e um a avaliação correta e sem fantasias de nossas forças e de nossas possibilidades. Às vezes pode valer a pena jogar p ara perder de pouco.

No nosso caso, hoje a opinião pública e mesmo nossos adversá­ rios estão surpreendidos com nosso desempenho e com nosso cresci­ mento. Estam os competindo para valer. Hoje somos adversários res­ peitados e até temidos. Temos, no entanto, condições de vencer. Todos sabemos como e quanto isto é difícil. Não tem os, nenhum de nós, ilusões fáceis. Sabemos de nossas potencialidades, acreditamos e con­ fiamos, no entanto, em nossas propostas, em nosso partido e em nós próprios. P o r isso temos ainda m uito mais a crescer. Temos condi­ ções de ‘endurecer ainda mais o jo g o ’ e de im por, com mais força, nosso ritm o e nossas táticas.

Talvez não ganhemos, mas ‘suaremos a camisa lutando até o último m inuto’. Se não ganharm os agora, estaremos, com nossa ação de agora, construindo as condições concretas de elegermos muitos com panheiros em 86 e, com isso, de consolidarm os definitivamente nosso partido, alargando a penetração de nossas propostas.

O engajamento de cada companheiro nesta fase decisiva da cam­ panha e até o seu final é fundam ental e imprescindível. Eleição se ganha no corpo-a-corpo e, até, na boca de urna. É daqui até 15 de

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novem bro que os indecisos, optando pelo PT , decidirão, ou não, se você se om itir.

Como agir

1) Cada militante deve organizar em seu bairro, juntam ente com outros companheiros e simpatizantes do PT ou mesmo apenas da can­ didatura de Vítor: comitês eleitorais que prom overão comícios, co­ lagens, panfletagens, painéis, visitas às casas, bares, comércios, fei­ ras, igrejas etc. Onde não for possível organizar comitê, devem ser organizados grupos de cam panha p ara fazer as mesmas tarefas. Se nem isso for possível, a ação individual do com panheiro, visitando casas, feiras etc. etc. já será um a contribuição im portante. (Ao pro­ gram ar eventos m aiores em seu bairro, não se esqueça de entrar em contato com a Coordenação de C am panha p ara consultar a agenda de Vítor.)

2) Cada militante deve organizar em seu local de trabalho, ju n ­ tam ente com seus com panheiros e simpatizantes do PT ou da candi­ datura de Vítor, grupos de apoio à cam panha para realizar as mes­ mas tarefas relatadas acima. Q uando não for possível a organização destes grupos, a ação individual do com panheiro já será im portan­ te. (É im portante lem brar que um simples sim patizante da candida­ tura de Vítor hoje, poderá ser um m ilitante do P T am anhã, e que os grupos de apoio e comitês poderão ser, em breve, núcleo de base do P T .)

3) Cada militante do movimento popular, sindical e religioso deve agir na cam panha da mesma form a relatada acima, em grupo ou in­ dividualmente. Além disso, poderá redigir, assinar e distribuir, en­ tre os m ilitantes de seus m ovim entos, notas, carta e ou m oção espe­ cífica de apoio à candidatura de Vítor, em seu nome ou melhor ain­ da, em nome do grupo e /o u comitê. (Caso os companheiros não con­ sigam finanças próprias, a coordenação pode pagar os custos de im­ pressão do m aterial.)

Cada m ilitante do P T precisa se engajar na Secretaria de M o bi­ lização do Com itê de Propaganda da Coordenação da Campanha para que se possa engajar nos m utirões, comícios, panfletagens, pai­ néis etc., já organizados e /o u program ados.

Finanças, fiscalização e boca de urna

N a sede do P T /E S encontram-se, à disposição dos militantes para que eles se encarreguem de vender, bônus da cam panha. É im por­ tante que o companheiro se esforce em vendê-los p ara que possamos 30

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cobrir os gastos da cam panha. Além disso, qualquer contribuição voluntária à cam panha pode ser feita através de depósito em qual­ quer agência bancária, em qualquer cidade do Estado do Espírito Santo, em favor do Comitê de Propaganda do P T /E S , conta n? 662.003.400-0, da Caixa Econôm ica Federal, Posto de Serviço da U FES/V ITÓ R IA -ES.

A Secretaria Geral do Comitê Eleitoral está aceitando inscrições de voluntários, militantes ou sim patizantes, p ara fiscalização e boca de urna em 15 de novembro e na apuração da eleição. Precisaremos de cerca de mil (1.000) voluntários, que serão transportados de ôni­ bus fretados pelo comitê e que terão lanche pago tam bém pelo co­ m itê.”

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4. ESTRATÉGIA INICIAL

P ara iniciarmos um a cam panha eleitoral, devemos ter em m en­ te que as primeiras ações a serem efetuadas devem ser no sentido de consolidar o segmento que apóia o candidato, direcionando todo tra ­ balho inicial a esle segmento e suas características.

O que norm alm ente ocorrc é que o candidato a cargo propor­ cional lança sua cam panha como se fosse m ajoritário, ou seja, espa­ lha material em todos os segmentos e depois procura qual o que mais se identificou com o seu material c sua proposta de trabalho, ou res­ ponde, quando questionado, que seus votos estão pulverizados. Na apuração ó que vai perceber o erro.

O p to f. Francisco Gaudêncio T orquato do Rego, em seu livro M arketing Político e Governamental, nos orienta que: “ Definir os segmentos é tarefa im portante. A localização se completa com a iden­ tificação dos com portam entos do eleitor-alvo. O conhecimento do eleitor ensejará tópicos p ara ajustes de program as e mensagens” .

Em campanhas proporcionais, torna-se vital a detectação do seg­ m ento que apóia o candidato, pois só é candidato quem tem atrás de si um segmento que o considera líder e o apóia para que tenha poder político e lute pelas idéias e reivindicações deste segmento. De­ tectar este segmento, suas aspirações, desejos e ideais, e pautar o can­ didato dentro dessas aspirações e desejos é o prim eiro lance no intri­ gado jogo da estratégia eleitoral.

Somos cientes de que, se hoje, um candidato à eleição propor­ cional tiver coragem p ara subir em um palanque e fazer um comício a favor da pena de m orte, praticam ente estará eleito, pois, por

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re-centes pesquisas e até por lógica (quantas pessoas já foram assalta­ das ou tiveram parentes violentados), detectou-se um grande contin­ gente de elementos que têm a pena de m orte como a mais correta atitude a ser tom ada e sua m aior aspiração de justiça.

D entro desta linha de raciocíonio, desenvolveremos, pois, a es­ tratégia inicial de campanha, analisando desde o comportamento desse liderado até suas necessidades mais básicas.

Não devemos esquecer que, desde que o homem pisou a terra, quando agrupava-se em cavernas, a liderança era detectada e respei­ tada, levando a lutas grupos de liderados distintos. Q uero dizer com isto que, mesmo tendo-se localizado o segmento que considere o can­ didato líder, todo segmento tende a compor-se por facções, o que origina subsegmentos que têm seus líderes, os quais devem ser ouvi­ dos e respeitados. São as lideranças interm ediárias que farão o elo de ligação entre o candidato e a base eleitoral.

N esta prim eira fase de trabalho, devemos levar ao conhecimen­ to do eleitorado segmentado a p roposta de candidatura, através de m ateriais e propostas condizentes com a expectativa de trabalho es­ perado por estes eleitores, visando, com isto, testar a liderança que se supõe existir no candidato e consolidar o eleitorado que, em tese, esteja predisposto a dar o seu voto (intenção de voto), detectado atra­ vés de pesquisa ou conhecimento prévio (caso de candidato à reeleição).

Esta ação pode ser im petrada de várias m aneiras, dependendo sempre do tipo de segmento que nos apóia.

P a ra conseguirmos um em basam ento que nos oriente no início da estratégia a ser adotada, poderem os, através de pesquisa direcio­ nada a este segmento, fazer perguntas que objetivam fornecer infor­ mações do tipo:

“ Em sua opinião, qual a m aior injustiça que sofre o seu seg­ mento (2) c que tipo de ação deve desenvolver um candidato a (1) para resolver este problem a?”

(1) Cargo a que concorre.

(2) Definido o segmento, aloca-se e direciona-se a pergunta a ele. Ex.: sindicatos, classes sociais, associações de bairros, estudan­ tes, favelados etc.

A partir da consolidação da base, sairemos em busca dos seg­ mentos periféricos que, por assim serem, detêm características, de­ sejos e reivindicações iguais ou m uito parecidas com a base. Ex.: se o segmento que nos apóia for de favelados, iremos progredir com nossa cam panha através de cortiços, vilas operárias, Cohabs etc. E o que chamo de efeito espiral, onde, através de um ponto consolida­ do, parte um a linha cobrindo um a área cada vez m aior.

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Tendo-se consolidado a base e sabendo-se quais os segmentos periféricos a serem alcançados, efetuaremos a avalição e o planeja­ m ento da cam panha, observando o que tem os e o que nos falta, on­ de dimensionaremos nossa penetração no eleitorado, disponibilida­ de financeira, adequação dos meios e recursos com m ateriais e servi­ ços necessários, plataform a e program a de ação parlam entar, cro- nogram a financeiro, organogram a da campanha, cronogram a de ati­ vidades, slogan e símbolo, cronograma de recebimento e fornecimento de m ateriais etc.

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5. AVALIAÇÃO DA CAMPANHA

Conform e Ronald Kuntz e Joseph Luyten, em seu livro M arke­ ting Politico. A Eficiência a Serviço do Candidato, dispomos de um questionário que nos daria instruções ou inform ações para iniciar­ mos a avaliação da cam panha.

P a ra melhor exemplificar, m ontarem os as perguntas e respon­ deremos ficticiamente.

Equação eleitoral — D eputado Estadual 1) Qual é o m andato pretendido? R. D eputado Estadual.

2) Qual é a condição (número de votos) necessária para que isto ocor­ ra?

R. 45.000 votos (meta).

3) Qual é o potencial de votos em cada bairro, cidade, município, região ou Estado onde concorre?

R. Pesquisa em anexo.

4) Q uantos votos eu já tenho? (Potencial ou intenção de voto.) R. 20.000 votos.

5) Onde estão? (Onde estão e quem são seus eleitores?)

R. Na classe estudantil de nível superior e operariado, localizados na periferia da cidade.

6) Q uantos votos me faltam ? R. 25.000 votos.

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7) Qual a margem de segurança necessária para assegurar a m inha eleição?

R. 135.000 votos.

8) Onde tenho mais chance de ir buscá-los?

R. Nas universidades e faculdades, nos bairros populares, nas fábri­ cas, sindicatos de classe etc.

9) Quem são meus concorrentes?

R. Do próprio partido: candidatos X e Y. Dos outros partidos: candidatos 1, 2, 3 e 4. 10) Qual é a situação deles em relação ao eleitorado?

R. C andidato X = penetração em alguns segmentos da classe ope­ rária.

C andidato Y = penetração na classe universitária.

C andidato 1 = penetração nos segmentos da classe operária com tendência à esquerda.

C andidato 2 = penetração no segmento universitário com ten­ dências conflitantes.

C andidato 3 = penetração na elite local.

C andidato 4 = penetração no eleitorado universitário com ten­ dências direitistas extremadas.

11) Qual a situação de meu partido e a de outros partidos? R. M eu partido: detentor da P refeitura, bons recursos financeiros

e boa imagem m oral.

Partido X = detentor do governo estadual, bons recursos finan­ ceiros e imagem abalada.

P artido Y = sem m áquina, pouco recursos financeiros, imagem prejudicada pela esquerda radical.

P artido Z = pouca expressão na localidade, partido em form a­ ção, bons recursos financeiros (apoios).

Partido W = expressão média, sem recursos financeiros, apoios isolados.

12) Quem poderiam ser os meus aliados? R. C andidato a = deputado federal

C andidato b = senador Candidato c = governador

13) Onde eles atuam e qual a situação?

R. Candidato a = na periferia, nas classes operárias com tendência à esquerda; situação boa, mas instável.

Candidato b = na elite da região; situação em desenvolvimento. C andidato c = nos empresários; situação sem expressão. 38

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14) Q uantos votos poderia esta aliança transferir para mim? R. C andidato a = 10% do que necessita.

C andidato b = 5% do que necessita. C andidato c = 2% do que necessita. 15) Q uanto me custaria esta conquista? R. Cz$ 500.000.

16) Qual a melhor m aneira de m anter os meus votos e conseguir os votos que me faltam ?

R. T rabalhando inicialmente o segmento que me dá base e poste­ riorm ente am pliando através de segmentos periféricos (respos­ tas n? 5 e 8).

17) Q uanto eu tenho para gastar e quais os recursos humanos de que disponho?

R. CzS 300.000. Recursos hum anos: 15 pessoas de confiança. 18) Q uanto me falta?

R. Cz$ 200.000. Recursos hum anos: 5 pessoas. 19) Com o e onde conseguir?

R. Através de deputados estaduais, senadores, governo, empresá­ rios etc.

20) Q uanto tem po eu levaria p ara isto? R. 3 meses.

21) Quais são as minhas chances? R. Penetração = boa.

Potencial de votos = 25.000 com chances a 60.000. Financiar cam panha = 60% já efetuado.

22) Com quem efetivar as alianças?

R. Candidato ao governo — por obrigação partidária (vide respos­ ta à pergunta n? 13).

Senador — P or interesse, pois atinge um segmento em que não temos penetração.

Federal — podemos fechar aliança com mais de um , desde que nos traga vantagens ou recursos que nos faltam (recursos hum a­ nos, financeiros, m aterial, serviços casados etc.).

Estas respostas, se dadas com sinceridade, delinearão a espinha dorsal da cam panha, de onde em anará a orientação para todas as ações e estratégias adotadas na cam panha. Esta espinha dorsal não adm ite quebra, apenas ajustes suaves, pois, para que a cam panha se desenvolva com uniform idade, devemos respeitá-la acima de qual­ quer urgência. Como diz o sr. Tom Eisenlohr, da D PZ Propaganda, em sua palestra sobre administração de materiais em campanhas

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elei-torais: “ Nunca deixe o urgente passar pelo im portante” , e o diz com a experiência de ter sido o adm inistrador de m ateriais da cam panha Tancredo Neves para presidente da República.

Nessa avaliação, já temos condições de pesar nossa candidatu­ ra e responder se vale ou não a pena.

Antes de seguir adiante com os dados que já temos em mãos, o candidato deve se autopesquisar no que se refere à sua vida fam i­ liar, social e profissional, pois tudo irá se m odificar a partir do m o­ m ento em que for lançada a cam panha.

M uitos casamentos e profissões já foram à bancarrota por falta de estrutura do candidato em aliar as atividades de um a cam panha com o relacionamento e dedicação à fam ília e ao trabalho. Por isto, são inerentes perguntas do tipo:

— Minha esposa e filhos estão preparados para agüentar as ofen­ sas que certamente virão à m inha pessoa e ao meu partido?

— Eu tenho estrutura financeira para suprir m inha casa e a cam panha?

— Meu passado pode ser vasculhado sem que venha à tona na­ da que me comprom eta?

— Se perder a campanha, terei apoio suficiente para dar seqüên­ cia à m inha vida sem que fiquem seqüelas?

Se todas as respostas forem verdadeiramente afirm ativas, o can­ didato pode seguir adiante; caso contrário, é bom colocar na sua tá ­ bua de valores o que é mais im portante.

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6. PREVISÃO E PLANEJAMENTO

Prever o futuro. Fôssemos possuidores de bola de cristal ou de algum dom que nos prestasse informações de acontecimentos futu ­ ros, facilmente seríamos infalíveis.

Q uando falamos de previsão, nos referimos ao trabalho do le­ gislador, que prevê a sanção a um crime que possa acontecer. É ób­ vio que não consegue prever todos os crimes, mas, com raciocínio lógico, é capaz de alcançar um a grande faixa dos crimes que possam ocorrer.

Em cam panhas eleitorais, a previsão é efetuada visando tabular todos os problem as que possam ocorrer, sem se im portar com a so­ lução, usando p ara isto um expediente específico.

Com as informações iniciais em mãos, podemos prever, com certa margem de segurança, o que poderá acontecer e o que está no terre­ no da utopia.

A divisão de áreas nesta fase é de sum a im portância, pois, para cada problema levantado, deve-se ter um a estratégia diferenciada para resolvê-lo.

A partir do levantam ento de todos os problem as que possam ocorrer, partim os em busca das soluções.

Nas soluções, devemos deixar sempre mais de uma açflo a sri disparada.

Ex.: se peço um m aterial de cam panha de que irei precisai paia um comício, e 48 horas antes o fornecedor avisar que nrto mais eu tregará, o que fazer?

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1? M ontar estoque mínimo de material para ser usado em comícios.

2? Procurar fornecedor que, no prazo que tenho para receber o m aterial, me entregue a tem po, ou relacionar m aterial alternativo que fique pronto em 48 horas.

O que parece um desperdício de tempo no início da cam panha, pode deixar muitos problemas sem solução, na m aioria das vezes por falta de iniciativa de quem está trabalhando na cam panha.

Planejamento

E chegada a hora de colocarmos em prática algumas teorias, pois até este capítulo temos aconselhado a organizar e adm inistrar a cam­ panha de form a saudável. Mas como iniciar?

Seguindo a ordem dos capítulos iniciais, teremos um calham a­ ço de papéis com várias inform ações que passaremos a utilizar no planejam ento da cam panha.

Começaremos com a m ontagem do organogram a da campanha, que será a alocação dos recursos hum anos existentes dentro de suas especificações e qualificações, nas tarefas condizentes com estes elementos.

Cada homem de administração tem um estilo p ara organização, sistemas e m étodos, e, conseqüentem ente, os organogram as se dife­ renciam.

Procurarei desenvolver aqui um organogram a básico que possi­ bilite inserções ou supressões, conform e a dimensão da cam panha.

Organograma básico de campanhas eleitorais

Candidato: em tese, o candidato deve ficar isento de problem as administrativos de sua campanha. Ele deve fazer campanha para ven­ cer, e cam panha eleitoral não se ganha em reuniões com assessores, e sim na rua.

M uitos candidatos pegam p ara si a responsabilidade do chefe de cam panha c começam a se preocupar com tudo que acontece na adm inistração da mesma, desde a com pra de m ateriais, até telefo­ nar pessoalmente ao fornecedor cobrando o prazo de entrega das mer­ cadorias.

É a figura do presidente de um a empresa procurando clipes no chão do escritório e querendo saber quem os jogou.

Chefe de cam panha: é quem deve ter a macrovisão da cam pa­ nha, acom panhando cada lance do desenvolvimento e dos proble­ mas, orientando e direcionando todas as resoluções. Deve ser o ele-42

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Organograma básico de campanhas eleitorais

m ento de confiança e ser competente na área adm inistrativa, com raciocínio rápido para solucionar os problem as que tendem a em­ perrar certas áreas da cam panha.

Sua m aior função é não deixar a cam panha desviar-se da espi­ nha dorsal traçada inicialmente.

Agenda: pessoas que devem, cronologicam ente, colocar o can­ didato em todos os espaços possíveis, devendo fechar a agenda no m ínimo 24 horas antes do evento, juntam ente com o chefe de cam­ panha, que avaliará qual o lugar mais produtivo para o candidato estar presente.

A sua função é receber solicitações da presença do candidalo e, após a resolução com o chefe de campanha, confirmá-la com quem a solicitou ou avisar da impossibilidade de o candidato comparecer.

Conselho político: s ta ffa disposição do chefe da campanha, com posto pelos encarregados de setores. Tem como função assessorai o chefe de cam panha nas resoluções dos problem as mais im porlan tes. O candidato pode ou não fazer parte do conselho político, de­ pendendo do seu caráter.

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Como a maioria dos candidatos são centralizadores, a preferência é que não façam parte das reuniões do conselho político.

Encarregado de m ateriais: elemento que atu a no contato com fornecedores, para compras de materiais e serviços necessários à cam­ panha, além de se encarregar da distribuição dos mesmos nos comi­ tês e p ara os cabos eleitorais.

Tem como característica ser dinâmico e descompromissado com horários.

Finanças: pessoa de extrema confiança, preferencialmente um parente próxim o (pai, irm ão, filho, menos o cunhado, visto que o cunhado não é parente, é agregado).

Tem como função o controle dos recursos financeiros e sua con­ tabilização, além de ser o elemento que negociará o apoio financeiro das entidades que apóiam o candidato e os acordos financeiros nas alianças.

Coordenação política: elemento ou elementos com bom trânsi­ to no partido, que possa detectar e encaminhar as alianças, os apoios de delegados e presidentes de diretórios, além de suprir a falta do candidato nas reuniões partidárias.

Este organogram a desdobra-se a partir do m om ento em que a cam panha ganha volume. P ara iniciar a cam panha, acredito que es­ te organogram a seja suficiente. Lembre-se, não se faz marketing sem organização, sistema e m étodos.

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7. ORÇAMENTO DA CAMPANHA

O presidente Jo h n K ennedy disse certa vez que a m etade do que um candidato gasta em sua cam panha eleitoral é desperdiçada. O cha­ to é que o candid ato nu n ca sabe que m etade é esta.

A tu alm en te, esta afirm a ção co n tin u a a ter fu n d a m e n to , visto que as cam panhas eleitorais são com pletam ente deso rgan izad as, pa- gando-se caro p o r isto.

C om parem os as cam panh as eleitorais com o se fossem a ap lica­ ção de recursos em um a em presa a ser im p la n ta d a. Se colocarm os nossso capital desord en ad am en te e com eçarm os a suprir as carên ­ cias que forem aparecendo, sem que ten h am o s o m ínim o de critério, rap id am en te secarem os o poço.

Vai aqui u m a hom enagem a alguém que sabe org an izar fin a n ­ ceiram ente u m a c a m p a n h a e que, con testad o ou n ão , faz um tra b a ­ lho organizacional m odelo p a ra o u tro s can d id ato s. E sta pessoa é o sr. C alim E id, que pode ser acusado de tu d o , m enos de p erd u lário ou esb a n ja d o r. E m to d as as cam panhas que o sr. P au lo M a lu f já co n correu, m uito foi gasto, m as nem ta n to q u a n to a im prensa e a p o p u lação dim ensionam .

É inconcebível aplicar-se as verbas que ho je se aplicam nas cam ­ p anhas eleitorais e n ão conseguir u m a relação cu sto /b en e fício fa v o ­ rável. Isto se deve, n a m aio ria das vezes, aos p ró p rio s can did atos, que deixam p a ra a últim a h o ra a o rg anização de sua cam pan ha.

U m a cam p an h a bem o rg an izad a deve com eçar a ser p lan ejad a com um an o de antecedência, p a ra que se te n h a condições de avaliar to d as as possibilidades de m aterial altern ativ o existente n a p raça, de

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recursos hum anos disponíveis e de organização funcional para a cam panha.

O utro fator que desequilibra a relação custo/benefício é a mes­ mice empregada nas campanhas eleitorais com relação aos materiais· Santinhos, cartazes e chaveiros perdem-se no em aranhado de nomes que se form a com a quantidade distribuída e colada nas cidades. Com tantos m ateriais alternativos existentes no m ercado e que poderiam destacar o candidato junto ao eleitorado, nossos políticos continuam poluindo visualmente.

O orçam ento deve levar em consideração todas as informações apuradas até o m om ento, com relação ao universo de eleitores Que terá que abranger, e, a partir disto, dimensionar os serviços e mate­ riais que serão necessários p ara a cam panha.

Pela m inha experiência posso afirm ar, com convicção, que urna cam panha organizada chega a economizar até 30% do montante que se gasta naquelas feitas aleatoriam ente e sem critérios defim- dos.

Devemos começar um orçam ento apurando o tipo de material a ser usado condizente com o segmento que se pretende atingir e di­ m ensionando a quantidade, na inform ação prestada anteriormente, do universo de eleitores que temos que trabalhar.

Em segundo lugar, procurarem os os fornecedores que irão n °s suprir do m aterial necessário e os seus custos, vindo a seguir, de pre­ ferência, o contrato de fornecimento que deve ser assinado pelas par­ tes, evitando-se assim o fam oso atraso de entregas no material de cam panha, que, na m aioria das vezes, ocorre em função de a empre­ sa ter colocado o mesmo produto a outro candidato, a um preço me­ lhor p ara ela, ou o que mais ocorre, a subida de preço devido à “ ta de m atéria-prim a no m ercado” .

Na montagem da estratégia a ser utilizada no orçam ento de cam­ panhas eleitorais, as bases são previsões realistas e organização·

Finanças

Este é um dos tópicos mais controvertidos em nossas campa­

nhas eleitorais, onde a própria legislação eleitoral é irreal, pois colo­ ca parâm etros financeiros tão baixos que nenhum a candidatura se­ ria viável aos custos aprovados por esta.

Obviamente, ninguém pode respeitar esta legislação, e as burlas existem com ou sem controle.

As pessoas tendem a se impressionar, e a im prensa a se escan­ dalizar com as cifras do que se gasta nas cam panhas eleitorais, mas ninguém questiona o custo de uma grande produção cinematográfica 46

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ou de um especial de televisão, um a copa do m undo ou um a festa de entrega do Oscar.

O que existe é um preconceito arraigado às atividades político- partidárias em relação às cifras necessárias a essas atividades, o que, ajudado pela imprensa, gera a reação dos eleitores. O que temos que considerar é que em um a cam panha eleitoral está em jogo não um cam peonato de futebol, mas o poder político, e para alcançar este objetivo é preciso todo esforço no sentido de se colocar como postu­ lante a um cargo eletivo e levar ao conhecimento público sua pro ­ posta de trabalho.

Tudo isto é válido e custoso.

Não vamos entrar no mérito das quantias, visto não ser este nosso tema.

As estratégias usadas n a área financeira para viabilizar as cam ­ panhas derivam dos segmentos que apóiam o candidato em primeira instância. Claro que estes segmentos não são form ados apenas pelas classes operárias. Da mesma form a, o segmento patronal procura apoiar os seus candidatos p ara que sejam eleitos e o representem na esfera política. Parece ser um jogo desigual, mas, na realidade, os pesos são os mesmos, pois enquanto a classe patronal tem a sua pro­ posta, o candidato das classes operárias tem a sua, e, se bem pesa­ das, o equilíbrio se efetua.

Não podemos nos esquecer das máquinas públicas que, em época de eleição, são usadas para beneficiar os candidatos dos partidos que as detêm , através de serviços e benefícios efetuados nas cam pa­ nhas.

O utra estratégia utilizada são as “ dobradinhas” , onde candi­ datos com cacifes eleitorais aceitam carregar candidatos que banquem a sua cam panha financeiramente.

Todas as formas de se conseguir recursos financeiros para a cam­ panha são válidas, desde que não criminosas.

O utra form a de se angariar recursos p ara as cam panhas eleito­ rais, e que já foi utilizada com sucesso por alguns candidatos, é o lançam ento, na chapa que vai à convenção do partido para ser ho­ m ologada, do candidato “ lara n ja ” ou “ isca” .

Trata-se de acordo preestabelecido entre candidatos, onde um deles, por ter influência na executiva do partido, indica um candida­ to que, de antem ão, já sabe que não tem, nem terá cacife eleitoral para passar na boca de urna. A partir dos nomes hom ologados na convenção, negocia-se a legenda com quem ficou de fora e tenha ca­ cife financeiro, viabilizando, desta forma, os recursos necessários para o candidato que tenha influência na executiva. Costuma-se indicar como “ lara n ja ” a esposa, irm ão ou amigo que abdicará da legenda

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perante a executiva, condicionando a desistência com a indicação de “ fulano de tal” .

Lícito ou não, não vem ao caso. O im portante é que funciona.

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8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

O cronogram a de atividades é peça fundam ental para o adm i­ nistrador de cam panhas eleitorais, visto que ele se presta a ordenar as atividades no seu devido tempo e proporcionar um dimensiona­ m ento do que é necessário e ate quando fazê-lo.

Com o já foi colocado, o ideal é que a cam panha eleitoral se ini­ cie com um ano de antecedência. D entro destes moldes, exemplifico aqui com um cronogram a m ontado para um candidato a deputado federal eleito.

A adequação do cronogram a de atividades ao tempo em que for pedido deve ser feita com m uito critério. Dependendo do prazo que temos para cumpri-lo, poderemos diminuí-lo dentro da realidade exis­ tente. M uitos candidatos nos procuram quando estão a dois ou três meses das eleições, o que nos obriga a um estudo estratégico, viabili­ zando apenas alguns tópicos do cronogram a.

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CRONOGRAMA DE TRABALHO TA REFA S A SEREM DESENVOLVIDAS Reuniões Prelim inares ... Inauguração Comitê Central ... Apresentação Programa do Candidato ... Lançamento Campanha ... Mensagem Boas-Festas ... Definição Dobradinhas

Designação Coordenação Central da Campanha ... Reuniões Grupo Central de Coordenação ... P rim eiros Impressos ... ... “ Slogan* da Campanha ... Primeiras V isitas In te rio r ... Definição Áreas de Trabalho ... Definição Equipes In te rio r ... Designação Coordenadores In te rio r ...— Viagens Interior ... Reuniões Candidatos Federais ... Preparação M aterial de Divulgação Campanha ... V is ita às Indústrias ... Avaliação Trabalho de Cada Área ... Abertura Novas Áreas de Trabalho ... Reuniões Associações Am igos de Bairros ... Reuniões Entidades Classe ... — Reuniões D om icilia res ... Levantamento Previsão de Votos Diversas Áreas ... Prioritização Áreas de Atuação ... Escolha Chefes de Equipes para “ Boca de Urna" ... Planejamento Estratégico 15 de Novembro ... Listas Nominais Equipes por Zonas Eleitorais ... Mensagem Final Candidato ... Reuniões Preparatórias com Chefes Equipes "Boca de Urna” Relacionar Veículos para Trabalho dia 15 de Novembro ... Relacionar Necessidades de M aterial para 15 de Novembro .. D e fin ir Lanches dia 15 de Novembro ... D e fin ir Horários de Trabalho dia 15 de Novembro ... Escolha Fiscais Apuração Capital ... Escolha Fiscais Apuração In te rio r ... Captação Resultados ...

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9.

RECURSOS HUMANOS

NAS CAMPANHAS ELEITORAIS

O que mais precisamos nas cam panhas eleitorais é de dinheiro e gente que se disponha a trabalhar.

Os recursos hum anos, quando em abundância ou bem treina­ dos, minimizam o custo de um a cam panha (vide PT).

Desenvolveremos este capítulo em quatro fases: recrutam ento, seleção, treinam ento e utilização racional.

RECRUTAM ENTO

Inicialmente recrutaríam os, dentro do círculo social e fam iliar do candidato, elementos p ara trabalhar na cam panha e, a partir dis­ to, solicitaríamos ao segmento-base apoio neste sentido.

Quais os elementos a recrutar?

A) Ex.: Políticos — candidatos derrotados em outras eleições, políticos aposentados ou ex-assessores políticos.

Estas pessoas têm a vivência de cam panhas anteriores e podem nos ajudar, e m uito, mas tam bém podem atrapalhar bastante, visto que adquiriram vícios que dificilmente abandonam . O ideal é que fiquem na assessoria em posição de aconselham ento, e não dc dire­ cionam ento da cam panha.

B) Simpatizantes: populares, donas de casa, estudantes, lidei nu ças e outras pessoas que, identificadas com a proposln do camlitliilo

ou arregim entadas por cabos eleitorais, se oferecem pai a 11 nhnllun

Referências

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